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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Definições e conceitos básicos

Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e
suas derivadas. Se a função incógnita depender de uma única variável, tem-se uma
equação diferencial ordinária, caso contrário, uma equação diferencial parcial.
Existe uma quantidade muito grande de problemas que podem ser modelados
matematicamente utilizando-se de equações diferenciais. A teoria das equações
diferenciais é uma poderosa ferramenta que pode ser utilizada para resolver problemas
em todos os ramos da ciência. Talvez a lei de Newton represente o modelo de
equação diferencial ordinária mais conhecido:

mu (t )  f t , u (t ), u (t ) (Lei de Newton) (1)

estabelecendo uma relação entre massa, aceleração e força para o caso de um corpo
sob ação de uma força que pode depender do instante t, da posição u (t ) , da massa m
e da sua velocidade u(t ) .
A equação diferencial,

mu (t )  cu (t )  ku (t )  F (t ) (2)

representa o comportamento de um sistema massa-mola em que m é a massa de um


corpo anexada a uma mola de constante elástica k que pode estar atuando num meio
que proporcione uma resistência c ao movimento, submetida a uma força externa
F (t ) . A posição do corpo em qualquer instante é dada pela função u (t ) .

Pode-se mostrar que a equação diferencial de um circuito elétrico em série do


tipo RLC com carga no capacitor q (t ) , capacitância C , indutância L , resistência R e
voltagem externa E (t ) é:

d 2 q(t ) dq (t ) 1
L 2
R  q (t )  E (t ) (3)
dt dt C

Outros exemplos:
y  2 x  0 (4)
y  5 y  6 y  e x (5)

Algumas equações diferenciais parciais importantes são:

 2 u ( x, y )  2 u ( x, y )
 0 (equação do potencial) (6)
x 2 y 2

 2u ( x, t ) u( x, t )
2  (equação da condução do calor) (7)
x 2 t

1
 2 u ( x, t )  2 u ( x, t )
a2  (equação da onda) (8)
x 2 t 2

Neste texto serão tratadas apenas equações diferenciais do tipo ordinárias.

Ordem

A ordem de uma equação diferencial é definida como sendo a ordem da


derivada de mais alta ordem que aparece na equação.
O exemplo (4) representa uma equação diferencial de ordem 1, enquanto que os
demais representam equações diferenciais de ordem 2.

Uma equação diferencial de ordem n é uma equação da forma

F ( x, y, y , y ( n ) )  0 (9)

Este texto trata apenas de equações do tipo (9) que puderem ser colocadas na
forma:


y ( n)  f x, y, y ,, y ( n1)  (10)

onde f : D  R n1  R sendo D um conjunto aberto do R n1 (isto é, a derivada de


ordem n da função incógnita, pode ser isolada).

Solução

Uma solução para uma equação diferencial ordinária, na função incógnita y e


variável independente x , num intervalo I   ,   é uma função contínua y(x) que
verifica identicamente a equação neste intervalo. Em alguns casos a solução é obtida
como uma função implícita passando a ser chamada solução implícita.
A questão da existência e do número de soluções é estabelecida por um
teorema conhecido como Teorema de Existência e Unicidade de soluções (TEU) e não
será tratada neste texto. Pode-se verificar facilmente que a equação diferencial
y   y  0 admite como uma solução a função y1 ( x)  sen x para qualquer x  R , uma

vez que y1   y1 . É fácil verificar que y2 ( x)  cos x também é uma solução. De modo
geral todas as soluções da equação diferencial y  y  0 são da forma:

y( x )  c1 cos x  c2 sen x , c1 ,c2 constantes (11)

É importante observar que nem toda equação diferencial possui solução (função
real). Por exemplo, y 2  1  0 é um caso.

Em geral uma equação diferencial possui mais de uma solução.

2
Curvas Integrais

As curvas integrais constituem a representação gráfica das soluções de uma


equação diferencial. Abaixo estão representadas algumas funções da forma
y( x)  x 2  c que representam as curvas integrais (soluções), da equação diferencial
y  2 x  0 .

40

30

20

10

x
-4 -2 2 4
-10

-20

Equações diferenciais ordinárias lineares e não-lineares

A equação diferencial de ordem n, F ( x, y, y ,, y ( n ) )  0 é dita linear se F é uma


função linear nas variáveis y, y,, y ( n ) , isto é, a equação diferencial pode ser colocada
na forma:

a0 ( x) y ( n )  a1 ( x) y ( n1)    an ( x ) y  G ( x) (12)

onde a0 ( x)  0 . As funções a0 ( x), a1 ( x), , an ( x) são chamadas de coeficientes da


equação diferencial linear. Se estes coeficientes forem constantes temos uma equação
linear de coeficientes constantes, caso contrário, será uma equação linear de
coeficientes variáveis. Se G ( x)  0 , a equação (12) é dita linear homogênea ou
incompleta, e se G ( x)  0 temos uma equação do tipo linear não-homogênea ou
completa. Caso a equação diferencial não possa ser colocada na forma (12), dizemos
que a mesma é não-linear. Do mesmo modo tem-se o conceito de equação diferencial
parcial do tipo linear, sendo que neste caso os coeficientes passam a ser funções das
variáveis independentes. Os exemplos (2) a (5) representam equações diferencias
ordinárias lineares.

