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TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

AIM1001
Fundações rasas (diretas
ou superficiais)

2021

Prof° Newton Chwartzmann


newtonc@ufrgs.br
INTRODUÇÃO

O que são as fundações de uma


edificação (subestrutura)?

Parte da estrutura responsável pela


transferência das cargas desta
edificação ao terreno sobre o qual ela se
apóia.

2
INTRODUÇÃO

Quando uma estrutura é considerada


segura?

Suporta as ações que vierem a solicitá-


la durante a sua vida útil sem ser
impedida de desempenhar as funções
para as quais foi concebida.

3
INTRODUÇÃO

Denomina-se estados limites:

Qualquer condição que impeça a


estrutura de desempenhar suas funções,
afetando o desempenho desta
estrutura.

São eles:
 estado-limite último (ELU);
 estado-limite de serviço (ELS).
4
INTRODUÇÃO

O estado limite último (ou de ruptura)


correspondem ao esgotamento
(colapso) da capacidade portante da
estrutura.
ex: esgotamento da capacidade de carga
de um pilar.

Já o estado limite de serviço não


oferece risco eminente de ruína, porém a
estrutura está fora dos padrões normais
de funcionamento. 5
Estrutura de
concreto
armado sob
esgotamento
da
capacidade
resistente.

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7
8
Micro estaca

9
Pilar

10
11
INTRODUÇÃO

Estrutura de uma edificação não deve ser


entendida simplesmente como um
conjunto de peças estruturais
(fundações, pilares, paredes, etc.)

Mas como um conjunto de elementos


(de aço, concreto, madeira, solo, rocha,
etc.) com comportamento mecânico
diferente mas interagido de forma
econômica e segura para atender uma
necessidade ou desejo do ser humano
(Hachich,1978). 12
PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO

No momento da concepção do projeto


quais parâmetros vão auxiliar a escolha
do tipo de fundação:
1. Topografia da área;

2. Dados geológicos-geotécnicos;

3. Dados da estrutura a construir;

4. Dados sobre construções vizinhas;

5. Aspectos econômicos.
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PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO
1. Topografia da área:
 Dados sobre taludes e encostas no
terreno, ou que possam atingir o
terreno;
 Necessidade de efetuar cortes e aterros;

 Dados sobre erosões, ocorrência de


solos moles na superfície;
 Presença de obstáculos, como aterros
com lixo ou matacões.
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TOPOGRAFIA DA ÁREA

Talude: inclinação na superfície lateral de um aterro, de um


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muro ou de qualquer obra.
TOPOGRAFIA DA ÁREA

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Talude
PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO
2. Dados geológicos-geotécnicos:
 Investigação do subsolo (ensaios):
Tipo de solo que vai receber as cargas?
Qual o melhor tipo de fundação?
 Quais são os tipos de solo que estão sob a
obra, e a que profundidade;
 Qual é altura do lençol freático;
 Qual é a capacidade de carga do sub-solo,
em diversas profundidades;
 Como o solo se comporta ao receber carga.
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INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO

Tipos de solo
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PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO

2. Dados geológicos-geotécnicos:
 Outros dados geológicos e geotécnicos
(mapas, fotos aéreas, artigos sobre
experiências anteriores na área, etc.);

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PERFIS GEOLÓGICOS TÍPICOS

São Paulo - Avenida Paulista: Localizada


no topo de uma montanha que corta a
capital do Estado de São Paulo.

O solo já foi compactado pela natureza,


sendo relativamente firme e o lençol
freático fica baixo.

Construções menores podem usar fundação


superficial (sapatas) e os prédios maiores
devem utilizar tubulão ou estacas.
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PERFIS GEOLÓGICOS TÍPICOS

Santos (SP) - Orla da praia: Caso clássico


na mecânica dos solos, Santos é conhecida
por seus edifícios fora de prumo à beira mar.
Muitas construções utilizaram fundações
rasas apoiadas a cerca de 8 m de
profundidade, onde se encontra um solo
relativamente firme.
Entretanto, cerca de 10 m abaixo, encontra-
se uma areia argilosa muito mole e muitos
edifícios foram construídos sobre sapatas.
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Reaprumo de um Edifício

https://www.youtube.com/watch?v=R22WWyFpjS0&t=29s 28
PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO

3. Dados da estrutura a construir:

 Tipo e uso que terá a nova obra;

 Sistema estrutural;

 Cargas (ações nas fundações).

