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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CAMPUS DE PARAGOMINAS

ANTONIO OLIVEIRA DE ARAUJO LEAL


WILLIAMES MONTEIRO SILVA

Coeficiente de rendimento volumétrico de quatro espécies florestais da Amazônia,


Paragominas – PA.

PARAGOMINAS
2018
ANTONIO OLIVEIRA DE ARAUJO LEAL
WILLIAMES MONTEIRO SILVA

Coeficiente de rendimento volumétrico de quatro espécies florestais da Amazônia,


Paragominas – PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Engenharia Florestal da Universidade
Federal Rural da Amazônia, como requisito para
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Florestal.
Área de concentração: Tecnologia de Produtos
Florestais.
Orientadora: D. Sc. Simonne Sampaio da Silva

PARAGOMINAS
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal Rural da Amazônia
Leal, Antonio Oliveira de Araujo

Coeficiente de rendimento volumétrico de quatro espécies


florestais da Amazônia, Paragominas – PA. / Antonio Oliveira de
Araujo Leal e Williames Monteiro Silva. – Paragominas, PA,
2018.

43 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia Florestal) - Universidade Federal Rural da
Amazônia, 2018.
Orientador: Profª. Drª. Simonne Sampaio da Silva

1. Mensuração florestal 2. Madeira – resíduo - desdobro 3.


Amazônia I. Silva, Williames Monteiro II. Silva, Simonne
Sampaio da (orient.) III. Título.
CDD – 634.9285
ANTONIO OLIVEIRA DE ARAUJO LEAL
WILLIAMES MONTEIRO SILVA

Coeficiente de rendimento volumétrico de quatro espécies florestais da Amazônia,


Paragominas – PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Florestal da Universidade


Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Florestal. Área de concentração: Tecnologia de Produtos Florestais.

______________________________________
DATA DA APROVAÇÃO

Banca Examinadora:

____________________________________ Orientadora
Profª. D.Sc. Simonne Sampaio da Silva
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

_____________________________________ Membro 1
fª. M.Sc. Walmer Bruno Rocha Martins
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

_____________________________________ Membro 2
Profª. M.Sc. Pollyanna Coelho de Sousa
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
A pessoa mais importante deste
mundo, minha querida mãe.

Dedico

Antonio Leal

A Deus, aos meus pais, e a toda


minha família, cujo exemplo sempre foi o
alicerce para a minha vida.

Dedico

Williames Silva
AGRADECIMENTOS

Ao Pai Celestial, pela graça da vida, pela força, saúde e por todas as Bênçãos concedidas.

A minha mãe; a quem devo tudo que sou, pelo amor, confiança e apoio durante toda minha vida
e por ter provido minha formação acadêmica durante todo o período que precisei, então
reconheço todo o esforço para que aqui eu chegasse, meu sincero agradecimento.

A meu pai por ter me ajudado a escolher esse caminho, por tudo o que me ensinou e por ter me
mostrado o que é ter caráter.

Aos meus irmãos, Michelle, Hilda, Karina, Bruno e Laryssa, pelo carinho, motivação e
incentivo durante toda essa jornada.

Aos meus tios; David Leal, Melck PQD, Sergio Ivan, Oliver, Zeca da Nike e Salomão Leal que
tiveram participação ajudando das mais variadas formas

Aos primos; Nephi Rodrigues e Raphael Castro, escolhendo caminhos semelhantes e fazendo
dos congressos muito mais divertidos. Pierre Leal e David André Leal, por acreditarem em meu
potencial e saber que isso se tornaria realidade.

A todos os meus familiares, incluindo, aqueles que já se foram, mas que estão imensamente
orgulhosos, em especial a meus avós Antonio Leal Quinto e a toím dos moveis pelo orgulho e
motivação.

Aos meus amigos; Zezinho, Merdo, Sapo, Diobolt, Cidão, Guerreiro, Ernando, Andrew e
Farinha que de perto assistiram minha vitória e estiveram comigo quando precisei. Alessandro
pela confiança e companheirismo nessa reta final e pela jornada profissional que se inicia.

Ào amigo e parceiro de TCC, Will, pela enorme, dedicação atribuída no decorrer deste trabalho.

A meu professor e amigo Denes Barros, pelas oportunidades e por sempre esta disposto a ajudar
em todas as vezes que precisei.

Aos colegas do grupo de estudo (equipe: Os Broca Pau) Francis, Udson, Jhon, Donath e Mic,
esses caras foram uma nova família que ganhei em Paragominas.

Aos professores; Fabio, Luciana, Jonas, Walmer e Pollyana que tiveram grande preocupação
em nos tornar não só acadêmicos, mas sim profissionais de verdade.

A coordenadora de curso Simonne, por toda ajuda e suporte que ofereceu.

A todos, que de forma direta ou indiretamente contribuíram. Muito obrigado!

Antonio Leal
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por acompanhar meus passos, por me dar força durante todo
esse período, por guiar minhas decisões e pelas bênçãos concedidas.

Aos meus pais, NAZARENO DA COSTA SILVA e SHEILA DO SOCORRO DA COSTA


MONTEIRO, as minhas irmãs BIANCA MONTEIRO SILVA e MARIA RITA MONTEIRO
SILVA, pelo amor, carinho, paciência, incentivo, por todo apoio que nunca foi negado nos
momentos de dificuldade e por contribuírem com a minha formação.

A todos os meus familiares, em especial, meus Avós Paternos LUIS VENCESLAU e RITA DA
COSTA, e avós maternos JOSÉ TEIXEIRA e MARIA DE NAZARÉ, minhas tias EDILZA
SILVA e MARIA Leila, e meus primos LOURENA VANESSA, SAMARA GOMES e ELTON
LIMA, por todo apoio, conselhos, direcionamento e por contribuírem com a minha formação.

Ao meu amigo ANTONIO CARLOS LINS, por todo o incentivo, paciência, por dividir
momentos bons e ruins e por contribuir com a minha formação.

Aos meus amigos Angelo Monteiro, Gislene Oliveira, Taís Monteiro, Gabriel Monteiro,
Agnaldo Evangelista, Ana Paula Atanazio, Luca Atanazio, Atila Ferreira, Jamilly Campos,
Kamilly Campos, pelo carinho e companheirismo durante todos esses anos.

A minha amiga de longa data EMANUELY VIEIRA por todo o incentivo, conselhos, paciência
e por contribuir com a minha formação.

A minha querida professora e orientadora D. Sc. SIMONNE SAMPAIO DA SILVA, por toda
confiança, apoio e incentivo que foram fundamentais para realização deste trabalho, e por
sempre estra disposta a ajudar nos momentos em que precisei.

Ao meu parceiro de TCC ANTONIO LEAL, por contribuir na realização deste trabalho, por
todo o empenho, paciência e confiança durante a todos esses anos.

Ao meu querido professor M. Sc. DENES BARROS por todos os ensinamentos repassados
durante o curso e por ter contribuído grandiosamente para a realização deste trabalho.