As equações diferenciais que representam um sistema massa-mola (2) e um


circuito RLC (3), constituem exemplos de equações lineares de segunda ordem, com
coeficientes constantes. Uma equação não-linear surge no estudo do problema do
pendulo. Se  é o ângulo que um pendulo de comprimento l faz com a direção vertical
d 2 q
então vale a equação diferencial  sen   0 . Para pequenos valores do ângulo
dt 2 l
 , pode-se assumir que sen    e a equação acima assume a forma linear

3
d 2 q
   0 . Neste caso dizemos que o problema foi linearizado e constitui um
dt 2 l
procedimento útil de resolução de modelos que envolvem equações diferenciais não-
lineares. Obviamente neste caso teremos uma solução aproximada para o problema
real.

Solução geral

Uma característica importante das equações lineares é que sempre é possível


obter um processo geral de resolução, enquanto que para as equações não-lineares
isso pode não ser possível. Para as equações lineares é sempre possível obter uma
expressão y   (x) que contem todas as suas soluções. Esta função é chamada
solução geral e depende de constantes arbitrárias numa quantidade igual à ordem da
equação diferencial. Para cada conjunto de valores destas constantes obtém-se uma
dada solução, que é chamada solução particular. Pode-se mostrar que a solução geral
da equação diferencial y   y  0 é da forma y( x )  c1 cos x  c2 sen x , onde c1 e c2 são
constantes arbitrárias; enquanto que y( x)  2 cos x  3senx é uma solução particular.

Problema de valor inicial e problema de contorno

Um problema de valor inicial (p.v.i.), consiste de uma equação diferencial de


ordem n juntamente com n condições sobre, a função incógnita e as derivadas até a
ordem n  1 , para um mesmo valor da variável independente. Por exemplo:

 y   y  0

 y 0   0 ; y 0   1

é um problema de valor inicial cuja solução é y   ( x)  sen x .

Se as condições não forem para um mesmo valor da variável independente,


temos um problema de contorno. Por exemplo:

 y   y  0

 y 0   0 ; y   1

é um problema de contorno cuja solução é y   ( x)   sen x .

Os problemas de contorno constituem uma classe muito importante para a


engenharia.


O problema de contorno, y   y  0 ; y(0)  1 ; y( )  0 tem como solução
4
(única), a função y x   cos x  senx , e a seguir é apresentado um esboço do seu
gráfico.

4
1

0.5

1 2 3 4 5 6
-0.5

-1

EXERCÍCIOS

Nos problemas 1) a 8) identificar a ordem da equação diferencial e dizer se é linear ou


não-linear. Para as equações lineares classificar em homogênea ou não-homogênea.
1) 2 x 2 y   xy  y  0 (equação de Euler)
 
2) 1  x y   2 xy      1 y  0 ,   cte
2
(equação de Legendre)
3) x y   xy  x   y  0 ,   cte
2 2 2
(equação de Bessel)
4) xy   1  x  y   y  0 ,   cte (equação de Laguerre)
5) y  2 xy   y  0 ,   cte (equação de Hermite)

6) y  sen( x  y )  0
7) y  2 y  x 2 sen x
8) xy   yy   e x

Nos problemas 9) a 12) mostrar que as funções dadas são soluções de cada equação
diferencial.
9) y  y  0 ; y1 ( x)  sen x ; y2 ( x)  e ix
10) x 2 y   5 xy   4 y  0 , x  0 ; y1 ( x)  2 x 2 ; y2 ( x)  x 2 ln x
1
11) y  y   sec x ; y( x )   ( x sen x  cos x)
2
1
12) y  4 y  e 2 x ; y( x)  xe 2 x
8

Nos problemas 13) a 15) determinar os valores de r para que y  e rx seja uma
solução da equação diferencial dada.
13) y   y  0
14) y  5 y  6 y  0
15) y  y   0

Respostas dos exercícios:


1) a 5) são equações lineares homogêneas de ordem 2
6) não-linear, ordem 1
7) linear de ordem 1, não homogênea

5
8) não-linear, ordem 3
13) r  1
14) 2, 3
15)  1, 0, 1

6
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE ORDEM 1

São equações diferenciais da forma F  x, y, y   0 . Deste conjunto estudaremos


algumas equações da forma:

y   f ( x, y ) (13)

onde f : D  R 2  R é uma função contínua e D um conjunto aberto. A forma (13) é


chamada forma normal da equação diferencial de primeira ordem.
Uma equação diferencial de ordem 1, na forma normal pode ser transformada
para

M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0 (14)

com M , N não nulas. Esta é a conhecida forma diferencial de uma equação de ordem
1. A passagem da forma normal y  f ( x, y ) para (14) é feita reescrevendo-se a
equação (13) como  f ( x, y )  y '  0 ou  f ( x, y )dx  dy  0 e observando que
M ( x, y )   f ( x , y ) e N ( x, y )  1 .

