Você está na página 1de 165

teoria e

exercícios

RECENSEADOR
= Língua Portuguesa
= Ética no Serviço Público
= Conhecimentos Técnicos
= Matemática
conteúdo
ON-LINE
5 horas de
Videoaulas
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBGE
Recenseador

NV-002FV-21
Cód.: 7908428800192
Obra Produção Editorial

IBGE - Instituto Brasileiro de


Carolina Gomes
Josiane Inácio

Geografia e Estatística Karolaine Assis

Organização

Recenseador Roberth Kairo


Saula Isabela Diniz

Revisão de Conteúdo
Autores
Ana Cláudia Prado
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Fernanda Silva
Collares, Giselli Neves e Gabriela Coelho Jaíne Martins
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Eduardo Galante Maciel Rigoni
Nataly Ternero
CONHECIMENTOS TÉCNICOS • Eduardo Galante
Análise de Conteúdo
MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof.º Kaká) e Sérgio
Mendes Ana Beatriz Mamede
Arthur de Carvalho
João Augusto Borges

Diagramação

Dayverson Ramon
Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes

Capa

Joel Ferreira dos Santos

Projeto Gráfico

Daniela Jardim & Rene Bueno

Edição:

Fevereiro/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. Portanto, Dúvidas


no caso de atualizações voluntárias e erratas, estas serão
disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br por meio do www.novaconcursos.com.br/contato
código de acesso disponível neste material. sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro
contempla o edital para o cargo de Recenseador. Os assuntos
estão didaticamente organizados em disciplinas, subdividas
nos temas exigidos no edital, apresentados em um sumário
especialmente planejado para otimizar o seu tempo e o seu
aprendizado.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas, além de Questões Comentadas das principais
bancas para complementar seus estudos. E para treinar seus
conhecimentos, a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios
gabaritados da banca organizadora do certame do IBGE.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-
do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-
ra é com você!

Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os Bônus


disponíveis online para este livro em nossa plataforma: 5 horas
de videoaulas, conforme os assuntos cobrados no edital. Para
acessar, basta seguir as orientações na próxima página.
CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.
à Língua Portuguesa - Introdução à Leitura de Textos, Regência nominal e
verbal, Crase e Dicas para Questões de Textos
à Matemática - Números Inteiros e suas Operações Fundamentais, Números

Racionais: porcentagem e definições, Função do 1º Grau, Tabelas e Gráficos e
Equação do 2º Grau

COMO ACESSAR O CONTEÚDO ON-LINE

Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.

Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
acesso ao conteúdo on-line.

Acesse o endereço novaconcursos.com.br/bônus DÚVIDAS E SUGESTÕES


Código Bônus sac@no vaconcursos.com.br

NV-003MR-20 Código Bônus


Digite o código que se encontra atrás da NV-003MR-20
apostila (conforme foto ao lado)

Siga os passos para realizar um breve 9 088121 44215 3

cadastro e acessar seu conteúdo on-line


VERSO DA APOSTILA
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................7
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS.................................. 7

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS..................................................................... 9

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL................................................................................................. 18

DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL..................................................................... 19

EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE


OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL....................................................................................19

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS....................................................................................................23

DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO....................................................... 23

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS........................................................................................................23

RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO....44

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.........................................................................................................48

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................................50

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.......................................................................................................................51

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE..................................................................................................52

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.........................................................................................................54

REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO....................................................................... 54

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.......................................................................................................................54

SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO..........................................................................54

REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO............................................57

REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE.......................................67

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO.......................................................................................83


CÓDIGO DE ÉTICA DO IBGE................................................................................................................ 83

LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES......................................................................................... 86

CONHECIMENTOS TÉCNICOS.................................................................................. 103


CONHECIMENTOS TÉCNICOS APLICADOS NO CENSO DEMOGRÁFICO 2020..........................103
MATEMÁTICA.................................................................................................................... 119
NÚMEROS REAIS ..............................................................................................................................119

OPERAÇÕES E PROBLEMAS ..........................................................................................................................119

PORCENTAGENS...............................................................................................................................121

PROBLEMAS QUE ENVOLVEM CÁLCULO DE PERCENTUAIS.......................................................................121

FUNÇÃO DO 1º GRAU........................................................................................................................123

REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA E GRÁFICA.................................................................................................123

GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS E GRANDEZAS INVERSAMENTE


PROPORCIONAIS..............................................................................................................................131

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU.......................................................................................138

UNIDADES DE MEDIDA (DE COMPRIMENTO, VOLUME, CAPACIDADE, TEMPO, MASSA,


TEMPERATURA E ÁREA) .................................................................................................................143

E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO GRANDEZAS (COMPRIMENTO, VOLUME,


CAPACIDADE, TEMPO, MASSA, TEMPERATURA E ÁREA)............................................................................143

PROBLEMAS ENVOLVENDO O CÁLCULO DE ÁREA E PERÍMETRO DE FIGURAS PLANAS E


VOLUME.............................................................................................................................................145

LEITURA DE MAPAS E PLANTAS BAIXAS......................................................................................152

LOCALIZAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO UTILIZANDO MAPAS E PLANTAS BAIXAS........................152

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS..............................................................153


de praticar seus conhecimentos realizando os exercí-
cios de cada tópico, bem como, a seleção de exercícios
finais, selecionados especialmente para que este mate-
rial cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.

LÍNGUA PORTUGUESA INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE interpretação de texto.

TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS


Dica
A interpretação e a compreensão textual são Como já mencionamos, interpretar é buscar ideias,
aspectos essenciais a serem dominados por aqueles pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.
candidatos que buscam a aprovação em seleções e
concursos públicos. Assunto que abrange questões Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
específicas e de conteúdo geral nas provas, conhecer subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse A primeira e mais importantes delas é identificar a
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase orientação do pensamento do autor do texto, que fica
e a aprovação. Além disso, seja a compreensão ou a perceptível quando identificamos como o raciocínio
interpretação textual, ambas guardam uma relação de
dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
proximidade com um assunto nem sempre explorado
da análise de dados, informações com fontes confiá-
pelos cursos de português: a semântica, que incide
veis ou se de maneira mais empirista, partindo dos
suas relações de estudo sobre as relações de sentido
efeitos, das consequências, a fim de se identificar as
que a forma linguística pode assumir.
causas.
Portanto, neste material você encontrará recursos
Por isso, é preciso compreender como podemos
para solidificar seus conhecimentos em interpreta-
interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
ção e compreensão textual, associando a essas temá-
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, que é intrigante e de grande profundidade acadêmi-
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- ca; neste material, selecionamos as estratégias mais
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que eficazes que podem contribuir para sua aprovação
precisa ser reconhecido por quem o lê. em seleções que avaliam a competência leitora dos
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma candidatos.
breve diferença entre os termos compreensão e A partir disso, selecionamos estratégias de leitura
interpretação textual. que foquem nas formas de inferência sobre um texto.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo Dessa forma, é fundamental identificar como ocor-
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste re o processo de inferência, que se dá por dedu-
material, ainda que existam relações de sinonímia ção ou por indução. Para entender melhor veja esse
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor exemplo:
por um termo ao invés de outro reflete um sentido
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a O marido da minha chefe parou de beber.
interpretação realiza ligações com o texto a partir
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Observe que é possível inferir várias informações.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto A primeira é que a chefe do enunciador é casada
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou (informação comprovada pela expressão ‘marido’), a
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas segunda é que o enunciador está trabalhando (infor-
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos mação comprovada pela expressão ‘minha chefe’)
linguísticos essencialmente relacionados à significa- e a terceira é que o marido da chefe do enunciador
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação bebia (expressão comprovada pela expressão ‘parou
com a semântica. de beber’). Note que há pistas contextuais do pró-
Sabendo disso, é importante separarmos os con- prio texto que induzem o leitor a interpretar essas
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- informações.
preensivo. Neste material, você encontrará um forte Tratando-se de interpretação textual, os processos
LÍNGUA PORTUGUESA

conteúdo que relaciona semântica e interpretação, de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
contendo questões sobre os assuntos: inferência; tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na texto junto da articulação com as informações acessa-
compreensão e semântica, os principais tópicos são: das pelo leitor do texto.
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e A seguir apresentamos uma figura que representa
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas como ocorre a relação desses processos:
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin-
guísticas e suas consequências para o sentido.
Todos esses assuntos completam o estudo basilar DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR

de semântica com foco em provas e concursos, sem- INFERÊNCIA


pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
você a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer 7
A partir desse esquema exclusivo, conseguimos visua- Dica
lizar melhor como o processo de interpretação ocorre.
Agora iremos detalhar esse processo, reconhecendo as Em questões de concurso, as bancas costumam
estratégias que compõem cada maneira de inferir infor- procurar nos enunciados implícitos do texto aspec-
mações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópi- tos para abordar em suas provas.
cos seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo,
indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conheci- No momento de ler um texto, o leitor articula seus
mento de mundo na interpretação de textos. conhecimentos a partir de uma informação que jul-
ga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre
A INDUÇÃO o processo de interpretação por dedução. Conforme,
Kleiman (2016, p. 47):
As estratégias de interpretação que observam
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto “Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
oferece e, posteriormente, reconhece alguma certeza temas, e ao Testá-las ele estará depreendendo o
na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar tema; ele estará também postulando uma possí-
uma ordem de eventos ou processos ocorridos no tex- vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
to e que variam conforme o tipo textual. vando seu conhecimento prévio, e na testagem
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
identificar uma organização cronológica e espacial no conhecimento”.
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo,
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- Fique atento a essa informação, pois é uma das
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- pretação textual: formular hipóteses, a partir da
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado macroestrutura textual, ou seja, antes da leitura ini-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
ideia/ponto de vista.
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
No processamento interpretativo indutivo, as
entre outras informações que podem vir como “aces-
ideias são organizadas a partir de uma especificação
sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
para uma generalização, vejamos um exemplo:
leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa
tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para um objetivo mais definido.
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma Uma outra dica importante é ler as questões da
lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses
receitas, só capazes de colher fatos detalhados e já estarão agindo conforme um objetivo mais definido.
impotentes para generalizar, curvados aos fortes e O processo de interpretação por estratégias de dedu-
às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos
e um pueril e errôneo critério de beleza. 1. Conhecimento Linguístico;
(BARRETO, 2010, p.21) 2. Conhecimento Textual;
3. Conhecimento de Mundo.
O trecho em destaque na citação do escritor Lima
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento assunto mais abrangente, será abordado mais para fren-
indutivo compõe a interpretação e decodificação de te, os demais iremos abordar detalhadamente a seguir.
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté-
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, Conhecimento Linguístico
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
ção cronológica de um texto. Esse é o conhecimento basilar para compreensão
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
A propriedade vocabular leva das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
o cérebro a aproximar as pa- uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso- nhecimento das regras de uma língua.
ciação com o tema do texto. É importante salientar que as regras de reconhe-
Os conectivos (conjunções, cimento sobre o funcionamento da língua não são,
preposições, pronomes) necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ATENÇÃO AOS que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
são marcadores claros de
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
localizadores textuais. que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
bo-objeto (SVO) etc.
A DEDUÇÃO Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
A leitura de um texto envolve a análise de diversos sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
8 maneira implícita no enunciado. o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é preju- disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam cor-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: retamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24).

Agora tente responder as seguintes perguntas sobre


o texto:
Quem é o herói de que trata o texto?
Quem são as três irmãs?
Qual é o planeta inexplorado?

Certamente, você não conseguiu responder nenhu-


ma dessas questões, porém ao descobrir o título desse
texto, sua compreensão sobre essas perguntar será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”, agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder as questões, de certo você não terá mais as
mesmas dificuldades.
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar
Como é possível notar, o texto é uma peça publici- seus olhos por uma segunda vez ao texto, já sabendo
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar prévio que é essencial na interpretação de questões.
e entender o que está escrito, assim, o conhecimento
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
são algumas estratégias de interpretação em que
podemos usar métodos dedutivos.
RECONHECIMENTO DE TIPOS E
Conhecimento Textual GÊNEROS TEXTUAIS
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
mento linguístico e se desenvolve pela experiência
leitora. Quanto mais exposição a diferentes tipos de Tipos ou sequências textuais são unidades que
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe-
estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud CAVAL-
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que CANTE, 2013), “são unidades estruturais, relativamente
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê autônomas, organizadas em frases”. Os tipos textuais
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma marcam uma forma de organização da estrutura do
reportagem como se lê um poema. texto que se molda a depender do gênero discursivo e
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- da necessidade comunicativa. Por exemplo, há gêne-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
ros que apresentam a predominância de narrações –
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
contos, fábulas, romances, história em quadrinhos etc
O Conhecimento de Mundo –, outros predominam a argumentação – redação do
ENEM, teses, dissertações, artigo de opinião etc
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos
importante o candidato a cargos públicos manter um essa figura que demonstra como podemos identificar
tempo disponível para ampliar sua biblioteca e bus-
os tipos textuais e suas principais características, tendo
car fontes de informações fidedignas, para, dessa for-
ma, aumentar seu conhecimento de mundo. em vista que, cada sequência textual apresenta carac-
LÍNGUA PORTUGUESA

Conforme Kleiman (2016), durante a leitura nosso terísticas próprias que, conforme mencionamos, pouco
conhecimento de mundo que é relevante para a com- ou nada sofrem em alterações, mantendo uma estrutu-
preensão textual é ativado, por isso é natural ao nosso ra linguística quase rígida que nos permite classificar os
cérebro associar informações, a fim de compreender tipos textuais em 5 categorias (Narrativo; Descritivo;
o novo texto que está em processo de interpretação. Expositivo; Instrucional; Argumentativo).
A esse respeito a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do
conhecimento de mundo em um processo de interpre- GÊNERO TEXTUAL
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou


valentemente todos os risos desdenhosos que tenta- FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
ram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” 9
A partir dessa imagem, podemos identificar que a Não era belo, mas mesmo assim
orientação gramatical mantida pelas frases apresen- Havia uma garota afim
tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual Cantava help and Ticket to Ride
predominante que o texto deve manter, organizado Oh Lady Jane, Yesterday
2. Complicação: início
pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence. Cantava viva à liberdade
da tensão;
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
TIPO TEXTUAL Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apre-
Stop! Com Beatles songs
sentadas no texto. Também é chamado de sequência
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax;
textual. Lutar com vietcongs
GÊNERO TEXTUAL Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução;
Classifica-se conforme a função do texto, atribuída Girava o mundo, mas acabou
socialmente. Fazendo a guerra no Vietnã
Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Uma última informação muito importante sobre Um instrumento que sempre dá
6. Situação final;
tipos textuais que devemos considerar é que nenhum A mesma nota,
7. Avaliação;
texto é composto apenas por um tipo textual, o que ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas
ocorre é a existência de predominância de algumas
Só gente morta caindo ao chão
sequências em detrimento de outras, de acordo com Ao seu país não voltará
o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos apren-
Pois está morto no Vietnã
dendo a diferenciar cada classe de tipos textuais, reco- Stop! Com Rolling Stones
nhecendo suas principais características e marcas Stop! Com Beatles songs
linguísticas. 8. Moral.
Stop! Com Beatles songs
No peito, um coração não há
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS Mas duas medalhas sim
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.
Narrativo
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar-
Os textos compostos predominantemente por se- rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
quências narrativas cumprem o objetivo de contar ção linguística que são caracterizadas por: Presença
uma história, narrar um fato, por isso precisam man-
de marcadores temporais e espaciais; verbos, pre-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
de algumas estratégias, como a organização dos fatos dominantemente, utilizados no passado; presença
a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão de narrador e personagens.
de um momento de tensão, chamado de clímax, e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- Importante!
vo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles:
Os gêneros textuais que são, predominantemen-
1. Situação inicial – envolve a “quebra” de um equi- te, narrativos apresentam outras tipologias tex-
líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa; tuais em sua composição, tendo em vista que
2. Complicação – desenvolvimento da tensão apre-
nenhum texto é composto exclusivamente por
sentada inicialmente;
3. Ações (para o clímax) – Acontecimentos que uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
ampliam a tensão; pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
4. Resolução – Momento de solução da tensão; dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
5. Situação final – Retorno da situação equilibrada;
6. Avaliação – Apresentação de uma “opinião” sobre
a resolução; Para sua compreensão, também é preciso saber o
7. Moral – Apresentação de valores morais que a histó- que são marcadores temporais e espaciais?
ria possa ter apresentado.
São formas linguísticas que são advérbios, prono-
Esses sete passos podem ser encontrados no mes, locuções etc. utilizados para demarcar um espa-
seguinte exemplo, a canção Era um garoto que como ço físico ou temporal em textos.
eu... Nos tipos textuais narrativos, esses elementos são
Vamos ler e identificar essas características, bem essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da his-
como aprender a identificar outros pontos do tipo tex- tória, além de garantirem a coesão do texto. Exemplos
tual narrativo.
de marcadores temporais e espaciais: Atualmente,
naquele dia, nesse momento, aqui, ali, então...
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling
Um outro indicador do texto narrativo é a pre-
1. Situação inicial: pre- sença do narrador da história. Por isso, é importante
Stones
domínio de equilíbrio;
Girava o mundo sempre a cantar aprendermos a identificar os principais tipos de nar-
10 As coisas lindas da América rador de um texto:
Narrador: também conhecido como foco narrativo é o responsável por contar os fatos que compõem o texto.

Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos.

Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém não
participa das ações.

Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti-
cipa das ações, porém o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa.

Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário, con-
to, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos, não
significa que não possam apresentar outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial prestar atenção nas
marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.

Descritivo

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual, geralmente, utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos
de textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista
de compras etc. Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões a respeito de alguns
aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.

“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”

(https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)

Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A
carta de pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa
e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se
um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
Organização do texto descritivo:

LÍNGUA PORTUGUESA

Expositivo

O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo tex-
tual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, citações diretas e indiretas, que servem para
embasar o assunto do qual o texto trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir: 11
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016

O infográfico acima apresenta as informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema tratado, e
para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para atingir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também apresentam uma
estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, tendo em vista que, para apresentar
fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos com textos argu-
mentativos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam
exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma opinião
pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação, uma vez que o fato exposto é apresenta-
do como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate.

Importante!
Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.

Marcas linguísticas do texto expositivo:

z Apresenta informações sobre algo ou alguém, presença de verbos de estado;


z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que organizam a informação;
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
z Presença de figuras de linguagem como Metáfora e Comparação;
12 z Pode apresentar um pensamento contrativo ao final do texto.
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- É importante lembrar que a principal marca
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- linguística dessa tipologia é a presença de verbos
dade nos leitores, como o exemplo a seguir: conjugados no modo imperativo e em sua forma
infinitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia bus-
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- car persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações
NARAM O MUNDO mencionadas pelo gênero.
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43
Argumentativo
Hedy Lamarr - conexão wireless
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” complexo e, por vezes, pode apresentar um maior
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy grau de dificuldade na identificação, bem como em
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- defesa de uma tese e a apresentação de argumen-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini- tos que visam sustentar essa tese.
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, Um exemplo típico desse tipo de texto argumen-
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o tativo são as redações do ENEM. Nesse tipo de texto
Wi-Fi e o Bluetooth. a introdução apresenta o ponto de vista (tese) a ser
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
defendido pelo autor de maneira contextualizada. No
segundo e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar
estratégias argumentativas para sustentar o seu ponto
Instrucional ou Injuntivo
de vista como dados estatísticos, definições, exempli-
ficações, alusões históricas e filosóficas, referências
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri-
a outras áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o
zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-
autor conclui ratificando seu ponto de vista e apresen-
CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a
ta possíveis soluções para o problema em questão.
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante
Outro aspecto importante dos textos argumentati-
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na inter-
vos é que eles são compostos por estruturas linguísti-
net, horóscopos e também nos manuais de instrução.
cas conhecidas como operadores argumentativos, que
A principal marca linguística dessa tipologia é a
organizam as orações subordinadas, estruturas mais
presença de verbos conjugados no modo imperativo e
comuns nesse tipo textual.
também em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato
A seguir apresentamos um quadro sintético com
de essa tipologia buscar persuadir o leitor e levá-lo a
algumas estruturas linguísticas que funcionam como
realizar as ações mencionadas pelo gênero.
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
Para que possamos identificar corretamente essa
a leitura de textos argumentativos:
tipologia textual faz-se necessário observar um gêne-
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
exemplo a seguir:
É incontestável que...
Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
Como faço para criar uma conta do Instagram?
É mister, é fundamental, é essencial...
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
ou Google Play Store (Android). Essas estruturas utilizadas adequadamente no
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone texto argumentativo expõem a opinião do autor, aju-
para abri-lo. dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de estrutura argumentativa desse tipo textual.
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira O tipo textual argumentativo não pode ser confun-
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- dido com o gênero textual dissertativo-argumentativo.
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam- Esse gênero é composto por sequências argumentati-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se vas, mas também há a apresentação, dissertação de
cadastrar com sua conta do Facebook. ideias, a fim de alcançar a persuasão do ouvinte/leitor.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te- O Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM é um cer-
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha tame que cobra esse gênero em sua prova de redação.
as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
LÍNGUA PORTUGUESA

se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na GÊNEROS TEXTUAIS


conta do Facebook, caso tenha saído dela.
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: Quando pensamos em uma definição para gêne-
07/09/2020. ros textuais, somos levados a inúmeros autores que
buscaram definir e classificar esses elementos, e, ini-
No exemplo acima, podemos destacar a presen- cialmente, é interessante nos lembrarmos dos gêne-
ça de verbos conjugados no modo imperativo, como: ros literários que estudamos na escola. Podemos nos
baixe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, remeter ao conceito de Tragédia e Comédia, referin-
como: instalar, cadastrar, avançar. Outra característi- do-se aos clássicos da literatura grega. Afinal, quem
ca dos textos injuntivos é a enumeração de passos a nunca ouviu falar das histórias de Ilíada ou de A
serem cumpridos para a realização correta da tare- Odisseia, ambas de Homero? Mas o que esses textos
fa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais têm em comum? Inicialmente, você pode ser levado a
didática. pensar que nada, além do fato de terem sido escritos 13
pelo mesmo autor, porém, a estrutura dessas histórias adquirir os produtos da marca. No caso do gênero
respeita um padrão textual estabelecido e reconheci- anúncio publicitário, usar outros gêneros e modificar
do na época em que foram escritas. sua estrutura básica é uma estratégia que é estabeleci-
De maneira análoga, quando pensamos em gêne- da a fim de que a principal função do anúncio se cum-
ros textuais, devemos buscar identificar os elementos pra, qual seja: vender um produto.
que caracterizam textos, aparentemente, tão dife- A partir desses exemplos, já podemos enumerar
rentes, logo, da mesma forma que comparamos as mais algumas características comuns a todos os tipos
estruturas de Ilíada e Odisseia, é preciso buscar as de gêneros textuais: presença de aspectos sociais e o
semelhanças entre uma notícia e um artigo de opi- propósito de um gênero, para alguns autores, como
nião, por exemplo, e também, é fundamental identi- Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.
ficar as razões que nos levam a classificar cada um Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea-
lizar um objetivo ou objetivos, então, ele sustenta a
desses gêneros com termos diferentes.
posição de que o propósito comunicativo é o critério
de maior importância, pois é o que motiva uma ação e
é vinculado ao poder do autor.
Importante! Além disso, um gênero textual, para ser identifica-
Esse ponto de interseção é o que podemos esta- do como tal, é amparado por um protótipo textual, o
belecer como os principais aspectos de classifi- qual também pode ser reconhecido como estereótipo
textual, que resguarda características básicas do gêne-
cação de um gênero textual.
ro. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio mencio-
nado acima, identificamos traços do gênero contos de
Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p.71), fada tanto na porção textual do anúncio que começa
o ponto de interseção que estabelece sobre qual com a frase: “era uma vez...” quanto pelas imagens
que remetem ao conto da “Branca de Neve”.
gênero estamos tratando é indicado por “rotinas de
Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os
comportamentos estereotipados e anônimos que se
falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e
estabilizaram pouco a pouco, mas que continuam
também a escrever esse gênero quando necessita. Isso
sujeitos a uma variação contínua”. Logo, o primeiro torna a característica da prototipicidade tão importan-
elemento que precisamos identificar para classificar te no reconhecimento e na classificação de um gênero.
um gênero é o papel social, marcado pelos compor- Ademais, os traços estereotipados de um gênero devem
tamentos e pelas “rotinas” humanas típicas de quem ser reconhecidos por uma comunidade, reafirmando o
vive em sociedade e, portanto, precisa se fazer com- teor social desses elementos, e estabelecendo a impor-
preender tão bem quanto ser compreendido. tância de um indivíduo adquirir o hábito da leitura, pois
Esse é sem dúvidas o elemento que melhor dife- quanto mais se lê, a mais gêneros se é exposto.
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos Portanto, a partir de todas essas informações
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mui- sobre os gêneros textuais, podemos afirmar que, de
to mais identificáveis por suas marcas linguísticas. O maneira resumida, os gêneros textuais são ações
fator social dos gêneros textuais também irá direcio- linguísticas situadas socialmente que servem a
nar outros aspectos importantes na classificação des- propósitos específicos e são reconhecidos pelos
ses elementos, justamente devido à dinâmica social seus traços em comum. A seguir demonstramos uma
em que estão inseridos, os gêneros são passíveis de tabela com as características básicas para a correta
alterações em sua estrutura. identificação dos gêneros textuais:
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo,
tornando o gênero completamente modificado, como GÊNEROS TEXTUAIS SÃO:
se deu com as cartas pessoais e os e-mails, por exem-
plo; ou podem ser alterações pontuais que se prestam z Ações sociais;
a uma finalidade específica e momentânea, como z Ações com configuração prototípica;
aconteceu com o anúncio, apresentado a seguir, da z Reconhecidos pelos membros de uma comunidade;
loja O Boticário: z O propósito de uma ação social;
z Divididos em classes.

Outra importante característica que devemos refor-


çar é que os gêneros textuais não são quantificáveis,
existem inúmeros. Justamente pelo fato de os gêneros
sofrerem com as relações sociais, que são instáveis, não
há um número exato de gêneros textuais que possamos
estudar, diferentemente dos tipos textuais.

GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS

z Relação com aspec- z Associação a aspectos


tos sociais. linguísticos.
z Podem ser z Associação a aspectos
Fonte: https://bit.ly/34yptsR. Acessado em: 12/09/2020. alterados. linguísticos.
z Estabelecem uma z Não podem sofrer altera-
O gênero anúncio apresenta uma clara referên- função social. ção, sob pena de serem
cia ao gênero contos de fada, porém, a estrutura reclassificados.
desse gênero que é, predominantemente, narrativo z Organizam os gêneros
foi modificada para que o propósito do anúncio fos- textuais.
14 se alcançado, ou seja, persuadir o leitor e leva-lo a
Apesar de não existir um número quantificável
de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
gêneros mais comuns nas provas de concursos, com o
fito de nos prepararmos melhor e ganharmos tempo
na resolução de questões que envolvam esse assun-
to. Por isso, a seguir, iremos nos deter aos principais
gêneros textuais abordados em importantes bancas
de concursos no país. Posteriormente, trazemos ques- ^
tões de provas de concursos anteriores que irão nos
auxiliar a praticar esse conteúdo.

NOTÍCIA
É importante ressaltar que com o advento das
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, redes sociais, tornou-se, cada vez mais, comum que
como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira o gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequên- mas diferentes, como as redes sociais, isso democrati-
cias textuais narrativas e descritivas na sua composição za a informação, porém também abre margem para a
linguística, por isso, é fundamental sempre termos em criação de notícias falsas que se baseiam nesse esque-
mente as características basilares de todos os principais ma de organização das notícias para buscar alguma
credibilidade do público. Então, atualmente, podemos
tipos textuais, os quais tratamos anteriormente.
afirmar que a fonte de publicação é tão importante
Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne- para o reconhecimento de uma notícia quanto a estru-
ros textuais possuem características que os distinguem tura padrão do gênero da qual tratamos acima.
dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo a O próximo gênero que trataremos é a reportagem
questões sociais, ter um propósito comunicativo e apre- que guarda sutis diferenças em comparação com a
sentar uma configuração mais ou menos padrão que notícia e também é muito abordada em provas de
varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. concursos.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta
essas características, seu propósito comunicativo é REPORTAGEM
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada
temente da notícia, além de oferecer informações
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a acerca de um assunto, também apresenta os pontos
transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
importante característica da notícia é a sua configura- argumentativo; essa é a principal diferença entre os
ção prototípica, seu padrão textual reconhecido por gêneros notícia e reportagem.
leitores de uma comunidade. Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou
Essa configuração própria da notícia é reconheci- buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia. nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro- isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
totípico desse gênero: tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
a finalidade de se evitar apresentar um ponto de vista.
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre
Casal suspeito de assaltos é preso após Manchete um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingre-
colidir carro na contramão enquanto fugia diente” dos textos desse gênero que são representados,
da polícia, em Fortaleza predominantemente, pela sequência argumentativa.
Foram apreendidos três aparelhos celu- Lead É importante relembrarmos que o tipo textual argu-
lares roubados e uma arma de fogo com mentativo é organizado em três macro partes: tese,
seis munições. desenvolvimento e conclusão (conferir no capítulo ante-
Um casal suspeito de realizar assaltos foi Corpo rior). Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-
preso após capotar um carro ao dirigir na da Notícia -se em temas sociais de ampla repercussão e interesse do
contramão enquanto fugia da polícia na público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista
tarde desde domingo (13), no Bairro Henri- que a notícia busca apenas a divulgação da informação.
que Jorge, em Fortaleza. Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
Uma das vítimas, que preferiu não se iden- tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
LÍNGUA PORTUGUESA

tificar, disse que os assaltantes dirigiam como a televisão, o computador, o tablet, o celular.
em alta velocidade pelas ruas após abor- As reportagens têm um caráter de “matérias espe-
dar de forma fria os pertences. “A mulher ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
estava conduzindo o carro e o comparsa podem ser veiculadas em suportes escritos, como
dela abordava as pessoas colocando a revistas e jornais, apesar de, com o avanço do uso das
arma na cabeça”, afirmou. redes sociais, estas são os principais meios de divulga-
ção desse gênero atualmente.
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acessado em: 14/09/2020. Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
tagem apresenta informações mais detalhadas sobre
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja um fato e/ou fenômeno de grande relevância social.
seu propósito de informar, é fundamental que o autor Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados
do texto seja guiado por essas perguntas a fim de tor- que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
nar seu texto imparcial e objetivo: trua sua própria opinião sobre o tema. 15
A despeito dessas diferenças na construção dos Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero,
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar- o escritor deverá usar de diversos conhecimen-
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às tos, como: enciclopédicos, interacionais, textuais
perguntas O Quê? Como? Por Quê? Onde? Quando? e linguísticos. É por meio da escolha de determi-
Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto da nados recursos linguísticos que percebemos que
reportagem quanto da notícia, que se diferencia da nada é por acaso, pois, a cada escolha há uma
primeira por seu caráter essencialmente informativo. intenção: “... toda atividade de interpretação pre-
sente no cotidiano da linguagem fundamenta-se
Apresenta um fato de forma simples e objetiva;
na suposição de quem fala tem certas intenções
Objetivo é informar;
ao comunicar-se” (KOCH, 2011, p. 22).
Apuração dos fatos objetiva;
Conteúdo de curto prazo;
Quando queremos dar uma opinião sobre determi-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida
nado tema, é necessário que tenhamos conhecimento
(conf. acima).
sobre esse tema. Por isso, normalmente, os autores
Reportagem de artigos de opinião são especialistas no assunto por
eles abordado. Ao escolherem um assunto, os autores
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado; devem considerar as diversas “vozes” já existentes
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato; sobre mesmo assunto. E, dependendo da intenção,
Apuração extensa; apoiar ou negar determinadas vozes.
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresen- Por isso que a linguagem utilizada pelo articulis-
tar entrevistas, dados, imagens, etc. ta de um texto de opinião deve ser simples, direta,
convincente; utiliza-se a terceira pessoa, apesar de
Fonte: https://bit.ly/3kD9tvk. Acessado em: 17/09/2020. Adaptado. a primeira ser adequada para um artigo de opinião
pessoal, porém, ao escolher a terceira pessoa do sin-
É importante ressaltar que nenhum gênero é com- gular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao
posto apenas por uma única sequência textual e que, seu texto, fazendo com que sua produção textual não
portanto, a reportagem também apresentará esse
fique centrada só em suas próprias opiniões.
paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu-
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
mentativo, porém pode apresentar outras sequências
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
estruturação:
A seguir daremos continuidade aos nossos estudos
sobre os principais gêneros textuais objeto de provas
de concurso com um dos gêneros mais comuns em z Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
provas de seleções: o artigo de opinião. cedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição, exposição de argumentos de
ARTIGO DE OPINIÃO modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da pro-
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti-
buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação culadas e o texto é concluído.
para analisar, avaliar e responder a uma questão con-
troversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO
do discurso jornalístico, pois é um gênero que circula,
principalmente, em jornais e revistas impressos ou Identificação da questão polêmica
Introdução
virtuais. Com o artigo de opinião, temos a discussão alvo de debate no texto.
de um problema de âmbito social. E, por meio dessa
Tese do autor (posicionamento
discussão, podemos defender nossa opinião, como tam-
defendido) - Tese contrária (posi-
bém refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda,
Desenvolvimento cionamentos de terceiros) – Acei-
podemos propor soluções para a questão controversa. tação ou refutação – Argumentos
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi- a favor da tese do autor do texto
nião é a de convencer seu interlocutor, para isso, ele
terá que usar de informações, fatos, opiniões que Fechamento do texto e reforço do
Conclusão
serão seus argumentos. BRÄKLING apud Ohuschi e posicionamento adotado.
Barbosa aponta:
No processo de escrita de qualquer texto, é preci-
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que so estar atento aos elementos de coesão que ligam as
se busca convencer o outro de uma determinada ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex-
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais
meio de um processo de argumentação a favor de
atenção a esse processo; por isso, muito cuidado com
uma determinada posição assumida pelo produtor
a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É
um processo que prevê uma operação constante de A fim de mantermos a linha de pensamento nos estu-
sustentação das afirmações realizadas, por meio dos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem,
da apresentação de dados consistentes que possam apresentando outro gênero sempre presente nas provas
16 convencer o interlocutor (2011. p.305). de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
EDITORIAL A seguir, apresentamos nosso último gênero tex-
tual abordado neste material. Lembramos que o
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominân-
cia de sequência argumentativa. O terceiro será o edito- universo de gêneros textuais é imenso, por isso, é
rial, gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que impossível apresentar uma compilação de estudos
expressa a opinião de um veículo de comunicação. com todos os gêneros, apesar disso, trazemos aqui os
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos principais gêneros cobrados em avaliações de língua
argumentativos de uma forma geral, iremos nos atentar
portuguesa. Seguindo esse critério, o próximo gênero
aqui para as principais características do gênero editorial e
no que ele se diferencia do Artigo de opinião, por exemplo. estudado é a crônica.

CRÔNICA
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS

Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de O gênero crônica é muito conhecido no meio lite-
um tema atual; rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leito-
tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer-
res sobre alguma temática importante;
Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de nando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser
uma causa de interesse coletivo; um gênero curto de cunho social voltado para temas
Sua estrutura também é baseada em: Introdução, De- atuais, é muito usado em provas de concurso para
senvolvimento e Conclusão! ilustrar questões de interpretação textual e também
para contextualizar questões que avaliam a compe-
O início de um editorial é bem semelhante ao de
tência gramatical dos candidatos.
um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
ou problema social a ser debatido no texto, poste- As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-
riormente segue-se a apresentação do ponto de vista na sobre um assunto atual e podem ser Narrativas ou
defendido e conclui-se com a retomada da opinião Argumentativas.
apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de
z Crônica Narrativa
opinião é que aquele representa a opinião de uma
corporação, empresa ou instituição.
„ Limitam-se a contar fatos do cotidiano;
„ Pode apresentar um tom humorístico;
EDITORIAL – MARCAS LINGUÍSTICAS
„ Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa.
Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante; z Crônica Argumentativa
Linguagem clara, objetiva e impessoal.
„ Defesa de um ponto de vista, relacionado ao
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas assunto em debate;
provas de interpretação textual em concursos públicos,
„ Uso de argumentos e fatos;
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas
em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos „ Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa;
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, „ Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo.
especialmente em certames que cobrem redação.
Apesar de as formas de texto verbais serem o for-
EDITORIAL – ESTRUTURA TEXTUAL POR mato mais comum na construção de uma crônica,
PARÁGRAFOS atualmente, podemos encontrar crônicas veiculadas
Apresentação do tema (situando o leitor) em outros formatos, como vídeo, muito divulgados
e já com um posicionamento definido. nas redes sociais.
Parágrafo 1
Ser didático ao apresentar o assunto ao No tocante ao estilo da crônica argumentativa,
leitor. trata-se de um texto com estrutura argumentativa
Contextualização do tema, comparando- padrão (Introdução, Desenvolvimento, Conclusão),
-o com a realidade e trazendo as causas
LÍNGUA PORTUGUESA

muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é


Parágrafo 2 e indicativos concretos do problema.
um gênero que passeia pelos ambientes literários e
Mais uma vez, posicionamento sobre o
assunto. jornalísticos; apresenta um teor opinativo forte, com
observação dos fatos sociais mais atuais; outra carac-
Análise e as possíveis motivações que
tornam o tema polêmico (ou justificativas terística presente nesse gênero é o uso de figuras de
Parágrafo 3 de especialista da área). É preciso trazer linguagem, como a ironia e a metáfora que auxiliam
dados factuais, exemplos concretos que na presença do tom sarcástico que a crônica pode ter.
ilustram a argumentação A seguir apresentamos um trecho da crônica “O
Conclusivo, com o posicionamento crí- que é um livro?” da escritora Marina Colasanti em
Parágrafo 4 tico final, retomando o posicionamento que podemos identificar as principais características
inicial sem se repetir desse gênero: 17
O que é um livro? DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL
O que é um livro? A pergunta se impõe neste
momento em que que a isenção de impostos sobre o
A ortografia trata-se do ramo que estuda a forma
objeto primeiro da cultura e do conhecimento está em
risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria correta da escrita das palavras. Veja, por meio de algu-
ainda mais a leitura de quem tanto precisa dela. mas regras, como acabar com suas dúvidas e escrever
Um livro é: corretamente.
– A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo
para jovens estudantes e disse a eles que o ofício Emprego do X e do CH
de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer a
cama das palavras, providenciar sua comida, vesti- O “X” é utilizado:
-las com harmonia.
– A nave espacial que nos permite viajar no tem-
� Após os ditongos (encontro de duas vogais).
po para a frente e para trás. Habitar o passado ao
tempo em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro Ex.: peixe, faixa, caixa, ameixa, queixo, baixo,
ponto de vista, inalcançável quando o passado acon- encaixe, paixão, rouxa, frouxo.
teceu: o do presente, com todos os conhecimentos � Exceção: recauchutar (e seus derivados) e caucho.
adquiridos e as novas maneiras de viver. […] � Após as sílabas “en” e “me”.
- Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte Ex.: enxada, enxame, enxaqueca, enxergar,
que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra enxugar, mexerica, mexilhão, mexer, mexicano,
e música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora
enxovalho.
da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do
alheio e ponto de encontro com nosso núcleo mais
profundo. Onde muitas portas estão disponíveis, Algumas palavras formadas por prefixação (pre-
para que cada um possa abrir a sua. fixo “en” + radical) são escritas com “ch” (enchente,
– A selva na qual, entre rugidos e labaredas, encharcar, etc.).
dragões enfrentam centauros. O pântano onde as
hidras agitam suas múltiplas cabeças. � Exceção: mecha (de cabelo);
– Todas as palavras do sagrado, todas elas foram � Em palavras de origem indígena e africana e pala-
postas nos livros que deram origem às religiões e vras inglesas aportuguesadas.
neles conservadas.
Ex.: xampu, xerife, xará, xingar, xavante.
Fonte: https://bit.ly/2HIecxi. Acessado em:17/09/2020. Adaptado. � Outras palavras escritas com “X”: bexiga, laxativo,
caxumba, xenofobia, xícara, xarope, lixo, capixa-
Como podemos notar, a crônica trata de um assun- ba, xereta, faxina, maxixe, bruxa, relaxar, roxo,
to bem atual: o aumento da carga tributária que inci- graxa, puxar, rixa.
de sobre o preço dos livros. A autora apresenta sua
opinião e segue argumentando sobre a importância Algumas palavras com “CH”: chicória, ficha, chi-
dos livros na sociedade com um ponto de vista ladea- marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto-
do pela literatura, o que fortalece sua argumentação. che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha,
Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex- brecha, pechincha, inchar, flecha, chute, deboche,
tuais, é importante deixarmos uma informação rele- mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão,
vante sobre esse assunto. Para muitos autores, os chuchu, charque, cochicho.
gêneros não apenas moldam formas de texto, mas
formas de dizer marcadas pelo discurso, por isso, em z Há ainda algumas palavras homófonas, que podem
algumas metodologias (e também em alguns editais de
ser escritas das duas formas, porém têm significa-
concurso), os gêneros serão tratados como do discurso.
dos diferentes. Veja algumas:

Dica � Brocha (pequeno prego)


Gêneros do discurso marcam o processo de inte- � Broxa (pincel para caiação de paredes);
ração verbal, como todo discurso materializa-se � Chá (planta para preparo de bebida)
por meio de textos, a nomenclatura gêneros tex- � Xá (título do antigo soberano do Irã);
tuais torna-se mais adequada para essa pers- � Chalé (casa campestre de estilo suíço)
pectiva de estudos. Podemos distinguir as duas � Xale (cobertura para os ombros);
variantes vocabulares de acordo com as deman- � Chácara (propriedade rural)
das sociais e culturais de estudo dos gêneros. � Xácara (narrativa popular em versos);
� Cheque (ordem de pagamento)
Agora que já sabemos reconhecer e distinguir � Xeque (jogada do xadrez).
gêneros e tipos textuais, bem como, estudamos os
gêneros mais comuns em provas de concursos iremos Emprego do C, Ç, S e SS
estudar um outro âmbito da língua portuguesa mui-
to importante para compreensão textual e também Por possuírem o mesmo som, as letras C, Ç, S e SS
para o processo de escrita de textos, o par fundamen- costumam causar bastante confusão. Porém, existem
tal para que haja sentido em um texto: a coesão e a algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando
18 coerência. usar qual delas. Veja:
a) O /c/ só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e “i” z Verbos no infinitivo escritos com “G” antes de “e”
Ex.: acém, ácido, aceso, macio. ou “i” têm o “G” substituído por “J” em algumas fle-
Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç. xões, para manter o mesmo som.
Ex.: Açougue, açúcar, caçula. Afligir – aflija, aflijo;
b) Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados em Agir – ajam, ajo;
início de palavras. Eleger – elejam, elejo.
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer
uma das vogais.
Ex.: Sapato, segurança, solteiro, sucesso.
O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema. COESÃO TEXTUAL
c) O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre
vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva- EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
das de uma palavra com “S” no início passam a ser SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/. E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO
Ex.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir TEXTUAL
– Prosseguir.
d) “SS” é utilizado somente entre vogais.
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível.
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
Emprego do C e QU
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
É comum encontrarmos algumas palavras que nos
e por que buscar esse padrão é importante.
colocam na dúvida: usar C ou QU?
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
Bom, existem palavras que podem ser escritas tan-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articu-
to de uma forma, como de outra. Veja:
Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano / ladas e organizadas harmoniosamente de maneira
quotidiano; cotizar / quotizar. que o texto faça sentido como um todo. A ligação, a
Palavras que só podem ser escritas de uma forma: relação, os nexos entre essas partes estabelecem o que
Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona. se chama de coesão textual. Os articuladores respon-
Emprego do K, W e Y - Símbolos e siglas sáveis por essa ‘costura’ do tecido (tessitura) do texto
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser
� Kg – quilograma; articulados de forma que garanta uma relação lógica
� Km – quilômetro; entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
� k – potássio. gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
peito disso, temos a coerência textual que está ligada
Nomes próprios e seus derivados originados de diretamente à significação do texto, aos sentidos que
língua estrangeira. ele produz para o leitor.

� Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo.


COESÃO COERÊNCIA
Palavras estrangeiras não adaptadas para o português:
Elementos superficiais Subjacente ao texto (ênfa-
(ênfase na forma) articu- se no conteúdo) produção
� Feedback, hardware, hobby. lação entre as ideias de sentido/relação lógica
Emprego do G e do J
Fonte: Elaborado pela autora

O “G” é utilizado em:


Podemos usar uma metáfora muito interessante
Palavras terminadas em “–gio”:
quando se trata de compreender os processos de coe-
são e coerência.
� Estágio, relógio, refúgio, presságio. Essa metáfora nos leva a comparar um texto com
um prédio, tal qual uma boa construção precisa de
Substantivos terminados em “-em”: um bom alicerce para manter-se em pé; um texto bem
construído depende da organização das nossas ideias,
� ferrugem, carruagem, passagem, viagem. da forma como elas estão dispostas no texto. Isso sig-
LÍNGUA PORTUGUESA

nifica que precisamos utilizar adequadamente os pro-


O “J” é utilizado: cessos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias
Em palavras de origem indígena. adequadamente.
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
� Pajé, canjica, jerimum. cipais formas de marcação, em um texto, de processos
que buscam organizar as ideias em um texto, princi-
Em palavras de origem africana. palmente, os processos de coesão que, como dissemos,
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
� Jiló, jagunço, jabá. cas que os processos envolvendo a coerência.
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas
z A conjugação do verbo “viajar”, no Presente do características da coerência em um texto e como esse
Subjuntivo, escreve-se com j: Que eles (as) viajem.; processo liga-se, não apenas às formas gramaticais,
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
19
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, candidatos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e e reservista”
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico Dica
que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) Em provas de concursos e seleções ainda se
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e encontra a terminologia “expressões referenciais
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
são. A autora afirma que a coerência: material. No entanto, é importante salientar que
para linguistas e estudiosos, as anáforas são os
[...] Não está no texto em si; não nos é possível processos referenciais que recuperam e/ou apon-
apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o
tam para porções textuais.
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
tivos e interacionais e na materialidade linguística, USO DE PRONOMES OU PRONOMINALIZAÇÃO
confere sentido ao que lê (2013, p.31).
Utilizar pronomes para manter a coesão de um
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
importantes para uma boa compreensão e elaboração rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
textual. É importante destacar que esses processos a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
de coesão não podem ser dissociados da construção estudo os principais pronomes utilizados em recursos
de sentidos implícita no processo de organização da textuais para manter a coesão.
coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar A pronominalização é a base de recursos anafóri-
seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos cos e recuperam porções textuais ou ainda um nome
com fins estritamente didáticos. específico a que o autor faz referência no texto, veja-
mos dois exemplos:
COESÃO REFERENCIAL
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe
A coesão marcada por processos referenciais rela-
Biden foi quente, com diversas interrupções e acu-
ciona termos e ideias a partir de mecanismos que
sações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi
inserem ou retomam uma porção textual. Os proces-
a indicação de Trump da juíza conservadora Amy
sos marcados pela referenciação caracterizam-se pela
Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de
ação de referir, ou seja, são marcados pela constru-
Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que
ção de referentes em um texto, os quais se relacionam
tem esse direito, pois os republicanos têm maioria
com as ideias defendidas no texto. Esse processo é
no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou
marcado por vocábulos gramaticais e pode ser reco-
os democratas, dizendo “que eles ainda não aceita-
nhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das
ram que perderam a eleição”. […].
quais falaremos a seguir.
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
EUA são o país mais atingido pela pandemia - são
sos referenciais que envolvem o uso de expressões
7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O
anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles
“as expressões que retomam referentes já apresenta-
fariam até que uma vacina aparecesse. Biden ata-
dos no texto por outras expressões são chamadas de
cou o republicano dizendo que Trump “não tem um
anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir:
plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua
resposta atacando a China - “deveriam ter fechado
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bair- suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as
ro, que vivia de suas discretas lutas, no início de estatísticas da Rússia e da própria China e, com pou-
sua carreira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky ca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho”
era um jovem promissor, mas nunca se interessou nesse momento dos EUA.
realmente em evoluir, preferiu trabalhar para um
agiota italiano chamado Tony Gazzo, com quem Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
manteve uma certa amizade. Gazzo gostava de debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
Rocky por ele ser descendente de italiano e o aju-
dou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na Após a leitura do texto, é possível notar que a
primeira luta que fez com Apollo Creed. recuperação da informação apresentada é feita a par-
tir de muitos processos de coesão, porém, o uso dos
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em:
30/09/2020. Adaptado. pronomes destacados recupera o assunto informado
e ajudam o leitor a construir seu posicionamento. É
A partir da leitura, podemos perceber que todos importante buscar sempre o elemento a que o prono-
os termos destacados fazem referência a um mesmo me faz referência, por exemplo, o primeiro pronome
referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação pessoal destacado no texto, refere-se ao termo “repu-
utilizado foi o uso de anáforas que assumem variadas blicanos”, já o segundo, faz referência aos presiden-
formas gramaticais e buscam conectar as ideias do ciáveis que participavam do debate. Nota-se, com isso,
texto. que esses pronomes apontam para uma parcela obje-
Já os processos referenciais catafóricos apontam tiva do texto, diferente do pronome “essa”, associado
para porções textuais que ainda não foram mencio- ao substantivo “tragédia” que recupera uma parcela
nadas anteriormente no texto, conforme o exem- textual maior, fazendo referência ao momento de
20 plo a seguir: “Os documentos requeridos para os pandemia pelo qual o mundo passa.
Essas expressões recuperam informações median-
Importante! te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
O uso de pronomes pode ser um aliado na cons- uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
trução da coesão, porém, o uso inadequado Vejamos um exemplo:
pode gerar ambiguidades, ocasionando o efeito
oposto e prejudicando a coesão. Ex.: Encontrei Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como
Matheus, Pedro e sua mulher. Belchior foi um cantor, compositor, músico, pro-
Não é possível saber qual dos homens estava dutor, artista plástico e professor brasileiro. Um
acompanhado. dos membros do chamado Pessoal do Ceará, que
inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi
um dos primeiros cantores de MPB do nordeste bra-
Por fim, destacamos que as classes de palavras
sileiro a fazer sucesso internacional, em meados da
relacionadas neste capítulo com os processos de coe-
década de 1970.
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti-
va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas
escolares. O interesse das principais bancas de con- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em:
30/09/2020 – Adaptado.
cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta-
tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise
de processos coesivos visa analisar a capacidade do Todas as marcações em negrito fazem referência
candidato de reconhecer a que e qual elemento está ao nome inicial Antônio Carlos Belchior, os termos
que se referem a esse nome inicial são expressões
construindo as referências textuais.
nominalizadores que servem para ligar ideias e cons-
truir o texto.
USO DE NUMERAIS
USO DE ADJETIVOS
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de
categorias gramaticais concorre para a progressão tex-
tual, uma das classes gramaticais que auxilia esse pro- Os adjetivos também são considerados expres-
cesso é o uso de numerais. Não iremos nos estender sões nominalizadoras que fazem referência a uma
neste tópico explicando os tipos e classes de numerais porção textual ou a uma ideia referida no texto. No
que devem ser de conhecimento do candidato e podem exemplo acima, a oração “Belchior foi um cantor,
ser encontrados em qualquer gramática escolar. compositor, músico, produtor, artista plástico
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que e professor” apresenta seis nomes que funcionam
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias como adjetivos de Belchior e, ao mesmo tempo, acres-
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati- centam informações sobre essa personalidade, referi-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante- da anteriormente.
riores numa relação de coesão. É importante recordar que não podemos identifi-
Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
primeiro era para os professores, o segundo para os que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
alunos. palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
As formas destacadas são numerais ordinais que ta, professor são substantivos que funcionam como
recuperam informação no texto, evitando a repetição adjetivos e colaboram na construção textual.
de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
USO DE VERBOS VICÁRIOS
USO DE ADVÉRBIOS
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe- significa “fazer as vezes”, assim, os verbos vicários são
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o verbos usados em substituição de outros que já foram
processo de coesão. As formas adverbias que marcam muito utilizados no texto.
tempo e espaço podem também ser denominadas de Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos: esperávamos.
Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem... Percebam que O verbo “acontecer” foi substituído na segunda
esses advérbios só podem ser associados a um refe- oração pelo verbo “foi”.
rente se forem instaurados no discurso, isto é, se man-
tiverem associação com as pessoas que produzem as
falas, assim, uma pessoa que lê “hoje não haverá aula”, ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
em um cartaz na porta de uma sala, compreenderá Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
que a marcação temporal refere-se ao momento em
LÍNGUA PORTUGUESA

Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o


que a leitura foi realizada. Por isso, esses elementos fizemos”
são conhecidos como dêiticos.
Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por
Independentemente de como são chamados, esses
falta de interesse”
elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual. Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”

USO DE NOMINALIZAÇÃO USO DE ELIPSE

As expressões que retomam ideias, nomes, já A elipse é uma forma de omissão de uma informa-
apresentados no texto, mediante outras formas de ção já mencionada no texto, geralmente, estudamos
expressão podem ser analisadas como processos a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de
nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e linguagem de uma gramática, neste material, iremos
outras classes nominais. nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa 21
seção. Aqui é importante salientar as propriedades Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro- precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
pósito de manter a coesão textual. da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
Conforme Antunes (2005, p.118), a elipse como rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
recuperável por marcas do próprio contexto verbal”.
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo: nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas,
“O Brasil evoluiu bastante desde o iní- estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
cio do século XXI. O país proporcionou nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
terem o sentido apreendido.
a inclusão social de muitas pessoas. A
SEM ELIPSE Exemplos de conjunções subordinativas atuando
nação obteve notoriedade internacional
na coesão
por causa disso. A pátria, porém, ainda
enfrenta certas adversidades...”
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do Como não havia estudado suficiente,
CAUSAL
século XXI e proporcionou a inclusão social resolvi não fazer essa prova.
de muitas pessoas, por causa disso obteve COM ELIPSE Falaram tão mal do filme que ele
CONSECUTIVA
notoriedade internacional, porém ainda en- nem entrou em cartaz.
frenta certas adversidades...” COMPARATIVA Trabalhou como um escravo.
Conforme o Ministro da Economia,
COESÃO SEQUENCIAL CONFORMATIVA
os concursos não irão acabar.
A coesão sequencial é responsável por organizar a Ainda que vivamos um período de
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- CONCESSIVA poucos concursos, não podemos
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- desanimar.
mover a evolução do debate assumido pelo autor. A Se estudarmos, conseguiremos ser
CONDICIONAL
coesão sequencial pode ser garantida, em um texto, aprovados!
a partir de locuções que marcam tempo, conjunções, À proporção que aumentava seus
desinências e modos verbais. Neste material, iremos PROPORCIONAL horários de estudo, mais forte o
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que candidato se tornava.
são utilizadas para garantir a progressão textual. Estudava sempre com afinco, a fim
FINAL
de ser aprovado.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Quando o edital for publicado, já es-
TEMPORAL
tarei adiantado nos estudos.
As conjunções coordenativas são aquelas que
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
semântico independente. Na construção textual, elas Importante!
são importantes, pois, com seus valores, adicionam
Não confundir:
informações relevantes ao texto.
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança:
Exemplos de conjunções coordenativas atuando “Física e Química são disciplinas afins”.
na coesão A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
Não apenas conversava
com os demais alunos
ADITIVA CONJUNÇÕES INTEGRANTES
como também atrapalhava
o professor.
Na verdade, as conjunções integrantes fazem parte
Eram ideias interessantes, das orações subordinadas, na realidade, elas apenas
ADVERSATIVA porém ninguém concordou integram, ligam uma oração principal a outra, subor-
com elas. dinada. Como podemos notar, o papel dessas conjun-
Superou o estigma que pre- ções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas
ALTERNATIVAS gava “ou estuda, ou trabalha” são “peças” que unem as orações. Existem apenas dois
e conseguiu ser aprovada. tipos de conjunções integrantes: que e se.
Ao final, faça os exercícios,
EXPLICATIVA pois é uma forma de prati- Quando é possível substituir o que pelo Quero que a prova
car o que aprendeu. pronome isso, estamos diante de uma esteja fácil.
conjunção integrante. Quero = isso.
O candidato não cumpriu
sua promessa. Ficamos, Sempre haverá conjunção integrante Perguntei se ele
CONCLUSIVA em orações substantivas e, consequen- estava em casa.
portanto, desapontados
com ele. temente, em períodos compostos. Perguntei = isso.
22
COESÃO RECORRENCIAL 3. Uso de paralelismo

1. Uso de repetições As ideias similares devem fazer a correspondência


entre si, a essa organização de ideias no texto, dá-se o
As recorrências de repetições em textos são comu- nome de paralelismo. Quando as construções de frases
mente recusadas pelos mestres da língua portugue- e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-
sa, sobretudo, quando o assunto é redação, muitos
tático. Quando há sequência de expressões simétricas
professores recomendam em uníssono: evite repetir
palavras e expressões! no plano das ideias e coerência entre as informações,
ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de
No entanto, a repetição é um recurso coesivo essen- sentido.
cial para manter a progressão temática do texto, isto
é, para que o tema debatido no texto não seja perdi-
do, levando o escritor a fugir da temática, erro muito ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
pior do que o uso de repetições. JUNTAS
Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
Embora também não recomendamos as repetições tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc.
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
quado em um texto, por isso apresentamos, a seguir,
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.
ca a qual a frase está inserida, vejamos um exemplo
em que houve quebra de paralelismo:
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
O candidato foi encontra- – Errado
do com duzentos milhões “É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
Marcar ênfase
de reais na mala, duzentos – Correto
milhões! Devemos manter a organização das orações, não
Existem Políticos e podemos coordenar orações reduzidas com orações
Marcar contraste desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-
políticos.
-las ou somente desenvolvida ou somente reduzidas.
“Agora que sentei na minha
cadeira de madeira, junto No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é
à minha mesa de madeira, a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
colocada em cima deste âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja-
assoalho de madeira, olho mos o seguinte exemplo:
Marcar a continuidade “Por um lado, os manifestantes agiram corre-
minhas estantes de madei-
temática
ra e procuro um livro feito tamente, por outro podem não ter agido errado”
de polpa de madeira para – Incorreto
escrever um artigo contra “Por um lado, os manifestantes agiram correta-
o desmatamento florestal” mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu-
Millôr Fernandes. lação” – Correto
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
2. Uso de paráfrase foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
A paráfrase é um recurso de reiteração que pro- foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata- Agora que já aprendemos um pouco mais sobre as
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar estratégias de coesão textual, vamos praticar nossos
sobre algo utilizando-se de outras palavras, confor-
conhecimentos com algumas questões de concurso.
me Antunes (2005, p.63), “alguma coisa é dita outra
vez, em outro ponto do texto, embora com palavras
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
Este conteúdo será abordado no tópico “Emprego
das Classes de Palavras”.
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
Castelão. Ceará no Castelão.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais


da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
DOMÍNIO DA ESTRUTURA
ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO
posições diferentes, cumpre um papel importante na
progressão temática do texto. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada
pelo uso de expressões textuais bem características, Anteriormente, foi possível notar que a Morfologia
como: em outras palavras, em outros termos, isto é, estuda a estrutura das palavras, sua formação e clas-
quer dizer, em resumo, em suma, em síntese etc. Essas sificação. Certo?
expressões indicam que algo foi dito e passará a ser Vimos, também, na seção anterior, como as pala-
ressignificado no texto, garantindo a informatividade vras se estruturam e são formadas. Agora é hora de
do texto. entender melhor como elas são classificadas: 23
� Pelas classes gramaticais Dica
Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
As classes gramaticais (ou classes de palavras) são isto é, designam um conjunto, porém expressam
os grupos em que as palavras estão classificadas, e uma quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
isso pode ser de grande ajuda para utilizarmos cada Dúzia = conjunto de doze unidades;
uma delas de maneira correta. Veremos agora mais Novena = período de nove dias;
afundo cada uma delas! Década = período de dez anos;
Século = período de cem anos;
ARTIGOS
Bimestre = período de dois meses.
São palavras que antecedem o substantivo, defi- SUBSTANTIVOS
nindo ou não o seu sentido. Podem ser classificados
em definidos e indefinidos. São palavras que dão nome aos seres em geral,
Há apenas um artigo definido – o – e um arti- vivos ou não vivos, e a conceitos.
go indefinido – um, que depois variam em gênero e
número (os, a, as) para artigos definidos e (uma, uns, Tipos de substantivos
umas) para os indefinidos. O artigo definido serve
para indicar um ser definido entre outros e indicar Existem diferentes tipos de substantivos. São eles:
todo conjunto de seres.
Ex.: A menina saiu contente. / Os garotos adoram a) Concreto: dá nome a seres existentes, indepen-
jogar futebol. dentes ou que são pensados dessa forma. Veja os
Já o artigo indefinido pode ser: exemplos dados pelo autor do livro Gramática pela
Prática:
� indefinido entres os outros; Pessoas: José, Júlia;
� subconjunto de seres indefinidos; Ocupantes de cargos: tesoureiro, professor;
� reforço de ideia. Animais: tigre, lesma;
� Ex.: Uns gostam de cão, outros de gato. Vegetais: árvore, bambu;
� Contaram-me uma história antiga e duvidosa. Minerais: água, ouro;
Fenômenos: chuva, relâmpago;
Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) podem Lugares: continente, Piauí;
ser confundidos com o numeral. Como dito, os artigos Objetos: caneta livro;
acompanham substantivos, enquanto os numerais Imaginados: saci, fada, Deus.
indicam número, ou seja, quantidade. Veja o exemplo: b) Abstrato: dá nome a seres/conceitos que não exis-
tem por si só. Aqui vai mais exemplos para ajudar:
Nas férias, pretendo ler um livro. > Artigo indefini-
Ações: o chute, a entrega;
do; pode ser um livro qualquer, aqui se trata do termo
Sentimentos: amor, compreensão;
“livro” de forma mais geral.
Qualidades: dureza, feiura;
Nas férias, vou ler apenas um livro. > Numeral; a
Estado: desonra, glória.
quantidade de livros a serem lidos nas férias é apenas
um. Os substantivos abstratos existem apenas em fun-
ção de outros seres.
NUMERAIS A feiura, por exemplo, depende de uma pessoa, um
substantivo concreto a quem esteja associada.
São as palavras utilizadas para designar posição Próprio: dá nome a um ser específico (pessoa,
ou número. país, etc.)
Ex.: Eu quero um pastel de carne. Ex.: José, Brasil, Carolina, Nova Concursos, São
Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar. Paulo, Varsóvia.
Milhares de pessoas compareceram ao evento. Comum: é o que nomeia um ser como pertencente
Os numerais podem ser classificados em cardinais, a uma classe.
ordinais, multiplicativos e fracionários. Ex.: homem, país, editora.
Coletivo: dá nome comum para um conjunto de seres.
� Cardinais: expressam quantidade exata de seres Ex.: constelação (conjunto de estrelas), time, esqua-
através da palavra dra, cardume (conjunto de peixes).
Ex.: Ganhei sete bombons ontem.
� Ordinais: como o próprio nome diz, expressão Substantivos coletivos mais usados
ordem ou posição dentro de uma sequência.
Coletivo de:
Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar.
abelhas: enxame, colmeia, abelhal
Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo.
alho: réstia, alhada, alhal
� Multiplicativos: expressam o número de vezes
alunos: turma, classe, alunato
pelo qual determinada quantidade é multiplicada. animais: fauna, bando, bicharada, animalada,
Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo pandilha, piara
> quatro vezes... anjos: legião, falange, coro
Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você. artistas: companhia, elenco, trupe, plêiade,
� Fracionários: expressam frações, divisões ou academia
diminuições proporcionais em quantidade. árvores: arvoredo, renque, mata, floresta, bosque
24 Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário. atores: elenco, companhia, trupe
automóveis: frota É comum fazermos a associação de que substan-
aves: bando, revoada, bandada tivos masculinos são marcados pela desinência “o”
aviões: esquadrilha, frota, aviação e que os substantivos femininos são marcados pela
bananas: cacho, bananada desinência “a”, porém o mais assertivo é pensar que
bois: manada, boiada, junta, armento, rebanho os substantivos masculinos são aqueles cujo artigo “o”
borboletas: panapaná, panapanã vem anteposto. Veja:
burros: récua, burricada, burrada
cabras: fato, rebanho, cabrada, cabralhada, � O carro / o motor / o cigarro.
cabroeira O mesmo com os substantivos femininos, que vem
cães: matilha, cachorrada, canzoada com o artigo “a” anteposto:
camelo: cáfila, catar
� A cadeira / a maçã / a verdade.
cavalos: cavalaria, cavalhada, tropa, manada
cebola: réstia, cebolal
Existem alguns substantivos masculinos que pos-
chaves: molho, penca, chavaria
suem terminações diferentes de “o”, e por isso essa é a
discos: discoteca, fonoteca
elefantes: manada “regra” mais confiável.
estrelas: constelação
filhotes: ninhada, redada � O amor / o celular.
flores: ramalhete, ramo, buquê, braçada
formigas: colônia, formigueiro, formigame, car- Além disso, os substantivos podem ser classifica-
reiro, correição dos em uniformes e biformes. O que é isso?
gafanhoto: nuvem, gafanhotada, onda, praga Os substantivos biformes apresentam diferentes
galinhas: galinhada, galinhame formas para o masculino e feminino.
gatos: gataria, bichanada Ex.: Menino / menina
ilhas: arquipélago Garoto / Garota
índios: tribo, aldeia, indiada Já os substantivos uniformes são aqueles que
insetos: nuvem, colônia, praga, onda apresentam uma única forma, independente do
gênero.
Compostos
� Criança / testemunha / artista.
Os substantivos compostos são substantivos for-
mados por mais de uma palavra ou radical, sendo Dessa forma, só é possível identificar o gênero des-
constituídos pelo processo de composição (formados se tipo de substantivo por meio do artigo, que vem
pela junção de duas palavras). anteposto a ele.
Ex.: notícia-bomba; bate boca; quinta-feira.
� O estudante / A estudante.
Plural de substantivos compostos
Gênero e significação
Se o substantivo composto é escrito sem hífen, para
utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”.
É possível realizar a determinação do gênero pela
Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir al-
gumas regrinhas. São elas: significação. Veja algumas regrinhas básicas para
ajudar a identificar quando o substantivo é femini-
a) Substantivo + substantivo que especifica o primeiro. no e quando é masculino.
Ex.: notícia-bomba, notícias-bomba.
b) Palavras unidas por preposição. Gênero Feminino
Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo. São femininos:
Ex.: bate-boca, bate-bocas, alto-falante, alto-falantes.
d) Palavras repetidas ou onomatopaicas. a) Nomes de mulheres e as funções exercidas por
Ex.: tico-tico, tico-ticos. elas.
e) Palavra variável + palavra variável. � Ana, Helena, Maria, professora, rainha, vendedora.
Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.
b) Nomes de animais do sexo feminino.
REFERÊNCIA
LÍNGUA PORTUGUESA

� Vaca, anta, galinha, pata.


