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NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

DO OBJETIVO
5.1 A CIPA tem como objetivo a prevençã o de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o
trabalho com a preservaçã o da vida e a promoçã o da saú de do trabalhador.
DA CONSTITUIÇÃO
5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular
funcionamento as empresas privadas, pú blicas, sociedades de economia
mista, ó rgã os da administraçã o direta e indireta, instituiçõ es beneficentes,
associaçõ es recreativas, cooperativas, bem como outras instituiçõ es que
admitam trabalhadores como empregados.
5.3 As disposiçõ es contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos
trabalhadores avulsos e à s entidades que lhes tomem serviços,
observadas as disposiçõ es estabelecidas em NR’s de setores econômicos
específicos.
5.4 Revogado
5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial
estabelecerã o, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de
integraçã o com objetivo de promover o desenvolvimento de açõ es de
prevençã o de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações
de uso coletivo, podendo contar com a participaçã o da administraçã o do
mesmo.
DA ORGANIZAÇÃO
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta
NR, ressalvadas as alteraçõ es disciplinadas em atos normativos para
setores econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serã o
por eles designados.
5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serã o
eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de
filiaçã o sindical, exclusivamente os empregados interessados.
5.6.3 O nú mero de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento
previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas
em atos normativos de setores econômicos específicos.
5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos
desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos
empregados, através de negociação coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duraçã o de 01 ano,
permitida 01 reeleição.
5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado
eleito para cargo de direção de CIPA desde o registro de sua
candidatura até 01 ano após o final de seu mandato.
5.9 Serã o garantidas aos membros da CIPA condiçõ es que nã o
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado
o disposto nos pará grafos 1º e 2º do artigo 469, da CLT:
§ 1º - Nã o estã o compreendidos na proibiçã o deste artigo: os empregados
que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham
como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra
de real necessidade de serviço.
§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento
em que trabalhar o empregado.
5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a
representaçã o necessá ria para a discussã o e encaminhamento das soluçõ es
de questõ es de segurança e saú de no trabalho analisadas na CIPA.
5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes dos empregados escolherã o entre os titulares o
vice-presidente.
5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serã o, empossados no 1º
dia útil apó s o término do mandato anterior.
5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão,
sendo neste caso necessária a concordância do empregador.
5.14 A documentaçã o referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as
atas de eleiçã o e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias,
deve ficar no estabelecimento à disposiçã o da fiscalizaçã o do MTE.
5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao
Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada.
5.14.2 O empregador deve fornecer có pias das atas de eleiçã o e posse aos
membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo.
5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido,
bem como nã o poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de
empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das
atividades do estabelecimento.
DAS ATRIBUIÇÕES
5.16 A CIPA terá por atribuição:
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,
com a participaçã o do maior nú mero de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a açã o preventiva na soluçã o
de problemas de segurança e saú de no trabalho;
c) participar da implementaçã o e do controle da qualidade das medidas de
prevençã o necessá rias, bem como da avaliaçã o das prioridades de açã o nos
locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificaçõ es nos ambientes e condiçõ es de
trabalho visando a identificaçã o de situaçõ es que venham a trazer riscos
para a segurança e saú de dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reuniã o, avaliaçã o do cumprimento das metas fixadas em
seu plano de trabalho e discutir as situaçõ es de risco que foram
identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informaçõ es relativas à SST;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussõ es promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alteraçõ es no ambiente e processo
de trabalho relacionados à SST;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à SST;
i) colaborar no desenvolvimento e implementaçã o do PCMSO e PPRA e de
outros programas relacionados à segurança e saú de no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das NR’s, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à SST;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador,
da aná lise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas
de soluçã o dos problemas identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informaçõ es sobre questõ es que
tenham interferido na segurança e saú de dos trabalhadores;
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevençã o de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevençã o da AIDS.
5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios
necessá rios ao desempenho de suas atribuiçõ es, garantindo tempo
suficiente para a realizaçã o das tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:


a) participar da eleiçã o de seus representantes;
b) colaborar com a gestã o da CIPA;
c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situaçõ es de riscos e
apresentar sugestõ es para melhoria das condiçõ es de trabalho;
d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendaçõ es quanto à
prevençã o de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:
a) convocar os membros para as reuniõ es da CIPA;
b) coordenar as reuniõ es da CIPA, encaminhando ao empregador e ao
SESMT, quando houver, as decisõ es da comissã o;
c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;
5.20 Cabe ao Vice-Presidente:
a) executar atribuiçõ es que lhe forem delegadas;
b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporá rios;
5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as
seguintes atribuições:
a) cuidar para que a CIPA disponha de condiçõ es necessá rias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
c) delegar atribuiçõ es aos membros da CIPA;
d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e) divulgar as decisõ es da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
f) encaminhar os pedidos de reconsideraçã o das decisõ es da CIPA;
g) constituir a comissão eleitoral.
5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:
a) acompanhar as reuniõ es da CIPA e redigir as atas apresentando-as para
aprovaçã o e assinatura dos membros presentes;
b) preparar as correspondências; e
c) outras que lhe forem conferidas.

DO FUNCIONAMENTO
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o
calendário preestabelecido.
5.24 As reuniõ es ordiná rias da CIPA serã o realizadas durante o expediente
normal da empresa e em local apropriado.
5.25 As reuniõ es da CIPA terã o atas assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.
5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposiçã o da fiscalizaçã o do
MTE.
5.27 Reuniões extraordinárias deverã o ser realizadas quando:
a) houver denú ncia de situaçã o de risco grave e iminente que determine
aplicaçã o de medidas corretivas de emergência;
b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c) houver solicitação expressa de uma das representaçõ es.
5.28 As decisõ es da CIPA serã o preferencialmente por consenso.
5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociaçã o
direta ou com mediaçã o, será instalado processo de votação, registrando-
se a ocorrência na ata da reunião.
5.29 Das decisõ es da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante
requerimento justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideraçã o será apresentado à CIPA até a próxima
reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-
Presidente efetivar os encaminhamentos necessá rios.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por
suplente, quando faltar a mais de 04 reuniões ordinárias sem
justificativa.
5.31 A vacâ ncia definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será
suprida por suplente, obedecida a ordem de colocaçã o decrescente que
consta na ata de eleiçã o, devendo os motivos ser registrados em ata de
reuniã o.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador
indicará o substituto, em 02 dias úteis, preferencialmente entre os
membros da CIPA.
5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros
titulares da representação dos empregados, escolherã o o substituto, entre
seus titulares, em 02 dias úteis.
5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o
empregador deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as
exigências estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos
prazos, que devem ser reduzidos pela metade.
5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral
extraordinário deve ser compatibilizado com o mandato dos demais
membros da Comissã o.
5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordiná rio deve
ser realizado no prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da
posse.
DO TREINAMENTO
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,
titulares e suplentes, antes da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em 1º mandato será realizado no prazo
máximo de 30 dias, contados a partir da data da posse.
5.32.2 As empresas que nã o se enquadrem no Quadro I, promoverã o
anualmente treinamento para o designado responsável pelo
cumprimento do objetivo desta NR.
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os
seguintes itens:
a) estudo do ambiente, das condiçõ es de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;
b) metodologia de investigaçã o e aná lise de acidentes e doenças do trabalho;
c) noçõ es sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposiçã o
aos riscos existentes na empresa;
d) noçõ es sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e
medidas de prevençã o;
e) noçõ es sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
SST;
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
g) organizaçã o da CIPA e outros assuntos necessá rios ao exercício das
atribuiçõ es da Comissã o.
5.34 O treinamento terá carga horária de 20 horas, distribuídas em no
máximo 08 horas diárias e será realizado durante o expediente normal
da empresa.
5.35 Revogado
5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive
quanto à entidade ou profissional que o ministrará , constando sua
manifestaçã o em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou
profissional que ministrará o treinamento.
5.37 Revogado

