Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PARAGOMINAS
2018
ANTONIO OLIVEIRA DE ARAUJO LEAL
WILLIAMES MONTEIRO SILVA
PARAGOMINAS
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal Rural da Amazônia
Leal, Antonio Oliveira de Araujo
43 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia Florestal) - Universidade Federal Rural da
Amazônia, 2018.
Orientador: Profª. Drª. Simonne Sampaio da Silva
______________________________________
DATA DA APROVAÇÃO
Banca Examinadora:
____________________________________ Orientadora
Profª. D.Sc. Simonne Sampaio da Silva
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
_____________________________________ Membro 1
fª. M.Sc. Walmer Bruno Rocha Martins
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
_____________________________________ Membro 2
Profª. M.Sc. Pollyanna Coelho de Sousa
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
A pessoa mais importante deste
mundo, minha querida mãe.
Dedico
Antonio Leal
Dedico
Williames Silva
AGRADECIMENTOS
Ao Pai Celestial, pela graça da vida, pela força, saúde e por todas as Bênçãos concedidas.
A minha mãe; a quem devo tudo que sou, pelo amor, confiança e apoio durante toda minha vida
e por ter provido minha formação acadêmica durante todo o período que precisei, então
reconheço todo o esforço para que aqui eu chegasse, meu sincero agradecimento.
A meu pai por ter me ajudado a escolher esse caminho, por tudo o que me ensinou e por ter me
mostrado o que é ter caráter.
Aos meus irmãos, Michelle, Hilda, Karina, Bruno e Laryssa, pelo carinho, motivação e
incentivo durante toda essa jornada.
Aos meus tios; David Leal, Melck PQD, Sergio Ivan, Oliver, Zeca da Nike e Salomão Leal que
tiveram participação ajudando das mais variadas formas
Aos primos; Nephi Rodrigues e Raphael Castro, escolhendo caminhos semelhantes e fazendo
dos congressos muito mais divertidos. Pierre Leal e David André Leal, por acreditarem em meu
potencial e saber que isso se tornaria realidade.
A todos os meus familiares, incluindo, aqueles que já se foram, mas que estão imensamente
orgulhosos, em especial a meus avós Antonio Leal Quinto e a toím dos moveis pelo orgulho e
motivação.
Aos meus amigos; Zezinho, Merdo, Sapo, Diobolt, Cidão, Guerreiro, Ernando, Andrew e
Farinha que de perto assistiram minha vitória e estiveram comigo quando precisei. Alessandro
pela confiança e companheirismo nessa reta final e pela jornada profissional que se inicia.
Ào amigo e parceiro de TCC, Will, pela enorme, dedicação atribuída no decorrer deste trabalho.
A meu professor e amigo Denes Barros, pelas oportunidades e por sempre esta disposto a ajudar
em todas as vezes que precisei.
Aos colegas do grupo de estudo (equipe: Os Broca Pau) Francis, Udson, Jhon, Donath e Mic,
esses caras foram uma nova família que ganhei em Paragominas.
Aos professores; Fabio, Luciana, Jonas, Walmer e Pollyana que tiveram grande preocupação
em nos tornar não só acadêmicos, mas sim profissionais de verdade.
Antonio Leal
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por acompanhar meus passos, por me dar força durante todo
esse período, por guiar minhas decisões e pelas bênçãos concedidas.
A todos os meus familiares, em especial, meus Avós Paternos LUIS VENCESLAU e RITA DA
COSTA, e avós maternos JOSÉ TEIXEIRA e MARIA DE NAZARÉ, minhas tias EDILZA
SILVA e MARIA Leila, e meus primos LOURENA VANESSA, SAMARA GOMES e ELTON
LIMA, por todo apoio, conselhos, direcionamento e por contribuírem com a minha formação.
Ao meu amigo ANTONIO CARLOS LINS, por todo o incentivo, paciência, por dividir
momentos bons e ruins e por contribuir com a minha formação.
Aos meus amigos Angelo Monteiro, Gislene Oliveira, Taís Monteiro, Gabriel Monteiro,
Agnaldo Evangelista, Ana Paula Atanazio, Luca Atanazio, Atila Ferreira, Jamilly Campos,
Kamilly Campos, pelo carinho e companheirismo durante todos esses anos.
A minha amiga de longa data EMANUELY VIEIRA por todo o incentivo, conselhos, paciência
e por contribuir com a minha formação.