Aos amigos, ISABELLE CRISTINA, LARISSA BARROS, JULIANE ANDRADE, JADE


FRANCO, LUAN FEITOSA e NANCY EULÁLIA pelos incentivos, pela parceria, por estarem
comigo em momentos bons e ruins durante todos esses anos.

A Universidade Federal Rural da Amazônia por me proporcionar tantas experiências


proveitosas e os professores por todos os ensinamentos que serão levados por toda minha vida.

Aos meus amigos, tanto os da turma Floresta 2013, quanto os que eu conquistei ao longo dessa
jornada, que de alguma forma me apoiaram e me incentivaram nesta fase da minha vida.

A todos que colaboraram, direta ou indiretamente. Muito obrigado!


Williames Silva
“O sucesso nasce do querer, da determinação e
persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não
atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no
mínimo fará coisas admiráveis.”
(José de Alencar)
RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi determinar o Coeficiente de Rendimento Volumétrico de


madeira em tora para madeira serrada de quatro espécies madeireiras em três serrarias em
Paragominas no Estado do Pará. Para a classificação dos produtos gerados baseou – se na
classificação da Resolução nº 474 do CONAMA/MMA/2016. Para determinação do volume
das toras e volume do oco, utilizou-se a equação de Smalian já a determinação do volume das
peças, utilizou – se o produto da largura, espessura e comprimento medidos de cada peça, sendo
o CRV% determinado pela relação entre o volume de madeira serrada e o volume de toras
processadas. Inicialmente, aplicou-se o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Os resultados
foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey ao nível de
5% de probabilidade de erro, utilizando o programa ASSISTAT Versão 7.7. Foi verificado na
pesquisa, a espécie timborana com maior CRV, sendo de 59,81%, não diferindo
estatisticamente das espécies angelim vermelho e tanibuca, seguidos pela letra (a). A espécie
que apresentou o menor rendimento foi o uxi, com CRV de 53,54. Os tipos de produtos gerados
com o desdobramento das toras das quatro espécies estudadas em três serrarias do município
de Paragominas – PA, mostra a versatilidade das espécies angelim vermelho e uxi, que
apresentaram maior variedade de produtos. Os resíduos gerados pelo desdobro da madeira
serrada são apresentados pela média do rendimento de cada tora processada, mostrado por
espécie estudada, onde o menor resíduo foi gerado com o desdobro da timborana e o maior pelo
uxi. O CRV (%) obtido nas quatro espécies estudados foram elevados nas três serrarias
estudadas, consequentemente o VR (%) tiveram baixos valores.

Palavras-chave: Amazônia. Madeira. Tora. Desdobro. Resíduo.


ABSTRACT

The objective of the present study was to determine the Coefficient of volumetric yield (CVY)%
from timber to lumber in regards to 4 timber species in three sawmills in Paragominas in the
State of Pará. The classification of generated products was based on the classification of
Resolution 474 of CONAMA / MMA / 2016. In order to determine the logs volume and the
hollow volume, the Smalian equation was used and to be determining the volume of the pieces,
it was taken as base the multiplication of measured width, thickness and length of each part,
being the Coefficient of volumetric yield (CVY)% determined by the relation between the
lumber volume and the volume of processed logs. Initially, the Shapiro-Wilk normality test was
applied. The results were submitted to the analysis of variance and the average compared by
the Tukey test at the 5% level of error probability using the ASSISTAT Version 7.7 program.
The timborana species with the highest Coefficient of volumetric yield was found in the study,
being 59.81% not statistically different from the Angelim Vermelho and tanibuca species
followed by letter (a). The species that presented the lowest yield was the uxi with Coefficient
of volumetric yield of 53.54. The product types generated with the logs split coming from the
four species studied in three sawmills in Paragominas – PA, show the spieces versatility :
angelim vermelho and uxi with the greatest variety of products. The waste generated by lumber
split at the three sawmills in Paragominas are presented by the average yield of each processed
log, shown by species studied, where the smallest waste was generated with the timborana split
and the largest by the uxi. The Coefficient of volumetric yield (CVY%) obtained in the four
studied species were high in the three sawmills studied, consequently the RV (%) had low
values.

Keywords: Amazonia. Wood. Log. Unfold. Waste.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa da localização das três serrarias no município de Paragominas. ....................... 9

Figura 2. Metodologia para medição das toras. ........................................................................ 12

Figura 3. Metodologia para estimativa do volume do oco nas toras. ....................................... 13

Figura 4. Rendimento médio de madeira serrada de quatro espécies estudadas em três serrarias
no município de Paragominas-PA. ........................................................................................... 19

Figura 5. Variedade de produtos desdobrados de quatro espécies madeireiras em três serrarias


no município de Paragominas-PA. ........................................................................................... 21
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Lista de equipamentos presentes nas serrarias X, Y e Z no município de Paragominas


- PA. .......................................................................................................................................... 11

Tabela 2. Lista de equipamentos presentes nas serrarias X, Y e Z no município de Paragominas


- PA. .......................................................................................................................................... 11

Tabela 3. Produtos comercializados conforme a resolução do CONAMA. ............................. 13

Tabela 4. CRV médio das quatro espécies estudas em três serrarias em Paragominas. ........... 17

Tabela 5. Análise de variância do rendimento em madeira serrada para as quatro espécies


estudadas em três serrarias em no município de Paragominas-PA. ......................................... 18

Tabela 6. Quantidade média de resíduo gerado pelo desdobro de madeira serrada de quatro
espécies estudadas em três serrarias no município de Paragominas-PA. ................................. 22
LISTA DE SIGLAS

