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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SÃO PAULO

ENGENHARIA CIVIL - FÍSICA EXPERIMENTAL 2

RELATÓRIO 1 - OSCILADOR HARMÔNICO

Movimento Harmônico Simples (MHS) - Sistema Massa-Mola

Felipe Ferreira do Santos Júnior - SP3031306

Gustavo Tazawa Diniz - SP303254x

Rubens Einstein de Carvalho - SP3023371

Yumi Waki Kato - SP3011976

Física Experimental 2

Professores: José Paulo Cury Kirkorian


Winston Gomes Schmiedecke

São Paulo, SP

15/12/2020
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

 Haste fixa;
 Molas;
 Tabela com valores das constantes elásticas das molas;
 Massores diversos;
 Régua plástica;
 Fita adesiva;
 Câmera digital (aparelho celular);
 Software Tracker (para obtenção de dados a partir de vídeos).
 Gancho metálico (fixação do massor junto às molas paralelas)
 Placa metálica com furos (fixação do massor junto às molas paralelas)

OBJETIVO

O presente experimento tem como objetivo investigar o comportamento de um


pêndulo de molas, que consiste em uma única ou uma associação de molas
suspensas na vertical, nas quais uma massa é adicionada à extremidade inferior da
mola. O principal objetivo é investigar qual grandeza (amplitude, constante elástica
da mola ou massa) tem maior influência no período de oscilação desse sistema
massa-mola.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para realizar o procedimento, a haste metálica foi posicionada na frente de


uma parede branca para possibilitar melhor qualidade e visualização no vídeo. Uma
extremidade da mola foi presa à haste na parte superior enquanto a outra prendia os
pesos conforme a configuração das análises. O mesmo ocorria com as molas, que
foram postas dado às disposições pretendidas. O cronômetro também foi preso ao
corpo da haste metálica próximo à massa, assim como a régua, ambos de forma
que, ao deslocar o peso, ainda se enquadram dentro do quadro de captura do vídeo
de forma legível.

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Todos os vídeos foram analisados no software Tracker, para obtenção de
maior precisão do período foi analisada a oscilação da mesma ao ser deslocada de
seu ponto de equilíbrio. Todos os movimentos filmados pela câmera do celular foram
analisados no software Tracker para a obtenção dos pontos experimentais com
maior precisão no período. Nele, foi calibrada a escala de comprimento (dado em
metros) para então determinar a distância correspondente do bastão de medição. A
origem do sistema de coordenadas, que o programa se encarrega de rastrear
durante o movimento, é definida no local em que o gancho se encontra com o
massor.
Primeira análise: O primeiro vídeo trata-se de um sistema com configuração
vertical que contém apenas uma mola com massa de 500 gramas. Nesta primeira
etapa, a massa foi deslocada variando a amplitude nas quatro tentativas que
sucederam, seguindo a ordenação do menor para o maior distanciamento do ponto
de equilíbrio. O grupo considerou a média do tempo total de 10 períodos para não
propagar o erro ao longo das pausas necessárias à visualização do cronômetro.
Segunda análise: A segunda situação envolve variadas configurações de
mola e massa iguais, sendo estas:
● Duas molas em paralelo
● Três molas em paralelo
● Conjunto misto (paralelo + série)
● Duas molas em série

Com diferentes constantes envolvidas, foi aplicado um deslocamento


semelhante a todas variando entre 5 a 7 centímetros, aproximadamente. Dessa
forma, foi realizado o mesmo procedimento da primeira análise para cada uma das
situações, onde o tempo observado dado foi dividido pelo correspondente número
de períodos.

Terceira análise: No terceiro vídeo as massas foram variadas dentro de um


sistema composto por apenas uma mola e foi observado as amplitudes em relação à
tal variação de forma aplicado sobre a mola.

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RESULTADOS E ANÁLISES

Tabela 1 – Período (T) em segundos (s), em função da massa (m) em quilogramas


(kg).

m [kg] 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

T [s] 0,562 0,661 0,750 0,830 0,903 0,965

Gráfico 1 – Utilizando os dados da tabela 1, Período (T) em segundos, em função


da massa (m) em quilogramas (kg).