Exemplos retirados da internet; Disponível em:
c) Nomes de cidades e ilhas em que se subentende
<https://www.todamateria.com.br/substantiv
por gênero feminino.
o-composto/#:~:text=O%20substantivo%20com-
posto%20%C3%A9%20um,da%20jun%C3%A7%- � A Veneza, a marcante Florianópolis.
C3%A3 o%20de%20duas%20palavras.<; Acesso em
25 ago. 2020. Gênero Masculino
São masculinos:
Flexão de gênero
a) Nomes de homens e suas funções.
Os substantivos podem sofrer flexão de gênero: � Cláudio, José, Henrique, médico, professor,
feminino e masculino. vendedor. 25
b) Nomes de animais do sexo masculino. � Analítica: acrescenta-se um substantivo.
� Elefante, leão, boi. „ Cachorro grande/pequeno; livro grande/
pequeno.
c) Nomes dos meses e dos pontos cardeais.
� Sintética: acrescenta-se um sufixo à palavra.
� O mês de janeiro, o mês de maio, o leste, o
„ Cachorrinho/cachorrão; livrinho/livrão.
norte.
O novo Acordo Ortográfico e o uso de maiúsculas
d) Nomes de lagos, montes, oceanos e rios, em que se
subentende por ser do gênero masculino.
De acordo com o novo acordo ortográfico, vigente
� O Amazonas (o rio Amazonas), o Atlântico (o no país desde o início de 2009, utiliza-se maiúsculas
oceano Atlântico). em:

Flexão de número � Nome de pessoas reais ou imaginárias (nome,


sobrenome, apelido, seres mitológicos etc.)
Em relação a número gramatical, existem dois em � Gabriela;
que os substantivos sofrem flexão: singular e plural. � Tiago;
O singular indica apenas um ser ou um grupo de � Ferreira;
seres, e o plural indica dois ou mais seres ou grupos � Magalhães;
de seres. � Silva;
A flexão dos substantivos para o plural possui � Xuxa;
algumas regrinhas que podem ajudar. Veja: � Cinderela;
� Poseidon.
a) Substantivos que terminam em vogal, ditongo oral
ou com a letra “N” flexionam para o plural com o � Nomes de cidades, países, continentes (reais ou
acréscimo da letra “S”. imaginários).
� Pai – pais; � Cuba;
� Mãe – mães; � Londres;
� Minas Gerais;
� Hífen – hifens.
� França;
Exceção: Cânon – cânones.
� América;
� Nárnia.
b) Substantivos terminados em “R” e “Z” fazem o plu- � Nomes de festas e festividades.
ral pelo acréscimo de “-es”. � Carnaval;
� Cobertor – cobertores; � Dia das Crianças;
� Rapaz – rapazes. � Natal;
� Ano Novo;
c) Substantivos que terminam em “al”, “el”, “ol”, “ul” � Páscoa.
sofrem flexão no plural, trocando o “L” por “-is”.
� Nomes de instituições e entidades.
� Casal – casais;
� Quartel – quarteis; � Organização das Nações Unidas;
� Lençol – lençóis; � Cruz Vermelha;
� Azul – azuis. � Sistema Único de Saúde.

Variação de grau nos substantivos � Nome dos pontos cardeais e equivalentes.


� Norte / Sul / Leste / Oeste;
O grau do substantivo é a possibilidade de indicar � Nordeste / Sudoeste;
o tamanho/proporção do ser nomeado, e os substanti- � Oriente / Ocidente
vos podem ser de três graus: aumentativo, diminuti-
vo e normal.
O grau normal é o natural do ser.
Importante!
� Aumentativo: exprime o aumento do tamanho do
Escrevem-se com maiúsculas apenas quando
ser nomeado.
utilizados indicando uma região.
� Livro – livrão; � Este ano vou conhecer o Sul. (O Sul do Brasil);
� Porta – portão; Quando utilizados indicando uma direção, devem
� Cachorro – cachorrão. ser escritos com minúsculas.
� Correu a América de norte a sul.
� Diminutivo: exprime, ao contrário do aumentati-
vo, a diminuição do tamanho/proporção do ser.
� Livro – livrinho; � Títulos de periódicos.
� Porta – portinha; � Veja;
� Cachorro – cachorrinho. � O Globo;
� Correio do Brasil.
Vale ressaltar que a flexão de grau dos substantivos
26 pode ser feita de duas formas diferentes: � Em siglas, símbolos ou abreviaturas.
� ONU / INPS; � Comparativo: como o próprio nome já diz, atua
� Unesco / Bradesco / Sr.(a); fazendo comparação entre elementos da frase. O
� S [Sul] / K [Potássio];
grau comparativo possui três graus:
� Além disso, vale ressaltar que substantivos pró- � 1°. Comparativo de igualdade: compara ele-
prios também são escritos com maiúscula, por isso mentos colocando-os num mesmo patamar.
esteja sempre atento! Ex.: A sua receita é tão saborosa quanto a
dela.
ADJETIVOS
� 2°. Comparativo de superioridade: compara,
São palavras que qualificam os substantivos, dão evidenciando um elemento como superior ao
características (feliz, gordo, alto, interessante). outro.
Ex.: A sua receita é melhor do que a dela.
� Ana é uma menina muito alegre.
� 3° Comparativo de inferioridade: compara,
O noticiário de hoje está interessante.
evidenciando um elemento como inferior ao
Locuções adjetivas outro.
Ex.: A sua receita é pior do que a dela.
Trata-se de uma expressão formada por mais de
uma palavra com o valor/significado de um adjetivo. � Superlativo: elevam, intensificam as característi-
Em geral, costuma ser formada por uma preposição +
cas dadas aos substantivos. Possui dois tipos:
substantivo. Veja:
Lucas tem atitude de criança. > “atitude de crian- � 1°. Superlativo relativo: quando essa elevação
ça” = locução adjetiva com valor de “atitude infantil”. se refere a um conjunto.
Veja algumas locuções adjetivas e seus correspon- Ex.: Dentre os discos gravados por você, este é o
dentes na tabela a seguir:
mais elaborado.
� 2°. Superlativo absoluto: quando faz referência
LOCUÇÃO CORRESPON- LOCUÇÃO CORRES-
ADJETIVA DENTE ADJETIVA PONDENTE apenas a um substantivo.
de abdômen abdominal de campo rural � Ex.: Este disco gravado por você é o mais
de abelha apícola de criança infantil
elaborado.

de abutre vulturino de lua lunar


Estes dois tipos podem ser ainda:
de aluno discente de mestre magistral
Níveo � superlativo relativo de superioridade: “Ele é o filho
de baço esplênico de neve
ou nival
mais obediente.”.
de boca bucal, oral de ovelha ovino
� superlativo relativo de inferioridade: “Ele é o filho
de bode hircino de pai paternal
menos desobediente.”.
de cabra caprino de rio fluvial � superlativo absoluto analítico: “Ele é muito obediente.”
� superlativo absoluto sintético: “Ele é obedientíssimo.”
Adjetivos de relação

Os adjetivos de relação possuem algumas caracte- Formação dos adjetivos


rísticas, e são assim classificados por:
Tipos de Adjetivos:
a) Ter valor semântico objetivo (não expressa nenhu-
ma subjetividade). � Adjetivo simples: apresenta somente um radical.
Ex.: Problema mundial = problema relativo ao Ex.: pobre, magro, triste, alto, feliz.
mundo.
� Adjetivo composto: apresenta mais de um radical.
b) Não possui variação de grau (veja no próximo
assunto). Ex.: afro-brasileiro, superinteressante, super-herói.
Ex.: Vinho chileno = não pode ser: chileníssimo, � Adjetivo primitivo: é a palavra que dá origem a
pouco chileno. outros adjetivos.
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Vem após substantivo. Ex.: alegre, bom, puro.


Ex.: Mapa mundial.
� Adjetivo derivado: são palavras que derivam de
Veja alguns exemplos: verbos ou substantivos.
Ex.: escultor (de “esculpir), formoso (de “formosura”).
� Energia do núcleo = energia nuclear;
� Roteiro de Carnaval = roteiro carnavalesco; Adjetivos pátrios
� Vinho do Chile = vinho chileno.
Os adjetivos pátrios são responsáveis por repre-
Variação de grau nos adjetivos
sentar a origem das pessoas, objetos e seres em rela-
Os adjetivos variam em dois graus: comparativo e ção ao país, estado ou à cidade. Veja abaixo alguns
superlativo. deles: 27
ADVÉRBIOS

São palavras que se referem a um adjetivo ou a um verbo, modificando-o ou intensificando-o em diferentes


circunstâncias (tempo, modo e intensidade).

� Tempo: são os advérbios que fornecem informações temporais, isto é, indicam o momento em que a ação ocor-
reu, ocorre ou ocorrerá.
São eles: Hoje, logo, já, afinal, amanhã, ontem, tarde, breve, depois, cedo, antes, enfim, jamais, nunca, sem-
pre, doravante, outrora, imediatamente, antigamente, primeiramente, constantemente, sucessivamente,
posteriormente.
� Modo: são os advérbios que fornecem informações a respeito da maneira com que a ação se dá, deu-se ou se
dará. Em sua maioria, possuem a terminação –mente.
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silenciosamente, vagarosamente, apressadamente, insistentemen-
te, tristemente, alegremente, etc.
� Intensidade: são advérbios que ajudam na percepção da intensidade do verbo, e é comumente utilizado com
adjetivos e até mesmo com outros advérbios.
Alguns deles: meio, menos, mais, muito, pouco, demais.

Locuções adverbiais

A locução adverbial é o conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alte-
rando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais são formadas por uma preposição e um substantivo. Há ainda os que são
formados por adjetivos ou por advérbios. Veja alguns exemplos:
Preposição + substantivo: de novo;
28 Preposição + adjetivo: em breve;
Preposição + advérbio: por ali.
Agora, veja a aplicação nas frases: Importante!
Professora, você pode me explicar a matéria de Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau
novo? (de novo = novamente) comparativo de superioridade irregular, sendo
Em breve o filme estará em cartaz nos cinemas. “melhor” e “pior”, respectivamente.
(em breve = brevemente) � No exame, você se saiu melhor que eu.
Acho que eles foram por ali. � No exame, você se saiu pior que eu.
As locuções adverbiais podem se classificar em:

� Locuções adverbiais de tempo: em breve, à tar- � De inferioridade: formado pelo “antes” anteposto
de, à noite, logo mais, pela manhã, de tempos em ao advérbio, seguido de “que” ou “de que”.
tempos, por vezes... Ex.: Ela andava menos firmemente que [de que]
Ex.: À tarde passearemos com as crianças no André.
parque.
� Locuções adverbiais de lugar: em cima, por per- Advérbios e adjetivos
to, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para
fora... Existem ainda os adjetivos adverbializados. Do
Ex.: Os pais querem sempre os filhos por perto. que se trata?
� Locuções adverbiais de modo: às pressas, ao Trata-se de um fato linguístico em que os adjetivos
contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em passam a pertencer à classe dos advérbios, conforme
geral... sua utilização dentro da oração. Veja os exemplos:
Ex.: O suspeito permaneceu em silêncio durante Os alunos chegaram apressados. > Os alunos
todo o interrogatório. chegaram apressadamente.
� Locuções adverbiais de negação: de forma algu- As alunas chegaram apressadas. > As alunas
ma, de modo algum, de maneira nenhuma... chegaram apressadamente.
Ex.: Não usaria isto de forma alguma. Ou seja, para determinar a função de advérbio no
� Locuções adverbiais de afirmação: sem dúvida, adjetivo, basta transformar seus enunciados, levando
de fato, com certeza, por certo... em consideração as mudanças em gênero e número.
Ex.: Ele, de fato, amava muito sua namorada. O que vai definir se determinada palavra é um
� Locuções adverbiais de dúvida: com certeza, advérbio ou um adjetivo é o elemento ao qual ela se
quem sabe, por certo... refere. Veja o exemplo:
O menino alto cantava alto.
Ex.: Quem sabe ele ainda apareça por aqui.
A primeira palavra “alto” é um adjetivo, pois quali-
� Locuções adverbiais de intensidade: de muito,
fica o substantivo “menino”; a segunda palavra “alto”
de pouco, em excesso, de todo.
já funciona como advérbio, pois define a forma que o
Ex.: Eles compram roupas em excesso.
menino canta e complementa o verbo “cantava”.
O mesmo pode ocorrer em relação ao pronome
Advérbios interrogativos
indefinido. Vamos direto ao exemplo dado pelo autor
do livro Gramática pela Prática:
Os advérbios interrogativos introduzem uma per- Era muito problema... x Era problema muito fácil.
gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo, O “muito” do primeiro exemplo se refere a um
lugar ou de causa (como, quando, onde e porque). Veja substantivo; em casos como esse, trata-se de um pro-
abaixo nos exemplos: nome indefinido;
O “muito” do segundo exemplo já faz referência ao
� Modo: Como se locomoveu até lá? adjetivo “fácil”, definindo o substantivo “problema”.
� Tempo: Quando ele foi embora?
� Lugar: Onde é que se escondeu? Palavras denotativas
� Causa: Por que não veio ontem?
As palavras denotativas se assemelham e muito
Grau do advérbio com os advérbios, porém não pertencem a nenhuma
classe de palavras em específico, segundo a Nomencla-
Os advérbios podem se flexionar em dois graus: tura Gramatical Brasileira.
comparativo e superlativo. Sabemos que as palavras, como já visto, podem ter
diferentes significados, de acordo com a situação em
que são utilizadas. Isso não acontece com as palavras
LÍNGUA PORTUGUESA

� Comparativo: no grau comparativo, pode ser


denotativas. Palavras denotativas se referem a um
dividido em: de igualdade, de superioridade e de sentido literal, uma significação plena, e são muito
inferioridade. úteis na produção de texto, uma vez que podem fun-
� De igualdade: formado pela palavra “tão” antes cionar como mecanismo de coesão.
do advérbio e “quanto” ou “como” depois dele, As palavras denotativas podem ser classificadas
colocando dois elementos em mesmo nível. de diferentes formas, isso de acordo com a ideia que
Ex.: Ele chegou tão tarde quanto o pai. expressam. Veja:
Cantava tão bem como a irmã.
� inclusão: até, também, inclusive, ademais;
� De superioridade: formado pelo “mais” anteposto � exclusão: apesar, apenas, salvo, exceto, menos;
ao advérbio, acrescentado de “que” ou “de que”. � explicação: isto é, por exemplo, ou seja, a saber;
Ex.: Ele chegou mais tarde que [de que] o pai. � retificação: aliás, ou melhor, digo, isto é;
Cantava melhor que [de que] a irmã. � realce: lá, cá, é porque, é que; 29
� situação: então, afinal, agora; Senhor – Sr. – em tratamento cerimonioso, “for-
� designação: eis.
mal” ou mais distante;
PRONOMES Senhora – Sr.ª – em tratamento cerimonioso, “for-

São as palavras que substituem ou acompanham mal” ou mais distante;


os substantivos. Você – Você – em tratamento mais familiar, corri-
Os pronomes são denominados de distintas manei-
ras, de acordo com o papel que desempenha na oração. queiro, mais íntimo.

Pronomes pessoais
Pronomes indefinidos
Referem-se às pessoas que participam do discurso.
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à segun- Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
da; e o assunto à 3ª. Eles podem se classificar como
retos ou oblíquos, de acordo com sua utilidade na frase. impreciso. Veja:
Confira a tabela a seguir:
Todos foram à festa ontem.
PRONOMES PESSOAIS
Muitos pais não se interessam verdadeiramente
Pronome Reto Pronome Oblíquo
pela educação dos seus filhos.
Tônico Átono Tônico
Eu Me Mim, comigo
Tu Te Te, contigo Os pronomes indefinidos podem ser variáveis,
Ele, ela Se, lhe,o, a Si, consigo, ele, ela isto é, sofrem flexão em gênero e número, e também
Nós Nos Nós,conosco
Vós Vos Vós,convosco invariáveis, que não sofrem essa flexão.
Eles, elas lhes, os, as Si, consigo,
eles,elas Principais pronomes indefinidos:
Para sujeito Para Outras Funções

Dica PRONOMES INDEFINIDOS


Variáveis Invariáveis
Se liga nessa conclusão:
“Os pronomes eu e tu são retos. Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nós, vós, ele(s) serão os retos ou oblíquos, Nenhum, nenhuma,
dependendo de seu emprego na frase.” (PIMEN- Ninguém
nenhuns, nenhumas
TEL, 2015, p. 137)
Todo, toda, todos, todas Quem
Pronomes de tratamento Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Os pronomes de tratamento são utilizados para se
dirigir à pessoa com quem se fala. Existem pronomes Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
de tratamento bastante específicos. Veja na tabela a Certo, certa, certos, certas Nada
seguir, da esquerda para a direita, pronome de trata-
Vários, várias Cada
mento, sua abreviação e seu uso, respectivamente.
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
PRONOMES DE TRATAMENTO Tanto, tanta, tantos, tantas
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques Qualquer, quaisquer
Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais Qual, quais
Vossa sacerdotes e
V. Revma.(s) Um, uma, uns, umas
Reverendíssima bispos
altas autoridades e
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) Fonte: Educação uol
oficiais-generais
Vossa reitores de
V. Mag.ª (s)
Magnificência universidades Pronomes demonstrativos
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Vossa Majestade
V. M. I. Imperadores Os pronomes demonstrativos são palavras que
Imperial
Vossa Santidade V. S. Papa situam algo no tempo, espaço e no discurso em rela-
tratamento
Vossa Senhoria V. S.ª (s) ção à pessoa que fala (1ª pessoa), com quem se fala (2ª
cerimonioso
Vossa pessoa) e de quem se fala (3ª pessoa).
V. O. Deus
Onipotência Os principais pronomes demonstrativos são: este,
30 Existem ainda os mais frequentes: esse e aquele.
Este é o meu livro. acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Esse é o seu livro. possuída).
Aquele é o livro deles. Ex.: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pes-
soa do singular)”
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis Veja a tabela:
e invariáveis em gênero e número.
PRONOMES POSSESSIVOS
Variáveis NÚMERO PESSOA PRONOME
Singular Primeira meu(s), minha(s)
1ª pessoa: este, esta, estes, estas
Singular Segunda teu(s), tua(s)
2ª pessoa: esse, essa, esses, essas
3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas Singular Terceira seu(s), sua(s)
Ex.: Esta bolsa é minha. (Indica proximidade com nosso(s),
Plural Primeira
relação à 1ª pessoa / quem fala). nossa(s)
Essa bolsa é minha. (Indica proximidade com rela- Plural Segunda vosso(s), vossa(s)
ção à 2ª pessoa / com quem se fala). Plural Terceira seu(s), sua(s)
Aquele cachorro fugiu do abrigo. (Indica distância
com relação às pessoas do discurso). Colocação pronominal

Invariáveis � Próclise: é quando o pronome é colocado antes do


verbo.
1ª pessoa: isto
2ª pessoa: isso “A próclise é comum nos seguintes casos:
3ª pessoa: aquilo
Ex.: Isto não é meu. (Indica proximidade com rela- � 1. Quando o verbo segue uma partícula negati-
ção à 1ª pessoa / quem fala). va: não, nunca, jamais, nada, ninguém.
Isso é meu (Indica proximidade com relação à 2ª Ex.:Não nos responsabilizaremos por sua atitu-
pessoa / com quem se fala). de rebelde.
Nunca se acusou um cliente por esses motivos.
Pronomes relativos Um vendedor de nossa empresa jamais se con-
tentará com níveis de faturamento tão baixos.
Os pronomes relativos são aqueles utilizados em O relatório fora bem escrito, mas nada o
recomendava como modelo que devesse ser
uma frase para retomar algum termo já citado ante-
imitado.
riormente, evitando uma repetição desnecessária.
Ninguém o viu chegar, mas ele já se encontra
Estes pronomes podem ser variáveis ou invariá-
no escritório.
veis, ou seja, podem ou não sofrer alterações de gêne-
� 2. As orações que se iniciam por pronomes e
ro e número.
advérbios interrogativos também exigem ante-
cipação do pronome ao verbo. Ex.:
z Pronomes relativos variáveis: cujo, o qual, quanto; Por que o diretor se ausentou tão cedo?
z Pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde. Como se justificam essas afirmações?
Quem lhe disse que o gerente de vendas não se
Veja, na tabela abaixo, os pronomes relativos e interessaria por tal fato?
suas variações. � 3. As orações subordinadas também exigem
antecipação do pronome ao verbo. Ex.:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Ainda que lhe enviassem relatórios substan-
Masculino Feminino ciais, não poderia tomar nenhuma decisão.
Quando o office-boy o interrogou, ele levantou a
Singular Plural Singular Plural
cabeça.
cujo cujos cuja cujas que Aquela correspondência que te chegou às mãos...
o qual os quais a qual as quais quem � 4. Alguns advérbios exercem força atrativa
quanto quantos - quantas onde sobre o pronome: mal, ainda, já, sempre, só,
talvez, não. Ex.:
Pronomes interrogativos Mal se despedira...
Ainda se ouvirá a voz dos que clamam no
deserto.
LÍNGUA PORTUGUESA

São os pronomes utilizados para formular pergun-


tas diretas ou indiretas. São eles: quem, quanto, que, Já se falou aqui da inconsequente...
Só se acredita naquilo por que se interessa.
qual.
Os relatórios talvez se abstenham de informar...
Ex.: Quem entregará o trabalho hoje?
Não se manifestará apoio ao desonesto, cor-
Quantos alunos chegaram atrasados hoje?
rupto e politiqueiro idealizador de semelhante
Que é isso? comemoração.
Qual é o resultado desse problema?... � 5. A palavra ambos, bem como alguns indefini-
dos (alguém, todos, tudo, outro, qualquer) tam-
Pronomes possessivos bém tem força atrativa. Ex.:
Ambos os empregados me inquiriram sobre
De acordo com o escritor de um blog de língua suas férias.
portuguesa, os pronomes possessivos são “palavras Alguém te dirá aos ouvidos...
que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), Todos te olharão de esguelha... 31
Tudo se transformará com o tempo.
Outro secretário se ajustará ao cargo com dificuldade.
Qualquer pessoa se persigna quando a situação está preta.
� 6. Nas locuções verbais, se houver negação ou pronome relativo, interrogativo. Ex.:
Não se pode deixar de realizar...
Coisas que se podem deixar de realizar...
Por que se deve realizar esta tarefa?
� 7. Se o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, pode-se utilizar a antecipação pronomi-
nal. Ex.:
Eu me dedicarei aos estudos gramaticais quando.
Eu me dedicaria aos estudos gramaticais se.
Pode-se também utilizar mesóclise, mas não é aconselhável, por revelar-se pedante. Embora o pronome
pessoal do caso reto não tenha força atrativa, é recomendável a próclise para evitar o preciosismo da
mesóclise.
� 8. Se houver vírgula depois do advérbio, deve-se usar ênclise e não próclise.1”

� Ênclise: é quando o pronome é colocado depois do verbo. Esse tipo de colocação pronominal se relaciona aos
seguintes casos:
� 1. Verbo no imperativo afirmativo.
Ex.:
Depois de terminar, chamem-nos.
Para começar, joguem-lhes a bola!
� 2. Verbo no infinitivo impessoal.
Exemplos:
Gostaria de pentear-te à minha maneira.
O seu maior sonho é casar-se.
� 3. Verbo inicia a oração.
Ex.:
Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
� 4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Ex.:
Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.
Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos.

� Mesóclise: quando o pronome é colocado no meio do verbo. Essa colocação só é possível nos tempos verbais
Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito. Veja:
Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
Orgulhar-me-ia dos meus alunos.

Veja, nesse exemplo:

Existem casos em que o adjetivo pode vir antes dos substantivos, e aí, o que fazer? Devo concordar com um
ou com outro?
A regra é a seguinte: concorde o adjetivo com o substantivo mais próximo, como no exemplo:
Linda filha e bebê.
Perceba que o adjetivo “linda” está concordando em gênero com o substantivo “filha”, neste caso o mais
próximo.

VERBOS

Os verbos indicam ações, fenômenos da natureza ou estado.


Ex.: Chove muito aqui na cidade.
Caminharemos até a cidade vizinha.
Corro muitos quilômetros por dia.
O verbo pode variar em número (singular e plural) e em pessoa (primeira [eu], segunda [tu] e terceira [ele/
ela]). Veja o mesmo verbo, conjugado em diferentes pessoas e número.
Eu gosto de cantar. > 1ª pessoa do singular;
Pedro e Ana gostam de cantar. > 3ª pessoa do plural;
Eu, Pedro e Ana gostamos de cantar. > 1ª pessoa do plural.
Flexões modo-temporais – tempos simples
São os tempos básicos em que o verbo pode ser conjugado. São eles: presente, pretérito imperfeito, pretérito
perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
Na tabela abaixo, você verá alguns verbos conjugados nos diferentes tempos, modos e pessoas verbais até
então vistos aqui.

32 1 Texto adaptado. Disponível em: < https://www.algosobre.com.br/gramatica/concordancia-pronominal.html>. Acesso em 14 jul. 2020.


MODO TEMPO 1.ª CONJUGAÇÃO (-AR) 2.ª CONJUGAÇÃO (-ER) 3.ª CONJUGAÇÃO (-IR)
Indicativo Presente ando como divido
Indicativo Pretérito imperfeito andava comia dividia
Indicativo Pretérito perfeito andei comi dividi
Pretérito
Indicativo andara comera dividira
mais-que-perfeito
Indicativo Futuro do presente andarei comerei dividirei
Indicativo Futuro do pretérito andaria comeria dividiria
Subjuntivo Presente ande coma divida
Subjuntivo Pretérito imperfeito andasse comesse dividisse
Subjuntivo Futuro andar comer dividir
Imperativo Afirmativo anda come divide
Imperativo Negativo não andes não comas dividas

Flexões modo-temporais – tempos compostos

São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto, futuro
do pretérito composto.
Trouxemos mais essa tabela para ajudar você!

1.ª CONJUGAÇÃO 2.ª CONJUGAÇÃO 3.ª CONJUGAÇÃO


MODO TEMPO
(-AR) (-ER) (-IR)
Indicativo Pretérito perfeito composto tenho estudado tenho escrito tenho dividido
Pretérito mais-que-perfeito
Indicativo tinha estudado tinha escrito tinha dividido
composto
Indicativo Futuro do presente composto terei estudado terei escrito terei dividido
Indicativo Futuro do pretérito composto teria estudado teria escrito teria dividido
Subjuntivo Pretérito perfeito composto tenha estudado tenha escrito tenha dividido
Pretérito mais-que-perfeito
Subjuntivo tivesse estudado tivesse escrito tivesse dividido
composto
Subjuntivo Futuro composto tiver estudado tiver escrito tiver dividido

Formas nominais do verbo e locuções verbais

As formas nominais do verbo são: o infinitivo, gerúndio e particípio. Elas possuem tanto função de verbo
como de nome.

� Infinitivo: representa o nome do verbo, livre de conjugação (flexões de tempo, pessoa, número etc.). Corres-
pondem aos verbos terminados em ar, er e ir.
Ex.: Amar, brincar, correr, beber, sorrir, divertir etc.
O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal:
� Pessoal: aqui há um sujeito envolvido na ação.
Ex.: Trouxe um trabalho para vocês fazerem.
LÍNGUA PORTUGUESA

� Impessoal: não há envolvimento de sujeito na ação.


Ex.: Trouxe um trabalho para fazer.
� Gerúndio: dá uma ideia de ação contínua, e possui a terminação -ndo.
Ex.: Te vi correndo na praça ontem.
Estou andando de bicicleta.
Ele estava sorrindo tão lindamente!
� Particípio: dá ideia de ação terminada, concluída, e para a maioria dos casos, possui a terminação do.
Ex.: Ele já havia finalizado o trabalho.
Quando cheguei, ela já havia partido.
Encerrada a discussão, finalizou a reunião. 33
Locuções verbais VERBOS INTRANSITIVOS
Locução verbal é o nome dado à junção de dois Morrer Sua avó morreu?
verbos, um auxiliar e um principal, que quando apa- Sofrer Chega de sofrer.
recem juntos numa oração, desempenham o papel de
Viver Minha avó ainda vive.
apenas um verbo. Veja alguns exemplos de locuções
verbais:
Estive pensando; Verbos Transitivos
Quero sair;
Pode ocorrer; Os verbos transitivos, ao contrário dos intransiti-
Tem investigado; vos, são verbos que necessitam de complemento para
Tinha decidido; adquirirem sentido completo.
Estou esperando; Podem ser classificados em verbos transitivos
Vou correndo; diretos, verbos transitivos indiretos e verbos tran-
Estou lendo.
sitivos diretos ou indiretos.
TIPOS DE VERBOS
� Transitivo Direto: pedem, como complemento,
um objeto direto, indicando quem ou quê. Veja:
Intransitivos
Verbo: ler [o quê?]
Os verbos intransitivos são aqueles que não depen- Eu leio notícias.
dem/necessitam de um complemento, pois possuem Eu leio livros de romance.
sentido completo por si mesmos, então podem com- Eu leio revistas.
por um predicado sozinhos. � Notícias, romance e revistas são objetos diretos.
Célia morreu. Verbo: visitar [quem?]:
Ana chegou.
Visitar a avó.
Muitas vezes, os verbos intransitivos podem vir
Visitar uns amigos.
acompanhados de um predicativo e de um adjunto
adverbial. É importante relembrar a diferença entre Visitar o doente.
eles, uma vez que estes termos costumam trazer bas- � Avó, uns amigos e “o doente” são objetos
tante confusão para as pessoas: diretos.
O predicativo, em geral, caracteriza o substantivo,
em grande maioria, através do uso de adjetivos, expri- � Transitivo indireto: pede, como complemento,
mindo uma qualidade ao sujeito. um objeto indireto (que necessita de preposição).
Ex.: Laura é bonita. Veja:
O adjunto adverbial, por usa vez, remete à ideia de Verbo: precisar [de quê?]
circunstância, e modifica um verbo (Mudou imedia- Precisar de ajuda.
tamente), um adjetivo (Fiquei muito emocionado) ou
Precisar de dinheiro.
o advérbio (Estava muito bem).
Agora, vamos voltar a tratar dos verbos intransi- Precisar de um casaco.
tivos e seu acompanhamento. Veja: � Ajuda, dinheiro e “um casaco” são objetos
Célia morreu serenamente. indiretos.
Célia = sujeito; Verbo: concordar [com quem?]
Morreu = verbo intransitivo (possui sentido por si Concordar com a mãe.
mesmo, sem necessidade de complemento); Concordar com o diretor.
Serenamente = adjunto adverbial (qualifica o ver-
Concordar com a amiga.
bo, indicando o modo como Célia morreu).
Ana chegou satisfeita. � A mãe, o diretor e a amiga são objetos indiretos.
Ana = sujeito;
Chegou = verbo intransitivo; � Transitivo direto e indireto: pede, como comple-
Satisfeita = predicativo (pois caracteriza o subs- mento, tanto um objeto direto quanto um objeto
tantivo próprio “Ana”, indicando o modo como ela indireto. Veja:
chegou). Verbo: agradecer [o quê? A quem?]
Veja nessa tabela, alguns exemplos desse tipo de Agradecer o presente ao namorado.
verbo: � Agradecer o convite à diretora.
� Agradecer a atenção à professora.
VERBOS INTRANSITIVOS � O presente, o convite e a atenção são objetos
João lê e anda ao mesmo diretos;
Andar
tempo. � Ao namorado, à diretora e à professora são
Elena brincou com Lucas objetos indiretos.
Brincar
durante a tarde.
Além disso, podem ser classificados em:
Casar Josi casa amanhã.
Chegar Ainda não cheguei. Verbos regulares e verbos irregulares:
Dormir Vou dormir às 22 horas.
Errar Nós erramos. Os verbos regulares são aqueles que, ao serem
conjugados, não sofrem alterações em seu radical ou
Nascer A filha de Júlia nasceu!
34 em suas terminações.
Os verbos irregulares, ao contrário, ao serem conjugados sofrem essas alterações.
Um exemplo é o verbo dizer.
Veja: Eu digo, eu direi...
Veja essa lista com os principais verbos irregulares:

VERBOS IRREGULARES
Ser Trazer
Estar Dizer
Haver Vir
Saber Querer
Poder Pedir
Medir Ouvir
Fazer Caber
Dar

Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há os que ocorrem em ambos os casos.
Dentro dos verbos irregulares, podemos classificá-los em padrões de irregularidade:
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela abaixo que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.

VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER TRAZER
Presente do
Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles
eles hão
(3ª pessoa do cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
plural)
Pretérito
Perfeito do
eles eles eles eles eles eles eles eles eles
Indicativo
couberam disseram estiveram fizeram houveram puderam quiseram souberam trouxeram
(3ª pessoa do
plural)

Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja abaixo, mais
uma vez, com exemplificação nas tabelas inseridas.

� Formas irregulares na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
subjuntivo.

VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER
Presente do
indicativo eu eu eu eu eu eu eu eu
eu requeiro
(1ª pessoa do anseio incendeio meço  medeio odeio peço remedeio valho
singular)
Presente do
que
LÍNGUA PORTUGUESA

subjuntivo que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
eu
(3ª pessoa do anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
peça
singular)

� Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.

VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIAR ODIAR REMEDIAR


Presente do Indicativo
eu anseio eu incendeio eu medeio eu odeio eu remedeio
(1ª pessoa do singular)
Presente do Indicativo
ele anseia ele incendeia ele medeia ele odeia ele remedeia
(3ª pessoa do singular) 35
z Q
uando não apresentam alteração de “ele” para “tu” em algumas formas conjugadas do presente do indicativo
e do imperativo afirmativo.

VERBO CONSTRUIR DESTRUIR SACUDIR SUMIR

Presente do Indicativo (3ª pessoa do singular) ele constrói ele destrói ele sacode ele some

Imperativo Afirmativo (2ª pessoa do singular) constrói tu constrói tu sacode tu some tu

Verbos anômalos

Os verbos anômalos correspondem aos “verbos irregulares que apresentam radicais primários diferentes
quando conjugados.”
Os verbos “ser” e “ir” são os principais verbos anômalos. Para deixar bem claro, veja, mais uma vez, na tabela:

PRINCIPAIS VERBOS ANÔMALOS

Ser Ir

Eu sou feliz contigo. Eu vou embora agora.

Eu fui feliz contigo. Eu fui embora ontem.

Eu era feliz contigo. Eu irei embora amanhã.

Existem, apesar disso, alguns outros verbos anômalos. São eles:

OUTROS VERBOS ANÔMALOS

Caber Por

Dar Saber

Estar Ter

Haver Ver

Dizer Vir

Poder

Verbos Abundantes

Os verbos abundantes são aqueles que, no particípio, apresentam mais de uma forma aceita pela norma culta,
sendo uma regular e outra irregular. Observe:

PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR

Absolver Absolvido Absolto

Abstrair Abstraído Abstrato

Aceitar Aceitado Aceito

Benzer Benzido Bento

Cobrir Cobrido Coberto

Completar Completado Completo

Confundir Confundido Confuso

Demitir Demitido Demisso

Despertar Despertado Desperto

Dispersar Dispersado Disperso

Eleger Elegido Eleito

Encher Enchido Cheio


36
PARTICÍPIO PARTICÍPIO PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR REGULAR IRREGULAR
Eu tinha limpado a Que casa tão
Entregar Entregado Entregue Limpar
casa. limpa!
Morrer Morrido Morto Dados importantes Informações
Omitir tinham sido omitidos estavam
Expelir Expelido Expulso
por ela. omissas.
Enxugar Enxugado Enxuto Deixe os
Após ter submergido legumes
Findar Findado Findo Submergir os legumes, reparou submersos
Fritar Fritado Frito no amigo. por alguns
minutos.
Ganhar Ganhado Ganho Nunca tinha suspendi- Você está
Suspender
Gastar Gastado Gasto do ninguém. suspenso!

Imprimir Imprimido Impresso Vamos agora a alguns exemplos de verbos regula-


res, ou seja, aqueles que não apresentam “exceções” /
Inserir Inserido Inserto
irregularidades:
Isentar Isentado Isento

Juntar Juntado Junto VERBOS REGULARES

Limpar Limpado Limpo Amar Entender

Matar Matado Morto Abrir Falar

Omitir Omitido Omisso Acabar Fingir

Pagar Pagado Pago Agradecer Gostar

Prender Prendido Preso Almoçar Julgar

Romper Rompido Roto Aprender Lavar

Salvar Salvado Salvo Assistir Lembrar

Secar Secado Seco Beber Levar

Submergir Submergido Submerso Chorar Mandar

Suspender Suspendido Suspenso Chover Mexer

Tingir Tingido Tinto Colorir Mudar

Torcer Torcido Torto Comer Participar

Comprar Partir
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR Compreender Permitir
Eu já tinha aceitado o O convite foi Convidar Pular
Aceitar
convite. aceito.
Aviso quando Cumprir Receber
Entregar tiver entregado a Está entregue! Decidir Viajar
encomenda.
Quando Dever Viver
chegou en- Dividir Voar
Morrer Havia morrido há dias.
controu o
animal morto. Encontrar Voltar
LÍNGUA PORTUGUESA

A bala foi expelida por Esta é a bala


Expelir
aquela arma. expulsa. Verbos auxiliares
Tinha enxugado a
A roupa está Os verbos auxiliares são aqueles que auxiliam na
Enxugar louça quando o
enxuta. conjugação de outros verbos. Os principais verbos
programa começou.
auxiliares são: ser, estar, ter e haver.
Depois de ter
Trabalho Existem ainda os chamados verbos auxiliares de
Findar findado o trabalho,
findo! tempo: ir e andar, ao lado dos verbos auxiliares.
descansou.
Sendo assim, neste caso, apenas o verbo auxiliar
Se tivesse Onde está o sofre flexão, e o verbo principal pode aparecer no par-
Imprimir imprimido tínhamos documento ticípio, no gerúndio ou no infinitivo.
como provar. impresso? Ex.: Iremos andando enquanto você não vem. 37
Há ainda os verbos auxiliares modais. Esses podem indicar desejo, intenção e possibilidade (querer, poder,
tentar, dever, chegar etc.)
Ex.: Os alunos querem tirar notas altas.
Note que, nesse caso, o verbo principal aparece no gerúndio (ou pode aparecer também no particípio).

Vozes verbais

As vozes verbais correspondem à forma com que os verbos se apresentam na oração, para assim determinar
se o sujeito pratica ou sofre a ação.

1. Voz ativa: aqui o sujeito é o agente, ele pratica a ação. Veja os exemplos:
Eu fiz o trabalho
Bia tomou o café da manhã.
João comprou um carro.
2. Voz passiva: na voz passiva, o sujeito sofre, recebe a ação. Veja:
O assassino foi preso ontem.
Aumentou-se a vigilância.

Lembrando que a voz passiva pode ser classificada em analítica e sintética.


A voz passiva analítica é formada por:

Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, etc.) + verbo principal no particípio + agente da passiva.

Para facilitar, veja como funciona na prática. Seguem exemplos:


O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
A casa toda foi aspirada por nós.
O trabalho foi feito por mim.

A voz passiva sintética (ou voz passiva pronominal) é formada por:


Verbo na 3ª pessoa (singular ou plural) + pronome “se” + sujeito paciente
Veja nos exemplos:

Tomou-se o café da manhã logo cedo.


Aspirou-se a casa toda.
Já se fez o trabalho.

3. Voz reflexiva: é formada por:


Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), que serve de objeto direto ou, por vezes, de objeto
indireto, e representa a mesma pessoa que o sujeito.
Veja alguns exemplos:
Atropelou-se em suas próprias palavras.
Machucou-se todo naquele jogo de futebol.
Olhei-me ao espelho.

Para resumir e tornar essa lição mais fácil para você, confira a tabela abaixo:

VOZ ATIVA Sujeito é o agente da ação. Ex.: Vi a professora.

VOZ PASSIVA Sujeito sofre a ação. Ex.: A professora foi vista.

VOZ REFLEXIVA Sujeito pratica e sofre a ação. Ex.: Vi-me ao espelho.

REFERÊNCIA

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/vozes-verbais/#:~:text=As%20vozes%20verbais%2C%20


ou%20vozes,%3A%20ativa%2C%20passiva%20ou%20reflexiva.&text=Sujeito%20%C3%A9%20o%20agente%20
da,Exemplo%3A%20Vi%20a%20professora>. Acesso em 16 jul. 2020

Conjugação de verbos derivados

Um verbo derivado, como o próprio nome revela, deriva de um verbo primitivo, e para trabalhar a conjugação
destes verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
É muito comum que em provas e vestibulares os alunos se equivoquem na conjugação destes verbos, isto
porque não se atentam à conjugação dos verbos primitivos. Por isso, dê uma conferida nesta lista de verbos irre-
gulares e algumas de suas derivações, e atente-se!!!

� Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;


� Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
� Ver: antever, rever, prever;
38
� Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.

Outro problema é quando se precisa conjugá-los em determinados tempos, como no futuro do subjuntivo. Veja
como ficaria:

� Pôr: quando eu puser;


� Ter: quando eu tiver;
� Ver: quando eu vir;
� Vir: quando eu vier.

Conjugação de alguns verbos

A conjugação do verbo refere-se à sua flexão em modos, pessoa, tempo, número e vozes. Aqui, vamos trazer
alguns verbos conjugados de diferentes formas para que você conheça melhor, e fique craque no assunto:

Verbos regulares

VERBO BEBER

INDICATIVO
Pretérito I Pretérito Pretérito mais Futuro do
Presente Futuro do Pretérito
mperfeito Perfeito que perfeito Presente
Eu beberei
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberia
Tu beberás
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberias
Ele beberá
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberia
Nós
Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberíamos
beberemos
Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós beberíeis
Vós bebereis
Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberiam
Eles beberão

SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu beba se eu bebesse quando eu beber
que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes
que ele beba se ele bebesse quando ele beber
que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos
que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes
que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem

IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
-
Bebe tu
Não bebas tu
Beba você
Não beba você
Bebamos nós
Não bebamos nós
Bebei vós
Não bebais vós
Bebam vocês
Não bebam vocês
VERBO GOSTAR

INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu gosto Eu gostei Eu gostara Eu gostarei Eu gostaria


Eu gostava
Tu gostas Tu gostaste Tu gostaras Tu gostarás Tu gostarias
Tu gostavas
Ele gosta Ele gostou Ele gostara Ele gostará Ele gostaria
Ele gostava
Nós gostamos Nós gostamos Nós gostáramos Nós gostaremos Nós gostaríamos
Nós gostávamos
Vós gostais Vós gostastes Vós gostáreis Vós gostareis Vós gostaríeis
Eles gostavam
Eles gostam Eles gostaram Eles gostaram Eles gostarão Eles gostariam

39
SUBJUNTIVO

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu goste se eu gostasse quando eu gostar
que tu gostes se tu gostasses quando tu gostares
que ele goste se ele gostasse quando ele gostar
que nós gostemos se nós gostássemos quando nós gostarmos
que vós gosteis se vós gostásseis quando vós gostardes
que eles gostem se eles gostassem quando eles gostarem

IMPERATIVO

Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo

-
Gosta tu
Não gostes tu
Goste você
Não goste você
Gostemos nós
Não gostemos nós
Gostai vós
Não gosteis vós
Gostem vocês
Não gostem vocês

INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles

PREPOSIÇÕES

Conceito

São as palavras que têm a função de ligar dois termos, tornando o segundo subordinado ao primeiro.
Algumas preposições essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem,
sob, sobre, trás.
Ex.: Dei um presente a ele.
O evento começará após o jantar.
Veja essa relação de preposições e o seu valor dentro das orações:

“A”

1. CAUSA OU MOTIVO: acordar aos gritos das crianças.


2. CONFORMIDADE: escrever ao modo clássico.
3. DESTINO (em correlação com a preposição de): DE Santos à Bahia.
4. MEIO: Voltarei a andar a cavalo.
5. PREÇO: Vendemos o filhote de nosso cachorro a R$ 300,00.
6. DIREÇÃO: levantar as mãos aos céus.
7. DISTÂNCIA: cair a poucos metros da namorada.
8. EXPOSIÇÃO: ficar ao sol por um longo tempo.
9. LUGAR: Ir a Santa Catarina.
10. MODO: falar aos gritos.
11. SUCESSÃO: dia a dia.
12. TEMPO: Nasci a três de maio.
13. PROXIMIDADE: estar à janela.

“APÓS”

1. LUGAR: Permaneça na fila após o décimo lugar.


40 2. TEMPO: Logo após o almoço descansamos.
“COM” “ENTRE”

1. CAUSA: ficar pobre com a inflação. 1. LUGAR: ele ficou entre os aprovados.
2. COMPANHIA: ir ao cinema com os amigos. 2. MEIO SOCIAL: entre as elites, este é o
3. CONCESSÃO: com mais de 80 anos, ainda tem pla- comportamento.
nos para o futuro. 3. RECIPROCIDADE: entre mim e ele sempre houve
4. INSTRUMENTO: abrir a porta com a chave. discórdia.
5. MATÉRIA: vinho se faz com uva.
6. MODO: andar com elegância. “PARA”
7. REFERÊNCIA: com sua irmã aconteceu diferente;
comigo sempre é assim. 1. CONSEQUÊNCIA: você deve ser muito esperto para
não cair em armadilhas.
“CONTRA” 2. FIM OU FINALIDADE: chegou cedo para a
conferência.
1. OPOSIÇÃO: jogar contra à seleção brasileira. 3. LUGAR: Em 2011, ele foi para Portugal.
2. DIREÇÃO: olhar contra o sol. 4. PROPORÇÃO: as baleias estão para os peixes assim
3. PROXIMIDADE OU CONTIGUIDADE: apertou o como nós estamos para as galinhas.
filho contra o peito. 5. REFERÊNCIA: para mim, ela está mentindo.
6. TEMPO: para o ano irei à praia.
“DE” 7. DESTINO OU DIREÇÃO: olhe para frente!

1. CAUSA: chorar de saudade. “PERANTE”


2. ASSUNTO: falar de religião.
3. MATÉRIA: material feito de plástico. 1. LUGAR: ele negou o crime perante o júri.
4. CONTEÚDO: maço de cigarro.
“POR”
5. ORIGEM: você descende de família humilde.
6. POSSE: este é o carro de João.
1. MODO OU CONFORMIDADE: vamos escolher por
7. AUTORIA: esta música é de Chopin.
sorteio.
8. TEMPO: ela dorme de dia.
2. CAUSA: encontrar alguém por coincidência.
9. LUGAR: veio de São Paulo.
3. CONFORMIDADE: copiar por original.
10. DEFINIÇÃO: pessoa de coragem.
4. FAVOR: lutar por seus ideais.
11. DIMENSÃO: sala de vinte metros quadrados.
5. MEDIDA: vendia banana por quilo.
12. FIM OU FINALIDADE: carro de passeio.
6. MEIO: ir por terra.
13. INSTRUMENTO: apanhar de chicote.
7. MODO: saber por alto o que ocorreu.
14. MEIO: viver de ilusões.
8. PREÇO: comprar um livro por vinte reais.
15. MEDIDA OU EXTENSÃO: régua de 30 cm. 9. QUANTIDADE: chocar por três vezes.
16. MODO: olhar alguém de frente. 10. SUBSTITUIÇÃO: comprar gato por lebre.
17. PREÇO: caderno de 10 reais. 11. TEMPO: viver por muitos anos.
18. QUALIDADE: vender artigo de primeira.
19. SEMELHANÇA OU COMPARAÇÃO: atitudes de “SEM”
imbecil.
1. AUSÊNCIA OU DESACOMPANHAMENTO: estava
“DESDE” sem dinheiro.

1. DISTÂNCIA: dormiu desde o acampamento até “SOB”


aqui.
2. TEMPO: desde ontem ele não aparece. 1. TEMPO: houve muito progresso no Brasil sob D.
Pedro II.
“EM” 2. LUGAR: ficar sob o viaduto.
3. MODO: saiu da reunião sob pretexto não
1. PREÇO: avaliou a propriedade em milhares de convincente.
dólares.
2. MEIO: pagou a dívida em cheque. “SOBRE”
LÍNGUA PORTUGUESA

3. LIMITAÇÃO: aquele aluno em Química nunca foi


bom. 1. ASSUNTO: Não gosto de falar sobre política.
4. FORMA OU SEMELHANÇA: as crianças juntaram 2. DIREÇÃO: ir sobre o adversário.
as mãos em concha. 3. LUGAR: cair sobre o inimigo.
5. TRANSFORMAÇÃO OU ALTERAÇÃO: transformou
dólares em reais. Locuções prepositivas
6. ESTADO OU QUALIDADE: foto em preto e branco.
7. FIM: pedir em casamento. São locuções (conjunto de duas ou mais palavras)
8. LUGAR: ficou muito tempo em Sorocaba. que possuem a função de preposição. Veja alguns
9 MODO: escrever em francês. exemplos:
10. SUCESSÃO: de grão em grão
11. TEMPO: o fogo destruiu o edifício em minutos. � Apesar de:
12. ESPECIALIDADE: João formou-se em Engenharia. Apesar de terem sumido, voltaram logo. 41
� A respeito de: de + aquilo= daquilo
Nossa reunião foi a respeito de finanças. � com o pronome pessoal:
� Graças a: de + ele(s) = dele, deles
Graças ao bom Deus, não aconteceu nada grave. de + ela(s) = dela, delas
� De acordo: � com o pronome indefinido:
de + outro(s)= doutro, doutros
De acordo com W. Hamboldt, a língua é indispen- de + outra(s) = doutra, doutras
sável para que possamos pensar, mesmo que estivés- � com advérbio:
semos sempre sozinhos. de + aqui= daqui
de + aí= daí
� Por causa de: de + ali= dali
Por causa de poucos pontos, não passei no exame.
� Para com: c) Preposição EM:
Minha mãe me ensinou ter respeito para com os � com artigo definido:
mais velhos. em + a(s)= na, nas
� Por baixo de: em + o(s)= no, nos
Por baixo do vestido, ela usa um short. � com pronome demonstrativo:
em + esse(s)= nesse, nesses
Outras locuções prepositivas que você pode encon- em + essa(s)= nessa, nessas
trar: abaixo de, diante de, além de, antes de, em cima em + isso = nisso
de, por cima de, em frente a, ao lado de, junto a, em vez em + este(s) = neste, nestes
de, por trás de. em + esta(s) = nesta, nestas
em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles
Combinações e contrações
em + aquela(s) = naquelas
em + aquilo = naquilo
As preposições podem se ligar a outras palavras, de
� com pronome pessoal
outras classes gramaticais por meio de dois proces-
sos: combinação e contração. em + ele(s) = nele, neles
em + ela(s) = nela, nelas
� Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu-
ma redução. d) Preposição PER
a + o = ao; � com as formas antigas do artigo definido (lo,
a + os = aos. la):
� Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução. per + lo(s) = pelo, pelos
per + la(s) = pela, pelas
Veja a lista a seguir, retirada da internet, que apre-
senta as preposições que se contraem e suas devidas e) Preposição PARA (pra)
formas: � com artigo definido:
para (pra) + o(s) = pro, pros
a) Preposição A: para (pra) + a(s)= pra, pras
� com o artigo definido ou pronome demonstrati-
vo feminino: REFERÊNCIA
a + a= à
a + as= às Disponível em: < https://www.preparaenem.com/
com o pronome demonstrativo: portugues/combinacao-contracao-das-preposi-
a + aquele = àquele
coes.htm>; Acesso em: 31 ago. 2020.
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
Algumas relações semânticas estabelecidas por
a + aquelas = àquelas
a + aquilo = àquilo preposições

b) Preposição DE: Para que você possa entender melhor sobre o que
vamos falar, vale ressaltar o que é semântica! Semân-
� com artigo definido masculino e feminino: tica é o que relaciona o significado da palavra ao seu
de + o/os = do/dos
contexto.
de + a/as = da/das
As preposições estabelecem essa relação semânti-
� com artigo indefinido:
ca entre o termo que pede preposição (chamado de
de + um= dum
termo regente), e o termo que completa seu sentido
de + uns = duns
de + uma = duma (termo regido). Veja alguns exemplos práticos para
de + umas = dumas entender melhor:
� com pronome demonstrativo:
de + este(s)= deste, destes � Peguei o livro do professor com o compromisso de
de + esta(s)= desta, destas devolvê-lo amanhã - Posse.
de + isto= disto � As esculturas de cerâmica fizeram o maior sucesso
de + esse(s) = desse, desses durante a exposição – Matéria.
de + essa(s)= dessa, dessas � Estudar com os amigos é muito mais proveitoso
de + isso = disso – Companhia.
de + aquele(s) = daquele, daqueles � O conhecimento é a chave para o sucesso – Finalidade.
42 de + aquela(s) = daquela, daquelas � Fiz o trabalho conforme você sugeriu – Conformidade.
� Falamos sobre Machado de Assis durante a apre- g) Causais: iniciam a oração dando ideia de causa.
sentação do seminário – Assunto. (como, por isso que, porque, pois, visto que…).
� O garoto se feriu com a faca – Instrumento. Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Aguardávamos com ansiedade o resultado do con- h) Condicionais: iniciam uma oração com ideia de
curso – Modo. hipótese, condição (se, salvo se, caso, contanto que,
� O cachorro morreu de uma epidemia desconheci- a não ser que, a menos que...).
da – Causa. Ex.: Se quiser, eu vou.
� A plateia protestou contra o alto preço da mensali- Posso lhe ajudar, caso necessite.
dade – Oposição. i) Proporcionais: ideia de proporcionalidade (à pro-
� O orientador estipulou um prazo de vinte dias porção que, à medida que, ao passo que, quanto
para a entrega da tese de dissertação – Tempo. mais, quanto menos).
Ex.: Quanto mais gritava, menos era entendido.
CONJUNÇÕES Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
j) Finais: expressam ideia de finalidade (a fim de
São as palavras que ligam duas orações ou dois ele- que, para que, etc.).
mentos da frase que tem o mesmo sentido gramati-
cal. Ex.: Mentiu para que todos lhe dessem crédito.
Comprou um computador a fim de que pudesse
Conjunções coordenativas trabalhar tranquilamente.
k) Consecutivas: iniciam a oração expressando ideia
As conjunções coordenativas ligam elementos inde- de consequência (que associado a tal, tanto, tão,
pendentes, isto é, orações ou termos que possuem a tamanho (expressos ou subentendidos na oração
mesma função gramatical e que, por si só, possuem anterior); de forma que, de maneira que, de modo
sentido completo. Elas podem ser classificadas em: que, etc.).
Ex.: Era tanta beleza que chegava a ofuscar os
a) Aditivas: somam informações da mesma natureza olhos.
(e, nem, não só.... mas também, etc.). Fala tanto que o marido decidiu fugir.
Ex.: Ela estudou e aprendeu. > positiva + positiva; Desde que chegou, todos as cercam.
Ela não estudou e não aprendeu. / Ela não estudou l) Concessivas: iniciam uma oração com uma ideia
nem aprendeu. > negativa + negativa. contrária à da oração principal (embora, conquan-
b) Adversativas: colocam informações em oposição, to, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
contradição (e, mas, porém, todavia, no entanto, por mais que, por menos que, apesar de que, nem
contudo, entretanto). que, que, de todo modo...).
Ex.: Estudou, mas não aprendeu. > positiva + Ex.: Trabalhava, por mais que a perna doesse.
negativa; m) Comparativas: iniciam orações comparando
Não estudou, no entanto, aprendeu. > negativa + ações, e em geral, o verbo fica subentendido (tal...
positiva. qual, tanto... quanto..., como, assim como, bem
c) Alternativas: ligam orações com ideias que não como, [do] que – relacionado a mais, menos,
acontecem simultaneamente, que se excluem (ou, melhor, pior, maior, menor).
ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja). Ex.: Ela dança tanto quanto Carlos. > Igualdade;
Ex.: Estudava ou se divertia. Ela dança menos [do] que Júlia. > Inferioridade;
Ora estudava ora se divertia. Ela dança mais [do] que Renata. > Superioridade.
d) Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que n) Conformativas: expressam, como o próprio nome
a segunda conclua o que foi dito na primeira diz, a conformidade de uma ideia com a da oração
(logo, por isso, portanto, por conseguinte, então, principal (como, segundo, conforme, etc.).
consequentemente). Ex.: Conforme eu esperava, tudo acabou mal.
Ex.: Seu combustível está no fim; portanto, não Amanhã chove, segundo informa a previsão do
conseguirá chegar. tempo.
Está na hora da decolagem; deve, então,
apressar-se. Conjunções integrantes
e) Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
delas explica o que se afirma na outra (pois – em
As conjunções integrantes apresentam uma ora-
começo de oração –, porque, que, porquanto).
ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto,
Ex.: Preciso ir, porque já é tarde.
predicativo, aposto ou complemento nominal de uma
Viva bem, pois isso é o mais importante.
outra oração (que, se).
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Tive medo, percebi que cometi um erro.


Conjunções subordinativas
Veja se compreende.
Veja os diferentes tipos de orações com conjunções
As conjunções subordinativas ligam duas orações,
sendo que uma delas é necessária para o sentido integrantes:
completo da outra. Podem ser classificadas em:
� Oração subordinada substantiva subjetiva: aquela
Conjunções Subordinativas Adverbiais que exerce função de sujeito da oração principal.
� É obrigatório que você esteja presente.
f) Temporais: iniciam a oração expressando ideia de É obrigatório = oração principal;
tempo (quando, depois que, antes que, logo que, Que você esteja presente = sujeito.
assim que, desde que...). Perceba: a conjunção “que” atuando como inte-
Ex.: Logo que chegou, fez a alegria das crianças. grante sujeito. 43
� Oração subordinada substantiva objetiva direta: De agradecimento: Graças a Deus!; Muito obriga-
aquela que exerce função de objeto direto da ora- da!; Valeu a pena!;
ção principal. De alegria: Que bom!; Que maravilha!;
� Não sei se as inscrições já terminaram. De animação: Vamos lá!; Você consegue!; Tenha
Não sei = oração principal; coragem!;
Se as inscrições já terminaram = objeto direto. De concordância: Sem dúvidas!; Com certeza!;
Conjunção “se”, atuando como objeto direto. De aplauso: Isso aí!; Muito bem!;
De desejo: Queira Deus!; Quem me dera!;
� Oração subordinada substantiva objetiva indire- De dor: Ai de mim!; Que dor!;
ta: aquela que exerce função de objeto indireto da De espanto: Nossa mãe!; Meu Deus!; Senhor Jesus!;
oração principal. Crê em Deus Pai!
� O diretor insistiu em que aquela funcionária
fosse despedida. RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
O diretor insistiu = oração principal; ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO
Em que aquela funcionária fosse despedida =
objeto indireto. Sintaxe é o ramo da gramática que se encarrega
Conjunção “em que” integrando orações, atuan- de estudar a disposição das palavras nas frases e das
do como parte do objeto indireto. frases no discurso/texto, e a relação que estas frases
estabelecem entre si.
� Oração subordinada substantiva completiva nomi-
Acaba sendo, então, essencial para tornar a
nal: é aquela que exerce a função de complemento
mensagem transmitida com sentido completo e
nominal de um termo da oração principal.
compreensível.
� Tenho esperança de que você venha comigo.
Tenho esperança = oração principal; PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO
De que você venha comigo = complemento
nominal do substantivo “esperança”.
Só para relembrar, período é uma das unidades
Conjunção “de que” integrando as orações,
sintáticas da gramática normativa, sendo um enun-
atuando como complemento nominal.
ciado com sentido completo, formado por uma ou
� Oração subordinada substantiva predicativa: é mais orações.
aquela que exerce função de predicativo do sujeito Período simples: é o período formado por apenas
da oração principal. uma oração, ou seja, um enunciado que possui apenas
um único verbo. Ex.: Os dias de verão são muito quen-
� A dúvida é se ela vem acompanhada.
A dúvida é = oração principal; tes. – um verbo = uma oração.
Se ela vem acompanhada = predicativo do É importante também ressaltar quais são os ter-
sujeito “dúvida”. mos essenciais, integrantes e acessórios que com-
Conjunção “se” integrando orações, atuando põem uma oração.
como predicativo.
Termos essenciais
� Oração subordinada substantiva apositiva: aquela
que exerce a função de aposto da oração principal. Os termos essenciais da oração são: sujeito e
� Apenas quero uma coisa: que sejamos amigos predicado.
para sempre.
Apenas quero uma coisa = oração principal;
Que sejamos amigos para sempre = aposto.
“Que” integrando orações, atuando como
aposto.
O que é o sujeito? Aquele que pratica a ação. Veja
Veremos melhor sobre o uso de conjunções no tópi- quais são os principais tipos de sujeito:
co referente às orações coordenadas e subordinadas.
� Determinado simples: apenas um núcleo.
INTERJEIÇÕES Ex.: Meu sobrinho nasceu ontem.
� Determinado composto: com mais de um núcleo.
São palavras que expressam emotividade. Ex.: Minha mãe e eu viemos discutindo pelo cami-
Ex.: Psiu! A criança está dormindo. nho todo.
Oi! Que bom que você veio hoje.
� Determinado implícito: é possível identificar o
Bravo! Nosso time foi campeão pela 3ª vez
sujeito, porém ele não aparece na frase.
consecutiva!
Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implí-
Há também a locução interjetiva, que são duas ou
mais palavras que possuem valor de interjeição. cito: eu).
Ex.: Poxa vida! � Indeterminado: não é possível determinar o
Nossa senhora! sujeito.
Veja algumas classificações de locução interjetiva Ex.: É essencial lutar contra o racismo.
e seus exemplos: � Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são
De advertência: Olha lá!; Vê bem!; Presta aten- fenômenos da natureza.
44 ção!; Volta aqui!; Ex.: Ontem choveu demais!
E predicado? O que é? É o termo que indica o que o Agente da passiva: pelos pais.
sujeito faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigato-
riamente, por um verbo ou locução verbal. Termos acessórios
Ex.: João caiu da escada.
Bia, Larissa e Flávia são minhas primas. Os termos acessórios da oração são: adjunto adno-
minal, adjunto adverbial e aposto.
Termos integrantes
z Adjunto adnominal: também se refere ao substan-
Estudaremos agora os termos integrantes da ora- tivo da oração, porém caracterizando-o. Ele pode
ção, são eles: o objeto direto, objeto indireto, com- ser um artigo, um numeral, pronome adjetivo, um
plemento nominal e agente da passiva. adjetivo ou locução adjetiva.
Ex.: A criança adormeceu. (artigo);
As duas crianças adormeceram. (numeral);
z Objeto direto: complementa a significação de um
As crianças bonitas adormeceram. (adjetivo);
verbo transitivo direto (confira nas seções anterio-
Aquelas crianças adormeceram. (pronome
res) sem precisar de preposições.
adjetivo);
Aquelas crianças adormeceram muito cedo. (locu-
ção adjetiva).
z Adjunto adverbial: é todo termo que aparece na
oração, como advérbios e locuções adverbiais,
expressando tempo, modo, lugar, causa, afirma-
ção, negação, dúvida, instrumento e etc.
Pode complementar também um verbo transitivo
Ex.: Moro em Minas Gerais. -> Lugar;
direto e indireto.
Voltei tarde. -> Tempo;
Ele escreve bem. -> Modo;
Come com o garfo. -> Instrumento;
Falavam sobre a novela. -> Assunto;
Morreu de pneumonia. -> Causa;
Se organizou para a festa. -> Finalidade.
z Aposto: é o termo da oração que se liga a outro ter-
mo com a função de identificá-lo ou explicá-lo.
z Objeto indireto: complementa a significação de
Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, esteve
um verbo transitivo indireto, com a necessidade
por aqui hoje.
de se utilizar preposição.
Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis,
eletrônicos...