ABIMCI Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente


AIMEX Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará
ANAVA Análise de Variância
cm Centímetro
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CRV Coeficiente de Rendimento Volumétrico
D Diâmetro Maior
d Diâmetro menor
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDESP Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
IMAZON Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia
IPT Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo
m Metro
m3 Metro cúbico
MDF Medium Density Fiberboard
MDP Medium Density Particleboard
MMA Ministério do Meio Ambiente
PA Estado do Pará
PIB Produto Interno Bruto
SEMAS Secretária de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SFB Serviço Florestal Brasileiro
SISFLORA Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais
VR Volume do Resíduo
VMS Volume de Madeira Serrada
VMT Volume de Madeira em Tora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
2.1 Objetivo geral: ............................................................................................................... 3
2.2 Objetivos específicos: ..................................................................................................... 3
3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 4
3.1 Madeira serrada no Brasil................................................................................................ 4
3.2 Volume e rendimento de madeira serrada ......................................................................... 4
3.3 Mercado da madeira em Paragominas .............................................................................. 5
3.4 Caracterização das espécies estudadas.............................................................................. 5
3.4.1 Endopleura uchi (Huber) Cuartrec............................................................................ 5
3.4.2 Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima ................................ 6
3.4.3 Dinizia excelsa Ducke ............................................................................................. 7
3.4.4 Terminalia tanibouca Rich ...................................................................................... 8
4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 9
4.1 Área de estudo ............................................................................................................... 9
4.2 Clima............................................................................................................................. 9
4.3 Solo ............................................................................................................................... 9
4.4 Hidrografia .................................................................................................................. 10
4.5 Vegetação .................................................................................................................... 10
4.6 Descrição das serrarias .................................................................................................. 10
4.7 Descrição dos produtos ................................................................................................. 11
4.8 Determinação do volume das toras................................................................................. 11
4.9 Volume da tora ............................................................................................................. 12
4.10 Volume do oco ............................................................................................................. 12
4.11 Processo de desdobro e seleção das toras ........................................................................ 13
4.12 Volume de madeira serrada ........................................................................................... 15
4.13 Determinação do Coeficiente de rendimento volumétrico (CRV %) ................................. 15
4.14 Quantificação dos resíduos gerados ............................................................................... 16
4.15 Análise estatística ......................................................................................................... 16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 17
5.1 CRV das espécies: angelim vermelho, tanibuca, Timbora e Uxi. ...................................... 17
5.2 Rendimento de madeira e diferentes tipos de produtos .................................................... 20
5.3 Resíduos gerados .......................................................................................................... 22
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 23
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 24
1

1 INTRODUÇÃO

A floresta Amazônica apresenta uma enorme riqueza de espécies florestais, cujas


espécies são exploradas comercialmente por apresentarem características de interesse para a
indústria madeireira. A quantidade de espécies comercializadas varia de acordo com a região,
podendo chegar a 157 em algumas localidades (SILVA, 1989).
As áreas de floresta natural tem diminuído cada vez mais em função do crescimento
agrícola, desflorestamento ou até mesmo com a extração madeireira ilegal, isso ocorre devido
o difícil controle das extensas áreas da Amazônia. Por essa razão, trabalhos que visem estudar
a gama de espécies nativas, é de grande importância para que se tenha conhecimento das que
apresentam aptidão para serem utilizadas na indústria madeireira (FERRAZ, 2004).
Há muitos anos, os produtos de madeira serrada têm sido praticados na Amazônia com
um elevado controle de suas propriedades. Eles têm recebido um aumento contínuo de
utilização em estruturas de engenharia, como madeira para estrutura de construção civil,
acabamentos rústicos ou finos, fôrmas e andaimes (BODIG e JAYENE, 1982). No Brasil, além
da produção de Pinus, também são utilizadas madeiras de Eucalyptus, ambas provenientes de
florestas plantadas, porém são espécies exóticas da flora nativa brasileira (SZÜCS, 2006).

Paralelamente, vem sendo observada a conscientização da necessidade de um melhor


aproveitamento dos recursos naturais provenientes das Florestas Tropicais, em particular no
que concerne à Floresta Amazônica. Com a disseminação dos conceitos de manejo sustentado
e comercialização de material certificado, cada vez menos se compactua com a exploração
seletiva e predatória de toras e produtos, que conduziu à exaustão de diversas espécies de uso
consagrado. Também está sendo gradativamente abandonado, o hábito de se queimar, nos
próprios locais de extração, as numerosas árvores de espécies pouco conhecidas, ou mesmo
desconhecidas, em particular as que fornecem madeira com densidade inferior a 0,75 g/cm³
(ZANGIÁCOMO, 2003).

Serrarias são empresas do setor produtivo que beneficiam madeiras oriundas de florestas
naturais ou plantadas. Na Amazônia, a principal fonte de matéria prima utilizada nas serrarias
são oriundas de florestas naturais, que fornecem seções de fuste, também conhecidas como
toras e que são desdobradas e comercializadas pela indústria madeireira (LENTINI et al., 2005).

O volume da madeira é de grande importância, pois através dele é possível realizar o


controle de estoque, o controle de crescimento, o planejamento da produção, a elaboração do
2

plano de manejo, a comercialização, o transporte dos produtos florestais e a adequação de


equipamentos para processamento da madeira (BARROS, 2006).

O rendimento de madeira pode ser determinado pelo coeficiente de rendimento de


madeira serrada (CRV), valor percentual do total de peças de madeira produzidas durante o
desdobro das toras, que consiste na diferença do volume da tora pelo volume de madeira
serrada, deste modo o CRV% mostra a quantidade de madeira aproveitada que será
comercializada (BRAND et al., 2002).

O uso de tecnologias que objetivam otimizar a produção de madeira, como a exploração


de impacto reduzido e utilização de madeira oriunda de reflorestamento, certificada pelo selo
Forest Stewardship Council (FSC), é de suma importância para que se mantenham as florestas
naturais, pois possibilita uma produção de forma sustentável, além de melhorar a qualidade da
matéria prima utilizada na indústria madeireira, desse modo, melhorando a lucratividade com a
produção (CARNEIRO, 2007).
3

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral:

Avaliar o coeficiente de rendimento volumétrico (CRV%) de madeira em tora para


madeira serrada de quatro espécies madeireiras em três serrarias em Paragominas no Estado do
Pará.

2.2 Objetivos específicos:

• Determinar o CRV% das espécies Dinizia excelsa Ducke, Terminalia tanibouca Rich,
Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima e Endopleura uchi
(Huber) Cuartrec;
• Relacionar o CRV% médio obtido pelas três serrarias com o preconizado pela
Resolução nº 474 do CONAMA/MMA/2016 e a literatura especifica;
• Quantificar o rendimento de madeira com o desdobro das toras para diferentes produtos;
e.
• Quantificar o estoque de volume do resíduo (VR%) pelo método indireto para as quatro
espécies estudadas.
4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Madeira serrada no Brasil

A Amazônia concentra a maior biodiversidade do território mundial, distribuída ao


longo de seus aproximados 5,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais cerca de 3,6
milhões estão no território brasileiro, implicando assim em uma riqueza imensurável de
recursos (MARINELLI et. al., 2008). Grande parte dessas espécies florestais são exploradas
comercialmente para a extração de madeira, óleos, raízes, essências e etc. Os polos moveleiros
estão entre os principais destinos de madeira serrada no Brasil (PINTO, MATOS & SILVA,
2016) e, considerando que o Brasil possui grande importância no mercado de madeira, é
essencial conhecer melhor a indústria e os processos relacionados ao seu beneficiamento
(ANGELO, SILVA & SILVA, 2004). Apesar dos recursos naturais possuírem grande
importância, os recursos florestais amazônicos são pouco conhecidos e estudados; seu
aproveitamento é irrisório em relação ao potencial existente da floresta (FERREIRA, 1998).

O setor florestal sempre teve grande importância para a economia do País, e


basicamente, produtos florestais madeireiros enquadram – se nos produtos de madeira
processada mecanicamente como, madeira serrada, lâminas, chapas de madeira, entre outros
(ABIMCI, 2014). No Brasil a madeira serrada é bastante utilizada na construção civil, podendo
ser empregada de forma temporária como escoras e andaimes, ou de forma permanente, em
estrutura de forros e pisos, enquanto que em países desenvolvidos o seu principal uso é para a
fabricação de painéis (ZENID, 2012).