DO PROCESSO ELEITORAL
5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos
representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 dias
antes do término do mandato em curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do
processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirã o dentre seus
membros, no prazo mínimo de 55 dias antes do término do mandato em
curso, a Comissão Eleitoral - CE, que será a responsá vel pela organizaçã o e
acompanhamento do processo eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral
será constituída pela empresa.
5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a) publicação e divulgação de edital, em locais de fá cil acesso e
visualizaçã o, no prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato
em curso;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para
inscrição será de 15 dias;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 dias antes do término
do mandato da CIPA, quando houver;
f) realizaçã o de eleiçã o em dia normal de trabalho, respeitando os horá rios
de turnos e em horá rio que possibilite a participaçã o da maioria dos
empregados.
g) voto secreto;
h) apuração dos votos, em horá rio normal de trabalho, com
acompanhamento de representante do empregador e dos empregados,
em número a ser definido pela comissão eleitoral;
i) faculdade de eleiçã o por meios eletrô nicos;
j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição,
por um período mínimo de 05 anos.
5.41 Havendo participação inferior a 50% dos empregados na votação,
não haverá a apuração dos votos e a comissã o eleitoral deverá organizar
outra votação, que ocorrerá no prazo máximo de 10 dias.
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverã o ser protocolizadas
na unidade descentralizada do MTE, até 30 dias após a data da posse
dos novos membros da CIPA.
5.42.1 Compete a unidade descentralizada do MTE, confirmadas
irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correçã o ou
proceder a anulaçã o quando for o caso.
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleiçã o no prazo de
05 dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até
a complementação do processo eleitoral.
5.43 Assumirã o a condiçã o de membros titulares e suplentes, os candidatos
mais votados.
5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de
serviço no estabelecimento.
5.45 Os candidatos votados e nã o eleitos serã o relacionados na ata de
eleiçã o e apuraçã o, em ordem decrescente de votos, possibilitando
nomeaçã o posterior, em caso de vacâ ncia de suplentes.

DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS


5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de
serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicaçã o desta NR, o
local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que 02 ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá , em
conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos
de integraçã o e de participaçã o de todos os trabalhadores em relaçã o à s
decisõ es das CIPA existentes no estabelecimento.
5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo
estabelecimento, deverã o implementar, de forma integrada, medidas de
prevençã o de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR,
de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e
saú de a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessá rias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores
lotados naquele estabelecimento recebam as informaçõ es sobre os riscos
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de
proteçã o adequadas.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessá rias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saú de no trabalho.

MAPA DE RISCOS
A CIPA não tem como atribuição fazer avaliações quantitativas para
identificação dos riscos. A atribuição de medir e quantificar é do SESMT, ou
do responsável pelo PPRA. A CIPA deve identificar os riscos para poder
elaborar o mapa de riscos, que é uma metodologia de avaliação
qualitativa e subjetiva dos riscos presentes no trabalho.
A NR 5 não mais estabelece a metodologia para a elaboração do mapa de
riscos, ficando aberta a possibilidade de utilização de metodologias mais
avançadas. Nada impede, porém, que se adote a metodologia estabelecida em
redação anterior da NR 5.

ETAPAS DE ELABORAÇÃ O:
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:
- os servidores: nú mero, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saú de, jornada de trabalho;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.
b) identificar os riscos existentes no local analisado;
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficá cia:
- medidas de proteçã o coletiva;
- medidas de organizaçã o do trabalho;
- medidas de proteçã o individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavató rios, vestiá rios, armá rios,
bebedouro, refeitó rio, á rea de lazer, etc.
d) identificar os indicadores de saú de:
- queixas mais freqü entes e comuns entre os servidores expostos aos
mesmos riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout do ó rgã o, indicando através de
círculos:
- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
- o nú mero de trabalhadores expostos ao risco;
- a especificaçã o do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, á cido
clorídrico; ou ergonô mico – repetitividade, ritmo excessivo);
- a intensidade do risco, de acordo com a percepçã o dos trabalhadores, que
deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos
círculos.