Curva parametrizada pelo software SciDAVis: y = -0,445x² + 1,206x + 0,339

Linearização:

Tabela 2 – Quadrado do período (T²) em segundos ao quadrado (s²), em função da


massa (m) em quilogramas (kg).

m [kg] 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

T² [s²] 0,316 0,437 0,563 0,689 0,815 0,931

Gráfico 2 – Utilizando os dados da tabela 2, Quadrado do período (T²) em segundos


ao quadrado (s²), em função da massa (m) em quilogramas (kg).
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Erro percentual da constante elástica (k):

Coeficiente angular do gráfico:

Tabela 3 – Período (T) em segundos (s), em função da amplitude (A) em metros (m).

A [m] 0,052 0,082 0,142 0,188

T [s] 0,560 0,560 0,560 0,560

Gráfico 3 – Utilizando os dados da tabela 3, Período (T) em segundos (s), em


função da amplitude (A) em metros (m).
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O valor do período T não depende da amplitude A, pois ao alterar o valor de A nada
interfere em T.

Tabela 4 - Período (T) em segundos (s), em função da constante elástica (k) em


Newtons por metro (N/m).

Arranjo das molas k [N/m] T [s]

3 molas paralelo (k24, k28 e k10) 94,793 0,523

2 molas paralelo (k10 e k28) 63,453 0,532

1 mola (k28) 32,172 0,820

Molas mistas (k10, k28 e k24) 20,959 1,040

2 molas série (k10 e k28) 15,860 1,188

Gráfico 4 – Utilizando os dados da tabela 4, Período (T) em segundos (s), em


função da constante elástica (k) em Newtons por metro (N/m).

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Curva parametrizada pelo software SciDAVis: y = -1,817x³ + 0,000485x² - 0,0426x +
1,744

Linearização:

Tabela 5 - Período (T) em segundos (s), em função da constante elástica elevada a


menos meio (k(-0,5)) em Newtons por metro elevado a menos meio((N/m)(-0,5)).

k(-0,5) [(N/m)(-0,5)] 0,103 0,126 0,176 0,218 0,251

T [s] 0,520 0,532 0,820 1,040 1,188

Gráfico 5 – Utilizando os dados da tabela 5, Período (T) em segundos (s), em


função da constante elástica elevada a menos meio (k(-0,5)) em Newtons por metro
elevado a menos meio ((N/m)(-0,5)).

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Erro percentual da massa (m):

Coeficiente angular do gráfico:

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Após o cálculo do erro percentual, pudemos estudar suas implicações que


influenciaram num valor de 2,36% para a constante elástica e 15,8% para a massa.
Apesar de ter sido feita uma convenção quanto a análise dos períodos, como
determinar como parâmetro de visualização o gancho ou utilização do mesmo
software e seus recursos (zoom e tempo de resposta), não garantem a precisão na
obtenção de dados em vista da diferença do olho clínico de cada um dos integrantes

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do grupo, assim como variações dos momentos de início e fim imperceptíveis em
meio aos quadrantes do próprio programa. Outro agravante que interferiu foi a falta
de prumo e nivelamento da régua, o suficiente para distorcer as medidas reais,
assim como a qualidade do vídeo que, ao dar zoom, dificultou a localização dos
pontos correspondentes a tais medidas que se apresentaram distorcidas. Esse
último foi ainda mais agravado devido à qualidade da imagem, o que rendeu maior
tempo de análise e possibilitou a ocorrência de maiores incompatibilidades nas
medições. Ainda que inferior, também consideramos que o enquadramento amador
de alguns vídeos (captação do movimento de forma inclinada ou não totalmente
retilínea) influenciou na distorção das imagens quanto a profundidade, fato relevante
já que todas as análises são feitas somente em dois eixos.

Além disso, é notório destacar que o movimento harmônico simples, sistema


massa-mola, está presente em diversas situações do cotidiano. Uma delas é a
utilização de molas nos trilhos metroferroviários São Paulo, na Companhia Metrô. O
sistema é utilizado para atenuar as vibrações causadas pelo tráfego de trens, que
causam desconforto e pequenos tremores às edificações vizinhas 1. Outro exemplo
de tecnologia utilizando o sistema de molas é em construções japonesas, nas quais
são utilizados amortecedores, sob os edifícios, a fim de absorverem a tremedeira no
momento de um terremoto. Em construções mais simples, os materiais são feitos de
borracha, e nas mais complexas, os equipamentos são controlados
eletronicamente2.