Atualmente, o mercado de serraria no País tem procurado utilizar madeiras oriundas de


plantios comerciais, principalmente de espécies do gênero Eucalyptus como alternativa, devido
principalmente as restrições ambientais atualmente em vigor e aos altos custos operacionais que
envolvem as atividades de exploração florestal em florestas nativas (CARVALHO, 2016).

3.2 Volume e rendimento de madeira serrada

O rendimento volumétrico no processo de desdobro trata da relação entre o volume de


madeira serrada produzida e o volume de toras processadas (SANTANA, 2017). O rendimento
volumétrico está diretamente relacionado à quantidade de resíduos gerados pelo processo de
desdobro das toras, uma vez que essa quantidade é inversa ao volume de madeira produzida, o
que provoca uma grande dificuldade para a indústria, que tem dificuldades em destinar um fim
adequado aos resíduos que são gerados durante o processo de desdobro, o que infere em um
5

questionamento sobre o uso dos resíduos para a utilização em outros produtos como bioenergia
ou aglomerados (DACOSTA, et al., 2006).

Higuchi & Clement (2006) relatam que apesar de apresentar vasta quantidade de
espécies que podem atender aos mais variados fins, o rendimento em médias das espécies da
Amazônia é de aproximadamente 30%, o que implica em uma preocupação quanto aos
subprodutos gerados durante o processo de desdobro. Defeitos na tora de madeira como
rachadura, empenamento, nós e ocos, são defeitos que influenciam negativamente no CRV% e
por conseguinte tem um menor rendimento (ANJOS & FONTES, 2017).

3.3 Mercado da madeira em Paragominas

Uma parte representativa da economia do município de Paragominas é sustentada pelo


setor madeireiro (GALVÃO, 2013), sendo que este Município foi considerado o maior polo
moveleiro da Amazônia nos anos 90 (VERISSIMO, 2002), onde a maioria da destinação tem
sido para as laminadoras, madeira serrada para uso doméstico e exportação. Segundo o relatório
da SEMAS – PA do início de 2006 até o final de 2016 foram comercializados cerca de
28.033.734 m³ de madeira em tora gerando uma receita de R$ 4.150.738.749,28 de madeira em
toras nativas (SISFLORA, 2017).

3.4 Caracterização das espécies estudadas

3.4.1 Endopleura uchi (Huber) Cuartrec

A espécie Endopleura uchi (Huber) Cuartrec (uxi) é uma árvore pertencente à família
Humiraceae, que pode chegar a uma altura de 30 metros. Possui um tronco ereto e cilíndrico
que pode alcançar até 90 cm de diâmetro, e uma casca espessa, quase lisa e partida (LORENZI,
2013). Sua ocorrência se dá em toda a Bacia Amazônica, do Peru até os estados do Amazonas
e Pará e seu fruto é apreciado tanto pelos seres humanos quanto por animais (GAIA, 2004).
Algumas das características de identificação de sua madeira são o parênquima axial do
tipo indistinto, vasos visíveis somente sob lente no seu topo e na face tangencial, porosidade
difusa exclusivamente solitários pequenos a médios (IPT, 2013).
Segundo Homma (2006), apesar de sua grande importância, as árvores de uxizeiros vêm
desaparecendo em função da grande expansão agrícola e o desmatamento que ocorre na região.
O uxi é uma das espécies da Amazõnia mais valiosas, devido a sua madeira de alta
qualidade; seu alto valor frutífero que é atrativo para a caça, já que muitos animais se alimentam
do seu fruto. Às margens das rodovias e em regiões de fronteiras, a grande quantidade de
6

serrarias e a falta de preparo do mercado para a venda da fruta favorecem a venda das árvores
para a indústria madeireira (GAIA, 2004). Apesar de alguns estudos científicos mostrarem que
o manejo do uxi é economicamente inviável, muitas famílias da região próxima à Belém vêm
manejando e vendendo uxi. Através da adoção de práticas como: enriquecimento do plantio,
corte da vegetação que compete por luz e nutrientes, uso do fogo para o controle de formigas e
limpeza do chão a cada 6 meses para facilitar na coleta dos frutos durante a colheita, tem sido
possível alcançar um aumento da densidade e uma melhor produção dos frutos (SHANLEY &
CARVALHO, 2007).

3.4.2 Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima

A espécie Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima (timborana)


é uma árvore pertencente à família Mimosaceae que pode chegar a uma altura de até 50 metros,
seu tronco pode alcançar até 155 cm de diâmetro, o fruto pode chegar até 60 cm de
comprimento. Anteriormente chamada de Piptadenia suavolenses, sendo a única espécie que
se conhece na região Amazônica de interesse madeireiro (SILVA, 2006).
Dentre as características de identificação está o parênquima pouco contrastado, visível
somente sob lente, vasicêntrico escasso e com nítidas linhas marginais, porosidade visível ao
olho nu, frequentemente em certo arranjo tangencial (FILHO, CHIMELO & GARCIA, 1983).
No Brasil sua ocorrência se dá nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Amapá (SOUZA et al.,
2016)
Segundo Ferreira & Santos (2003) dentre os principais usos a madeira é muito utilizada
na construção civil, lâminas, compensados, cabos de ferramentas como: machado, enxada,
martelo, marreta e etc. AIMEX (2016) cita que a espécie apresenta um difícil aplainamento e
serragem, porém possui bons resultados no acabamento para torneamento e laminação; sua
secagem em estufa é rápida embora apresente rachaduras fortes, possui uma alta resistência a
fungos e insetos.
Diante da variedade de produtos que podem ser ofertados pela espécie, e a maioria dos
produtos são de uso direto, isso melhora a valoração da madeira por possuírem preço de
mercado. Contudo, muitas vezes os preços não refletem o verdadeiro valor, desconsiderando a
escassez do bem e serviço (NOGUEIRA & SANT’ANNA, 2010)
Em estudos realizados por Ribeiro (2008) no município de Paragominas constatou que
a timborana, juntamente com os angelins (Dinizia excelsa e Hymenolobium spp.), a Cupiúba
(Goupia glabra) e o Pequiá (Caryocar villosum) estão presentes em aproximadamente 40% das
7

23 empresas do setor madeireiro estudadas. Segundo o relatório do SISFLORA de 2016, no


município de Paragominas o volume estimado de madeira vendida de timborana foi de 900 m³
totalizando R$ 138. 848, 97.

3.4.3 Dinizia excelsa Ducke

A espécie Dinizia excelsa Ducke (angelim vermelho) é uma árvore da família


Leguminoseae que pode chegar a 60 metros de altura, possui uma copa rala, seu tronco pode
chegar a 180 cm de diâmetro, sendo uma das maiores árvores de floresta amazônica (LORENZI,
2016). Ocorre em toda região amazônica e principalmente nos estados: Acre, Rondônia,
Amazonas, Pará e Roraima, ainda sendo encontrado na Guiana Inglesa (SILVA, 2006).