CLASSIFICAÇÃ O DOS RISCOS AMBIENTAIS:


GRUPO I – AGENTES FÍSICOS
Sã o considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que possam
estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibraçã o, pressõ es
anormais, temperaturas extremas, radiaçõ es ionizantes, radiaçõ es nã o
ionizantes, bem como, o infra-som e o ultra-som.
· Riscos à saú de
Ruídos: provocam cansaço, irritaçã o, dores de cabeça, diminuiçã o da
audiçã o (surdez temporá ria, surdez definitiva e trauma acú stico), aumento
da pressã o arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de
infarto.
Vibrações: cansaço, irritaçã o, dores nos membros, dores na coluna, doença
do movimento, artrite, problemas digestivos, lesõ es ó sseas, lesõ es dos
tecidos moles, lesõ es circulató rias.
Calor ou frio extremos: taquicardia, aumento da pulsaçã o, cansaço,
irritaçã o, fadiga térmica, prostraçã o térmica, choque térmico, perturbaçã o
das funçõ es digestivas, hipertensã o.
Radiações ionizantes: alteraçõ es celulares, câ ncer, fadiga, problemas
visuais, acidentes do trabalho.
Radiações não ionizantes: queimaduras, lesõ es na pele, nos olhos e em
outros ó rgã os. É muito importante saber que a presença de produtos ou
agentes no local de trabalho como, por exemplo, radiaçõ es infravermelhas,
presentes em operaçõ es de fornos, de solda oxiacetilênica; ultravioleta,
produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou agravar
problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesõ es na pele, etc.). Mas isto
nã o quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saú de, pois
depende da combinaçã o de muitas condiçõ es como a natureza do produto, a
sua concentraçã o, o tempo e a intensidade que a pessoa fica exposta a eles,
por exemplo.
Umidade: doenças do aparelho respirató rio, da pele e circulató rias, e
traumatismos por quedas.
Pressões anormais: embolia traumá tica pelo ar, embriaguez das
profundidades, intoxicaçã o por oxigênio e gá s carbô nico, doença
descompressiva.
GRUPO II – AGENTES QUÍMICOS
Sã o considerados agentes químicos as substâ ncias, compostos ou produtos
que possam penetrar no organismo pela via respirató ria, nas formas de
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposiçã o, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestã o.
Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo
humano, causando problemas de saú de, sã o: gases, vapores e névoas;
aerodispersó ides (poeiras e fumos metá licos).
Aerodispersóides: ficam em suspensã o no ar em ambientes de trabalho,
podem ser poeiras minerais, vegetais, alcalinas, incô modas ou fumos
metá licos:
- Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto,
carvã o mineral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto),
pneumoconioses (ex.: carvã o mineral, minerais em geral).
- Poeiras vegetais: sã o produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo,
de bagaço de cana de açú car e de algodã o, que causam bagaçose e bissinose,
respectivamente.
- Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcá rio, causando doenças
pulmonares obstrutivas crô nicas, como enfisema pulmonar.
- Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos
presentes no ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saú de,
- Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como
chumbo, manganês, ferro, etc., causando doença pulmonar obstrutiva
crô nica, febre de fumos metá licos, intoxicaçõ es específicas, de acordo com o
metal.
· Riscos à saú de
Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou
anestésicos:
Efeitos irritantes: sã o causados, por exemplo, por á cido clorídrico, á cido
sulfú rico, amô nia, soda cá ustica, cloro, que provocam irritaçã o das vias
aéreas superiores.
Efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano,
acetileno, dió xido de carbono, monó xido de carbono e outros causam dor de
cabeça, ná useas, sonolência, convulsõ es, coma e até morte.
Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgâ nicos assim como o
butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno,
á lcoois, tolueno, tem açã o depressiva sobre o sistema nervoso central,
provocando danos aos diversos ó rgã os. O benzeno especialmente é
responsá vel por danos ao sistema formador do sangue.

