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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA

Prof.: José Simão Data: 12/05/2017


Disciplina: Estudo do Texto Turma: L
Aluna: Gabriela Lima de Oliveira Matrícula: 11711LET203

RESUMO “Concepções de língua, sujeito, texto e sentido”, de Koch

OBRA
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Concepções de língua, sujeito, texto e sentido. In:
Desvendando os Segredos do Texto. São Paulo: Cortez, 2002. p. 13-20.

O texto de Ingedore trata, neste primeiro capítulo, da apresentação do que é o


texto, suas diversas formas e conceitos adotados no decorrer do tempo. A autora
fragmenta o texto em diversas partes que vão desde a mais básica estrutura do texto: a
linguagem, o verbo até o mais profundo do mesmo, que seria o sentido que buscamos
incessantemente ao ler algo. Ela aponta e explica diversas definições de texto e sentido
das quais se acreditavam antigamente ou se acredita até os dias atuais, refutando algumas
ideias até chegar a sua própria concepção de língua, sujeito, texto e sentido.
O capítulo começa com uma pequena e simples introdução que se refere ao poder
da língua de fazer o leitor imaginar e pensar o que o autor quer. Em seguida, inicia-se
uma problematização com a concepção de língua e sujeito, onde um está fortemente
ligado ao outro e a mudança do segundo influencia diretamente no resultado do primeiro.
Tendo isso explicitado, a autora apresenta três tipos de sujeitos/linguagens, que vão do
mais antigo e equivocado pensamento até o que ela considera aceitável para o
entendimento do texto.
O primeiro conceito apresentado é o de Predomínio, este se resume em acreditar
que a criação de um texto está vinculada ao intelecto do autor, onde a escrita se torna
automática se a ideia é clara na mente de quem escreve, ou seja, a língua é um reflexo do
pensamento. Assim, a quem lê, fica óbvia a intenção do autor, quando este tem um
raciocínio claro e correto.
O segundo conceito, seria o conceito de assujeitamento que, em algumas
interpretações, mostra o autor como um ser sem pensamento próprio, apenas como porta-
voz de uma ideologia maior. Mas, pergunta a autora, até onde vai a invisibilidade das
ideias do autor, uma vez que a ideologia é algo natural em todo ser humano? Em outras
interpretações, no entanto, expõe-se uma relação inicial entre escritor e leitor, onde o
primeiro transpões suas ideias em códigos (a escrita; letras) e o segundo, decodifica a
mensagem com a leitura. A interação, no entanto, não vai além desta troca de mensagens
codificadas, dando a entender que o sentido do texto é algo óbvio, é apenas o que está na
mensagem e não nada oculto.
Por último, Ingedore traz a linguagem como um lugar de interação onde o leitor
não apenas tem a missão de decodificar uma mensagem, mas além disso, ele interpreta a
mensagem que o autor quis passar. Criando-se, assim, uma relação entre o autor, o texto
e o leitor, desta forma os três entram em harmonia e o texto se torna rico em conhecimento
e abrangente em ideais.
Após chegar à conclusão que gostaria quanto à relação de língua e sujeito,
Ingedore inicia novos questionamentos e análises de conceitos já existentes. Focando
então, na concepção de texto e de sentido, deixando claro que estas concepções estão
diretamente ligadas às ideias que se tem do tema anterior.
Se tratando a língua e sujeito a partir da ideia de predomínio tem-se um texto que
representa exatamente o que pensa o autor do mesmo, algo pragmático e lógico em que o
leitor encontra o sentido representado explicitamente no que lê, sabendo exatamente o
que se passa no psicológico do escritor e não obtendo nenhuma reflexão além do que se
encontra no texto.
Quando se tem a língua e sujeito no âmbito do assujeitamento a língua é então,
tida como um código, um instrumento de comunicação, em que o leitor precisa apenas de
domínio do código para entender e se comunicar com o texto, ou o autor do texto.
Finalmente, o último, e que mais agrada a autora, conceito de língua e sujeito, é o
de lugar de interação, onde ocorre um diálogo entre leitor e escritor, e o instrumento de
ambos é o texto, por via dele, e de influências exteriores como contexto histórico e cultura
regional, o leitor pode entender não apenas o que está escrito, mas também o que o autor
gostaria de escrever, a “mensagem” que este passa. Esta relação de autor, texto e leitor,
causa intimidade com o texto lido ou escrito.
Por fim, a autora resume os conceitos citados em “modelos de escrita”, explicando
com mais simplicidade cada um e quando foram ou são usados, se atendo principalmente
ao modelo pragmático, seria este o lugar de interação que ela defende em seu texto. E
então, conclui:
Trata-se, necessariamente de um evento dialógico
(Bakhtin), de interação entre sujeitos sociais –
contemporâneos ou não, co-presentes ou não, do mesmo
grupo social ou não, mas em diálogo constante. (KOCH,
2002. p. 20)

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