Uma das características para a identificação de sua madeira, são os vasos obstruídos por
inclusões. Todos os vasos, ou apenas alguns vasos do cerne são preenchidos por inclusões
orgânicas de diversas naturezas (gomas e resinas). As inclusões podem possuir diversas
colorações: amarela, branca e castanha. Tendo um parenquima aliforme, que envolve
completamente os vasos, mas a aréola apresenta extensões laterais formando uma figura
losangular (ZENID, 2012).

No Pará, vários comércios de venda de madeira comercializam a madeira de angelim,


que é muito utilizada nos pequenos, médios e grandes mercados madeireiros. Porém, é nos
pequenos comerciantes que está sua maior importância, pois é comum se ver nas pequenas
marcenarias nas ruas de Belém e nas margens de estradas do Estado etc., o uso dessa madeira
(FERREIRA et al., 2004).

É uma espécie de grande importância para a exportação de madeira serrada, e que tem
grande relevância para o produto interno bruto (PIB), principalmente no Estado do Pará, onde
no ano de 2003 foi responsável por 19% do volume em madeira consumido no Brasil
(FERREIRA & HOPKINS, 2004).

Em áreas em que a vegetação é formada por árvores de grande porte, com altura
variando de 25 m a 35 m, as copas das árvores são frondosas, de forma irregular, formando uma
cobertura contínua. A Dinizia excelsa é importante na formação da cobertura vegetal, e também
no potencial madeireiro, em geral em uma floresta Clímax (madura), apresentando tanto árvores
para abate, como remanescentes para ciclos posteriores (COSTA et al., 1998).
8

3.4.4 Terminalia tanibouca Rich

A espécie Terminalia tanibouca Rich. (tanibuca) é uma árvore da família Combretaceae


que pode chegar a 25 metros de altura, possui uma copa alongada e rala, seu tronco é ereto e
cilíndrico com casca fina e rugosa, podendo chegar a 80 cm de diâmetro, (LORENZI, 2016).
Sua ocorrência se dá na região amazônica podendo ser encontrada na Mata-Atlântica no estado
do Rio de Janeiro (NUNES, 2010).

Alguns dos principais nomes usados para designar essa espécie são: Taninbuca,
Cuiarana, Tanimboca, Embiridiba e Amarelão. Existe uma grande variedade de espécies em
que se é atribuído o mesmo nome vulgar, apesar de serem botanicamente distintas e por
conseguinte apresentam propriedade tecnológicas (químicas e mecânicas) distintas da madeira
(PACHECO et al., 2016). Outro cuidado que se deve ter nos estudos em serrarias com essa
espécie, é com o nome tanibuca que também é comumente utilizado para outras espécies do
gênero Terminalia e para algumas do gênero Buchenavia (BARRETO et al., 2014).

Sendo uma madeira bastante comercializada por diferentes lojistas, seja pequeno, médio
ou grande na região Centro-Oeste ou mesmo em outras regiões do País; um estudo realizado no
Estado de Goiás, mostrou intensa utilização da madeira para telhado de construção de
residências (LOPES, 2014). Embora a T. tanibouca não seja uma das madeiras mais cobiçadas,
diante aos avanços que o manejo florestal vem sofrendo, a utilização de madeiras que venham
a substituir as madeiras nobres está cada vez mais evidente (SANTANA, 2010).

Uma utilização bastante rústica para a tanibuca é na produção de dormentes. Por ser
resistente ao ataque de xilófagos, possuir baixo empenamento, em geral ausência de nós que é
um defeito na madeira e boa trabalhabilidade em seu processo produtivo, além de não liberar
extrativos que venham a irritar os operadores durante seu desdobramento na indústria
(CHIMELO, 1989).

A espécie é frequentemente explorada em manejo florestal sustentável, tanto pleno


como de baixa intensidade, sendo realizado por comunidades, por ser considerada de alta
densidade e de boa qualidade, apresenta um bom preço no mercado, competindo com outras
madeiras de maior renome (KIBLER, 2008).
9

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Área de estudo

O estudo foi realizado em três serrarias no município de Paragominas (Figura 1), que
está localizado no Nordeste do Estado do Pará, entre as coordenadas 2° 59' 51'' Sul Longitude:
47° 21' 13'' Oeste, o municipio possui uma área territorial de aproximadamente 19 342, 254 km²
e uma população estimada para 2017 de 110.000 habitantes com uma densidade demográfica
de aproximadamente 5,06 hab/km² (IBGE, 2017).

Figura 1. Mapa da localização das três serrarias estudadas no município de Paragominas.

Fonte: Os Autores, 2018.

4.2 Clima

O clima do município é do tipo quente e úmido, apresentando temperatura média anual


de 25 °C e umidade relativa do ar média de 85%. O regime pluviométrico fica em torno de
2.250 mm e 2.500 mm anuais, com os meses de Janeiro a Junho apresentando o período mais
chuvoso, e Agosto a Dezembro como os mais secos (IDESPE, 2014).

4.3 Solo

Os principais tipos de solo encontrados no município de Paragominas são: Latossolos


Amarelos; Argissolos Amarelos; Plintossolos, Gleissolos e Neossolos, onde foram classificados
10

com base nos critérios e características diferenciais para enquadrá-los no Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (RODRIGUES, 2003).

4.4 Hidrografia

A malha hidrográfica de Paragominas é densa e se espalha por toda extensão territorial


do Município, sendo formada por duas bacias principais: a do Capim, cujos tributários se
ramificam sobre 54% da área do Município, e a do rio Gurupi, que ocupa os outros 46%
restantes. A bacia do rio Capim é formada por seis sub-bacias, onde se destacam os rios
Surubiju, Camapi, Cauaxi, Jacamim, Paraquequara e o Candiru-açu. Por sua vez, a bacia do rio
Gurupi também abriga seis sub-bacias: Uraim, Maritaca, Piriá, Croatá e Poraci-Paraná (PINTO
et al, 2009).

4.5 Vegetação

As vegetações predominantes encontradas nas florestas de Paragominas são


classificadas como: floresta ombrófila densa, também conhecida como floresta equatorial
úmida de terra firme, floresta ombrófila aberta mista de cipó e palmeira; e floresta ombrófila
densa aluvial, conhecida também, como floresta equatorial úmida de várzea (PINTO et al.,
2009). Onde atualmente uma grande área de floresta já foi removida.