29
PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO

4. Dados sobre construções vizinhas:

 Tipo e estrutura e fundações;


 Número de pavimentos (carga média por
pavimento);
 Desempenho das fundações;
 Existência de subsolo;
 Possíveis consequências de escavações
ou vibrações provocadas pela próxima
obra.
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PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA
FUNDAÇÃO
5. Aspectos econômicos

Além do custo direto para a execução da


obra, deve-se considerar o prazo de
execução. Há situações em que uma solução
mais cara oferece um menor prazo de
execução, tornando-se mais atrativa.
Para realizar a escolha adequada do tipo de
fundação, é importante o conhecimento dos
tipos de fundação disponíveis no mercado
e de suas características.
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INVESTIGAÇÃO DO SUB-SOLO

Para elaboração do projeto de fundações é


necessário que se conheça as
características do solo:
1) determinação dos tipos de solo que
ocorrem até a profundidade de interesse
do projeto;

2) determinação das condições de


consistência e compacidade em que
ocorrem os diversos tipos de solo;
32
INVESTIGAÇÃO DO SUB-SOLO

3) determinação da espessura das


camadas e avaliação da orientação dos
planos que as separam;

4) informação completa sobre a


ocorrência de água.

33
Os solos possuem
camadas com tipos de
solo com orientações
e espessuras
diferentes.

34
INVESTIGAÇÃO DO SUB-SOLO

Métodos de investigação do sub-solo:

 Sondagem a trado (manual ou


mecânica);
 Sondagem à percussão manual
(Standard Penetration Test – SPT);
 Sondagem rotativa mecânica;
 Ensaios de penetração do cone – CPT;
 Poços ou trincheiras. 35
Sondagem.mpg
Sondagem1.mpg
Sondagem2.mpg

38
Sondagem3.mpg

39
INVESTIGAÇÃO DO SUB-SOLO

PERFIL DE SONDAGEM

SPT
6

9
12
N.A.
--------->
19/02/2008 14

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TIPOS DE SOLOS

Rochas
Materiais constituintes da crosta terrestre
provenientes da solidificação do magma
(subsolo) ou lavas vulcânicas
(superfície) ou da consolidação de
depósitos sedimentares.

Possuem elevada resistência somente


modificável por contato com o ar ou com a
água em casos especiais.
41
ROCHAS

As rochas tem a seguinte denominação


corrente em geologia:

bloco de rocha: pedaço isolado de rocha


tendo diâmetro superior a 1m.
matacão: pedaço de rocha tendo diâmetro
médio superior a 25cm e inferior a 1m.
pedra: pedaço de rocha tendo diâmetro
médio compreendido entre 7,6 e 25cm.
42
Bloco de rocha
Matacão
Pedras
TIPOS DE SOLOS

Solos

Materiais constituintes da crosta terrestre


proveniente da:

 decomposição das rochas pelos


diversos agentes biológicos;
 ou pela sedimentação de grãos
destas rochas.

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SOLOS

São identificados por sua:


 textura;
 composição granulométrica;
 plasticidade;
 consistência ou compacidade;
 estrutura;
 forma dos grãos;
 cor;
 cheiro;
 presença de outros materiais, etc. 47
SOLOS

Classificação dos Solos

A classificação usual dos solos é feita pela


sua granulometria, ou seja, pela
porcentagem de material que passa
em uma peneira n° 200 (0,075mm).
Solos cuja porcentagem passante é inferior
a 50% solo granular.
Solos cuja porcentagem passante é
superior a 50% fino.
48
SOLOS

Peneirador mecânico utilizado para se obter a


49
classificação granulométrica dos solos.
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

Os solos granulares podem ser definidos


como: pedregulhos ou areias.

Um solo bem graduado é composto de


partículas em quantidades tais de cada
tamanho que os vazios formados pelas
maiores são preenchidos pelas
partículas menores, sucessivamente.

50
SOLOS GRANULARES

Pedregulhos
Solos constituídos de grãos minerais de
diâmetro máximo superior a 4,8mm e inferior
a 76mm. São caracterizados por sua textura,
compacidade e forma dos grãos.

51
SOLOS GRANULARES

Areias
Constituídas de por minerais de diâmetro
máximo superior a 0,05mm e inferior a
4,8mm. Caracterizados por sua textura,
compacidade e formato dos grãos.