A minha querida professora e orientadora D. Sc. SIMONNE SAMPAIO DA SILVA, por toda
confiança, apoio e incentivo que foram fundamentais para realização deste trabalho, e por
sempre estra disposta a ajudar nos momentos em que precisei.
Ao meu parceiro de TCC ANTONIO LEAL, por contribuir na realização deste trabalho, por
todo o empenho, paciência e confiança durante a todos esses anos.
Ao meu querido professor M. Sc. DENES BARROS por todos os ensinamentos repassados
durante o curso e por ter contribuído grandiosamente para a realização deste trabalho.
Aos meus amigos, tanto os da turma Floresta 2013, quanto os que eu conquistei ao longo dessa
jornada, que de alguma forma me apoiaram e me incentivaram nesta fase da minha vida.
The objective of the present study was to determine the Coefficient of volumetric yield (CVY)%
from timber to lumber in regards to 4 timber species in three sawmills in Paragominas in the
State of Pará. The classification of generated products was based on the classification of
Resolution 474 of CONAMA / MMA / 2016. In order to determine the logs volume and the
hollow volume, the Smalian equation was used and to be determining the volume of the pieces,
it was taken as base the multiplication of measured width, thickness and length of each part,
being the Coefficient of volumetric yield (CVY)% determined by the relation between the
lumber volume and the volume of processed logs. Initially, the Shapiro-Wilk normality test was
applied. The results were submitted to the analysis of variance and the average compared by
the Tukey test at the 5% level of error probability using the ASSISTAT Version 7.7 program.
The timborana species with the highest Coefficient of volumetric yield was found in the study,
being 59.81% not statistically different from the Angelim Vermelho and tanibuca species
followed by letter (a). The species that presented the lowest yield was the uxi with Coefficient
of volumetric yield of 53.54. The product types generated with the logs split coming from the
four species studied in three sawmills in Paragominas – PA, show the spieces versatility :
angelim vermelho and uxi with the greatest variety of products. The waste generated by lumber
split at the three sawmills in Paragominas are presented by the average yield of each processed
log, shown by species studied, where the smallest waste was generated with the timborana split
and the largest by the uxi. The Coefficient of volumetric yield (CVY%) obtained in the four
studied species were high in the three sawmills studied, consequently the RV (%) had low
values.
Figura 4. Rendimento médio de madeira serrada de quatro espécies estudadas em três serrarias
no município de Paragominas-PA. ........................................................................................... 19
Tabela 4. CRV médio das quatro espécies estudas em três serrarias em Paragominas. ........... 17
Tabela 6. Quantidade média de resíduo gerado pelo desdobro de madeira serrada de quatro
espécies estudadas em três serrarias no município de Paragominas-PA. ................................. 22
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
2.1 Objetivo geral: ............................................................................................................... 3
2.2 Objetivos específicos: ..................................................................................................... 3
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 4
3.1 Madeira serrada no Brasil................................................................................................ 4
3.2 Volume e rendimento de madeira serrada ......................................................................... 4
3.3 Mercado da madeira em Paragominas .............................................................................. 5
3.4 Caracterização das espécies estudadas.............................................................................. 5
3.4.1 Endopleura uchi (Huber) Cuartrec............................................................................ 5
3.4.2 Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima ................................ 6
3.4.3 Dinizia excelsa Ducke ............................................................................................. 7
3.4.4 Terminalia tanibouca Rich ...................................................................................... 8
4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 9
4.1 Área de estudo ............................................................................................................... 9
4.2 Clima............................................................................................................................. 9
4.3 Solo ............................................................................................................................... 9
4.4 Hidrografia .................................................................................................................. 10
4.5 Vegetação .................................................................................................................... 10
4.6 Descrição das serrarias .................................................................................................. 10
4.7 Descrição dos produtos ................................................................................................. 11
4.8 Determinação do volume das toras................................................................................. 11
4.9 Volume da tora ............................................................................................................. 12
4.10 Volume do oco ............................................................................................................. 12
4.11 Processo de desdobro e seleção das toras ........................................................................ 13
4.12 Volume de madeira serrada ........................................................................................... 15
4.13 Determinação do Coeficiente de rendimento volumétrico (CRV %) ................................. 15
4.14 Quantificação dos resíduos gerados ............................................................................... 16
4.15 Análise estatística ......................................................................................................... 16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 17
5.1 CRV das espécies: angelim vermelho, tanibuca, Timbora e Uxi. ...................................... 17
5.2 Rendimento de madeira e diferentes tipos de produtos .................................................... 20
5.3 Resíduos gerados .......................................................................................................... 22
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 23
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 24
1
1 INTRODUÇÃO
Serrarias são empresas do setor produtivo que beneficiam madeiras oriundas de florestas
naturais ou plantadas. Na Amazônia, a principal fonte de matéria prima utilizada nas serrarias
são oriundas de florestas naturais, que fornecem seções de fuste, também conhecidas como
toras e que são desdobradas e comercializadas pela indústria madeireira (LENTINI et al., 2005).