4.6 Descrição das serrarias

As empresas onde foram realizadas as coletas de dados, são serrarias constituídas


basicamente por um pátio reservado para a estocagem das toras e da madeira serrada; um setor
para afiação das serras (casa de afiação) utilizadas na produção e área do processo de desdobro
das toras.
Os equipamentos que realizaram o desdobro primário das toras foram a serra de fita,
com o auxílio do carro porta toras. O desdobro secundário foi realizado com a serra circular e
o destopador. A relação dos equipamentos (plataforma de toras, carro porta-toras, serra-fita,
serra circular, serra circular múltipla, destopadeira, e outros) e suas respectivas quantidades das
serrarias são descritos na Tabela 1.
11

Tabela 1. Lista de equipamentos presentes nas serrarias X, Y e Z no município de Paragominas - PA.

SERRARIAS
EQUIPAMENTOS
X Y Z
Carro porta-toras 1 1 1
Destopadeira 2 2 3
Multicaibreira 1 - 1
Multiripeira - - 1
Multiserra 1 1 -
Plataforma de toras 1 1 1
Serra circular 4 3 3
Serra-fita 1 1 1
Fonte: os autores.

4.7 Descrição dos produtos

Segundo a resolução nº 474 do CONAMA a madeira serrada é classificada de acordo


com a sua especificação de bitola, levando-se em consideração a espessura e largura de cada
peça (BRASIL, 2016), conforme observado na Tabela 2.

Tabela 2. Produtos comercializados conforme a resolução do CONAMA.

TIPO DE PRODUTO ESPESSURA (cm) LARGURA (cm)

Bloco ou Filé >12,0 >12,0


Pranchão >7,0 >20,0
Prancha 4,0-7,0 >20,0
Viga ≥4,0 11,0-20,0
Vigota 4,0-11,0 8,0-10,9
Caibro 4,0-8,0 4,0-7,9
Tábua 1,0-3,9 >10,0
Sarrafo 2,0-3,9 2,0-10,0
Ripa <2,0 ≤10,0
Fonte: resolução nº 474 do CONAMA, 2016.

4.8 Determinação do volume das toras

Para a determinação do volume das toras foi empregado o método desenvolvido por
Smalian, sendo o mais recomendado para um paraboloide quadrático por apresentar baixa
margem de erro e maior precisão, com uma fácil trabalhabilidade, já que utiliza as medições
cruzadas do diâmetro e o comprimento da tora (BATISTA, 2001). Para calcular o volume
utilizou-se as equações 1, 2 e 3 mostradas abaixo.
12

Equações utilizadas para determinação de volume da tora.

( g1  g 2 )
V  .L Equação (1)
2

 . ( D / 100 ) 2
g1  Equação (2)
4

 . (d / 100 ) 2
g2  Equação (3)
4
̅ – Média dos diâmetros da extremidade maior (cm); 𝑑̅ - Média dos
Onde: V - volume geométrico toras (m3); 𝐷
diâmetros da extremidade menor (cm); L - comprimento do resíduo (m); g1 - área transversal da extremidade maior
(m2); g2 - área transversal da extremidade menor (m2).

4.9 Volume da tora

O volume geométrico estimado das toras foi feito com o auxílio de uma trena
centimétrica, no qual foram mensurados os diâmetros cruzados, maior (D’ e D”) e menor (d’ e
d”), sem a casca, nas duas extremidades da tora e o comprimento (L) das mesmas. Segundo
Cunha (2004) a determinação do diâmetro sem casca é de grande interesse no setor florestal,
pois permite avaliar de maneira mais precisa o volume de madeira que existe em determinada
área, conforme mostrado na Figura 2.

Figura 2. Metodologia para medição das toras.

Fonte: Adaptado de CAVALCANTE & SILVA, 2017.

4.10 Volume do oco

A presença do oco em algumas espécies pode demandar de uma necessidade maior de


volume de madeira em tora para atender certa demanda em madeira serrada, o que pode
13

dificultar nas estimativas de rendimento e produtividade(DANIELLI et al. 2016). Para


determinar o volume do oco, foi realizado a cubagem pelo método de Smalian conforme
mostrado na Figura 3.

Figura 3. Metodologia para estimativa do volume do oco nas toras.

Fonte: Adaptado de CAVALCANTE & SILVA, 2017

A determinação do volume do oco foi realizada por meio da equação 4:


2 2
𝜋 . 𝐷𝑓
𝜋.𝐷
( 4 𝑖 )+ ( )
4 Equação (4)
Vo = .𝐿
2

Onde: Vo = volume do oco (m³); Di = diâmetro médio do oco da ponta fina da tora (cm); Df = diâmetro médio do
oco da ponta grossa da tora (cm); L= Comprimento do oco (m).

A determinação do volume do oco, foi realizada pelo método de Smalian, que através de
modelo matemático semelhante ao utilizado na cubagem da tora possibilita a estimativa do
volume.

4.11 Processo de desdobro e seleção das toras

Para proceder o estudo, foram selecionadas quatro espécies disponibilizadass por cada
uma das serrarias, sendo elas: angelim vermelho; tanibuca; timborana e uxi. Conforme
mostrado na Tabela 3.

Tabela 3. Lista de espécies estudadas nas serrarias X, Y e Z no município de Paragominas - PA.

ESPÉCIES EM ESTUDO
14

NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO Nº DE TORAS


Angelim Dinizia excelsa Ducke 18
Tanibuca Terminalia tanibouca Rich 18
Timborana Pseudopiptadenia psilostachya (Benth) G.P.Lewis & M.P.Lima 18
Uxi Endopleura uchi (Huber) Cuartrec 18

Estando dispostas no pátio de cada serraria, procurou-se de maneira aleatória, realizar a


escolha das toras que é a unidade amostral em estudo; desse modo, não se fez qualquer distinção
acerca da qualidade do produto, podendo ser uma tora de excelente qualidade ou até mesmo
uma amostra que apresente defeitos, como oco, rachadura ou tortuosidade.

Para o desdobro das toras, foi utilizada uma máquina carregadeira no pátio de
estocagem, para transporte até a plataforma de toras, onde será afixada no carro porta toras,
sendo posteriormente feita a escolha das bitolas em que a tora será desdobrada pela serra fita.
Segundo Murara Junior; Rocha & Trugilho, (2013) a escolha da bitola varia de acordo com a
demanda do pedido realizado pelo comprador e aptidão de cada espécie em suas variadas
formas de uso.
Foi feito o seccionamento longitudinal das toras (desdobro primário), e posteriormente
passado para a próxima etapa, onde as peças de madeira foram serradas pela serra fita, sendo
dessa vez levada à serra circular de mesa que fez o esquadrejamento das peças, definindo o tipo
de produto a ser comercializado. Após os cortes longitudinais, as peças foram levadas até a
destopadeira que faz o arremate final deixando o produto com as medidas de comprimento no
tamanho desejado para ser comercializado.
Materiais que não servirem para as principais peças, têm destinação para a etapa de
aproveitamento, que por sua vez faz a bitolagem das peças em dimensões menores, mas que
ainda são passíveis de comercialização. O que não serve para este aproveitamento como pontas,
pontaletes e costaneiras são comercializados como refugo, com preço inferior em relação às
peças padronizadas, mas que podem ser utilizadas para diversos fins, passando por um novo
processo de beneficiamento (BRAND et al., 2002).
O processo de desdobramento das toras em madeira serrada gera uma grande quantidade
de resíduos na forma de pó de serragem, serragem pontas, pontaletes, costaneiras, cavacos entre
outros; Esse resíduo não possui utilização na forma estrutural de madeira, que são utilizados
como fonte de bioenergia ou matéria prima para produção de MDF e MDP, entre outras formas
(SILVA & FIGUEIREDO, 2010). Todo o resíduo gerado no processo de desdobro nas serrarias
estudadas é comercializado na indústria local de Paragominas.
15

4.12 Volume de madeira serrada

Para se obter a quantidade do volume de madeira processada em produtos ideais para


venda, foi feito o cálculo de cubagem do sólido tridimensional (paralelepípedo) de cada uma
peça de madeira oriunda da tora em estudo (SFB, 2012).