GRUPO III - AGENTES BIOLÓGICOS


Sã o considerados agentes bioló gicos os bacilos, bactérias, fungos,
protozoá rios, parasitas, vírus, entre outros.
Os riscos bioló gicos surgem do contato de certos microrganismos e
animais peçonhentos com o homem em seu local de trabalho. Assim pode
haver exposiçã o a animais peçonhentos como cobras e escorpiõ es, bem
como as aranhas, insetos e ofídios peçonhentos.
· Riscos à saú de
Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxicação alimentar,
fungos (microrganismos causadores de infecçõ es), brucelose, malária,
febre amarela.
As formas de prevençã o para esses grupos de agentes bioló gicos sã o:
vacinaçã o, esterilizaçã o, higiene pessoal, uso de EPI, ventilaçã o, controle
médico e controle de pragas.

GRUPO IV - AGENTES ERGONÔMICOS


Sã o os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de
trabalho às características psicofisioló gicas do trabalhador.
Entre os agentes ergonô micos mais comuns estã o:
-trabalho físico pesado;
-posturas incorretas;
-posiçõ es incô modas;
-repetitividade;
-monotonia;
-ritmo excessivo;
-trabalho em turnos e trabalho noturno;
-jornada prolongada.
· Riscos à saú de
Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posiçõ es incô modas: provocam
cansaço, dores musculares e fraqueza, além de doenças como hipertensão
arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono,
acidentes, problemas de coluna, etc.
Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada,
conflitos, excesso de responsabilidade: provocam desconforto, cansaço,
ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, ú lcera), dores
musculares, fraqueza, alteraçõ es no sono e na vida social (com reflexos na
saú de e no comportamento), hipertensã o arterial, taquicardia, cardiopatias
(angina, infarto), tenossinovite, diabetes, asmas, doenças nervosas, tensã o,
medo, ansiedade.
GRUPO V - AGENTES DE ACIDENTES (MECÂNICOS)
Sã o arranjos físicos inadequados ou deficientes, má quinas e equipamentos,
ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade,
sinalizaçã o, perigo de incêndio ou explosão, transporte de materiais,
edificaçõ es, armazenamento inadequado, etc.
Arranjo físico: quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e
desgaste físico excessivo nos servidores. Má quinas sem proteçã o: podem
provocar acidentes graves.
Instalações elétricas deficientes: trazem riscos de curto circuito, choque
elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes fatais.
Matéria prima sem especificação e inadequada: acidentes, doenças
profissionais, queda da qualidade de produçã o.
Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussã o
principalmente nos membros superiores.
Falta de EPI ou EPI inadequado ao risco: acidentes, doenças profissionais.
Transporte de materiais, peças, equipamentos sem as devidas
precauções: acidentes.
Edificações com defeitos de construção a exemplo de piso com desníveis,
escadas com ausência de saídas de emergência, mezaninos sem proteçã o,
passagens sem a altura necessá ria: quedas, acidentes. Falta de sinalizaçã o
das saídas de emergência, da localizaçã o de escadas e rotas de fuga, alarmes,
de incêndios: falha no atendimento as emergências, acidentes.
Armazenamento e manipulaçã o inadequados de inflamá veis e gases, curto
circuito, sobrecargas de redes elétricas: incêndios, explosõ es.
Armazenamento e transporte de materiais: a obstruçã o de á reas traz riscos
de acidentes, de quedas, de incêndio, de explosã o etc.
Equipamento de proteção contra incêndios: quando deficiente ou
insuficiente, traz efetivos riscos de incêndios.
Sinalização deficiente: falta de uma política de prevençã o de acidentes, nã o
identificaçã o de equipamentos que oferecem risco, nã o delimitaçã o de á reas,
informaçõ es de segurança insuficientes etc. comprometem a saú de
ocupacional dos servidores.

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