Vocativo

Indica o nome a quem se dirige a oração. Através


dele, o falante chama a pessoa pelo nome, podendo
estar no início ou no final da frase.
� Complemento nominal: é o termo da oração que
está ligado ao sujeito, ao objeto direto, objeto indi-
reto, predicativo, vocativo, aposto, adjunto adno- Ex.: Carol, preste atenção!
minal ou agente da passiva (veremos mais adiante Não vá agora, Pedro!
sobre eles).
Ex.: A mulher tinha necessidade de medicamentos. PERÍODO COMPOSTO
Nome (substantivo): necessidade.
Complemento nominal: de medicamentos. Um período composto é aquele formado por mais
Ex.: Sua postura é prejudicial à saúde. de uma oração. O número de verbos indica o número
Nome (adjetivo): prejudicial. de orações do período.
Complemento nominal: à saúde. Ex.: Pedro pegou a chave, abriu o portão e foi cor-
Ex.: Decidiu favoravelmente ao criminoso. rendo ao encontro do amigo – Período composto, com
Nome (advérbio): favoravelmente. 3 orações.
Complemento nominal: ao criminoso.
Orações Coordenadas
LÍNGUA PORTUGUESA

Em geral, o complemento nominal é um substantivo


ou outra palavra que exerça o papel de substantivo
Orações coordenadas são orações independentes,
dentro da oração. Veja o exemplo:
isto é, que não estabelecem relação sintática entre si.
Andar a pé lhe era prazeroso. Veja:

Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função O professor preparou a aula, aplicou as atividades e
de substantivo – complemento nominal. avaliou os alunos.

z Agente da passiva: é o complemento, com pre- Perceba que todas as orações possuem sentido por
posição, que representa o ser/ coisa que pratica a si só, sem dependerem uma da outra e sem estabele-
ação expressa na voz passiva. cerem uma ligação entre si, não precisando de uma
Ex.: A criança foi ensinada pelos pais. conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não
Sujeito: A criança; é conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como 45
conjunção coordenativa, utilizada para ligar pala- Oração subordinada substantiva objetiva indireta
vras ou orações que tenham a mesma função gramati-
cal, como é o caso do exemplo acima. Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas, dieta.
as assindéticas e as sindéticas. Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizés-
Assindéticas: orações sem conjunção coordenati- semos uma dieta.
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá pelo
uso da vírgula. Oração subordinada substantiva completiva
Ex.: Ele viu, gostou, comprou. nominal
Sindéticas: são orações ligadas por uma conjun-
ção coordenativa, e são classificadas em 5 tipos: Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
emprego.
z Aditivas: e, nem, mas também. Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-
gam o emprego.
Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo
fomos à praia ontem.
Oração subordinada substantiva predicativa
z Adversativas: porém, mas, contudo, todavia,
entretanto.
Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!
Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo
Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!
muito. / Compramos uma bola de basquete, mas
não sabemos jogar.
Oração subordinada substantiva apositiva
z Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...
seja..., etc.
Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o
Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa
meu próprio caminho.
nem outra! / Ou você come ou você joga.
Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu
z Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então.
encontre o meu próprio caminho.
Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando
mal.
Oração subordinada adverbial causal
z Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja.
Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. / Vamos
Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá
comemorar, pois nossa filha foi aprovada no exame.
atenção!
Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém
Orações Subordinadas dá atenção!

Uma oração subordinada é aquela que dá sentido, Oração subordinada adverbial condicional
completa a oração principal, dando sentido para o
período. Veja o exemplo: Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos
ao cinema.
A menina gosta | de ter toda atenção para si. Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não
iremos ao cinema.
Oração principal: A menina gosta

[de quê?] Oração subordinada adverbial concessiva

Oração subordinada: de ter toda atenção para si. Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito
na sua honestidade.
Orações Reduzidas Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre
você, eu acredito na sua honestidade.
São orações que não se introduzem por conjun-
ções e possuem verbos nas formas nominais (infiniti- Oração subordinada adverbial temporal
vo, gerúndio e particípio).
Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido
z Orações reduzidas no infinitivo: assaltada.
Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha
Podem aparecer no infinitivo pessoal, sofrendo fle- sido assaltada.
xão de número e pessoa, podendo ser iniciadas por
preposição, ou não. Oração subordinada adverbial final

Oração subordinada substantiva subjetiva Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e
esquecer o assunto.
Reduzida: É essencial comparecer no evento. Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar,
Desenvolvida: É essencial que você compareça no decidi ceder e esquecer o assunto.
evento.
Oração subordinada adverbial consecutiva
Oração subordinada substantiva objetiva direta
Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar
Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova. tudo.
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que
46 de prova. vomitou tudo.
Oração subordinada adjetiva Oração subordinada adverbial condicional

Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer
palco, era a minha filha. como entender.
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,
poderá fazer como entender.
meio do palco, era a minha filha.
Oração subordinada adverbial concessiva
REFERÊNCIA
Reduzida: Resolvido este problema, outras dificul-
Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor- dades virão.
maculta.com.br/oracoes-reduzidas/#:~:text=- Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20 ma, outras dificuldades virão.
s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicati-
vo%20ou%20no%20subjuntivo.>. Acesso em 31 de Oração subordinada adverbial temporal
ago de 2020.
Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
z Orações reduzidas de gerúndio: Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone
tocou.
No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª con-
Oração subordinada adjetiva
jugação), -endo (2ª conjugação) e -indo (3ª conjugação).
Reduzida: Já foi usado o material comprado por
Oração subordinada adverbial causal
mim.
Desenvolvida: Já foi usado o material que eu
Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou comprei.
confusão.
Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou PERÍODOS MISTOS
confusão.
Tem-se um período misto quando, num período,
Oração subordinada adverbial condicional aparecem orações que se relacionam, seja por coorde-
nação, seja por subordinação. Ex.:
Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.
Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.

Oração subordinada adverbial concessiva

Reduzida: Respeitando o combinado, outros acor-


dos serão necessários. Período composto por coordenação
Desenvolvida: Ainda que respeitem o combinado,
outros acordos serão necessários. A coordenação entre as orações é uma das formas
em que se dá o período composto. Vamos entender
melhor.
Oração subordinada adverbial temporal
Os períodos podem ser compostos por coorde-
nação ou por subordinação (veremos no próximo
Reduzida: Chegando à entrada do prédio, ele tópico).
ligou-me. Um período composto por coordenação trata
Desenvolvida: Quando chegou à entrada do pré- de orações independentes, com sentido completo,
dio, ele ligou-me. porém, que não estabelecem relação sintática, como
já vimos anteriormente ao tratar das orações coorde-
Oração subordinada adjetiva nadas. Porém, você pode se questionar: por que razão
se juntaria duas orações que não dependem uma da
Reduzida: Vi cinco atletas da seleção correndo no outra? A resposta é: intenção do autor.
calçadão. Os períodos compostos por coordenação atuam
Desenvolvida: Vi cinco atletas da seleção que cor- juntando, somando diferentes informações, de modo
riam no calçadão. a tornar o período mais preciso e de acordo com a sua
LÍNGUA PORTUGUESA

intenção/propósito.
Veja abaixo:
z Orações reduzidas de particípio:
Ex.: Os sócios discutiram o plano econômico,
votaram o orçamento e encerraram a reunião.
No particípio regular, os verbos terminam em -ado Perceba: o assunto é o mesmo, porém com infor-
(1ª conjugação) e -ida (2ª e 3ª conjugação). No particí- mações diferentes, que agregam sentido e completude
pio irregular, terminam em -to ou -do. ao período.

Oração subordinada adverbial causal Período composto por subordinação

Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação. O período composto por subordinação necessi-
Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou ta de, ao menos, uma oração principal e uma oração
resolver a situação. subordinada. 47
A oração subordinada, como já visto anteriormen- Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois
te, tem a função de completar o sentido da oração dormiu.
principal, por isso exerce uma função sintática dentro � Isolar o aposto na oração.
do período. Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente.
As orações subordinadas são divididas em seis � Separar nomes dos locais e datas.
tipos: Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020.

z Substantivas: exercem funções de substantivo, Uso do ponto e vírgula (;)


objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as
conjunções “se” e “que”. É utilizado para:
Ex.: É possível que esteja enganada.
z Separar itens em enumeração
As orações subordinadas substantivas também são Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se
divididas em grupos: pelo disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código
1. Substantivas objetivas diretas: complementam, Civil e pelas leis especiais:
exercendo a função de objeto direto. a) as locações:
Ex.: Fernanda comprovou que a marca mais „ 1. de imóveis de propriedade da União, dos
barata possuía pouquíssima qualidade. Estados dos Municípios, de suas autarquias e
2. Substantiva objetiva indireta: complementam, fundações públicas;
exercendo a função de objeto indireto. „ 2. de vagas autônomas de garagem ou de espa-
Ex.: O menino tinha necessitava de que lhe des- ços para estacionamento de veículos;
sem o remédio todos os dias. „ 3. de espaços destinados à publicidade.
3. Substantivas predicativas: são o predicativo do
sujeito da oração principal. Ex.: O problema era � Separar orações muito extensas ou que já possuam
que não tinha mais desejo algum. vírgula
4. Substantivas apositivas: têm a função de aposto de Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de
algum substantivo da primeira oração. saber que alguma coisa que se disse por acaso
Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as esco- ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou
lhas e opiniões do outro. com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma
5. Substantivas subjetivas: são as orações subordina- vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
das que exercem a função de sujeito.
Ex.: Foi necessário que ele sofresse. z Substituindo a vírgula
6. Substantivas completivas nominais: são o comple- Ex.: Amanhã terei duas provas; porém ainda não
mento nominal da primeira oração. consegui estudar nada.
Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito
inconstante diante das dificuldades. Uso dos dois-pontos (:)

z Adjetivas: São as orações que se encaixam na ora- Quando:


ção principal como adjunto adnominal. Podem ser
divididas em: � Vai se iniciar uma fala ou fazer citação.
„ Restritivas: restringem o significado de seu Ex.: Ela disse: hoje não posso, tenho compromisso.
antecedente e não são separadas por vírgula. � Inicia-se uma enumeração.
Ex.: O penteado que fiz ontem ficou lindo. Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não
„ Explicativas: acrescentam uma qualidade ao estou de acordo e não mudo de ideia neste caso.
antecedente e são separadas da oração princi-
pal por vírgula. Uso do travessão (–)
Ex.: Os jogadores de futebol, que são inician-
tes, não recebem salários. Utilizado para indicar fala e mudança de interlo-
cutor dentro de um diálogo, ou para desempenhar o
z Adverbiais: Como os próprios advérbios, são as papel de vírgula ao separar orações intercaladas.
Ex.:
orações subordinadas que expressam causa, con-
sequência, tempo, condição, finalidade, compara-
z Quais ideias você tem para revelar?
ção e etc.
z Não sei se serão bem-vindas.
Ex.: Logo que ela apareceu, começaram as con-
z Não importa, o fato é que assim você estará contri-
fusões. / À medida que o tempo passava, ele se
buindo para a elaboração deste projeto.
afastava mais. z Não seja tão estúpido, – disse a professora – vou
chamar sua mãe!
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Uso dos parênteses ( )
Uso da vírgula
Utiliza-se os parênteses quando se quer explicar
A vírgula (,) é utilizada para: melhor o que foi falado ou para indicar algo relacio-
nado ao texto.
� Isolar o vocativo na oração. Ex.: Hoje cresce em grande nível os problemas de
Ex.: Catarina, busque seu irmão! saúde da população (o que pode ser explicado pelo rit-
48 � Separar palavras com a mesma função na oração. mo de vida da atualidade).
Uso do ponto (.) patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário
Aurélio)
É usado no final da frase, e indica pausa total.
Ex.: Não tenho nada a declarar. Uso do asterisco (*)
Uso do ponto de interrogação (?)
Pode ser utilizado:
Em substituições de nomes próprios não
Em geral, utilizado ao final de perguntas.
mencionados.
Ex.: Quer sair comigo esta noite?
Em alguns casos, pode expressar espanto, por Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar.
exemplo: “Como assim? Não acredito que mentiu para O Dr. * não se comportou de forma ética.
mim!” Em remissões a notas ou explicações contidas em
pé de páginas ou ao final de capítulos.
Uso das reticências (…) Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata-
ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
Usadas quando um texto ou trecho dele é suspenso, morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos
interrompido ou para deixar a ideia de continuidade. à conclusão de que este afixo está ligado a estabeleci-
Ex.:Essa vista me traz uma paz, um bem-estar, mento comercial. Em alguns contextos pode indicar
uma tranquilidade... / Eu até achei a comida boa, mas atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.
o ambiente... * É o morfema que não possui significação autôno-
ma e sempre aparece ligado a outras palavras.
Uso do ponto de exclamação (!)
Uso do parágrafo (§)
Utilizada para:
Este símbolo equivale a dois “S” entrelaçados, sig-
� Frases que expressam sentimentos, emoção e nificando Signum sectionis (sinal de seção/corte). Seu
intensidade. Ex.: Que alegria você aqui! / Não pen- uso é comum nos códigos de leis.
se nisso! / Que absurdo!
Ex.: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais
� Depois de vocativos ao final da frase e de interjei-
ções. Ex.: Ai! Que susto levei. (interjeição) / Longe a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
daqui, menina! (vocativo). (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Uso das aspas (“) Uso da barra (/)

São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro- Embora não exista muitas regras definidas a res-
priar de gírias ou expressões estrangeiras. peito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase
Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo sempre, com função de separar elementos que apre-
mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos
sentam alternativas.
do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor-
tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). / Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/
Ele está muito “zen” hoje. preta. (azul ou preta),
Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou
Uso dos colchetes ( [ ] ) Nesse caso, ela está sendo usada para separar as
duas conjunções (e e ou). Veja;
Possui a mesma função que os parênteses, porém é Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou
utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos. provas.
Veja alguns de seus empregos: Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser
feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma
z Para intercalar palavras ou símbolos não perten-
centes ao texto. separada, individual (trabalhos ou provas).
Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan-
dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras USO DOS “PORQUÊS”
de papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?] Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê,
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] “porque” ou “por que” é uma dúvida frequente e algo
� Para inserir comentários e observações em textos que costuma “pegar” muita gente. Quando devo utili-
LÍNGUA PORTUGUESA

já publicados.
zar cada um deles?
Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a
Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay,
autor de “Inocência”] Por que:
� Para indicar omissões de partes na transcrição de
um texto. � Quando se subentende como motivo, podendo
Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo ocorrer em perguntas diretas ou indiretas.
antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha- Ex.: Por que não são tomadas as devidas
do de Assis) providências?
� Em definições do dicionário, para fazer referência
à etimologia da palavra. � Quando pode ser substituída pelo pronome pelo
Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que qual e por suas flexões.
predispõe alguém a desejar o bem de outrem, Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual)
ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao ele não compareceu. 49
Por quê: Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algu-
mas regrinhas.
Quando se subentende também como motivo e São elas:
está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / !
…-. a) Substantivo + substantivo que especifica o
Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber primeiro.
por quê. Ex.: decreto-lei, decretos-lei.
Houve nova desvalorização da moeda por quê? b) Palavras unidas por preposição.
Não sabia por quê, mas estava confiante. Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Porquê: Ex.: arranha-céu, arranha-céus, alto-falante,
alto-falantes.
Utilizado quando corresponder a um substantivo. d) Palavras repetidas ou onomatopaicas.
Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude Ex.: tico-tico, tico-ticos.
precipitada. e) Palavra variável + palavra variável.
Porquês interessantes nos esperam. Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.

Porque: Plural de adjetivos compostos

� Conjunção causal; Nos adjetivos compostos, somente o último termo


� Conjunção explicativa; sofrerá flexão de número. Veja:
� Conjunção final (correspondente ao para que);
� Pergunta com resposta implícita.
Ex.: Os servidores fizeram cursos de aperfeiçoa- SINGULAR PLURAL
mento porque a chefia os obrigou. Anglo-germânico Anglo-germânicos
Você está feliz porque ele chegou.
Castanho-escuro Castanho-escuros
Os jovens são os melhores empreendedores, até
porque aceitam riscos que os mais velhos não Luso-brasileiro Luso-brasileiros
assumiriam. Médico-dentário Médico-dentários

Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com Assim como toda regra, o plural de compostos tem
dificuldades, dê uma olhada nessa tabela. suas exceções. São elas:

a) Os adjetivos azul-marinho e azul-celeste são inva-


Usado em respostas, para dar explicações.
PORQUE riáveis. (Uma blusa azul-marinho. / Duas blusas
Ex.: Não fui à praia porque estava doente.
azul-marinho)
Usado para fazer perguntas, no início da b) Em surdo-mudo, os dois radicais assumem plural.
frase. (Garoto surdo-mudo. / Garotos surdos-mudos)
POR QUE
Ex.: Por que não visitou sua irmã mais
c) Os que fazem referência a cores também são inva-
cedo?
riáveis quando o último elemento é um substan-
Usado para dar motivo, a razão de alguma tivo. (O carro é amarelo-canário. / Os carros são
coisa, porém como substantivo. amarelo-canário)
PORQUÊ
Ex.: Acho justo me dizer o porquê de estar
agindo assim. CONCORDÂNCIA VERBAL
Usado ao final de perguntas, podendo ser
seguido por ponto final ou interrogação. Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo
Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o meu
POR QUÊ
quê? sujeito é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo
Ele terminou comigo e não me disse por precisa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja:
quê. Eles viajarão juntos na próxima semana.
Sujeito “eles”, verbo “viajarão”.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Eu irei embora pela manhã.
“Eu” – 1ª pessoa do singular;
Diz respeito à concordância do sujeito com adjeti- “irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular.
vos, por exemplo, ou com outras classes de palavras. Nós buscamos compreender a todos.
Veja o exemplo: “Nós” – 1ª pessoa do plural;
Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas “buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do plural.
naquela loja.
Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
em gênero e número com o substantivo “roupas”.
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
PLURAL DE COMPOSTOS relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
Plural de substantivos compostos advérbio) exige complemento preposicionado, esse
nome é um termo regente, e seu complemento é um
Se o substantivo composto é escrito sem hífen, termo regido, pois há uma relação de dependência
50 para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”. entre o nome e seu complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre ini- ADJETIVO
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
forma de pronome oblíquo átono. Ansioso de, para,
Paralelo a Prestes a
por
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
foram leais. Passível de Apto a, para Propício a
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
Preferível a Ávido de Próximo a
to (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe Análogo a Benéfico a Prejudicial a
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
sujeito (desprovido de preposição).
ADVÉRBIOS
Regência Nominal Perto de

É o nome que se dá a toda relação estabelecida Longe de


entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e
os termos regidos por esse nome, sendo sempre inter-
Regência Verbal
mediada por uma preposição.
Veja o exemplo do verbo obedecer:
Obedecer a algo/ a alguém. Relação de dependência entre um verbo e seu
É obediente a algo/ a alguém. complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes retas, isto é, com ou sem preposição.
regem complementos que são introduzidos pela pre-
posição a. Há verbos que admitem mais de uma regência
Veja mais exemplos abaixo: sem que o sentido seja alterado.

Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.


SUBSTANTIVOS V. T. D: esquecia
Medo de Devoção a, Bacharel em Objeto direto: os favores recebidos.
para, com, por Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
Obediência a Dúvida acerca Admiração a, Objeto indireto: dos favores recebidos.
de, em, sobre por

Ojeriza a, por Doutor em Atentado a, No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos


contra que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
alterando seu significado.
Proeminência Impaciência Capacidade de,
sobre com para Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
Respeito a, com, Horror a Aversão a, para, (aspiramos = sorvemos)
para com, por por V. T. D.: aspiramos
Objeto direto: ar poluídos.
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
ADJETIVO (aspiram = almejam)
V. T. I.: aspiram
Descontente com Idêntico a Insensível a Objeto indireto: a um mês de férias
Desejoso de Impróprio para Liberal com
A seguir, uma lista dos principais verbos que
Diferente de Indeciso em Natural de geram dúvidas quanto à regência:
Contemporâneo
Semelhante a Relacionado com � Abraçar: transitivo direto
a, de
Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
Sensível a Contíguo a Relativo a O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço
Satisfeito com, � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
Sito em Contrário a
de, em, por
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-


Suspeito de Essencial a, para Hábil em to com sentido de “acariciar”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
Vazio de Fácil de Habituado a
no sentido de “ser agradável a”)
Capaz de, para Fanático por Favorável a
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
Compatível com Acessível a Generoso com transitivo direto e indireto
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
Acostumado a,
Entendido em Grato a, por personificado)
com
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
Equivalente a Agradável a Necessário a personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
Escasso de Alheio a, de Nocivo a
reto: refere-se a coisas e pessoas) 51
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da (transitivo direto com sentido de “acarretar”)
preposição a, rege indiferentemente objeto direto Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
e objeto indireto. (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) disposição”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
indireto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
rege apenas objeto direto: � Informar: transitivo direto e indireto
Ajudaram o ladrão a fugir. Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
direto: sobre
Ajudei-o muito à noite. Informaram o réu de sua condenação.
Informaram o réu sobre sua condenação.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- sa: objeto indireto, com a preposição a
sitivo direto com sentido de “angustiar”) Informaram a condenação ao réu.
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
como complemento) reto, com as preposições em e por
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
vo direto com sentido de “respirar”) tivo direto e indireto
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
indireto no sentido de “desejar”) sitivo com sentido de “cortejar”)
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
indireto com sentido de “desejar muito”)
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
“prestar assistência”
O médico assistia os acidentados. ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
O médico assistia aos acidentados. “encantar-se”)
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Não assisti ao final da série. Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
O verbo assistir não pode ser empregado no
particípio. � Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por tivo direto e indireto
milhares de pessoas.” Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo indireto)
direto e indireto Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) direto e indireto)
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
vo indireto)
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- transitivo direto e indireto
to e indireto) Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
predicativo do objeto indireto)
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
to com sentido de “convocar”) � Suceder; intransitivo; transitivo direto
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
dicativo do objeto com sentido de “denominar, sentido de “ocorrer”)
qualificar”) A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
de “vir depois”)
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
reto; intransitivo
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
indireto com sentido de “ser difícil”)
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- Crase
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo) A crase ( ` ), marcada pelo acento grave, costuma
trazer bastante confusão em seu uso (ou não) durante a
� Esquecer: admite três possibilidades escrita de um texto, pois muitos não sabem exatamente
Ex.: Esqueci os acontecimentos. quando seu uso é obrigatório e quando não é. Por isso,
Esqueci-me dos acontecimentos. veja algumas dicas e entenda melhor sua aplicação:
Esqueceram-me os acontecimentos.
Ela é utilizada para fazer a junção de duas vogais
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; “a”, quando em uma frase a preposição é contraída
52 transitivo direto e indireto com o artigo. Ex.:
a) Antes de substantivos masculinos:
Andar a pé; Dinheiro a rodo.
Exceções – quando se subentende: à moda de, à
maneira de, faculdade, universidade, empresa,
companhia.
Para esclarecer se deve ou não utilizar a crase, siga Ex.: O motor do carro estragou, e voltamos a pé.
esta dica: b) Antes de verbo:
“Troque a palavra feminina por outra que seja Condições a combinar; aprender a ler;
masculina. Ex.: Ainda temos muitos negócios a tratar.
Se no masculino aparecer obrigatoriamente ao ou c) Antes do artigo indefinido “uma” e dos pronomes
aos, no feminino haverá crase. que não admitem o artigo “a” (pronomes pessoais,
Se no masculino for facultativo a ou ao(s), a cra- indefinidos, demonstrativos, relativos):
se poderá ser usada ou não” (Gramática Pela Prática, a mim, a ela, a si; a nenhuma parte; a cada uma; a
2015). qualquer hora; a ninguém; a nada;
Ex.: Não me submeto a uma exigência dessas.
Casos convencionados
d) Antes de numerais:
de 12 a 20;
1 - Em locuções:
de 1990 a 2008.
Você é do tipo que vai de 8 a 80 num instante.
„ Prepositivas com palavras femininas: sempre
Exceto para horários.
terminam em preposições – à cata de, à moda
Ex.: O avião sairá às 18h.
de, à custa de, à força de, à procura de, à guisa
e) Entre substantivos idênticos:
de, à beira de.
cara a cara; gota a gota; de parte a parte.
„ Conjuntivas com palavras femininas: quase todas ter-
Ao sair, fiquei cara a cara com a modelo.
minadas em que – à medida que, à proporção que.
f) Quando se refere a palavras no plural:
„ Adverbiais com palavras femininas: às vezes, às
a obras; a pessoas ilustres; a conclusões favoráveis.
claras, às ocultas, às pressas, à toa, às fartas, às
Após duas horas de reunião, chegamos a conclu-
escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquerda,
sões favoráveis.
à direita, às terças-feiras.
g) Depois de preposições
após as aulas; ante a evidência; conforme a ocasião;
2 - Em lugares:
contra a maré; desde a véspera; durante a palestra;
entre as palmeiras; mediante a força; para a paz;
Se venho de Paris, vou a Paris. – preposição, sem
perante a sociedade; sob a jurisprudência; sobre a
crase;
Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição + arti- questão do acordo; segundo a lei.
go = crase. Não nos falamos desde o último encontro.
h) Antes da palavra “casa”, quando se refere ao pró-
Faça uso desse macete:
prio lar:
“Se vou a e venho da”, crase há;
Voltara a casa, pois esquecera o convite.
“Se venho a e venho de”, crase para quê?
i) Antes da palavra “terra”, quando se opõe a bordo:
Assim que desembarcaram, desceram a terra.
3 - Com distância:
j) Quando antes do feminino, subentende-se o artigo
„ Determinada (se utiliza crase): Foi lançado à indefinido “uma”:
distância de 60 metros; Encontrava-se presa a terrível melancolia.
„ Não definida (não se utiliza crase): O disco foi
k) Antes de lugares que não admitem o artigo “a”:
lançado a distância.
Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma.
4 - Com horas:
Casos facultativos
„ Hora exata/relógio:
A aula começa às oito horas. Existem três casos em que o uso da crase é faculta-
Cheguei à uma hora da tarde. tivo, isso é, opcional. São eles:
„ Hora aproximada (não se utiliza crase):
Vou lanchar daqui a uma hora. a) Depois da preposição “até”:
Ex.: Eu irei até a faculdade esta noite. / Eu irei até à
LÍNGUA PORTUGUESA

5 - Com pronome relativos: faculdade esta noite.


Ficarei contigo até as 20h. / Ficarei contigo até às
„ Se utiliza à qual, às quais quando se opõem a 20h.
ao qual, aos quais. b) Antes de nomes próprios femininos:
Eis o rapaz ao qual me referi. Ex.: Respeite a Maria! / Respeite à Maria!
Eis a moça à qual me referi. Ele disse a Ana que não viria. / Ele disse à Ana que
Eis as moças às quais me referi. não viria.
c) Antes dos pronomes possessivos:
Casos proibitivos Ex.: Não iremos a sua festa. / Não iremos à sua
festa.
Para facilitar um pouco mais, existem ainda alguns Voltaremos a essa cidade sempre! / Voltaremos à
casos em que a crase NÃO deve ser utilizada. São eles: essa cidade sempre! 53
Casos especiais didáticos, entre outros. Ex.: O fogo se alastrou por
todo o prédio. (fogo: chamas)
Em expressões formadas por palavras femininas locu- O coração é um músculo que bombeia sangue para
ções adverbiais, prepositivas e conjuntivas iniciadas por o corpo. (coração: parte do corpo)
“a” e formadas por palavras femininas, levam crase.
À beira de, à tarde, à meia-noite, às vezes, à moda
Conotação
de etc.
Quando se utilizam as palavras “casa” e “terra”,
com sentido de “lar” e “chão firme”, respectivamente, O sentido conotativo compreende o significado figu-
não se utiliza a crase rado e depende do contexto em que está inserido. A
Ex.: O pai voltou a casa. conotação põe em evidência os recursos estilísticos dos
Os marinheiros chegaram a terra. quais a língua dispõe para expressar diferentes sentidos
ao texto de maneira subjetiva, afetiva e poética. A cono-
tação tem como finalidade dar ênfase à expressividade
Importante! da mensagem de maneira que ela possa provocar senti-
mentos ou diferentes sensações no leitor. Por esse moti-
Separamos aqui 5 macetes/regrinhas que resu- vo, é muito utilizada em poesias, conversas cotidianas,
mem o uso da crase e que podem servir de gran- letras de músicas, anúncios publicitários e outros.
de ajuda para você. Dê uma olhada! Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
1) A crase deve ser empregada SOMENTE com Você mora no meu coração.
palavras FEMININAS;
2) Utilize-a sempre em expressões que indiquem Sinonímia
horas (exceto se vier precedido da preposição “até);
3) A crase não é utilizada antes de palavras mascu- São palavras ou expressões que, empregados em
linas (exceto com o uso da expressão “à moda de”); um determinado contexto, têm significados seme-
4) Deve ser usada sempre antes de locuções lhantes. É importante entender que a identidade dos
adverbiais femininas, com ideia de tempo, modo sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
e lugar; uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
5) Atente-se aos casos em que o uso da crase é o que pode não acontecer em outras situações. O
opcional! uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS de suas significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
Este conteúdo já foi abordado no tópico “Empre- so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
go das Classes de Palavras” revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura
do texto.
REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
DO TEXTO Antonímia

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS E SUBSTITUIÇÃO São palavras ou expressões que, empregadas em


DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO um determinado contexto, têm significados opostos.
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
Quando escolhemos determinadas palavras ou gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
expressões dentro de um conjunto de possibilidades dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
de uso, estamos levando em conta o contexto que casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
influencia e permite o estabelecimento de diferentes
relações de sentido. Essas relações podem se dar por
meio de: denotação, conotação, sinonímia, antoní-
mia, homonímia, paronímia, polissemia, hiponímia e
hiperonímia.
Léxico: Conjunto de todas as palavras e expres-
sões de um idioma.
Vocabulário: Conjunto de palavras e expressões que
cada falante seleciona do léxico para se comunicar.

Denotação

O sentido denotativo da linguagem compreende


o significado literal da palavra independente do seu
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
objetivo e literal associado ao significado que apare- Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020
ce nos dicionários. A denotação tem como finalidade
dar ênfase à informação que se quer passar para o
receptor de forma mais objetiva, imparcial e prática.
Por isso, é muito utilizada em textos informativos,
54 como notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais
A relação de sentido estabelecida na tirinha é Parônimos
construída a partir dos sentidos opostos das palavras
Parônimos são palavras que apresentam sentido
“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes- diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
se contexto. mos nos exemplos a seguir:

Homonímia Absorver/absolver

Homônimos são palavras que têm a mesma pro- z Tentaremos absorver toda esta água com esponjas.
núncia ou grafia, porém apresentam significados dife- (sorver)
z Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a
seus pecados. (inocentar)
seus dois significados. A seguir listamos alguns homô-
nimos importantes: Aferir/auferir

acender (colocar fogo) ascender (subir) z Realizaremos uma prova para aferir seus conheci-
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
mentos. (avaliar, cotejar)
z O empresário consegue sempre auferir lucros em
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) seus investimentos. (obter)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) Cavaleiro/cavalheiro
bucho (estômago) buxo (arbusto)
z Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) participaram na batalha. (homem que anda de cavalo)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) z Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre
sela (forma do verbo selar; as portas para eu passar. (homem educado e cortês).
cela (pequeno quarto)
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
Cumprimento/comprimento

céptico (descrente) séptico (que causa infecção) z O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) metros. (tamanho, grandeza)
cerrar (fechar) serrar (cortar) z Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
cervo (veado) servo (criado)
Delatar/dilatar
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de z Um dos alunos da turma delatou o colega que chu-
pagamento) xadrez) tou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
círio (vela) sírio (natural da Síria) z Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
seu estômago. (alargar, estender)

concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) Dirigente/diligente


concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar) z O dirigente da empresa não quis prestar declara-
ções sobre o funcionamento da mesma. (pessoa
exotérico (que se expõe em
esotérico (secreto) que dirige, gere)
público)
z Minha funcionária é diligente na realização de
espectador (aquele que expectador (aquele que tem
suas funções. (expedito, aplicado)
assiste) esperança, que espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) Discriminar/descriminar
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) z Ela se sentiu discriminada por não poder entrar
naquele clube. (diferenciar, segregar)
estático (imóvel) extático (admirado)
z Em muitos países se discute sobre descriminar o uso
esterno (osso do peito) externo (exterior) de algumas drogas. (descriminalizar, inocentar)
LÍNGUA PORTUGUESA

estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)


estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) REFERÊNCIA
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-
incipiente (principiante) insipiente (ignorante) -par onimas/. Acessado em 17/10/2020.
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) Polissemia (Plurissignificação)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu-
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) mas palavras, dependendo do contexto. As palavras
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6. si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis-
php. Acessado em: 17/10/2020. semia é encontrada no exemplo a seguir: 55
Para interpretar os dados informativos em um
infográfico, é preciso boa leitura e esta requer aten-
ção aos detalhes. As representações neste formato
aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo
ao leitor ser extremamente observador. Ter atenção
ao título, ao tema e a fonte das informações são vitais
para uma boa análise e interpretação.
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.

Hipônimo e Hiperônimo

Relação estabelecida entre termos que guardam


relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimo –
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...

EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE


RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM GÊNEROS
DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS

A representação de sentido por meio de tabelas


e gráficos está sempre presente em nosso cotidiano,
principalmente nos meios de comunicação, ainda
mais com as redes sociais. Isso está ligado a facilidade
com que podemos analisar e interpretar as informa-
ções que estão organizadas de forma clara e objetiva
e, além disso, não exigir o uso de cálculos complexos
para a sua análise. A análise de gráficos auxilia na
resolução de questões não apenas de português, por
isso, requer atenção.

Gráfico: Componentes de um gráfico


Título: na maioria dos casos possuem um título
que indica a que informação ele se refere.
Fonte: a maioria dos gráficos, contém uma fonte,
ou seja, de onde as informações foram, com o ano de
publicação.
Números: o mais importante, pois é deles que pre-
cisamos para comparar as informações dadas pelos
gráficos. Usados para representar quantidade ou tem-
po (mês, ano, período).
Legendas: ajuda na leitura das informações apre-
sentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm.
diferentes informações.
REFERÊNCIAS
CIDADES MAIS POPULOSAS DO BRASIL
NÚMEROS DE HABITANTES

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e


100%
90% coerência. São Paulo: parábola, 2005.
80%
70%
60% CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do
50% texto. São Paulo: contexto, 2013.
40%
30%
20% KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cogniti-
10% vos da leitura. 16.ed. Campinas: Pontes, 2016.
0%
Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES KOCH , Ingedore Grunfed Villaça; EL IAS, Vanda
Fonte: googleimages.com. Acesso em: 10/01/2021.
Maria . Ler e compreender: os sentidos do texto. 3
. ed . São Paulo: Contexto, 2015.
Infográficos
SACCONI, L.A. Nossa Gramática Completa Sac-
Os infográficos são uma forma moderna de apre- coni – Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova
sentar o sentido. Geração, 2010.
Essa palavra une os termos info (informação) e
gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou SCHLITTLER, J.M.M. Recursos de Estilo em Reda-
ção Profissional. Campinas/SP: Servanda, 2008.
seja, um desenho ou imagem que, com o apoio de um
texto, informa sobre um assunto que não seria muito
bem compreendido somente com um texto, auxilian-
56 do a compreensão do leitor.
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para
DE PERÍODOS DO TEXTO que, mas...
Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos,
Coesão pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...

Coesão pode ser considerada a “costura” textual, Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos ver muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para início, a televisão foi usada para facilitar o domí-
garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- nio da sociedade. Como exemplo, podemos citar
a chegada do homem à Lua, onde os EUA conse-
tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito,
guiram com sua propaganda capitalista frente a
há exemplos de períodos que podem ser melhorados uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da
utilizando os mecanismos de coesão: população do planeta.

z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, Coerência


isso, ele...
Coerência textual é uma relação harmônica que se
São palavras referentes a outras que apareceram estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
no texto, a fim de retomá-las. to específico, e que é responsável pela percepção de
uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
aspectos envolvidos nessa questão são:
Ela = Dolores seu = Ela o = poder
z Coerência semântica
Ex.: Dolores era beleza única. Ela sabia do seu poder de seduzir e o usava.

Refere-se à relação entre significados dos elemen-


z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como, tos da frase (local) ou entre os elementos do texto
a saber... como um todo:

São palavras referentes a outras que irão aparecer Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da
no texto: questão. - Não caberia aqui pensar em centro
como bairro de uma cidade.

Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o xampu É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
Ela. Use-o e você não vai se arrepender! do vocabulário.

z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti-


O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
cos que o autor utiliza para expressar a coerência
mento do qual ainda não se falou = o xampu.
semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos
z Coesão lexical: são palavras ou expressões fragmentos...” - como leitor do texto, você deve
equivalentes. entender que o pronome cuja foi empregado para
estabelecer posse entre obtenção e felicidade.
A repetição de palavras compromete a qualidade z É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. emprego dos conectivos.
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos: z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei-
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase - tor atento a isso consegue facilmente entender a
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha estrutura do texto e relacionar bem as informa-
vida por umas poucas horas dessa alegria. ções textuais. Além disso, percebendo se a lin-
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni- interpretativo deverá funcionar de uma determi-
mo semântico da palavra amor, representando-a. nada maneira, como podemos ver neste texto de
Fernando Pessoa:
z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a
Já sobre a fronte vã se me acinzenta
omissão de um termo facilmente identificável.
O cabelo do jovem que perdi.
Meus olhos brilham menos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor Já não tem jus a beijos minha boca.
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- Se me ainda amas por amor, não ames:
lações entre as partes: Trairias-me comigo.

Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não (Ricardo Reis/Fernando Pessoa)


tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte tam-
bém galopava. z Elementos importantes de coesão e coerência:
para continuarmos o estudo de coesão e coerência,
A interrogação representa a omissão do sujeito devemos relembrar alguns elementos gramaticais
marechal que fica subentendido na oração. importantes:
z Pronome demonstrativo: indicam posição dos
z Conectivos principais: preposições e suas locu- seres em relação às pessoas do discurso, situando-
ções: em, para, de, por, sem, com... -o no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes 57
pronomes). Podem também ser empregados fazen- z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde
do referência aos elementos do texto (função ana- (em que) moro é movimentada.
fórica ou catafórica). São eles:
Atenção:
ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome
AQUELE (A/S) adjetivo. Observar a palavra a que se refere o pronome
relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.:
ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome Lemos os livros que foram indicados pelo professor
(A/S) substantivo. (que = os quais → livros)
Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons-
a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o
SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes
livro a que me refiro.
FLEXÕES). adjetivos.
O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, ela
Empregos do pronome demonstrativo aparece antes do que. Ex.: Esta á a obra por que tenho
admiração. A preposição por foi exigida pelo substan-
z Indicando localização no espaço: tivo admiração.
Os pronomes como, quando e quanto também
Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o podem ser relativos.
emprega para referir-se ao ser que está junto dele. Os relativos compõem as orações subordinadas
Ex.: Este é meu casaco! – a moça avisou, enquanto o adjetivas
segurava. As orações adjetivas podem ser explicativas
Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o empre- – cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma infor-
ga para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. mação a mais - ou restritivas – cujo conteúdo é de
Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. – pediu ela restrição, especificação, informação importante no
ao rapaz que sentara à sua frente. contexto.
Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência
será ao ser que está distante do falante e do ouvin- As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica
te: As duas no portão não aguentavam de curiosidade,
quem seria aquele moço na esquina? As orações adjetivas são iniciadas sempre por pro-
nomes relativos e podem ser de dois tipos:
z Indicando localização temporal:
z Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A
Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo. oração adjetiva deste caso não tem sentido restriti-
Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não
vo, pois todos os homens são racionais.
tivemos Copa do Mundo.
z Restritiva: O homem que fuma morre mais
Esse (passado futuro): A próxima copa será em
cedo.  A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao
2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte-
homem fumante.
cerem aqui em nosso país.
Aquele (passado distante ou bastante vago):
Naquela época, não havia iluminação elétrica. Emprego do cujo e do onde

z Fazendo referências contextuais (funções anafó- ESTE É O PRÉDIO


rica e catafórica): ONDE LUGARES ONDE FICA O 1º
CARTÓRIO.
Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este Concorda
é o problema: estou dura. Pode também fazer uma com o subs- Esta é a jovem de
referência de especificação a um elemento já expres- tantivo poste- cujo pai eu lhe falei.
so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao rior e indica
cinema. que esse
Subs. Cujo Subs.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no substantivo
Este é o pai de cuja
texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina. pertence a
POSSE jovem eu lhe falei.
Esse remédio é ótimo. outro termo
Este: refere-se à última informação antecedente a substantivo
ele no texto; anterior ao
Aquele: refere-se à informação mais distante dele cujo.
no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quie-
ta, esse fala pouco e aquela fala muito. Conjunções coordenativas, locuções conjuntivas,
preposições e locuções prepositivas
Período composto
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain-
z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água
Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo. cristalina brota da terra e busca seu caminho por
z Quem – refere-se à pessoa, sempre preposiciona- entre as pedras.
do. Ex.: Esta é a aluna de quem falei. z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, toda-
z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece pos- via, entretanto, no entanto, não obstante. Ex.: Este
58 se. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo. candidato não estudou muito, mas foi aprovado.
z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... menos – apresentar estrutura gramatical idên-
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova. tica, pois –como, aliás, ensina a gramática de
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), Chomsky – não se podem coordenar frases que
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar não comportem constituintes do mesmo tipo.
vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita. Em outras palavras: as ideias similares devem
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), corresponder forma verbal similar. Isso é o que
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma- se costuma chamar paralelismo ou simetria de
rei toda esta bagunça. construção”.

Conjunções subordinativas adverbiais Vejamos agora alguns exemplos de construções


que apresentam erros de paralelismo:
z Causa: porque, como (somente no início do período),
que, já que, visto que, por (+ infinitivo), graças a, na z Paralelismo semântico: Em sua última via-
medida em que, em virtude de (+ infinitivo), em face
gem pela América Latina como representante do
de, desde que, uma vez que. Ex.: Como estava muito
governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a
doente, foi ao médico.
República Dominicana, Washington e o Presidente
z Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto...
Barack Obama.
como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi-
cionou como um líder.
z Concessão: embora, conquanto, ainda que, mes- Observem que nesse caso o verbo “visitou” está
mo que, se bem que, apesar de (+ infinitivo), em sendo empregado de maneira a sugerir que se pode
que pese a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.: visitar uma cidade da mesma forma como se visita
Embora não esteja me sentindo bem, assistirei à uma pessoa, ou seja, está empregado de forma errada,
aula até o final. já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa
z Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, construção.
outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso, Uma forma correta de representar a ideia preten-
desde que, a não ser que, a menos que (a ideia dida pelo texto é: Em sua última viagem pela Améri-
pode ser desdobrada em de concessão), contanto ca Latina como representante do governo brasileiro,
que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga o presidente visitou Havana, a República Dominicana,
para esse ano letivo, a menos que haja alguma Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente
desistência. Barack Obama.
z Conformidade: conforme, como, segundo, con-
soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram. z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas-
z Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar
maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que os campeões este ano.
progrediu muito na vida.
z Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo), Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde-
que, porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.: vidamente empregada dando uma ideia de que ser
Faça bem a sua parte do projeto para que não haja
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer.
reclamações.
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção
z Proporcionalidade: à proporção que, à medida
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia
que, na medida em que, quanto mais, quanto
da vitória apresentada na segunda oração, como em:
menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por
avança, o romantismo diminui.
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse-
z Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em
ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim guiu se tornar o campeão este ano.
que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele
chegou, todas o rodearam. Progressão textual

Paralelismo A progressão textual é o processo pelo qual o texto


se constrói a partir de elementos semânticos e grama-
Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio ticais. Novas informações devem ser somadas e liga-
da organização textual, promovendo no texto coe- das às informações anteriores e não apenas repetidas.
rência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Deve haver a continuidade e a evolução dos concei-
Esse mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos tos já apresentados que podem ser conquistadas por
LÍNGUA PORTUGUESA

períodos, pois sua redação também deve apresentar intermédio dos elementos de coesão.
uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla- Veja uma simulação do projeto de máscaras de
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu redação e observe na prática como a progressão tex-
autor. tual ocorre:
Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá,
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns
Moderna: fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
blá) são a base do desenvolvimento desse problema.
“Se coordenação é, como vimos, um processo de As consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só
encadeamento de valores sintáticos idênticos, poderão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
é justo presumir que quaisquer elementos da O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
frase – sejam orações, sejam termos dela–, coor- Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
denados entre si, devam – em princípio, pelo que (blá, blá, blá). 59
Ainda convém chamar a atenção para mais um órgãos processadores da digestão no momento em que
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá, comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
blá, blá). típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). 5° Parágrafo
Sendo assim (blá, blá, blá).
Você pode perceber que, mesmo não abordando
Levando-se em consideração esses aspectos prá-
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- ticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
tativa que admite a idealização uma vasta margem de que não é apenas por prazer que somos seduzidos
desenvolvimentos sobre variados temas. pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo
TEORIA DAS MÁSCARAS assim a falta de qualquer um desses ingredientes nos
causará debilidade além de insatisfação.
Agora veremos um projeto que pode colaborar na Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
hora da escrita de um texto argumentativo. Vejamos tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasi-
a seguir: leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão.
fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
buscar com objetividade uma tese, dentro desse tema,
Tema → A alimentação do brasileiro.
sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
Tese → A comida dos brasileiros é muito saudável
e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia essa:
de trabalho.
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
Argumentos: carboidratos no arroz com feijão; tudo de que ele necessita para seu longo dia de
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do trabalho”.
cafezinho preto com açúcar.
O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
1° Parágrafo mentos que sustentassem a tese proposta com valor
de verdade. Veja como fizemos. Já que estávamos
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- do que falarmos sobre seus pontos positivos, pontos
tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
estes reconhecidos até por especialistas em alimenta-
os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
bife com salada além da glicose no cafezinho preto ção mundial. O valor nutricional que compõe o nosso
com açúcar fornecem um completo abastecimento de prato mais popular. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito”
energia somada ao prazer. que encontramos em bares, pequenos restaurantes e,
principalmente, na maioria das mesas do povo brasi-
2° Parágrafo leiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com
um cafezinho preto.
É de fundamental importância o consumo de Decompomos esse prato e identificamos seus prin-
alimentos ricos no fornecimento de energia para a cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque
movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, como boa argumentação a favor de nossa tese. Mar-
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente camos o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão,
abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez
carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
das “proteínas” presentes no bife com salada e che-
da energia própria consumida durante o dia.
gamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presen-
tes no cafezinho. Pronto, já temos a primeira parte de
3° Parágrafo
nosso projeto organizado.
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- O próximo passo é juntar tudo no primeiro pará-
mos servem para repor a massa muscular perdida grafo, de maneira organizada, de forma que as ideias
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras sejam apresentadas em uma sequência que deixe cla-
das verduras e folhas que ajudam no processamento ro ao leitor sobre o que será falado e também qual
dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibili- será a sequência de argumentos que será apresentado
dade de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto para dar credibilidade a nossa tese. Veja o modelo do
de alimentos de nosso prato mais tradicional e de jus- primeiro parágrafo:
tificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura
culinária.
Todos sabem o quanto, em nosso país, .................
4° Parágrafo .................................................................................................
Verifica-se que.................................... (,) ..............................
Ainda convém lembrarmos outro hábito que ..... além de ..................................... ..................... fornecem
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após ..................................................................................................
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
60 reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
Compare agora com o parágrafo preenchido com 3o Parágrafo:
a tese e com os argumentos e veja a amarração que
conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é Além disso, .....................................................................
................................................................... E somando-se a
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
isso,......................................... que ........................................
o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra- ............................................................ Daí...............................
tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada ............................................e de...............................................
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem ..................................................................................................
um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos Teremos, após preencher o modelo:
seguintes, impondo a eles estruturas programadas Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce- mos servem para repor a massa muscular perdida
berá que a continuidade e a progressão textual foram durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
texto e aos argumentos. alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
fomos completando os espaços em branco que ligavam hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
os argumentos entre si com relações preestabelecidas
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação 4o Parágrafo:
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”.
Veja que, para manter a continuidade textual recupe-
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu-
Ainda convém lembrarmos....................................
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”
...........................................................................................
fechando com uma conclusão sobre esse argumento. .. (que é): .........................................................Esse.........
............................................................................................
............................ para ..........................................................
É de fundamental importância o.......................... ................................................ Essa(s) ..................................
..................................................... para ................................... .................................................................................................
....................... Podemos mencionar, por exemplo,...........
.............................. que...................................................., por
causa de ................. ............................. Esse .........................
...................................................................................................... Teremos, após preencher o modelo:

Observe como ficou a sequência completa do Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
segundo parágrafo: tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
É de fundamental importância o consumo de ali- que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece cessadores da digestão no momento em que comemos.
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia hora do almoço nos mantendo despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
própria consumida durante o dia.
podemos relacionar frases que você poderá escolher
Veja agora uma coletânea de frases que podem
para dar originalidade ao seu texto.
auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
Ao se examinarem alguns ..., verifica-se que ...
Pode-se mencionar, por exemplo, ...
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
em nosso país, há tempos, observa- se...
Em consequência disso, vê-se, a todo instante, ...
Cogita-se, com muita frequência, que...
Alguns argumentam que .... .
LÍNGUA PORTUGUESA

Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...


Além disso ... .
É de fundamental importância o (a)....
Outro fator existente ...
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco-
Outra preocupação constante ...
brir as causas de.... Ainda convém lembrar ...
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual... Por outro lado ...
Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entre-
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o tanto ...
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- Lembramos que esses exemplos são apenas suges-
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de tões e que você poderá desenvolver construções que
argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res- atendam sua necessidade a partir de quando você
pectivas estruturas vazias: for adquirindo experiência com a produção de textos. 61
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdução e para o desenvolvimento de nossas redações, também pode-
mos criá-los para a conclusão de nossa dissertação.
Acompanhe a organização de nosso último parágrafo.

Levando-se em consideração esses aspectos .............................................somos levados a acreditar que .................


.......................................................................................... mas também......................................... Sendo assim ...........................
.................................................................................................................................................................................................................

Teremos, após preencher o modelo:

Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela nos
oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredientes nos causará
debilidade além de insatisfação.
Os aspectos conclusivos presentes nesse último parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se chegou ao
final do desenvolvimento da tese inicial. As frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo, conduzindo a
sequência textual a uma possível solução para os problemas propostos, ou ainda, podem gerar simples constata-
ções das verdades idealizadas. Você também pode contar com uma pequena lista de frases que podem auxiliá-lo
nessa tarefa.

Em virtude dos fatos mencionados ...


Por isso tudo ...
Levando-se em consideração esses aspectos ...
Dessa forma ...
Em vista dos argumentos apresentados ...
Dado o exposto ...
Por todos esses aspectos ...
Pela observação dos aspectos analisados ...
Portanto ... / logo ... / então ...

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:

... somos levados a acreditar que ...


... é-se levado a acreditar que ...
... entendemos que ...
... entende-se que ...
... concluímos que ...
... conclui-se que ...
... é necessário que ...
... faz-se necessário que ...

Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e como se deu a criação da primeira máscara:

MÁSCARA 01

1o Parágrafo

Todos sabem o quanto, em nosso país, .......................................................................... Verifica-se que.................


...................... (,) ..................... além de ............................................. fornecem (ou - resultam, culminam, têm como conse-
quência...) ....................................................................

2o Parágrafo

É de fundamental importância o........................ .......................................................... para........................


.......................... Podemos mencionar, por exemplo, .............................. que....................................., por causa de .................
.................. Esse.......................................................................................................................................................................................
62
3o Parágrafo 5o Parágrafo

Além disso, ...................................................................... Tendo em vista os aspectos observados ...................


..................................... E somando-se a isso,..................... .................... só nos resta esperar que ..........................
................ que .................................................................. Daí ................................,ou quem saiba .....................................
...................................................e de...................................... Consequentemente.........................................

4o Parágrafo
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações
Ainda convém lembrarmos.................................... .... baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme
................................................................... (que é): ............... forem avançando as aulas, você poderá construir a
........................... Esse.................................................... para suas próprias máscaras personalizadas.
......................... Essa(s) ............................. ............................ Por fim, preparamos uma máscara de organização
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
5o Parágrafo organizar.

Levando-se em consideração esses aspectos ...........


...........................somos levados a acreditar que .............. PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação)
.................................................................., mas também ......
................................. Sendo assim ......................................... 1° TEMA: _______________________________________
2° TESE: ________________________________________
3°ARGUMENTOS:
Muito bem, agora que vimos o processo de criação a) __________________________________________
b)__________________________________________
das máscaras, você poderá começar também seu traba-
c) __________________________________________
lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais
dois outros modelos de máscaras de redação que você 4° (1º parágrafo) tese + argumentos
_________________________________________________
poderá usar como base para suas próprias criações. _________________________________________________
Vá observando como as máscaras garantem o 5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso
encadeamento das ideias, a coesão entre as orações e ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
(mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
a coerência com as várias possibilidades argumentati- lhantes ao seu argumento).
vas. Abaixo temos mais um exemplo de máscara

6° Construa o parágrafo unindo as informa-


MÁSCARA 02 ções anteriores ao argumento “a)”
_________________________________________________
1o Parágrafo ____________________________________________________
____________________________________________________.
Entre os aspectos referentes a ....................................
..................... três pontos merecem destaque especial. O 7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
primeiro é .....................................................; o segundo ... fos para os argumentos “b)” e “c)”
............................................. e por fim.................. _________________________________________________
_____________________________________________________
2o Parágrafo _____________________________________________________
_____________________________________________________
Alguns argumentam que..................................... _____________________________________________________
......................................................... para........................ _____________________________________________________
......................... Isso porque .............................................. ____________________.
Dessa forma........................................... _________________________________________________
_____________________________________________________
3o Parágrafo ____________________________________________________.
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
LÍNGUA PORTUGUESA

Outra preocupação constante é ............................... dizendo que, se algum dos argumentos não for
..................................., pois.................................... Como se considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
isso não bastasse, .............................................que ......... tentada, ou que os resultados propostos não serão
........................................... Daí .............................................. atingidos).
que ........................e que................................... _________________________________________________
_____________________________________________________
4o Parágrafo _____________________________________________________
_____________________________________________________
Também merece destaque ........................................... _____________________________________________________
........ o (a) qual ...................................................................... _____________________________________________________
.......................... Diante disso ............................................... _____________________________________________________
...............................para que ............... ____________________________. 63
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
PARÁGRAFO DISSERTATIVO este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a base dessa informação deve sustentar-se em uma
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- verdade consagrada, diferentemente do que vimos
lharemos as várias modalidades de parágrafos que no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são Modelo nº 2
possíveis ao construí-las.
........................ é a denominação dada a .................
z Parágrafo de introdução ........................... Essa ..............................................., mas
a hipótese mais aceita é a de que .................................
O parágrafo de introdução tem como uma de suas .......................................................... Outra versão afirma
funções mais importantes, a de apresentar a tese que que esse .............................................., que tem origem
será defendida no decorrer da redação. É também ........................ . O que se sabe é que .................................
possível e bastante didático que vocês façam uma pré- ..................................................................................................
via dos argumentos que serão trabalhados na susten-
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, Preenchendo o modelo, teremos:
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
de vocês e a sequência das suas argumentações. Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
„ Tipos diferentes de parágrafos de introdução: origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que
seria fruto de uma combinação do arroz (de origem
Declaração inicial: na declaração afirma-se ou oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o fei-
nega-se algo de início para em seguida justificar-se jão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Outra
e comprovar-se a assertiva com exemplos, compara- versão afirma que esse prato foi a união do arroz com
ções, testemunhos de autores etc. Vejamos um exem- a feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O
plo desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse prato foi se
básica que é o projeto arroz-com-feijão. Mais uma vez popularizando por todo o país, passando a ser uma par-
colocamos a estrutura já construída e em seguida a te quase que indispensável da refeição dos brasileiros.
disposição vazia do parágrafo que poderá ser utiliza- Divisão: o parágrafo de divisão, processo também
quase que exclusivamente didático, por causa das
da por vocês sempre que desejarem.
suas características de objetividade e clareza, que con-
siste em apresentar o tópico frasal (frase que introduz
Modelo nº 1 o parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação
das ideias a serem desenvolvidas (normalmente a
É fato notório que ........................................................ divisão vem precedida por uma definição, ambas no
................................................................................................. mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos). Usamos
................................................... Sabe-se que ..................... aqui como representação desse modelo o conceito de
.................................................................................................. silogismo (Um silogismo é um termo filosófico com o
.............................., além da ................................................. qual Aristóteles designou a argumentação lógica per-
.................................................................................................. feita, constituída de três proposições declarativas que
se conectam de tal modo que a partir das primeiras
Preenchendo o modelo, teremos: duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aris-
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa tóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes
de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do
Modelo nº 3
arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além
da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
........................... pode ser representado de duas
completo abastecimento de energia somada ao prazer.
maneiras diferentes: ...................... que é ......................
Definição: o parágrafo por definição é entendido
........................ e ...................., que é ...................................
como um método preferencialmente didático, pois ............................. Enquanto a primeira ......................se
busca, por intermédio de uma explicação clara e bre- apresenta .......................................... Esta, por sua vez,
ve, a exposição do significado de uma ideia, palavra realiza-se por intermédio de...........................................
ou de uma expressão.   É a forma de exposição dos .................................................................................................
diversos lados pelos quais se pode encarar um assun-
to. Pode apresentar tanto o significado que o termo Preenchendo o modelo, teremos:
carrega no uso geral quanto aquele que o falante pre-
tende determinar para o propósito do seu discurso. O silogismo pode ser representado de duas
Uma definição é um enunciado que descreve um maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos mado por um único núcleo argumentativo e silogismo
associados. composto que é formado por diversos núcleos argu-
Vejam como em nosso parágrafo de exemplo, explo- mentativos de elaboração complexa. Enquanto a pri-
64 ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto. meira teoria se apresenta pela estrutura filosófica
básica consagrada pela antiguidade. Esta, por sua z Parágrafos de desenvolvimento
vez, realiza-se por intermédio de vários silogismos
desenvolvidos para atender às novas perspectivas de Após o primeiro parágrafo que, como já vimos,
sedução e convencimento. pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor-
por alusão histórica é um recurso que desperta sempre dar os elementos que sustentarão essas afirmações
a curiosidade do leitor por meio de fatos históricos, len- iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os
das, tradições, crendices, anedotas ou a acontecimentos recursos argumentativos que articularão o convenci-
de que o autor tenha sido participante ou testemunha mento do leitor quanto à tese apresentada.
(desenvolve-se geralmente por meio da comparação
com o presente ou retorno a ele). A vantagem desse „ Tipos diferentes de parágrafos de desenvol-
método é o de podermos mostrar o desenvolvimento vimento: as possibilidades de ordenação do
cronológico de um assunto, expondo sua evolução no parágrafo são várias: exploração de aspectos
tempo. Lembrem-se de que, ao se servirem de um fato espaciais e temporais, enumeração de porme-
histórico para sustentar uma tese, a História é a ciência nores, apresentação de analogia, ou contraste,
que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, citação de exemplos, apresentação de causas e
concomitante à análise de processos e eventos ocorri- consequências.
dos no passado - e como ela é uma ciência, tem, por
conseguinte, um grande valor argumentativo. Desenvolvimento por exploração espacial: ao
Observem como isso é simples: argumentar, vocês podem se servir da exposição de infor-
mações relativas ao lugar em que os fatos ocorreram.

Modelo nº 4
Modelo nº 1
Desde a época da ............................ sabe-se que ....
....................................................................................... para A cidade (ou região) em destaque é ................
................................................................ Principalmente ............, que fica localizada em ........................, região
hoje em dia, reconhece-se que ...................................... nobre de ................ É aí onde se localiza .....................
.............................................................., além de................... ............................................. dessa região. Cercada por
.................................................................................................. uma densa floresta ......................................., foi bem no
centro desse .........................................................................
Preenchendo o modelo, temo:
Preenchendo o modelo, teremos:
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
que a alimentação dada a esses novos brasileiros era A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
principalmente, já se reconhece que os carboidratos mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
fornecem um completo abastecimento de energia soma- res dessa região. Cercada por uma densa floresta
da ao prazer, justificando os hábitos do passado como de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
responsáveis pelo tradição alimentar que preservamos. tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por uma espécie de centro cultural da região por preservar
interrogação é colocada por intermédio de uma per- até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
gunta a qual serve mais como recurso retórico, uma tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
vez que a questão levantada deve ser respondida pelo reverenciada pelos devotos naobilicos.
próprio autor. Seu desenvolvimento é feito por inter-
médio da confecção de uma resposta à pergunta. Desenvolvimento por exploração temporal:
nesse modelo o leitor é informado do momento em
que os fatos ocorreram com a indicação de datas e
Modelo nº 5 outros aspectos temporais. Pode-se recorrer nesse
momento aos artifícios empregados no próprio pará-
Será possível determinar qual é ............................ grafo de alusão histórica, já que este também se serve
para..........................................................? (Resposta) ........ de referências cronológicas como em:
..................................................................................................
LÍNGUA PORTUGUESA

Modelo nº 2
Preenchendo o modelo, teremos:
No passado, quando pensávamos em ....................,
Será possível determinar qual é a melhor combi- notávamos que ......................................... era
nação de alimentos para atender às necessidades diá- ........................ comparada à que vemos recentemen-
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá te . Hoje, por outro lado, ..................................................
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- .......................................................... tornaram-se ...............
teínas devem compor essa alimentação e não há quase ................................O resultado disso é que ............., na
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato atualidade, tornou-se ........................................................
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções ..................................................................................................
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos
têm de recomposição de força e de energia. 65
Preenchendo o modelo, teremos: confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias,
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto
No passado, quando pensávamos em alimenta- pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo-
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência gia e comparação são também espécies de confronto:
era muito maior comparada à que vemos nos nos- “A analogia é uma semelhança parcial que sugere
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio- ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul- verbal própria, em que entram normalmente os cha-
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se mados conectivos de comparação (quanto, como, do
um ritual de bem viver. que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
Othon M. Garcia.
Desenvolvimento por exploração de pormeno-
res ou de enumerações: nesse modelo de parágra- Por exemplo:
fo, vocês têm por objetivo enumerar características,
relacionar aspectos importantes sobre algum assunto.
A apresentação das ideias pode ser ou não ordenada Modelo nº 5
segundo uma ordem de importância. A ordem depen-
de do que vocês pretendem enfatizar. No caso das .........................................................., por-
que cada qual tem seus próprios valores ....................
................. Enquanto a .........................................................
Modelo nº 3 ............, as ................, por sua vez,.......................................