O objetivo é encontrar funções y   (x) definidas num intervalo I que


satisfaçam (13) para todo x  I . Estas funções são as soluções da equação diferencial
(13) e sua determinação depende de algumas características que a função f possa
apresentar. Estas características definem algumas classes de equações diferenciais
de primeira ordem, para as quais serão descritos os procedimentos para resolvê-las.
Aqui estudaremos apenas as classes das equações de variáveis separáveis e as
lineares.

Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis

Uma equação diferencial de ordem 1, na forma diferencial


M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0 , com M , N não nulas é dita separável ou de variáveis
separáveis se a função M depende apenas da variável independente x enquanto que
a função N depende apenas da variável dependente y . Assim toda equação
separável pode ser colocada na forma:

M ( x)dx  N ( y )dy  0 (15)

Observe que (15) é equivalente a:


dy
M ( x)  N ( y )  0 (16)
dx
Como encontrar uma solução para a equação (15) ou (16)? Para responder esta
questão, suponha que existam funções F1 ( x) e F2 ( y) tais que:
 dF ( x )  dF ( y )
F1 ( x)  1  M ( x) e F2 ( y )  2  N ( y) (17)
dx dy

Substituindo (17) em (16) temos:

7
dF1 ( x) dF2 ( y ) dy dF ( x) dF2 ( y)
   0 ou 1   0 . De modo equivalente, se y   (x) é uma
dx dy dx dx dx
d
função diferenciável de x, então  F1 ( x)  F2 ( ( x))   0 , ou ainda,
dx

F1 ( x)  F2 ( ( x))  c (18)

A expressão (18) fornece a solução y   (x) na forma implícita. Observe que para
obter (18) é suficiente a partir de (15), integrar a função M em relação à variável x e
integrar N em relação à y .

Exemplo:
Resolver a equação diferencial y  5 y  0
Resolução:
dy dy dy
Substituindo y por temos  5 y  0 . Separando as variáveis temos  5dx .
dx dx y
Integrando o lado esquerdo em y e o lado direito em x temos ln y  5 x  c1 , ou
y  e 5 x c1  e c1 e 5 x  ke5 x . Considerando que k possa ser positivo ou negativo, pode-se
representar a solução por y  ke 5 x .

Equações Lineares de 1a Ordem

São equações que podem ser colocadas na forma:

y  p ( x) y  g ( x) (19)

onde p (x) e g (x) são funções contínuas em ( ,  ) .

Se g ( x)  0 , a equação (19) é dita homogênea ou incompleta, caso contrário


será não-homogênea ou completa. Se p ( x)  a  cte temos uma equação linear de
p  x dx
coeficiente constante. Para resolver a equação (19), considere a função u( x)  e 
que é chamada de fator integrante. O fator integrante tem a seguinte propriedade:

Se multiplicarmos a equação linear pelo fator integrante teremos que o lado


esquerdo é a derivada do produto y.u x  .
Vejamos:

p  x  dx p  x dx p  x dx
ye   p ( x) ye   e g ( x)

d   p x dx  p  x dx d
 ye   e g x  ou  y.u x   u x .g x 
dx   dx

Integrando ambos os lados em relação à x, temos:

8
y.u x    u  x .g  x dx  c

ou

1 c
y  u x .g  x dx 
ux  u x

ou

 p  x dx  p  x dx g  x dx  ce  p  x dx


ye  e
que é a solução geral da equação linear (19).

Exemplo:
Resolver o p.v.i. y  3 y  0 ; y(0)  2
Temos u ( x)  e 3 x . Multiplicando a equação por u  x  obtemos:
d
ye 3 x  3 ye 3 x  0 ou de modo equivalente
dx

ye -3x  0 , que integrada em x, fornece 
3x
y( x)  ce .
A solução geral da equação diferencial y  3 y  0 é portanto y( x)  ce3 x . Como
y(0)  2 , segue que 2  c , e assim y( x)  2e 3 x é a solução do p.v.i.

Exemplo:
Encontrar a solução geral da equação linear y  5 y  e  x
Aqui u ( x)  e 5 x . Multiplicando a equação por u (x) , temos ye 5 x  5 ye5 x  e 4 x ou
d 1
dx
 
ye 5x  e 4 x que integrada em x fornece a solução geral y( x)  e  x  ce 5 x .
4

Exemplo: Resolver o p.v.i. y  3 xy  x ; y(0)  1


3
 x2
Temos u ( x)  e 
 3 xdx
e 2
. Multiplicando a equação por u (x) temos,
3 3 3 3 3
 x2  x2  x2 d  - 2 x2  - x2
ye 2
 3 xye 2
 xe 2
ou  ye   xe . Integrando em x temos,
2
dx  
3 3 3
 x2  x2 1 x2 4
ye 2
  xe 2
dx  c ou y( x)    ce 2 . Como y(0)  1 segue que c  e assim
3 3
3
1 4 x2
y( x)    e 2 é a solução do p.v.i. (solução única).
3 3

9
ANÁLISE DE CIRCUITOS RL E RC

O Circuito RL
A equação básica que rege a quantidade de corrente i (em Ampères) em um
circuito simples em série do tipo RL consistindo de uma resistência (em ohms), um
indutor L (em Henries) e uma força eletromotriz E t  , (em Volts), é modelado pela lei
de Kirchoff:

di
Sabe-se que a tensão no resistor é VR  Ri e a tensão no indutor é VL  L .
dt
A Lei de Kirchoff estabelece que neste circuito elétrico vale: VL  VR  E t  .
Portanto, se admitirmos uma condição inicial do tipo i0   i0 temos o P.V.I.:

 di
 L  Ri  E t 
 dt
i 0   i0

que resolvido, fornece a corrente it  do circuito, em qualquer instante t.