Ainda, é possível relacionar o modelo vigente de matéria com um sistema


massa-mola. Antes de tudo, sabe-se que entre as moléculas (contendo mais de dois
átomos) ocorre o que é chamada de “vibração molecular”, sendo de “vibrações de
estiramento” e “deformação angular”. A primeira seria uma variação contínua na
distância interatômica da ligação entre os átomos e a segunda seria pela variação

1
Coordenadoria de Via Permanente, Metrô SP. Sistemas Atenuadores De Vibrações Causadas
Pelo Tráfego De Trens, Metodologia De Dimensionamento E Homologação Adotada Pela Área De
Superestrutura De Via Permanente Da Companhia Do Metropolitano De São Paulo. São Paulo, 2007.
Disponível em: http://www.aeamesp.org.br/biblioteca/stm/13SMTF070829T25.pdf. Acesso em: 13
dez. 2020.
2
O Japão e a incrível Engenharia Antissísmica (terremoto). Constru 360°. 27 abr. 2016. Disponível
em: https://constru360.com.br/o-japao-e-a-incrivel-engenharia-anti-sismica-terremoto/. Acesso em: 13
dez. 2020.

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angular entre duas ligações. No MHS, ocorre uma vibração de estiramento: quando
o sistema entra em movimento, os átomos se deslocam tendo uma variação entre as
partículas3 4.

Ademais, caso haja uma comparação entre o período e a amplitude entre


Santos, cidade paulista em nível do mar, e La Rinconada, cidade peruana a 5100
metros de altitude, nota-se que o período será maior em Santos, uma vez que o
corpo oscilante está sujeito a uma aceleração maior, a gravidade. O mesmo vale
para a amplitude, já que ela será menor em La Rinconada, dada a menor
gravidade5.

Por fim, podemos relacionar o MCU (movimento circular uniforme) com o


MHS (movimento harmônico simples). Para isso, consideramos uma partícula
descrevendo um MCU ao longo de um círculo de raio R, incidindo um feixe de luz da
esquerda para a direita sobre esse dispositivo, e posteriormente projetamos esse
MCU num eixo x, podemos observar um MHS. O mesmo seria observado se
fizermos isso para um sistema massa mola, e iremos obter o mesmo resultado.
Outro ponto importante, é que o sistema massa mola tem a ajuda da força elástica
para buscar a posição de equilíbrio, também conhecida como força restauradora, o
que também nos permite associar esse movimento ao MCU 6 7.

3
Silva, Júlio César Monteiro da. Oscilações Não-Lineares. 2006. Monografia (Licenciatura Plena em
Física) Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2006. Disponível em:
http://www.infis.ufu.br/infis_sys/pdf/JULIO%20CESAR%20MONTEIRO%20DA%20SILVA.pdf. Acesso
em: 13 dez. 2020.
4
LACERDA, M. Talita. Espectrometria no infravermelho (FTIR) e espectrometria de ressonância
magnética nuclear (RMN). USP, 2016. Disponível em:
https://documentcloud.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:f037892a-6007-4d9d-85c8-
65b52a0981c7. Acesso em: 12 dez. 2020.
5
SOARES, Domingos. Aceleração da gravidade. Física UFMG, 2003. Disponível em:
http://lilith.fisica.ufmg.br/~dsoares/g/gleigo.htm. Acesso em: 12 dez 2020.
6
COSTA, Ezequiel. Oscilações. USP. Disponível em:
https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fisicaequimica/relacaodedocentes973/ezequielcostasi
queira/notas_aula_prova2.pdf. Acesso em: 12 dez. 2020.
7
TAVARES, Romero. Física ondulatória. UFPB. Disponível em:
http://www.fisica.ufpb.br/romero/objetosaprendizagem/Rived/13Ondas/html/conceitosMassamola.html.
Acesso em: 13 dez. 2020.

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