O formato dos grãos de areia tem grande


importância no seu comportamento
mecânico, pois determina como eles se
encaixam e se entrosam e deslizam entre si
quando solicitados por forças externas.
52
SOLOS GRANULARES

Quanto textura a areia pode ser:


a) grossa: grãos de diâmetro máximo
entre 2,00 e 4,8mm;
b) média: grãos de diâmetro máximo
entre 0,42 e 2,00mm (areia de rio);
c) fina: grãos de diâmetro máximo
entre 0,05 e 0,42mm (areia da
praia).
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Grossa

Média

Fina

54
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

Quando a porcentagem de material


passando na peneira n° 200 é superior a
50%, o solo é considerado fino.
Neste caso será classificado como argila
ou silte. A textura do solo depende da
proporção de areia, silte ou argila na sua
composição.

55
ARGILA

Solo com característica marcante de


plasticidade em presença de água.
quando úmido é facilmente moldável.
quando seco apresenta grande coesão.
constituída por grãos de diâmetro
máximo inferior a 0,005mm.
Caracteriza-se por sua plasticidade,
textura e consistência em seu estado e
umidade natural.
56
ARGILA

Em termos de comportamento, a argila é


o oposto ao da areia.
Devido à sua plasticidade e capacidade
de aglutinação, o solo argiloso é usado
há milhares de anos como:
 argamassa de assentamento;
 argamassa de revestimento;
preparação de tijolos e artefatos
cerâmicos.
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Penhasco em argila
ARGILA

A maior parte do solo Brasileiro é de solo


argiloso.

Este material tem sido utilizado de


maneiras diferentes ao longo da nossa
história:
 tijolos em casas do período colonial;
 telhas cerâmicas;
 azulejos e pisos cerâmicos.
59
ARGILA

Quanto a consistência podem ser


subdivididas em:
 muito moles: escorrem com facilidade
entre os dedos quando apertadas;
 moles: facilmente moldadas entre os
dedos;
 médias: moldadas normalmente pelos
dedos;

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Argila mole ou muito mole
ARGILA

Quanto a consistência podem ser


subdivididas em:

 rijas: requerem grande esforço para


serem moldadas pelos dedos;
 duras: não podem ser moldadas pelos
dedos, desagregando-se ou perdem sua
estrutura original.

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Argila dura
SILTE

Solo que apresenta apenas a coesão para


formar, quando seco, torrões facilmente se
esfarelam pela pressão dos dedos (baixa ou
nenhuma plasticidade);
 constituído de grãos de diâmetro máximo
superior a 0,005mm e inferior a 0,05mm;
 são caracterizados por sua textura e
compacidade.
Assim como a argila o silte é um pó, porém
sem coesão.
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siltito
SOLOS

Escala segundo a ABNT


Classificação Diâmetro dos grãos
Argila menor que 0,002 mm

Silte entre 0,06 e 0,002 mm

Areia entre 2,0 e 0,06 mm

Pedregulho entre 60,0 e 2,0 mm

66
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

Solos com matéria orgânica: qualquer


dos tipos anteriores que apresente teor
apreciável de matéria orgânica.
Turfas: solos com grande porcentagem de
partículas fibrosas de material carbonoso
rico em matéria orgânica. Pode ser
identificado por ser fofo e não plástico e
ainda combustível.
Alteração de rocha: solo proveniente da
desintegração de rocha pelos diversos 67

agentes geológicos.
Turfa
PERCOLAÇÃO DE ÁGUA NOS SOLOS

A água ocupa a maior parte ou a


totalidade dos vazios do solo.

O estudo deste fenômeno é importante


porque intervém num grande número de
problemas de engenharia:

a) no cálculo das vazões: por exemplo, na


estimativa da quantidade de água que se
infiltra numa escavação;
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PERCOLAÇÃO DE ÁGUA NOS SOLOS

b) na análise de recalques, porque


frequentemente recalques estão
relacionados com a expulsão de água
dos vazios do solo;

c) nos estudos de estabilidade, porque a


tensão efetiva (que comanda o
comportamento do solo) depende da
pressão da água que percola no solo.

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FLUXO D'ÁGUA EM MEIOS POROSOS

A percolação provoca um conjunto de


ações sobre o solo classificadas como:
Levitação (levantamento) → a perda de
peso por pressões ascendentes devido a
água.
Carreamento → arrastamento de
partículas do solo (vazios).
Erosão → arrastamento e arrancamento
por trações devido à lâmina d'água.
71
Carreamento do solo
72
Erosão →Transporte →Deposição →compactação 74
USO SOLO ARENOSO SOLO SILTOSO SOLO ARGILOSO
FUNDAÇÃO É adequado, mas Similar ao solo É usual e
DIRETA necessita atenção arenoso, porém é recomendável, mas
aos recalques menos sensível também ocorrem
devido ao ao lençol freático problemas de
abaixamento do e também é mais recalques em função
lençol freático. fácil de escavar. do lençol freático.
Durante a Durante a
execução, é difícil escavação, é fácil de
manter a manter a
estabilidade das estabilidade das
paredes laterais. paredes laterais.