Observe que temos uma equação diferencial linear na variável dependente i .


di
Transformando o coeficiente da derivada para 1 , temos:
dt

di R E
 i
dt L L
R
e deste modo p t   .
L

Exemplo:
Considere um circuito RL em série com tensão constante E t   E0 volts. Se a
corrente inicial é nula, determine:
a) A corrente it  em qualquer instante t
b) A corrente permanente (estacionária) iP t 
c) A corrente transitória iT t  .

Resolução:
 di R E0
  i
Temos o p.v.i.:  dt L L
i 0   0
R
t
Aqui u t   e L . Multiplicando a equação acima por u t  temos:

R R R
di L t R L t E L t
e  ie  e
dt L L
ou

10
R R
d  L t  E0 L t
 ie   e
dt   L
Integrando em t tem-se:
R R
d  Lt  E0 L t
 dt    L dt
ie dt  e

ou
R R
t E t
ie L
 0 eL k
R
ou
R
E0  t
it    ke L
R
E0
Como i0   0 , segue que k  
R
E, portanto:
R R
E0 E 0  L t E0   t 
it    e ou it   1  e L  é a corrente em qualquer instante t .
R R R  
R
E   t 
a) it   0 1  e L 
R 
E
b) iP t   0
R
R
E0  l t
c) iT t    e
R

O Circuito RC

Para um circuito do tipo RC consistindo de uma resistência, um capacitor C (em


Farads), uma força eletromotriz (fem), a equação que rege a quantidade de carga
elétrica q (em Coulumbs) no capacitor é:

dq 1 E
 q
dt RC R

dq 1
Como VR  Ri  R e VC  q , segue por Kirchoff que:
dt C

dq 1 dq 1 E
VR  VC  E t  ou R  q  E , ou  q .
dt C dt RC R

Temos, portanto para o circuito RC , o p.v.i.:

11
 dq 1 E t 
  q
 dt RC R
q0   q0

que resolvido fornece a carga qt  do capacitor em qualquer instante t .

Exemplo:
Considere um circuito RC em série com tensão constante E t   E 0 volts. Se o
capacitor tem uma carga inicial nula, determine:
a) A carga q t  do capacitor em qualquer instante t
b) A corrente it  do circuito em qualquer instante t
c) A carga permanente q P t  e a carga transitória qT t  do capacitor
d) A corrente permanente iP t  e a corrente transitória iT t  do circuito.

Resolução:
1
t
u t   e RC
Multiplicando a equação do circuito RC por u t  temos:
1 1 1
dq RC t 1 t E t
e  qe RC  0 e RC
dt RC R
1 1
d  RC t  E0 RC t
 qe  e
dt   R
1 1
t E t
qe RC   0 e RC dt
R
1 1
t t
qe RC  E0Ce RC  k
1
- t
q t   E0C  ke RC
Da condição inicial q 0   0 , segue que k   E 0 C , e assim:
1 1
- t  - t
q t   E0C  E0Ce RC
ou q t   E0C 1  e RC 
 
1
 - t
a) q t   E0 C 1  e RC  Coulumbs
 
1
dqt  E0  RC t
b) it    e Amperes
dt R
c) q P t   lim q t   E0 C Coulumbs Observe que vale a lei q  EC
t 
1
 t
qT t    E0Ce Coulumbs RC

d) iP t   lim it   0 Amperes Capacitor carregado, corrente nula


t 
1
E0  RC t
iT t   e Amperes.
R

12
Exercício:

Um circuito RL tem fem de 5 volts, resistência de 50 Ohms e indutância de 1


Henry. A corrente inicial é nula. Determine a corrente no circuito em qualquer instante
t.
Resolução
Temos E  5 , R  50 e L  1 . O p.v.i. fica:
 di
  50i  5
 dt
i 0   0
1
A solução da equação diferencial é it   ce 50t  . Utilizando a condição inicial
10
1 1 1
i0  0 obtemos c   e assim it    e 50t  .
10 10 10
1
A quantidade iT t    e  50t é chamada corrente transitória, pois tende a zero quando
10
1
t   . A quantidade iP t   é chamada corrente permanente ou estacionária.
10
Quando t   , a corrente it  tende à corrente estacionária.