2 OBJETIVOS
• Determinar o CRV% das espécies Dinizia excelsa Ducke, Terminalia tanibouca Rich,
Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima e Endopleura uchi
(Huber) Cuartrec;
• Relacionar o CRV% médio obtido pelas três serrarias com o preconizado pela
Resolução nº 474 do CONAMA/MMA/2016 e a literatura especifica;
• Quantificar o rendimento de madeira com o desdobro das toras para diferentes produtos;
e.
• Quantificar o estoque de volume do resíduo (VR%) pelo método indireto para as quatro
espécies estudadas.
4
3 REVISÃO DE LITERATURA
questionamento sobre o uso dos resíduos para a utilização em outros produtos como bioenergia
ou aglomerados (DACOSTA, et al., 2006).
Higuchi & Clement (2006) relatam que apesar de apresentar vasta quantidade de
espécies que podem atender aos mais variados fins, o rendimento em médias das espécies da
Amazônia é de aproximadamente 30%, o que implica em uma preocupação quanto aos
subprodutos gerados durante o processo de desdobro. Defeitos na tora de madeira como
rachadura, empenamento, nós e ocos, são defeitos que influenciam negativamente no CRV% e
por conseguinte tem um menor rendimento (ANJOS & FONTES, 2017).
A espécie Endopleura uchi (Huber) Cuartrec (uxi) é uma árvore pertencente à família
Humiraceae, que pode chegar a uma altura de 30 metros. Possui um tronco ereto e cilíndrico
que pode alcançar até 90 cm de diâmetro, e uma casca espessa, quase lisa e partida (LORENZI,
2013). Sua ocorrência se dá em toda a Bacia Amazônica, do Peru até os estados do Amazonas
e Pará e seu fruto é apreciado tanto pelos seres humanos quanto por animais (GAIA, 2004).
Algumas das características de identificação de sua madeira são o parênquima axial do
tipo indistinto, vasos visíveis somente sob lente no seu topo e na face tangencial, porosidade
difusa exclusivamente solitários pequenos a médios (IPT, 2013).
Segundo Homma (2006), apesar de sua grande importância, as árvores de uxizeiros vêm
desaparecendo em função da grande expansão agrícola e o desmatamento que ocorre na região.
O uxi é uma das espécies da Amazõnia mais valiosas, devido a sua madeira de alta
qualidade; seu alto valor frutífero que é atrativo para a caça, já que muitos animais se alimentam
do seu fruto. Às margens das rodovias e em regiões de fronteiras, a grande quantidade de
6
serrarias e a falta de preparo do mercado para a venda da fruta favorecem a venda das árvores
para a indústria madeireira (GAIA, 2004). Apesar de alguns estudos científicos mostrarem que
o manejo do uxi é economicamente inviável, muitas famílias da região próxima à Belém vêm
manejando e vendendo uxi. Através da adoção de práticas como: enriquecimento do plantio,
corte da vegetação que compete por luz e nutrientes, uso do fogo para o controle de formigas e
limpeza do chão a cada 6 meses para facilitar na coleta dos frutos durante a colheita, tem sido
possível alcançar um aumento da densidade e uma melhor produção dos frutos (SHANLEY &
CARVALHO, 2007).
Uma das características para a identificação de sua madeira, são os vasos obstruídos por
inclusões. Todos os vasos, ou apenas alguns vasos do cerne são preenchidos por inclusões
orgânicas de diversas naturezas (gomas e resinas). As inclusões podem possuir diversas
colorações: amarela, branca e castanha. Tendo um parenquima aliforme, que envolve
completamente os vasos, mas a aréola apresenta extensões laterais formando uma figura
losangular (ZENID, 2012).
É uma espécie de grande importância para a exportação de madeira serrada, e que tem
grande relevância para o produto interno bruto (PIB), principalmente no Estado do Pará, onde
no ano de 2003 foi responsável por 19% do volume em madeira consumido no Brasil
(FERREIRA & HOPKINS, 2004).