Entre os aspectos referentes a .............................. Ao preenchermos o modelo, teremos:


........................................................ três pontos merecem
destaque especial. O primeiro é ................................... No caso das proteínas do bife e da salada que
.................................; o segundo................................ e por comemos, seria melhor não generalizar, porque cada
fim............................................................................................ qual tem seus próprios valores para a alimentação.
Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem as
perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as verdu-
Ao preenchermos o modelo, teremos:
ras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam
no processamento dos alimentos pelo nosso organismo
Entre os aspectos referentes à alimentação dos ajudando na absorção dos nutrientes.
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O Desenvolvimento por exploração de causa e
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz consequência – Dentro de uma perspectiva lógica e
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre- simples devemos compreender causa como um fator
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à como gerador de problemas e consequência como os
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um problemas gerados pela causa. Trabalhar com causas
completo abastecimento de energia somada ao prazer. e consequências é apresentar os aspectos que levaram
ao problema discutido e as suas decorrências.
Desenvolvimento por exploração de contraste
de ideias: na ordenação do parágrafo por exposição de
contrastes entre si, vocês pode se servir de compara- Modelo nº 6
ções, ideias paralelas, ideias diferentes e ideias opostas.
É de fundamental importância o ........................
.......................................................................................... par
Modelo nº 4 a.............................................. Podemos mencionar, por
exemplo, ................................................................que........
Muitos acreditam que ............................................... ......................................, por causa ......................................
................................................................................................
....., por causa da .......................................................... Por Ao preenchermos o modelo, teremos:
outro lado, sabe-se também que ....................................
.................................................................................................. É de fundamental importância o consumo de ali-
..................................................... , quando muitas vezes mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
................................................................................................. mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
Ao preenchermos o modelo, teremos:
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
própria consumida durante o dia.
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açú-
car pode causar excitação e ansiedade quando consu- z Parágrafo de conclusão
mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose
presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que A conclusão de uma dissertação é o momento de
essas substâncias fornecem uma carga suplementar se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
de energia nos deixando despertos logo após o almo- atingido. É de fundamental importância que não ocor-
ço, quando muitas vezes somos acometidos por uma ra contradição com a tese proposta no início de sua
sonolência indesejada. redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
Desenvolvimento por exploração de ideias ana- ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
lógicas e comparação: para organização das ideias, geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pontos
66 nossos redatores valem-se de expressões que indicam de partida do raciocínio. Podem também demonstrar
que uma solução a um problema foi encontrada ou saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
que uma proposta de solução pode ser alcançada, ou a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
ainda que uma resposta a uma pergunta foi encon- além de insatisfação.
trada. Esse momento pode também gerar um ques-
Conclusão por resposta, solução ou proposta:
tionamento final, desde que não concorra com suas
exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou sugestões
contemplada na conclusão para que ele não se sinta do que se deve fazer para transformar a história mos-
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema. trada durante o desenrolar do texto.
Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
dor da conclusão também colabora para a progressão Modelo nº 3
e continuidade textual.
Tendo em vista os aspectos observados sobre ....
„ Tipos diferentes de parágrafos de conclusão: .........................................., só nos resta esperar que ...
podemos enumerar alguns exemplos de con- ...............................................................................................
clusões satisfatórias que todos poderão usar ....... Ou quem saiba ainda que ......................................
em seus textos dissertativos. ................................. para que .............................................
Consequentemente...........................................................
Conclusão por síntese ou resumo: o primeiro
recurso com que trabalharemos será o do resumo ou
síntese geral. Nesse caso vocês retomam, resumida-
mente, aquilo que exploraram durante o texto:
Preenchendo o modelo, teremos:

Modelo nº 1 Tendo em vista os aspectos observados sobre


nossa alimentação, só nos resta esperar que se
Levando-se em consideração esses aspectos ...... garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
...................................... somos levados a acreditar que
Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
não é apenas por ...........................................................
...................., mas também ................................................. nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
.................................... Sendo assim...................................... que no Brasil se come bem. Consequentemente será
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios
Ao preenchermos o modelo, teremos: arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer
Levando-se em consideração esses aspectos
práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre- tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- específico sobre qualquer tema.
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS
Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien- E NÍVEIS DE FORMALIDADE
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
Conclusão por questionamento: nesse modelo
vocês partem de um questionamento para encerrar Ao estudar redação, é necessário saber alguns con-
seu raciocínio. Mas não se esqueçam de que vocês não ceitos fundamentais.
devem colocar em dúvida os argumentos desenvolvi- A linguagem, em termos bem simples, é a capacidade
dos em sua redação. que nós, seres humanos, possuímos de expressar nossos
pensamentos, ideias, sentimentos e opiniões. Ou seja, é
Modelo Nº 2 um código utilizado para estabelecer comunicação.
Existem dois tipos principais de linguagem: a lin-
O que mais há para ser tomado como .................. guagem não verbal e a linguagem verbal. A lingua-
.......................................(?) ................................................ gem não verbal não utiliza palavras para constituir a
acreditar que ........................................................................
comunicação: ela faz uso de formas de comunicação
............................ ,mas também ...........................................
......................................................(?) Certamente que sim, como gestos, sinais, símbolos, cores luzes etc. (por
LÍNGUA PORTUGUESA

pois ......................................................................................... exemplo, quando se observa um semáforo de trânsito,


com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten-
de que se deve ou não avançar; ou ainda, quando se
ouve o apito de um agente de trânsito).
Preenchendo o modelo, teremos: Já a linguagem verbal usa palavras para estabe-
lecer a comunicação: esse uso pode se dar na forma
O que mais há para ser tomado como positivo oral ou na forma escrita (como, por exemplo, em uma
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos entrevista na TV ou em um e-mail). Observe a tabela
leva a acreditar que não é apenas por prazer que
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam- abaixo que traz exemplos que ajudam a diferenciar a
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção linguagem não verbal da linguagem verbal (em suas
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a duas formas). 67
LINGUAGEM NÃO VERBAL LINGUAGEM VERBAL - ORAL z A ortografia (no caso da escrita); e
z A estruturação das sentenças.
Telefonemas;
conversas; Quanto mais formal for um ato de linguagem, mais
Sinais de trânsito; Discursos;
Cores; cuidado deve ser dedicado aos itens acima.
Aulas;
Desenhos; Observe a tabela baixo, retirada do manual de Tex-
Entrevistas etc.
Gestos; tos Dissertativo-Argumentativo do Inep, que ilustra os
Postura; LINGUAGEM VERBAL dois tipos de registro, o formal e o informal.
Placas; - ESCRITA
Pinturas;
Livros; REGISTRO FORMAL REGISTRO INFORMAL
Bandeiras;
Buzinas; E-mails;
Jornais; Jovem para o chefe Jovem para a mãe
Músicas etc.
Cartas; Boa tarde, chefe. Infeliz- Que droga, mãe! Bateram
Leis etc. mente, acabei de sofrer no meu carro!
um acidente de trânsito e Tô bem, não se preocupe.
A linguagem oral e a linguagem escrita são, pois, duas devo me atrasar, pois es- Me mande o
manifestações da linguagem verbal, cada uma com suas tou aguardando a polícia, número da seguradora.
características próprias (a linguagem oral permite um para os trâmites formais, Depois te ligo.
contato direto com o destinatário, é mais espontânea, e a seguradora, para o re-
mais livre, não requer escolarização, renova-se perma- colhimento do veículo.
nentemente; já na linguagem escrita há maior distân-
cia entre emissor e receptor, sendo o contato indireto e
requer escolarização e aprendizagem formal da escrita). Note que o fato é o mesmo: o acidente de trânsito
no caminho para o trabalho. No entanto, função das
A LIGUAGEM FORMAL duas diferentes situações (avisar duas pessoas com as
quais tem diferentes níveis de intimidade), o registro
Dependendo da situação, a linguagem verbal
(escrita e oral) pode ser mais ou menos formal. Quan- se faz necessário em suas duas espécies: no registro
do você conversa ao telefone com um velho amigo ou formal e no registro informal.
envia uma mensagem de texto para um parente, se Assim, ao elaborar o texto da redação oficial,
comunica de uma forma mais livre; já numa entrevista deve-se atentar para o uso do registro formal, uma
de emprego ou ao escrever um e-mail solicitando algo a
vez que se espera o uso da modalidade escrita for-
uma autoridade, você escolhe melhor as palavras.
Ou seja, o nível de formalidade nas comunica- mal da língua portuguesa.
ções varia conforme a circunstância. Resumindo, a diferença entre linguagem formal e
A linguagem informal (oral ou escrita) geralmen- linguagem informal está no contexto em que elas são
te é usada quando temos certo nível de intimidade utilizadas e na escolha das palavras e expressões utili-
entre os interlocutores, como nas correspondências
zadas para comunicar.
entre familiares ou amigos. Já a linguagem formal
(na sua forma oral ou escrita), caracterizada pela poli- A tabela abaixo apresenta uma comparação entre
dez e escolha cuidadosa das palavras, é normalmente as duas formas de linguagem.
empregada quando nos dirigimos a alguém com quem
não temos proximidade, como no exemplo da sele- LINGUAGEM LINGUAGEM
ção de emprego e em outras situações que exigem tal FORMAL INFORMAL
protocolo, como na escrita de um texto científico, um
livro didático, na correspondência entre empresas e, A linguagem formal
como veremos mais adiante, na comunicação oficial. A linguagem in-
é aquela utilizada em
O termo “registro” é usado para se fazer referência formal é utilizada
situações que exi-
aos níveis de formalidade na língua falada e na língua em situações
gem maior protocolo
escrita. Os níveis de formalidade são chamados, ain- mais descon-
O que é (situações profissio-
da, de níveis de fala ou níveis de linguagem. traídas, quando
nais, acadêmicas ou
Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do existe maior li-
quando não existe
registro (do nível de formalidade), o indivíduo leva em berdade entre os
intimidade entre os
conta, mesmo que de forma inconscientemente, a situa- interlocutores.
interlocutores).
ção em que se encontra ao produzir seu texto (oral ou
escrito). Em outras palavras, ao praticar a comunicação, o Não requer o uso
autor escolhe um nível maior ou menor de formalidade e, da norma culta,
para isso, leva em consideração, entre outras coisas: sendo normal o
uso de gírias, ex-
z O seu interlocutor; Uso da norma culta pressões popula-
z Ambiente em que se encontra; (respeito rigoroso às res, neologismos
z O assunto a ser tratado; e Caracte-
normas gramaticais) (palavras inven-
z A intenção, objetivo a ser atingido (informar, soli- rísticas
e utilização de voca- tadas) e palavras
citar, persuadir etc.). bulário extenso; abreviadas, como
vc, cê e tá.
É observando esses elementos que o autor adequa: Sofre influência
de variações cul-
z Os vocábulos; turais e regionais.
68 z A pronúncia (no caso da fala);
LINGUAGEM LINGUAGEM quando necessário (somente se você tiver certeza
FORMAL INFORMAL do que determinada palavra significa);
z As palavras reduzidas, como “tá” em lugar de
Utilizada em “estar”, “cê” em vez de “você”, ou “pra” em vez de
Situações mais
conversas co- “para”;
formais, como entre-
tidianas, em z Os verbos de sentido muito geral, como “dar”,
vistas de empregos,
mensagens de “ter”, “fazer”, “achar”, no lugar de verbos de senti-
palestras, concursos
texto enviadas do mais exato; e
públicos e documen-
por celular, chats.
Quando tos oficiais. z As expressões típicas da oralidade, como “bem”,
Normalmente é
se usa Geralmente, é utiliza- “veja bem”, “entendeu?”.
usada em conver-
da quando se dirige a
sas entre amigos
superiores, autorida- Outro fenômeno linguístico que deve ser evitado
e familiares. O
des ou ao público em na comunicação formal é o uso de regionalismos. O
uso mais comum
geral. É mais utilizada
se dá quando se regionalismo é o modo de falar particular de deter-
quando se escreve.
fala. minada região geográfica, como, por exemplo, a pala-
vra “piá” (o regionalismo usado no sul do Brasil que se
Caramba, tô mui- refere a menino) e o termo “semáforo” pode ser desig-
Estou muito atrasado.
to atrasado. nado por “farol” em São Paulo, e “sinal” ou “sinaleiro”
no Rio de Janeiro.
Quando se fala em linguagem oficial é importante
dar atenção aos vícios de linguagem, a fim de que sejam TIPOS TEXTUAIS E GÊNEROS TEXTUAIS
evitados. Os vícios de linguagem são defeitos, erros
cotidianos que cometemos no emprego da língua, nor- É preciso, antes, saber por meio de quais gêne-
malmente por falta de atenção e pouco conhecimento ros textuais essa comunicação se dá. Mas o que são
dos significados das palavras. Confira alguns vícios de gêneros textuais?
linguagem (lembre-se quando estudarmos a redação Por ser comum a confusão entre gêneros textuais
oficial que estes são defeitos que não podem constar
e tipos textuais, vamos primeiramente discorrer a res-
nas comunicações emitidas pelo poder público):
peito dos tipos textuais.
z Barbarismo: grafia ou pronúncia de uma pala- Tipo textual é a estrutura do texto, ou seja, é a forma
vra em desacordo com a norma culta (como por como o texto se apresenta. Existem diferentes classifica-
exemplo escrever “previlégio” ao invés de “privi- ções de tipos textuais, algumas delas com até seis tipos
légio” ou pronunciar “RUbrica” quando o correto é diferentes (narrativo; descritivo; expositivo; argumen-
“ruBRIca”); outra forma de barbarismo é o estran- tativo; instrucional ou injuntivo; e dialogal). Em con-
geirismo: vício que se caracteriza pelo uso indevi- cursos públicos, as tipologias (estruturas) mais comuns
do de expressões ou frases estrangeiras em nossa são: narração, descrição e dissertação (ou exposição).
língua, como o uso de “performance” ao invés de
“desempenho, exibição”; ou “show”, no lugar de
Narração
“espetáculo”;
z Solecismo: desvio da norma em relação à sinta-
xe. Ex.: “Fazem dois anos que não nos vemos”, no A narração consiste em uma história contada por um
lugar de “Faz dois anos”; ou “Vamos no restauran- narrador (em primeira pessoa, participando das ações,
te”, no lugar de “Vamos ao restaurante”; ou em terceira pessoa, como observador), a qual é cons-
z Cacofonia: mal uso de sons, causado pela junção truída em torno de um ou mais personagens (reais ou
de palavras, como em ela tinha muito dinheiro fictícios), em certo local (físico, como uma cidade ou um
(parece o som de: “é latinha”); beijou na boca dela prédio, ou psicológico, passando na mente do narrador
(“cadela”); ou do personagem) e em um determinado tempo (nor-
z Neologismo: ocorrem quando da criação de uma malmente no passado, mas pode ser no presente, como
palavra nova, ou ainda quando uma palavra exis-
a narração de um evento esportivo, ou no futuro). Carac-
tente assume outro significado. Ex.: “deletar”, que
surge principalmente por conta do contexto da teriza-se pela sequência lógica que é apresentada ao
informática; e leitor: a história tem uma introdução (na qual se apre-
z Eco: repetição de um som numa sequência de sentam os personagens, o local onde a história se pas-
LÍNGUA PORTUGUESA

palavras (como por exemplo, O acusado foi inter- sa e em que momento); logo após, o texto mostra uma
rogado pelo magistrado). situação de conflito, de suspense, que prende a atenção
do leitor até atingir o ápice (clímax) da narrativa, que é
Além disso, evite ainda: encerrado pelo desfecho da história.
Os elementos que compõem um texto narrativo são:
z O emprego de gírias ou expressões populares (isso
não significa usar palavras difíceis e rebuscadas);
z Narrador;
z O uso de jargões (terminologia técnica comum a
z Enredo;
uma atividade ou grupo específico, comumente
usada em grupos profissionais ou socioculturais, z Tempo;
como por exemplo, “peticionar”, de uso comum z Espaço;
pelos advogados). Mas isso não quer dizer que z Personagens;
não se pode utilizar uma terminologia específica z Discurso. 69
Para a melhor compreensão, observe o trecho a em uma questão de múltipla-escolha ou ainda que
seguir, retirado da obra A Ilha Misteriosa, de Júlio Verne: transforme um discurso direto em indireto em algu-
ma questão aberta, conforme os exemplos abaixo.
Gedeon Spillet estava na praia, imóvel, com os bra-
ços cruzados, olhando para o mar. DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
- Parece que teremos uma noite bastante má,
senhor Spillet – disse o marinheiro. Ele disse que não come
Eu não como carne
O Jornalista voltou-se e perguntou: carne
- A que distância da praia o senhor acha que a bar-
Vou ao restaurante esta Ele disse que iria ao res-
quinha sofreu a lufada que levou nosso companheiro?
noite taurante naquela noite
- A quatrocentos metros, aproximadamente.
- O que me espanta – continuou o repórter – é que, Ele falou que havia perdi-
Eu perdi a hora
admitindo a hipótese de ter nosso companheiro mor- do a hora
rido, ainda não tenha sido lançado à praia o seu cadá-
ver ou do seu cachorro. Eu não conseguiria Ele mencionou que não
dormir conseguiria dormir
Nesse trecho é possível observar alguns dos ele-
mentos de uma narrativa: um narrador (no caso em Descrição
terceira pessoa) apontando o local onde se passa ação
e introduzindo a fala dos personagens que realizam A descrição, ao contrário da narração, não admite
suas ações em um tempo (passado). ação. Nesse tipo textual, é apresentada uma série de
Quando se pensa em narração dentro de um con-
características de determinado ser, objeto ou espaço,
curso, o mais importante é conhecer os conceitos de
de modo a compor na mente do leitor/ouvinte a ima-
discurso direito e discurso indireto.
gem do que está sendo retratado. A descrição pode
O discurso direto é aquele em que o narrador, que
ser objetiva ou subjetiva. Na primeira, a coisa/ser/
pode ser onisciente (isto é, saber tudo sobre o enredo
e os personagens, revelando os sentimentos e pen- espaço descrito é mostrado de forma concreta, impar-
samentos mais íntimos, de um modo que vai além cial, sem expor as impressões do observado (o foco é
da própria imaginação) ou personagem (aquele que dado nas características como forma, tamanho, volu-
conta e participa dos fatos ao mesmo tempo) repete me, coloração etc.). Já na descrição subjetiva, se valo-
as falas de outro personagem, separando-as das suas. riza a percepção do observador em relação ao que é
Para isso, o narrador usa marcas de pontuação que descrito, deixando claras as emoções e impressões do
ajudam a identificar quem está falando. Essas marcas autor sobre aquilo que ele descreve. Veja nos exem-
podem ser: dois pontos, aspas ou travessão de diálogo. plos as duas formas de se descrever o mesmo espaço:
Veja, abaixo, um exemplo retirado do livro Robur, O
Conquistador, de Júlio Verne: DESCRIÇÃO OBJETIVA DESCRIÇÃO SUBJETIVA

Nesse momento, Robur apareceu na ponte da aero- Manhattan é o centro da


nave e os dois colegas aproximaram-se dele. Região Metropolitana de
A deslumbrante Nova
- Engenheiro Robur – disse tio Prudente -, eis-nos Nova Iorque, uma das
Iorque, com suas lindas
aqui nos confins da América! Parece-nos que esta áreas metropolitanas
lojas e suntuosos prédios
brincadeira vai acabar... mais populosas do mun-
é, verdadeiramente, a ca-
- Eu nunca brinco – respondeu Robur. do, sendo a grande cidade
pital do mundo.
mais densamente povoa-
da dos Estados Unidos.
Ou seja, no discurso direto é o próprio personagem
que fala dentro da história.
Por sua vez, o discurso indireto se dá quando o Note que, ao contrário da primeira, a segunda des-
narrador da história diz ou escreve o que outro perso- crição envolve subjetividades, ou seja, as impressões
nagem disse. Melhor dizendo, no discurso indireto, o pessoais do autor.
narrador utiliza suas próprias palavras para transmitir Apesar de menos frequente, é possível que deter-
ou as falas de um ou de mais personagens. Observe o minada banca organizadora peça um texto descritivo
exemplo no seguinte trecho da obra Doutor Jivago, de
(daí a importância em ressaltar mais uma vez a neces-
Boris Pasternak: Na estação, o tio pediu ao guarda que o
sidade de se conhecer a banca e de se analisar com
deixasse passar pela grade para se despedir da mulher.
profundidade o edital).
Uma caraterística desse tipo de discurso é que
será sempre feito na 3ª pessoa. Além disso, nesse tipo
DISSERTATIVO-EXPOSITIVO E
de discurso são utilizados verbos de elocução (ver-
bos que anunciam o discurso, tais como falou, disse, DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
lembrou, comentou, perguntou, respondeu, observou,
exclamou, sentenciou, gritou, entre outros) e conjun- A dissertação é a tipologia textual que visa à expo-
ções (uma vez que, para que, a fim de que, para que, sição, à análise e à defesa de uma tese ou ponto de
conforme etc.) que separam a fala do narrador das vista a respeito de um assunto específico. É a forma
falas dos personagens. mais frequentemente exigida nos concursos, tendo
A narração não é um tipo textual comum nas reda- em vista a possibilidade de permitir ao candidato a
ções. O mais corriqueiro é que a banca examinadora exposição de ideias a respeito de um tema de interes-
70 exija que o candidato identifique diferentes discursos se social. A dissertação é dividida em duas categorias:
Dissertativo-expositiva z Discurso de defesa,
z Requerimento;
Neste tipo textual o autor apresenta ideias, fatos z Ensaio;
e fenômenos. O objetivo é informar o leitor (caráter z Resenha; e
expositivo), sem a intenção de persuadi-lo, de conven- z Crítica.
cê-lo em relação ao pensamento. É impessoal (redigida
em terceira pessoa). Portanto, neste caso, a dissertação Por sua vez, o tipo textual dissertativo-expositivo
tende à simples exposição de ideias, de informações, prevalece nos seguintes gêneros:
de definições e de conceitos, como se nota no exemplo
abaixo, retirado da obra Textos Dissertativo-Argumen- z Aula;
tativos, publicada pelo Instituto Nacional de Estudos e z Texto expositivo;
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): z Artigo enciclopédico;
As peças de Nelson Rodrigues tratam de denunciar z Texto explicativo;
toda a hipocrisia que paira sobre uma sociedade vítima z Tomada de notas;
da repressão sexual. É o seu teatro que abre as portas z Resumos;
para a modernidade na dramaturgia brasileira. z Resenhas; e
Note que no trecho acima, o autor apenas mos- z Relatório científico.
tra certas características da obra do escritor Nelson
Rodrigues. Não há, em nenhuma parte do texto, recur-
Em concursos públicos, os gêneros textuais mais
sos argumentativos que buscam convencer o leitor.
frequentes são: os editoriais, os artigos de opinião,
as notícias, as reportagens, as crônicas e os contos.
Dissertativo-argumentativo No editorial, discute-se um assunto, apresentando
ponto de vista do jornal, da empresa jornalística ou
Neste tipo dissertativo, as ideias são organiza- do redator-chefe. Já no artigo de opinião, o autor
das no sentido de convencer o leitor. Os argumentos busca convencer o leitor em relação a uma determi-
(enunciados) atribuem ao objeto ou fenômeno de que nada ideia e, ao contrário do editorial, o artigo de
se fala, qualidades, informações, depoimentos, cita- opinião não representa o ponto de vista do veículo
ções, fatos, evidências e dados estatístico, entre outros que publica o texto. O editorial e o artigo de opinião
recursos, procurando defender o ponto de vista do são gêneros textuais que pertencem ao tipo textual
autor. Veja um exemplo de um trecho de texto disser- dissertativo-argumentativo.
tativo-argumentativo, retirado da obra Textos Disser-
tativo-Argumentativos, do Inep:
Impossível desconhecer que Nelson Rodrigues é o maior Dica
dramaturgo brasileiro de todos os tempos. Foi revolucioná- Lembre-se que parte do método para fazer uma
rio, renovador e ousado em relação ao teatro tradicional. boa redação no concurso é ter um bom repertó-
Suas dezessete peças são sucessivamente reeditadas. Sua rio de ideias. A leitura de editoriais e de artigos
obra é frequentemente encenada na atualidade. Seus textos
de opinião constitui uma das melhores formas
são os mais estudados nos cursos de Letras.
de ampliar seu “capital cultural”, uma vez que tra-
Observe que agora, diferentemente do exemplo
tam de assuntos recentes e de relevância social.
anterior, o autor busca formar a opinião do leitor,
buscando convencê-lo. Além disso, servem para ajudar a dominar a
Existem dois tipos de textos dissertativos: estrutura da redação, uma vez que, por pertence-
rem ao tipo textual dissertativo-argumentativo,
O expositivo e o argumentativo. No texto disserta- possuem a mesma estrutura do texto que será
tivo-expositivo, o autor apresenta as informações sem cobrado nas provas.
a necessidade de convencer o leitor de algo (ou seja,
faz uma exposição e não um debate). Já no tipo dis- Outro gênero recorrente é a notícia, na qual são
sertativo-argumentativo, o escritor faz uma reflexão relatados de forma objetiva e concisa, fatos da reali-
sobre determinado tema para defender o seu ponto de dade. A reportagem por sua vez, caracteriza-se por
vista e, portanto, busca convencer o leitor ser o gênero que apresenta um texto jornalístico que
Os tipos textuais acima expostos são utilizados de aborda fatos de interesse geral; na reportagem, ao
forma combinada de modo a compor o que conhece- contrário da notícia, os fatos são tratados de uma for-
mos por gêneros textuais (textos que exercem uma ma mais aprofundada e didática.
função social específica, isto é, aparecem em situações Já a crônica e o conto, constituem gêneros tipicamente
cotidianas de comunicação e apresentam uma finali- narrativos; o primeiro sobre fatos do cotidiano, enquanto
LÍNGUA PORTUGUESA

dade comunicativa bem definida). A lista de gêneros é o último versa sobre um único conflito, uma só ação.
aberta e pode ser infinita. Por exemplo, o tipo textual
dissertativo-argumentativo é o dominante nos seguin- A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
tes gêneros textuais:
Como dissemos antes, o tipo dissertativo-argu-
z Texto de opinião; mentativo é o mais cobrado em concursos, sobretu-
z Diálogo argumentativo; do naqueles para carreiras policiais. Assim sendo,
z Carta de leitor; vamos ver mais alguns detalhes relativos à disserta-
z Carta de reclamação; ção argumentativa.
z Carta de solicitação; O texto dissertativo-argumentativo é aquele pelo qual
z Deliberação informal; o autor busca convencer o leitor ou o ouvinte a aceitar a
z Debate regrado; tese de quem produz o texto. Logo, o que está em jogo é
z Editorial; a capacidade do autor de expor uma situação-problema, 71
apresentando uma tese (opinião, ideia) sobre o fato e influenciar hábitos infantis. É apenas no final do pará-
expressando-a por meio de argumentos fortes e coeren- grafo onde se apresenta a situação problema: a ques-
tes. Esse tipo textual é composto por três etapas: tão da publicidade infantil;

z A introdução (na qual se apresenta o objeto, expon- Introdução direta


do uma breve visão do ponto de vista do autor);
z O desenvolvimento (quando se apresentam os Em contrapartida, a introdução do tema pode
argumentos e é feita a defesa da tese); e ser direta, como se observa no exemplo abaixo, tam-
z Uma conclusão (que encerra o tema, com uma sín- bém retirado da obra de Cantarin, Bertucci e Almei-
tese de tudo o que foi exposto). da (2017), em que autor já inicia o texto apontando o
crescimento da “publicidade infantil no Brasil”.
INTRODUÇÃO Ex.: A publicidade infantil é um ramo que vem cres-
cendo muito no Brasil. Afinal, as crianças ainda não for-
No início da dissertação, é necessário que o autor maram toda base crítica necessária para entender toda
deixe claro qual é o assunto abordado no texto e, além a complexidade e persuasão de uma propaganda, fatos
disso, qual será a tese a ser defendida. É um parágrafo que as tornam um público alvo facilmente convencido.
direto e curto no qual você vai demonstrar que com-
preendeu o tema e vai fazer uma afirmação sobre ele. DESENVOLVIMENTO/ARGUMENTAÇÃO
A tese é elemento essencial na composição do texto
dissertativo-argumentativo. Na redação é um posicio- Os parágrafos intermediários de um texto disserta-
namento crítico, ou seja, o seu ponto de vista sobre o tivo-argumentativo devem ser destinados à defesa da
tema proposto. Sua função é persuadir o leitor a res- tese mediante argumentos (provas ou fundamentos
peito daquilo que você vai expor. Ela pode ser apre- que confirmam o ponto de vista do autor).
sentada por meio de declarações afirmativas (como, São nesses parágrafos que o autor vai argumentar,
por exemplo, “A violência é resultado....”) ou negativas ou seja, apresentar ideias, razões, provas que sejam
(“Não ocorrem ...”. Importante lembrar que mesmo relevantes ao ponto de conseguir convencer o leitor
sendo a sua opinião, a escrita deve ser feita de forma sobre um ponto de vista.
impessoal (redigir em terceira pessoa; nada de usar O principal no desenvolvimento é apresentar uma
expressões como “eu acho que…”, “acredito que …”) e ideia e, em seguida, apresentar um raciocínio capaz
respeitando os direitos humanos (nunca instigar qual- de comprová-la.
quer tipo de violência motivada por questões de raça, A argumentação deve ser feita com argumentos
etnia, gênero, credo, condição física, origem geográ- fortes, tais como:
fica ou socioeconômica, nem apresentar de qualquer
forma de discurso de ódio). z Provas concretas: argumentos baseados em dados
Em uma linha você vai dizer de forma concisa a ou fatos sobre o tema;
z Fatos similares ou relacionados ao tema: argumen-
ideia central do seu texto e o seu posicionamento acer-
tos baseados em exemplos;
ca daquilo (dizer se é contra, a favor ou qual é a impor-
z Citação de especialistas no tema: argumento de
tância de se discutir sobre isso). Essa parte deve ter até
autoridade; e
dois períodos (frases com pelo menos um verbo cada).
z Lógicos: causa e consequência, por exemplo.
Logo após, em, em outras duas ou três linhas, você
irá apresentar como sua tese será desenvolvida, ou
Por outro lado, devem ser evitados argumentos
seja, vai mostrar seus argumentos (esclarecer de forma
fracos, tais como os argumentos de senso comum,
simples o que cada parágrafo vai tratar, sem argumen-
os quais, embora válidos, são rasos e, portanto, facil-
tar). A dica aqui é construir uma oração resumindo o
mente refutáveis. O uso de argumentos gerais (que
assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.
qualquer um conhece) evidencia pouco conhecimen-
Ou seja, a introdução é composta pela apresen-
to do tema, falta de opinião própria e baixo poder de
tação do tema e pela exibição da tese.
argumentação.
Vamos ver algumas abordagens que podem ser
Além disso, a fim de dar força ao discurso persua-
tomadas no parágrafo introdutório: sivo, devem ser utilizados os chamados operadores
e conectivos argumentativos (também chamados de
Ir do geral ao específico marcadores de discurso). Os operadores argumen-
tativos tem a função de introduzir argumentos que
Primeiramente fazendo uma exposição do tema de convençam, ou seja, orientam o leitor a determinada
forma abrangente, para logo após chegar às questões conclusão. Dominar a técnica e saber o momento de
mais específicas que serão abordadas no texto. Veja o usar esses elementos é um requisito imprescindível
exemplo abaixo, extraído da obra A Análise do Tex- no momento de fazer valer pontos de vista e opiniões
to Argumentativo-Discursivo, de Cantarin, Bertucci e e para defender teses e articular argumentos.
Almeida (2017). Mas que vocábulos atuam com operadores argu-
Ex.: É fato que as diferentes ações de marketing mentativos? Lembre-se:
exercem grande influência no processo de formação
dos sujeitos. Em se tratando de crianças, o poder das z Conjunções;
propagandas na criação de hábitos e identidades é bas- z Advérbios;
tante grande. Surge então o debate acerca dos limites z Palavras denotativas: até, inclusive, também, afi-
da publicidade infantil. nal, então, é que, aliás etc.
Observe que o autor inicia expondo algo genéri-
co sobre o tema publicidade (ações de marketing) e, Como os operadores argumentativos atuam no
72 em seguida, indica que propagandas são capazes de texto? Eles podem:
z Somar argumentos: e, também, ainda, não só…, OPERADOR FUNÇÃO
mas também, além de…, além disso…, aliás. Ex.: Os
São argumentos que
efeitos nocivos do trabalho infantil sobre a escola- “E”, “também”, “ainda”,
fazem parte de uma mes-
“nem” (= e não), “não
rização são sentidos não só nas crianças menores, ma classe argumentativa,
só..., mas também”, “‘tan-
mas também nos adolescentes. isto é, somam argumen-
to...como”’, “além disso”,”
tos a favor de uma mes-
z Indicar oposição/ideias contrárias: mas, porém, além” de”, “a par de”.
ma conclusão.
contudo, todavia, no entanto, embora, ainda que,
apesar de..., posto que. Ex.: João apresentou um Introduz um argumen-
to decisivo, resumin-
bom rendimento, mas não foi aprovado. “Aliás”.
do todos os demais
z Indicar uma relação de condição entre um ante- argumentos.
cedente e um consequente: se, caso. Ex.: Se o can-
São responsáveis por
didato não estudar, não vai passar no concurso. “Já”, “ainda”, “agora”. introduzir no enunciado
z Indicar finalidade/objetivo: para, a fim de..., para conteúdos pressupostos.
que. Ex.: Eu estudo a fim de passar no concurso
para a polícia. O uso desses operadores é essencial para manter a
coesão do texto.
Veja no quadro abaixo, de forma condensada, os
CONCLUSÃO
principais tipos de operadores, constante na obra
Argumentação e Linguagem, de Ingedore Koch (2000): O final de um texto dissertativo-argumentativo
pode ser feito de duas maneiras:
OPERADOR FUNÇÃO z Na forma de síntese (o autor repete os argumen-
Organizam a hierarquia tos de forma resumida e conclui o texto alegando a
dos elementos numa veracidade da tese); ou
“Mesmo”, “até”, “até mes- z Apresentando propostas de solução (retomando
escala, assinalando o ar-
mo”, “inclusive”. os problemas discutidos na argumentação e pro-
gumento mais forte para
uma conclusão. pondo ações que acabem ou diminuam com os
problemas). Tais soluções devem ser detalhadas,
Introduzem dado argu- explicando, apontando quem vai promover a solu-
mento deixando suben- ção, as ações necessárias, os meios e os objetivos.
“Ao menos”, “pelo me-
tendida a presença de
nos”, “no mínimo”. Assim como na introdução, é o momento de ser
uma escala com outros
argumentos mais fortes. simples e conciso. A conclusão não deve ter um tama-
nho muito diferente da introdução.
“Portanto”, “logo”, “por Introduzem uma conclu- O texto dissertativo-argumentativo (dissertação
conseguinte”, “pois”, são relativa a argumentos argumentativa), portanto, deve conter os seguintes
“em decorrência”, apresentados em enun- elementos:
“consequentemente”. ciados anteriores.
z Introdução: apresentação do tema e exibição da
Introduzem argumentos tese;
“Ou”, “ou então”, “quer... alternativos que condu- z Desenvolvimento: provas ou fundamentos que
quer”, “seja...seja”. zem a conclusões dife- confirmam a tese; e
rentes ou opostas. z Conclusão: resumo ou apresentação de soluções.
Estabelecem relações en-
“Mais que”’, “menos que”,
tre elementos, com vista
“tão...como”’.
a uma dada conclusão. HORA DE PRATICAR!
Introduzem uma justifica- 1. (CESPE-CEBRASPE — 2020)
“Porque”’, “que”, “já que”,
tiva ou explicação relativa
“pois”.
ao enunciado anterior. Texto CG3A2-I
LÍNGUA PORTUGUESA

“Mas”, “porém”, “contudo”,


“todavia”, “no entanto”, Contrapõem argumentos Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estra-
“embora”’, “ainda que”, orientados para conclu- nha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram
“posto que”, “apesar de sões contrárias. os olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer
(que)”. o quarto da nova casa em que estava morando e não
conseguia me lembrar de como havia chegado até ali.
Distribuem-se em escalas E a insistente pergunta, martelando, martelando... De
opostas, isto é, um deles que cor eram os olhos de minha mãe? Aquela indaga-
“Um pouco” e “pouco”, funciona numa escala ção havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre
“quase” e “apenas”, “só”, orientada para a afirma-
um afazer e outro, eu me pegava pensando de que cor
“somente”’. ção total e o outro, numa
seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio
escala orientada para a
tinha sido um mero pensamento interrogativo, naque-
negação total.
la noite se transformou em uma dolorosa pergunta 73
carregada de um tom acusativo. Então, eu não sabia esse paradigma, mobilizam-se conceitos econômicos
de que cor eram os olhos de minha mãe? (...) que propõem um novo modo de gestão da sociedade,
E quando, após longos dias de viagem para chegar à como a economia circular e a bioeconomia.
minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de
minha mãe, sabem o que vi? Sabem o que vi? A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso
Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. desenvolvimento e à busca por novas tecnologias que
Mas, eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio
minha mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a ambiente em seu eixo de elaboração. Ela, agora, reúne
face. E só então compreendi. Minha mãe trazia, sere- todos os setores da economia que utilizam recursos
namente em si, águas correntezas. Por isso, prantos biológicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibi-
e prantos a enfeitar o seu rosto. A cor dos olhos de litar soluções eficazes e coerentes para os problemas
minha mãe era cor de olhos d’água. Águas de Mamãe socioambientais contemporâneos: mudanças climáti-
Oxum! Rios calmos, mas profundos e enganosos para cas, crise econômica mundial, substituição do uso de
quem contempla a vida apenas pela superfície. Sim, energias fósseis, saúde, qualidade de vida da popula-
águas de Mamãe Oxum. ção, entre outros.

Conceição Evaristo. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016, O objetivo é criar uma economia inovadora com baixas
p.15-9.
emissões de poluentes, que concilie as exigências para
a agricultura sustentável e a pesca, a segurança alimen-
Assinale a opção em que a palavra apresentada está tar e o uso sustentável dos recursos biológicos reno-
corretamente grafada. váveis para fins industriais, e que assegure, ao mesmo
tempo, a biodiversidade e a proteção ambiental. A bioe-
a) atravéz conomia contempla não apenas setores tradicionais
b) obedescer como agricultura, silvicultura e pesca, mas também
c) projeto setores como as biotecnologias e bioenergias. Ao que
d) meza tudo indica, o futuro será definitivamente bio.
e) sintonizar
Marina Santos Chiapetta. Internet: <www.ecycle.com.br> (com
2. (CESPE-CEBRASPE — 2019) adaptações).

Texto CG1A1-I Cada uma das opções a seguir apresenta uma pro-
posta de reescrita para o seguinte trecho do texto
Atitudes para um desenvolvimento sustentável tor- CG1A1-I: “Qual é o motivo de a sustentabilidade ser
naram-se uma urgência e estão inseridas de forma tão importante para a economia?”. Assinale a opção
definitiva na agenda da sociedade. Até no mundo dos em que a proposta indicada mantém os sentidos e a
negócios a sustentabilidade está em pauta. Empresas correção gramatical do texto.
que antes pensavam só em lucro agora otimizam seus
processos por meio da sustentabilidade empresarial. a) Porque a sustentabilidade é tão importante para a
Outro campo de estudos voltado para o consumo economia?
consciente e equilibrado com o meio ambiente é a b) Por quê a sustentabilidade é tão importante para a
bioeconomia, ou economia sustentável, cujo objetivo economia?
é promover a utilização de recursos de base biológica, c) Porquê a sustentabilidade é tão importante para a
recicláveis e renováveis, e consequentemente mais economia?
sustentáveis. d) Por que a sustentabilidade é tão importante para a
economia?
Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o suces- e) Pra quê a sustentabilidade é tão importante para a
so das empresas, que precisam cada vez mais entre- economia?
gar ao cliente valor agregado e estilo de vida, e não
somente mercadorias. A preocupação com o meio 3. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
ambiente converte-se, portanto, em vantagem com-
petitiva, notadamente em mercados cada vez mais Texto CG1A1-I
exigentes e desafiadores. Isso amplia a perenidade da
marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação Atitudes para um desenvolvimento sustentável torna-
e credibilidade. ram-se uma urgência e estão inseridas de forma definiti-
va na agenda da sociedade. Até no mundo dos negócios
Para o desenvolvimento sustentável, os negócios a sustentabilidade está em pauta. Empresas que antes
devem estar amparados em boas práticas de gover- pensavam só em lucro agora otimizam seus processos
nança, com benefícios sociais e ambientais. Essa por meio da sustentabilidade empresarial. Outro campo
metodologia influencia os ganhos econômicos, a com- de estudos voltados para o consumo consciente e equi-
petitividade e o sucesso das organizações. librado com o meio ambiente é a bioeconomia, ou eco-
nomia sustentável, cujo objetivo é promover a utilização
Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão impor- de recursos de base biológica, recicláveis e renováveis, e
tante para a economia? A população cresce em consequentemente mais sustentáveis.
número e em capacidade de consumo; com isso, a
demanda pela utilização de recursos naturais recru- Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o suces-
desce de forma quase insustentável. A utilização de so das empresas, que precisam cada vez mais entregar
matrizes não renováveis tende ao esgotamento e à ao cliente valor agregado e estilo de vida, e não somen-
74 poluição progressiva do meio ambiente. Para quebrar te mercadorias. A preocupação com o meio ambiente
converte-se, portanto, em vantagem competitiva, nota- 4. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
damente em mercados cada vez mais exigentes e desa-
fiadores. Isso amplia a perenidade da marca, em virtude Texto CG2A1-I
do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
Na década de 1960, o mundo passou por um aumento
Para o desenvolvimento sustentável, os negócios populacional inédito devido à brusca queda na taxa de
devem estar amparados em boas práticas de gover- mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capa-
nança, com benefícios sociais e ambientais. Essa cidade dos países em produzir comida para todos.
metodologia influencia os ganhos econômicos, a com- A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e
petitividade e o sucesso das organizações. métodos que aumentassem a produção.

Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão importan- Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Eco-
te para a economia? A população cresce em número nomia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes,
e em capacidade de consumo; com isso, a demanda identificou a existência de populações com fome mes-
pela utilização de recursos naturais recrudesce de for- mo em países que não convivem com problemas de
ma quase insustentável. A utilização de matrizes não abastecimento. O economista indiano traçou então,
renováveis tende ao esgotamento e à poluição progres- pela primeira vez, uma relação causal entre fome e
siva do meio ambiente. Para quebrar esse paradigma, questões sociais como pobreza e concentração de ren-
mobilizam-se conceitos econômicos que propõem um da. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou
novo modo de gestão da sociedade, como a economia o tom do debate internacional sobre a questão e as
circular e a bioeconomia.
políticas públicas(B) a serem tomadas a partir daí.
A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso
As últimas décadas foram de grande evolução no com-
desenvolvimento e à busca por novas tecnologias que
bate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos,
priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio
7,7% da população mundial superou o problema, o que
ambiente em seu eixo de elaboração. Ela, agora, reúne
representa 216 milhões de pessoas. É como se mais
todos os setores da economia que utilizam recursos
biológicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibi- que toda a população brasileira saísse da subnutrição
litar soluções eficazes e coerentes para os problemas em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo
socioambientais contemporâneos: mudanças climáti- ainda vive sem acesso a uma dieta(C) que forneça o
cas, crise econômica mundial, substituição do uso de mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma
energias fósseis, saúde, qualidade de vida da popula- vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente
ção, entre outros. por fome ou problemas derivados dela.

O objetivo é criar uma economia inovadora com bai- Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização
xas emissões de poluentes, que concilie as exigências das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricul-
para a agricultura sustentável e a pesca, a segurança tura) mostra que a produção mundial de alimentos é
alimentar e o uso sustentável dos recursos biológicos suficiente para atender a demanda (A) das 7,3 bilhões
renováveis para fins industriais, e que assegure, ao de pessoas que habitam a Terra (D). Apesar disso,
mesmo tempo, a biodiversidade e a proteção ambien- aproximadamente uma em cada nove dessas pes-
tal. A bioeconomia contempla não apenas setores tra- soas ainda vive a realidade da fome. A pesquisa põe
dicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas em xeque toda a política internacional de combate à
também setores como as biotecnologias e bioener- subnutrição crônica colocada em prática nas últimas
gias. Ao que tudo indica, o futuro será definitivamente décadas. Em vez de crescimento da produção e aju-
bio. das momentâneas, surge agora como caminho uma
abordagem territorial que valorize e potencialize a pro-
Marina Santos Chiapetta. Internet: <www.ecycle.com.br> (com
dução local(E).
adaptações).

Cada uma das opções a seguir apresenta uma pro- Embora os números absolutos estejam caindo, o tema
posta de reescrita para o seguinte segmento do tex- ainda é um dos mais delicados da agenda internacio-
to CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada à melhoria de nal. Um exemplo da extensão do problema está na
nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnolo- declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações
gias”. Assinale a opção em que a reescrita apresenta- Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4
LÍNGUA PORTUGUESA

da mantém a correção gramatical do texto. milhão de crianças, de quatro diferentes países da


África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, cor-
a) A bioeconomia está ligada a melhoria de nosso desen- re risco iminente de morrer de fome. A questão é tão
volvimento e à buscas por novas tecnologias antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente
b) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso com a estrutura política e econômica sobre a qual o
desenvolvimento e a busca por novas tecnologias sistema internacional está construído. Concentração
c) A bioeconomia está ligada a melhorias de nosso da renda e da produção, falta de vontade política e até
desenvolvimento e buscas por novas tecnologias mesmo desinformação e consolidação de uma cultura
d) A bioeconomia está ligada à melhorias de nosso alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o
desenvolvimento e à buscas por novas tecnologias cenário da fome e da desnutrição no planeta.
e) A bioeconomia está ligada à uma melhoria de nosso
desenvolvimento e busca por novas tecnologias Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações) 75
A correção gramatical do texto CG2A1-I seria preser- No terceiro parágrafo do texto CG1A1-I, a forma pro-
vada se fosse inserido sinal indicativo de crase em nominal “o”, em “o lançam”, faz referência a

a) “a demanda”. a) “esforço”.
b) “as políticas públicas”. b) “homem”.
c) “a uma dieta”. c) “outro”.
d) “a Terra”. d) “espaço”.
e) “a produção local”. e) “interior”.

5. (CESPE-CEBRASPE — 2020) 6. (CESPE-CEBRASPE — 2020)

Texto CG1A1-I Texto CG2A2-I

“Família, família/ vive junto todo dia/ nunca perde essa Atribui-se(D) ao filósofo Rousseau(A) o uso originário
mania” — os versos da canção Família, composta por da expressão serviço público(B). Em um texto da obra
Arnaldo Antunes e Tony Belotto na década de 80 do O contrato social(C), a expressão abrange qualquer
século passado, no Brasil, parece que já não traduzem atividade estatal(E). E o faz com duas conotações: de
mais a realidade dos arranjos familiares. Observa-se um lado, trata-se de atividades destinadas ao serviço
que a solidez dos lugares ocupados por cada uma do público, isto é, ações pelas quais se assegura aos
das pessoas, nos moldes da família nuclear, não se cidadãos a satisfação de uma necessidade sentida
adéqua à realidade social do momento, em que as coletivamente, sem que cada um tenha de atendê-la
relações são caracterizadas por sua dinamicidade e pessoalmente; de outro, é concebida como uma ativi-
pluralidade. De acordo com o médico e psicanalista dade estatal que sucede ao serviço do rei, porque se
Jurandir Freire Costa, “família nem é mais um modo de operou uma substituição na titularidade da soberania.
transmissão do patrimônio material; nem de perpetua-
ção de nomes de linhagens; nem da tradição moral ou Na França e nos países que sofreram sua influência,
religiosa; tampouco é a instituição que garante a esta- esse conceito político de Rousseau vai extravasar para
bilidade do lugar em que são educadas as crianças”. o plano jurídico, com as duas mesmas notas entrela-
çadas, que, por sinal, permanecem válidas na confi-
Então, o que é a família? Como defini-la, consideran- guração atual do conceito, quais sejam: 1) trata-se de
do-se que uma de suas marcas na pós-modernidade é uma atividade estatal, não de uma atividade privada;
justamente a falta de definição? Para a cientista social 2) trata-se de uma atuação a serviço do público para
e política Elizabete Dória Bilac, a variabilidade histó- satisfazer a uma necessidade sentida coletivamente
rica da instituição família desafia qualquer conceito pela sociedade.
geral de família.
Ademais, para a captação do conceito de serviço públi-
A centralidade assumida pelos interesses individuais co, deve-se considerar ainda o fator histórico- político,
no mundo contemporâneo é um dos aspectos que o seu surgimento em uma época presidida ideologica-
influenciam a singularidade de cada família e distin- mente por determinada concepção das relações entre
guem os propósitos que justificam a escolha de duas Estado e sociedade e pela separação de suas distintas
pessoas ou mais viverem juntas, compartilhando esferas de atuação, que apareceram com a Revolução
regras, necessidades e obrigações. Se não é fácil defi- Francesa.
nir a família, é legítimo o esforço A) de tentar decifrar
quem é o homem B) pós-moderno e quais as neces- A concepção predominante no século XIX, na fórmula
sidades emergentes que o impulsionam ao encontro do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia
com o outro C), seja no espaço D) social, seja no inte- o distanciamento do Estado em relação à vida social,
rior E) da família, produzindo significados e razões econômica e religiosa dos indivíduos.
que o lançam na busca de realização.
Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não
Segundo o filósofo francês Dany-Robert Dufour, a pós- interferência do Estado na sociedade; daí as reduzi-
-modernidade produz um sujeito não engendrado, o das funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no
que significa um sujeito que se vê na posição de não âmbito econômico e social. Em segundo lugar, impor-
dever mais nada à geração precedente. Trata-se de
tava no antagonismo à existência de grupos interme-
uma condição que comporta riscos, pois, segundo
diários que pudessem interpor-se entre o indivíduo
Dufour, desaparece o motivo geracional. No que tange
e o Estado, como associações políticas, culturais,
à família, a consequência é o surgimento de relações
profissionais.
pautadas em trocas reais e carentes de valores sim-
bólicos que se contraponham à lógica do consumo.
Ficando o indivíduo politicamente só diante do Esta-
Assim, assiste-se a uma ruptura na ordem da trans-
do, este se viu progressivamente obrigado a assumir,
missão, o que gera indivíduos desprovidos de identi-
como próprias, algumas tarefas que, até então, não
dade sólida, condição esta que acarreta a redução de
tinham sido consideradas estatais, por serem desen-
sua capacidade crítica e dificulta o estabelecimento
volvidas pela sociedade organicamente estruturada,
de compromisso com a causa que lhe precede.
ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas
Fernanda Simplício Cardoso e Leila Maria Torraca de Brito.
múltiplas personificações), pelas fundações, pelas
Reflexões sobre a paternidade na pós-modernidade. Internet:<www. corporações, pelas universidades e por outros entes
76 newpsi.bvs-psi.org.br> (com adaptações). representativos do corpo social.
Assim aconteceu, até meados do século XIX, com Ficando o indivíduo politicamente só diante do Esta-
os hoje chamados serviços públicos assistenciais e do, este se viu progressivamente obrigado a assumir,
sociais, aqueles que garantiam o direito do adminis- como próprias, algumas tarefas que, até então, não
trado à conservação da vida e da saúde e ao aprimo- tinham sido consideradas estatais, por serem desen-
ramento de sua personalidade, como beneficência, volvidas pela sociedade organicamente estruturada,
saúde e educação, que eram atividades assumidas ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas
pela sociedade, embora o Estado as regulasse. múltiplas personificações), pelas fundações, pelas
corporações, pelas universidades e por outros entes
Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço representativos do corpo social.
público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com
adaptações).
Assim aconteceu, até meados do século XIX, com
No texto CG2A2-I, o vocábulo “o”, em “E o faz com os hoje chamados serviços públicos assistenciais e
duas conotações”, refere-se à ideia anterior expressa sociais, aqueles que garantiam o direito do adminis-
pelo termo trado à conservação da vida e da saúde e ao aprimo-
ramento de sua personalidade, como beneficência,
a) “Rousseau”. saúde e educação, que eram atividades assumidas
b) “serviço público”. pela sociedade, embora o Estado as regulasse.
c) “O contrato social”.
Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço
d) “Atribui-se”.
público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com
e) “abrange qualquer atividade estatal”. adaptações).

7. (CESPE-CEBRASPE — 2020) No terceiro parágrafo do texto CG2A2-I, o termo “que”,


em “que apareceram com a Revolução Francesa” (R.
Texto CG2A2-I 23 e 24), retoma

Atribui-se ao filósofo Rousseau o uso originário da a) “esferas de atuação”.


expressão serviço público. Em um texto da obra O b) “relações”.
contrato social, a expressão abrange qualquer ativi- c) “concepção” e “separação”.
dade estatal. E o faz com duas conotações: de um d) “fator histórico-político” e “surgimento”.
lado, trata-se de atividades destinadas ao serviço do e) “Estado” e “sociedade”.
público, isto é, ações pelas quais se assegura aos
cidadãos a satisfação de uma necessidade sentida
8. (CESPE-CEBRASPE — 2020)
coletivamente, sem que cada um tenha de atendê-la
pessoalmente; de outro, é concebida como uma ativi-
Texto CG3A1-I
dade estatal que sucede ao serviço do rei, porque se
operou uma substituição na titularidade da soberania.
No século 21, eu acredito que a missão da Organiza-
ção das Nações Unidas (ONU) será definida por uma
Na França e nos países que sofreram sua influência,
consciência nova e mais profunda da santidade e da
esse conceito político de Rousseau vai extravasar para
dignidade de cada vida humana, independentemente
o plano jurídico, com as duas mesmas notas entrela-
çadas, que, por sinal, permanecem válidas na confi- de raça ou religião. Isso irá requerer que levemos o
guração atual do conceito, quais sejam: 1) trata-se de nosso olhar para além da estrutura dos Estados, ou
uma atividade estatal, não de uma atividade privada; da simples superfície de nações ou comunidades.
2) trata-se de uma atuação a serviço do público para Devemos enfocar, como nunca, a melhoria das condi-
satisfazer a uma necessidade sentida coletivamente ções de vida de homens e mulheres, individualmente,
pela sociedade. que dão ao Estado ou à nação a sua riqueza e o seu
caráter.
Ademais, para a captação do conceito de serviço público,
deve-se considerar ainda o fator histórico- político, o seu Neste novo século, devemos começar pela compreen-
surgimento em uma época presidida ideologicamente são de que a paz pertence não somente aos Estados
por determinada concepção das relações entre Estado e ou povos, mas também a cada um e a todos os mem-
sociedade e pela separação de suas distintas esferas de bros dessas comunidades. A soberania dos Estados
atuação, que apareceram com a Revolução Francesa. não mais deverá ser utilizada como um escudo contra
grandes violações aos direitos humanos. A paz deve
LÍNGUA PORTUGUESA

A concepção predominante no século XIX, na fórmula ser real e tangível no dia a dia de cada indivíduo que
do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia dela necessite. Devemos buscá-la, acima de tudo,
o distanciamento do Estado em relação à vida social, pelo fato de ser a condição para que cada membro da
econômica e religiosa dos indivíduos. família humana possa levar uma vida de dignidade e
segurança.
Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não
interferência do Estado na sociedade; daí as reduzi- A lição do século passado nos fez entender que amea-
das funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no çar ou atropelar a dignidade do indivíduo — como
âmbito econômico e social. Em segundo lugar, impor- naqueles países onde o cidadão não desfruta do direi-
tava no antagonismo à existência de grupos interme- to básico de escolher o seu governo, ou do direito de o
diários que pudessem interpor-se entre o indivíduo escolher regularmente — resultou em conflitos, perdas
e o Estado, como associações políticas, culturais, de civis inocentes, vidas abreviadas e comunidades
profissionais. destruídas. 77
Com efeito, os obstáculos à democracia têm mui- 10. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
to pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais
com o desejo daqueles que se encontram no poder e Texto 1A3-II
querem manter sua posição a qualquer custo. Não se
trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte Entre os maiores poderes concedidos pela sociedade
específica do mundo. As pessoas de todas as cultu- ao Estado, está o poder de tributar. A tributação está
ras prezam por sua liberdade de escolha e sentem a inserida no núcleo do contrato social estabelecido
necessidade de ter direito de voz nas decisões que pelos cidadãos entre si para que se alcance o bem
afetam suas vidas. comum. Desse modo, o poder de tributar está na ori-
gem do Estado ou do ente político, a partir da qual foi
Kofi Annan [secretário-geral das Nações Unidas], 10 dez. 2001. possível que as pessoas deixassem de viver no que
In: Jerzy Szeremeta. Participação genuína na era da tecnologia Hobbes definiu como o estado natural (ou a vida pré-
de informação e comunicação (TIC). Fundação Luís Eduardo -política da humanidade) e passassem a constituir
Magalhães. Gestão pública e participação. Cadernos da FLEM. 20.ª uma sociedade de fato, a geri-la mediante um gover-
ed. Salvador: FLEM, 2005, cap. III, p. 105-6 (com adaptações). no, e a financiá-la, estabelecendo, assim, uma relação
clara entre governante e governados.
No terceiro parágrafo do texto CG3A1-I, a termo “o”,
em “o escolher”, refere-se a A tributação, portanto, somente pode ser compreen-
dida a partir da necessidade dos indivíduos de esta-
a) “século passado”. belecer convívio social organizado e de gerir a coisa
b) “indivíduo”. pública mediante a concessão de poder a um sobera-
c) “cidadão”. no. Em decorrência disso, a condição necessária (mas
d) “direito básico”. não suficiente) para que o poder de tributar seja legí-
e) “o seu governo”. timo é que ele emane do Estado, pois qualquer impo-
sição tributária privada seria comparável a usurpação
9. (CESPE-CEBRASPE — 2019) ou roubo.

Internet: <www.receita.fazenda.gov.br> (com adaptações).


Texto 1A3-I
Com relação às propriedades linguísticas do texto
A política tributária não se restringe ao objetivo de 1A3-II, julgue os itens a seguir.
abastecer os cofres públicos, mas tem também obje-
tivos econômicos e sociais. Se fosse aumentada a I. O referente da forma verbal “passassem” é o termo “as
tributação sobre um produto considerado nocivo para pessoas”.
o consumidor ou para a sociedade, o seu consumo II. As formas pronominais presentes em “geri-la” e “finan-
poderia ser desestimulado. Caso a intenção fosse ciá-la” possuem referentes distintos no texto.
promover uma melhor distribuição de renda, o Estado III. O referente da forma pronominal “ele” é a expressão “o
poderia reduzir tributos incidentes sobre os produtos poder de tributar”.
mais consumidos pela população de renda mais baixa IV. A inserção do sinal indicativo de crase em “a usurpa-
e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta. ção” não prejudicaria a correção gramatical do texto.

Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação Estão certos apenas os itens:
de determinado setor da economia, os custos desse
setor diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos a) I e III.
preços de seus produtos e poderia gerar um cresci- b) I e IV.
mento das vendas. Outro efeito viável dessa política c) II e IV.
d) I, II e III.
seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-
e) II, III e IV.
-se, assim, a elevação dos seus investimentos — e,
consequentemente, da produção — e o surgimento de
11. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
novas empresas, o que provavelmente resultaria no
crescimento da produção, bem como no acirramento
Texto 1A2-I
da concorrência, com possíveis reflexos sobre os pre-
ços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria Ética é o conjunto de princípios e valores que usamos
estimulado. individualmente para decidir nossa conduta social. Se
só existisse um ser humano no planeta, não existiria a
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).
questão ética, porque ela é a regulação da conduta, da
vida coletiva. Esse sujeito único seria absolutamente
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I soberano para fazer tudo sem se importar com nada.
seriam preservados caso o fragmento “favorecendo- Como vivemos todos juntos, precisamos ter princípios
-se, assim, a elevação dos seus investimentos” fosse e valores de convivência, de maneira que tenhamos
reescrito da seguinte forma. uma vida íntegra, do ponto de vista físico, material e
espiritual.
a) que favorecerá, assim, a elevação dos seus investimentos
b) em que favorece, assim, a elevação dos seus investimentos A ética é o conjunto desses princípios de convi-
c) à qual favoreça, assim, a elevação dos seus investimentos vência(E). A moral é a prática. Não existe ética
d) cuja elevação dos investimentos seria, assim, favorecida individual(D), existe ética de um grupo(C), de uma
78 e) o que favoreceria a elevação dos seus investimentos sociedade, de uma nação. Porém, existe moral
individual(B), porque moral é a prática. Ainda não resolver grande número de problemas materiais do
temos uma ética universal(A), isto é, que tenha valida- homem, quem sabe, inclusive, o da alimentação.
de para todos os seres humanos em qualquer tempo
e em qualquer lugar. O que mais se aproximou disso No entanto, a irracionalidade do comportamento é
foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de também máxima, servida frequentemente pelos mes-
1948. mos meios que deveriam realizar os desígnios da
racionalidade. Assim, com a energia atômica, pode-
As grandes questões universais são: o que é certo e o mos, ao mesmo tempo, gerar força criadora e destruir
que é errado? O que é o bem e o que é o mal? Tenho a vida pela guerra; com incrível progresso industrial,
um princípio pessoal para julgar o que é bom e o que aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca
é ruim. Tudo o que eu fizer que ajude a mim ou outro sonhados, mas excluímos dele as grandes massas
ser humano a ter mais vitalidade e não diminua sua que condenamos à miséria; em muitos países, quanto
dignidade e capacidade é bom. Tudo o que eu fizer que mais cresce a riqueza, mais aumenta a péssima dis-
diminua sua dignidade, capacidade ou vitalidade não é tribuição dos bens. Portanto, podemos dizer que os
bom. mesmos meios que permitem o progresso podem pro-
vocar a degradação da maioria.
As questões éticas podem mudar ao longo da histó-
ria. O advento das plataformas digitais, por exemplo, Na Grécia antiga, por exemplo, teria sido impossível
trouxe novas questões éticas relacionadas à ideia de pensar em uma distribuição equitativa dos bens mate-
privacidade. A ética é relativa ao seu tempo. Ela só é riais(A), porque a técnica ainda não permitia superar
compreendida quando se levam em consideração a as formas brutais de exploração do homem(B), nem
sociedade em que surge, a época em que vem à tona e criar abundância para todos(C). Em nosso tempo, é
também a cultura em que se situa. possível pensar nisso, mas o fazemos relativamente
pouco. Essa insensibilidade(D) nega uma das linhas
Há coisas que quero, mas não posso. Há coisas que mais promissoras da história do homem ocidental,
posso, mas não devo. E há coisas que devo, mas não aquela que se nutriu das ideias amadurecidas no cor-
quero. O equilíbrio na vida vem quando o que você rer dos séculos XVIII e XIX(E).
quer é algo que você pode e algo que você deve.
Essas ideias abriram perspectivas que pareciam levar
Posso fazer qualquer coisa porque sou livre, mas não à solução dos problemas dramáticos da vida em
devo fazer qualquer coisa. E o que não devo fazer? O sociedade. E, de fato, durante muito tempo, acredi-
que macula a minha história, o que torna desonrosa a tou-se que, removidos uns tantos obstáculos, como
minha vitória, o que torna indecente o meu sucesso, o a ignorância e os sistemas despóticos de governo,
que torna repugnante o meu patrimônio... Isto é, tudo as conquistas do progresso seriam canalizadas no
aquilo que fraturar, que apodrecer a minha integridade. rumo imaginado pelos utopistas, porque a instrução,
o saber e a técnica levariam, necessariamente, à feli-
Até o século VI a.C., ethos (em grego arcaico) signi- cidade coletiva. Contudo, mesmo onde esses obstá-
ficava morada do humano, o lugar onde nós vivemos culos foram removidos, a barbárie continuou entre
juntos. Depois, os gregos passaram a chamar isso os homens, embora não mais se ache normal o seu
de oikos, o que chamamos de ecologia. Se moramos elogio, como se todos soubessem que ela é algo a ser
juntos, temos de conviver bem. Os latinos traduziram ocultado e não proclamado.
isso por “moral” — morada, moradia — ou “hábito” —
habitação. É onde vivemos juntos. Portanto, a ética Antonio Candido. Vários escritos. 3.ª ed. rev. e ampl. São Paulo:
Duas Cidades, 1995, p. 169-70 (com adaptações).
relaciona-se com a nossa convivência. Não existe
ser humano que tenha só vivência; tudo para nós é
convivência. No texto CB1A1-I, a forma pronominal presente na
contração “nisso” refere-se a
Mario Sergio Cortella. Ética e convivência. Internet: <www.multirio.
rj.gov.br> (com adaptações). a) “uma distribuição equitativa dos bens materiais”.
b) “superar as formas brutais de exploração do homem”.
No texto 1A2-I, a forma pronominal isso, em “disso”, c) “criar abundância para todos”.
remete a d) “Essa insensibilidade”.
e) “ideias amadurecidas no correr dos séculos XVIII e XIX”.
a) “ética universal”.
b) “moral individual” 13. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
c) “ética de um grupo”.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) “ética individual”. Algumas comidas curam, outras condenam o metabo-


e) “o conjunto desses princípios de convivência”. lismo. Inúmeras enfermidades estão associadas aos
vários tipos de alimentos. Assim como o sal é proibi-
12. (CESPE-CEBRASPE — 2019) tivo para quem sofre de problemas cardiovasculares
e o açúcar é fatal para o diabético, leites e derivados,
Texto CB1A1-I por exemplo, embora naturais, vêm se mostrando dire-
tamente relacionados a doenças crônicas e prosaicas,
É impressionante como, em nosso tempo, somos como a asma. Manifestada a doença, o passo seguin-
contraditórios no que diz respeito aos direitos humanos. te é consumir remédios para neutralizar sua ação.
Em comparação a eras passadas, chegamos a um Para a química Conceição Trucom, que estuda temas
máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre voltados à alimentação natural, esse é um caminho
a natureza, o que permite imaginar a possibilidade de perigoso: “A doença nos indica que algo está errado.
79
Deveríamos enxergá-la não como uma inimiga que 15. (CESPE-CEBRASPE — 2020)
deve ser combatida, mas sim como uma amiga sin-
cera, que tem coragem de nos dizer que alguma coi- Texto CG1A1-I
sa está errada”. Quando a doença aparece, é hora de
entender a quais fatores ela está relacionada e fazer O estudo do desenvolvimento das ciências vai muito
uma investigação minuciosa da alimentação. além da simples percepção da progressão da técni-
ca ou do entendimento de como determinado objeto
Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br. Acesso em: 1 surgiu e de como ele funciona. Acima de tudo, trata
nov. 2018 (adaptado).
de compreender as variáveis incutidas nos desdo-
bramentos da evolução científico- tecnológica. Saber
No texto anterior, garante a progressão textual
quem melhor se aproveitou dessa evolução, qual teria
sido sua finalidade e quais mudanças sociais e de con-
a) a comparação da doença a uma amiga.
cepções culturais a ciência operou constitui o objetivo
b) a estruturação do texto em um único parágrafo.
último do historiador da ciência. Partir da máxima de
c) o emprego das aspas para destacar a fala da química.
Francis Bacon, de que o saber confere poder, pode ser
d) o emprego das expressões “Assim como” e “o passo
um início muito esclarecedor para essa questão.
seguinte”.
e) a menção a uma pessoa de referência na área de
A ciência tem como pressuposto de sua práxis a utili-
conhecimento tratada no texto.
zação de modelos teóricos que obedeçam a determi-
nados princípios, sem que isso implique a aceitação de
14. (CESPE-CEBRASPE — 2020)
uma razão universal e impessoal, à medida que os indi-
víduos inventam e constroem diversas racionalidades
Texto CG4A1-I
inerentes a cada sociedade e seus respectivos tipos de
saberes. Estes, por sua vez, exprimem estruturas, valo-
O peso de Eurídice se estabilizou, assim como a roti-
res e projetos específicos que geram, no interior dessas
na da família Gusmão Campelo. Antenor saía para
sociedades, concepções peculiares de conhecimen-
o trabalho, os filhos saíam para a escola e Eurídice
to, posto que o modo de questionar é solidário com o
ficava em casa, moendo carne e remoendo os pen-
modo de ser e viver, de crenças e valores, de práticas e
samentos estéreis que faziam da sua vida infeliz. Ela
instituições, presentes em cada grupo social.
não tinha emprego, ela já tinha ido para a escola, e
como preencher as horas do dia depois de arrumar as
Paulo Ferraz de Camargo Oliveira. Herança ou ruptura? In: Revista
camas, regar as plantas, varrer a sala, lavar a roupa, Leituras da História, n.º 129. São Paulo: Editora Escala, 2019, p. 17
temperar o feijão, refogar o arroz, preparar o suflê e (com adaptações).
fritar os bifes? Porque Eurídice, vejam vocês, era uma
mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados, Assinale a opção que apresenta o principal objeti-
ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório, vo do historiador da ciência, na perspectiva do texto
ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas bran- CG1A1-I.
cas, ela escreveria clássicos. No entanto, o que lhe
deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito a) estudar o funcionamento de determinada máquina
rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, b) narrar fatos ligados ao desenvolvimento tecnológico
olhando as unhas e pensando no que deveria pensar. c) identificar mudanças sociais trazidas pela ciência
E foi assim que concluiu que não deveria pensar, e que, d) testar diferentes teorias e métodos de pesquisa
para não pensar, deveria se manter ocupada todas as e) adotar a ciência como técnica universal e impessoal
horas do dia, e que a única atividade caseira que ofe-
recia tal benefício era aquela que apresentava o dom 16. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
de ser quase infinita em suas demandas diárias: a
culinária. Eurídice jamais seria uma engenheira, nunca
Texto 1A11-I
poria os pés em um laboratório e não ousaria escrever
versos, mas essa mulher se dedicou à única atividade
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de
permitida que tinha um certo quê de engenharia, ciên-
glória no distante ano de 1837.
cia e poesia. Todas as manhãs, depois de despertar,
preparar, alimentar e se livrar do marido e dos filhos,
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça
Eurídice abria o livro de receitas da Tia Palmira.
do (hoje) desconhecido compositor, junto com outra,
Martha Batalha. A vida invisível de Eurídice Gusmão. 1.ª ed. São do admirável, maravilhoso e extraordinário Beetho-
Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações). ven (os adjetivos aqui podem ser verdadeiros, mas —
como se verá — relativos). A plateia, formada por um
Infere-se do texto CG4A1-I que a personagem Eurídice público refinado, culto e um pouco bovino, como são,
dedicava-se à culinária porque sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com
impaciência.
a) essa atividade era um meio de expressar suas
potencialidades. Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido.
b) ela alimentava aversão aos estudos acadêmicos. Depois, quando chegou a vez do obscuro e inferior
c) essa atividade consistia em uma das suas habilidades Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com
natas. ouvidos mais sensíveis, depois de lerem o programa
d) ela tinha receio de fazer um curso superior. que anunciava as peças do músico menor, retiraram-
e) essa atividade permitia expandir suas relações -se do teatro, incapazes de suportar música de má
80 interpessoais. qualidade.
Como sabemos, os melômanos são impacientes com Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização
as obras de epígonos, tão céleres em reproduzir, em das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricul-
clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos tura) mostra que a produção mundial de alimentos é
grandes artistas. suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de
pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproxima-
damente uma em cada nove dessas pessoas ainda
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico vive a realidade da fome. A pesquisa põe em xeque
invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis toda a política internacional de combate à subnutrição
e Beethoven... crônica colocada em prática nas últimas décadas. Em
vez de crescimento da produção e ajudas momentâ-
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, neas, surge agora como caminho uma abordagem ter-
foi recebida com entusiasmo e paixão, e a de Beetho- ritorial que valorize e potencialize a produção local.
ven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria ainda é um dos mais delicados da agenda internacio-
nal. Um exemplo da extensão do problema está na
nos tornar mais atentos e menos arrogantes a respei-
declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações
to do que julgamos ser arte. Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4
milhão de crianças, de quatro diferentes países da
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, cor-
de recepção é correr o risco de aplaudir Pixis como se re risco iminente de morrer de fome. A questão é tão
fosse Beethoven. antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente
com a estrutura política e econômica sobre a qual o
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser escritor. São Paulo: sistema internacional está construído. Concentração
Leya, 2010 (com adaptações). da renda e da produção, falta de vontade política e até
mesmo desinformação e consolidação de uma cultura
O autor do texto 1A11-I apresenta a narrativa do con- alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o
certo de Liszt com o propósito de cenário da fome e da desnutrição no planeta.

Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).


a) reconhecer que Pixis era tão genial quanto Beethoven.
b) criticar o modo como algumas pessoas consomem
Infere-se do texto CG2A1-I que uma das contribuições
arte. do estudo publicado em 2016 pela FAO foi:
c) dar notoriedade à carreira de Pixis.
d) alertar o público de que não se deve confiar em tudo a) fornecer dados estatísticos inéditos acerca da situa-
que se lê. ção da fome e da produção de alimentos no mundo.
e) incentivar o público a ampliar seu repertório musical. b) desconstruir a ideia de que a situação da fome no mundo
decorre de escassez na produção mundial de alimentos.
17. (CESPE-CEBRASPE — 2019) c) distinguir as consequências da política internacional de
combate à subnutrição crônica em diferentes países.
Texto CG2A1-I d) fortalecer as medidas de combate à fome centradas
no aumento da produção mundial de alimentos.
e) propor a expansão das estratégias de combate à fome
Na década de 1960, o mundo passou por um aumento
adotadas em diferentes países nas últimas décadas.
populacional inédito devido à brusca queda na taxa de
mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capa-
18. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
cidade dos países em produzir comida para todos.
A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e
O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao infer-
métodos que aumentassem a produção. no: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são
outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera;
Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Eco- os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predi-
nomia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes, camento distingue muito bem São Basílio Magno. Não
identificou a existência de populações com fome mes- só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou
mo em países que não convivem com problemas de espreitamos que se vão banhar para lhes colher a rou-
abastecimento. O economista indiano traçou então, pa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem
pela primeira vez, uma relação causal entre fome e este título são aqueles a quem os reis encomendam os
questões sociais como pobreza e concentração de exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a
renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e administração das cidades, os quais já com mancha, já
LÍNGUA PORTUGUESA

mudou o tom do debate internacional sobre a questão com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam
e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os
outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enfor-
As últimas décadas foram de grande evolução no com- cam. Diógenes que tudo via com mais aguda vista que
os outros homens viu que uma grande tropa de varas
bate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos,
e ministros da justiça levava a enforcar uns ladrões e
7,7% da população mundial superou o problema, o que
começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar
representa 216 milhões de pessoas. É como se mais os pequenos... Quantas vezes se viu em Roma a enfor-
que toda a população brasileira saísse da subnutrição car o ladrão por ter roubado um carneiro, e no mesmo
em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo dia ser levado em triunfo, um cônsul, ou ditador por ter
ainda vive sem acesso a uma dieta que forneça o míni- roubado uma província?...De Seronato disse com dis-
mo de calorias e nutrientes necessários para uma vida creta contraposição Sidônio Apolinário: Nom cessat
saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por simul furta, vel punire, vel facere. Seronato está sempre
fome ou problemas derivados dela. 81
ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os 20. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
fazer. Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria
tirar os ladrões do mundo para roubar ele só! Decla- “A luta pela democracia no Brasil exige hoje que a inter-
rando assim por palavras não minhas, senão de mui- net seja livre. Na verdade, um aspecto interessante da
to bons autores, quão honrados e autorizados sejam contemporânea evolução do capitalismo dá-se pela cen-
os ladrões de que falo, estes são os que disse, e digo tralidade da produção de bens imateriais, que acrescen-
levam consigo os reis ao inferno. tam à riqueza comum. É por isso necessário que essa
riqueza venha a tomar forma na universalização do aces-
VIEIRA, Antônio. O sermão do bom ladrão. Disponível em: www. so aos meios de comunicação, de democracia e de ela-
dominiopublico.gov.br. Acesso em: nov. 2016 (adaptado). boração simbólica. A imposição de limites ao transporte
eletrônico de dados vai na contramão desse propósito.
Padre Antônio Vieira, clérigo jesuíta de origem portu- Eis porque é absolutamente essencial reconhecer essa
guesa que viveu no Brasil no século XVII, proferiu inú- outra agenda de lutas em defesa da liberdade e da digni-
meros sermões que articulavam questões teológicas dade humana.”
e políticas. Em O Sermão do Bom Ladrão — apresenta-
do em 1655, em Lisboa —, para convencer sua audiên- SALOMÃO, Margarida. Revista Teoria e Debate. Edição 149. 29 jun.
cia do ponto de vista defendido sobre a classe política, 2018.
Vieira adota como estratégia
Qual expressão sintetiza a posição crítica defendida
a) traçar um paralelo que evidencie o contraste das puni- pela autora em relação ao uso social da internet como
ções atribuídas a quem comete pequenos delitos e sistema de comunicação e informação?
àqueles que atentam contra toda a sociedade.
a) Mais acesso à internet significa mais acesso à democracia.
b) recorrer ao apelo sentimental de narrativas sobre con-
b) A evolução do capitalismo impede a produção de bens
denações de inocentes a fim de comover o público e
imateriais.
despertar a consciência da injustiça.
c) Menos acesso à internet torna impraticável a liberdade
c) citar referências da literatura latina como argumento de pensamento.
de autoridade, dificultando a contra-argumentação de d) A universalização do acesso à internet dificulta a produ-
sua crítica à postura criminosa dos homens públicos. ção de riqueza comum.
d) apelar para o efeito de consternação provocado pela des- e) Menos acesso à democracia corresponde à imposição
crição detalhada de imagens de violência física cometida de limites ao transporte de dados.
pelos homens públicos contra a população mais pobre.
e) construir uma gradação em termos de gravidade dos
delitos cometidos pelos políticos, destacando primei-
9 GABARITO
ramente os que cometem crimes para a própria sobre-
vivência até aqueles que roubam para exercer o poder. 1 C

2 D
19. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
3 C

4 A

5 B

6 E

7 A

8 E

9 E
A imagem anterior retrata a relação entre evolução e 10 A
domínio de novas tecnologias pelos homens. Sendo
verdadeiras as correlações ali estabelecidas, há uma 11 A
tendência observável no mundo: que o uso das tecno- 12 A
logias de comunicação e de informação
13 D
a) impacte a evolução do homem como espécie e seu
14 A
modo de produção, mas não sua organização social.
b) impacte a evolução do homem como espécie e sua 15 C
organização social, mas não seu modo de produção.
c) impacte a evolução do homem como espécie, mas não 16 B
seu modo de produção nem sua organização social. 17 B
d) não impacte a evolução do homem como espécie,
mas impacte sua organização social e seu modo de 18 A
produção.
19 D
e) não impacte a evolução do homem como espécie nem
seu modo de produção, mas impacte seu modo de 20 A
82 organização social.
fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário
Augusto Teixeira de Freitas. O nome atual data de
1938. A sede do IBGE está localizada na cidade do Rio
de Janeiro.
O IBGE possui atribuições ligadas às geociências
ÉTICA NO SERVIÇO e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o
que inclui realizar censos e organizar as informações
PÚBLICO obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas
governamentais federal, estadual e municipal e para
outras instituições e o público em geral. Também rea-
liza vários tipos de censos, embora o mais conhecido
seja o censo demográfico, o qual é o conjunto de dados
CÓDIGO DE ÉTICA DO IBGE estatísticos sobre a população de um país. No Brasil,
os censos demográficos são realizados a cada dez anos
INTRODUÇÃO em média.
O censo demográfico é uma pesquisa sobre a
Na Administração Pública brasileira, a ética tem população que possibilita a recolha de várias infor-
assumido um papel de destaque. O IBGE, como não mações, tais como: o número de habitantes; o número
poderia deixar de ser, vem incentivando e instigando de homens, mulheres, crianças e idosos; onde e como
a difusão daquilo que se entende por ética no âmbi- vivem essas pessoas; se vivem de aluguel ou possuem
to administrativo federal. Para tanto, a Presidência casa própria; e informações sobre o trabalho que rea-
da Casa, entre outras medidas, delegou, à Comissão lizam — qual o tipo de mão de obra, qual o valor do
de Ética do IBGE, a elaboração de dois documentos salário, se possuem formação na área em que atuam
essenciais: o Código de Ética Profissional do Servidor etc.), entre outras coisas.
Público do IBGE e o Regimento Interno da Comissão A missão do IBGE é mostrar o Brasil, fornecendo
de Ética do IBGE (disponível somente em formato digi- as informações necessárias ao conhecimento de sua
tal, no seguinte endereço eletrônico: http://w3.presi- realidade e ao exercício da cidadania. Segundo con-
dencia.ibge.gov.br/etica). ceito amplo, a cidadania é o agrupamento de direitos
O Código de Ética Profissional do Servidor Público e deveres exercidos por aqueles que vivem em socie-
do IBGE propende a estabelecer, essencialmente, os dade. É a expressão ao seu poder e grau de interven-
princípios de natureza deontológica, os deveres e as ção no usufruto de seus espaços e na sua posição em
vedações a que estão sujeitos os agentes públicos lota- poder nele intervir e transformá-lo.
dos no Instituto. Documento de imprescindível leitu- Neste sentido, o IBGE oferece um panorama
ra, o Código foi construído, naturalmente, a partir do objetivo e atual do país, com a produção e a dissemi-
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil nação de informações de natureza estatística, geográ-
do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), fica e ambiental. Essa missão se concretiza quando
agregando a ele, contudo, algumas particularidades o IBGE:
do trabalho realizado no IBGE.
O Regimento Interno da Comissão de Ética do z Identifica, mapeia e analisa o território;
IBGE, por sua vez, delimita e define as competências e z Realiza a contagem da população;
atribuições da Comissão de Ética do IBGE, cuja função z Informa como a população vive;
primeira — destaca-se — é a de orientar e educar roti- z Apresenta a evolução da economia a partir de esta-
neiramente o agente público para a ética. O Regimen- tísticas do trabalho e da produção.
to também estabelece, não obstante, o rito processual
pelo qual se orienta a Comissão quando provocada Tais informações, relevantes e confiáveis, são
por denúncia ou, ainda, ex offício, nos Processos de essenciais para a consolidação de uma sociedade
Apuração Ética, e segue de maneira estrita a Resolu- democrática e para o planejamento de políticas públi-
ção nº 10/2008 da Comissão de Ética Pública, vincula- cas. Políticas públicas são ações e programas que são
da à Presidência da República. desenvolvidos pelo Estado com o objetivo de garan-
tir e colocar em prática direitos que são previstos na
O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E Constituição Federal e em outras leis. São medidas e
ESTATÍSTICA programas criados pelos governos dedicados a garan-
tir o bem-estar da população. O planejamento, a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

O IBGE é o órgão coordenador e produtor de infor- criação e a execução dessas políticas são realizados
mações estatísticas e geográficas do país. Para que por meio de um trabalho em conjunto dos três Pode-
suas atividades possam cobrir todo o território nacio- res que formam o Estado: Legislativo, Executivo e
nal, a instituição conta com uma rede nacional de pes- Judiciário.
quisa e disseminação, composta por:
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR
z 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados PÚBLICO DO IBGE
e 1 no Distrito Federal);
z 570 Agências de Coleta de Dados nos principais Deontologia, teoria a qual faz parte da filosofia
municípios. moral contemporânea, significa ciência do dever e da
obrigação. Ela é um tratado dos deveres e da moral o
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística qual estabelece normas sobre as escolhas dos indiví-
(IBGE) é um instituto público da administração fede- duos, ditando o que é moralmente necessário, a fim de
ral brasileira, criado em 1934 e instalado em 1936 nortear o que realmente deve ser feito. Para os pro-
com o nome de Instituto Nacional de Estatística. Seu fissionais, deontologia são normas estabelecidas não 83
pela moral, mas, sim, para a correção de suas inten- VI - A função pública deve ser tida como exer-
ções, ações, direitos, deveres e princípios. cício profissional e, portanto, se integra na vida
No Capítulo I, seção I, do Código de Ética Profissio- particular de cada servidor público. Assim, os fatos
nal do Servidor Público do IBGE, encontramos que: e atos verificados na conduta do dia a dia em sua
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a efi- bom conceito na vida funcional.
ciência e a consciência dos princípios morais VII - Salvo os casos de segurança nacional,
são primados maiores que devem nortear o investigações policiais ou interesse superior
servidor público do IBGE, seja no exercício do do Estado e da Administração Pública, a serem
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o preservados em processo previamente declara-
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus do sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
atos, comportamentos e atitudes serão direciona- qualquer ato administrativo constitui requisito
dos para a preservação da honra e da tradição do de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum,
serviço público, como um todo, e, em especial, das
imputável a quem a negar. Entretanto, os dados
pesquisas estatísticas e geocientíficas oficiais, cujas
individuais de pessoas físicas ou jurídicas coletados
fontes de dados escolhidas devem contemplar a
pelo IBGE são estritamente confidenciais e exclusi-
qualidade, a oportunidade, os custos e o ônus para
vamente utilizados para fins estatísticos. Ademais,
os cidadãos.
leis, regulamentos e medidas que regem a operação
II - O servidor público não poderá jamais des-
dos sistemas estatístico e cartográfico no Instituto
prezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
devem ser de conhecimento público.
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal,
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O ser-
o justo e o injusto, o conveniente e o inconvenien-
vidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que con-
te, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente
trária aos interesses da própria pessoa interessada
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
Federal. Por se integrar à condição de servidor do
do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
IBGE, o elemento ético da conduta abrange, além
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
dos primados maiores, a adoção dos melhores
quanto mais a de uma Nação.
princípios, métodos e práticas, de acordo com con-
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem-
siderações estritamente profissionais, incluídos os
po dedicados ao serviço público caracterizam o
princípios técnicos, científicos e a ética profissional.
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que
paga seus tributos direta ou indiretamente significa
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar
Importante! dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio
público, deteriorando-o, por descuido ou má von-
Não é suficiente que o servidor se paute somen-
tade, não constitui apenas uma ofensa ao equipa-
te pela observância das leis e regras, deven- mento e às instalações ou ao Estado, mas a todos
do jamais desprezar o elemento ético de sua os homens de boa vontade que dedicaram sua inte-
conduta. ligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços
para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa
III - A moralidade da Administração Públi- à espera de solução que compete ao setor em que
ca não se limita à distinção entre o bem e o exerça suas funções, permitindo a formação de lon-
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o gas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
público, é que poderá consolidar a moralidade do principalmente grave dano moral aos usuários dos
ato administrativo. Para melhor exercício de sua serviços públicos.
função pública no IBGE, o servidor deve ter cons- XI - O servidor deve prestar toda a sua aten-
ciência da relevância das informações estatísticas ção às ordens legais de seus superiores, velan-
e geocientíficas, a fim de atender ao direito à infor- do atentamente por seu cumprimento, e, assim,
mação pública de modo imparcial e com igualdade evitando a conduta negligente. Os repetidos erros,
de acesso. É imprescindível que o servidor do IBGE o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às
zele pela qualidade dos processos de produção das vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mes-
informações oficiais, adotando critérios de boas mo imprudência no desempenho da função pública.
práticas tanto nas atividades finalísticas quanto XII - Toda ausência injustificada do servidor
nas atividades de apoio. de seu local de trabalho é fator de desmoraliza-
IV - A remuneração do servidor público é cus- ção do serviço público, o que quase sempre conduz
teada pelos tributos pagos direta ou indireta- à desordem nas relações humanas.
mente por todos, até por ele próprio, e por isso XIII - O servidor que trabalha em harmonia
se exige, como contrapartida, que a moralidade com a estrutura organizacional, respeitando
administrativa se integre no Direito, como elemen- seus colegas e cada concidadão, colabora e de
to indissociável de sua aplicação e de sua finalida- todos pode receber colaboração, pois sua ativi-
de, erigindo-se, como consequência, em fator de dade pública é a grande oportunidade para o cres-
legalidade. cimento e o engrandecimento da Nação. O caráter
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor colaborativo e participativo deve estar presente
público perante a comunidade deve ser enten- nas atividades estatísticas e cartográficas, privile-
dido como acréscimo ao seu próprio bem-es- giando-se, assim, um contato estreito e harmonioso
tar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, entre ambas as atividades – contato essencial para
o êxito desse trabalho pode ser considerado como melhorar a qualidade, comparabilidade e coerência
84 seu maior patrimônio. dos dados produzidos. Esse espírito colaborativo e
participativo deve estender-se à coordenação dos i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
sistemas estatísticos e cartográficos nacionais de quicos, de contratantes, interessados e outros que
responsabilidade do IBGE. Portanto, compete ao visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
Instituto propor, discutir e estabelecer, em conjun- gens indevidas em decorrência de ações imorais,
to com as demais instituições nacionais, diretrizes, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
planos e programas para a produção estatística
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
e cartográfica – processo que deve irradiar-se à
exigências específicas da defesa da vida e da
esfera internacional, especialmente na coopera-
ção bilateral e multilateral, a fim de melhorar as segurança coletiva;
informações estatísticas e geocientíficas oficiais l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certe-
em todos os países, por meio da utilização de con- za de que sua ausência provoca danos ao traba-
ceitos, classificações e métodos que promovam a lho ordenado, refletindo negativamente em todo o
coerência e a eficiência entre os diversos sistemas sistema;
estatísticos e cartográficos. m) comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
Principais deveres do servidor do IBGE público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de
A seção II do Código de Ética Profissional do Ser- trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
vidor Público do IBGE dispõe os principais deveres sua organização e distribuição;
desses servidores.
o) participar dos movimentos e estudos que
Os “deveres funcionais” são as obrigações e res-
se relacionem com a melhoria do exercício de
ponsabilidades a que o trabalhador se encontra vin-
culado e que são estabelecidas pelos seguintes meios: suas funções, tendo por escopo a realização do
bem comum;
z N ormas legais e regulamentares: regras definidas p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas
por lei e dirigidas aos agentes dos vários ramos adequadas ao exercício da função;
profissionais, que devem ser cumpridas no exer- q) manter-se atualizado com as instruções, as
cício das suas atividades; obrigações gerais con- normas de serviço e a legislação pertinentes ao
sagradas na legislação vigente, que devem ser órgão onde exerce suas funções;
cumpridas por parte do agente público. r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
z Normas voluntárias: As normas livremente acor- viço e as instruções superiores, as tarefas de
dadas entre as partes interessadas (por exemplo, seu cargo ou função, tanto quanto possível, com
entre o empregador e o empregado, entre o man-
critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sem-
dante e o mandatário etc.).
pre em boa ordem;
Veremos, a seguir, os deveres fundamentais ao ser- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou ser-
vidor do IBGE: viços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerro-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do gativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abs-
cargo, função ou emprego público de que seja tendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
titular; interesses dos usuários do serviço público e dos
b) exercer suas atribuições com rapidez, per- jurisdicionados administrativos;
feição e rendimento, pondo fim ou procurando u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
prioritariamente resolver situações procrastinató- função, poder ou autoridade com finalidade estra-
rias, principalmente diante de filas ou de qualquer nha ao interesse público, mesmo que observando
outra espécie de atraso na prestação dos serviços
as formalidades legais e não cometendo qualquer
pelo setor em que exerça suas atribuições, com o
violação expressa à lei;
fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando v) apresentar, nas análises estatísticas e geo-
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem- gráficas, informações que estejam de acordo com
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor as normas científicas sobre fontes, métodos e pro-
e a mais vantajosa para o bem comum; cedimentos, bem como comentar as interpretações
d) jamais retardar qualquer prestação de con- errôneas e o uso indevido de informações estatísti-
tas, condição essencial da gestão dos bens, direitos cas e geocientíficas;
e serviços da coletividade a seu cargo; x) zelar pela qualidade dos processos de produ-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos ser- ção das informações estatísticas e geocientíficas
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

viços aperfeiçoando o processo de comunicação e oficiais, adotando critérios de boas práticas tanto
contato com o público;
nas atividades finalísticas quanto nas atividades de
f) ter consciência de que seu trabalho é regido
apoio;
por princípios éticos que se materializam na ade-
quada prestação dos serviços públicos; z) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações mulando o seu integral cumprimento.
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção Vedações ao servidor público do IBGE
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa Na seção III, o Código em estudo traz as vedações
forma, de causar-lhes dano moral;
impostas ao servidor público do IBGE. Vedar é o ato
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
temor de representar contra qualquer comprome- de proibir determinada ação ou comportamento.
timento indevido da estrutura em que se funda o Vejamos, a seguir, as condutas que são vedadas a esses
Poder Estatal; servidores: 85
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, éticos, não se pode confundi-las com a ética, enquanto
tempo, posição e influências, para obter qualquer filosofia. Diferentemente de como ocorre com as leis,
favorecimento, para si ou para outrem; nenhum indivíduo pode ser punido, pelo Estado ou por
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros outros indivíduos, pelo descumprimento de normas éti-
servidores ou de cidadãos que deles dependam; cas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, estas.
conivente com erro ou infração a este Código de Éti- Ética e moral são temas conexos, mas são diferen-
ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
tes. Isso, porque a moral se fundamenta na obediência
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
às normas, aos costumes ou aos mandamentos cultu-
o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
rais, hierárquicos ou religiosos e a ética busca funda-
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí- mentar o modo de viver pelo pensamento humano. A
ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para ética não se resume à moral, que, geralmente, é enten-
atendimento do seu mister; dida como costume ou hábito, mas busca a fundamen-
f) permitir que perseguições, simpatias, anti- tação teórica nesta para encontrar o melhor modo de
patias, caprichos, paixões ou interesses de viver.
ordem pessoal interfiram no trato com o públi- Por sua vez, Comissão é um grupo de pessoas
co, com os jurisdicionados administrativos ou com designadas em caráter temporário, lideradas e super-
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; visionadas pelo investigador-encarregado e com qua-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou rece- lificações técnico-profissionais específicas à função.
ber qualquer tipo de ajuda financeira, gratifi- Cumprem tarefas técnicas de interesse exclusivo da
cação, prêmio, comissão, doação ou vantagem investigação, para fins de prevenção, e adequadas às
de qualquer espécie, para si, familiares ou características do fato ocorrido.
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua Vejamos, a seguir, as características da Comissão
missão ou para influenciar outro servidor para o de Ética do IBGE dispostas no Código em estudo:
mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos XVI - A Comissão de Ética do IBGE está encarrega-
que deva encaminhar para providências; da de orientar e aconselhar sobre a ética profissio-
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- nal dos servidores da Casa, no tratamento com as
site do atendimento em serviços públicos; pessoas e com o patrimônio público, competindo-
j) desviar servidor público para atendimento a inte- -lhe conhecer concretamente de imputação ou de
resse particular; procedimento susceptível de censura.
l) retirar da Instituição, sem estar legalmente XVII - À Comissão de Ética do IBGE incumbe forne-
autorizado, qualquer documento, livro ou bem cer, quando necessário e a quem de direito, os regis-
pertencente ao patrimônio público; tros sobre a conduta ética dos servidores da Casa,
m) fazer uso de informações privilegiadas obti- para o efeito de instruir e fundamentar promoções
das no âmbito interno de seu serviço, em benefício e para todos os demais procedimentos próprios da
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; carreira de servidor público no âmbito do IBGE.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou XVIII - A pena aplicável ao servidor público pela
fora dele habitualmente; Comissão de Ética do IBGE é a de censura e sua
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que fundamentação constará do respectivo parecer,
atente contra a moral, a honestidade ou a dignida- assinado por todos os seus integrantes, com ciência
de da pessoa humana; do faltoso.
p) exercer atividade profissional aética ou XIX - Para fins de apuração do comprometimento
ligar o seu nome a empreendimentos de cunho ético, entende-se por servidor público todo aquele
duvidoso. que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
q) disponibilizar informações de caráter sigiloso jurídico, preste serviços de natureza permanente,
e confidencial sobre pessoas físicas ou jurídicas, temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
bem como antecipar resultados de pesquisas à sua ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
divulgação oficial, exceto quando autorizado. tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
Comissão de Ética do IBGE paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia consagra- valeça o interesse do Estado.
do aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do
grego e significa modo de ser.
Na prática, pode-se depreender um pouco melhor
esse conceito, examinando certas condutas do nos-
so dia a dia. Um exemplo é quando nos referimos ao LEI Nº 8.112/1990 E SUAS
comportamento de alguns profissionais. Para esses ALTERAÇÕES
casos, é bastante comum ouvir expressões, como “éti-
ca médica”, “ética jornalística”, “ética empresarial” e ESPÉCIES E DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
“ética pública”. APLICÁVEIS
A ética abrange uma ampla área, sendo capaz de
ser aplicada ao âmbito profissional. Existem vários Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
códigos de ética profissionais, os quais indicam como são agentes públicos as pessoas que exercem uma
um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua função pública, ainda que em caráter temporário ou
profissão. sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
A ética e a cidadania são dois dos conceitos que com- e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
põem a base de uma sociedade próspera. Vale frisar que, dentro da organização da Administração Pública,
86 apesar das leis serem criadas com base em princípios exercem determinada função pública.
Assim, podemos dizer que agente público é gênero, tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
o qual comporta diversas espécies, como os agentes gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer
políticos, os agentes militares, os servidores públi- apenas mediante sentença condenatória transitada
cos estatutários, os empregados públicos, os agentes em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura,
honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do
cada um deles com maiores detalhes. Ministério Público.
Além da estabilidade, é também assegurado aos
Agentes políticos servidores estatutários alguns direitos trabalhistas,
vejamos aqui os mais importantes:
Os agentes políticos possuem como característica
principal o fato de exercerem uma função pública de Art. 39. [...]
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante § 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remune-
eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o ração de trabalho noturno superior ao diurno, c)
condão de extinguir a relação destes com o Estado de repouso semanal remunerado, d) férias remunera-
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per- das, e) licença à gestante etc.
cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta-
do não é profissional, mas estatutária ou institucional. Empregado Público
São agentes políticos os parlamentares, o Presidente da
República, os prefeitos, os governadores, bem como seus De modo diferente da contratação dos servidores, os
respectivos vices, ministros de Estado e secretários. empregados públicos são contratados mediante regime
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na
Agentes Militares Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
uma vinculação contratual. A contratação de emprega-
Os agentes militares constituem uma categoria a dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de
parte dos demais agentes políticos, uma vez que as direito privado integrantes da Administração Indireta
instituições militares possuem fortes bases funda- (empresas públicas, sociedades de economia mista, con-
mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam-
também apresentarem vinculação estatutária, seu bém depende da sua aprovação em concurso público.
regime jurídico é disciplinado por legislação especial, O regime dos empregados públicos é menos prote-
e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen- tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de
tes militares os membros das Polícias Militares e dos que os empregados públicos não gozam da estabilida-
Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito de que os servidores possuem. Ao serem empossados,
Federal e Territórios, bem como os demais militares os empregados passam por um período de experiên-
ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
características que merecem destaque são: a proibi- empregados públicos podem ser dispensados.
ção de sindicalização dos militares, a proibição do A diferença dos empregados públicos para com
direito de greve, e a proibição à filiação partidária. os demais consiste no fato de que a sua demissão
será sempre motivada, após regular processo admi-
Servidores Públicos nistrativo, mediante contraditório e a ampla defesa.
Importante lembrar que, para a Administração Públi-
De modo geral, podemos dizer que a Constituição ca, a motivação de seus atos, bem como o tratamento
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para impessoal e a finalidade pública, são princípios nor-
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos teadores de sua atuação. Uma demissão imotivada de
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos. um empregado público seria absolutamente inadmis-
Os servidores públicos são contratados pelo regi- sível nessas condições.
me estatutário, enquanto os empregados públicos são
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: A
melha às regras contidas na CLT. LEI N° 8.112/1990
Atente-se a esse conceito: Servidor público é o
agente contratado pela Administração Pública, direta O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio- visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu- Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

reza estatutária e não-contratual. Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como dações, agências reguladoras e associações, todas em
Estatuto do Servidor Público. âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado cos, convém salientar as principais características a
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o respeito do regime dos servidores públicos:
fim do período de estágio probatório. Tal alcance per-
mite que o servidor não seja desligado de suas funções, Dos Cargos Públicos: conceito, investidura na função
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença pública, provimento, vacância
judicial transitada em julgado, processo administrativo
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica Para todos os efeitos legais, o servidor público está
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988). intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
são vitalícios, que se apresentam de forma mais van- público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um previstas na estrutura organizacional que devem ser 87
cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis mental, verificada em inspeção médica. Assim, por
a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi- exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden-
nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, te e acaba perdendo algum membro essencial para
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. dirigir poderá ser readaptado para executar uma
A criação, transformação, e extinção de cargos, função similar, mas não idêntica à anterior. Na
empregos ou funções públicas depende sempre de uma hipótese do servidor readaptando se mostrar com-
lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo pletamente inválido para exercer qualquer cargo,
um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar ele será compulsoriamente aposentado.
mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo. z Reversão: outra forma de provimento derivado,
Para ocupar um cargo público, é necessário haver em que temos o retorno à atividade de um servi-
o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim-
administrativo constitutivo e hábil para a investidu- ples interesse da Administração, desde que
ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
requisitos para a investidura em cargo público, dis- a) tenha solicitado a reversão;
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990: b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
São requisitos básicos para investidura em cargo c) estável quando na atividade;
público: d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
I - a nacionalidade brasileira; e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servido-
II - o gozo dos direitos políticos; res Públicos).
III - a quitação com as obrigações militares e
eleitorais; A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício cargo resultante de sua transformação. Em termos de
do cargo; remuneração, o servidor que retornar à atividade por
V - a idade mínima de dezoito anos; interesse da Administração perceberá a remuneração
VI - aptidão física e mental. do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo-
sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem).
Há diversas formas de provimento dos cargos
públicos, podendo ser classificados em dois grupos: z Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
to derivado consistente no retorno de servidor em
z Quanto à durabilidade: o provimento pode ser de disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com
caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até
os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei n°
mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis-
8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita-
são, quando o referido cargo não goza de estabilida-
mento e cassada a disponibilidade se o servidor não
de, podendo o servidor ser destituído ad nutum, isso entrar em exercício no prazo legal, salvo comprova-
é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor. da doença por junta médica oficial (art. 32, idem).
z Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi- z Reintegração: é a forma de provimento derivado
mento originário, que não depende de vinculação que ocorre pela reinvestidura do servidor estável no
jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri- cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultan-
vado, se o referido servidor já possuía algum víncu- te de sua transformação, na hipótese de sua demissão
lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação). ser invalidada por decisão judicial ou administrati-
va, tendo direito também ao ressarcimento de todas
O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as for- as vantagens (art. 28, caput, Lei n° 8.112/1990).
mas de provimento em cargos públicos:
Supondo que, em uma situação anterior, o servi-
z Nomeação: trata-se da única forma de provimen- dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse
to originário, uma vez que não exige uma relação motivo injusto pode advir de qualquer evento, como
jurídica prévia do servidor para com o Estado. A ter sido erroneamente acusado de ter praticado
nomeação depende sempre de prévia habilitação uma transgressão (falaremos das transgressões em
em concurso público de provas, ou de provas e títu- momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar
los. Além disso, a nomeação poderá ser promovi- em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão
da não somente em caráter efetivo, como também foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a admi-
para os cargos de confiança ou em comissão (inci- nistrativa também) determinou a invalidação de sua
sos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990) demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar
a trabalhar para a sua repartição pública.
z Promoção: é uma forma de provimento derivado,
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
haja vista que ela beneficia somente os servidores
pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
que já ingressaram em cargos públicos em caráter
à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o da, posto em disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante Como estamos buscando salientar, a Administra-
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as ção não pode ficar criando cargos públicos a esmo, ele
diretrizes do sistema de carreira na Administração tem um número certo de cargos e de servidores públi-
Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, pará- cos ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence
grafo único, da Lei n° 8.112/1990). originalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, duran-
z Readaptação: é, também, uma forma de provimen- te o período que esteve fora o servidor, Márcio estava
to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição ocupando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido
ao servidor para um cargo com funções e respon- para o seu cargo de origem, ou se isso não for possível
sabilidades distintas e compatíveis com a limita- (porque esse cargo foi extinto durante esse período),
88 ção que tenha sofrido em sua capacidade física ou ele pode ser aproveitado em outro cargo similar.
Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos- nos casos de afastamentos, impedimentos legais ou
to em disponibilidade. regulamentares do titular, bem como na hipótese de
vacância do cargo.
z Recondução: por fim, a recondução é a forma Um direito muito importante do servidor substitu-
de provimento derivado consistente no retorno to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava
do servidor público estável ao cargo anteriormen- antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição,
te ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria
probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela injusto o substituto ganhar menos do que recebia
reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
antes da substituição.
Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
da extinção do cargo durante o período de estágio
Acumulação de cargo, emprego, e função pública
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser-
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
vidor será exonerado.
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi-
co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car-
É o caso do servidor Márcio, já mencionado duran-
gos e empregos públicos. Tal proibição se estende,
te a reintegração do servidor Carlos. A recondução
inclusive, para as entidades da Administração Indi-
tem prioridade em relação a pôr o servidor em dis-
reta. O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe
ponibilidade. Pôr o servidor em disponibilidade é
considerada uma última medida, pois o correto é a no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na
Administração fazer com que todos os servidores que Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
contratou trabalhem para ela, ela deve evitar de ter cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor
um quadro cheio de servidores que recebem remu- sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
neração e outros benefícios, mas que ficam “parados” que também possa ser aplicado aos agentes públicos
porque não possuem um cargo para ocupar. dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep-
a extinção do cargo público: cionais em que é permitida a acumulação dessas fun-
ções. Há entendimento praticamente unânime de que
Art. 33. São formas de vacância dos cargos se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
públicos: aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
I – exoneração; Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons-
II - demissão; titucionalmente autorizadas são:
III - promoção;
IV (REVOGADO); z Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
V (REVOGADO); z Um cargo de professor com outro técnico ou cien-
VI - readaptação; tífico (art. 37, XVI, b);
VII - aposentadoria;
z Dois cargos ou empregos privativos de profissio-
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c);
IX - falecimento.
z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
ou função pública (art. 38, III);
Observe que algumas das hipóteses de vacância são
z Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre
95, par. único, I);
porque, como mencionamos, o provimento derivado
z Um cargo de membro do Ministério Público e outro
dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
de magistério (art. 128, § 5°, II, d).
anterior entre o servidor e a Administração Pública.
Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder
Público necessita extinguir um cargo público (uma Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e
relação jurídica anterior) para criar um cargo novo. autorizações dos servidores públicos
Dessas hipóteses, a que merece maiores esclareci-
mentos é a exoneração. Nas linhas do art. 35, a exo- Prerrogativa é qualquer situação de vantagem
neração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.
ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será rea- No caso dos agentes públicos, existem algumas prer-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

lizada quando não satisfeitas as condições do estágio rogativas que são comuns para todo e qualquer car-
probatório; ou ainda  quando, tendo tomado posse, o go público, e existem algumas prerrogativas que são
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos.
A substituição encontra-se disposta no artigo 38 Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os ser- aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
vidores investidos em cargo ou função de direção ou natureza política.
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial No momento, é importante focar nas prerrogativas
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no que se aplicam para todos os servidores públicos, que
caso de omissão, previamente designados pelo dirigen- ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
te máximo do órgão ou entidade. prerrogativa diz respeito à estabilidade.
A substituição é, assim, uma troca de um servidor A estabilidade é a condição que o servidor público
por outro, aplicável somente para os cargos de comis- atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-
são ou função de direção e chefia, bem como cargos pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor
de Natureza Especial. O servidor substituto indica- público não pode ser demitido por razões de conve-
do assume, automaticamente, o exercício do cargo, niência ou oportunidade pela Administração. Ela não 89
pode demitir o servidor estável “porque não quer Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um
mais” trabalhar com ele. aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também
Segundo o art. 21 do Estatuto dos Servidores Públicos considerada como uma forma de exoneração a apo-
Civis da União, uma vez que o servidor seja habilitado sentadoria compulsória, isso é, a concessão do referido
em concurso público e empossado em cargo de provimen- benefício previdenciário quando o servidor estável ou
to efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade.
completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. A diferença é que, no caso da aposentadoria compul-
Interessante observar que a Constituição Federal sória, o servidor para de trabalhar, mas continua rece-
de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
de em seu art. 41. Todavia, os requisitos são distintos: bendo uma “remuneração”, chamada de provento.
para o Texto Constitucional, o servidor público só A Lei n° 8.112/1990, em seus arts 40 e 41, elenca
adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de diversos direitos e gratificações aos servidores
efetivo exercício. públicos, os quais são de grande importância conhe-
Isso não significa que, uma vez o servidor estando cer. Vejamos os principais direitos:
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá z Vencimentos: vencimentos está para o servidor
“carta branca” para agir como bem entender. Por isso assim como o salário está para o empregado. Con-
o conteúdo do art. 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor siste na retribuição pecuniária pelo exercício do
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi- cargo público, cujo valor é previamente fixado
cial transitada em julgado ou de processo administrati- em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em
vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
regra, irredutíveis.
O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen-
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi-
to do cargo, somado a todas as outras vantagens
dor estável. São elas:
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor
z Por sentença judicial transitada em julgado: é pago ao servidor público, independentemente de
a forma mais demorada para se demitir um servi- sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis- te (art. 39, § 3°, da CF/1988).
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da
sentença somente ocorre quando esgotados todos O art. 39 da Constituição Federal apresenta algu-
os recursos cabíveis. mas regras gerais sobre o regime dos servidores públi-
z Mediante processo administrativo em que lhe cos. Dentre as regras constitucionais, o §1° do referido
seja assegurada ampla defesa. As regras referentes dispositivo prevê que a fixação dos padrões de ven-
ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) cimento e dos demais componentes do sistema
serão vistas mais adiante. remuneratório observará três aspectos: a natureza,
z Mediante procedimento de avaliação periódica o grau de responsabilidade e a complexidade dos car-
de desempenho, na forma de lei complementar, gos componentes de cada carreira; os requisitos para
assegurada ampla defesa: quem não for aprovado a investidura; e também as peculiaridades dos cargos.
na avaliação periódica de desempenho, pode ser
exonerado de seu cargo público, independentemen-
z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-
te de ter completado o período de efetivo exercício.
cial de remuneração, feita em uma única parcela.
z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses
O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da
1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41. Toda-
via, essa última hipótese encontra-se disposta no CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir
artigo 169, § 3°, II da CF/1988. Sob o aspecto orça- os “supersalários” comumente existentes no regi-
mentário e financeiro, não pode a Administração me de servidores públicos brasileiros. Importante
Pública realizar gastos superiores àqueles previs- ressaltar que recebem por subsídios somente os
tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis-
necessidade, é possível, sim, que um servidor está- trados, ministros de Estado, secretários estaduais,
vel seja exonerado de seu cargo, apenas por moti- membros do Ministério Público e da Advocacia
vos de “balancear” as contas públicas. Pública, entre outros.
z Indenizações: as indenizações são valores pagos
Outra prerrogativa que merece maior destaque é aos servidores, mas que não integram seus ven-
a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de
a estabilidade, mas não pode ser confundida com a recebimento de indenizações:
mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer z Ajuda de custo por mudança, devida como forma
servidor: ela é somente concedida para alguns cargos de compensar as despesas de instalação de servi-
públicos especiais. dor que tiver exercício em nova sede, ocorrendo
São considerados cargos vitalícios, segundo a pró-
mudança de seu domicílio;
pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura
z Ajuda de custo por falecimento: devido à família
(art. 95, inciso I), os membros do Ministério Público
(art. 128, § 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do servidor que vier a falecer na nova sede, sendo
do Tribunal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°). devido para custear o transporte para a localidade
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que de origem;
a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses z Diárias por deslocamento: devida ao servidor
cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada median- que se afastar, por motivos de serviço, da sede em
te sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única caráter transitório, para outro local dentro ou fora
hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante do país, receberá tal indenização como forma de
90 uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade. ajuda no custeio do processo de mudança;
z Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento das Para compreender melhor a diferença entre licen-
despesas comprovadamente realizadas pelo servi- ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.
dor com aluguel de moradia ou com hospedagem
realizado por algum hotel, dependendo do preen- LICENÇA AFASTAMENTO
chimento de alguns requisitos, como não ter um
imóvel funcional disponível para uso, seu cônju- Finalidade é de interes- Finalidade é de interesse
ge não ser ocupante de imóvel funcional, ou que se exclusivo do agente do agente e da Adminis-
público. tração Pública.
nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
receba a mesma indenização etc. Ex: doença do cônjuge/ Ex: realização de espe-
z Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art. membro da família; para cialização; realização de
61 do Estatuto dos Servidores Públicos também exercer atividade política; missão no exterior; para
prevê o pagamento das seguintes gratificações: I para tratar de interesses servir a outro órgão/
- retribuição pelo exercício de função de direção, particulares. entidade.
chefia e assessoramento; II - gratificação natalina;
IV - adicional pelo exercício de atividades insa- Possui prazos mais cur- Possui prazos mais lon-
tos (dias, semanas). gos (meses, anos).
lubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela
prestação de serviço extraordinário; VI - adicional
noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, rela- Uma questão que costuma cair com bastante fre-
tivos ao local ou à natureza do trabalho; IX - gratifi- quência nas provas de concurso público é sobre a
cação por encargo de curso ou concurso. remuneração de servidor afastado para exercício de
mandato eletivo (art. 94, Lei n° 8.112/1990). A regra
O servidor, em relação às férias, fará jus a trin- geral é que, para exercer um mandato eletivo, o ser-
ta dias de licença para cada 12 meses de serviço, que vidor deve se afastar do cargo e deixar de receber a
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- remuneração do mesmo. Porém, tratando-se de exercí-
dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n° cio de mandato de Prefeito, o servidor afastar pode-
8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três perío- rá optar, dentre as duas remunerações, por aquela
dos, desde que assim requeridas pelo servidor, e no que lhe for mais vantajosa (valores maiores, mais
interesse da administração pública, na forma do § 3° benefícios etc.). Outro aspecto importante: no caso de
do mesmo dispositivo legal. mandato de Vereador, o servidor poderá exercer os
As licenças são uma espécie de afastamento com dois cargos e receber ambas as remunerações, des-
algumas características próprias. Estão dispostas nos de que comprovada a compatibilidade de horários
arts. 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos (atua como Vereador de dia e como agente público de
noite, e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos
Federais. Conceder-se-á licença ao servidor:
dois cargos, o Vereador pode optar pela remuneração
mais vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque,
I - por motivo de doença em pessoa da família;
muitas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereado-
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
companheiro;
res de pequenos Municípios costuma ser menor do que
III - para o serviço militar; a remuneração do cargo público anterior, e ele pode
IV - para atividade política; facilmente se locomover de um ambiente de trabalho
V - para capacitação; para outro nesse Municípios de porte menor.
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista. Do Regime Previdenciário (RPPS)

Apesar de haver previsão para concessão de licen- Servidor público não é empregado. Por isso, não se
ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipóte- aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido
se acabou sendo revogada pela Lei n° 9.527/1997. As também como RGPS. Os servidores possui um regime
licenças, como se depreende, são hipóteses de desli- próprio denominado Regime Próprio de Previdência
dos Servidores (ou RPPS).
gamento temporário do servidor com o seu respectivo
Esse regime tem suas políticas elaboradas e execu-
cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno.
tadas pela Secretaria de Previdência do Ministério da
As licenças poderão ser concedidas com ou sem remu-
Fazenda. Neste Regime, é compulsório para o servidor
neração, a depender de cada situação.
público do ente federativo que o tenha instituído, com
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Os afastamentos, que não se confundem com as


teto e subtetos definidos pela Emenda Constitucional
licenças, são hipóteses em que há um desligamento n° 41/2003.
permanente do servidor com o seu cargo, e, em regra, Mas o Regime de Previdência dos Servidores tam-
o seu prazo para retorno é bem maior, o que torna bém possui dispositivos previstos em seu Estatuto.
menos provável a sua chance de retorno. Além disso, Segundo o art. 184 da Lei n° 8.112/1990, o Plano de
quem tem interesse no afastamento do servidor são Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a
ambos o servidor e a própria Administração Públi- que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreen-
ca. Estão previstos nos arts. 93 e seguintes da Lei n° de um conjunto de benefícios e ações que atendam às
8.666/1990. São quatro hipóteses: seguintes finalidades:

I – para servir a outro órgão ou entidade; I - garantir meios de subsistência nos eventos de
II – para exercício de mandato eletivo; doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina-
III – para estudos ou missões no exterior; tividade, falecimento e reclusão;
IV – para participação em programa de pós-gra- II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
duação stricto sensu dentro do País. III - assistência à saúde. 91
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
garantido os seguintes benefícios previdenciários: Importante!
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucio-
z Aposentadoria: possui previsão tanto na Consti- nal n° 103/2019, as regras para a aposentadoria
tuição Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regi- voluntária dos agentes públicos sofreram algu-
me Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS) mas alterações. As chances de uma questão
também sofreu alterações na chamada “reforma
sobre essas novas regras caírem em uma prova
da previdência”, promulgada pela Emenda Cons-
no momento são pequenas, mas é importante
titucional n° 103/2019. Com isso, temos dois textos
se prevenir. Existem também regras de transição
normativos que, até o presente momento, dispõem
sobre a aposentadoria. mais específicas, as quais devem ser conhecidas
pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso,
À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor uma leitura da emenda constitucional 103/2019,
será aposentado: na íntegra, é altamente recomendada.

z Por incapacidade permanente para o trabalho,


z Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida-
no cargo em que estiver investido, quando insus-
de é devido à servidora por motivo de nascimento
cetível de readaptação. O Texto Constitucional
de filho, em quantia equivalente ao menor ven-
explicita que será obrigatória a realização de ava-
cimento do serviço público, inclusive no caso de
liações periódicas para verificação da continuida-
natimorto.
de das condições que ensejaram a concessão da
z Salário-Família (art. 197): o salário-família é
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
devido ao servidor segundo o número de depen-
federativo.
dentes econômicos deste. Para todos os efeitos, são
z Compulsoriamente, com proventos proporcionais
considerados dependentes econômicos, na forma
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
do art. 197, parágrafo único:
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
na forma de lei complementar n° 152/2015. Essa
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive
Lei complementar dispõe sobre a aposentadoria os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
compulsória com proventos proporcionais, sendo estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli-
aplicável aos servidores ocupantes de cargos públi- do, de qualquer idade;
cos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median-
e suas autarquias e fundações; aos membros do te autorização judicial, viver na companhia e às
Poder Judiciário; aos membros do Ministério Públi- expensas do servidor, ou do inativo;
co; e aos membros da Defensoria Pública. III - a mãe e o pai sem economia própria.
z Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62
(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 z Licença para tratamento de saúde (art. 202),
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no essa licença dependente de perícia médica, sem
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- prejuízo da remuneração a que fizer jus. O servi-
cípios, na idade mínima estabelecida mediante dor precisa comprovar que realmente está doente
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ- e não pode trabalhar.
nicas, observados o tempo de contribuição e os z Licença à gestante, à adotante e licença-pater-
demais requisitos estabelecidos em lei comple- nidade (art. 207): a licença à gestante/adotante/
mentar do respectivo ente federativo.      paternidade será concedida por prazo não supe-
rior a 120 dias, sem prejuízo da remuneração.
Com base na Lei n° 8.666/1990 (art. 186), ao servi- Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar
dor federal poderá ser concedido aposentadoria: esse prazo, desde que o requeira até o final do pri-
meiro mês após o parto, e terá duração de sessenta
z Aposentadoria por invalidez permanente; sendo os dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo Decre-
proventos integrais quando decorrente de acidente to n° 6.690/2008
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, z Licença por acidente em serviço (art. 211): o
contagiosa ou incurável, especificada em lei, e propor- Estatuto considera como acidente em serviço o
cionais nos demais casos; dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
z Aposentadoria compulsória, aos setenta anos de relacione, mediata ou imediatamente, com as atri-
idade, com proventos proporcionais ao tempo de ser- buições do cargo exercido.
viço; ou ainda z Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros
z Aposentadoria voluntária, de acordo com os benefícios que não é devido ao servidor (por
seguintes critérios de idade e de contribuições: aos motivos óbvios), mas a seus dependentes, incluin-
35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos do nesse grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou
30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos separado judicialmente ou de fato; o companhei-
30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções ro ou companheira que comprove união estável
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se como entidade familiar; ou ainda ao filho de qual-
professora, com proventos integrais; aos 30 (trinta) quer condição, ou seja, todos os entes equipara-
anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cin- dos a filho (enteado, menor tutelado), desde que
co) se mulher, com proventos proporcionais a esse preencha as seguintes condições: a) seja menor de
tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se 21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha defi-
homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro- ciência grave; ou ainda d) tenha deficiência inte-
92 ventos proporcionais ao tempo de serviço. lectual ou mental.
z Auxílio-reclusão (art. 229): outro benefício tam- VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
bém devido aos dependentes do servidor, cujo dos casos previstos em lei, o desempenho de atri-
valor poderá ser: buição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado;
I - dois terços da remuneração, quando afastado VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou
determinada pela autoridade competente, enquan- a partido político;
to perdurar a prisão; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo
II - metade da remuneração, durante o afastamen- ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
to, em virtude de condenação, por sentença defini-
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
tiva, a pena que não determine a perda de cargo.
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun-
ção pública;
Dos Deveres e Responsabilidades dos Servidores X - participar de gerência ou administração de
Públicos sociedade privada, personificada ou não personifi-
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
Apesar da grande quantidade de direitos e vanta- acionista, cotista ou comanditário;
gens, o Estatuto dos Servidores Públicos também atri- XI - atuar, como procurador ou intermediário,
bui aos mesmos diversos deveres, com base no regime junto a repartições públicas, salvo quando se tra-
disciplinar o qual, se não for atendido, enseja a ins- tar de benefícios previdenciários ou assistenciais
tauração de processo disciplinar para a apuração de de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
infrações funcionais. companheiro;
Nos termos do art. 116 da Lei n° 8.112/1990: XII - receber propina, comissão, presente ou van-
tagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
Art. 116 São deveres do servidor:
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
do estrangeiro;
cargo
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
II - ser leal às instituições a que servir;
XV - proceder de forma desidiosa;
III - observar as normas legais e regulamentares;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando repartição em serviços ou atividades particulares;
manifestamente ilegais; XVII - cometer a outro servidor atribuições estra-
V - atender com presteza; nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
a) ao público em geral, prestando as informações emergência e transitórias;
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
b) à expedição de certidões requeridas para defesa incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
de direito ou esclarecimento de situações de inte- com o horário de trabalho;
resse pessoal; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; quando solicitado.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade Por fim, em relação à responsabilidade dos ser-
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- vidores públicos, o art. 121 da Lei n° 8.112/1990 é bas-
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade
tante claro ao dispor que “O servidor responde civil,
competente para apuração;
penal e administrativamente pelo exercício irregular
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
de suas atribuições”. Vemos, então, que uma única
ção do patrimônio público;
conduta praticada pelo referido servidor pode ense-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade
jar em responsabilização em três esferas distintas. A
administrativa; responsabilidade civil do servidor público decorre
X - ser assíduo e pontual ao serviço; da prática de atos comissivos ou omissivos, que sejam
XI - tratar com urbanidade as pessoas; capazes de causar danos materiais ao erário (patrimô-
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou nio público), ou a terceiros.
abuso de poder. A responsabilidade penal do servidor tem seu
fundamento na apuração de uma conduta criminal,
Ao mesmo tempo, o art. 117 da mesma Lei impõe isso é, a hipótese em que o servidor público possa pra-
aos servidores públicos diversas proibições. Trata- ticar um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