EXERCÍCIOS

Resolver as seguintes equações diferenciais e os problemas de valor inicial:

1) y  7 y  e x
2) y  7 y  14 x
3) y  7 y  sen 2 x
4) y  x 2 y  x 2
2
5) y  y  x , y1  0
x
6) y  6 xy  0 , y   5
   
7) x 2  1 dx  y 2  y dy  0
2
x y y
8) y  , y 3  1
y 1
9) Uma bateria de 12 Volts é conectada a um circuito RL em série no qual a indutância
1
é de Henry e a resistência de 10 Ohms. Se a corrente inicial é nula, determine:
2
a) A corrente it  em qualquer instante t,
b) A corrente transitória.
10) Uma força eletromotriz de 100 Volts é aplicada a um circuito RC em série no qual a
resistência é de 200 Ohms e a capacitância é de 10 4 Farad. A carga inicial no
capacitor é nula. Determine:
a) A carga q t  em qualquer instante t;
b) A corrente it  em qualquer instante t;

13
c) As componentes transitória e permanente da carga q t  ;
d) As componentes transitória e permanente da corrente it  .

RESPOSTAS

1 2 2 7
1) y  ce7 x  e x 2) y  ce7 x  2 x  3) y  ce7 x  cos 2 x  sen 2 x
6 7 53 53
x3
1
6) y  5e 3x  

4) y  ce 3
1 5) y 
4
 x2  x2  2 2

x3
7) 2 x3  6 x  2 y 3  3 y 2  k , k  6c 8)  x  y  ln y  7
3
6 6 6
9) a) it   1  e 20t  A b) iT t   A c) iP t    e 20t A
5 5 5
1 1  50t 1  50t 1  50t
10) a) q t    e C b) it    e A c) qT t    e C
100 100 2 100
1 1
q P t   C d) iT t    e 50t A iP t   0 A
100 2

14
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE ORDEM 2

São equações do tipo: F ( x, y, y, y)  0 (19). Estudaremos apenas aquelas que
podem ser colocadas na forma y  f ( x, y, y ) (20), (isto é podemos isolar a derivada
de maior ordem y ).

Equações Diferenciais Lineares de Ordem 2

São do tipo: y  p ( x) y   q ( x) y  g ( x) (21), onde p (x) , q (x) , g (x) são funções
contínuas em  ,   . Se g ( x)  0 temos uma equação linear homogênea ou
incompleta, caso contrário será chamada não-homogênea ou completa. As funções
p (x) e q (x) são chamadas coeficientes da equação (21). Caso p (x) e q (x) sejam
constantes dizemos que temos uma equação linear com coeficientes constantes.

Exemplos: 1) y  4 y  e x sen x (linear não-homogênea de coef. constantes)


2) y  xy   y  0 (linear homogênea com coef. variáveis)
d 2q dq 1
3) L 2
 R  q  E (t ) (linear não-homogênea de coef. constantes)
dt dt C

Toda equação diferencial de ordem 2, que não puder ser colocada na forma (21)
é dita não linear.

Soluções Fundamentais da Equação Linear de Ordem 2

Seja a equação diferencial linear homogênea y  p ( x) y   q ( x) y  0 (22) onde


p (x) e q (x) são funções contínuas no intervalo  ,   .

Resultado 1. Se y1 ( x) e y2 ( x) são duas soluções particulares de (22) então a


combinação linear y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y2 ( x) com c1 e c2 constantes também é solução.
 
Prova: Se y1 ( x) é solução de (22) então y1  p( x) y1  q( x) y1  0 . Do mesmo modo
 
sendo y 2 ( x) solução de (22) tem-se y2  p ( x) y 2  q ( x) y 2  0 . Substituindo
y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y2 ( x) em (22) temos:
 
y  p( x) y   q( x) y  c1 y1  c2 y2   p( x)c1 y1  c2 y 2   q( x)c1 y1  c2 y2  
   
c1  y1  p ( x) y1  q ( x) y1   c2  y 2  p ( x) y2  q ( x) y 2   c1  0  c2  0  0
   
Observação: O resultado 1 é conhecido também como princípio da superposição.

15
Definição: Duas soluções y1 ( x) e y2 ( x) da equação (22) são ditas linearmente
y
independentes (l.i.) no intervalo  a , b  se o quociente 1  cte neste intervalo. Caso
y2
contrário, serão linearmente dependentes (l.d.).

Exemplo: Sabe-se que as funções e x , e  x , 3e x , 5e  x são soluções da equação


ex
diferencial y  y  0 . Observe que e x e e  x são l.i para x  R , pois  x  e 2 x  cte .
e
x
e 1
Já e x e 3e x são l.d., pois x   cte .
3e 3

Definição: Dadas as funções y1 ( x) e y2 ( x) , o determinante


y1 ( x) y2 ( x)  
W ( y1 , y2 )( x)     y1 ( x)  y 2 ( x)  y1 ( x)  y 2 ( x) é chamado Wronskiano das
y1 ( x) y 2 ( x)
funções y1 ( x) e y 2 ( x) .

ex 3e x
Exemplo: Se y1 ( x)  e x e y2 ( x)  3e x , então W ( y1 , y 2 )( x)  0
ex 3e x

Resultado 2. Se as funções y1 ( x) e y 2 ( x) são l.d. no intervalo  a , b  então


W  y1 , y 2 ( x)  0 x neste intervalo.
 