Em áreas em que a vegetação é formada por árvores de grande porte, com altura
variando de 25 m a 35 m, as copas das árvores são frondosas, de forma irregular, formando uma
cobertura contínua. A Dinizia excelsa é importante na formação da cobertura vegetal, e também
no potencial madeireiro, em geral em uma floresta Clímax (madura), apresentando tanto árvores
para abate, como remanescentes para ciclos posteriores (COSTA et al., 1998).
8
Alguns dos principais nomes usados para designar essa espécie são: Taninbuca,
Cuiarana, Tanimboca, Embiridiba e Amarelão. Existe uma grande variedade de espécies em
que se é atribuído o mesmo nome vulgar, apesar de serem botanicamente distintas e por
conseguinte apresentam propriedade tecnológicas (químicas e mecânicas) distintas da madeira
(PACHECO et al., 2016). Outro cuidado que se deve ter nos estudos em serrarias com essa
espécie, é com o nome tanibuca que também é comumente utilizado para outras espécies do
gênero Terminalia e para algumas do gênero Buchenavia (BARRETO et al., 2014).
Sendo uma madeira bastante comercializada por diferentes lojistas, seja pequeno, médio
ou grande na região Centro-Oeste ou mesmo em outras regiões do País; um estudo realizado no
Estado de Goiás, mostrou intensa utilização da madeira para telhado de construção de
residências (LOPES, 2014). Embora a T. tanibouca não seja uma das madeiras mais cobiçadas,
diante aos avanços que o manejo florestal vem sofrendo, a utilização de madeiras que venham
a substituir as madeiras nobres está cada vez mais evidente (SANTANA, 2010).
Uma utilização bastante rústica para a tanibuca é na produção de dormentes. Por ser
resistente ao ataque de xilófagos, possuir baixo empenamento, em geral ausência de nós que é
um defeito na madeira e boa trabalhabilidade em seu processo produtivo, além de não liberar
extrativos que venham a irritar os operadores durante seu desdobramento na indústria
(CHIMELO, 1989).
4 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em três serrarias no município de Paragominas (Figura 1), que
está localizado no Nordeste do Estado do Pará, entre as coordenadas 2° 59' 51'' Sul Longitude:
47° 21' 13'' Oeste, o municipio possui uma área territorial de aproximadamente 19 342, 254 km²
e uma população estimada para 2017 de 110.000 habitantes com uma densidade demográfica
de aproximadamente 5,06 hab/km² (IBGE, 2017).
4.2 Clima
4.3 Solo
com base nos critérios e características diferenciais para enquadrá-los no Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (RODRIGUES, 2003).
4.4 Hidrografia
4.5 Vegetação
SERRARIAS
EQUIPAMENTOS
X Y Z
Carro porta-toras 1 1 1
Destopadeira 2 2 3
Multicaibreira 1 - 1
Multiripeira - - 1
Multiserra 1 1 -
Plataforma de toras 1 1 1
Serra circular 4 3 3
Serra-fita 1 1 1
Fonte: os autores.
Para a determinação do volume das toras foi empregado o método desenvolvido por
Smalian, sendo o mais recomendado para um paraboloide quadrático por apresentar baixa
margem de erro e maior precisão, com uma fácil trabalhabilidade, já que utiliza as medições
cruzadas do diâmetro e o comprimento da tora (BATISTA, 2001). Para calcular o volume
utilizou-se as equações 1, 2 e 3 mostradas abaixo.
12
( g1 g 2 )
V .L Equação (1)
2
. ( D / 100 ) 2
g1 Equação (2)
4
. (d / 100 ) 2
g2 Equação (3)
4
̅ – Média dos diâmetros da extremidade maior (cm); 𝑑̅ - Média dos
Onde: V - volume geométrico toras (m3); 𝐷
diâmetros da extremidade menor (cm); L - comprimento do resíduo (m); g1 - área transversal da extremidade maior
(m2); g2 - área transversal da extremidade menor (m2).
O volume geométrico estimado das toras foi feito com o auxílio de uma trena
centimétrica, no qual foram mensurados os diâmetros cruzados, maior (D’ e D”) e menor (d’ e
d”), sem a casca, nas duas extremidades da tora e o comprimento (L) das mesmas. Segundo
Cunha (2004) a determinação do diâmetro sem casca é de grande interesse no setor florestal,
pois permite avaliar de maneira mais precisa o volume de madeira que existe em determinada
área, conforme mostrado na Figura 2.