-se de uma matéria que exige grande capacidade de penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma
memorização, ainda que não necessite de um alonga- vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto
mento muito detalhado. pela condenação do servidor condenado, como pela
sua absolvição pela falta de provas materiais ou pela
Art. 117 Ao servidor é proibido: negação de sua autoria, sendo essas últimas hipóteses
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem apenas exceções.
prévia autorização do chefe imediato; A responsabilidade administrativa, por outro
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade lado, consiste na instauração de processo disciplinar
competente, qualquer documento ou objeto da (art. 116 e seguintes, Lei n° 8.112/1990), pelo qual have-
repartição; rá a verificação da conduta delituosa do agente, bem
III - recusar fé a documentos públicos; como a aplicação da pena mais adequada. Imprescin-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de dível reforçar que a aplicação de qualquer pena ao
documento e processo ou execução de serviço; servidor público pressupõe um processo administra-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço tivo, sendo assegurado ao acusado direito ao contra-
no recinto da repartição; ditório e à ampla defesa, sendo obrigatória, inclusive, 93
a presença do advogado em todas as fases do referido Do Processo Administrativo Disciplinar: conceito,
processo (Súmula n° 343 do STJ). Todavia, tal entendi- princípios, fases e modalidades
mento vem sofrendo alterações, pois o STF já reconhe-
ceu em Súmula Vinculante n° 5 entendimento de que O processo administrativo é o instrumento desti-
a falta de defesa técnica no processo administrativo nado a apurar as responsabilidades do servidor por
disciplinar não é inconstitucional. infração praticada no exercício de suas atribuições ou
Em relação às penalidades administrativas apli- relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor-
cáveis aos servidores públicos, a Lei n° 8.112/1990 rer em procedimento ordinário ou em sindicância.
(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções: A sindicância é definida como uma averiguação
sumária promovida no intuito de obter informações
z Advertência: é a sanção mais branda, aplicável ou esclarecimentos necessários à determinação do
por escrito para o servidor que cometer atos como: verdadeiro significado dos fatos denunciados. Compa-
ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar rando com o processo penal, pode-se afirmar que a
fé a documento público; retirar qualquer docu- sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois
mento da repartição sem a devida autorização; o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão:
manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,
parente até o segundo grau; entre outros. e se é necessário instaurar o processo posteriormente.
z Suspensão: aplicável somente quando o servidor Segundo o art. 145, da sindicância poderá resultar:
é reincidente nas faltas puníveis por advertên- I - arquivamento do processo; II - aplicação de pena-
cia, desde que não tipifiquem infrações sujeitas a lidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta)
demissão do cargo. A suspensão não poderá ser dias;III - instauração de processo disciplinar.
aplicada por prazo maior a noventa dias. Como forma de impedir que o servidor venha
z Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri- interferir de forma negativa durante a investigação
buída ao servidor público, uma vez que tem o con- da apuração de sua conduta, estabelece o art. 147 o
dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será afastamento preventivo do mesmo: Como medida
aplicada nos casos em que o servidor: cometer cautelar e a fim de que o servidor público não venha
crime contra a administração pública; abandonar a influir na apuração da irregularidade ao mesmo
seu cargo; improbidade administrativa; praticar atribuída, a autoridade instauradora do processo
conduta escandalosa na repartição; ofender fisica- administrativo-disciplinar, verificando a existência de
mente, em serviço, outro servidor; revelar segre- veementes indícios de responsabilidades, poderá orde-
do o qual obteve devido a sua função; corrupção; nar o seu afastamento do exercício do cargo.
receber propina, comissão, ou outra vantagem de Uma vez encerrada a sindicância e, constatado
qualquer espécie em razão de suas atribuições; uma conduta irregular, temos o início do processo
etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infra- administrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segun-
tor retorne ao serviço público federal, por isso tra- do o art. 148, o processo administrativo ordinário é
tar-se de uma das penalidades mais gravosas. o instrumento destinado a apurar responsabilidade do
z Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi- servidor público pela infração praticada no exercício de
lidade: o servidor inativo que houver praticado suas atribuições ou que tenha relação com as atribui-
falta punível com a demissão, terá a sua aposenta- ções do cargo em que se encontre investido.
doria, ou sua disponibilidade cassada. Segundo o art. 149, o processo será conduzido por
z Destituição de Cargo em Comissão ou Função Comissão composta de três servidores estáveis desig-
Comissionada: caso o servidor ocupante de car- nados pela autoridade competente, observado o dis-
go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da posto no §  3°  do art. 143, que indicará, dentre eles,
pena de suspensão e demissão, poderá perder o o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
seu cargo de confiança ou função comissionada. efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
Por fim, é importante ressaltar que ao servidor é Não temos a figura de um Juiz de Direito no proces-
conferido direito de petição, na forma do artigo 104 e so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”.
seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela
interesses próprios em face do Poder Público. O reque- fica encarregada de realizar um relatório contendo
rimento será dirigido à autoridade competente para todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente
decidi-lo e na sequência encaminhado por intermé- investigados.
dio daquela a qual o servidor estiver imediatamente Ao todo, são três as fases do processo adminis-
subordinado. Deve ser respeitado o princípio do con- trativo disciplinar (art. 151):
traditório e da ampla defesa, dando espaço para que
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
tanto o servidor público como o Estado possam impug-
tituir a comissão;
nar todos os pontos do requerimento, apresentar sua
II  -  inquérito administrativo, que compreende ins-
defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei trução, defesa e relatório;
n° 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem. III - julgamento.
O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos, Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promo-
quanto aos atos de demissão e de cassação de apo- verá a tomada de depoimentos, acareações, investi-
sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes- gações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
se patrimonial e créditos resultantes das relações de de prova, recorrendo, quando necessário, a técni-
trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais cos e peritos, de modo a permitir a completa eluci-
94 casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. dação dos fatos.
O inquérito administrativo é a fase em que temos a A fase do julgamento tem início com o recebimento
apuração da responsabilidade disciplinar do servidor do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20
público. Ela compreende a fase instrutória (colheita dias (art. 167) para decidir se acata o relatório ou não.
de provas), a citação e apresentação da defesa do ser- O art. 168, caput e Parágrafo Único, dispõe, de
vidor que está sendo acusado, além da produção de modo geral, que a autoridade julgadora não está
um documento chamado relatório. subordinada ao que foi dito no relatório da Comissão.
Importante o conteúdo do art. 156, ao dispor que O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
quando contrário às provas dos autos. Quando o rela-
Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de tório da comissão contrariar as provas dos autos, a
acompanhar o processo pessoalmente ou por inter- autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar
médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu- a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servi-
nhas, produzir provas e contraprovas e formular dor de responsabilidade.
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Art. 172 O servidor que responder a processo
Esse art. 156 trata de um conteúdo muito impor- disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
tante, por ser a respeito do direito de defesa do servi- aposentado voluntariamente, após a conclusão
dor público. Não é porque não estamos num processo do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
judicial (com a figura de um membro do Poder Judi- so aplicada. Ocorrida a exoneração de que trata o
ciário) que não devem ser aplicados os princípios parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será con-
mais básicos e fundamentais do mesmo. É cabível no vertido em demissão, se for o caso.
processo administrativo o respeito ao contraditório e
ampla defesa, a disparidade de armas, o direito de ter A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão
ciência e conhecimento do processo, o direito de ser do procedimento administrativo de que resultou sanção
representado por autoridade competente etc. disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias
A seguir temos alguns meios de prova que são que possam justificar a inocência do requerente, men-
admitidos no processo administrativo. São muito cionados ou não no procedimento original (art. 174).
parecidos, praticamente os mesmos meios de prova A revisão é uma de defesa utilizada pelo acusado
admitidos em processo judicial. ou seu representante, para que a autoridade possa
As testemunhas estão dispostas no art. 157, e serão realizar um novo julgamento do PAD, porque apare-
intimadas a depor mediante mandado expedido pelo ceu um fato ou circunstância nova que comprovem a
presidente da comissão, devendo a segunda via, com inocência do requerente.
o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Quem A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri-
chama as testemunhas para colher seus respectivos da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen-
depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos os to do servidor público, por qualquer pessoa da família;
meios de prova, é a Comissão e não a autoridade jul- ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor
gadora. Esta somente vai atuar no PAD quando todo o público, pelo respectivo curador (art. 174, §§ 1° e 2°).
trabalho da Comissão tiver encerrado. No processo revisional, o ônus da prova recai sem-
Se a testemunha for servidor público, a expedição pre ao requerente, correndo em apenso ao processo
do mandado tem que ser imediatamente comunicada original (arts. 175 e 178).
ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para
dia e hora marcados para inquirição. (art. 157, parágra- a conclusão dos trabalhos de revisão. O prazo para
fo único). O servidor não pode se ausentar de seu servi- julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do rece-
ço sem apresentar uma justificativa válida para tanto. bimento do processo, no curso do qual a autoridade
Concluída a inquirição das testemunhas, a comis- julgadora poderá determinar diligências (art. 181,
são promoverá o interrogatório do acusado, obser- parágrafo único).
vados os procedimentos previstos nos arts. 157 e Lembrando que, se da revisão do processo resultar
158.  No caso de mais de um acusado, cada um deles a inocência do servidor, ele tem direito de ser reinte-
será ouvido separadamente e, sempre que divergirem grado ao cargo que antigamente ocupava.
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, A revisão do processo não admite a reformatio in
será promovida a acareação entre eles. pejus, o que significa que não poderá resultar agravamen-
A citação do indiciado está disposta no artigo 161. to da penalidade já aplicada (art. 182, parágrafo único).
Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

indiciação do servidor, com a especificação dos fatos


a ele imputados e das respectivas provas.  O indiciado
será citado por mandado expedido pelo presidente da EXERCÍCIOS COMENTADOS
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
10 (dez) dias, sendo assegurado dar vista do processo 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Se um servidor em dis-
na repartição, isso é, olhar página por página, parágra- ponibilidade reingressa no serviço público, em cargo
fo por parágrafo, tudo o que já foi produzido no PAD. de natureza e padrão de vencimento correspondentes
Considerar-se-á revel o indiciado que, regular- ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal. denomina
A revelia será declarada, por termo, nos autos do pro-
cesso e devolverá o prazo para a defesa. a) redistribuição.
Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão ela- b) aproveitamento.
borará um relatório de tudo que foi constado no pro- c) readaptação.
cesso. Não é ainda uma decisão, pois o relatório será d) recondução.
encaminhado para a autoridade julgadora. e) remoção. 95
A letra A está errada, redistribuição é o desloca- das faltas punidas com advertência e de violação das
mento de cargo de provimento efetivo (que já está demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
em serviço), ocupado ou vago no âmbito do qua- a penalidade de demissão. É incabível pois Mariana
dro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade nunca sofreu qualquer sanção disciplinar anterior
do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão (não é reincidente). Resposta: Letra B.
central do SIPEC. A letra C está errada, pois rea-
daptação é a investidura do servidor em cargo de 4. (VUNESP – 2020) Aos servidores públicos, conforme
atribuições e responsabilidades compatíveis com a Constituição Federal de 1988, os padrões de venci-
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade mento e dos demais componentes do sistema remu-
física ou mental verificada em inspeção médica. A neratório deverão considerar, entre outros fatores, o
letra D está errada, a recondução é o retorno do seguinte:
servidor estável para o mesmo cargo anteriormen-
te ocupado, que ocorre geralmente por inabilitação a) as exigências técnicas e de tempo para a função, o
em estágio probatório relativo a outro cargo, ou por grau de complexidade das tarefas e desempenho
reintegração do anterior ocupante. A letra E está alcançado.
errada, a remoção é o deslocamento do servidor que b) a natureza, o grau de responsabilidade, os requisitos
se encontra em serviço, a pedido deste ou de ofício, para a investidura e as peculiaridades dos cargos.
no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança
c) o nível de senioridade do cargo, o grau de exigência
de sede. Resposta: Letra B.
técnica e complexidade das tarefas e as atribuições
referentes à função.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca de administração
d) a complexidade e o grau de exigência da função, posi-
de cargos, carreiras e salários, julgue o item a seguir.
cionamento vis a vis das demais carreiras do setor
Na administração pública, a remuneração abrange o
público.
ressarcimento por dispêndios havidos pelo servidor
e) a compatibilidade entre o cargo, função e tarefas, as
em razão da execução de atividades laborais.
exigências inerentes à função e ao cargo ocupado e
resultados alcançados.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
A questão aparenta ser mais complexa e difícil, mas
A remuneração do servidor público pode ser aufe-
na realidade ela apenas exige que o candidato se lem-
rida pela conjunção de seus vencimentos, mais as
bre do conteúdo do § 1° do artigo 39 da CF/1998, que
suas vantagens. O ressarcimento por dispêndios
havidos pela execução de suas atividades laborais dispõe justamente sobre como são considerados os
são as indenizações (ajuda de custo, diárias, auxí- padrões de vencimento e os demais componentes do
lio-moradia etc.), que não integram a remuneração sistema remuneratório dos servidores públicos fede-
do servidor público. Resposta: Errado. rais. São três aspectos: I - a natureza, o grau de respon-
sabilidade e a complexidade dos cargos componentes
3. (FGV – 2020) Mariana, ocupante do cargo de Coorde- de cada carreira; II - os requisitos para a investidura;
nador Censitário Subárea do IBGE, que nunca sofreu e III - as peculiaridades dos cargos. Resposta: Letra B.
qualquer sanção disciplinar, no exercício das funções,
opôs resistência injustificada ao andamento de docu- 5. (FCC – 2019) A Administração Pública direta e indireta
mento e processo. nas três esferas de governo e no Distrito Federal é regida
pelos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
De acordo com a Lei n° 8.112/90, observadas as for-
de, publicidade e eficiência. No que tange a empregos e
malidades legais, Mariana será sancionada com a
funções, está proibida sua acumulação em:
penalidade disciplinar da:
a) Autarquias.
a) repreensão, que será aplicada verbalmente;
b) Institutos estatais.
b) advertência, que será aplicada por escrito;
c) censura, que será aplicada verbalmente; c) Empresas públicas de sociedade de economia mista.
d) demissão, que será aplicada mediante publicação no d) Empresas de economia privada.
diário oficial; e) Fundações privadas.
e) suspensão, que será aplicada mediante publicação no
diário oficial. As alternativas são um pouco confusas, mas uma lei-
tura mais atenta revela que todas elas (com exceção
A letra A está errada, pois a repreensão não é uma da correta) apresentam um pequeno erro. A letra B
sanção prevista dentro da Lei n° 8.112/1990. A letra C está errada, “institutos estatais” é uma expressão
está errada, pois a censura também não é uma sanção um tanto vaga, que não significa nada. A Adminis-
prevista na Lei n° 8.112/1990, ela tem uma relação tração Pública, Direta ou Indireta, apresenta em sua
maior com a moralidade e padrões éticos previstos estrutura organizacional órgãos e entidades, essa é a
no Código de Ética dos Servidores Públicos (Decreto nomenclatura correta. A letra C está errada, pois não
n° 1.171/1994). A letra D está errada, pois a demis- existem empresas públicas de sociedade de economia
são é uma sanção aplicável somente para infrações mista: ou é uma empresa pública, ou é uma socieda-
de natureza mais graves, e considerando que Maria- de de economia mista. As letras D e E estão erradas,
na apenas recusou injustificadamente ao andamen- porque a vedação para acúmulo de cargos, empregos
to de documentos e processos, essa é uma infração e funções públicas não abrangem as entidades do
que pode ser punível com uma sanção mais branda, setor privado, isso é, não abrangem as empresas e
como uma advertência. A letra E está errada, pois fundações privadas, porque elas não fazem parte da
96 a suspensão será aplicada em caso de reincidência Administração Pública. Resposta: Letra A.
6. (INSTITUTO AOCP – 2019) Nos termos da Lei n° c) A aposentadoria compulsória será automática, e
8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos declarada por ato, com vigência a partir do dia imedia-
servidores públicos civis da União, das autarquias e to àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
das fundações públicas federais, assinale a alternati- permanência no serviço ativo.
va que apresenta uma forma de provimento de cargo d) Dentre os beneficiários das pensões por morte, estão
público. os filhos do servidor que tenham deficiência grave ou
sejam menores de 25 (vinte e cinco anos).
a) Supressão.
b) Aproveitamento. A letra A está errada, as mulheres se aposentam
c) Ascensão. voluntariamente aos 30 (trinta) anos de servi-
d) Transferência. ço. Apesar de termos mencionado a reforma da
e) Deposição. previdência trazida pela Emenda Constitucional
103/2019, a questão parece tomar por base o tex-
A letra A está errada, a supressão não está prevista to do artigo 186 da Lei n° 8.112/1990, o qual não
na Lei n° 8.112/1990 como uma forma de provimento parece ter sido revogado. A letra B está errada, será
de cargos públicos. As letras C e D estão erradas pelo paga a gratificação natalina ao servidor, até o dia
mesmo motivo: a ascensão e a transferência eram vinte do mês de dezembro, em valor equivalente
modalidades de provimento de cargos públicos que ao respectivo provento, deduzido o adiantamento
foram revogadas pela Lei n° 9.527/1997. Por isso, para recebido (art. 194). A letra D está errada, dentre os
o regime dos servidores públicos federais, não existe beneficiários das pensões por morte estão os filhos
mais a possibilidade de ascensão e transferência. A menores de 21 (vinte e um) anos. Resposta: Letra C.
letra E está errada, pois deposição é uma destituição
de cargo feita voluntariamente pelo próprio titular do 9. (FGV – 2018) Relacione as formas de provimento de
cargo. Além de não estar prevista na Lei n° 8.112/1990, cargo público às suas respectivas definições.
ela é considerada uma forma de vacância de cargo 1. Nomeação 2. Reintegração 3. Readaptação 4.
público, não de provimento. Resposta: Letra B. Reversão

7. (INSTITUTO AOCP – 2019) O regime disciplinar dos ( ) é o reingresso do servidor aposentado no serviço
servidores públicos federais está prescrito na Lei público, quando insubsistentes os motivos determi-
Federal n° 8.112/1990. Sobre esse tema, assinale a nantes de sua aposentadoria por invalidez.
alternativa correta. ( ) é forma original de provimento de cargo público e
sendo este cargo de carreira depende de prévia habi-
a) É dever do servidor cumprir as ordens superiores, litação e aprovação em concurso público.
mesmo quando manifestamente ilegais. ( ) é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
b) O servidor responde civil, penal e administrativamen- responsabilidades compatíveis com suas limitações
te pelo exercício irregular de suas atribuições, mas físicas ou mentais, conforme verificado por autorida-
a responsabilidade civil decorre tão somente de ato de médica.
culposo. ( ) é a investidura do servidor em cargo por este ante-
c) A pena de demissão será aplicada nos casos de cor- riormente ocupado ou no resultante de sua transfor-
rupção, inassiduidade habitual e recusa de fé a docu- mação, quando invalidada sua demissão.
mentos públicos.
d) Ao servidor é proibido coagir ou aliciar subordinados Assinale a opção que apresenta a relação correta,
no sentido de filiarem-se a associação profissional ou segundo a ordem apresentada.
sindical, ou a partido político.
a) 3, 2, 1 e 4.
A letra A está errada, pois o dever que o servidor b) 2, 3, 4 e 1.
tem que cumprir ordens não pode ser usado como c) 4, 2, 1 e 3.
justificativa para ele cumprir ordens manifestamen- d) 1, 2, 4 e 3.
te ilegais, mesmo que seja uma ordem ilegal de seu e) 4, 1, 3 e 2.
superior (art. 116, IV, Lei n° 8.112/1990). A letra B
está errada, a responsabilidade civil decorre de A primeira frase dispõe sobre a reversão, uma forma
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que de provimento derivado em que temos um servidor
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. aposentado que retorna ao serviço público. A segun-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

122, idem). A letra C está errada, pois a recusa de fé da frase dispõe sobre a nomeação, é a forma de pro-
a documentos públicos é uma infração de natureza vimento de cargos públicos mais comum, e também
leve, e a pena de demissão somente é aplicável para a única forma de provimento originário (que não
infrações mais graves, como os casos de corrupção depende de uma relação jurídica anterior entre a pes-
e inassiduidade habitual. Resposta: Letra D. soa e o Estado). A terceira frase dispõe sobre a rea-
daptação, uma forma de provimento em que temos
8. (INSTITUTO AOCP – 2019) Sobre a seguridade social um servidor público que sofreu limitações da sua
do servidor público federal, assinale a alternativa capacidade laboral, e passa a exercer um cargo mais
correta. compatível com suas limitações físicas e/ou mentais.
A quarta frase descreve a reintegração, uma hipó-
a) O servidor será aposentado voluntariamente aos 35 tese em que temos um servidor que foi demitido de
(trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 32 forma injusta, tendo essa demissão sido invalidada
(trinta e dois) anos, se mulher, com proventos integrais. por decisão administrativa ou judicial, tendo direito
b) Ao servidor aposentado não será paga a gratificação também ao ressarcimento de todas as vantagens. A
natalina devida ao servidor ativo. ordem, assim, é: 4, 1, 3, 2. Resposta: Letra E. 97
10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item, relativo à d) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
corregedoria e ao direito disciplinar. cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
Situação hipotética: Um servidor público cometeu disciplina.
transgressão disciplinar e foi advertido disciplinar- e) O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu-
mente. No mês seguinte, cometeu nova transgressão ra organizacional, respeitando seus colegas e cada
disciplinar, sujeita à pena de advertência. Assertiva: concidadão, colabora e de todos pode receber cola-
Nessa situação, a nova conduta poderá ter a sanção boração, pois sua atividade pública é a grande opor-
disciplinar agravada para suspensão. tunidade para o crescimento e o engrandecimento da
Nação.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
3. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
O enunciado da questão trata da sanção disciplinar Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
denominada sanção. Segundo o texto do artigo 130 são deveres fundamentais do servidor do IBGE entre
da Lei n° 8.112/1990, A suspensão será aplicada em outros, EXCETO:
caso de reincidência das faltas punidas com adver-
tência e de violação das demais proibições que não a) desempenhar, na medida do possível, as atribuições
tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão. do cargo, função ou emprego público de que seja
Todavia, a pena de suspensão agravada não poderá titular;
ser superior a 90 (noventa) dias. Resposta: Certo. b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamente
resolver situações procrastinatórias, principalmente
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
HORA DE PRATICAR! na prestação dos serviços pelo setor em que exerça
suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no usuário;
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a inte-
assinale a alternativa incorreta: gridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais van-
a) O Código de Ética Profissional do Servidor Público do tajosa para o bem comum;
IBGE propende a estabelecer, essencialmente, os prin-
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condi-
cípios de natureza deontológica, os deveres e as veda-
ção essencial da gestão dos bens, direitos e serviços
ções a que estão sujeitos os agentes públicos lotados
da coletividade a seu cargo;
no Instituto.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aper-
b) Ética é uma filosofia que faz parte da filosofia moral
feiçoando o processo de comunicação e contato com
contemporânea, que significa ciência do dever e da
o público;
obrigação.
c) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a eficiência
4. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
e a consciência dos princípios morais são primados
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
maiores que devem nortear o servidor público do IBGE,
são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
outros, EXCETO:
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder
estatal.
d) O servidor público não poderá jamais desprezar o ele- a) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-
mento ético de sua conduta. cípios éticos que se materializam na adequada presta-
e) A moralidade da Administração Pública não se limita à ção dos serviços públicos;
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida b) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
da ideia de que o fim é sempre o bem comum. respeitando a capacidade e as limitações individuais
de todos os usuários do serviço público, sem qualquer
2. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e
assinale a alternativa incorreta: posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-
-lhes dano moral.
a) O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante c) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao representar contra qualquer comprometimento indevi-
seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integran- do da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
te da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser con- d) ceder a todas as pressões de superiores hierárqui-
siderado como seu maior patrimônio. cos, de contratantes, interessados e outros que visem
b) Salvo os casos de segurança nacional, investigações obter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde-
policiais ou interesse superior do Estado e da Admi- vidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéti-
nistração Pública, a serem preservados em processo cas e denunciá-las;
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, e) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
a publicidade de qualquer ato administrativo cons- específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
titui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem 5. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
comum, imputável a quem a negar. Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
c) Toda pessoa tem direito à verdade, salvo nos casos são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre
98 previstos em lei. outros, EXCETO:
a) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que b) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comis-
refletindo negativamente em todo o sistema; são, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
b) comunicar imediatamente a seus superiores todo e si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, da sua missão ou para influenciar outro servidor para
exigindo as providências cabíveis; o mesmo fim.
c) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, c) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
seguindo os métodos mais adequados à sua organiza- encaminhar para providências;
ção e distribuição; d) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
d) participar dos movimentos e estudos que se relacio- atendimento em serviços públicos;
nem com a melhoria do exercício de suas funções, e) não desviar servidor público para atendimento a inte-
tendo por escopo a realização do bem comum; resse particular;
e) apresentar-se ao trabalho uniformizado sempre para o
bom exercício da função. 9. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é
6. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no vedado ao servidor público do IBGE, EXCETO:
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre a) retirar da Instituição, sem estar legalmente autoriza-
outros, exceto: do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao
patrimônio público;
a) manter-se atualizado com as instruções, as normas b) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
exerce suas funções; de parentes, de amigos ou de terceiros;
b) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins- c) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
truções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, habitualmente;
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapi- d) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
dez, mantendo tudo sempre em boa ordem; contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes-
c) embaraçar a fiscalização de todos atos ou serviços soa humana;
por quem de direito; e) deixar de exercer atividade profissional aética ou ligar
d) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun- o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos 10. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
usuários do serviço público e dos jurisdicionados Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
administrativos; assinale a alternativa incorreta:
e) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
poder ou autoridade com finalidade estranha ao inte- a) A Comissão de Ética do IBGE está encarregada de
resse público, mesmo que observando as formalidades orientar e aconselhar sobre a ética profissional dos
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. servidores da Casa, no tratamento com as pessoas e
com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
7. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no concretamente de imputação ou de procedimento
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é susceptível de censura.
vedado ao servidor público do IBGE, exceto: b) À Comissão de Ética do IBGE incumbe fornecer, quan-
do necessário e a quem de direito, os registros sobre
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- a conduta ética dos servidores da Casa, para o efeito
po, posição e influências, para obter qualquer favoreci- de instruir e fundamentar promoções e para todos os
mento, para si ou para outrem; demais procedimentos próprios da carreira de servi-
b) Proteger deliberadamente a reputação de outros servi- dor público no âmbito do IBGE.
dores ou de cidadãos que deles dependam; c) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni- Ética do IBGE é a de advertência e sua fundamentação
vente com erro ou infração a este Código de Ética ou constará do respectivo parecer, assinado por todos os
ao Código de Ética de sua profissão; seus integrantes, com ciência do faltoso.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer- d) Para fins de apuração do comprometimento ético,
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando- entende-se por servidor público todo aquele que,
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

-lhe dano moral ou material; por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao preste serviços de natureza permanente, temporária
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimen- ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
to do seu mister. desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
8. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é públicas e as sociedades de economia mista, ou em
vedado ao servidor público do IBGE, exceto: qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
e) Comissão é um grupo de pessoas designadas em
a) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- caráter temporário, lideradas e supervisionadas pelo
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter- investigador-encarregado e com qualificações técnico
firam no trato com o público, com os jurisdicionados profissionais específicas à função. Cumprem tarefas
administrativos ou com colegas hierarquicamente técnicas de interesse exclusivo da investigação, para
superiores ou inferiores; fins de prevenção, e adequadas às características do
fato ocorrido
99
11. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com o regi- 16. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Na hipótese de acumular
me jurídico dos servidores públicos civis da União, das ilegalmente cargos, empregos, ou funções públicas, o
autarquias e das fundações públicas federais, caso funcionário público estará sujeito à penalidade disci-
seja verificado que, reincidentemente, determinado plinar de
servidor incumbia a outro atribuições estranhas ao
cargo que este último ocupava, a penalidade prevista a) destituição de cargo em comissão.
é de b) suspensão.
c) demissão.
a) suspensão. d) advertência.
b) advertência.
c) demissão. 17. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Conforme disciplina a Lei
d) censura. n.º 8.112/1990 com relação à acumulação de cargos,
e) destituição do cargo. julgue os próximos itens.

12.
(CESPE-CEBRASPE — 2018) Servidor público que I. A aposentadoria do servidor não impede a percepção
comete irregularidade no exercício da sua função de vencimento de emprego público efetivo com pro-
poderá responder civil, penal e administrativamente ventos da inatividade se os cargos forem acumuláveis
pelo ato. Nesse sentido, segundo a Lei n.º 8.027/1990, na atividade.
as cominações civis, penais e administrativas podem II. A participação em órgão de deliberação coletiva não
cumular-se, no entanto configura acumulação de cargos e deve ser remunerada.
III. A acumulação lícita de cargos dispensa a comprova-
a) são independentes entre si. ção da compatibilidade de horários se o servidor cum-
b) a administrativa depende da civil. prir a jornada em cada um deles.
c) a administrativa depende da penal. IV. Detectada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de
d) a civil depende da penal.
cargos públicos, será dada ao servidor a oportunidade
e) a penal depende da civil.
de apresentar opção por um deles.
13. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Pedro, servidor de órgão
Estão certos apenas os itens
público federal, a mando de Lucas, seu chefe imediato,
mensalmente entregava dez resmas de papel a uma
a) I e II.
empregada terceirizada, a título de colaboração para a
b) I e III.
escola em que um filho dessa empregada estudava.
c) I e IV.
Nessa situação hipotética,
d) II e IV.
e) III e IV.
a) Lucas deu ordem manifestamente ilegal, razão por
que Pedro deveria ter-se recusado a cumpri-la.
b) Pedro cometeu infração que não representou grave 18. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Com a conclusão do pro-
dano ao patrimônio público e, por isso, deverá ser-lhe cesso administrativo disciplinar contra um servidor
aplicada a penalidade mais branda. público federal detentor de cargo em comissão junto
c) o desconhecimento da ilegalidade da conduta afasta- a determinado tribunal regional eleitoral, o servidor foi
rá a aplicação de penalidade a Pedro. apenado com a destituição do seu cargo.
d) Pedro cometeu infração, mas Lucas, não, já que não Nessa situação hipotética, a penalidade deverá ser
praticou a conduta proibida. aplicada pelo(a)
e) a nobreza da conduta de Pedro poderá justificar a não
instauração de processo administrativo contra si. a) autoridade que houver feito a nomeação.
b) presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
14. (CESPE-CEBRASPE — 2017) As esferas penal e admi- c) autoridade administrativa de hierarquia imediatamen-
nistrativa são independentes para apurar a responsa- te inferior ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
bilidade de servidor público. Contudo, o procedimento d) chefe da repartição.
criminal vincula o procedimento administrativo quan- e) presidente da República.
do conclui que
19. (CESPE-CEBRASPE — 2017) João delegou a Maria,
a) há insuficiência de provas quanto à existência do fato sua esposa e pessoa estranha à repartição pública
imputado ao servidor. onde ele exerce suas funções, o desempenho das atri-
b) o servidor não foi o autor da conduta a ele imputada. buições de sua responsabilidade. Descoberto, João
c) há insuficiência de provas quanto à autoria do fato. sofreu um processo administrativo disciplinar, que
d) o fato não constitui infração penal. resultou em sua condenação à penalidade de adver-
tência. Três meses após o trânsito em julgado do
15. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Ao servidor público que procedimento administrativo, João recusou fé a docu-
intencionalmente e sem nenhuma justificativa se mento público.
ausentar do país por trinta e um dias ininterruptos será Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.º
aplicável, de acordo com a Lei n.º 8.112/1990, a pena- 8.112/1990, João está sujeito à pena de
lidade de
a) suspensão de até noventa dias.
a) suspensão. b) suspensão de até cento e vinte dias.
b) demissão. c) suspensão de até cento e oitenta dias.
c) censura. d) repreensão verbal.
100 d) advertência. e) demissão.
20. (FGV – 2020) Mariana, ocupante do cargo de Coorde-
nador Censitário Subárea do IBGE, que nunca sofreu
qualquer sanção disciplinar, no exercício das funções,
opôs resistência injustificada ao andamento de docu-
mento e processo.

De acordo com a Lei n° 8.112/90, observadas as for-


malidades legais, Mariana será sancionada com a
penalidade disciplinar da:

a) repreensão, que será aplicada verbalmente;


b) advertência, que será aplicada por escrito;
c) censura, que será aplicada verbalmente;
d) demissão, que será aplicada mediante publicação no
diário oficial;
e) suspensão, que será aplicada mediante publicação no
diário oficial.

9 GABARITO

1 E

2 C

3 A

4 D

5 E

6 C

7 B

8 E

9 E

10 C

11 A

12 A

13 A

14 B

15 B

16 C

17 C

18 A

19 A
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

20 A

ANOTAÇÕES

101
ANOTAÇÕES

102
z As condições de trabalho e o rendimento da população;
z Um panorama da diversidade étnico-racial da
população brasileira, com sua distribuição por cor
ou raça;
z A caracterização dos povos indígenas por etnia e
CONHECIMENTOS línguas indígenas faladas ou utilizadas nos seus
domicílios, além de dados sobre a população
TÉCNICOS quilombola.

O RECENSEADOR

O Recenseador é o responsável por fazer o traba-


CONHECIMENTOS TÉCNICOS APLICADOS lho da coleta de dados por meio de entrevistas com
NO CENSO DEMOGRÁFICO 2020 os moradores. Estando em contato direto com o públi-
co, ele representa o IBGE para a sociedade. É o agente
CENSO DEMOGRÁFICO 2021 responsável pelo trabalho de campo, coletando dados
dos moradores de cada domicílio correspondente ao
Entre as mais importantes pesquisas feitas pelo setor de atuação.
IBGE, encontra-se o Censo Demográfico, que é a opera- Cada um deles cuida de uma área geográfica espe-
ção realizada a cada dez anos para contar a população cífica, porém, não é possível estimar suas extensões.
e obter informações sobre as principais característi- A qualidade dos resultados que serão entregues para
cas dos habitantes e de seus domicílios. o país ao final da operação depende diretamente da
O censo, ou recenseamento demográfico, é um qualidade de seu trabalho, do modo como se dedica às
estudo estatístico referente a uma população que atividades em seu dia a dia.
possibilita o recolhimento de várias informações, tais O trabalho do Recenseador diz respeito à obtenção
como o número de homens, mulheres, crianças e ido- das informações junto aos moradores de uma deter-
sos, onde e como vivem as pessoas etc. Esse estudo é minada área, nos locais onde residem. O Recenseador
realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maio- contará com a supervisão de um Agente Censitário
ria dos países. Por meio do Censo Demográfico, veri- Supervisor (ACS). O ACS lhe oferecerá as informações,
fica-se a distribuição territorial no país e a evolução o material necessário e seus instrumentos de traba-
quantitativa da população ao longo do tempo. lho, assim como lhe dispensará orientação técnica e
O Censo é a principal fonte de dados sobre a situa- assistência permanente por ocasião da realização da
ção de vida da população nos municípios e localida- coleta de dados. O Recenseador deve se reportar sem-
des. Esses dados podem ser utilizados para a definição pre ao Agente Censitário Supervisor diante de qual-
de políticas públicas em nível nacional, estadual e quer dificuldade.
municipal, e também podem ser usados como auxílio
para a tomada de decisões na área de investimentos, Aproveitamento e escolha do setor censitário
especialmente em relação ao setor privado.
No Censo 2021, o IBGE visitará aproximadamente O resultado efetivo do trabalho do Recensea-
70 milhões de domicílios brasileiros, distribuídos dor está relacionado ao domínio dos conceitos e dos
pelos mais de 8,5 milhões de km² do nosso vasto terri- procedimentos que serão empregados no Censo. É
tório, para conhecer a situação de vida da população importante que o candidato a Recenseador tenha um
em cada um de seus 5.568 municípios. bom aproveitamento no momento de formação, uma
Para chegar a um entendimento sobre quais ques- vez que a escolha da área em que deseja trabalhar
tões serão investigadas no Censo Demográfico 2021, dependerá da sua classificação final na avaliação do
o IBGE promove consultas e debates amplos com a treinamento.
sociedade brasileira e órgãos técnico-governamen- Esta área, nominada pelo IBGE de Setor Censi-
tais. A partir daí, com a conclusão do Censo, o Brasil tário, será o local de trabalho do Recenseador, onde
disporá de informações necessárias para conhecer as acontecerá a coleta de dados. No decorrer do seu tra-
características das pessoas a fim de planificar políti- balho de coleta de dados, o Recenseador ficará lotado
cas e investimentos públicos. em um local físico, denominado Posto de Coleta, sob
Os dados coletados no Censo Demográfico 2021 responsabilidade do IBGE.
serão relativos ao estado de coisas em uma data
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

específica, isto é, a um retrato da situação naquele Posto de Coleta


momento. O conjunto de dados coletados apresenta-
rá resultados relacionados a questões fundamentais, O Posto de Coleta é o local de trabalho concebido
como: temporariamente pelo IBGE para dar suporte à ope-
ração censitária. Nele, reúne-se a equipe encarrega-
z O total da população do país por sexo e faixa etária da do gerenciamento e da coleta de dados (Glossário)
e como está distribuída no Território Nacional; de uma determinada área. Sempre que requisitado, o
z A expectativa de vida da população do país; Recenseador deverá comparecer ao Posto de Coleta
z A estimativa de brasileiros que vivem fora do país; para que o Supervisor possa avaliar o seu trabalho e
z O número médio de filhos que uma mulher teria corrigir possíveis falhas. Caso a supervisão indique a
ao final do seu período fértil; necessidade de corrigir algum dado coletado, o Recen-
z O tipo de habitação em que vive a população do país; seador deverá retornar a campo.
z A proporção da população que tem acesso ao sanea- Resumidamente, o trabalho do Recenseador con-
mento básico; siste em percorrer o Setor Censitário sob sua respon-
z O nível de instrução da população; sabilidade, registrando endereços e realizando as 103
entrevistas com os moradores. Para terminar o seu O Questionário Básico é o questionário com
trabalho, o Recenseador deve dirigir-se ao Posto de menor número de quesitos, em que serão registradas
Coleta e devolver o material de trabalho ao Instituto. as características do domicílio e de seus moradores
na data de referência. Os quesitos desse questionário
Instrumentos de trabalho do Recenseador serão aplicados a todos os domicílios.
Já o Questionário da Amostra é respondido por
No decurso da coleta de dados, o Recenseador terá uma parcela da população escolhida de forma alea-
dois instrumentos de trabalho disponíveis: o Mapa do tória por meio de cálculos específicos, formando
Setor Censitário (em papel) e o Dispositivo Móvel de uma amostra estatística. Apenas um modelo de ques-
Coleta (DMC). O Recenseador será responsável pelo tionário (básico ou amostra) será aplicado em cada
patrimônio público enquanto estiver de posse dos mate- domicílio.
riais a ele acautelados, devendo zelar por sua conserva-
Evitando a perda de informações
ção e pelas boas condições de seu uso e funcionamento.
Além desses dois instrumentos de trabalho, o
É muito importante tomar providências para evi-
Recenseador contará com o Manual do Recenseador
tar a perda de informações coletadas, tais como:
e o Manual de Entrevista (digital), que serão usados
como recursos instrucionais durante seu treinamen-
z Zelar pelo correto registro das informações;
to, além de fonte de consulta para o seu trabalho de
z Fazer cópias de segurança (backups) regularmente;
coleta de dados. Os Manuais do Recenseador e de
z Transmitir as informações sempre que possível;
Entrevista congregam conceitos, definições, procedi- z Evitar quedas e contato com água e umidade dos
mentos e orientações necessárias ao desempenho de materiais;
suas atividades e ao registro das informações. z Adotar cuidados básicos ao circular pelos setores
O treinamento do Recenseador é composto por censitários com o DMC, preservando a segurança de
outros materiais e recursos de formação, que também si, dos dados coletados e do próprio equipamento.
servem de apoio ao seu trabalho. Estes devem ser con-
sultados sempre que necessário para garantir maior Cálculo da remuneração do Recenseador
qualidade na coleta.
A remuneração mensal do Recenseador será por
z Mapa do Setor Censitário (em papel): é uma produção, calculada por Setor Censitário, confor-
representação gráfica da área a ser recenseada. me taxa fixada de conhecimento prévio com base
Em seu verso, consta a descrição de seus limites. na quantidade de unidades recenseadas (domicílios
Eventualmente, a representação do setor ganha urbanos e/ou rurais), pessoas recenseadas e registro
elementos adicionais que facilitam a identificação no controle da coleta de dados.
de sua área (como a adição da área circundante). Em um mês, o Recenseador poderá receber vários
z Dispositivo Móvel de Coleta (DMC): é o equipa- pagamentos consoantes com a liberação dos setores
mento para registro e armazenamento das infor- produzidos. Esses setores serão pagos de forma indivi-
mações coletadas em campo. No DMC, podem-se dualizada. Os valores respectivos são acumulados por
acessar: mês para cálculo dos descontos INSS e IRPF e para cál-
culo do recebimento de salário-família (caso o Recen-
„ Mapa do Setor Censitário (digital); seador se enquadre nos requisitos desse benefício).
„ Lista de Endereços;
„ Questionários: Básico - Amostra; Remuneração bruta e remuneração líquida
„ Manual do Recenseador e de Entrevista.
É necessário saber diferenciar remuneração bruta
Controlar o uso dos aplicativos e funções do DMC do trabalhador e remuneração líquida para compreen-
der o cálculo final da remuneração. Os descontos mais
é determinante para a realização do Censo com a
comuns que costumam ocorrer da remuneração bruta
qualidade necessária, pois esse equipamento será o
para a remuneração líquida são:
principal instrumento de trabalho no cotidiano do
Recenseador. O DMC exibe o Mapa por meio de uma
z INSS: a líquota de 8%, 9% ou 11%, conforme tabela
imagem, obtida por satélites, da área do setor e das
do INSS vigente em cada mês;
áreas que o rodeiam.
z IRPF: para aqueles cuja base de cálculo sofra
A Lista de Endereços é composta por endereços retenção do imposto, conforme tabela do IRPF
trabalhados no setor censitário em pesquisas anterio- vigente em cada mês;
res. Por isso, é também chamada de “lista prévia”. É z Pensão alimentícia, quando houver;
importante que o Recenseador visite todos os ende- z Valores de produção recebidos indevidamente.
reços do setor (mesmo que alguns destes não estejam
presentes na lista) e atualize a relação que carrega em A remuneração bruta é o ganho total do Recen-
seu DMC. seador (produção + salário-família, quando houver).
Para atualizar a lista de endereços (prévia), o A remuneração líquida é o valor recebido após os
Recenseador deverá seguir estas orientações: descontos aplicados na remuneração bruta.

z Confirmar os endereços que continuam presentes Remuneração por rescisão


em campo, após verificação;
z Incluir os novos endereços que forem encontrados; Quando o contrato chegar ao fim, o Recenseador
z Excluir os endereços que não forem encontrados terá direito a receber o pagamento da rescisão, que
104 em campo. corresponde à soma dos valores de 13º salário e de
férias indenizadas. Devido ao fato de o Recenseador Comunique ao entrevistado que é possível verifi-
não possuir um salário fixo, utiliza-se como base a car a identidade do Recenseador pela internet ou por
Remuneração Média Mensal, calculada da seguinte telefone. Pela internet, o canal é o site: http://respon-
forma: dendo.ibge.gov.br; e, por telefone, o número: 0800 721
8181. Ambos constam no crachá do agente. Deve-se
Remuneração soma das remunerações (x) 30 fornecer o nome, matrícula e/ou CPF do Recenseador
Média Mensal = para realizar a confirmação.
n° dias do contrato É preciso vestir-se de forma adequada e discreta
13º salário e estar sempre portando o crachá de identificação. O
crachá é o documento que credencia o funcionário a
realizar a pesquisa para o IBGE. O Recenseador, assim
Gratificação natalina proporcional aos meses de
como o Agente Censitário Municipal (ACM) e o Agente
trabalho, observada a regra de que a fração igual ou
Censitário Supervisor (ACS), deve também falar cor-
superior a 15 dias será considerada como mês integral.
retamente, evitando cometer erros de português ou
usar gírias e palavras inadequadas.
Férias indenizadas Durante o trabalho de campo, os entrevistados
podem fazer perguntas ao Recenseador e ao supervi-
Indenização relativa ao período incompleto de sor sobre o objetivo da pesquisa e o porquê da visita.
férias, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês Dependendo das respostas, o informante pode fazer
de efetivo exercício, ou fração superior a 14 dias, um “julgamento” equivocado do funcionário e do
acrescido do adicional de 1/3 (um terço) da remune- IBGE. Os funcionários do Instituto precisam cultivar
ração das férias. uma atitude de autoconfiança. Isto é, precisam estar
cientes do que exatamente fazem, transmitindo segu-
Conduta do Recenseador rança ao informante sobre a seriedade da operação.
A abordagem aos moradores é um momento crí-
Milhares de Recenseadores do IBGE, em todo o tico da coleta, em que o informante faz um primeiro
Brasil, irão às ruas em busca de informações de quali- “julgamento” do Recenseador. Portanto:
dade para a coleta do Censo Demográfico 2021. Nesse
processo, relacionam-se com diferentes públicos, cada z Demonstre profissionalismo e credibilidade;
qual com suas características e peculiaridades. z Cumprimente o informante e identifique-se,
Em virtude dessa diversidade, é senso comum que demonstrando que você é uma pessoa credencia-
os moradores acolham os Recenseadores de formas da e treinada para realizar a coleta pelo IBGE;
diversas. Ora com receptividade, ora com descon- z Seja objetivo e fale brevemente o que deseja;
fiança e resistência. O tratamento cortês, respeitoso e z Lembre-se: você está representando o IBGE!
seguro com o informante é essencial para estabelecer
uma relação de confiança e cooperação. Além disso, A interpelação correta dos informantes colabora para
é importante que o Recenseador apresente uma pos- uma resposta mais célere. Afiança também uma postura
tura de trabalho coerente e use sempre o crachá de colaborativa, restringindo a possibilidade de retrabalho
identificação com os dados do Recenseador. nas etapas posteriores. Por isso, é essencial que o Recen-
seador consiga estabelecer uma relação de parceria com
o informante. Para tanto, é importante ter cuidado com a
Foto do
Recenseador forma de fazer as perguntas do questionário.
O Recenseador deve ler cada uma delas conforme
estão escritas e anotar as respostas diretamente no
QR Code para DMC – sem comentários adicionais a respeito. Sugere-
confirmar
os dados do
-se usar sempre palavras de boa educação durante a
Recenseador abordagem ao informante.
diretamente do É essencial evitar temas delicados, como política
site do IBGE ou religião; não emitir opiniões; procurar desviar-se
de afirmações polêmicas e manter o foco na coleta de
dados. O Recenseador deve esclarecer para o infor-
Dados do
mante, de forma clara e segura, a importância do Cen-
Recenseador so Demográfico 2021.
Em caso de resistência à prestação de informa-
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

ções ao IBGE, é necessário que o Recenseador consiga


apresentar pressupostos convincentes ao informan-
te persistente. Se, mesmo assim, a recusa persistir, o
Conduta do Recenseador: a imagem do IBGE Recenseador deve comunicá-la ao Supervisor para
receber novas orientações.
O Recenseador representa a imagem do IBGE no con-
tato com os informantes. É imprescindível se conscien- Conduta do Recenseador: sigilo estatístico
tizar disso. Como o Censo é a operação em que o IBGE
percorre todo o país, a interação de cada Recenseador A segurança das informações é também outro aspec-
com cada informante é fundamental para reforçar a to que deve ser evidenciado em suas atitudes, com a
confiança e a credibilidade da população em suas pes- qual você e o IBGE têm deveres e responsabilidades.
quisas. O Recenseador deve se identificar sempre de É essencial garantir o sigilo das informações obtidas
forma clara ao seu interlocutor, deixando seu crachá pelo Censo Demográfico 2021 (e por quaisquer pesqui-
visível e esclarecendo os objetivos da operação cen- sas oficiais) tanto para os informantes quanto para o
sitária e apresentando-se com boné, crachá e colete. próprio instituto. O informante deve ser avisado de que 105
essas informações só poderão ser utilizadas para fins
estatísticos. FUNCIONÁRIOS FUNCIONÁRIOS
Os cidadãos só se sentirão seguros em prestar infor- EFETIVOS DO IBGE CONTRATADOS
mações à Instituição se sentirem confiança no IBGE e Coordenadores censitários
no funcionário que realiza o Censo 2021. Assim, o IBGE Coordenadores do censo
de subárea (CCS) local:
toma todas as precauções necessárias para garantir local: Unidades Estaduais
Postos de coleta (municí-
que dados individualizados não sejam divulgados. IBGE
pios-sede da subárea)

Agentes censitários mu-


Coordenadores de área
Importante! local: Agências do IBGE
nicipais (ACM) local: Pos-
tos de coleta (municípios)
O IBGE não divulga os dados de nenhuma pes-
quisa, inclusive do Censo, que possam identificar Agentes censitários super-
o informante como nomes, telefones etc. A Lei visores (ACS) local: Postos
5.534, de 14 de novembro de 1968, assegura o de coleta (municípios)
sigilo dessas informações. Recenseadores local de
trabalho: Setor censitário
local de lotação: postos
A violação do sigilo por servidores, agentes de pes-
de coleta (municípios)
quisa e Recenseadores do IBGE está sujeita à punição
de acordo com as normas e a legislação.
A fim de que os coordenadores possam exercer os
Conduta do Recenseador: procedimentos em campo seus papéis no Censo Demográfico 2020, é necessário
que eles conheçam muito bem as atribuições específi-
Antes de se dirigir para a coleta, apronte com ante- cas de suas funções, que serão detalhadas no treina-
cedência os itens de que você vai precisar. Separe mento presencial.
equipamentos e materiais que serão utilizados, como
o DMC (Dispositivo Móvel de Coleta) e o mapa em AGENTE CENSITÁRIO SUPERVISOR – ACS
papel com a descrição do setor. Certifique-se de que
o DMC está com bateria, para que você consiga fazer O Agente Censitário Supervisor (ACS) será o agen-
uso do equipamento durante todo seu percurso de tra- te que supervisionará o trabalho de uma equipe de
balho. Planeje a melhor forma de chegar ao seu Setor Recenseadores, orientando e corrigindo falhas, garan-
Censitário: verifique os meios de transporte e o tempo tindo, assim, a qualidade dos trabalhos. Em linhas
de deslocamento. gerais, procurará garantir que o projeto Censo Demo-
Durante o seu trabalho em campo, observe as gráfico 2021 se concretize com sucesso.
seguintes orientações: A primeira atividade do ACS é o reconhecimento
do setor onde realizará o seu percurso completo, atua-
z Não permita que pessoas não autorizadas pelo lizando suas faces e seus logradouros. Concomitante
IBGE o acompanhem em seu trabalho; ao reconhecimento do setor, coletará os dados da Pes-
z Não permita que pessoas estranhas ao serviço quisa Urbanística do Entorno dos domicílios. Essa ati-
manuseiem os equipamentos de coleta; vidade ocorrerá em período anterior à coleta de dados
z Não permita que informações contidas no disposi- realizada pelo Recenseador.
tivo de coleta sejam vistas por terceiros; O ACS deverá registrar todas as informações
z Não faça comentários sobre qualquer informação encontradas durante o percurso que não estejam atua-
obtida durante seu trabalho; lizadas ou em conformidade com os instrumentos de
z Não revele fatos ou informações sigilosas sobre trabalho de campo (DMC, mapa do setor ou descriti-
os informantes, domicílios e estabelecimentos vo). O ACS exercerá, ainda, as tarefas de supervisão da
pesquisados. operação censitária, com atenção às questões técnicas
e de informática, exercendo, quando necessário, tare-
Em locais de povos e comunidades tradicionais fas administrativas, como renovação de contratos,
(indígenas, quilombolas, povos ciganos, pescado- avaliação de Recenseadores etc. Estará subordinado
res artesanais etc.), além dos cuidados rotineiros de ao Agente Censitário Municipal (ACM).
abordagem, previstos para o trabalho do IBGE para A função do Supervisor serve de ligação entre
qualquer outro Setor Censitário, devem ser tomados aqueles que coletam as informações (os Recenseado-
outros cuidados, de acordo com a tradicionalidade res) e aqueles que gerenciam o Posto de Coleta (res-
dos diversos grupos. Siga as orientações específicas ponsabilidade do ACM).
que serão fornecidas em momento oportuno antes de
entrar nessas áreas especiais. Função do agente censitário supervisor - ACS

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL As suas mais importantes funções são acompa-


nhar, avaliar e, sobretudo, orientar os Recenseado-
O Censo Demográfico 2020 constitui uma grande ope- res durante a execução dos trabalhos de campo. O
ração estatística que mobiliza centenas de pessoas desde ACM é quem irá orientá-lo na correta execução de seu
a fase de planejamento até a divulgação dos resultados. trabalho. O ACS deve se dirigir ao ACM sempre que
Para atingir os objetivos da operação, a estrutura houver quaisquer dúvidas ou problemas que compro-
organizacional do Censo Demográfico 2020 definiu-se metam a realização de suas tarefas. Para que os ACS
a partir das representações das Unidades Estaduais cumpram com tranquilidade suas funções, elas foram
106 do IBGE. divididas em duas grandes frentes:
z O treinamento e a contratação dos Recenseadores;
z O apoio ao Recenseador e a supervisão do seu trabalho de coleta.

AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL – ACM

O Agente Censitário Municipal (ACM) executará a função de gerente do Posto de Coleta. Isso envolve as seguin-
tes funções: gerenciar um grupo de supervisores (ACS), distribuir tarefas, zelar pelos equipamentos de coleta
e acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos. É fundamental que ele garanta que os seus supervisionados
cumpram com as normas estabelecidas pelo IBGE.
O Posto de Coleta serve de base física para a equipe da coleta de dados e da supervisão, ou seja, é o ponto de
encontro dos Supervisores e Recenseadores durante as operações do Censo 2020. Para gerenciar o Posto de Coleta,
o ACM utiliza o Sistema Integrado de Gerenciamento e Controle – SIGC.

Função do agente censitário municipal – ACM

Durante todo o trabalho do Censo 2021, o ACM estará à frente de dois grupos de ação:

z Gerencial: Administração da equipe (supervisores e Recenseadores) e dos materiais e equipamentos do Posto


de Coleta;
z Técnico: Acompanhamento técnico e monitoramento à coleta de dados.

O ACM responde técnica e administrativamente ao Coordenador Censitário de Subárea (CCS), como visto na
estrutura censitária simplificada.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Muitos dos conceitos que apresentaremos (como endereço, morador, logradouro e domicílio) fazem parte do
cotidiano do Censo 2021. Todavia, a atuação do Recenseador exige o conhecimento específico dos conceitos fun-
damentais utilizados pelo IBGE, para colher resultados adequados.

Divisão político-administrativa do Brasil

Para nos ajudar a entender o que é o setor censitário, devemos compreender, em primeiro lugar, o que é a divi-
são político-administrativa brasileira. Na atualidade, a divisão político-administrativa do Brasil está configurada
em unidades de federação, nas quais se encontram os Estados e o Distrito Federal, e Municípios. Suas principais
diferenças são suas dimensões hierárquicas. A extensão, o conteúdo territorial, o número de domicílios e estabe-
lecimentos presentes no Setor Censitário influenciam a carga de trabalho do Recenseador.
Por isso, os setores censitários são planejados para que possuam dimensões adequadas ao trabalho das pes-
quisas do IBGE. Além disso, os setores censitários respeitam a divisão político-administrativa do país e outros
recortes geográficos. O Brasil está dividido, em seu aspecto político-administrativo, nas seguintes unidades terri-
toriais: Unidades Federativas, Municípios, Distritos e Subdistritos.

Setor censitário: o local de trabalho do Recenseador

Para estudos estatísticos e geográficos, o IBGE subdivide as unidades territoriais da divisão político-adminis-
trativa brasileira em áreas ainda menores. Cada uma dessas áreas é denominada Setor Censitário.
O Setor Censitário é uma unidade territorial de coleta e de divulgação de dados estatísticos do IBGE. É, na prá-
tica, a área de trabalho na qual se localizam os domicílios e os estabelecimentos que serão visitados pelo Recen-
seador. O Setor Censitário pode ser urbano ou rural, e é representado graficamente por um mapa.
A imagem a seguir exemplifica um Setor Censitário, com seus limites assinalados em cor preta. Isso significa
que a área de trabalho abrange os domicílios e estabelecimentos situados em seu interior. CONHECIMENTOS TÉCNICOS

107
Situações dos setores censitários: áreas urbanas e rurais

Fazer a coleta do Censo em áreas urbanas envolve estratégias distintas das utilizadas em áreas rurais. Por isso,
cada Setor Censitário recebe uma classificação de acordo com suas características geográficas. Importante: Cada
um desses tipos requer uma abordagem específica do Recenseador.
As tabelas a seguir apresentam resumidamente as situações dos Setores Censitários em áreas urbanas e rurais:

CATEGORIA SITUAÇÃO DEFINIÇÃO

Área urbana de alta densidade


Área urbana com alta densidade de edificações
de edificações

ÁREA Área urbana de baixa densida- Área urbana com baixa densidade de edificações, processos de ex-
URBANA de de edificações pansão urbana, áreas verdes desabitadas, entre outras.

Aglomerações urbanas separadas das cidades e vilas em menos de


Núcleo urbano 1km ou que, superando essa distância, apresentem características urba-
nas (loteamento, conjuntos habitacionais e condomínios).

CATEGORIA SITUAÇÃO DEFINIÇÃO

Caracteriza-se pelo caráter aglomerado de domicílios, normalmente distantes


Aglomerado rural entre si não mais que 50m, e separados da franja das cidades e vilas em mais de
ÁREA 1km, com a exceção aplicada aos núcleos urbanos.
RURAL Área rural
Áreas de uso rural caracterizadas pela dispersão de domicílios e pela presença
(exclusive
usual de estabelecimentos agropecuários.
aglomerado)

TIPOS DE SETORES
DEFINIÇÃO
CENSITÁRIOS
Não especial Setor censitário comum que não se enquadra em nenhum outro tipo.

Forma de ocupação irregular de terrenos de propriedade alheia (públicos ou privados) para


Aglomerado fins de habitação em áreas urbanas e, em geral, caracterizados por um padrão urbanístico
subnormal irregular, por carência de serviços públicos essenciais e pela localização em áreas restritas
à ocupação.

Setor censitário de instalação administrada por um comando das forças armadas, assim
Quartel e base militar considerado caso a instalação possua pelo menos 50 habitantes permanentes residindo há
mais de um ano no local.

O alojamento é um domicílio coletivo geralmente vinculado a alguma instituição, como universi-


dade ou empresas, destinado a oferecer moradia por período temporário.
Alojamento /
O acampamento é entendido como instalação improvisada composta normalmente por barra-
Acampamento
cas, tendas ou outras estruturas rústicas. Ambas devem possuir no mínimo 50 habitantes resi-
dindo há mais de um ano.

Setor com baixo pata- Setor censitário que abrange baixa quantidade de domicílios, ou onde não foi identificada a
mar domiciliar presença de domicílios.

Setor censitário em que existam 15 ou mais indivíduos indígenas residentes em uma ou


Agrupamento indígena mais moradias contíguas espacialmente. Esses indivíduos devem se relacionar por vínculos
familiares ou comunitários.

Setor censitário relacionado às unidades prisionais que abrigam mais de 50 presos


Unidade prisional
permanentes.

É o setor censitário dos domicílios coletivos relacionados ao acolhimento de crianças ou


Convento / hospital /
idosos, aos conventos e aos hospitais que contenham, cada um, mais de 50 habitantes per-
ILPI / IACA
manentes residindo há mais de um ano no local.

108
TIPOS DE SETORES
DEFINIÇÃO
CENSITÁRIOS
Setor censitário com mais de 50 domicílios que se encontram associados a Projetos de
Agrovila do PA (Projeto
Assentamento. São localidades de habitação e produção agrícola, caracterizadas pelo aden-
de Assentamento)
samento e pela concentração de domicílios de famílias de determinado assentamento rural.

Setor censitário em que existem 15 ou mais indivíduos autodeclarados quilombolas residentes


Agrupamento
em uma ou mais moradias contíguas espacialmente. Esses indivíduos devem se relacionar por
quilombola
vínculos familiares ou comunitários.

Setores censitários de povos e comunidades tradicionais

É significativo destacar que o IBGE realiza o Censo em terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas
habitadas por povos e comunidades tradicionais. Esses são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhe-
cem como tal, por isso, possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, além de utilizarem
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
Nessas áreas, as condições de acesso e percurso são tratadas com as lideranças comunitárias, e também com os
órgãos que atuam em parceria com o IBGE na realização do Censo. A necessidade dessa ação é assegurada pelo direito
internacional previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Convenção 169 da OIT foi ratificada pelo Brasil em junho de 2002, pelo Poder Legislativo, e promulgada pelo
Decreto 5.051/2004, do Poder Executivo, com aplicação imediata no Brasil desde sua promulgação.
Com base nessa convenção, cabe ao Estado brasileiro garantir a consulta a esses povos mediante procedi-
mentos apropriados e, especialmente, através de suas instituições representativas, cada vez que se percebam
procedimentos suscetíveis a afetá-los diretamente, tais como as pesquisas do IBGE. Em muitas áreas indígenas, o
Recenseador precisará ser acompanhado por um guia e/ou um intérprete.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, 28,8% dos indígenas residentes em terras indígenas não falavam
português no domicílio. A indicação do guia e/ou intérprete é feita com apoio da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) como também por meio de consulta às lideranças, que
têm peso decisivo nessas indicações. Em algumas áreas quilombolas, o Recenseador também precisará ser acom-
panhado por um guia comunitário.

Quadra e face

Para que o Recenseador seja capaz de realizar o seu trabalho corretamente no seu Setor Censitário, é neces-
sário compreender dois conceitos básicos: quadra e face. As imagens a seguir indicam quadra padrão composta
de 4 faces:

CONHECIMENTOS TÉCNICOS

Face
Filho
Rua Sen. Salgado
rneiro

1
r a

mes Ca
rício Pil

Face
4 Quadra 2
Rua Go
Rua Fab

3
lis
Rua São Fidé

109
Quadra, portanto, é um trecho, geralmente retan- meio de dois valores: latitude e longitude. As coorde-
gular, de uma área urbana ou aglomerado rural, deli- nadas geográficas são como “linhas imaginárias” que
mitado por elementos como: ruas, estradas, estradas nos ajudam a encontrar nossa localização na super-
de ferro, cursos d’água ou encostas. Contudo, pode ter fície terrestre. Essas coordenadas são um importante
forma irregular. Em alguns locais, a quadra é chama- recurso para o trabalho nos Setores Censitários.
da de quarteirão. Os valores de latitude e longitude podem ser obti-
A face se trata de cada um dos lados da quadra, dos por meio de um receptor de sinais de satélites,
contendo ou não endereços. que se encontra integrado ao DMC. Latitude é o afas-
tamento, medido em graus, da linha do Equador até
Endereço um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai de
0° a 90° e pode ser Norte ou Sul. Longitude é o afasta-
O endereço concentra informações que permi- mento, medido em graus, do meridiano de Greenwich
tem identificar unidades construídas ou em constru- até um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai
ção dentro de um município, tal como casas, prédios, de 0° a 180° e pode ser Leste ou Oeste.
apartamentos, estabelecimentos etc. Por município, Essas coordenadas são um importante recurso
entende-se o espaço territorial político dentro de um para o trabalho no Setor Censitário, tendo em vista
estado ou unidade federativa; é o espaço administra- que as Coordenadas Geográficas constituem um com-
do por uma prefeitura. O município possui a sua zona ponente do endereço no IBGE.
rural e a zona urbanizada.
O IBGE adota um Padrão de Registro de Endere- Pesquisa urbanística do entorno dos domicílios
ços bastante detalhado, que será objeto do treinamen-
to presencial. Consideram-se como componentes do A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
endereço: (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um levantamento
de informações realizado por observação em momen-
z Logradouro; to anterior ao da coleta do Censo Demográfico 2021,
z Número; ou seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
z Complemento; mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitário
z Coordenadas Geográficas. Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
rente às características urbanísticas do entorno dos
domicílios.
Logradouro
Os objetivos da Pesquisa do Entorno 2020 são:
O logradouro é uma área ou via pública, reconhecida
pela comunidade, em que circulam pessoas, veículos e z Coletar dados de infraestrutura urbanística rela-
mercadorias. Na maioria das vezes, recebe um nome de tiva à acessibilidade universal, como circulação
conhecimento geral. Um logradouro pode ser uma ave- de pessoas e veículos, drenagem pluvial e equipa-
nida, uma viela, uma praça, uma estrada, um acesso ou mentos no espaço urbano.
até mesmo um rio. O uso mais comum de logradouro z Fornecer insumos para melhorar a qualidade da
hoje em dia é para nomear um endereço ou “lugar livre cobertura da coleta do Censo 2020.
destinado à circulação pública de pedestres e veículos,
tal como ruas, avenidas, praças, viadutos etc.”, conforme As questões são respondidas a partir da observa-
a definição do dicionário Michaelis. ção direta, ou seja, sem entrevistar ou colocar per-
Ao se registrar um logradouro, deve-se denominá- guntas a moradores ou transeuntes, em todas as faces
-lo preferencialmente segundo a forma oficial, sem
de quadras urbanas, que são unidades de coleta do
omissão de termos e sem abreviações. Exemplos: Rua
Joaquim Oliveira, Avenida das Nações, Estrada BR levantamento. A área de análise de alguns quesitos
116, Rio São Francisco etc. levantados será apenas a face, enquanto de outros
serão a face e a face confrontante. O percurso desta
Número coleta de informações será o mesmo aplicado ao ques-
tionário, e o supervisor deverá percorrê-lo a pé.
É o valor numérico propriamente dito que indica a
posição da edificação no logradouro. Morador

Complemento Morador é quem ou mora ou habita determinado


local; habitante, residente. Para o IBGE, o morador é
Frequentemente, ao chegar a um número de um a pessoa que “tem o domicílio como local habitual de
logradouro, observa-se a existência de várias uni- residência na data de referência”.
dades, cujo acesso se dá pelo mesmo número (pela A presença ou ausência da pessoa no domicílio na
mesma posição no logradouro). O complemento é
data de referência não define se ela é ou não morado-
utilizado para identificar cada unidade nesse núme-
ro. Essa situação é muito comum em edificações com ra do domicílio.
múltiplas unidades, tais como prédios ou condomí-
nios residenciais. São exemplos de complemento: blo-
co, apartamento, casa 1, casa 2, fundos, sobrado etc. Importante!
A data de referência é o parâmetro que indica
Coordenadas geográficas
quem deverá ser recenseado. Devem ser recen-
As coordenadas geográficas consistem em um dos seadas todas as pessoas que moravam no domi-
métodos mais eficientes de localização, pois permitem cílio na data de referência estabelecida pelo IBGE
110 identificar qualquer ponto na superfície da Terra por para a realização do Censo 2021.
A pessoa pode estar presente e não ser morado- durante o ano, considere residência principal a que o
ra, mas também pode estar ausente e ser moradora. indivíduo possui há mais tempo.
Resumindo, morador é a pessoa que:
Espécie de unidade visitada
z Tem o domicílio como local habitual de residência
e nele se encontrava na data de referência; No dia a dia do trabalho de coleta de dados, pode-
z Embora ausente na data de referência, tem o rão ser encontrados três tipos de edificações nos
domicílio como local habitual de residência, desde endereços observados em campo. São eles:
que a ausência não seja superior a 12 meses pelos
motivos: z Domicílios: edificações exclusivamente consti-
z Viagem a passeio, a serviço, a negócios, de estudos tuídas de unidades residenciais, que são as casas,
etc.; apartamentos etc.;
z Afastamento de sua comunidade tradicional por z Estabelecimentos: edificações exclusivamente
motivo de caça, pesca, extração vegetal, trabalho constituídas de unidades não residenciais, que são
na roça, participação em festas ou rituais; escolas, postos de saúde e lojas;
z Internação em estabelecimento de ensino ou hos- z Edificações mistas: podem conter domicílios e
pedagem em outro domicílio, pensionato, repúbli- estabelecimentos.
ca de estudantes, visando facilitar a frequência à
escola durante o ano letivo; As espécies de unidades visitadas se classificam de
z Detenção sem sentença definitiva declarada; forma geral em:
z Internação temporária em hospital ou estabeleci-
mento similar; z Domicílio: edificação construída ou utilizada com
z Embarque a serviço (militares, petroleiros). a finalidade de servir de moradia;
z Estabelecimento: edificação não destinada à
É importante ter atenção a alguns casos especiais, moradia.
a fim de evitar que uma mesma pessoa seja conta-
da em dois domicílios ou que não seja contada em Nesta ocasião, é essencial conhecer o que são as
nenhum dos dois. espécies de estabelecimento e domicílio, bem como
Por isso, se, na data de referência, a pessoa se duas classificações mais específicas de domicílio
encontrar afastada do domicílio de origem, ela não (domicílio particular e domicílio coletivo). No Censo,
será considerada moradora no domicílio de origem, deve-se considerar a data de referência para classifi-
mas sim no local onde se encontrar, ainda que a car a espécie da unidade visitada encontrada no ende-
ausência seja inferior a 12 meses. Eis as situações: reço. Após a confirmação do endereço, o Recenseador
identificará a unidade visitada conforme a finalidade
z Estar internada permanentemente em sanatórios, de seu uso na data de referência do Censo 2021.
asilos, conventos ou estabelecimentos similares;
z Estar morando em pensionatos sem ter outro local
habitual de residência;
z Ter sido condenada com sentença definitiva declarada; Importante!
z Ter migrado para outras regiões em busca de tra- A finalidade de uso que se faz da edificação,
balho e lá fixou residência. na data de referência, associada a um endere-
ço, caracteriza a espécie da unidade visitada –
Recenseados domicílio ou estabelecimento.