FUNDAÇÃO EM Difícil de cravar É usual, por ser Usual, mas a estaca


ESTACA frente ao atrito possível tirar geralmente precisa
lateral. Em terrenos partido tanto do atingir
molhados, é preciso atrito lateral profundidades
fazer cravação a ar quanto da maiores para
comprimido. resistência de aumentar
ponta para capacidade de
absorver a carga. carga.
USO SOLO ARENOSO SOLO SILTOSO SOLO ARGILOSO
CORTES E Não recomendável, Possível, mas é Possível devido à
TALUDES SEM pois o talude fica preciso levar em grande coesão e
PROTEÇÃO instável. conta a coesão e o estabilidade.
ângulo de atrito
para dimensionar
o talude. A altura
de corte é menor
do que para as
argilas.

RECALQUES Recalques em solo Intermediário Recalques


FRENTE ÀS arenoso são entre areia e extremamente
CARGAS imediatos à argila. lentos, pode levar
aplicação das décadas para
cargas, mas podem ocorrer a
ocorrer estabilização.
posteriormente
devido à mudança
do lençol freático.
USO SOLO ARENOSO SOLO SILTOSO SOLO ARGILOSO

ADENSAMENTO E Adensamento Há adensamento Há adensamento se


COMPACTAÇÃO ocorre apenas se se houver perda houver perda de
houver perda de de água. água. Compactação
água. A Compactação é é feita com
compactação se feita com percussão e com
faz com vibração. percussão ou rolos.
com rolos (pé-
de-carneiro).

DRENABILIDADE Ocorre Aceita água Alta


facilmente, mas passante, mas impermeabilidade
precisa cuidado necessita dificulta a
com a verificação drenagem.
instabilidade das cuidadosa da
paredes e do coesão e ângulo
fundo das valas. de atrito.
FUNDAÇÕES

78
FUNDAÇÕES

A estrutura das fundações pode ser


submetida a diferentes solicitações.
A norma NBR 8681/2004 classifica estas
ações em:

a) Ações permanentes: Ações que ocorrem


com valores constantes ou de pequena variação
em torno de sua média, durante praticamente
toda a vida da construção.
Ex: peso próprio, equipamentos fixos,
empuxos, esforços devido a recalques de
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apoios, etc.;
FUNDAÇÕES

b) Ações variáveis: Ações que ocorrem


com valores que apresentam variações
significativas em torno de sua média,
durante a vida da construção.

Cargas acidentais: são as ações


variáveis que atuam nas construções em
função de seu uso (pessoas, mobiliário,
veículos, materiais diversos etc.).

80
FUNDAÇÕES

c) Ações excepcionais: Ações


excepcionais são as que têm duração
extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a
vida da construção, mas que devem ser
consideradas nos projetos de determinadas
estruturas.

Ex: explosões, incêndios, sismos, etc..

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FUNDAÇÕES

Requisitos de um projeto de fundação:

1. Deformação aceitável sob as condições


de trabalho;
2. Segurança adequada ao colapso do solo
de fundação (estabilidade externa);
3. Segurança adequada ao colapso dos
elementos estruturais (estabilidade
interna).
82
FUNDAÇÕES

Avaliação do sistema de fundações a


ser adotado na obra:

Existem situações em que o tipo da obra


pode determinar somente um tipo de
fundação, em outras, é possível uma
grande variedade de soluções.

Cabe ao profissional responsável analisar


aspectos relativos a custos e prazos de
execução da obra.
83
FUNDAÇÕES

As cargas da edificação são obtidas por


meio das plantas de arquitetura e
estrutura, onde são considerados os pesos
próprios dos elementos e a sobrecarga ou
carga útil a ser considerada nas lajes.

Independente da altura da edificação


deverá também ser considerada a ação do
vento sobre a edificação.

84
FUNDAÇÕES

Segundo a NBR 6122:2019, as fundações


podem ser dividida em dois grandes
grupos:

 Fundações profundas;

 Fundações rasas (direta ou


superficial).

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FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Elemento de fundação que transmite a


carga ao terreno ou pela base (resistência
de ponta) ou por sua superfície lateral
(resistência de fuste) ou por uma
combinação das duas, devendo sua ponta
ou base estar assente em profundidade
superior a 8 vezes a sua menor dimensão
em planta e no mínimo 3,0 m.