Onde: Vo = volume do oco (m³); Di = diâmetro médio do oco da ponta fina da tora (cm); Df = diâmetro médio do
oco da ponta grossa da tora (cm); L= Comprimento do oco (m).
A determinação do volume do oco, foi realizada pelo método de Smalian, que através de
modelo matemático semelhante ao utilizado na cubagem da tora possibilita a estimativa do
volume.
Para proceder o estudo, foram selecionadas quatro espécies disponibilizadass por cada
uma das serrarias, sendo elas: angelim vermelho; tanibuca; timborana e uxi. Conforme
mostrado na Tabela 3.
ESPÉCIES EM ESTUDO
14
Para o desdobro das toras, foi utilizada uma máquina carregadeira no pátio de
estocagem, para transporte até a plataforma de toras, onde será afixada no carro porta toras,
sendo posteriormente feita a escolha das bitolas em que a tora será desdobrada pela serra fita.
Segundo Murara Junior; Rocha & Trugilho, (2013) a escolha da bitola varia de acordo com a
demanda do pedido realizado pelo comprador e aptidão de cada espécie em suas variadas
formas de uso.
Foi feito o seccionamento longitudinal das toras (desdobro primário), e posteriormente
passado para a próxima etapa, onde as peças de madeira foram serradas pela serra fita, sendo
dessa vez levada à serra circular de mesa que fez o esquadrejamento das peças, definindo o tipo
de produto a ser comercializado. Após os cortes longitudinais, as peças foram levadas até a
destopadeira que faz o arremate final deixando o produto com as medidas de comprimento no
tamanho desejado para ser comercializado.
Materiais que não servirem para as principais peças, têm destinação para a etapa de
aproveitamento, que por sua vez faz a bitolagem das peças em dimensões menores, mas que
ainda são passíveis de comercialização. O que não serve para este aproveitamento como pontas,
pontaletes e costaneiras são comercializados como refugo, com preço inferior em relação às
peças padronizadas, mas que podem ser utilizadas para diversos fins, passando por um novo
processo de beneficiamento (BRAND et al., 2002).
O processo de desdobramento das toras em madeira serrada gera uma grande quantidade
de resíduos na forma de pó de serragem, serragem pontas, pontaletes, costaneiras, cavacos entre
outros; Esse resíduo não possui utilização na forma estrutural de madeira, que são utilizados
como fonte de bioenergia ou matéria prima para produção de MDF e MDP, entre outras formas
(SILVA & FIGUEIREDO, 2010). Todo o resíduo gerado no processo de desdobro nas serrarias
estudadas é comercializado na indústria local de Paragominas.
15
Onde: Vpeça- Volume da peça (m³); L - Largura da peça (m); E - Espessura da peça (m); C - Comprimento da peça
(m).
Após feita a quantificação do volume de cada produto gerado pela tora, se faz a
somatória de todos os produtos gerados pela tora em estudo, obtendo assim, o volume de
madeira serrada pela tora (BIASI & ROCHA, 2007).
onde: Vtotal - volume total das peças produzidas; ΣVpeça – Somatório do Volume das peças por tora (m³).
VMS
CRV _ ou _ R .100 Equação (7)
VMT
Onde: CRV - coeficiente de rendimentos volumétrico (%); VMS – volume de madeira serrada (m3); VMT –
volume de madeira em tora (m³).
16
A quantificação dos resíduos (VR) gerados pelas quatro espécies estudadas em três
serrarias do município de Paragominas, foi realizada através do método indireto, tendo como
base o princípio do balanço de material, que consiste na diferença entre o volume de madeira
em tora (VMT) e o rendimento de madeira serrada (VMS) produzido, sendo a sobra dessa
diferença o denominado resíduo (BRAND et al., 2004), sendo descrito pela equação 8.
Onde: VR é o volume do resíduo (%); VMT é o volume de madeira em tora; e VMS é o volume de madeira serrada.
A análise estatística foi feita com delineamento em blocos casualizados (DBC); desse
modo utilizou-se quatro tratamentos (espécies), três blocos (serrarias) e seis repetições (toras).
Para o processamento dos dados estatísticos, primeiramente foi feito teste de normalidade, com
intuito de se conhecer a amplitude da dispersão dos valores dos dados obtidos através do teste
Shapiro-Wilk.