Prova: Se y1 ( x) e y 2 ( x) são l.d. temos y2   y1 ,   R e y2   y1 e assim
y1 y 2 y1  y1
W  y1 , y 2 ( x)       0
y1 y2 y1  y1
Observação: A forma como este resultado será utilizado é: Se W  y1 , y2 ( x)  0 para
algum x   a , b  então y1 ( x) e y2 ( x) são l.i.

Resultado 3. Se y1 ( x) e y2 ( x) são soluções da equação diferencial ordinária linear


homogênea y  p ( x) y   q ( x) y  0 (4) então:

y1 ( x) e y 2 ( x) são l.i. em  a , b   W  y1 , y 2 ( x)  0 para x   a , b 

Prova: Consultar bibliografia.

Resultado 4. Se y1 ( x) e y2 ( x) são duas soluções l.i. da equação diferencial ordinária


linear homogênea y  p ( x) y   q ( x) y  0 (22) então, y( x )  c1 y1 ( x)  c2 y 2 ( x) c1 , c 2
constantes é a forma da solução geral de (22).
Prova: Consultar bibliografia.

16
Conclusão: Dos resultados anteriores temos que para que duas soluções y1 ( x) e
y 2 ( x) formem um conjunto fundamental de soluções (l.i.) para a equação diferencial
y  p ( x) y   q ( x) y  0 (22) p, q contínuas em  ,   é necessário e suficiente que
W  y1 , y 2 ( x)  0 para algum x   ,   . Nestas condições a solução geral de (22) é dada
por y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y2 ( x) onde c1 , c2 são constantes.

Resolução de Equações Lineares Homogêneas com Coeficientes Constantes

Seja a equação diferencial: ay  by   cy  0 (23), onde a, b, c  R , a  0 . Uma


solução de (23) deverá ser uma função y   (x)    x   tal que a multiplicado
pela derivada segunda de  , mais b multiplicado pela derivada primeira de  , mais c
multiplicado por  é igual a zero. As funções que tem esta propriedade possuem as
derivadas diferindo por uma constante. Estas funções são as funções exponenciais
(reais ou complexas).

Seja y   ( x)  e rx uma solução de (23). Temos y  re rx e y   r 2 e rx .


Substituindo y, y, y na equação (23) temos:
ar 2 e rx  bre rx  ce rx  0 ou e rx ( ar 2  br  c)  0 . Como e rx  0 x  R , segue que:

ar 2  br  c  0 (equação característica ou auxiliar)

 b  b 2  4 ac  b  b 2  4ac
Assim r1  e r2 
2a 2a

Três casos podem ocorrer:

Caso 1:   b 2  4ac  0
Caso 2:   b 2  4ac  0
Caso 3:   b 2  4 ac  0

Caso 1:   b 2  4ac  0
Existem duas raízes reais e distintas r1 e r2 e portanto y1 ( x)  e r1x e
y2 ( x)  e r2 x são duas soluções da equação (23). Serão l.i?
e r1x e r2 x
Como W  y1 ( x), y2 ( x) ( x)   r2  r1 e r1  r2  x  0 x  R , segue que y1 ( x)  e r1x e
r1e r1x r2 e r2 x

y2 ( x)  e r2 x são duas soluções l.i. de (23) e, portanto:

y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y 2 ( x)  c1e r1x  c2 e r2 x é a solução geral no caso   0 .

17
Exemplo: Encontrar a solução geral da equação diferencial y  5 y   6 y  0 .
Equação característica: r 2  5r  6  0  r1  2 e r2  3 . Portanto y1 ( x)  e 2 x e
y2 ( x)  e 3 x são duas soluções l.i. e assim y( x)  c1e 2 x  c2 e 3 x com c1 , c 2 constantes é a
solução geral.

Caso 2:   b 2  4ac  0
b
Neste caso temos r1  r2   e somente uma solução y1 ( x)  e r1x . Uma segunda
2a
solução l.i. será encontrada tomando y2 ( x)  u( x)  e r1x . Substituindo-se y2 na equação
y
(23) chega-se a u ( x)  x e deste modo y2 ( x)  xe r1x . Como 1  x  cte segue que
y2
r x
y1 ( x)  e r1x e y2 ( x)  xe 1 são duas soluções l.i. de (23) e assim
y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y 2 ( x)  c1e r1x  c2 xe r1x é a solução geral no caso   0 .

Exemplo: Resolver a equação diferencial y  6 y   9 y  0


Equação característica: r 2  6r  9  0 , raízes: r1  r2  3 . Solução l.i.: y1 ( x)  e 3 x e
y2 ( x)  xe 3 x . A solução geral será y( x)  c1e 3 x  c2 xe 3 x

Caso 3:   b 2  4 ac  0
Como a, b, c são reais, se existir uma raiz complexa, sua conjugada também será raiz.
Sejam r1    i e r2  r1    i com   0 .
Fórmula de Euler: e ix  cos x  i sen x (adotar com definição)
Deste modo,
y1 ( x)  e  i x  e x e ix  e x cos x  i sen x  e
y2 ( x)  e  i  x  e x e  ix  e x cos x  i sen x  . Aqui y1 ( x) e y 2 ( x) estão na forma
complexa.
A solução geral é:
y( x)  k1e x cos x  isenx   k 2 e x cos x  isenx 
ou
y( x)  k1  k 2 e x cos x  i k1  k 2 e x senx
Fazendo c1  k1  k 2 e c2  ik1  k 2 
Temos, portanto y( x)  c1e x cos x  c2 e x sen x , na forma real.