Neste tipo de fundação incluem-se as


estacas e os tubulões. 88
FUNDAÇÕES RASAS (DIRETA OU
SUPERFICIAL)

Consistem nos elementos de fundação


dos quais a base está assentada em uma
profundidade inferior a duas vezes a
menor dimensão da fundação.

Dentre os principais tipos de fundações


rasas, pode-se destacar: as sapatas
(isoladas, corridas e associadas), blocos
de fundação e os radiers.

Geralmente a profundidade varia de 1 a 3


metros. 89
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Esquema de uma Sapata

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TENSÃO ADMISSÍVEL - NBR 6122:2019

Máxima tensão que, aplicada ao terreno


pela fundação rasa ou pela base de
tubulão, atende com fatores de
segurança predeterminados, aos
estados limites últimos (ruptura) e de
serviço (recalques, vibrações etc.).

Consiste no limite de carga que o solo


pode suportar sem se romper ou sofrer
deformação exagerada.
91
DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES

Para o dimensionamento da fundação


deve-se saber a carga que atuará sobre
o solo e a capacidade de carga que este
solo suporta.

Existem algumas tabelas contendo o


peso específico de alguns materiais, as
cargas dos elementos estruturais,
bem como as tensões admissíveis para
os diferentes tipos de solo.
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Peso específico dos materiais usualmente
empregados nas construções

93
Sobrecarga em lajes de acordo com sua finalidade

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DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES

Para pequenas obras, sujeitas a cargas


relativamente pequenas, o fator de
segurança (fs) do terreno poderá ser
obtido por meio de tabelas práticas em
função do tipo de solo.

Obras maiores necessitam de estudos


mais aprofundados sobre o
comportamento do solo.
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Tensões admissíveis por alguns tipos de solo

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SAPATAS

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SAPATAS

Elementos de fundação executados em


concreto armado, de altura reduzida em
relação às dimensões da base, que se
caracterizam principalmente por trabalhar
à flexão e dimensionados de modo que as
tensões de tração neles produzidas não
sejam resistidas pelo concreto, mas sim
pelo emprego da armadura.

Podem ser executadas de forma isolada,


corrida, associada ou alavancada.
98
Sua base em planta
normalmente é
quadrada, retangular
ou trapezoidal.

Sapata isolada
Sapata isolada
Formatos de sapatas
CUIDADOS NA EXECUÇÃO SAPATAS

Escavação

Executada até a profundidade determinada


em projeto ou, no caso de pequenas
construções, até a cota onde existe
dificuldade de escavação com pá e
picareta. (em geral variam de 0,70m a
2,00m).
Caso a profundidade seja superior a
2,00m recomenda-se trocar o sistema de
fundação. (ex: tubulões) 102
CUIDADOS NA EXECUÇÃO SAPATAS

Escavação

Sapatas nunca devem ser apoiadas sobre


aterros novos e que ainda não estão
totalmente consolidados para se evitar
recalques.

A largura da vala de escavação deve ser


pelo menos 50cm maior do que a da
sapata para facilitar o trabalho do
carpinteiro.
103
CUIDADOS NA EXECUÇÃO SAPATAS

Escavação

Da profundidade a ser escavada deve-se


descontar aproximadamente 10cm da
cota prevista para permitir o apiloamento
do fundo da cava.

A compactação (apiloamento) tem por


objetivo regularizar o fundo da vala, que
deve estar em nível, e caso o terreno seja
inclinado, deve ser executado em degraus.
105
106
CUIDADOS NA EXECUÇÃO SAPATAS

Lastro

O fundo da vala deve estar regularizado,


nivelado e adensado.
Recomenda-se executar o lastro em
concreto magro (com baixo teor de
cimento) ou um colchão de areia ou brita
com 5cm de espessura.

107
108
Compactador mecânico

109
CUIDADOS NA EXECUÇÃO SAPATAS

Corpo

A largura do corpo da sapata deve ser


igual ou maior do que a largura da
parede que vai sobre ela.
Em caso de apoio de paredes de 15 ou
25cm a largura deverá ter 20 ou 30cm
respectivamente.

112
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Escavação
Seguindo a orientação do projeto de
fundações, inicia-se a escavação da área a
receber as sapatas até a cota de apoio.

114
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Compactação
Atingida a cota de terreno firme deve-se fazer
a compactação do solo.