Para avaliar a normalidade dos dados, os resultados foram submetidos à Análise de
Variância (ANAVA) e as médias posteriormente comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5%
de probabilidade com auxílio do software ASSISTAT Versão 7.7. Os dados foram tabulados
utilizando o software Microsoft Office Excel 2016.
17
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise realizada das quatro espécies nas três serrarias no município de Paragominas,
mostrou que a tora com o menor rendimento foi da espécie uxi quando processada na serraria
Y com rendimento de 30%, enquanto que o de maior rendimento foi de uma tora de uxi na
serraria X com 87,54%, conforme mostrado na Tabela 4.
Tabela 4. CRV médio das quatro espécies estudas em três serrarias em Paragominas.
CRV MÉDIO EM %
SERRARIAS
ANGELIM TANIBUCA TIMBORANA UXI
73,75 62,29 57,19 50,72
O Valor médio de CRV% encontrado em cada serraria estudada para cada espécie é
superior ao valor mínimo estipulado pela Resolução n° 474 CONAMA/MMA/2016 que é de
35% (BRASIL, 2016). Os valores dos CRV% encontrados nesse referido estudo, são inferiores
18
ao encontrado por Oliveira (2014), que ao estudar madeira oriunda de espécies folhosas nativas
no Estado de Rondônia, teve um rendimento médio de 66%.
Para a espécie D. excelsa um estudo realizado por Tonini (2004) mostrou um rendimento
de 66%, valor superior à média obtida pela mesma espécie avaliada neste estudo, que foi de
57,10%, no entanto superior aos valores preestabelecidos para o CRV% das folhosas, que está
entre 45 a 55% de CRV (GOMIDE, 1974).
Tabela 5. Análise de variância do rendimento em madeira serrada para as quatro espécies estudadas em três
serrarias em no município de Paragominas-PA.
19
Análise de Variância
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 147,79 49,26 4,33
Resíduo 20 227,57 11,38
Total 23 375,35
FV: Fonte de variação; GL: Grau de liberdade; SQ: Soma dos quadrados; F: Razão da variância. **
significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01) (SILVA, 2016).
A partir das análises dos dados constatamos que existe diferença significativa entre o
desdobro feito com as espécies em estudo, destacando a espécie timborana com maior CRV,
sendo de 59,81%, não diferindo estatisticamente das espécies de angelim vermelho e tanibuca.
A espécie que apresentou o menor rendimento foi o uxi com CRV de 53,54% não diferindo
estatisticamente da tanibuca e do angelim vermelho, seguidos da letra (b), conforme mostrado
na Figura 4.
Figura 4. Rendimento médio de madeira serrada de quatro espécies estudadas em três serrarias no município de
Paragominas-PA.
58 57,42 ab
56
54,45 ab
54 53,54 b
52
50
Angelim V. Tanibuca Timborana Uxí
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade.
20
Das espécies avaliadas, a que apresentou maior volume de madeira serrada foi o angelim
vermelho, totalizando 36,13 metros cúbicos de madeira e o menor rendimento pela espécie
tanibuca com 8,99 metros cúbicos de madeira serrada (Tabela 5). O volume de madeira está
diretamente relacionado ao volume das toras utilizadas neste estudo, onde o angelim se mostrou
como a espécie com o maior volume das toras e a tanibuca com o menor volume.
Tabela 5. Volume de madeira serrada em m³ para as quatro espécies estudadas em três serrarias em Paragominas-
PA.
Os tipos de produtos gerados com o desdobramento das toras das quatro espécies
estudadas em três serrarias do município de Paragominas – PA, mostra a versatilidade das
espécies: angelim vermelho e uxi com a maior variedade de produtos. Já as espécies com menor
versatilidade no estudo em questão, foram a timborana como sendo muito utilizada para
produção de tábuas e a tanibuca muito usada para produção de vigas, conforme é mostrado na
Figura 5.
21
Figura 5. Variedade de produtos desdobrados de quatro espécies madeireiras em três serrarias no município de
Paragominas-PA.