Observe que e x cos x e e x sen x são duas soluções de (23) e são l.i. pois:
e x cos x
 tgx  cte .
e x sen x

Deste modo y( x)  c1e x cos x  c2 e x sen x é a solução geral no caso   0 .

18
Exemplo: Resolver a equação diferencial y  2 y  2 y  0
Equação característica: r 2  2r  2  0 . Raízes: r1  1  i e r2  1  i . Duas soluções
l.i. são y1 ( x)  e x cos x  e  x cos x e y2 ( x)  e x sen x  e  x sen x . Assim a solução geral é
dada por: y( x)  c1 y1 ( x)  c2 y 2 ( x)  c1e  x cos x  c2 e  x sen x com c1 , c 2  R .

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO-HOMOGÊNEAS DE ORDEM 2

Seja a equação diferencial y  p ( x) y   q ( x) y  g ( x) (24), com p ( x), q ( x), g ( x)


contínuas em   x   .

Resultado 1. A diferença entre duas soluções de y  p ( x) y  q ( x) y  g ( x) (24) é uma


solução da equação homogênea associada y  p ( x) y   q ( x) y  0 (23).
 
Prova: Se y1 ( x) solução de (24), então y1  p( x) y1  q( x) y1  g ( x) (a). Do mesmo
 
modo se y2 ( x) é solução de (24) então y2  p( x) y2  q ( x) y 2  g ( x) (b). Fazendo (a) –
 
(b), temos:  y1  y2   p( x) y1  y 2   q( x) y1  y 2   0 , e assim y( x)  y1 ( x)  y 2 ( x) é
solução de (23).

Resultado 2. Dada uma solução particular y p (x) de (24), qualquer solução y   (x)
desta equação pode ser escrita como  ( x)  yc ( x)  y p ( x) , onde
yc ( x)  c1  y1 ( x)  c2  y2 ( x) é a solução geral de (23) e (isto é y1 e y2 são soluções l.i.
de (23)).
Obs: yc é chamada solução complementar
y p é chamada solução particular de (14) (embora não satisfaça
necessariamente uma dada condição inicial)
Prova: Observe que do resultado 1,   y p é solução da equação homogênea
associada. Logo   y p  c1  y1 ( x)  c1  y 2 ( x) , ou  ( x)  c1  y1 ( x)  c1  y2 ( x)  y p ( x) .

Resultado 3. (O princípio da superposição) Se


y  p( x) y   q( x) y  g1 ( x)  g 2 ( x)    g n ( x) (25) e se podemos encontrar soluções
y pi (x) das equações y  p ( x) y   q ( x) y  g i ( x ) i  1,2,, n então uma solução particular
de (25) é:
y p ( x)  y p1 ( x)  y p2 ( x)    y pn ( x)
Prova: Imediata

19
Exemplo: Achar uma solução particular de y  9 y  1  x  e x
Inicialmente resolvemos a equação homogênea associada y  9 y  0 . A
equação característica é r 2  9  0 com soluções r  3i e, portanto
yc ( x)  c1  cos 3x  c2  sen 3x .
Como encontrar uma solução particular y p (x) ?
Determinamos uma solução particular para cada uma das equações diferenciais
seguintes:
y  9 y  1
y  9 y   x
y  9 y  e x
x 1
Encontramos respectivamente, y p1 ( x)  1 , y p2 ( x)   e y p3 ( x)  e x
9 10
1 1 1
Portanto uma solução particular da equação dada é: y p ( x)   x  e x , e a solução
9 9 10
1 1 1
geral será: y( x)  c1  y1 ( x)  c2  y2 ( x)  y p ( x)  c1 cos 3 x  c2 sen 3 x   x  e x
9 9 10

Métodos para determinação de soluções particulares

Existe o método dos coeficientes a determinar (Descartes), e o método da


variação dos parâmetros devido a Lagrange (este último não será estudado neste
curso).

O Método dos coeficientes a determinar

Este método deve ser utilizado preferencialmente quando temos uma equação
linear de coeficientes constantes. Funciona apenas para alguns casos de g (x) .

Caso 1) g (x) é um polinômio inteiro em x, do grau m .


y p (x) será um polinômio inteiro em x do grau m  h onde h é a ordem da
derivada de menor ordem contida na equação diferencial.

Exemplo: Resolver a equação diferencial y  4 y   5 y  3 x 2  1


a) solução da homogênea associada y  4 y  5 y  0 . r 2  4r  5  0  r1  5 e r2  1 .
Assim yc ( x)  c1  e 5 x  c2  e x .
b) cálculo de y p (x) .
m  2 , ( g (x) é polinômio do grau 2) e h  0 . Logo m  h  2 e y p ( x)  Ax 2  Bx  C .
   