115
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Regularização
Colocar concreto magro na área escavada,
nivelando o fundo da vala. Essa camada deve
ter 5 cm de espessura (garantir que a
umidade do solo não ataque a armadura da
sapata).

116
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Preparação das laterais
Em algumas situações as laterais precisam ser
protegidas, chapiscando as laterais de toda a
área escavada.

117
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Marcação dos pilares
Com a vala preparada, inicia-se a marcação dos
pilares. Para tanto, são fixadas peças de
madeira (colarinhos) nos pontos indicados pelo
projetista.

118
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Conferência
A checagem do nível é um procedimento
fundamental para garantir boa marcação dos
pilares.

119
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Armação
Definida a localização de todos os pilares, tem
início a colocação da armação, conforme projeto
de fundações.

120
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Esperas para os pilares
Com o auxílio de arame recozido são fixados os
aços de arranque dos pilares.

121
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Concretagem
Deve ser feita até a parte superior da sapata.
O método de concretagem dependerá do
volume de concreto ou a velocidade da obra.

122
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS
Finalização
A armação do pilar deve ser montada a partir
dos aços de arranque, só então serão
colocadas as fôrmas do pilar.

123
ETAPAS DE EXECUÇÃO DE SAPATAS
ISOLADAS

124
Sapata pronta
Sapata sobre rocha
Sapata sobre rocha

126
Detalhe da armadura e colarinho de sapata isolada
127
128
Sapata após concretagem
129
EXEMPLO DE CÁLCULO 1

Calcular a largura (L) da base (em cm) de uma


sapata isolada quadrada considerando-se que
a carga (Q) sobre a fundação é de 25ton e o
peso admissível (Padm) pelo solo é de
2Kgf/cm².

Q L
Sendo: A = -------
Padm

Considerar 1 ton = 1000kgf


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EXEMPLO DE CÁLCULO 2

Calcular a largura (L) da base (em cm) de


uma sapata corrida retangular (um dos
lados tem 1m) considerando-se que a
carga (Q) sobre a fundação é de 40ton e o
peso admissível (Padm) pelo solo é de
1Kgf/cm².

Q
Sendo: A = -------
Padm

132
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Sapata corrida: Quando uma sapata é


submetida a ação de uma carga distribuída
linearmente (ex. paredes).

134
Sapata corrida
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Sapata associada: Sapata comum a vários


pilares, cujos centros, em planta, não estejam
situados em um mesmo alinhamento.

136
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Sapata alavancada (viga de equilíbrio): o


centro geométrico não coincide com o centro
geométrico do pilar. (pelo fato de a sapata se
encontrar próxima a alguma divisa ou
obstáculo).

137
A ligação entre as sapatas ajuda na rigidez do sistema.

A
Planta
Pilar Viga de Rigidez

Vista lateral Corte A-A


138
Vigas de equilíbrio.

139
BLOCOS

140
BLOCO

Elemento de fundação superficial que pode


ser executados em alvenaria de pedra,
com tijolos ou de concreto.

Deve ser dimensionado de modo que as


tensões de tração nele resultantes sejam
resistidas pelo concreto, sem necessidade
de armadura.

De acordo com a NBR 6122, os blocos de


fundação não devem ter dimensão menor
do que 60 cm. 141
Pode ser usado para suportar cargas de paredes
de pequenas casas.
BLOCO

Pode ter as faces verticais, inclinadas


ou escalonadas e apresentar planta de
seção quadrada, retangular, triangular ou
mesmo poligonal.

Usualmente são executados com concreto


simples ou ciclópico e com grande altura
para garantir sua rigidez.

143
Bloco em concreto ciclópico

Fonte:https://www.escolaengenharia.com.br/blocos-de-fundacao/
concreto ciclópico
BLOCO

No caso de blocos executados com


pedras, (no alargamento da base) deve-se
levar em conta o tipo de pedra com o
objetivo de se prever a utilização de um
número inteiro de pedras (+ junta de
aproximadamente 3cm).

Em Porto Alegre, normalmente se utiliza


pedras de granito (20 x 20 x 30cm) o que
possibilita bases com 43 ou 63cm no caso
de duas pedras na primeira fiada.
146
Alicerce de pedra de grês.
BLOCO

Os blocos também podem ser executados


com tijolos maciços com argamassa de
cimento e areia, com traço de 1:3, em
volume.

Deve-se tomar cuidado com a espessura


das juntas, prumo e nivelamento dos
tijolos.