As serrarias estudadas realizaram o desdobro das toras com diferentes bitolas para
atender aos pedidos dos compradores dos produtos, de modo geral, o pedido é feito de acordo
com a aptidão de cada espécie, atendendo por sua vez as especificações de cada produto a ser
gerado pelo desdobro, ou seja, madeiras com boa trabalhabilidade e que tenha uma superfície
com boa qualidade melhora o acabamento, viabilizando economicamente a operação, que por
sua vez, tem uma aceitação mais nobre quando destinadas para a movelaria (SILVA, et al.,
2009). Madeiras mais rústicas, de alta densidade e resistência mecânica devem ser serradas para
atender a demanda de construção civil, marcenaria, peças torneadas, entre outros (OLIVEIRA
et al.,2017).
22
Tabela 6. Quantidade média de resíduo gerado pelo desdobro de madeira serrada de quatro espécies estudadas
em três serrarias no município de Paragominas-PA.
Em estudo realizado por Barbosa et al., (2014) avaliando o volume de resíduos gerados
por uma serraria apresentou valores de 56,58 % de resíduos, onde esse valor está acima do
gerado pela média das quatro espécies estudadas em Paragominas, sendo a espécie com maior
resíduo o uxi, com 46,46 % (Tabela 6).
Em uma avaliação dos resíduos gerados pelo desdobro de toras de duas espécies
tropicais da Amazônia o resultado foi de 37,37% para o Cambará e 46,1% para a itaúba (BIASI
& ROCHA, 2007). Portanto esses valores se assemelham aos valores médios mostrados neste
referido estudo.
23
6 CONCLUSÕES
O CRV (%) obtido para as quatro espécies estudadas, foram elevados nas três serrarias,
consequentemente o VR (%) teve baixos valores.
O tipo de produto a ser gerado no desdobro das toras não é fator que determina o melhor
CRV (%).
O processo de desdobro possibilita grande variedade de produtos para cada uma das
espécies estudadas, sendo a finalidade do produto preponderante na escolha da espécie.
24
7 REFERÊNCIAS
ANGELO, Humberto, SILVA, Gilson Fernandes da; SILVA, Versides Sebastião Moraes e;
Análise econômica da indústria de madeiras tropicais: O caso do Polo de Sinop, MT. Ciência
Florestal. Vol. 14, n. 2, p. 91 – 101, Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2004.
ANJOS, Rui André Maggi dos; FONTE, Ana Paula Namikata. Rendimento de madeira serrada
de espécies de Eucalyptus. Revista de Ciências Agroveterinárias. Vol 16, n 1. P26 – 32.
Lages. 2017.
BARRETO, Wallacy Ferreira; LEÃO, Fábio Miranda; MENEZES, Marlon Costa de &
SOUZA, Deivison Venicio. Equação de volume para apoio ao manejo comunitário de
empreendimento florestal em Anapu, Pará. Pesquisa Florestal Brasileira Brazilian Journal
of Forestry Research. Colombo, v. 34, n. 80, p. 321-329, out./dez. 2014.
BIASI, Candido Pietro; ROCHA, Marcio Pereira da. Rendimento em madeira serrada e
quantificação de resíduos para três espécies tropicais. Revista Floresta. Vol. 37 n. 1. 2007.
BODIG, J.; JAYNE, B.A. Mechanics of wood composites. New York: Van Nostrand Reinhold
Co. Inc., 1982. 712p.
BRAND, Martha Andreia; KLOCK, Umberto; MUNIZ, Graciela Ines Bolzon de; SILVA,
Dimas Agostinho da. Avaliação do processo produtivo de uma indústria de manufatura de
painéis por meio do balanço de material e do rendimento da matéria prima. Revista Árvore.
Vol. 28 n. 4, p 553 – 562. Viçosa, Minas Gerais. 2004.
BRAND, Martha Andreia; MUNIZ, Graciela Ines Bolzon de; SILVA, Dimas Agostinho da;
KLOCK, Umberto. Caracterização do rendimento e quantificação dos resíduos gerados em
serraria através do balanço de materiais. Revista Floresta. Vol. 32 n. 2. 2002.
CHIMELO, João Peres. Controle de qualidade de madeiras da região amazônica. Acta bot.
bras. Vol. 2. 43 – 53. 1989.
CUNHA, Ulisses Silva Da; Dendrometria e Inventário Florestal. Escola Agrotécnica Federal
de Manaus, Curso técnico em manejo florestal, Manaus 2004.
DACOSTA, Lourdes Patrícia Elias; HASELEIN, Clovis Roberto; SANTINI, Elio José;
SCHNEIDER, Paulo Renato; CALEGARI, Leandro. Qualidade das chapas de partículas
aglomeradas fabricadas com resíduos do processamento mecânico da madeira de Pinus elliottii
(Engelm.). Ciencia florestal, Vol. 15, n. 3, p. 311 – 322, Santa Maria, RS 2006.