Temos, y p ( x)  2 Ax  B e y p ( x)  2 A . Substituindo y p , y p , y p na equação completa
temos: 2 A  42 Ax  B   5 Ax 2  Bx  C   3 x 2  1 , ou
 5 Ax 2  8 A  5B x  2 A  4 B  5C   3x 2  1 . Igualando os coeficientes do polinômio
temos o sistema linear:

20
 5 A 3
 3 24 101
8 A  5 B 0 com solução A   , B   e C
2 A  4 B  5C  1 5 25 125

3 24 101
assim y p ( x)   x 2  x 
5 25 125
3 24 101
Solução geral: y( x)  yc ( x)  y p ( x)  c1e 5 x  c2 e x  x 2  x 
5 25 125

Caso 2) g (x) é da forma e kx


y p (x) será da forma Ax h e kx , onde h é o grau de multiplicidade de k como raiz
da equação característica.

Exemplo: Resolver a equação diferencial y  4 y  5 y  e 5 x


a) homogênea: Do exemplo anterior r1  5 e r2  1 e yc ( x)  c1  e 5 x  c2  e x .
b) completa: h  1 ( k  5 é raiz (uma vez) da equação característica. Portanto
 
y p ( x)  Axe5 x , y p ( x)  Ae 5 x  5 Axe 5 x e y p ( x)  10 Ae 5 x  25 Axe 5 x . Substituindo
 
y p , y p , y p na equação completa temos:
 10 Ae   
 25 Axe 5 x  4 Ae 5 x  5 Ae 5 x  5 Axe 5 x  e 5 x ou  6 Ae 5 x  e 5 x , o que
5 x

1 1
acarreta A   e y p ( x)   xe 5 x .
6 6
3
Solução geral: y( x)  yc ( x)  y p ( x)  c1e 5 x  c2 e x  x cos 2 x
4

Caso 3) g (x) é da forma sen kx ou cos kx


y p (x) será da forma  A sen kx  B cos kx x h onde h é o grau de multiplicidade da
raiz imaginária ki , como raiz da equação característica.

Exemplo: Resolver a equação diferencial y  4 y  3 sen 2 x


a) homogênea: r 2  4  0  r  2i e yc ( x)  c1  cos 2 x  c2  sen 2 x
b) completa: h  1 ( ki  2i é raiz (uma vez) da equação característica. Portanto

y p ( x)   A sen 2 x  B cos 2 x x , y p ( x)  a sen 2 x  B cos 2 x  2 A cos 2 x  2 B sen 2 x x e
  
y p ( x)  4 A cos 2 x  4 B sen 2 x  4 A sen 2 x  4 B cos 2 x x . Substituindo y p , y p , y p na
equação completa temos:
4 A cos 2 x  4 B sen 2 x   4 A sen 2 x  4 B cos 2 x x  4 A sen 2 x  B cos 2 x x  3sen 2 x
ou 4 A cos 2 x  4 B sen 2 x  3 sen 2 x . Temos o sistema linear  4 B  3 e 4 A  0 que fornece
3 3
A  0 e B   , e portanto y p ( x)   x cos 2 x .
4 4

21
3
Solução geral: y( x)  yc ( x)  y p ( x)  c1 cos 2 x  c2 sen 2 x  x cos 2 x
4

Caso 4) g (x) reúne dois ou mais dos casos anteriores. Neste caso utilizamos o
principio da superposição.

Exemplo: Resolver y  6 y   9 y  3 x  e 3 x cos 2 x


a) homogênea: r 2  6r  9  0  r1  r2  3 e yc ( x)  c1e 3 x  c2 xe3 x
b) completa: Tomamos y p1 ( x)  Ax  B como solução particular de y  6 y   9 y  3 x e
y p2 ( x)  e 3 x C sen 2 x  D cos 2 x  como solução particular de y  6 y   9 y  33 x cos 2 x e
desta forma teremos y p ( x)  Ax  B  e 3 x C sen 2 x  D cos 2 x  . Resolvendo teremos
1 2 1 1 2 1
A , B  , C  0 e D   . Assim y p ( x)  x   cos 2 x e a solução geral será
3 9 4 3 9 4
1 2 1
y( x)  c1e 3 x  c2 xe 3 x  x   cos 2 x .
3 9 4

Exercícios

d 2 q(t ) dq (t ) 1
Utilizando a formulação do circuito RLC, L 2
R  q(t )  E (t ) , resolver os
dt dt C
problemas abaixo:

1) Um circuito RLC , com R  6 ohms, C  0,02 farad, L  0,1 henry, tem uma
voltagem aplicada de E (t )  6 volts. Supondo que não haja corrente inicial nem
carga inicial quando t  0 , ao ser aplicada inicialmente a voltagem, determine a
carga subseqüente no capacitor e a corrente no circuito.
3 500t 15 10t 12 3
Resp: q (t ) 
100
e 
100
e 
100 2

i(t )  e 10t  e 50t 
1
2) Um circuito RLC , com R  5 ohms, C  102 Farad, L  Henry, não tem
8
voltagem aplicada. Determine a corrente subseqüente no circuito se a carga
1
inicial no capacitor é Coulomb e a corrente inicial é nula.
10
Resp: i(t )  4e 20t sen20t

22

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