A determinação do volume de cada peça serrada produzida por meio da equação 5:

𝑉 𝑝𝑒ç𝑎 = 𝐿 𝑥 𝐸 𝑥 𝐶 Equação (5)

Onde: Vpeça- Volume da peça (m³); L - Largura da peça (m); E - Espessura da peça (m); C - Comprimento da peça
(m).

Após feita a quantificação do volume de cada produto gerado pela tora, se faz a
somatória de todos os produtos gerados pela tora em estudo, obtendo assim, o volume de
madeira serrada pela tora (BIASI & ROCHA, 2007).

A determinação do volume total de madeira serrada por meio da equação 6:

Vtotal  Vpeças Equação (6)

onde: Vtotal - volume total das peças produzidas; ΣVpeça – Somatório do Volume das peças por tora (m³).

4.13 Determinação do Coeficiente de rendimento volumétrico (CRV %)

Para a determinação do coeficiente do rendimento volumétrico de madeira serrada,


utiliza-se a diferença entre o rendimento total do volume de madeira serrada pelo volume total
de madeira em tora, multiplica-se o resultado por 100 para se obter o valor percentual (GARCIA
et al., 2012). Conforme equação 7.

VMS
CRV _ ou _ R  .100 Equação (7)
VMT
Onde: CRV - coeficiente de rendimentos volumétrico (%); VMS – volume de madeira serrada (m3); VMT –
volume de madeira em tora (m³).
16

4.14 Quantificação dos resíduos gerados

A quantificação dos resíduos (VR) gerados pelas quatro espécies estudadas em três
serrarias do município de Paragominas, foi realizada através do método indireto, tendo como
base o princípio do balanço de material, que consiste na diferença entre o volume de madeira
em tora (VMT) e o rendimento de madeira serrada (VMS) produzido, sendo a sobra dessa
diferença o denominado resíduo (BRAND et al., 2004), sendo descrito pela equação 8.

A determinação do volume do resíduo gerado por meio da equação 8:


VR = VMT - VMS Equação (8)

Onde: VR é o volume do resíduo (%); VMT é o volume de madeira em tora; e VMS é o volume de madeira serrada.

4.15 Análise estatística

A análise estatística foi feita com delineamento em blocos casualizados (DBC); desse
modo utilizou-se quatro tratamentos (espécies), três blocos (serrarias) e seis repetições (toras).
Para o processamento dos dados estatísticos, primeiramente foi feito teste de normalidade, com
intuito de se conhecer a amplitude da dispersão dos valores dos dados obtidos através do teste
Shapiro-Wilk.
Para avaliar a normalidade dos dados, os resultados foram submetidos à Análise de
Variância (ANAVA) e as médias posteriormente comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5%
de probabilidade com auxílio do software ASSISTAT Versão 7.7. Os dados foram tabulados
utilizando o software Microsoft Office Excel 2016.
17

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 CRV das espécies: angelim vermelho, tanibuca, timborana e uxi.

A análise realizada das quatro espécies nas três serrarias no município de Paragominas,
mostrou que a tora com o menor rendimento foi da espécie uxi quando processada na serraria
Y com rendimento de 30%, enquanto que o de maior rendimento foi de uma tora de uxi na
serraria X com 87,54%, conforme mostrado na Tabela 4.

Tabela 4. CRV médio das quatro espécies estudas em três serrarias em Paragominas.

CRV MÉDIO EM %
SERRARIAS
ANGELIM TANIBUCA TIMBORANA UXI
73,75 62,29 57,19 50,72

68,98 71,50 46,77 58,53

66,51 41,37 71,63 87,54


X
66,83 66,48 49,50 53,09

67,23 58,72 44,43 51,43

54,74 62,74 59,58 58,52

42,71 48,61 44,08 43,26

44,45 42,62 75,36 56,20

54,83 57,62 51,59 50,93


Y
49,29 70,35 67,85 42,92

61,49 47,47 50,31 30,00

40,65 54,11 62,34 59,05

43,20 49,03 54,34 45,80

40,44 47,03 67,70 33,20

50,04 39,10 52,22 49,29


Z
73,06 37,28 57,29 51,92

49,46 53,39 66,67 50,34

67,08 46,85 45,63 36,10

MÉDIA GERAL 57,10 54,14 59,92 53,59

O Valor médio de CRV% encontrado em cada serraria estudada para cada espécie é
superior ao valor mínimo estipulado pela Resolução n° 474 CONAMA/MMA/2016 que é de
35% (BRASIL, 2016). Os valores dos CRV% encontrados nesse referido estudo, são inferiores
18

ao encontrado por Oliveira (2014), que ao estudar madeira oriunda de espécies folhosas nativas
no Estado de Rondônia, teve um rendimento médio de 66%.

Os valores médios obtido no presente estudo de rendimento para as espécies Angelim


(57,10%), Tanibuca (54,14%), Timborana (59,92%) e Uxi (53,59%) nas três serrarias
localizadas em Paragominas foram inferiores ao encontrado em estudo de rendimento realizado
no município de Jaru no estado de Rondônia, que mostra um rendimento médio de 72%, 66%
e 69% respectivamente para as espécies de madeira nativa Garrote, Cedro e Freijó. Fato que
justifica esse rendimento acentuado se dá em virtude do avançado no processo tecnológico ao
qual se realiza o desdobro das toras (MARTINS et al.,2002).

Para a espécie D. excelsa um estudo realizado por Tonini (2004) mostrou um rendimento
de 66%, valor superior à média obtida pela mesma espécie avaliada neste estudo, que foi de
57,10%, no entanto superior aos valores preestabelecidos para o CRV% das folhosas, que está
entre 45 a 55% de CRV (GOMIDE, 1974).

Ribeiro (2018) avaliando o CRV% de madeira serrada de timborana na Floresta


Nacional do Tapajós, encontrou valor médio de 66,4%, sendo este superior ao valor médio
encontrado neste trabalho nas três serrarias do município de Paragominas, o CRV% de madeira
serrada é diretamente influenciado pelo nível tecnológico e operacional empregado durante as
atividades de desdobro da madeira e o tipo de produto a ser obtido no processo
(CAVALCANTE & SILVA, 2017).