DANIELLI, Filipe Eduardo; GIMENEZ, Bruno Oliva; OLIVEIRA, Criscian Kellem Amaro
de; SANTOS, Joaquim dos; HIGUCHI, Niro. Modelagem do rendimento no desdobro de toras
de manilkara spp. Sapotaceae em serraria no estado de Roraima, Brasil. Scientia forestallis,
Vol 44. N 111. P 641 - 651. 2016.
FILHO, Mario Tomazello; CHIMELO, João Peres; Garcia, Pablo Vieitez; Madeiras de
Espécies Florestais do Estado do Maranhão: II - Caracterização Anatômica, IPEF, n. 23, p.29-
36, abril 1983.
GAIA, G; SHANLEY, P., A fruta do pobre se torna lucrativa: a Endopleura ucho Cuatrec.
em áreas manejadas próximos a Belém, Brasil.
GOMIDE, José Livio. Serraria. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, Minas Gerais. 1974.
MARTINS, Eugenio Pacelli; OLIVEIRA, Antonio Donizette de; MELLO, José Marcio de;
VIEIRA, Abadio Hermes; LOCATELLI, Marilia; PEQUENO, Petrus Luiz de Luna.
Rendimento de desdobro de toras de serrarias e laminadoras do município de Jaru, estado
de Rondônia. Boletim de pesquisa e desenvolvimento. EMBRAPA. Porto Velho, Rondônia.
Dezembro. 2002.
MURARA JUNIOR, Mauro Itamar; ROCHA, Marcio Pereira da; TRUGILHO, Paulo
Fernando. Estimativa de rendimento em madeira serrada de pinus para duas metodologias de
desdobro. Floresta e Ambiente. 2013.
NOGUEIRA, Jorge Madeira; SANT’ANNA, Ana Claudia, Valoração econômica dos serviços
ambientais de florestas nacionais, Revista de Administração e negócios da Amazônia, v. 2,
n1, 2010.
OLIVEIRA, Junio Elias Ferreira de; ARAUJO, Sergio; FURQUIM, Marcelo Correa;
ESTEVÃO, Cristiane Iracema Monteiro; SAUSEN, Geovana Karina. Densidade básica de
madeira de Jatobá (Hymenaea coubaril), pelo método de aferição do volume em imersão
em agua. Primeiro colóquio estadual de pesquisa multidisciplinar, Mineiros, Goiás. 2017.
RODRIGUES, Tarcísio Ewerton; SILVA, Roberto das Chagas; SILVA, João Marcos Lima da;
OLIVEIRA JÚNIOR, Raimundo Cosme de; GAMA, José Raimundo Natividade Ferreira;
VALENTE, Moacir Azevedo. Caracterização e Classificação dos Solos do Município de
Paragominas, Estado do Pará. Documentos 162. EMBRAPA. Belém, PA. Abril, 2003.
28
SANTANA, Antônio Cordeiro de; SANTOS, Marcos Antônio Souza dos; OLIVEIRA, Cyntia
Meireles de. Comportamento histórico da produção e comércio de madeira do estado do pará
nos mercados local e internacional. Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 6, n. 11, jul./dez.
2010.
SFB – Serviço Florestal Brasileiro. Guia para medição de produtos e subprodutos florestais
madeireiros das concessões florestais. Ministério de Meio Ambiente. Brasília – DF. 2012.
SILVA, F. de A. S. e.; AZEVEDO, C. A. V. de. The Assistat Software Version 7.7 and its
use in the analysis of experimental data. Afr. J. Agric. Res, v.11, n.39, p.3733-3740, 2016.
DOI: 10.5897/AJAR2016.11522.
SILVA, J. N. M. 1989. The behaviour of the tropical rain forest of the Brazilian amazon
after logging. PhD Thesis Oxford Forestry Institute, University of Oxford. England. 302 p.
SILVA, Silvestre. Arvores da Amazônia Brasil. Empresa das artes. 242p. 2006.
SOUZA, Maria Helena de; MAGLIANO, Mauro Mendonça; CAMARGOS, José Arlete Alves.
Madeiras tropicais Brasileiras, Madeireira São Paulo, 2016, disponível em: <
http://www.madsaopaulo.com.br/category/arvores-brasileiras/>, acesso em 25/10/2016.