148
Alicerce de tijolos.
ETAPAS DE EXECUÇÃO DO BLOCO

1) escavação: executar a abertura da


vala;

2) Promover a compactação da camada


do solo resistente, apiloando o fundo;

3) colocação de um lastro de concreto


magro (150 Kg/m3) de 5 a 10 cm de
espessura;

4) execução do embasamento, que pode


ser de concreto, alvenaria ou pedra; 150
ETAPAS DE EXECUÇÃO DO BLOCO

5) construção de cinta de amarração na


parte superior;

6) executar camada impermeabilizante


para evitar a subida da umidade por
capilaridade para a alvenaria de elevação.

151
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Impermeabilização

Evita a subida da umidade do solo


(ascensional) para alvenaria.
Deve ser executada entre a fundação e
a alvenaria através da aplicação de
emulsão asfáltica ou membranas
impermeabilizantes.

152
IMPERMEABILIZAÇÃO

A Impermeabilização deve ser


protegida contra o trânsito de pessoas
e equipamentos durante a execução da
obra, além de passagens de instalações
sanitárias.
Uma falha nesta impermeabilização pode
ocasionar o surgimento de umidade no
interior da edificação (degradação do
reboco).

154
Umidade ascensional
IMPERMEABILIZAÇÃO

Execução da impermeabilização:
 Os primeiros 30cm de tijolos devem ser
assentados com argamassa impermeável
(cimento+areia+aditivo impermeabilizante);
 O revestimento de argamassa (30cm no
exterior e 15cm no interior) deve ser
impermeável, com espessura máxima de
1,5cm;
 O revestimento de argamassa deve recobrir
as fundações descendo lateralmente 15cm. 156
Alvenaria protegida da umidade ascensional.
CINTA DE AMARRAÇÃO

Sua finalidade é melhor distribuir as


cargas e reforçar as ligações das
paredes nos cantos e ligações
intermediárias, ela previne e reduz a
ocorrência de fissuras por assentamentos
(recalques diferenciais).

Executada em concreto armado ao


longo da fundação. Em casos mais
simples pode fazer um reforço (3 barras ø
10mm) na junta superior a última fiada.
159
Detalhe da cinta de amarração
Cinta de amarração sobre sapata corrida
Cinta de amarração - concretagem
RADIER

164
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Radier

Placa contínua de concreto armado com o


objetivo de distribuir a carga em toda a
superfície de contato com o terreno.

Para terrenos de baixa resistência ou


quando não há possibilidade de cravação
de estacas ou é impossível escavar grande
profundidade.

165
RADIER

A ideia é a de utilizar uma grande área de


apoio para contrabalancear a baixa
resistência do terreno.

Quando bem-executado e nivelado,


dispensa o uso de contrapiso, podendo
receber diretamente o revestimento.

Quando a área das sapatas atingir mais


do que 50% da área do terreno é mais
vantajoso o uso de radier.
166
RADIER

A experiência e a literatura recomendam


radier apenas quando a soma das áreas
das sapatas é grande em relação à
projeção da edificação.

No caso de edificações residenciais, cujas


cargas são relativamente baixas, a opção
pelo radier para a fundação passa a ser
interessante, principalmente se houver
repetição (conjuntos habitacionais).
167
RADIER

Sequência de execução:
1) Compactação e nivelamento do terreno;
2) Camada de areia nivelada ou lastro de
concreto magro;
3) Camada de brita nº2 compactada;
4) Colocação de lona preta (opcional);
5) Colocação da armadura (malha);
6) Sarrafos laterais para limitar a área de
concretagem;
7) Concretagem. 168
RADIER

Vantagens:
 Economia: redução de custos de até 30% em
comparação aos outros sistemas de fundação;
 Agilidade: Maior velocidade na execução;

 Praticidade: redução na mão de obra;

 Satisfação: Livre posicionamento das


paredes a critério do cliente;
 Elimina viga de fundação (baldrame);

 Elimina contrapiso. 169


Preparação para concretagem do radier
Radier
Radier
Radier
Radier
Radier
OUTRAS ESTRUTURAS

Bloco de coroamento: tem o objetivo de


transmitir as cargas da estrutura para a
fundação. Tem forma variável, podendo
reunir uma ou mais estacas.
Pilar Bloco de coroamento

Pilar

Estacas

177
Arrasamento de estacas para montagem do bloco

178
Forma e armadura do bloco

179
Concretagem de bloco de coroamento
Bloco concretado
Bloco desformado
Bloco de coroamento (Curitiba). O prédio com 156 m de altura e 44
pavimentos. Com 800 m³ de concreto, com 3 metros de altura e 120
toneladas de aço, com fck de 40 MPa, com a adição de gelo e cimento
pozolânico (redução da temperatura do concreto e do gradiente térmico
entre a superfície e o centro do bloco).

