Resenha crítica do Capítulo dois do livro: “O desenvolvimento como
liberdade”, de Amartya Sen.
Joseane Aparecida Gomes dos Reis
Direito, 1º Semestre, noite.
O objetivo proposto neste capítulo em questão, denominado: Os fins e os
meios do desenvolvimento, de Amartya Sen, é trazer luz à discussão sobre o conceito de desenvolvimento político-social e a expansão da liberdade. É uma premissa que propõe a defesa de garantia de direitos civis básicos em diversas categorias da sociedade, como o direito à saúde, letramento, alimentação, dentre outros “processos de expansão da liberdade”, segundo o autor. Essa Ideia contrasta com outras abordagens que negligenciam essas preocupações com os direitos civis, e que consideram que o processo de desenvolvimento necessitaria ser rígido, negando auxilio aos problemas econômicos da classe mais baixa da sociedade. O “desenvolvimento” é definido como um processo de expansão da liberdade, na qual os indivíduos já gozam naturalmente; sendo assim o aumento da liberdade é o principal meio para o desenvolvimento. O autor classifica como “papel constitutivo” aquele que valora o enriquecimento da vida humana com elementos essenciais para a sua sobrevivência, buscando evitar a fome, mortalidade precoce, doenças que podem ser evitáveis, acesso à atuação política, direito à educação de qualidade, entre outros. O “papel instrumental” da liberdade contextualiza sobre como os diferentes tipos de oportunidades e direitos podem contribuir no crescimento da humanidade, promovendo dessa forma o seu desenvolvimento. Segundo Amartya, o aumento de ações voltadas para a população mais carente da sociedade permite trazer força para as pessoas, impulsionando-as positivamente, e que os investimentos em ações sociais que visem a melhoria da educação e saúde, aumentam a expectativa de vida do ser humano, e contribuem para o desenvolvimento econômico do país, o que contrasta com a ideia de que o investimento no ser humano só seria possível em um país rico. O autor consegue compilar as demandas as quais se propõe debater, e mescla os pontos da discussão de forma eloquente, não restaram dúvidas sobre como seu ponto de vista e estudo é essencial para o debate sobre a democracia, esta tão ameaçada em um país como o Brasil. No texto ficou claro que linhas de pensamento contrárias às demandas sociais não possuem base de sustentação, e que são favoráveis a um tipo de pensamento elitista que não permite o exercício das causas sociais necessárias e urgentes em um país. O capítulo reforça que a liberdade humana é o principal meio para seu desenvolvimento, e que a força do indivíduo depende da disposição do estado em fornecer melhorias para o seu crescimento.