Analisando o CRV% de madeira serrada no município de Sorriso, no Mato Grosso,


constatou-se rendimento médio de 52,18% para a espécie Qualea sp. (Cambará), que é uma
espécie amazônica. Esse percentual está adequado para o rendimento de madeiras serradas de
espécies tropicais (MELO et al., 2016). Esses valores se aproximam do rendimento obtido para
as espécies estudadas de T. tanibouca e E. uchi. Sendo esses valores normais para rendimento
de madeira tropical, que é de 45% a 55% (VITAL, 2008).

Os valores obtidos submetidos à análise de variância (ANAVA) para as quatro espécies


de madeira em estudo, apresentaram diferença significativa entre si, a pelo menos um dos
tratamentos, conforme descrito na Tabela 5.

Tabela 5. Análise de variância do rendimento em madeira serrada para as quatro espécies estudadas em três
serrarias em no município de Paragominas-PA.
19

Análise de Variância
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 147,79 49,26 4,33
Resíduo 20 227,57 11,38
Total 23 375,35
FV: Fonte de variação; GL: Grau de liberdade; SQ: Soma dos quadrados; F: Razão da variância. **
significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01) (SILVA, 2016).

A partir das análises dos dados constatamos que existe diferença significativa entre o
desdobro feito com as espécies em estudo, destacando a espécie timborana com maior CRV,
sendo de 59,81%, não diferindo estatisticamente das espécies de angelim vermelho e tanibuca.
A espécie que apresentou o menor rendimento foi o uxi com CRV de 53,54% não diferindo
estatisticamente da tanibuca e do angelim vermelho, seguidos da letra (b), conforme mostrado
na Figura 4.

Figura 4. Rendimento médio de madeira serrada de quatro espécies estudadas em três serrarias no município de
Paragominas-PA.

CRV Médio em (%)


62
59,81 a
60

58 57,42 ab

56
54,45 ab
54 53,54 b

52

50
Angelim V. Tanibuca Timborana Uxí

As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade.
20

5.2 Rendimento de madeira e diferentes tipos de produtos

Das espécies avaliadas, a que apresentou maior volume de madeira serrada foi o angelim
vermelho, totalizando 36,13 metros cúbicos de madeira e o menor rendimento pela espécie
tanibuca com 8,99 metros cúbicos de madeira serrada (Tabela 5). O volume de madeira está
diretamente relacionado ao volume das toras utilizadas neste estudo, onde o angelim se mostrou
como a espécie com o maior volume das toras e a tanibuca com o menor volume.

Tabela 5. Volume de madeira serrada em m³ para as quatro espécies estudadas em três serrarias em Paragominas-
PA.

Espécie Volume (m³)


Angelim Vermelho 36,13
Tanibuca 8,99
Timborana 13,36
Uxí 11,48
Total 69,95

Os tipos de produtos gerados com o desdobramento das toras das quatro espécies
estudadas em três serrarias do município de Paragominas – PA, mostra a versatilidade das
espécies: angelim vermelho e uxi com a maior variedade de produtos. Já as espécies com menor
versatilidade no estudo em questão, foram a timborana como sendo muito utilizada para
produção de tábuas e a tanibuca muito usada para produção de vigas, conforme é mostrado na
Figura 5.
21

Figura 5. Variedade de produtos desdobrados de quatro espécies madeireiras em três serrarias no município de
Paragominas-PA.

As serrarias estudadas realizaram o desdobro das toras com diferentes bitolas para
atender aos pedidos dos compradores dos produtos, de modo geral, o pedido é feito de acordo
com a aptidão de cada espécie, atendendo por sua vez as especificações de cada produto a ser
gerado pelo desdobro, ou seja, madeiras com boa trabalhabilidade e que tenha uma superfície
com boa qualidade melhora o acabamento, viabilizando economicamente a operação, que por
sua vez, tem uma aceitação mais nobre quando destinadas para a movelaria (SILVA, et al.,
2009). Madeiras mais rústicas, de alta densidade e resistência mecânica devem ser serradas para
atender a demanda de construção civil, marcenaria, peças torneadas, entre outros (OLIVEIRA
et al.,2017).
22

5.3 Resíduos gerados

Os resíduos gerados pelo desdobro da madeira serrada em três serrarias no município


de Paragominas, são apresentados pela média do rendimento de cada tora processada, mostrado
por espécie estudada, onde o menor resíduo foi gerado com o desdobro da timborana e o maior
pelo uxi, conforme mostrado na Tabela 6.

Tabela 6. Quantidade média de resíduo gerado pelo desdobro de madeira serrada de quatro espécies estudadas
em três serrarias no município de Paragominas-PA.

RESÍDUO GERADO EM (%)


Angelim vermelho Tanibuca Timborana Uxi
42,58 45,55 40,19 46,46

Em estudo realizado por Barbosa et al., (2014) avaliando o volume de resíduos gerados
por uma serraria apresentou valores de 56,58 % de resíduos, onde esse valor está acima do
gerado pela média das quatro espécies estudadas em Paragominas, sendo a espécie com maior
resíduo o uxi, com 46,46 % (Tabela 6).

Em uma avaliação dos resíduos gerados pelo desdobro de toras de duas espécies
tropicais da Amazônia o resultado foi de 37,37% para o Cambará e 46,1% para a itaúba (BIASI
& ROCHA, 2007). Portanto esses valores se assemelham aos valores médios mostrados neste
referido estudo.
23

6 CONCLUSÕES

O CRV (%) obtido para as quatro espécies estudadas, foram elevados nas três serrarias,
consequentemente o VR (%) teve baixos valores.

O CRV (%) está de acordo com o estabelecido pela resolução n° 474


CONAMA/MMA/2016 que é de 35%, onde os valores obtidos neste estudo foram superiores
para cada uma das espécies estudadas.

O tipo de produto a ser gerado no desdobro das toras não é fator que determina o melhor
CRV (%).

O processo de desdobro possibilita grande variedade de produtos para cada uma das
espécies estudadas, sendo a finalidade do produto preponderante na escolha da espécie.
24

7 REFERÊNCIAS

ABIMCI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDUSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA


MECANICAMENTE, o Setor florestal, 2014 disponível em: < http://www.abimci.com.br/o-
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Disponível em: < http://www.tetodigital.com.br/clientes/aimex/dados-setoriais/catalogo-
florestal/timborana/> acesso em 02/11/2017 as 14:02.

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Florestal. Vol. 14, n. 2, p. 91 – 101, Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2004.

ANJOS, Rui André Maggi dos; FONTE, Ana Paula Namikata. Rendimento de madeira serrada
de espécies de Eucalyptus. Revista de Ciências Agroveterinárias. Vol 16, n 1. P26 – 32.
Lages. 2017.

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