183
VIGA DE EQUILÍBRIO

Elemento estrutural que recebe as cargas


de um ou dois pilares (ou pontos de
carga) e é dimensionado de modo a
transmiti-las centradas às fundações.

184
Viga de equilíbrio

185
Prédio histórico passa por obra inédita de construção de andares no
subsolo.

https://www.youtube.com/watch?v=9h_lK96oh8g&feature=youtu.be
186
EXERCÍCIO 2

Cada grupo irá se reunir e responder o


Exercício 2 que está na aba “Atividades”
dentro do “material de aula”.

Até o final da aula de hoje cada aluno


deverá postar individualmente no
Blackboard as respostas das perguntas que
estão no arquivo (Word).

Obs: Não enviar respostas por e-mail.


REFERÊNCIAS

BUDHU, Muni. Fundações e Estruturas de Contenção. LTC,


09/2013.
MENDONÇA, Antonio Valter Rodrigues de, DAIBERT, João Dalton.
Equipamentos e Instalações para Construção Civil. Érica,
06/2014.
PINHEIRO, Antonio Carlos da Bragança, CRIVELARO, Marcos.
Qualidade na Construção Civil. Érica, 06/2014.
TINOCO, Hênio F. F.. Responsabilidade social na construção
civil. 2013. ALCONPAT Internacional (Boletim Técnico 10).
Disponível em: < http://www.phd.eng.br/wp-
content/uploads/2014/06/bt64.pdf>. Acesso em: 23-out-2017.

188
REFERÊNCIAS

MEDEIROS, Jonas Silvestre. Construção – 101 Perguntas e


Respostas: Dicas de Projetos, Materiais e Técnicas. Minha
Editora, 01/2013.
PINHEIRO, Antonio Carlos da Bragança, CRIVELARO, Marcos,
PINHEIRO, Renato Bragança. Projetos de Fundações e
Terraplenagem. Érica, 06/2015.
PEREIRA, Adriana Camargo. Sustentabilidade,
responsabilidade social e meio ambiente. 1. ed. São Paulo:
Saraiva, 01/2008.
BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do Trabalho na
Construção Civil. Atlas, 05/2015.

189
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR


5682 - Contratação, execução e supervisão de
demolições. Rio de Janeiro, ABNT, 1977.
CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações:
mecânica das rochas, fundações e obras de terra. V. 2ed. LTC,
4ª ed. CAP. 11 e 12.
HACHICH, W. et al. Fundações: teoria e prática. ED. PINI, 2ª
ed. CAP. 3, 15 e 16. CARDÃO, CELSO. Técnica da Construção. 2
ed. Belo Horizonte : Arquitetura e Engenharia, 1969.
Recomendações técnicas de procedimentos: escavações,
fundações e desmonte de rochas. FUNDACENTRO. 2002.
http://www.abms.com.br/Documentos/PalestraUFU-ALaura.pdf

190
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR


12721 - Avaliação de custos de construção para incorporação
imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios. Rio de
Janeiro, ABNT, 2006.
SHIMIZU, J. Y. Movimento de terra. PCC – 2435: Tecnologia da
construção de edifícios. São Paulo: 2002.
ftp://ftp.sp.gov.br/ftpder/normas/IP-DE-C00-005_A.pdf
http://obras.rio.rj.gov.br/index2.cfm?sqncl_publicacao=804
http://wwwp.coc.ufrj.br/teses/mestrado/geotecnia/2006/Teses/S
ILVA_AMBG_06_t_M_geo.pdf
NR 18
NR 19 - Explosivos
NR 22 – Trabalhos subterrâneos
NBR-5629/96 – Tirantes 191

NBR 11682 – Estabilidade das encostas


REFERÊNCIAS
NBR 6122 – Projetos de fundações
http://www.feciv.ufu.br/disciplinas/TCC1/Aula06Fundacoes.pdf
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=
59
http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Cap%EDtul
o2-%20Funda%E7%F5es.pdf
YAZIGI, W. A técnica de edificar. 6ed. rev e ampl. São Paulo:
Pini, 2004.
http://www.saplei.eesc.usp.br/comum/moita%20fer/tec/Apostila
%20Funda%C3%A7%C3%B5es.pdf
FUNDAÇÕES: Teoria e prática. 2ed. São Paulo: PINI, 1998.

192

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