Devem ser recenseadas todas as pessoas (inclusi-


ve crianças e idosos) que moravam no domicílio na Estabelecimento
data de referência do Censo de 2021. Logo, de acor-
do com esse critério, extrai-se duas orientações: não Toda edificação utilizada para fins não domicilia-
recensear as pessoas que nasceram após a data esta- res encontrada nos setores censitários é classificada
belecida para a realização do censo e recensear as como estabelecimento. Exemplos de estabelecimentos
pessoas que faleceram após essa data, pois faziam encontrados no trabalho de campo: escolas, prédios e
parte do domicílio na data de referência. lojas comerciais, postos de saúde, templos religiosos,
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

plantações etc.
Morador com mais de uma residência
Domicílio
No caso de pessoas que ocupam duas ou mais
residências, será necessário averiguar com a pessoa Local construído ou utilizado com a finalidade de
entrevistada qual era sua residência principal na servir como residência ou moradia. Em geral, não há
data de referência, pois ela não pode ser considerada dificuldade para identificar um domicílio, já que a maior
moradora de duas residências ao mesmo tempo. parte das pessoas reside em apartamento ou casa.
Para determinar qual é a residência principal do Pode-se encontrar um domicílio em um lugar ines-
morador, deve-se obedecer ao seguinte procedimento: perado ou fora do comum, como, por exemplo: um
solicitar ao entrevistado que indique qual a sua resi- cômodo que serve de moradia em um prédio exclusiva-
dência habitual (residência principal). Caso o entre- mente comercial ou nos fundos de uma olaria ou, ain-
vistado não possa indicá-la, considere como principal da, encontrar domicílios em tendas, barracas, trailers
a residência em que passa a maior parte do ano. Caso ou residências flutuantes. A identificação de um domi-
a pessoa ocupe duas residências em períodos iguais cílio dependerá da aplicação correta do seu conceito. 111
Domicílio é o local, estruturalmente separado e z Domicílio coletivo: instituição ou estabelecimen-
independente, que se destina a servir de habitação a to no qual a relação entre as pessoas que nele se
uma ou mais pessoas. É também domicílio o local que encontravam, na data de referência, restringia-se
não era destinado originalmente a ser utilizado como a normas de subordinação administrativa. Note
tal, mas que passou a sê-lo em momento posterior. que as pessoas que ali se encontravam podiam
Logo, o Recenseador deve estar sempre atento. Em ser residentes ou não. Por isso, o domicílio pode
um primeiro olhar, nem sempre é possível identificar ser caracterizado como coletivo pela presença de
se existe mais de um domicílio em um mesmo terreno; moradores ou não na data de referência.
ou se, além das aparências, existe um domicílio em
local inesperado (ou não facilmente identificável). Exemplos: abrigos, orfanatos, hotéis, quartéis,
Observe os exemplos dos grupos a seguir: penitenciárias etc.

z Primeiro grupo: fundos de terrenos; andares Características do domicílio


superiores, inferiores, subsolos e residências de
porteiro ou zelador em edifícios residenciais, e O escopo de se levantar as características do domi-
habitações de caseiros em casas de veraneio. cílio é conhecer as condições de moradia da popula-
z Segundo grupo: edificações aparentemente não- ção e os níveis de qualidade de vida através do acesso
-residenciais, como edifícios comerciais, estabe- a serviços básicos e quantidade de cômodos.
lecimentos de prestação de serviços, indústrias,
estabelecimentos agropecuários etc. z Cômodo: para o IBGE, o conceito de cômodo é todo
compartimento coberto por um teto, limitado por
Critérios de separação e independência paredes e que seja parte integrante do domicílio,
inclusive banheiro e cozinha. Por “parede” enten-
Esses critérios são essenciais para definir e carac- de-se aqui a construção vertical que permite limi-
terizar corretamente a existência de um domicílio ou tar, dividir ou vedar espaços. Note-se que o cômodo
mais de um em uma mesma propriedade ou terreno. pode existir tanto na parte interna, quanto na par-
Esses critérios devem ser atendidos simultaneamen- te externa da edificação principal do domicílio,
te. Um domicílio só será caracterizado corretamente ainda sendo considerada como parte integrante do
quando forem atendidas, simultaneamente, as condi- domicílio (por exemplo, um banheiro construído
ções de separação e independência: separadamente da construção principal dentro do
mesmo terreno).
z Separação: este critério é atendido quando o local
de habitação é limitado por paredes, muros ou cer- Banheiro é o cômodo de uso exclusivo dos mora-
cas e coberto por um teto, permitindo que as pes- dores do domicílio, destinado a banho, que possua
soas que nele habitam se isolem das demais para chuveiro ou banheira, vaso sanitário ou privada, pia
dormir, preparar e/ou consumir seus alimentos e e, às vezes, bidê.
proteger-se do ambiente exterior, arcando total ou Não são considerados cômodos: corredores de liga-
parcialmente com suas despesas de alimentação ção entre cômodos, varandas abertas, garagem, com-
ou moradia; partimentos não residenciais, cozinha americana ou
z Independência: Este critério é atendido quando o mezanino.
local de habitação tem acesso direto, que permite
aos seus moradores entrar e sair sem necessidade CARACTERÍSTICAS DOS MORADORES
de passar por locais de moradia de outras pessoas.
Para tornar possível o planejamento econômico e
Classificação dos domicílios social da população, é preciso conhecer as caracterís-
ticas dos moradores e da população. Para constituir a
Os domicílios são classificados em dois grupos: relação entre os moradores de um domicílio, é impor-
domicílios particulares e domicílios coletivos. Existem tante que os próprios moradores definam uma pessoa
ainda, dentro desses dois grupos, outras classificações responsável pelo local. Ela será usada como referên-
derivadas. Por ora, veremos apenas as que caracteri- cia para registrar os demais moradores. Dessa forma,
zam esses dois grupos: domicílio particular e domicí- é considerada pessoa responsável homem ou mulher
lio coletivo. com, no mínimo, dez anos de idade, reconhecida como
tal pelos demais moradores do domicílio.
z Domicílio particular: é aquele construído para
habitação ou que é utilizado para esta finalidade, Etnias e migração
servindo de moradia a uma ou mais pessoas. Nele,
o relacionamento entre seus ocupantes é ditado No levantamento das informações sobre os mora-
por laços de parentesco, de dependência domésti- dores, são investigados os seguintes temas: perten-
ca ou por normas de convivência. cimento étnico-racial, imigração internacional e
migração interna. Veremos, a seguir, como eles são
Exemplos: casas, apartamentos em edifícios ou definidos pelo IBGE:
apart-hotéis, habitações em cortiço, casas de cômodos,
habitação indígena sem paredes ou malocas e habita- z Pertencimento étnico-racial: pertencimento
ções em espaços improvisados (dentro de estabeleci- declarado da pessoa a um grupo étnico – indígena
mentos sem instalações destinadas à moradia, grutas, ou quilombola – ou a sua classificação declarada
112 ruínas, tendas improvisadas etc.). em relação às categorias de cor ou raça do IBGE;
z Imigração internacional: ato de ingressar no Bra- Chegamos ao final do Estudo dos Conhecimentos
sil para aqui residir; Técnicos referentes ao Censo Demográfico 2021!
z Migração interna: ato de deixar um município Aqui foram apresentados conceitos e informações
para morar em outro município dentro do Terri- considerados relevantes pelo IBGE para a qualida-
tório Nacional. de da operação censitária. Esse conteúdo será obje-
to de avaliação no Processo Seletivo Simplificado e,
Educação posteriormente, será aprofundado no treinamento
presencial.
O objetivo do levantamento de informações sobre
esse tema é caracterizar a educação da população GLOSSÁRIO
residente no Brasil, investigando o analfabetismo, a
frequência escolar, o nível de instrução e a área de
z Agente Censitário Supervisor (ACS): pessoa
formação no ensino superior.
que supervisionará o trabalho de uma equipe de
No grupo de quesitos de educação, questiona-se,
Recenseadores, orientando e corrigindo falhas,
por exemplo, sobre a alfabetização do morador, com
a seguinte pergunta: sabe ler ou escrever? Com isso, assegurando, assim, a qualidade dos trabalhos.
busca-se captar se a pessoa sabe ler e escrever pelo z Setor Censitário: unidade territorial de coleta das
menos um bilhete simples, no idioma que conhece, operações censitárias, definida pelo IBGE, com limi-
independentemente do fato de estar ou não frequen- tes físicos identificados em áreas contínuas e respei-
tando escola e já ter concluído períodos letivos. Essa tando a divisão político-administrativa do Brasil.
informação pode ser divida de duas maneiras: z Equipe encarregada do gerenciamento da super-
visão e da coleta de dados: equipe formada pelo
z Pessoa alfabetizada: a pessoa alfabetizada que se Agente Censitário Municipal (ACM), pelo Agente
tornou física ou mentalmente incapacitada de ler Censitário Supervisor (ACS) e pelo Recenseador.
ou de escrever, por motivo de acidente ou doença, z INSS: o Instituto Nacional do Seguro Social é um
deve ser considerada como sabendo ler e escrever; órgão do Ministério da Previdência Social ligado
z Pessoa não alfabetizada: a pessoa que aprendeu diretamente ao Governo.
a ler e a escrever, mas que se esqueceu de como z IRPF: imposto de Renda de Pessoa Física é um
fazê-lo devido a processo de alfabetização precário imposto federal brasileiro que incide sobre todas
que não se consolidou, assim como aquela pessoa as pessoas que tenham obtido ganho acima de um
que nunca aprendeu a ler e a escrever, não devem determinado valor mínimo.
ser consideradas como sabendo ler e escrever.
z Área urbana: área interna ao perímetro urbano
de uma cidade ou vila, definida por lei municipal.
Questões relativas à educação
Anteriormente, quando não existia legislação que
regulamentasse as áreas urbanas de cidades ou
Para investigar as demais questões relativas à edu-
vilas, o perímetro urbano foi traçado para atender
cação, o IBGE considera as seguintes definições:
a finalidade da coleta censitária.
z Município ou país estrangeiro em que a pessoa z Área rural: definida pelo IBGE como toda a área
estuda; externa ao perímetro urbano.
z Deslocamento para estudo: deslocamento fei- z Data de referência: ano de 2021.
to pela pessoa entre o seu domicílio e o local de
estudo;
z Local de estudo: colégio, escola, creche, universi-
dade, instituto técnico etc. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Para Ensino à Distância (EAD), deve-se considerar Responda as questões abaixo de acordo o previsto
como local de estudo o polo físico. no Manual de Estudo de Conhecimentos Técnicos do
IBGE – Censo 2020:
Trabalho
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) É correto afirmar que o
O propósito de se investigar as questões relaciona- IBGE oferece um panorama objetivo e atual do país,
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

das ao trabalho é conhecer a composição da força de com a produção e a disseminação de informações de


trabalho no país e identificar as principais caracterís- natureza:
ticas do trabalho da população, como ocupação, ativi-
dade e rendimento. a) Estatística, histórica e ambiental.
Para o levantamento das informações sobre traba- b) Estatística, geográfica e amostral.
lho, as definições utilizadas pelo IBGE serão esclareci- c) Estatística, geográfica e demográfica.
das no treinamento presencial. Uma dessas definições d) Estatística, política e territorial.
é sobre deslocamento para o trabalho.
e) Estatística, geográfica e ambiental.

De acordo com o previsto no Manual de Estudo


Importante!
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
O deslocamento para o trabalho é aquele feito (página 5), o IBGE oferece um panorama objetivo
pela pessoa entre o seu domicílio e o local de e atual do país, com a produção e a disseminação
trabalho informado, considerando o tempo, a fre- de informações de natureza estatística, geográfica e
quência e os meios de transporte utilizados. ambiental. Resposta: Letra E. 113
2. (NOVA CONCURSOS – 2021) A instituição IBGE conta 5. (NOVA CONCURSOS – 2021) A representação gráfica
com uma rede nacional de pesquisa e disseminação, do setor censitário será feita pelo:
composta por:
a) Mapa do Setor Censitário.
a) 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados b) Mapa Amostral da População.
e 1 no Distrito Federal) e 470 Agências de Coleta de c) Mapa de dados.
Dados nos principais municípios. d) Mapa de Coleta de Dados.
b) 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados e) Mapa do IBGE.
e 1 no Distrito Federal) e 570 Agências de Coleta de
Dados nos principais municípios. De acordo com o previsto no Manual de Estudo
c) 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
e 1 no Distrito Federal) e 670 Agências de Coleta de (página 14), o Mapa do Setor Censitário (em papel)
Dados nos principais municípios. é uma representação gráfica da área a ser recensea-
d) 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados da. Em seu verso, consta a descrição de seus limi-
e 1 no Distrito Federal) e 770 Agências de Coleta de tes. Eventualmente, a representação do setor ganha
Dados nos principais municípios. elementos adicionais que facilitam a identificação
e) 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados de sua área (como a adição da área circundante).
e 1 no Distrito Federal) e 870 Agências de Coleta de Resposta: Letra A.
Dados nos principais municípios.
6. (NOVA CONCURSOS – 2021) A remuneração mensal
De acordo com o previsto no Manual de Estudo do Recenseador será por produção, calculada por:
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
(página 4), o IBGE conta com 27 Unidades Estaduais a) Número de endereços visitados.
(26 nas capitais dos estados e 1 no Distrito Federal) b) Volume de dados coletados.
e 570 Agências de Coleta de Dados nos principais c) Produção, calculada por Setor Censitário.
municípios. Resposta: Letra B. d) Lugares visitados.
e) Informações coletadas.
3. (NOVA CONCURSOS – 2021) Durante o seu trabalho
de coleta de dados, o Recenseador ficará lotado em De acordo com o previsto no Manual de Estudo
um local físico, sob responsabilidade do IBGE, chama- de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
do de: (página 17), a remuneração mensal do Recenseador
será por produção, calculada por Setor Censitário.
a) Posto de Dados. Resposta: Letra C.
b) Posto de Coleta.
7. (NOVA CONCURSOS – 2021) É importante que o
c) Posto Recenseador.
Recenseador apresente uma postura de trabalho ade-
d) Posto Avançado de Informações.
quada e use sempre:
e) Posto IBGE.
a) Identidade Civil.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo b) Carteira de Trabalho.
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 c) Registro Funcional.
(página 12), o Posto de Coleta é o local de trabalho d) Crachá de Identificação.
criado temporariamente pelo IBGE para dar supor- e) Declaração de Vínculo Empregatício.
te à operação censitária. Nele, reúne-se a equipe
encarregada do gerenciamento e da coleta de dados De acordo com o previsto no Manual de Estudo
de uma determinada área. Resposta: Letra B. de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
(página 19), o tratamento cortês, respeitoso e segu-
4. (NOVA CONCURSOS – 2021) Durante a coleta de ro com o informante é fundamental para estabele-
dados, o Recenseador terá dois instrumentos de tra- cer uma relação de confiança e cooperação. Além
balho disponíveis, que são: disso, é importante que o Recenseador apresente
uma postura de trabalho adequada e use sempre o
a) O Mapa de Dados e o Dispositivo Móvel de Informa- crachá de identificação. Resposta: Letra D.
ções (DMI).
b) O Mapa de Informações e o Dispositivo Móvel Censitá- 8. (NOVA CONCURSOS – 2021) Assinale a alternativa
rio (DMC). correta:
c) O Mapa de Coletas e o Dispositivo Móvel de Dados
(DMD). a) Em locais de povos e comunidades tradicionais
d) O Mapa do Setor Censitário (em papel) e o Dispositivo (indígenas, quilombolas, povos ciganos, pescado-
res artesanais etc.), além dos cuidados rotineiros de
Móvel de Coleta (DMC).
abordagem, previstos para o trabalho do IBGE para
e) O Mapa Territorial de Dados (em papel) e o Dispositivo
qualquer outro Setor Censitário, devem ser tomados
Móvel de dados (DMD). outros cuidados, de acordo com a tradicionalidade
dos diversos grupos. Siga as orientações específicas
De acordo com o previsto no Manual de Estudo que serão fornecidas em momento oportuno antes de
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 entrar nessas áreas especiais.
(página 13), durante a coleta de dados, o Recensea- b) Durante o trabalho é preciso vestir-se de forma infor-
dor terá dois instrumentos de trabalho disponíveis: mal e estar sempre portando o crachá de identificação.
o Mapa do Setor Censitário (em papel) e o Dispositi- c) O RG é o documento que credencia o funcionário a rea-
114 vo Móvel de Coleta (DMC). Resposta: Letra D. lizar a pesquisa para o IBGE.
d) O Recenseador, assim como o Agente Censitário Muni- As siglas PA e RR são respectivamente referentes aos
cipal (ACM) e o Agente Censitário Supervisor (ACS), Estados do Pará e Roraima, o que se pode encontrar
deve falar também corretamente, evitando cometer na página 33 do Manual de Estudo de Conhecimentos
erros de português, mas podendo usar gírias para faci- Técnicos do IBGE – Censo 2020. Resposta: Letra D.
litar a entrevista.
e) É facultado garantir o sigilo das informações obtidas 11. (NOVA CONCURSOS – 2021) São considerados com-
pelo Censo Demográfico 2020. ponentes do endereço:

a) Certa. De acordo com o previsto no Manual de a) Logradouro; Número; Complemento; Latitude.


Estudo de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo b) Logradouro; Número; Complemento; Longitude.
2020 (página 5), em locais de povos e comunidades c) Logradouro; Número; Complemento; Coordenadas
tradicionais (indígenas, quilombolas, povos ciga- Gráficas.
nos, pescadores artesanais etc.), além dos cuidados d) Logradouro; Número; Complemento; Cartesianas.
rotineiros de abordagem, previstos para o traba- e) Logradouro; Número; Complemento; Coordenadas
lho do IBGE para qualquer outro Setor Censitário, Geográficas.
devem ser tomados outros cuidados, de acordo com
a tradicionalidade dos diversos grupos. De acordo com o previsto no Manual de Estudo
b) Errada. De acordo com a página 19 do Manual, é de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
importante que o Recenseador apresente uma pos- (página 40), consideram-se como componentes do
tura de trabalho adequada e use sempre o crachá de endereço: 1) Logradouro; 2) Número; 3) Comple-
identificação. mento; e 4) Coordenadas Geográficas. Resposta:
c) Errada. De acordo com a página 22 do Manual, o Letra E.
crachá é o documento que credencia o funcionário a
realizar a pesquisa para o IBGE. 12. (NOVA CONCURSOS – 2021) A Pesquisa Urbanística
d) Errada. De acordo com a página 22 do Manual, do Entorno dos Domicílios (Pesquisa do Entorno ou
o Recenseador, assim como o Agente Censitário Entorno) é um levantamento de informações realizado
Municipal (ACM) e o Agente Censitário Supervisor por observação em momento anterior ao da coleta do
(ACS), deve falar também corretamente, evitando Censo Demográfico 2020, ou seja, antes da aplicação
cometer erros de português ou usar gírias e pala- do questionário aos informantes. Essa pesquisa é fei-
vras inadequadas. ta pelo:
e) Errada. De acordo com a página 23 do Manual, é
fundamental garantir o sigilo das informações obti- a) Agente Censitário Supervisor (ACS).
das pelo Censo Demográfico 2020 (e por quaisquer b) Agente Censitário Municipal (ACM).
pesquisas oficiais) tanto para os informantes quan- c) Recenseador.
to para o próprio instituto. Resposta: Letra A. d) Diretor Censitário.
e) Supervisor Censitário.
9. (NOVA CONCURSOS – 2021) Acompanhar, avaliar e,
sobretudo, orientar os Recenseadores durante a exe- De acordo com o previsto no Manual de Estudo de
cução dos trabalhos de campo é atribuição do: Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (página
43), a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
a) Agente Censitário Supervisor – ACS. (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um levantamento
b) Agente Censitário Municipal (ACM). de informações realizado por observação em momen-
c) Agente do IBGE. to anterior ao da coleta do Censo Demográfico 2020,
d) Agente de Transbordo. ou seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
e) Agente de Coleta de Dados. mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitária
Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
De acordo com o previsto no Manual de Estudo rente às características urbanísticas do entorno dos
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 domicílios. Resposta: Letra A.
(página 29), Função do Agente Censitário Supervisor
– ACS - sua principal função é acompanhar, avaliar 13. (NOVA CONCURSOS – 2021) Quando da coleta de
dados poderão ser encontrados os seguintes tipos de
e, sobretudo, orientar os Recenseadores durante a
edificações nos endereços observados em campo:
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

execução dos trabalhos de campo. Assim, evitam-se


erros no preenchimento dos questionários e falhas
a) Edificações exclusivamente constituídas de unidades
na cobertura do Setor (como a omissão de pessoas e
residenciais; edificações exclusivamente constituídas
domicílios). Resposta: Letra A.
de unidades não residenciais; edificações mistas.
b) Domicílios; estabelecimentos; logradouros.
10. (NOVA CONCURSOS – 2021) É importante que o c) Casas; apartamentos; espaços públicos.
Recenseador conheça a divisão política administrativa d) Conjuntos habitacionais; estabelecimentos indus-
do Brasil. As Siglas “PA” e “RR” referem-se respectiva- triais; órgãos públicos.
mente aos seguintes Estados da Federação: e) Áreas residenciais; áreas públicas; áreas privadas.

a) Paraná e Roraima. De acordo com o previsto no Manual de Estudo


b) Pará e Rondônia. de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
c) Pernambuco e Rio Grande do Sul. (página 47), no dia a dia do trabalho de coleta de
d) Pará e Roraima. dados, poderão ser encontrados três tipos de edifi-
e) Porto Alegre e Rio de Janeiro. cações nos endereços observados em campo. São 115
eles: edificações exclusivamente constituídas de uni- c) Quinze anos de idade, reconhecida como tal pelos
dades residenciais, que são as casas, apartamentos demais moradores do domicílio.
etc., chamadas de domicílios; edificações exclusiva- d) Dezoito anos de idade, reconhecida como tal pelos
mente constituídas de unidades não residenciais, demais moradores do domicílio.
que são as escolas, os postos de saúde, as lojas, e) Vinte e um anos de idade, reconhecida como tal pelos
denominadas de estabelecimentos e edificações mis- demais moradores do domicílio.
tas, que podem conter domicílios e estabelecimen-
tos. Resposta: Letra A. De acordo com o previsto no Manual de Estudo
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
14. (NOVA CONCURSOS – 2021) Os domicílios são classi- (página 53), é considerada pessoa responsável pelo
ficados em dois grupos: local homem ou mulher com, no mínimo, dez anos
de idade, reconhecida como tal pelos demais mora-
a) Casas e lojas. dores do domicílio. Resposta: Letra A.
b) Casas e prédios.
c) Domicílios particulares e domicílios coletivos. 18. (NOVA CONCURSOS – 2021) Assinale a alternativa
d) Domicílios públicos e domicílios privados. incorreta.
e) Domicílios habitados e Domicílios não habitados.
a) Pertencimento étnico-racial é o pertencimento decla-
De acordo com o previsto no Manual de Estudo rado da pessoa a um grupo étnico – indígena ou qui-
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 lombola – ou a sua classificação declarada em relação
(página 50), os domicílios são classificados em dois às categorias de cor ou raça do IBGE.
grupos: particulares e coletivos. Resposta: Letra C. b) Imigração internacional é o ato de ingressar no Brasil
para aqui residir.
15. (NOVA CONCURSOS – 2021) É exemplo de domicílio c) Migração interna é o ato de deixar um município
coletivo: para morar em outro município dentro do Território
Nacional.
a) Hotéis. d) A pessoa alfabetizada que se tornou física ou mental-
b) Apartamentos em edifícios ou apart-hotéis. mente incapacitada de ler ou de escrever, por motivo
c) Habitações em cortiço. de acidente ou doença, deve ser considerada como
d) Casas de cômodos. sabendo ler e escrever.
e) Habitação indígena. e) Pessoa não alfabetizada é a pessoa que aprendeu a
ler e a escrever, mas que se esqueceu de como fazê-
De acordo o previsto no Manual de Estudo de Conhe- -lo devido a processo de alfabetização precário que
cimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (página 51), não se consolidou, assim como aquela pessoa que
apenas o hotel é classificado como um domicílio cole- nunca aprendeu a ler e a escrever; não devem ser
tivo. Todas as demais alternativas contêm exemplos consideradas como sabendo ler e escrever.
de domicílios particulares. Resposta: Letra A.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo
16. (NOVA CONCURSOS – 2021) É considerado cômodo de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
de um domicílio: (páginas 54-55), pessoa não alfabetizada é a pessoa
que aprendeu a ler e a escrever, mas que se esque-
a) Os corredores de ligação entre cômodos. ceu de como fazê-lo devido a processo de alfabeti-
b) As varandas abertas. zação precário que não se consolidou, assim como
c) Banheiro. aquela pessoa que nunca aprendeu a ler e a escre-
d) Compartimentos não residenciais. ver; não devem ser consideradas como sabendo ler
e) Cozinha americana ou mezanino. e escrever. As demais alternativas contêm conceitos
corretos. Resposta: Letra E.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (pági- 19. (NOVA CONCURSOS – 2021) Para Ensino à Distância
na 52), o banheiro é considerado como um cômodo do (EAD), deve-se considerar como local de estudo a/o:
domicílio. Os corredores de ligação entre cômodos,
as varandas abertas, garagem, compartimentos a) Sede da Instituição de Ensino.
não residenciais, cozinha americana ou mezanino b) Campus da Instituição de Ensino.
não são cômodos. Resposta: Letra C. c) Sala de aula da Instituição de Ensino.
d) Polo físico.
17. (NOVA CONCURSOS – 2021) Para compor a relação e) Polo sede.
entre os moradores de um domicílio é fundamental
que os próprios moradores definam uma pessoa res- De acordo com o previsto no Manual de Estudo
ponsável pelo local. Esta será usada como referência de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
para registrar os demais moradores. Dessa forma, é (página 55), para Ensino à Distância (EAD), consi-
considerada pessoa responsável homem ou mulher dera-se como local de estudo o polo físico. Todas
com, no mínimo: as demais alternativas não encontram previsão no
citado Manual. Resposta: Letra D.
a) Dez anos de idade, reconhecida como tal pelos demais
moradores do domicílio. 20. (NOVA CONCURSOS – 2021) Um domicílio só será
b) Doze anos de idade, reconhecida como tal pelos caracterizado corretamente quando forem atendidas,
116 demais moradores do domicílio. simultaneamente, as condições de:
a) Acomodação e cômodo. (página. 47), no dia a dia do trabalho de coleta de
b) Separação e independência. dados poderão ser encontrados três tipos de edifica-
c) Divisão e compartilhamento. ções nos endereços observados em campo. São eles:
d) Separação e flexibilidade. Domicílios; estabelecimentos; edificações mistas.
e) Divisão e independência. Resposta: Letra A.

De acordo com o previsto no Manual de Estudo de 24. (NOVA CONCURSOS – 2021) É um levantamento de
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (página informações realizado por observação em momento
50), um domicílio só será caracterizado corretamente anterior ao da coleta do Censo Demográfico 2020, ou
quando forem atendidas, simultaneamente, as condi- seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
ções de separação e independência. Reposta: Letra B. mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitária
Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
21. (NOVA CONCURSOS – 2021) Domicílio é o local, estru- rente às características urbanísticas do entorno dos
turalmente separado e independente, que se destina a domicílios:
servir de habitação a uma ou mais pessoas. É também
domicílio o local que não era destinado originalmente
a) A conta Imóvel de Investimentos.
a ser utilizado como tal, mas que passou a sê-lo em
b) O levantamento de dados.
momento posterior. É um exemplo de domicílio per-
c) A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
tencente ao segundo grupo:
(Pesquisa do Entorno ou Entorno).
d) O Posto de Coleta de Dados.
a) Andares superiores, inferiores, subsolos.
e) O trabalho Científico domiciliar.
b) Residências de porteiro ou zelador em edifícios
residenciais.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo
c) Habitações de caseiros em casas de veraneio.
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
d) Fundos de terrenos.
(página 43), a Pesquisa Urbanística do Entorno dos
e) Edifícios comerciais
Domicílios (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um
levantamento de informações realizado por obser-
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de
vação em momento anterior ao da coleta do Cen-
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (pági-
so Demográfico 2020, ou seja, antes da aplicação
na 49), edificações aparentemente não-residenciais:
edifícios comerciais, estabelecimentos de prestação do questionário aos informantes. Essa pesquisa é
de serviços, indústrias, estabelecimentos agropecuá- feita pelo Agente Censitária Supervisor (ACS), que
rios, entre outros são domicílios classificados no 2º preenche o questionário referente às características
grupo. Já os fundos de terrenos, andares superiores, urbanísticas do entorno dos domicílios. Resposta:
inferiores, subsolos e residências de porteiro ou zela- Letra C.
dor em edifícios residenciais, e habitações de casei-
ros em casas de veraneio, são domicílios do 1º grupo. 25. (NOVA CONCURSOS – 2021) É o afastamento, medi-
Resposta: Letra E. do em graus, da linha do Equador até um ponto qual-
quer da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 90° e pode
22. (NOVA CONCURSOS – 2021) Toda edificação utiliza- ser Norte ou Sul:
da para fins não domiciliares encontrada nos setores
censitários é classificada como: a) Longitude.
b) Latitude.
a) Comércio. c) Coordenada.
b) Indústria. d) Cartesiana.
c) Pavilhão. e) Geográfica.
d) Estabelecimento.
e) Prédios. De acordo com o previsto no Manual de Estudo
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de (página 42), latitude é o afastamento, medido em
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (pági- graus, da linha do Equador até um ponto qualquer
na 48), toda edificação utilizada para fins não domici- da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 90° e pode ser
liares encontrada nos setores censitários é classificada Norte ou Sul. Resposta: Letra B.
CONHECIMENTOS TÉCNICOS

como estabelecimento. Resposta: Letra D.

23. (NOVA CONCURSOS – 2021) No dia a dia do traba-


lho de coleta de dados, poderão ser encontrados três ANOTAÇÕES
tipos de edificações nos endereços observados em
campo. São eles:

a) Domicílios; estabelecimentos; edificações mistas.


b) Indústria; posto; centro de coleta.
c) Casa; prédio; habitações mistas.
d) Estabelecimentos; imóveis; galpões.
e) Unifamiliar; multifamiliar; mistas.

De acordo com o previsto no Manual de Estudo


de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 117
ANOTAÇÕES

118
primeiramente, e a depois somar o outro, em qual-
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado.

Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10

MATEMÁTICA z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da


adição, pois qualquer número somado a zero é
igual a ele mesmo.
NÚMEROS REAIS
Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55.
O conjunto dos números reais contém os números
racionais (naturais, inteiros e fracionários) e os números z Propriedade do fechamento: a soma de dois núme-
irracionais, e é representado pela letra ℜ . Pode-se ilus- ros inteiros sempre gera outro número inteiro.
trar a relação entre todos os conjuntos com o seguinte
diagrama: Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o
número inteiro 10 (8 + 2 = 10).

� Subtração: subtrair dois números é o mesmo que


diminuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja,
subtrair 7 de 20 significa retirar 7 de 20, restando
ℕ ℤ 𝕀 13: 20 – 7 = 13.

ℚ Veja mais alguns exemplos:


Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11
ℜ 30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20

ℕ= Naturais As principais propriedades da operação de


ℤ= Inteiros subtração:
ℜ =Reais
ℚ=Racionais
z Propriedade comutativa: como a ordem dos núme-
𝕀 = Irracionais
ros altera o resultado, a subtração de números não
Quando relacionamos elementos e conjuntos usamos possui a propriedade comutativa.
os símbolos ∈(pertence) ou ∉ (não pertence) e quando
relacionamos conjunto com conjunto usamos os símbo- Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130.
los ⊂ (está contido) ou ⊄ (não está contido).
z Propriedade associativa: não há essa propriedade
N⊂ℤ na subtração.
I⊄ℚ z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da
subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer
OPERAÇÕES E PROBLEMAS
número, este número permanecerá inalterado.
Há quatro operações básicas que podemos efetuar
com estes números são: adição, subtração, multiplica- Ex.: 13 – 0 = 13.
ção e divisão.
z Propriedade do fechamento: a subtração de dois
z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou números inteiros sempre gera outro número
seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25
inteiro.
Veja mais alguns exemplos:
Ex.: 33 – 10 = 23.
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85
z Multiplicação: a multiplicação funciona como se
MATEMÁTICA

Principais propriedades da operação de adição: fosse uma repetição de adições. Veja:

z Propriedade comutativa: a ordem dos números A multiplicação 20 x 3 é igual a soma do número 20


não altera a soma. três vezes (20 + 20 + 20), ou a soma do número 3 vinte
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3).
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.
Algo que é muito importante e você deve lembrar
z Propriedade associativa: quando é feita a adição sempre, são as regras de sinais na multiplicação de
de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles, números. 119
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO SINAIS NA DIVISÃO

Operações Resultados Operações Resultados

+ + + + + +

- - + - - +

+ - - + - -

- + - - + -

Dica z A multiplicação de números de mesmo sinal tem


resultado positivo.
� A multiplicação de números de mesmo sinal Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
tem resultado positivo.
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99 z A multiplicação de números de sinais diferentes
� A multiplicação de números de sinais diferen- tem resultado negativo.
tes tem resultado negativo. Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75
Esquematizando:
As principais propriedades da operação de
Dividendo
multiplicação. Divisor

30 5
z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou
seja, a ordem não altera o resultado. 0 6

Resto Quociente
Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.

z Propriedade associativa: (A x B) x C é igual a (C x B) Dividendo = Divisor × Quociente + Resto


x A, que é igual a (A x C) x B. 30 = 5 · 6 + 0

As principais propriedades da operação de divisão.


Ex.: (3 x 4) x 2 = 3 x (4 x 2) = (3 x 2) x 4 = 24.
Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
propriedade.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
qualquer número, este número permanecerá propriedade.
inalterado. z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
Ex.: 15 x 1 = 15. por 1, o resultado será o próprio número.

z Propriedade do fechamento: a multiplicação de Ex.: 15 / 1 = 15.


números inteiros sempre gera um número inteiro.
z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em uma
diferença enorme dentro das operações de números
Ex.: 9 x 5 = 45 inteiros, pois a divisão não possui essa propriedade.
Uma vez que ao dividir números inteiros podemos
z Propriedade distributiva: essa propriedade é obter resultados fracionários ou decimais.
exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C)
= (AxB) + (AxC) Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos
números inteiros).
Ex.: 3x(5+7) = 3x(12) = 36
Usando a propriedade:
3x(5+7) = 3x5 + 3x7 = 15+21 = 36
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Divisão: quando dividimos A por B, queremos
1. (VUNESP – 2015) Dividindo-se um determinado núme-
repartir a quantidade A em partes de mesmo
ro por 18, obtém-se quociente n e resto 15. Dividindo-
valor, sendo um total de B partes.
-se o mesmo número por 17, obtém-se quociente (n +
2) e resto 1. Desse modo, é correto afirmar que n(n +
Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50 2) é igual a
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10 a) 440.
x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes b) 420.
consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50. c) 400.
Algo que é muito importante e você deve lembrar d) 380.
120 sempre, são as regras de sinais na divisão de números. e) 340.
Dividendo = 18 x n + 15 30
30% = (forma de fração)
Dividendo = 17 x (n+2) + 1 100
18 x n + 15 = 17 x (n+2) + 1
18n + 15 = 17n + 34 + 1 30
18n – 17n = 35 – 15 30% = = 0,3 (forma decimal)
100
n = 20
Logo, n.(n+2) = 20.(20+2) = 20.22 = 440. Resposta: 30 3
Letra A. 30% = = (forma de fração simplificada)
100 10

2. (FGV – 2019) O resultado da operação 2+3×4−1 é Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
várias maneiras:
a) 13.
b) 15. 30 3
c) 19. 30% = = 0,3 =
100 10
d) 22.
e) 23.
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
é, transformar um número qualquer em porcentual.
Primeiro vamos fazer a multiplicação e depois as
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
demais operações:
2 + 3 × 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
25 x 100 = 2500%
Resposta: Letra A
0,35 x 100 = 35%
0,586 x 100 = 58,6%
3. (INSTITUTO AOCP – 2018) O total de números que
estão entre o dobro de 140 e o triplo de 100 é igual a
Número Relativo
a) 17.
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
b) 19.
c) 21. um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
d) 23. ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
e) 25. que estamos especificando. Para descobrir a quanto
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
Dobro de 140 = 280
10 x 1000 = 100
Triplo de 100 = 300 10% de 1000 =
100
Total de números entre 280 e 300:
281 até 291 = 10 números
291 até 299 = 9 números Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
10 + 9 = 19 números. parte que corresponde a 10% de 1000.
Resposta: Letra B.
Dica
5. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2019) Os símbolos das
operações que deverão ser inseridos nos quadrados Quando o Todo varias, a Porcentagem também
para que o cálculo seja verdadeiro são, respectivamen- varia!
te: 4_3_2_1 = 10
Veja um exemplo:
a) + / x / + Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
b) x / – / ÷ Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
c) + / ÷ / – de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
d) x / + / + por Roberto?
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
4 * 3 – 2/1= devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
4 * 3 = 12
–2/1= –2 = 2 1
=
12 – 2 = 10 8 4

Resposta: Letra B. Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,


vamos multiplicar a fração por 100:

1 x 100 = 25%
MATEMÁTICA

PORCENTAGENS 4

PROBLEMAS QUE ENVOLVEM CÁLCULO DE Soma e Subtração de Porcentagem


PERCENTUAIS
As operações de soma e subtração de porcentagem
A porcentagem é uma medida de razão com base são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
como podemos representar um número porcentual. corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou 121
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
car pelo valor da grandeza. 800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
Exemplo 1: (juros) e dividir por 800,00 resultado:
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. 120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de está errada. Resposta: Errado.
horas-aula do curso ao final?
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total 2. (CESPE – 2019) Na assembleia legislativa de um esta-
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o do da Federação, há 50 parlamentares, entre homens
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% + e mulheres. Em determinada sessão plenária estavam
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total presentes somente 20% das deputadas e 10% dos
de horas-aula do curso será: deputados, perfazendo-se um total de 7 parlamenta-
res presentes à sessão.
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
bleia legislativa, havia
Dica a) 10 deputadas.
A avaliação do crescimento ou da redução per- b) 14 deputadas.
centual deve ser feita sempre em relação ao c) 15 deputadas.
valor inicial da grandeza. d) 20 deputadas.
- e) 25 deputadas.
Variação percentual = Final Inicial
Inicial
50 parlamentares
Veja mais um exemplo para podermos fixar Deputadas = X
melhor. Deputados = 50-X
Exemplo 2: Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200 parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se valor de X.
Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 20% x + 10% (50-x) = 7
20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
caído 20%?
2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
A variação percentual de uma grandeza corres-
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
ponde ao índice:
2x + 50 - x = 70
2x - x = 70 - 50
Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = = x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis-
Inicial 200
lativa. Resposta: Letra D.
20
– = - 0,10 3. (VUNESP – 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-
200 crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas número de homens que fizeram a prova corresponde a
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está uma porcentagem de
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
a) 45,2%.
b) 46,5%.
c) 47,8%.
EXERCÍCIOS COMENTADOS d) 48,4%.
e) 49,3%.
1. (CESPE – 2020) Em determinada loja, uma bicicleta é
vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas vezes, com Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a prova.
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 920 com
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar
vencimento para o mês seguinte. Caso queira ante-
o percentual dos homens pelo total:
cipar o crédito correspondente ao valor da parcela, a
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou
lojista paga para a financeira uma taxa de antecipação
0,55 x 0,88 = 0,484.
correspondente a 5% do valor da parcela. Transformando em porcentagem
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. 0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D.
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês. 4. (FCC – 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevista-
dos preferem suco de graviola e 50% suco de açaí.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Se 15% dos entrevistados gostam dos dois sabores,
então, a porcentagem de entrevistados que não gos-
Valor da bicicleta =1720,00 tam de nenhum dos dois é de
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00 a) 80%.
122 (entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00) b) 61%.
c) 20%. Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo
d) 10%. de associação entre eles, que faça corresponder a todo
e) 5%. elemento do primeiro conjunto um único elemento
do segundo, ocorre uma função, ou dizemos, que um
Vamos dispor as informações em forma de conjun- está em função do outro. Podemos representar uma
tos para facilitar nossa resolução: função de duas maneiras, tabela ou fórmula. Abaixo
segue uma tabela que relaciona dois conjuntos, dis-
Graviola Açai tância percorrida e valor pago em uma corrida de
taxi:

DISTÂNCIA PERCORRIDA
15% 10 15 20 25
60% – 15% = 50% – 15% = (KM)
45% 35% VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55

Nenhum = X
Para toda distância percorrida nesta tabela, existe
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que um único correspondente de valor pago por corrida.
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100% Um matemático diria que o valor pago na corrida de
95% + X = 100% taxi está em função da distância percorrida. Se cha-
X = 5%. Resposta: Letra E. marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se
escrever então a fórmula que represente essa função:
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da
meses. O restante foi investido em uma aplicação, função permite escrever a sua correspondente Tabe-
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante la, bastando substituir os valores D e obter seus res-
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na
no sistema de juros simples. fórmula (cinco) seria o valor da bandeira.
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em
tiveram: um conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é
denotado por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte pro-
a) prejuízo de R$2.800,00. priedade: ⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x,
b) lucro de R$3.200,00. y) ϵ 𝑓.
c) lucro de R$2.800,00. Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
d) prejuízo de R$6.000,00 não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
e) lucro de R$5.000,00. tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se
tem todo elemento de A com um único respectivo em
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
12.000,00 · 4% = 480,00 todo elemento de A existe um único respectivo em B,
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses:
8.000,00 · 5% = 400,00
400 · 10 meses= 4.000
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
Resposta: Letra C.

FUNÇÃO DO 1º GRAU
REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA E GRÁFICA

Introdução e Definições

O conceito de função é um dos mais importantes


MATEMÁTICA

em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui-


tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser
encontrado em diversos assuntos, como por exemplo,
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
depende da quantidade de energia consumida? Ou
será que a temperatura influencia o aumento de ven-
das de sorvete? E assim, o seu estudo se torna apro-
priado para que sua aplicação ajude na resolução de
problemas. 123
O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas
as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
a função abaixo qual seria seu domínio?

√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x

Assim, o domínio são todos valores possíveis para


x tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restri-
ções na função, a primeira que não existe raiz quadra-
da negativa e que o denominador não seja nulo. Para
As imagens correspondem ao diagrama de Venn para relações: 𝑓, g isso faremos:
e h, entre dois conjuntos A e B.
x – 2 ≥ 0 → x ≥ 2 e 3 – x > 0 → x < 3, note que a
desigualdade do denominador exclui o zero. Assim, a
Geralmente existe uma expressão y = 𝑓 (x) que
intersecção dessas duas condições é 2 ≤ x < 3. Logo, o
expressa todos os elementos da relação, assim, para
domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.
representar uma função 𝑓, de A em B, segundo uma
lei de formação, tem-se:

𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
𝑓: A → B
x ↦ 𝑓(x)

Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-


ro real x ao número 2x é expressa da seguinte forma:

𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B
x ↦ 2x

Domínio, Contra Domínio e Imagem da função

O domínio (D) de uma função é sempre o próprio


conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
possíveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos
são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O
Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contra domínio (CD) e
contra domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, for- imagem (Im).
mado por todos os elementos do conjunto B e são for-
mados por todos os valores que as ordenadas (eixo y) Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras
podem assumir. A imagem (Im) é formada por todos
os elementos do contra domínio que se relacionam As funções Injetoras são funções tais que os dis-
com algum elemento do domínio. Assim, quando todo tintos elementos do domínio se relacionam com dis-
elemento x ϵ A está associado a um elemento y ϵ B, tintos elementos da imagem, ou seja, dois elementos
dizemos que y é a imagem de x, e denotamos por y = do domínio não podem ter a mesma imagem (Figura
𝑓(x). 5a). Uma função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora,
Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio visto que para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓
e contra domínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x) (x2).
= x + 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da
substituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, perten-
cente aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1
+ 2 = 3, e assim sucessivamente, de modo geral, a Im(
𝑓) = x + 2.

Importante!
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
124 é função.
Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ,
com potências pares são funções pares e com potên-
cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x)
= x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3
= –x3 = –𝑓(x).
Observando o gráfico de uma função par notamos
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y).
Já a função ímpar é simétrica em relação a origem
((x, y) = (0, 0))

Funções Periódicas e Compostas

Funções periódicas a grosso modo são funções


especiais de fácil identificação visual ou gráfica, onde
se observa uma característica de repetição do decor-
rer da curva em intervalos subsequentes.
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T,
se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x +
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
Diagramas para funções injetora (a), sobrejetora (b) e bijetora (c). cos(x), são funções periódicas de período T =2π.
Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
As funções Sobrejetoras são funções nas quais cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do
o seu conjunto imagem (Im) é igual ao contra domí- domínio e contra domínio definido, ou seja, 𝑓: A → B
nio (CD), isto é, Im=CD=B (Figura 5b). Em funções que e g: B → C, então para todo x ϵ A temos um único y ϵ
aconteçam as duas situações ao mesmo tempo, ou B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z
seja, a função é Injetora e Sobrejetora, então dizemos ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C,
que ela é uma função Bijetora (Figura 5c). definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg
ou h(x) = 𝑓[g(x)].
Funções Pares e Ímpares Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A
composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2
Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) = = 9x2 +2.
𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] =
devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a 3(x + 2) = 3x2 + 2.
2

função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun- tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) =
ções par e ímpar seguem na Figura 6. 2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)?
Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-
bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:

x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2

Relações entre Funções

A igualdade entre duas funções, é uma relação


entre funções, e é definida da seguinte forma: seja
as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e
somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A.
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as
funções de A em B definidas por:
MATEMÁTICA

x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se:

𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1
Diagramas para funções par (a) e ímpar (b). 𝑓(3) = 3 – 1 = 2 125
e 1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
12 – 1
g(1) = =0
1+1 É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
tesiano será:
22 – 1
g(2) = =1
2+1 1
(x, y) = ,0
2
3 –1
2

g(3) = =2
3+1 FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E
DECRESCENTE
Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de
Podemos ter outras relações entre funções, como
função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
(𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto
A diferença entre funções, definida por:
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.
(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x).

O produto entre funções:

(𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x).

E o quociente entre funções:


Função constante 𝑓(x) = c.

(𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0.


Assim, temos exemplos de funções constantes
Em cada uma das operações anteriores o domínio como mostra a figura a seguir.
da função resultante consiste naqueles valores de x
que estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e
g, sendo que quando tivermos o quociente existe a
necessidade do denominador ser não nulo e algumas
outras funções também podem ter restrições espe-
cíficas, como por exemplo, a função raiz quadrada
que precisa ser positiva. Logo, o domínio do resulta-
do delas deve satisfazer as duas funções ao mesmo
tempo. y=4 y=–2
Supondo duas funções 𝑓(x) = √x + 1 e g(x) = √x – 4 , os
domínios delas são D𝑓 = [–1, +∞[ e Dg = [4, +∞[, notem
Exemplos de funções constante.
que raiz quadrada pode assumir somente valores
positivos incluindo o zero.
Se fizermos o quociente delas, teremos: Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita fun-
ção crescente em um intervalo, se para dois valores
quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo, se x1 <
√x + 1
(𝑓/g)(x) = x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os valores de
√x – 4 x os valores de y também aumentam (Figura 9a).
Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente
O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
nesse caso o denominador não pode ser nulo. todo {x1, x2} ∊ ℝ.
Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
RAIZ DE UMA FUNÇÃO função decrescente em um intervalo, se para dois
valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva-
Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe-
lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor
de x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b).
= 0. Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres-
Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1, cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 >
126 basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo: –3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ.
Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
b) 2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da
a)
função inversa de 𝑓 é definida por:

{
Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b). y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
2
FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
Funções definidas por mais de uma sentença

{
são funções em que cada subdomínio tem uma função
y+1
associada a ela e a união desses subdomínios forma
𝑓–1 = (y, x) ∊ B × A | x =
o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse- 2
guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o
mais de uma sentença e diferentes subdomínios. domínio de f–1 é B que é a imagem da f.

{
Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
–x + 1, se x < –2
tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1 do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
–x + 1, se x > 1 plano cartesiano e traçar uma reta.
(Figura 10a);

b) 𝑓(x) = { –x2 + 1, se x < 1


(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1
(Figura 10b).

(Figura 10a)

MATEMÁTICA

(Figura 10b)

FUNÇÃO INVERSA E SEU GRÁFICO

Uma função 𝑓: A → B, bijetora de A em B, ou seja,


distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a rela-
ção inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que denomi- Figura 11. Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as
namos de função inversa e denotada por 𝑓 -1. duas funções mais a bissetriz em pontilhado. 127
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA Sinal da Função Afim

Função Linear e Afim O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida


por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan- 𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com Inicialmente, identificamos onde a função é igual
a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0. a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x).
O gráfico da função linear é uma reta que passa Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano a raiz sendo:
cartesiano (Figura 12).

b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a

Agora, teremos dois casos para estudo do sinal da


função afim, um quando o coeficiente angular é posi-
tivo (a > 0) outro quando é negativo (a < 0):
1º caso: a > 0 (crescente):

 b b
 f ( x==
𝑓(x) ) axax →0x →
+ b+>b0 > > – x > −; ;
 a a

 f ( x= b b
Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4). 𝑓(x) =) axax →0x →
+ b+<b0 < < – x < −; ;
 a a
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar
adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1
os sinais positivos e negativos da função.
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
2º caso: a < 0 (decrescente):
na Figura 13.

 𝑓(x) = ax + b > 0 → x < – b b;


 f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
Importante!
a a
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 , 
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim, b b
 f𝑓(x)
( x=
)= axax+ +b <b 0<→0 x→> –x < − ; ;
dizemos que uma função linear é um caso parti-  a a
cular da função afim.

Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:

1
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3). 2x + 1 = 0 → x = –
2
Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
ficiente angular for positivo e decrescente quando o Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
128 mesmo for negativo. então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
 x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b  x+2<0→x<–2 b
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a 

f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
 
1 b  f3x(–x1=
1 b
 fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x) )< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
 2 a 
 3 a

Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 =


{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-
ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:
Inequações produto e quociente para Função Afim

{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
to delas são dadas por: 3
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
𝑓(x) · g(x) ≤ 0 Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-
De acordo com a regra de sinais do produto de tes delas são dadas por:
números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, > 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
g(x) g(x) g(x) g(x)
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou De acordo com a regra de sinais do quociente de
𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu- ÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0, não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. para uma dessas inequações pode ser encontrado da
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu- seguinte forma, seja a inequação quociente:
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . 𝑓(x)
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) · ≥0
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S = g(x)
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
inequações produto. Para o produto ser positivo temos duas situações:
Tomemos como exemplo a inequação produto (x + 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x) Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
= 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos: ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
 x+2>0→x>–2 b ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
 1
Por fim, a solução para a inequação quociente:
 3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
 3 a 𝑓(x)
≥0
g(x)

É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1


⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
MATEMÁTICA

inequações quocientes.
Tomemos como exemplo a inequação quociente:

Logo, a solução para esse primeiro caso é:


(x + 2)
≥1

{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{ (3X – 1)

3 129
Ou seja, (–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3 Funções Quadráticas
≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
Assim temos: o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
𝑓(x) quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1 O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +
g(x) bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é
necessário mais que dois pontos, diferente do visto
Seguindo os dois passos acima temos: anterior na construção da reta. Inicialmente encon-
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon-
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na
 – 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a
 f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
 2 a concavidade da parábola está voltada para cima (a >
 0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a
 f3x( –x1= 1 b
) > 0 ax > b<0→ x<−
→ x+ ; parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja,

 3 a quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto
(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto:

3 1
Logo, a solução para esse primeiro caso é: (xv, yv) = ,–
2 4

{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ Logo seu gráfico segue na Figura 14.
3 2

 – 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
 f ( x=) ax + b > 0 →2x > − a ;

 f (3x 1 b
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
 3 a

Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒ S4} =


{∅}. Assim, o conjunto solução para inequação quociente:
Figura 14. Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com
(x v, y v = ^ 2 , – h e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
3 1
vértice: 4
(x + 2)
≥1
(3x – 1) As raízes ou zeros da função quadrática são os
valores de x tal que a 𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
Pela forma canônica tem-se que a função 𝑓(x) = ax2
é: + bx + c pode ser escrita da seguinte forma:

{ [ ]
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{ b
2

ℜ| 𝑓(x) = a x+ –
3 2 2a 4a2

Quando se está trabalhando algebricamente com Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa
uma inequação e no momento que se tem a necessida- função canônica a zero chegamos nos valores das
130 de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x, raízes:
– b ± √∆ Para resolvermos esse tipo de problema devemos
x= usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
2a ção: “produto dos meios pelos extremos”.
Meio: 3 e x
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun- Extremos: 2 e 6
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe:
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
3·X=2.6
3X = 12
– (–3) – √1 3–1 X = 12/3
x1 = = =2 X=4
2·1 2
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
– (–3) + √1 3+1
x2 = = =2 vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
2·1 2 priedade fundamental. Porém, algumas questões
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1, útil conhecer algumas propriedades para facilitar.
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0). Vamos a elas.

Propriedade das Proporções


Importante!
Somas Externas
Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não
temos raízes reais, pois raiz quadrada de um a c a+c
= =
número negativo é um número complexo. Quan- b d b+d
do o delta é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes Vamos entender um pouco melhor resolvendo um
são iguais, ou seja, teremos uma função quadrá- questão-exemplo:
tica de raiz unitária. Já para delta positivo (∆ > 0) Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
teremos então a situação de duas raízes reais. mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
fábrica. Quanto cada um vai receber?
GRANDEZAS DIRETAMENTE Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
PROPORCIONAIS E GRANDEZAS
Diego vai receber, temos:
INVERSAMENTE PROPORCIONAIS
C D
=
PROBLEMAS ARITMÉTICOS 3 2
Utilizando a propriedade das somas externas:
Vamos relembrar alguns conceitos e fórmulas
sobre aritmética para nos dar base e entendimento C D C+D
para resolvermos questões sobre esse tópico. Como o = =
3 2 3+2
próprio nome já diz “Problemas de Raciocínio Lógico
envolvendo Aritmética”. Então, encontraremos várias Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
questões ao longo da teoria para entender e praticar então podemos substituir na proporção:
mais ainda sobre esse assunto.
C D C+D 10.000
= = = =2.000
3 2 3+2 5
RAZÃO E PROPORÇÃO COM APLICAÇÕES
Aqui cabe uma observação importante!
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
entre elas, veja:
Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
2
ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está partes dentro da proporção. Veja:
5
para 5”).
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: C
= 2.000
MATEMÁTICA

2 4 3
= ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 C = 2000 x 3
3 6
(Lê-se “2 está para 3 assim como 4 está para 6”). C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
Os problemas mais comuns que envolvem razão
D
e proporção é quando se aplica uma “variável” qual- = 2.000
2
quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o
D = 2.000 x 2
valor dela. Veja o exemplo:
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6 ber R$4.000. 131
3 6
Somas Internas Logo,

a c a+b c+d 2A
= = = = 1.000
b d b d 4
2A = 4 x 1.000
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
2A = 4.000
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
A = 2.000
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
proporção. Fazendo a mesma resolução em B:
3B
a
=
c
=
a+b
=
c+d = 1.000
b d a c 9
3B = 9 x 1.000
Vejamos um exemplo: 3B = 9.000
B = 3.000
x 2
= Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
14 - x 5
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
-
x + 14 x 2+5 anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
=
x 2 O total pago pela empresa será:
14 7 Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
= Agora vamos estudar um tipo de problema que
x 2
aparece frequentemente em provas de concursos
7 . x = 2 · 14 envolvendo razão e proporção.

14 · 2 REGRA DA SOCIEDADE
x= =4
7
Portanto, encontramos que x = 4. Diretamente proporcional

Observação: vale lembrar que essa propriedade Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-
também serve para subtrações internas. va é “dividir uma determinada quantia em partes
proporcionais a determinados números. Vejamos um
Soma com Produto por Escalar: exemplo para entendermos melhor como esse assun-
to é cobrado:
a c a + 2b c + 2d Exemplo:
= = =
b d b d A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
dessas partes corresponde a:
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, razão. Veja:
temos:
A B X Y Z
= = = = constante de proporcionalidade.
2 3 4 5 6

Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 Usando uma das propriedades da proporção,
funcionários na categoria B, podemos escrever que a somas externas, temos:
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
X+Y+Z 900.000
= 60.000
2A + 3B = 13.000 4+5+6 15
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
Agora multiplicando em cima e embaixo de um a 4, logo:
lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
X
2A 3B = 60.000
= 4
4 9 X = 60.000 x 4
Aplicando a propriedade das somas externas, X = 240.000
podemos escrever o seguinte:
Inversamente proporcional
2A 3B 2A + 3B
= = É um tipo de questão menos recorrente, mas não
4 9 4+9
menos importante. Consiste em distribuir uma quantia
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
porção, temos:
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo:
2A 3B 2A + 3B 13.000
132 = = = =1.000 Exemplo:
4 9 4+9 13
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes M
=
5
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. 120 8
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- 8 x M = 5 x 120
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
8M = 600
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso 600
M=
cálculo, veja: 8
M = 75
X X X
+ + = 740.000 A quantidade de homens da sala:
4 5 6
120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
mos a fração. com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
4–5–6|2 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
2–5–3|2 soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
1–5–3|3 pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
1–5–1|5 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60

Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e a) 30.


multiplicando o resultado pelo numerador temos: b) 29.
c) 28.
15x 12x 10x d) 27.
+ + = 740.000 e) 26.
60 60 60
37x
= 740.000 A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
60
número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
X = 1.200.000 120 4x
= total de 9x
121 5x
Agora basta substituir o valor de X nas razões para
achar cada parte da divisão inversa. No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
x 1.200.000 a razão em questão passará a ser de 5/8.
= = 300.000
4 4
120 4x - 2 5
x
=
1.200.000
=240.000
= =
5 5 121 5x + 2 - 1 8
x 1.200.000 4x - 2 5
= = 200.000 =
6 6 5x + 1 8
Logo, as partes dividas inversamente proporcio-
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K,
240K e 200K. 32x – 16 = 25x + 5
7x = 21
x=3
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
1. (FAEPESUL – 2016) Em uma turma de graduação em valor de X na primeira equação:
Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos 9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse
que a razão entre o número de mulheres e o número grupo. Resposta: letra D.
total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de
homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120 3. (IBADE – 2018) Três agentes penitenciários de um
alunos. país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
a) 43 homens que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
b) 45 homens o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
c) 44 homens de cada um, em ordem crescente de valores.
d) 46 homens
MATEMÁTICA

e) 47 homens a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.


b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00.
A razão entre o número de mulheres e o número c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00.
total de alunos é de 5/8: d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00
M 5 e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00.
=
T 8
A turma tem 120 alunos, então: T = 120
Fazendo os cálculos: D + A + W = 721
A = D + 36
M 5
= W = A - 44 133
T 8
Substituímos Arley em Wanderson: Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
12x é igual ao total que é 396
W= A - 44 12x = 396
W= 36+D-44 x = 33
W= D-8 Portanto o número de meninos será:
Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
Substituímos na fórmula principal:
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
D + A + W = 721
D + 36 + D + D – 8 = 721 Regra de Três Simples
3D + 28 = 721
3D = 721 - 28 A Regra de Três Simples envolve apenas duas
D = 693/3 grandezas. São elas:
D = 231
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese-
Substituímos o valor de D nas outras:
ja calcular a partir da grandeza explicativa;
z Grandeza Explicativa ou Independente é aque-
A = D + 36
la utilizada para calcular a variação da grandeza
A= 231+36= 267
dependente.
W = A - 44
W= 267-44
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
W= 223
Logo, os valores em ordem crescente que Wander- des que aparecem frequentemente em provas de con-
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente, cursos públicos. Veja abaixo:
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumento
4. (CESPE – 2018) A respeito de razões, proporções e de uma grandeza implica o aumento da outra;
inequações, julgue o item seguinte. z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam to de uma grandeza implica a redução da outra;
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham,
para ser divido entre elas, de forma inversamente propor- Vamos esquematizar para sabermos quando será
cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes- direta ou inversamente proporcionais:
sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500.
DIRETAMENTE + / + OU - / -
( ) CERTO  ( ) ERRADO PROPORCIONAL

6x 9x 8x
1
+ 2
+ 3
= 7.900 Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos: (sinais iguais)

36x 27x 16x


6
+ 6 + 6 = 7.900 PROPORCIONAL + / - OU - / +
79x
= 7.900
6
x = 600 Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui (sinais diferentes)

Sendo assim, Sandra está inversamente propor- Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
9x
cional a . Basta substituirmos o valor de X na resolver os diversos problemas:
2
proporção.
9x 9 x 600 DIRETAMENTE MULTIPLICA CRUZADO
= = 2.700 PROPORCIONAL
2 2
(valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).
Resposta: Errado. INVERSAMENTE MULTIPLICA NA HORIZONTAL
PROPORCIONAL

5. (IESES – 2019) Uma escola possui 396 alunos matri-


culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
5/7, determine o número de meninos matriculados. mais como isso tudo funciona.
Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construí-
a) 183 do utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um
b) 225 muro de 30 metros nas mesmas condições do ante-
c) 165 rior, quantos tijolos serão necessários?
d) 154 Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
Total de alunos = 396 proporcional.
Meninos = H
Meninas = M 12 m -------- 2 160 (tijolos)
H 5x
134 Razão: + 30 m -------- X (tijolos)
M 7x
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumen- 4 Pessoas ------- 24 Dias
to (+) e que para fazermos um muro maior vamos 6 Pessoas ------- x Dias
precisar de mais tijolos, ou seja, também deverá ser Temos grandezas inversas, então é só multiplicar
aumentado (+). Logo, as grandezas são diretamente na horizontal:
proporcionais e vamos resolver multiplicando cruza- 6x = 4 . 24
do. Observe: 6x = 96
x = 96/6
x = 16
12 m -------- 2 160 (tijolos)
Como já haviam comido por 6 dias é só somar:
30 m -------- X (tijolos) 6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
12 · X = 30 . 2160
Resposta: Errado.
12X = 64800
X = 5400 tijolos 2. (CESPE/CEBRASPE – 2018) O motorista de uma
empresa transportadora de produtos hospitalares
Assim, comprovamos que realmente são necessá- deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega
rios mais tijolos. de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima-
Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des-
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside-
professores para corrigir as provas? rou que esse consumo é constante.
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos Considerando essas informações, julgue o item que
montar a relação e analisar: segue.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
5 (prof.) --------- 12 (dias) gasolina.
30 (prof.) -------- X (dias)
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
Com 1 litro ele faz 10 km
aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos
pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
dizer que com 1dm³ ele faz 10km
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
Portanto,
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio- 10 km -------- 1dc³
nais e vamos resolver multiplicando na horizontal. 1.100 km --------- x
Observe: 10x = 1.000
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida).
5 (prof.) 12 (dias) Resposta: Errado.
30 (prof.) X (dias)
30 . X = 5 . 12 3. (VUNESP – 2020) Uma pessoa comprou determinada
30X = 60 quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2
X=2 guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guarda-
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias napos por dia. O número de guardanapos comprados foi
para corrigir as provas.
a) 60.
b) 70.
c) 80.
EXERCÍCIOS COMENTADOS d) 90.
e) 100.
1. (CESPE/CEBRASPE – 2019) No item seguinte apre-
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser- x = dias
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, 3 guardanapos por dia -------- x
porcentagens e descontos. 2 guardanapos por dia -------- x+15
São valores inversamente proporcionais, quanto
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com-
mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
prou alimentos em quantidades suficientes para que
Assim, multiplicamos na horizontal:
eles e seus dois filhos consumissem durante os 30
MATEMÁTICA

3x = 2 . (x+15)
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos 3x = 30+2x
chegou de surpresa para passar o restante do mês 3x-2x = 30
com a família. Nessa situação, se cada uma dessas x = 30
seis pessoas consumir diariamente a mesma quan- Podemos substituir em qualquer uma das duas
tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo situações:
casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês. 3 guardanapos x 30 dias= 90
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90 . Resposta:
( ) CERTO  ( ) ERRADO Letra D. 135
4. (FUNDATEC – 2017) Cinco mecânicos levaram 27 Da mesma forma que na regra de três simples,
minutos para consertar um caminhão. Supondo que vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e cada uma delas isoladamente duas a duas.
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
mesmo caminhão?
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
a) 20 minutos. Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
b) 35 minutos. parte dependente de um lado e igualando às razões da
c) 45 minutos. seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
d) 50 minutos. agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe:
e) 55 minutos.
40 ? ?
Mecânicos ------ Minutos = #
X ? ?
5 ---------------- 27
3 ---------------- x Analisando isoladamente duas a duas:
6 (imp.) -------- 40 (min)
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gasta- 3 (imp.) ---- ---- X (min)
rão para finalizar o trabalho, logo a grandeza é inver-
samente proporcional. Multiplica na horizontal: Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
3x = 27.5 pois agora teremos menos impressoras para realizar
3x = 135 a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
x = 135/3 inverter a razão.
x = 45 minutos. Resposta: Letra C.
40 3 ?
= #
5. (IESES – 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa X 6 ?
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica- Analisando isoladamente duas a duas:
ria pronta? 1000 (panf.) -------- 40 (min)
2000 (panf.) ------ -- X (min)
a) 18 dias.
b) 16 dias. Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle-
c) 20 dias. tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
d) 22 dias. aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
mos manter a razão.
5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
7 (pedreiros) ------------- X (dias) 40
=
3
#
1000
X 6 2000
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
Agora basta resolver a proporção para acharmos
cionais, então basta multiplicar na horizontal.
o valor de X.
5 . 28=7 . X
40 3000
7X = 140 = 12000
X
X = 140/7
X = 20 dias . Resposta: Letra C. 3X = 40 x 12
3X = 480
Regra de Três Composta X = 160

A Regra de Três Composta envolve mais de duas As três impressoras produziriam 2000 panfletos
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta- em 160 minutos, que correspondem há 2 horas e 40
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas minutos.
cautelosamente levando em conta alguns princípios: Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
vamos analisar mais um exemplo.
z As análises devem sempre partir da variável Exemplo 2:Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
dependente em relação às outras variáveis; cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
z As análises devem ser feitas individualmente. Ou Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o núme-
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas, ro de linhas por página e para 40 o número de letras
mantendo as demais constantes. (ou espaços) por linha. Considerando as novas condi-
z A variável dependente fica isolada em um dos ções, determine o número de páginas ocupadas.
lados da proporção. Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
como isso tudo funciona. 6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem 1000 X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas
6 ? ?
136 impressoras produziriam 2000 desses panfletos? = #
X ? ?
Analisando isoladamente duas a duas: fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
horas por dia. O número de dias necessários para que
6 (pág.) -------- 45 (linhas) 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
X (pág.) -- ----- 30 (linhas) quem dois lotes dessas peças é

Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor diminui a) 11.


( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, as b) 12.
grandezas são inversas e devemos inverter a razão. c) 13.
d) 14.
6 30
#
? e) 15.
=
X 45 ?
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
Analisando isoladamente duas a duas: 4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
Quanto mais dias para entrega do lote, menos
6 (pág.) -------- 80 (letras) horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
X (pág.) ------- 40 (letras) nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
serem entregues (direta).
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui Resolvendo:
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. 8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
6 30 40 8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2)
= #
X 45 80 8/x = 8/15
6 2 1 8x = 120
= #
X 3 2 x = 120/8
6 2 x = 15 dias.
=
X 6
2X = 36 Resposta: Letra E.

X = 18 3. (CESPE/CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre-


O número de páginas a serem ocupadas pelo texto sentada uma situação hipotética, seguida de uma
respeitando as novas condições é igual a 18. assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-
de, divisão proporcional, média e porcentagem.
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
EXERCÍCIOS COMENTADOS clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
1. (CESPE – 2020) Determinado equipamento é capaz
de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, funcionando 5 ( ) CERTO  ( ) ERRADO
horas diárias para esse fim. Nessa situação, a quan-
tidade de páginas que esse mesmo equipamento é 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e 30 5 caixas - 20 clientes - x minutos
minutos diários para esse fim, é igual a 10 5 12
= #
X 3 20
a) 2.666. 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
b) 2.160. 60x = 600
c) 1.215. X = 10.
d) 1.500.
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
e) 1.161.
Não em menos de 10 como a questão afirma.
Resposta: Errado.
Primeiro vamos passar para minutos:
5h = 300min. 4. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
4h30min= 270min. ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
min.-----Dias-----Pag. do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
300 -------4-------1800 des de determinado produto. Para a fabricação de 400
270 -------3-------X unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
Resolvendo temos: trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
300 (Simplifica por 30)
do para a realização do serviço é de
1800 4
MATEMÁTICA

= # 270 (Simplifica por 30)


X 3 a) 5 horas e 54 minutos
1800 4 10 b) 6 horas e 06 minutos.
= #
X 3 9 c) 6 horas e 20 minutos.
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 d) 6 horas e 40 minutos.
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é e) 7 horas e 06 minutos.
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C.
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
2. (VUNESP – 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas 360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os zeros iguais)
operando com a mesma capacidade de produção, x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os zeros iguais) 137
360
=
3
#
6 O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
X 5 4 chamado de termo independente.
x·3·6 = 360·5·4 Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
x·18 = 7.200 todas as partes que possuem incógnitas de um lado
x = 7200/18 igual e do outro os termos independentes. Veja um
x = 400 exemplo:

Logo, transformando minutos para horas novamen- 10x = 5x + 20


te temos: (vamos achar o valor de “x”)

10x – 5x = 20
X = 400min
X = 6h40min (passamos o “5x” para o outro lado da igual
Resposta: Letra D. com o sinal trocado)

5x = 20
5. (VUNESP – 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
x = 20 / 5 (isolamos o “x” transferindo o seu coe-
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
ficiente “5” dividindo)
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
x = 4.
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
para a realização desse trabalho será de
O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
a) 6 horas e 40 minutos.
grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
b) 6 horas e 58 minutos.
mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará
c) 7 horas e 12 minutos.
igual a zero em ambos os lados. Observe:
d) 7 horas e 20 minutos.
e) 7 horas e 35 minutos.
Para x = 4
10x = 5x + 20
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
10 . 4 = 5 . 4 + 20
2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
40 = 40
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer
que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e 40 – 40 = 0
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são
menos máquinas trabalhando (inversa). z Inequação do Primeiro Grau
4 5000 2
= # Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
X 6000 3
2·X·5 = 4·6·3 nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
10X = 72 inequações usamos os símbolos:
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
60 min = 7 horas e 12 minutos) > maior que
OBS: Para transformar horas em minutos, basta < menor que
multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas ≥ maior que ou igual
= 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Resposta: Letra C. ≤ menor que ou igual

Podemos representar das formas a seguir:

ax + b > 0
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º ax + b < 0
GRAU ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
SISTEMA DE EQUAÇÕES
Sendo a e b números reais e a ≠ 0
Equações e Inequações Veja um exemplo abaixo:
Resolva a inequação 5x + 20 < 40
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou
mais variáveis – geralmente são as letras do nosso 5x + 20 < 40
alfabeto - denominadas por incógnitas, são desconhe- 5x < 40 – 20
cidas. O nosso principal objetivo é encontrar o valor 5x < 20
dessa incógnita. x < 20 / 5
x < 4.
Resolução e discussão
Podemos resolver uma inequação de uma outra
z Equação do Primeiro Grau maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano.
No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação
A forma geral de uma equação do primeiro grau vamos identificar para quais valores de x transfor-
138 é: ax + b = 0. mam a desigualdade em uma sentença verdadeira.
Siga os passos: Vamos aplicar em um exemplo:
Resolva a inequação 5x + 20 < 40 Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Identificando os valores de a, b e c.
1º) Coloque todos os termos da inequação em um mes-
mo lado. a=1
b = -3
5x + 20 - 40 < 0 c=2
5x -20 < 0
Substituindo na fórmula:
2º) Substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade.
-b ! 2
b - 4ac
5x -20 = 0 x=
2a
3º) Resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz.
-(-3) ± √(-3)2 - 4 × 1 × 2
5x -20 = 0 x=
2×1
5x = 20
x = 20 / 5
x=4
3! 9-8
x=
4º) Faça o estudo do sinal da equação, identificando os 2
valores de x que representam a solução da inequa-
x= 3!1
ção. Obs.: O gráfico deste tipo de equação é uma 2
reta.
3+1
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2
4 + x
Na fórmula de Báskara, podemos usar um discrimi-
nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:
– Δ = b2 - 4ac

Assim, podemos escrever a fórmula de Báskara:


Identificamos que os valores < 0 (valores negati-
vos) são os valores de x < 4. -b ! D
x=
2a
z Equação do Segundo Grau
O discriminante fornece importantes informações
de uma equação do 2ª grau:
Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2.
Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e
Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
distintas
Onde a, b e c são os coeficientes da equação.
Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e
idênticas
„ a é sempre o coeficiente do termo em x².
Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais
„ b é sempre o coeficiente do termo em x.
„ c é sempre o coeficiente ou termo independente.
Soma e produto das raízes
As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto
Basta saber que, em uma equação ax2 + bx + c = 0,
é, existem 2 valores de x que tornam a igualdade
temos:
verdadeira.
z a soma das raízes é dada por –𝑏/a
Cálculo das raízes da equação
z o produto das raízes é dado por 𝑐 / a
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Báskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
Soma: –𝑏/a = -(-3) / 1 = 3
MATEMÁTICA

colocá-los na seguinte expressão:


Produto: 𝑐/a = 2 / 1 = 2

-b ! 2
b - 4ac Quais são os dois números que somados resulta
x= “3” e multiplicados “2”?
2a
Soma: 3 = (2 + 1)
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
Produto 2 = (2 ×1)
que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen-
utilizando o sinal negativo (-). te igual como achamos usando a fórmula de Báskara. 139
3. (FUNDATEC – 2011) Qual deve ser o valor de m para
EXERCÍCIOS COMENTADOS que a equação x2 + 6x + m = 0 tenha raízes reais iguais?

1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Os indivíduos S1, S2, S3 a) 3


e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram b) 9
interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No c) 6
depoimento, com relação à responsabilização pela d) -9
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse e) -3
que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.
A partir dessa situação, julgue o item a seguir. Para que a equação do segundo grau tenha raízes
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja iguais, é preciso que o delta (discriminante) seja
8 anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho igual a zero. Isto é, Δ = b2 - 4ac.
que S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a 0 = 62 – 4.1.m
140 anos, então é correto afirmar que S2 nasceu antes 0 = 36 – 4m
de 1984. 4m = 36
m = 9. Resposta: Letra B.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
4. (CONSULPLAN – 2016) Julgue a afirmativa: A soma
S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que das raízes da equação x2 - 5x + 6 = 0 é um número
S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de ímpar.
idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos
dizer que: ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Idade de S2 = Idade de S4 + 2 A soma das raízes é:


S = -b / a
Chamando de X1, X2, X3 e X4 para designar as respec-
S = -(-5) / 1 = 5. Resposta: Certo.
tivas idades no ano de 2020, podemos escrever que:
X2 = X4 + 2 5. (IBFC – 2018) José perguntou ao seu avô Pedro, que
é professor de matemática, com que idade ele se for-
Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
mou na faculdade. Pedro disse ao neto que sua idade
140 anos:
era o produto entre as raízes da equação x² -10x + 21 =
X1 + X2 + X3 + X4 = 140 0. Nessas condições, assinale a alternativa que apre-
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140 senta a idade que Pedro se formou na faculdade:
74 + 2.X4 = 140
2.X4 = 66 a) 18
X4 = 33 b) 21
c) 24
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. Assim, d) 27
S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985.Resposta:
Errado. Achando as raízes da equação:
x² -10x + 21 = 0
2. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em um tanque A, há uma
mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de -(-10) ± √(-10)2 - 4 × 1 × 21
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão x=
misturados homogeneamente com 50 L de álcool. 2×1
A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente.
Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique 10 ! 100 - 84
x=
igual à do tanque B é suficiente acrescentar no tanque 2
A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L. 10 ! 16
x=
2
( ) CERTO  ( ) ERRADO 10 + 4
x1 = + =7
2
A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
10 - 4
= 1/3. x2 = - =7
2
A quantidade X de álcool precisa ser acrescentada
no tanque A para ele chegar nesta mesma propor- O produto das raízes é igual a 7 × 3 = 21 anos. Res-
ção. A quantidade de álcool passará a ser de 60 + posta: Letra B.
X, e a de gasolina será 240, de modo que ficaremos
com a razão: SISTEMA DE EQUAÇÕES

1/3 = (60+X) / 240 Conceito. Resolução, discussão e representação


240 x 1/3 = 60 + X geométrica. Situações - problema envolvendo
80 = 60 + X sistemas de equações.
60 + X = 80
X = 80 - 60 Sistemas de equações de primeiro grau (sistemas
140 X = 20 litros. Resposta: Certo. lineares)
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de
*
x + y = 10
uma incógnita. Imagine que um exercício diga que: x
+ y = 10. 4x - y = 5
Perceba que há infinitas possibilidades de x e y 5x = 15
que tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5, x=3
15 e -10, etc. Por esse motivo que se faz necessário
obter mais uma equação envolvendo as duas incógni-
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
tas para poder chegar nos seus valores exatos. Veja o
exemplo abaixo: achamos o valor de “y”:

*
x + y = 10 x + y = 10
3 + y = 10
4x - y = 5
y = 10 – 3
A principal forma de resolver esse sistema é usan- y=7
do o método da substituição. Este método é muito sim-
ples, e consiste basicamente em duas etapas: Veja um outro exemplo que vamos precisar
multiplicar:
1. Isolar uma das variáveis em uma das equações;
2. Substituir esta variável na outra equação pela
*
expressão achada no item anterior. x + y = 10

x - 2y = 4
Vamos aplicar no nosso exemplo:
Isolando “x” na primeira equação Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
x = 10 – y
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y”
(
- x - y = - 10
4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
40 – 4y – y = 5 x - 2y = 4
-5y = 5 – 40
-5y = -35 (multiplica por -1) Fazendo a soma:
5y = 35

(
y=7 - x - y = - 10

Logo, voltando na primeira equação acharemos o x - 2y = 4


valor de “x” -3y = -6
x = 10 – y y = -6 / -3
x = 10 – 7 y= 2
x=3
Assim, x = 3 e y = 7. Substituindo o valor de “y” na primeira equação
achamos o valor de “x”:
Dica
Método da substituição x + y = 10
1 - Isolar uma das variáveis em uma das x + 2 = 10
equações; x = 10 – 2
2 - Substituir esta variável na outra equação pela x=8
expressão achada no item anterior.
Sistemas de equações do 2º grau
Há um outro método para resolver um sistema
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou Vamos usar o mesmo método principal para resol-
soma) de equações. Veja: vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
zamos lá no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
1. Multiplicar uma das equações por um número que Método da Substituição. Veja um exemplo:
seja mais conveniente para eliminar uma variável.
2. Somar as duas equações, de forma a ficar apenas
(
x+y=3
com uma variável.
2 2
x -y =-3
Veja o exemplo abaixo:
MATEMÁTICA

Isolando x na primeira equação, temos que x =

*
x + y = 10 3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
temos que:
4x - y = 5

Nesse exemplo não vamos precisar fazer uma mul- (3 – y)2 – y2 = -3


tiplicação, pois já temos a condição necessária para 9 – 6y + y – y2 = -3
eliminarmos o “y” da equação. Então devemos fazer y=2
apenas a soma das equações. Veja: Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1 141
Me = 2.10
EXERCÍCIOS COMENTADOS Me = 20
Total: 10 + 20 = 30 balas. Resposta: Letra C.
1. (VUNESP – 2018) Em um concurso somente para os
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
para um desses cargos. Sabendo que o número de 3 (CESPE-CEBRASPE – 2013) Considere que em um
candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades escritório de patentes, a quantidade mensal de pedi-
menor que o número de candidatos inscritos para o dos de patentes solicitadas para produtos da indústria
cargo B, e que a razão entre os respectivos números, alimentícia tenha sido igual à soma dos pedidos de
nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o patentes mensais solicitadas para produtos de outra
número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
natureza. Considere, ainda, que, em um mês, além
pondeu, do total de candidatos inscritos, a
dos produtos da indústria alimentícia, tenham sido
a) 3/7 requeridos pedidos de patentes de mais dois tipos de
b) 5/9 produtos, X e Y, com quantidades dadas por x e y, res-
c) 4/7 pectivamente. Supondo que T seja a quantidade total
d) 2/3 de pedidos de patentes requeridos nesse escritório, no
e) 5/7 referido mês, julgue os itens seguintes.

A = B – 3000 Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x +


A/B = 0,4
y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64.
A = 0,4B
Substituindo essa última equação na primeira, temos: ( ) CERTO  ( ) ERRADO
0,4B = B – 3000
3000 = B – 0,4B Se T = 128, então as quantidades x e y são tais que x
3000 = 0,6B + y = 64, com 0 ≤ x ≤ 64.
B = 3000/0,6 Seja “a” a quantidade de pedidos de patentes da
B = 5000 indústria alimentícia. Foi dito que este total é igual
Lembrando que A = 0,4B, podemos obter o valor de A: à soma dos demais pedidos, que são x e y, ou seja,
a=x+y
A = 0,4 x 5000
O total de pedidos é:
A = 2000
Total T = a + x + y = a + a = 2a
A + B = 5000 + 2000 = 7000 Como T = 128, temos
128 = 2a
O número de inscritos para o cargo B, em relação
a = 64
ao total, será:
Resposta: Certo
5000/7000 = 5/7.
Resposta: Letra E. 4. Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos
de patentes do produto X foi igual ao dobro da quan-
2. (FGV – 2017) O número de balas de menta que Júlia
tidade de pedidos de patentes do produto Y, então a
tinha era o dobro do número de balas de morango.
Após dar 5 balas de cada um desses dois sabores quantidade de pedidos de patentes de produtos da
para sua irmã, agora o número de balas de menta que indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade de
Júlia tem é o triplo do número de balas de morango. O pedidos de patentes de Y.
número total de balas que Júlia tinha inicialmente era:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
a) 42;
b) 36; Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos de
c) 30; patentes do produto X foi igual ao dobro da quanti-
d) 27;
dade de pedidos de patentes do produto Y, então a
e) 24.
quantidade de pedidos de patentes de produtos da
Me = 2.Mo indústria alimentícia foi o quádruplo da quantidade
Após dar 5 balas = Me – 5 e Mo – 5. Agora, as de de pedidos de patentes de Y.
menta são o triplo das de morango: Sendo x o dobro de y, ou seja, x =2y, temos que:
a=x+y
Me – 5 = 3.(Mo – 5)
Me – 5 = 3.Mo – 15 a = 2y + y
Me = 3.Mo – 10 a=3
Assim, as patentes da indústria alimentícia (“a”)
Na segunda equação podemos substituir Me por
são o triplo das patentes de Y. Resposta: Errado
2.Mo.
2.Mo = 3.Mo – 10
10 = 3.Mo – 2.Mo 5. Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do que
10 = Mo a quantidade y, então a quantidade y foi superior a 25.
O valor de Me é:
142 Me = 2.Mo ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Se T = 128 e a quantidade x foi 18 unidades a mais do Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
que a quantidade y, então a quantidade y foi supe- quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)

rior a 25.
Se T = 128, temos que x + y = 64. Agora foi dito ainda ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
que: x = y + 18
Substituindo x por y + 18, temos:
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
x + y = 64
(y + 18) + y = 64 :100 :100 :100 :100 :100 :100
y = 23 unidades.
Resposta: Errado. Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2.
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
(100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
UNIDADES DE MEDIDA DE COMPRIMENTO, centímetro quadrado. Logo:
VOLUME, CAPACIDADE, TEMPO, MASSA,
5,3m2 = 5,3 x 10000 = 53000 cm2.
TEMPERATURA E ÁREA
Medidas de Volume (Capacidade)
E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO
GRANDEZAS A unidade principal tomada como referência é o
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
Sistema de Unidades de Medidas diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
Quando estudamos o sistema de medidas nos aten- segue potências de 1000. Veja o esquema abaixo:
tamos ao fato de que ele serve quantificar dimensões
que podem ter uma variação gigantesca. Porém exis- Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
tem as conversões entre as unidades para uma melhor (quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro (centímetro
cúbico) cúbico)
(mlímetro
cúbico)

interpretação e leitura.
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
Medidas de Comprimento

A unidade principal tomada como referência é o Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
menores. A conversão de unidades de comprimento
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3.
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
Km hm dam m dm cm mm cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
×10 ×10 ×10 Veja agora algumas relações interessantes e que você
×10 ×10 ×10
precisa ter em mente para resolver a diversas questões.

Km hm dam m dm cm mm
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE

:10 :10 :10 :10 :10 :10 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)

1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)


Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros.
Para sair do metro e chegar no centímetro deve- 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
casas até chegar em centímetro. Logo:
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
MATEMÁTICA

1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)

Medidas de Área (Superfície) Medidas de Tempo

A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
diferentes que servem para medir dimensões maiores se faz a relação nessa unidade:
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema abaixo: unidade menor, multiplica-se por 60. Veja: 143
1 hora = 60 minutos Exemplo 1: Transformar 250 K para oC:
4 h = 4 x 60 = 240 minutos
TK = ToC + 273
Para transformar de uma unidade menor para a 250 = ToC + 273
unidade maior, divide-se por 60. Veja: ToC = 273 – 250
ToC = 23°
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
Exemplo 2: Transformar 85 oC para oF:
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações: ToC / 5 = (ToF-32) / 9
85/5 = (ToF-32) / 9
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) 17 = (ToF-32) / 9
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) 17 × 9 = ToF-32
153 + 32 = ToF
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e ToF = 185°
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema Veja agora algumas relações interessantes que
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, você precisar ter em mente para resolver diversas
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja: questões:

1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins-


tante do dia. UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE

1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)


1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Medidas de Massa
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
As unidades abaixo são as mais utilizadas quando 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja
quais são: Tonelada (t), Quilograma (kg), Grama (g) e 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
Miligrama (mg).
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
Vamos tomar como base as relações abaixo para
converter uma unidade em outra. Observe:
Resolução de problemas envolvendo grandezas
1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas);
1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); Após olharmos toda a parte teórica acima, vamos
1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). agora resolver algumas questões comentadas que
envolvem as grandezas de comprimento, volume,
capacidade, tempo, massa, temperatura e área.
Observe o exemplo a seguir de uma conversão:

Vamos transformar 3,5 kg em gramas.


Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1 kg — 1000 g
1. (ENCCEJA – 2019) Tonel é um recipiente utilizado
3,5 Kg — x
para armazenar líquidos. Uma vinícola utiliza tonéis
x = 3,5 × 1000
com capacidade de 1 000 litros cada um, para armaze-
x = 3500 g
nar sua produção de 50 m³ de vinho.
Quantos tonéis serão necessários para armazenar
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3500 g. toda a produção dessa vinícola?

Medidas de Temperatura a) 50.


b) 20.
O instrumento para a medição de temperatura é o c) 5.
termômetro, que é um tubo graduado com um líquido d) 2.
em seu interior (mercúrio ou álcool). As escalas mais
comuns para medir temperatura são: Para responder à questão, é necessário que lembre-
mos da seguinte relação:
z Celsius. Medida em graus centígrados; 1 m³ = 1000 l. Logo, 50 m³ = 50000 l. Então, a quan-
z Kelvin. Medido em graus Kelvin; tidade de tonéis é de: 50000 / 1000 = 50 tonéis. Res-
z Fahrenheit. Medida em graus Fahrenheit. posta: Letra A.

As conversões entre essas escalas termométricas 2. (ENCCEJA – 2019) De acordo com dados do Instituto
são dadas pelas fórmulas a seguir: Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ-
De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273 ção brasileira de café, no segundo semestre de 2014,
De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-32) / 9 foi estimada em 47 milhões de sacas de 60 kg cada.

144 Veja os exemplos abaixo: Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso


em: 20 jul. 2014 (adaptado).
PROBLEMAS ENVOLVENDO O
A produção brasileira de café, em milhão de quilogra- CÁLCULO DE ÁREA E PERÍMETRO DE
mas, segundo essa estimativa, foi de:
FIGURAS PLANAS E VOLUME
a) 107.
GEOMETRIA PLANA
b) 282.
c) 2 420.
Retângulo
d) 2 820.
Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
Para responder à questão, basta fazermos a seguin-
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os
te multiplicação: 47 milhões × 60 kg. ângulos internos iguais a 90°.
Como a resposta é pedida em milhão de quilogra-
mas, faremos uma multiplicação direta: b
47 × 60 = 2820 milhões de quilogramas. Resposta:
Letra D.

3. (ENCCEJA – 2018) Uma comunidade rural de um esta-


do brasileiro possui 4 hectares de terra, em forma qua- h h
drada, para plantação de cana. Sabe-se que 1 hectare
equivale a uma área de 10 000 m2.
Dessa forma, a medida do lado, em metro, das terras
dessa comunidade é: b

a) 200. Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado


b) 400. menor “h” de altura.
c) 20 000. Área do Retângulo
d) 40 000. Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
Extraindo os dados, temos: fórmula:

1ha ------ 10 000m2 A=b×h


4ha ------- x
x = 4 × 10000 Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
x = 40 000 m2 lado e 5 centímetros de altura, a área será:
Como o terreno é quadrado, então sabemos que sua
A = 10cm × 5cm = 50cm2
área é calculada elevando um lado ao quadrado, ou
seja:
Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
l2 = 40000 das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
l= do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
l = 200 metros. samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
unidade de área.
Logo, a medida do lado é de 200 metros. Resposta:
Letra A. Quadrado

4. (ENEM – 2020) É comum as cooperativas venderem Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
seus produtos a diversos estabelecimentos. Uma ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
cooperativa láctea destinou 4 m3 de leite, do total do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
produzido, para análise em um laboratório da região, remos de L. Veja:
separados igualmente em 4 000 embalagens de mes-
ma capacidade. L
Qual o volume de leite, em mililitro, contido em cada
embalagem?

a) 0,1 L L
b) 1,0
MATEMÁTICA

c) 10,0
d) 100,0
e) 1 000,0 L

Vamos fazer as devidas conversões: 4 m3 = 4 × 103 A área também será dada pela multiplicação da
dm3 = 4 000 dm3 = 4 000 litros base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
O volume de leite, em litros, contido em cada emba- mos L x L, ou seja:
lagem é (4000 litros) ÷ 4000 = 1 litro.
A = L2
Logo, 1 litro = 1000 ml. Resposta: Letra E. 145
Trapézio Triângulo

Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados.
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
Veja-a abaixo:
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura abaixo:
b

a c

B
b
Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do
trapézio através da fórmula abaixo: Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
cer a sua altura (h):
(B + b) # h
A=
2
Losango

É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-


to. Veja abaixo:

a c
L L
h

L L
b
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
acordo com a figura a seguir: chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula:
L L
b#h
d A=
2
D
Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
L L

„ Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois


Assim, a área do losango é dada pela fórmula abaixo: lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos
internos da base são iguais (simbolizados na
D#d
A= figura pela letra A):
2
Paralelogramo

É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos


paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes-
mo tamanho. a a

b
c

A A
b C
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
„ Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
tiplicação da base pela altura:
três lados com medidas diferentes, tendo tam-
146 A=b×h bém os três ângulos internos distintos entre si:
a B h
c b c

C n m
A
C H B
b
a

„ Triângulo equilátero: é o triângulo que tem


Devemos nos atentar em relação a algumas fórmulas
todos os lados iguais. Consequentemente, ele que são extraídas do triângulo acima que poderão nos aju-
terá todos os ângulos internos iguais: dar com a resolução de algumas questões. Veja quais são:

h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a
A b×c = a×h
a a
Essas fórmulas são chamadas de relações métricas
do triângulo retângulo.
A A
Círculo
a
Todos os pontos estão a uma mesma distância em
Podemos calcular a altura usando a seguinte relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
fórmula: mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura abaixo:

a 3
h=
2

Para calcular a área do triângulo equilátero usan-


do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:
2 r
a 3
A=
4

„ Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.

B
c A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
a r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
Vejamos um exemplo para calcular a área de um
A círculo com 10 centímetros de raio:
b
A = π × r2
A = π × (10)2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado A = π × 100
do triângulo. Veja: Substituindo π por 3,14, temos:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = 3,14×100 = 314cm2
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
O perímetro de uma circunferência que é a mesma
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”,
coisa que o comprimento da circunferência, é dado por:
MATEMÁTICA

que são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de


catetos. C=2×π×r
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos Para exemplificar, agora vamos calcular o períme-
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- tro daquela circunferência com 10cm de raio:
nusa: a2 = b2 + c2.
C = 2 × 3,14 × 10
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes-
C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
santes que estão presentes no triângulo retângulo. 147
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg- Logo,
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro a # 2rr
Comprimento do setor circular =
mede o dobro do raio, ou seja, 2r. 360c
GEOMETRIA ESPACIAL

Poliedros

São figuras espaciais formadas por diversas faces,


cada uma delas sendo um polígono regular que estu-
D = 2r damos anteriormente. Vamos conhecer os principais
poliedros, destacando alguns pontos importantes
como área e volumes:

Paralelepípedo reto-retângulo e Cubo

c a
Repare na figura abaixo.

b
A a a

O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-


α to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores
de a = b = c.
C B Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-
-retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja:
V=a×b×c

No caso do cubo, o volume fica:

V = a × a × = a3
Note que formamos uma região delimitada dentro
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. Te-
mos ainda um ângulo central desse setor circular sim-
Dica
bolizado por α. Com base neste ângulo, conseguimos As faces do paralelepípedo são retangulares,
determinar a área do setor circular e o comprimento enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
do segmento de círculo compreendido entre os pontos
A e B. A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- das. Ou seja,
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des-
ta volta completa, que é a própria área do círculo ( π × AT = 6a2
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
função do ângulo central “α”: Agora no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
360° ---------------------- π × r2 c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
α ------------------------- Área do setor circular total de um paralelepípedo é:

Logo, AT = 2ab + 2ac + 2bc

2 Prismas
a # rr
Área do setor circular =
360c
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com- que tem as arestas laterais perpendiculares às bases.
primento do segmento circular entre os pontos A e B, Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir- os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo: não é uma circunferência.
O prisma será classificado de acordo com a sua
360° --------------- ------ 2 πr base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
148 α -------------------------- Comprimento do setor circular ma será pentagonal.
Prisma Prisma Prisma Prisma
triangular pentagonal hexagonal quadrangular

O volume para qualquer tipo de prisma será sem-


pre o produto da área da base pela altura. Veja:
O raio é simplesmente a distância do centro da es-
V = Ab × h fera até qualquer ponto da sua superfície.
O volume da esfera é calculado usando a seguinte
A área total de um prisma será a soma da área late- fórmula:
ral com duas bases. 4
V = 3 # rr
3

AT = Al + 2Ab E a área da superfície pela fórmula abaixo:

Cilindro A = 4 × πr2

Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são Cone


perpendiculares às bases. Observe a figura abaixo:
Observe a figura abaixo:

Altura

base (círculo) Geratriz

Geratriz

A distância entre as duas bases é chamada de altu- Base


ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro
da base, o cilindro é chamado de equilátero.
Vamos extrair algumas informações.
A base de um cone é um círculo, então a área da
Cilindro equilátero: ℎ = 2r
base é πr2.
Quando “abrimos” um cone, temos a figura a seguir:
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
base do cilindro é igual a πr2.
Perceba que se “desenrolarmos” a área lateral e
“abrimos” todo o cilindro, temos o seguinte: G

H H
R
R C
Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
R πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
A área da superfície lateral do cilindro é igual a sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
MATEMÁTICA

2πℎ. da base pela altura. Veja:


E o volume do cilindro é o produto da área da base
pela altura: V = πr2 × ℎ. rr h
2
V= 3
Esfera
Dica
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
ao diâmetro, ou seja, 2r.
ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar. 149
Pirâmides

A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-


gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ- ×
mides regulares.

× + 20

Figura fora de escala

Sabendo que 70% da área dessa praça estão recobertos


pirâmide pirâmide pirâmide de grama, então, a área não recoberta com grama tem
triangular quadrangular pentagonal
a) 450 m2.
b) 500 m2.
c) 400 m2.
d) 350 m2.
e) 550 m2.

Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde


à soma de todos os lados. Logo:
2x + 2(x + 20) = 160
pirâmide pirâmide 2x + 2x + 40 = 160
hexagonal heptagonal 4x = 120
x = 30 m
O segmento de reta que liga o centro da base a um A área, portanto, será:
ponto médio da aresta da base é denominado “apóte- Área = 30 x (30 + 20)
ma da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base. Área = 30 x 50 = 1500 m²
E o segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
médio de uma aresta da base é denominado “apótema não é recoberta. Logo:
da pirâmide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâ- Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
mide. Veja: Letra A.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Os lados de um terreno


quadrado medem 100 m. Houve erro na escrituração,
e ele foi registrado como se o comprimento do lado
medisse 10% a menos que a medida correta. Nessa
m1 situação, deixou-se de registrar uma área do terreno
igual a

a) 20 m²
m
b) 100 m²
c) 1.000 m²
d) 1.900 m²
A área lateral da pirâmide é dada por:
e) 2.000 m²
Aℓ = pm′
A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
A área total da pirâmide é dada por: área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
AT = Ab + Aℓ 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
base pela altura. Veja: 3. (IDECAN – 2018) A figura a seguir é composta por
losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
Ab # h da figura mede
V= 3

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Uma praça retangular, cujas medi-
das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
150 de perímetro. a) 48 cm2.
b) 50 cm2.
c) 52 cm2.
d) 60 cm2.
e) 64 cm2.

Sendo D e d as diagonais de um losango, sua área é dada por:


Área = D x d / 2 = 6 x 4 / 2 = 12cm2
Como ao todo temos 5 losangos, a área total é:
5 x 12 = 60cm2. Resposta: Letra D.

4. (IBFC – 2017) A alternativa que apresenta o número total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:

a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas


b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas
c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas
d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas
e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas

Um tetraedro é uma figura formada por 4 faces apenas, veja:

a
a

C
A
a
a

Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que temos 4 faces. O número de arestas pode ser contado ou, então,
obtido pela relação:
V+F=A+2
4+4=A+2
A = 6 arestas .
Resposta: Letra D.

5. (VUNESP – 2018) Em um reservatório com a forma de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de comprimento e 2 m
de largura, inicialmente vazio, foram despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse reservatório atingiu uma altura de x
metros, conforme mostra a figura.

2,5
MATEMÁTICA

Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem transbordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água. Nessas
condições, é correto afirmar que a medida da altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a

a) 1,25.
b) 1,5.
c) 1,75.
d) 2,0.
e) 2,5.
151
O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
7,5 = 2,5 x 2 x h
3=2xh
h = 1,5m
Resposta: Letra B.

LEITURA DE MAPAS E PLANTAS


BAIXAS E LOCALIZAÇÃO E
MOVIMENTAÇÃO UTILIZANDO MAPAS
E PLANTAS BAIXAS
A escala é a razão constante entre qualquer grande-
za química ou física que possamos fazer uma compara-
ção, isso quando nos referimos às medidas de áreas. Já
quando estamos falando de um desenho ou mapa, cha-
mamos de escala cartográfica. É uma relação matemá-
tica entre as dimensões apresentadas no desenho e o
objeto real por ele apresentado. É importante lembrar
que as dimensões devem ser sempre usadas na mesma Fonte: Google.
unidade. Podemos representar da seguinte forma:
Podemos usar a seguinte classificação quanto ao
Escala = medida no desenho : medida no objeto real tamanho da representação:
Escala natural: representada numericamente
ou como 1:1 ou 1/1. É usada quando o tamanho do objeto
(físico) representado no plano é igual ao tamanho na
Escala = medida no desenho / medida no objeto real realidade.
Escala reduzida: quando o tamanho real é maior
Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:30, do que a área representada em escala. Costuma ser
significa que 1 cm no mapa é equivalente a 30 cm na usada na geografia em mapas de territórios ou plantas
área real. Caso seja necessário indicar que cada cen- de habitações.
tímetro de um mapa representa 1 metro na área real, Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é
utilizamos a escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que maior do que o real. É usada para mostrar detalhes
convertemos 1 metro para centímetros (100 centíme- mínimos de determinada área, principalmente de
tros), pois ambas as medidas precisam estar na mes- espaços com tamanhos pequenos.
ma unidade.
Geralmente as escalas aparecem em figuras ou Dica
mapas da seguinte maneira:
A escala é inversamente proporcional, ou seja,
quanto maior a escala, menos detalhes há, pois
é menor a área representada no mapa e quanto
menor a escala, maior a área representada no
mapa (mais detalhes).

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2020) Maurício desenhou um mapa com
um percurso partindo da empresa em que trabalha
até o local onde será realizada uma festa para os fun-
cionários. Nesse mapa, 1 cm corresponde a 2 km de
distância real. Se no mapa o percurso é de 12 cm, a
distância real é de

a) 240 km.
b) 200 km.
c) 122 km.
d) 50 km.
e) 24 km.

Por meio de regra de três:


1cm ------- 2km
152 12cm -------X
1.X=12.2 E = d/D (Escala = mapa / realidade)
X=24 km 105mm = 10,5cm
Resposta: letra E. 4200km = 420000000cm
1/x = 420000000/10,5
X= 1:40 000 000. Resposta: Letra D.
2. (CONSESP – 2018) Num mapa de escala gráfica
representado por 1: 20.000.000, a capital São Luis se 5. (ITAME – 2019) Analise o mapa a seguir para respon-
distancia 7 cm da capital baiana. Qual é a distância der corretamente.
real em linha reta entre as duas capitais?

a) 140 km
b) 285, 7 km
c) 310 km
d) 1400 km

1 cm ------------- 200 km
7cm -------------- x km
x = 7 . 200
x = 1400 km
Resposta: Letra D.

3. (IBADE – 2018) Caso um pesquisador queria fazer


um estudo somente sobre a cidade Madrid, a partir
do mapa a seguir da península Ibérica, deve-se ter o
seguinte prosseguimento na construção do mapa
com base na concepção de escala cartográfica:

O mapa apresenta uma linha reta de 2 centímetros,


equivalente a distância entre os municípios de Goiânia
e Cristalina. Isso significa dizer que

a) Cristalina fica 150 km de distância do município de


Goiânia.
b) Cristalina fica 75 km de distância do município de
Goiânia.
c) Cristalina fica 300 km de distância do município de
Goiânia.
d) Cristalina fica 37,5 km de distância do município de
Goiânia.

Distância real (D)


a) aumentar a escala para aumentar o detalhamento. Distância no mapa (d)
b) diminuir a escala para aumentar o detalhamento. Escala (E)
c) diminuir a escala para diminuir a área representada. D = E x d= 75x2= 150 km
d) aumentar a escala para aumentar a área representada. Resposta: Letra A.

Uma questão de pura interpretação sobre os conhe-


cimentos de escalas. Veja:
Escala maior é igual a Área menor com Detalhe maior. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE
Escala menor é igual a Área maior com Detalhe menor. TABELAS E GRÁFICOS
Logo, deve-se aumentar a escala para aumentar o
detalhamento. Resposta: Letra A. A apresentação de dados estatísticos por meio de
tabelas e gráficos fazem parte do ramo da Estatística
4. (IBADE – 2018) A distância entre uma cidade localiza- Descritiva. Esta tem por objetivo descrever um con-
junto de dados, resumindo as suas informações prin-
MATEMÁTICA

da na região norte do país e outra localizada no Uru-


guai é de 4.200 quilômetros. A distância sobre uma cipais. Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são
ferramentas muito importantes.
representação cartográfica é de 105 mm. Dessa for-
ma, a escala cartográfica da representação é de:
Tabelas

a) 1:4.200.000. Para descrever um conjunto de dados, um recurso


b) 1:10.500.000. muito utilizado são tabelas, como essa abaixo, referente
c) 1:105 000. à observação da variável “Sexo dos moradores de São
d) 1:40.000.000. Paulo”: 153
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI) O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
Masculino 34 | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
Feminino 26 1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
contabilizadas.
Observe que na coluna da esquerda colocamos as
Veja abaixo novamente a última tabela, agora
categorias de valores que a variável pode assumir, ou
com a coluna de frequências absolutas acumuladas à
seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
direita:
camos o número de Frequências, isto é, o número de
observações (ou repetições) relativas a cada um dos
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de FREQUÊNCIAS
60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres. FREQUÊNCIAS ABSOLUTAS
CLASSE
(FI) ACUMULADAS
Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
(FCA)
mos ainda representar as frequências relativas (per-
centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em 1,50 | - 1,60 33 33
60 são 43,33%. Portanto, teríamos: 1,60 | - 1,70 17 50

1,70 | - 1,80 13 63
FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL
RELATIVAS (FRI) 1,80 | - 1,90 17 80

Masculino 56,67%
A coluna da direita exprime o número de indiví-
Feminino 43,33% duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n, mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
onde Fi é o número de frequências de determinado daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
valor da variável, e n é o número total de observações. bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
pode assumir um grande número de valores distintos. soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
altura inferior a 1,80m.
moradores de Campinas”:

Gráficos Estatísticos
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI)
Uma outra maneira muito utilizada para a Estatís-
1,51m 12
tica Descritiva são os gráficos. Vejamos abaixo alguns
1,54m 17 tipos.

1,57m 4 Colunas ou barras justapostas


1,60m 2
Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos-
1,63m 10 tas para dados agrupados por valor ou por atributo.
1,67m 5 Vamos supor que estamos interessados nas idades de
alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
1,75m 13 respectivas frequências.
1,81m 15

1,89m 2

Quando isto acontece, é importante resumir os


dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
intervalos que chamaremos de “CLASSES”.

CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)

1,50 | - 1,60 33

1,60 | - 1,70 17
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber
1,70 | - 1,80 13 a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida-
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar
1,80 | - 1,90 17
154 em usar um gráfico de barras justapostas. Veja:
SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS

10 – 15 15

15 – 20 17

20 – 25 13

25 - 30 7

Esses dados podem ser resumidos com um histo-


grama, como mostra o gráfico a seguir.

Gráfico de Setores (ou de pizza)

Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-


mente a relação com o total de observações. Vamos
supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
de pizza.

É importante destacar que a área de cada retângu-


lo é proporcional à frequência.

CÁLCULO DE MÉDIAS E ANÁLISE DE DESVIOS DE


CONJUNTOS DE DADOS

Média Aritmética

A média aritmética é um valor que pode substituir


todos os elementos de uma lista sem alterar a soma
dos elementos da lista. Considere que há uma lista de
n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos desta
Gráfico de Linha
lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de
São mais utilizados nas representações de séries
números, basta somar todos os elementos e dividir
temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para
pela quantidade de elementos. Ou seja,
o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo
no número de alunos dentre as séries que estão em
evidência para estudo dentro da escola. Observe:

Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos


números 5, 10, 15, 20, 50.

5+10+15+20+50 100
X= = = 20.
5
5

A média aritmética é igual a 20.

Média Ponderada
MATEMÁTICA

Histograma O cálculo da média aritmética ponderada (em que


levamos em consideração os pesos de cada parte),
É muito utilizado na representação gráfica de devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo
dados agrupados em classes (distribuição de fre- peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:
quências). Imagine que realizamos uma pesquisa
sobre os salários dos funcionários de uma empresa
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
frequências. 155
Interpretando a fórmula, temos uma lista de 1,77 15
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,80 5
pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular 1,81 2
para Engenharia e realizou provas de
Matemática, Física, Química, História e Biologia. 1,89 1
Suponha que o peso de Matemática seja 4, de Física
seja 4, de Química seja 2, de História seja 1 e de Bio- Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
logia seja 1. Suponha ainda que o estudante obteve as ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.
seguintes notas:
Mediana
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
Uma outra medida que estudamos em Estatística
Matemática 9,7 4 é a mediana (ou valor mediano), que é definida como
número que se encontra no centro de uma série de
Física 8,8 4
números, estando estes de forma organizada segundo
Química 7,3 2 um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mes-
História 6,0 1 mo número de elementos. Veja os exemplos abaixo.
A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3.
Biologia 5,7 1
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os
dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5.
Vamos calcular a média ponderada das notas des- Agora, observe esse outro exemplo abaixo e perce-
se aluno: ba que os dados não estão ordenados.
C: {2;3;3;7;6;6;8;5;5;5}
Para acharmos a mediana é necessário ordenar
9,7 × 4 + 8,8 × 4 + 7,3×2 + 6,0×2 + 5,7×1 os números primeiro e depois fazer a média entre os
X= dois termos centrais, pois o número de elementos é
4+4+2+1+1 par. Vejamos:
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre
38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7 os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10.
X=
5 Moda = elemento(s) que mais aparece(m).

100,3 Mediana = elemento central de um conjunto de


X= =20,06 números.
5
Moda z Se a quantidade de elementos for ímpar, então, a
mediana é o termo do centro.
A moda é definida como sendo aquele valor ou z Se a quantidade de elementos for par, então, a media-
valores que ocorrem com maior frequência em um na será a média entre os dois elementos centrais.
rol. É interessante saber que a moda pode não existir
e, quando existir, pode não ser única. Veja os exem- Desvio
plos abaixo:
Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2, x3,
A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5 … xn} e um número real qualquer m. O desvio de um
B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda número qualquer do conjunto X em relação ao núme-
C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou ro m é a diferença entre eles, que pode ser represen-
seja, M1 = 3 e M2=7. tada pela fórmula:
di = xi – m
Caminhando um pouco mais dentro do nosso
estudo de Estatística, vejamos agora um exemplo de Dica
quando temos os dados dispostos em uma tabela com
� A soma dos desvios tomados em relação à
frequências e não agrupados em classes. Quando isso
média aritmética é sempre nula.
acontece, a localização da moda é imediata, bastando
para isso, verificar na tabela, qual o valor associado à � A soma dos quadrados dos desvios é mínima
maior frequência. Observe: quando os desvios são calculados em relação à
média aritmética.
ESTATURA (M) FREQUÊNCIA � A soma dos módulos (valores absolutos) dos
desvios é mínima quando os desvios são calcu-
1,53 3 lados em relação à mediana.

1,64 7 Vamos analisar uma questão de concurso para


sabermos como esse assunto é cobrado.
1,71 10

156
O cálculo do desvio médio com dados agrupados é feito
EXERCÍCIO COMENTADO multiplicando cada desvio (em módulo) pela sua respecti-
va frequência, somando os resultados e dividindo por n.
1. (VUNESP – 2015) Uma pequena empresa que empre-
ga apenas cinco funcionários paga os seguintes salá-
Variância
rios mensais (em mil reais):

Considerando a média dos salários, o valor do desvio A variância é a média aritmética dos quadrados
do salário de quem ganha R$ 1.400,00 mensais é dos desvios. Ou seja, para calcular a variância, deve-
mos elevar cada um dos desvios ao quadrado, somar
a) −1.000 todos os valores, e dividir por “n”, que é a quantidade
b) −400 de elementos. A variância é representada simbolica-
c) 0 mente por 2.
d) 200
e) 400 Desvio Padrão

Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms): Aqui não temos muito o que ficar falando, pois, o
desvio padrão está inteiramente ligado a variância. O
900+1200+1400+1500+2000 desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A sua
Ms = = 1400
representação simbólica é dada por σ
5
O desvio padrão é a raiz quadrada da variân-
Como estamos estudando e aprendendo sobre o 2
cia ( v = v ). A variância é o quadrado do desvio
assunto, vou fazer o cálculo de todos os desvios em 2
padrão v ).
relação à média, mas podemos calcular apenas o
Só há dois casos em que a variância e o desvio
valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 e achar
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
o gabarito mais rápido. Usamos a nossa relação,
ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
temos:
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
di = xi - m
padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
d1 = 900 – 1400 = -500
forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
d2 = 1200 – 1400 = -200
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
d3 = 1400 – 1400 = 0
d4 = 1500 – 1400 = 100 te, a variância será nula e também o desvio padrão.
d5 = 2000 – 1400 = 600
O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
Importante!
1400 – 1400 = 0. Resposta: Letra C.
Quando os dados são todos iguais, não há dis-
Desvio Absoluto Médio persão. Todas as medidas (desvio médio, variân-
cia, desvio padrão, etc.) são iguais a zero.
O desvio absoluto médio também pode ser cha-
mado de desvio médio. Para calcularmos, usamos a
seguinte fórmula: Vamos analisar dois exemplos em que foram
cobrados esses tópicos em concurso público. Observe:

EXERCÍCIOS COMENTADOS
Dica 1. (VUNESP – 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6, 4,
3, e 5 é, aproximadamente,
O desvio médio é uma medida de dispersão que
leva em consideração todos os valores. a) 2,00.
b) 1,83.
MATEMÁTICA

Algo que é importante de se lembrar e precisa ser c) 1,65.


explanado é que quando os dados estiverem agrupa- d) 1,41.
dos, precisamos calcular a média ponderada dos des- e) 1,29.
vios, em que os pesos são as frequências. Veja como
fica a fórmula: Vamos calcular a média dos valores:

2+6+4+3+5
x = =4
5
157
Agora, vamos calcular a média dos quadrados: A média diária do número de funcionários que falta-
ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
22+62+42+32+52 a média diária do número de funcionários que falta-
x2= = 18 ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
5
a) 7.
Aplicando a fórmula da variância:
b) 8.
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 c) 9.
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2 d) 10.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: e) 11.
2 =
σ= v 2 b 1, 41. Resposta: Letra D.
Vamos calcular a média de segunda e sexta:
2. (UFMT – 2017) Um conjunto de dados sobre a plaque- (13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao trabalho.
topenia de pacientes com dengue tem variância igual Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
a zero. Pode-se concluir que também vale zero (9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao trabalho.
Como a questão quer a diferença, fica:
18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
a) a média.
b) o desvio padrão.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A equipe de atendentes
c) a mediana.
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
d) a moda. empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
acordo com a seguinte escala.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se
a variância é igual a zero, então, o desvio padrão z Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham
2 = das 6 h às 12 h.
vale σ = v 0 = 0 . Resolução: Letra B.
z Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham
Coeficiente de Variação das 9 h às 15 h.
z Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham
das 12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o
O coeficiente de variação é a razão entre o desvio
item que se segue.
padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a
seguinte fórmula: Cv = σ / x.
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida-
É muito comum que o coeficiente de variação seja des das atendentes for de 21 anos e a média das ida-
expresso em porcentagem. des dos atendentes for de 31 anos, então a média das
Logo, se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos: idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos.

Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Variância Relativa Total de Homens: 7 + 4 + 1 = 12.


Média dos homens = 31.
Uma outra medida de dispersão que podemos fa- Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan-
lar, ainda, é a variância relativa. A variância relativa é tidade de homens
simplesmente o quadrado do coeficiente de variação. 31 = Soma total / 12
Pode ser representada simbolicamente por Vr = (Cv)2. Soma total = 372
Usando o mesmo exemplo anteriormente, temos: Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18.
Se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos: Média das mulheres = 21
Média = Soma de todas as idades das mulheres /
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%.
Quantidade de mulheres
Logo, Vr = (1/10)2 = 1/100 = 0,01 = 1%.
21 = Soma total / 18
Soma total = 378
Média de todos os atendentes = (372 + 378) /30 = 25
EXERCÍCIOS COMENTADOS A média das idades de todos os 30 atendentes será
de 25 anos. Resposta: Errado.
1. (VUNESP – 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018)
dias de uma semana em determinada empresa.

DIA
NÚMERO DE
DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS 1 2 3 4 5
FALTANTES
X (QUANTIDADES
2ª feira 13 DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28
APRESENTADAS, EM KG)
3ª feira 9

4ª feira 6 Tendo em vista que, diariamente, a Polícia Federal


apreende uma quantidade X, em kg, de drogas em
5ª feira 18 determinado aeroporto do Brasil, e considerando os
dados hipotéticos da tabela precedente, que apre-
6ª feira 23
158 senta os valores observados da variável X em uma
amostra aleatória de 5 dias de apreensões no citado
aeroporto, julgue o item.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

A moda da distribuição dos valores X registrados na


amostra foi igual a 22 kg.
Veja que o número 22 (a quantidade diária de dro-
gas apreendidas) aparece 2 vezes (frequência = 2),
enquanto todos os outros números aparecem apenas
uma vez (frequência = 1). Logo, a moda é igual a 22.
Resposta: Certo.

4. (FCC - 2018) Em um grupo de pessoas encontramos


as seguintes idades: 20, 30, 50, 39, 20, 25, 41, 47, 36, a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
45, 41, 52, 18, 41. A mediana é Linha.
b) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
a) 36. Tendência.
b) 40. c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
c) 41. Linha.
d) 42. d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
e) 39. Barras.
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de
A primeira coisa a ser feita é dispor os termos em Linha.
ordem crescente. Ou seja, 18, 20, 20, 25, 30, 36, 39,
41, 41, 41, 45, 47, 50, 52. O primeiro gráfico é um gráfico de colunas ou de
Quando o número de termos é par, precisamos tirar barras. O segundo gráfico é um gráfico de setores,
a média entre as posições centrais para podermos que também é chamado de “gráfico de pizza”. O
achar a mediana. Temos 14 números, então, é um terceiro gráfico é um gráfico de linha. Utilizamos o
gráfico de linha para representar séries temporais.
número par. Assim, a mediana será a média aritmé-
tica entre os dois termos centrais: o sétimo (39) e o Resposta: Letra C.
oitavo (41). Veja: Md = (39+41) / 2 = 40.
A mediana é 40. Resposta: Letra B.

5. (IESES - 2019) Assinale a alternativa que representa a HORA DE PRATICAR!


nomenclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente.
1. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No estado do Paraná,
segundo o IBGE, entre 1970 e 2010, a densidade popu-
lacional – quantidade média de habitantes por quilô-
metro quadrado – cresceu à taxa média de 9% a cada
10 anos, como mostra a tabela a seguir, em que os
valores foram aproximados.

DENSIDADE
ANO
POPULACIONAL

1970 35

1980 38,15

1990 41,59

2000 45,33

2010 49,41

Se for constatado que, a partir de 2010, houve uma


queda de 20% na taxa média de crescimento da den-
sidade populacional, então, em 2020, essa densidade
será
MATEMÁTICA

a) inferior a 53 habitantes por km².


b) superior a 53 habitantes e inferior a 54 habitantes por
km².
c) superior a 54 habitantes e inferior a 55 habitantes por
km².
d) superior a 55 habitantes e inferior a 56 habitantes por
km².
e) superior a 56 habitantes por km². 159
2. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Na série vermelha de um TV, um desconto de R$ 250,00 no preço da geladeira,
hemograma — exame de sangue convencional —, a fai- e um desconto de R$ 150,00 no preço do fogão. Com
xa de referência da hemoglobina (Hb) para mulheres isso, o valor final a ser pago por esses três produtos
adultas não grávidas é de 12g/dL a 16 g/dL. seria de R$ 2 400,00. Pedro somente deseja aceitar a
proposta do vendedor e levar os produtos se o valor
Disponível em: www.tuasaude.com. Acesso em: out. 2019 total do desconto corresponder a um percentual de, no
(adaptado).
mínimo, 24% do valor original.

Nesse caso, Pedro deverá

Considerando-se que a taxa de Hb registrada no a) aceitar a proposta, pois o desconto é de 33%.


hemograma de uma mulher não grávida tenha sido de b) aceitar a proposta, pois o desconto é de 25%.
15 g/dL, então a comparação desse valor com os valo- c) recusar a proposta, pois o desconto é de 20%.
res de referência apresentados anteriormente indica d) recusar a proposta, pois o desconto é de 5%.
que, percentualmente, essa taxa de Hb dessa mulher é e) recusar a proposta, pois o desconto é de 4%.
exatamente.

a) 20% superior ao valor mínimo de referência. 6. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Se um lojista aumen-


b) 35% superior ao valor mínimo de referência. tar o preço original de um produto em 10% e depois
c) 6,7% inferior ao valor máximo de referência. der um desconto de 20% sobre o preço reajustado,
d) 8% superior ao valor mínimo de referência e 9% inferior então, relativamente ao preço original, o preço final do
ao valor máximo de referência. produto será
e) 25% superior ao valor mínimo de referência e 6,25%
inferior ao valor máximo de referência. a) 12% inferior.
b) 18% inferior.
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Determinado cliente de c) 8% superior.
uma fábrica de placas de aço sempre encomenda pla- d) 15% superior.
cas retangulares para as quais a razão entre o compri- e) 10% inferior.
mento e a largura seja igual a 3/2.
Na última encomenda, o cliente solicitou que a proporção 7. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Ao verificar que o volu-
costumeira entre comprimento e largura fosse mantida, me de vendas, em reais, aumentou 8,02%, o gerente
mas que a área das placas fosse reduzida em 19%. de uma fábrica quis publicar no relatório que a produ-
Para atender a essa solicitação, o comprimento e a ção havia aumentado 8,02%, o que refletiria melhora
largura das placas deverão ser reduzidos, respectiva- na produtividade das instalações. Porém, ao ser infor-
mente, em mado de que os preços dos produtos (inflação), no
mesmo período, aumentaram 10%, o gerente percebeu
a) 8,5% e 8,5%. que, na realidade, no período, a produção
b) 9% e 9%.
c) 10% e 10%. a) aumentou 7,218%.
d) 11,4% e 7,6%. b) caiu 9,82%.
e) 15% e 10%. c) caiu 1,80%.
d) aumentou 0,982%.
4. (CESPE-CEBRASPE — 2019) As lâmpadas de LED são e) caiu 1,98%.
mais eficientes que as lâmpadas comuns porque utili-
zam bem menos energia que estas para produzir uma 8. (CESPE-CEBRASPE — 2018) A tabela seguinte mostra
mesma quantidade de luz (lúmen). Enquanto uma lâm- as alíquotas para a cobrança do imposto de renda de
pada incandescente consome 60 watts de energia elé- pessoas físicas, por faixa salarial, em uma economia
trica para produzir determinada quantidade de lúmen, hipotética.
uma lâmpada de LED precisa de apenas 15watts.

Disponível em: www.tecmundo.com.br. Acesso em: 3 nov. 2018 FAIXAS DE RENDA BRUTA ALÍQUOTA
(adaptado).
Até $100 isento
Em uma residência na qual as lâmpadas incandescen- Acima de $100 e até %500 10%
tes sejam responsáveis por 40% do consumo mensal
de energia, a troca dessas lâmpadas por lâmpadas de Acima de $500 e até $2000 20%
LED diminuirá o consumo mensal de energia em
Acima de $2000 30%
a) 18%.
O imposto é cobrado progressivamente, isto é, sobre
b) 27%.
a parte da renda bruta do indivíduo que estiver em
c) 30%.
cada faixa incide o imposto de acordo com a alíquota
d) 45%.
e) 60%. correspondente.

5. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Pedro quer aproveitar a a) inferior a $ 1.600.


promoção de uma loja de eletrodomésticos para com- b) superior a $ 1.600 e inferior a $ 2.100.
prar uma TV, uma geladeira e um fogão. O vendedor c) superior a $ 2.100 e inferior a $ 2.600.
propôs a Pedro um desconto de R$200,00 no preço da d) superior a $ 2.600 e inferior a $ 3.100.
160 e) superior a $ 3.100.
9. (CESPE-CEBRASPE — 2020) Em uma biblioteca, os a) Entre 0% e 10%.
livros são emprestados pelo prazo máximo de 15 b) Exatamente 10%.
dias. Caso o usuário não devolva o livro nesse prazo, c) Entre 15% e 20%.
é cobrada uma multa de R$ 0,50 por dia de atraso, d) Exatamente 20%.
para cada livro. A tabela a seguir mostra a situação de e) Exatamente 50%.
empréstimo de livros de 10 usuários dessa biblioteca
em determinado dia. 11. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Por recomendação médi-
ca, Joyce deveria reduzir o consumo de carne verme-
NÚMERO DE DIAS lha, substituindo-a parcialmente por carne branca. Para
NÚMERO registro e acompanhamento de sua dieta, no período de
USUÁRIO DE EMPRÉSTIMO
DE LIVROS janeiro a junho de 2016, Joyce construiu os dois gráficos
DE CADA LIVRO
mostrados a seguir: um mostrava o percentual de refei-
1 José 2 12
ções que incluíam carne vermelha e o outro, o percen-
2 João 3 15 tual de refeições que incluíam carne branca.
3 Maria 1 10
4 Paulo 2 20
5 Luiza 4 8
6 Helena 1 30
7 Tatiana 1 21
8 Cristina 1 20
9 Mauro 4 10
10 Luis 1 13

Nessa situação hipotética, se todos esses 10 usuários


devolverem os livros nesse dia, o valor total corres-
pondente às multas pelos atrasos nas devoluções dos
livros emprestados será igual a

a) R$ 2,50.
b) R$ 10,00.
c) R$ 15,50.
d) R$ 18,00. carne vermelha
e) R$ 79,50. carne branca

10. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A empresa onde Antônio


De acordo com os registros gráficos mostrados, o per-
trabalha contratou uma instituição que oferece planos
centual de refeições que incluía
de saúde. De acordo com o contrato, o valor da men-
salidade I(r) a ser pago pelos empregados ao plano de
a) carne branca, no período de março a junho, foi sempre
saúde está vinculado à renda mensal — r, em mil reais
crescente, porque, em março, esse percentual era de
— de cada um deles, conforme a posição nos inter-
aproximadamente 40% e, em junho, era de 80%.
valos do eixo horizontal no gráfico a seguir. Para um
b) carne branca foi igual ao que incluía carne vermelha
empregado com renda inferior a R$ 5 000,00, a própria
em determinado mês entre fevereiro e maio, porque,
empresa custeará o plano de saúde. Para os demais, a
nesse quadrimestre, os gráficos se interseccionam.
mensalidade do plano seguirá os intervalos de valores
c) carne vermelha, no período considerado, foi sempre
indicados no gráfico, de modo que, por exemplo, 0,2r
decrescente, porque, em janeiro, esse percentual era
significa que a mensalidade do plano será igual à renda
de 90% e, em junho, era de 20%.
no intervalo correspondente multiplicada pelo fator 0,2.
d) carne vermelha diminuiu 20% de maio para junho, por-
I(r) que esse percentual diminuiu de 40% para 20%.
e) carne branca aumentou 60% de maio para junho, por-
0,2r que esse percentual aumentou de 50% para 80%.

12. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Oferta e demanda são


MATEMÁTICA

0,15r
os principais formadores de preços de produtos agrí-
colas. O balanço entre oferta e demanda no mercado
0,1r internacional de produtos agrícolas proporciona, a
0,05r
cada safra, excedentes de produção ou falta de pro-
0 5 10 15 20 r duto, aumentando-se ou diminuindo-se os estoques
mundiais para suprir a quantidade demandada. O grá-
Se a renda mensal de Antônio é R$ 11 000,00, qual fico abaixo mostra a oferta e a demanda mundial de
será o percentual que ele pagará pelo plano de saúde? açúcar nas safras de 2002/2003 a 2008/2009. 161
170 Supondo-se que a taxa de crescimento da porcenta-
gem de diabéticos na população brasileira, no período
165 de 2005 a 2015, tenha sido constante ano a ano, então
a expressão algébrica que fornece o percentual y de
diabéticos para cada ano x desse período é
160
Milhões de Toneladas

1
155 a) y = – x + 406.
5
150
1
b) y = – x – 396.
145 5

1
140 c) y = x – 406
5
135 2006 / 2007 1
2003 / 2004

2004 / 2005
2002 / 2003

2005 / 2006

2007 / 2008

2008 / 2009
d) y = x – 396.
5

1
e) y = x + 396.
5
Safras
Demanda
15. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em uma tecelagem, o
Oferta
custo de produção e o custo de venda de x metros de
tecido são expressos, respectivamente, por C p(x) =
Considerando-se os excedentes de produção de açú-
2bx e C v(x) = c + dx, em que b, c e d são constantes
car, a quantidade máxima excedente no período apre-
reais e d é o valor da comissão a ser recebida pelo ven-
sentado no gráfico foi
dedor para cada metro de tecido vendido. Na produ-
ção e venda de 50 m de tecido, tem-se que Cp = (50) +
a) inferior a 5 milhões de toneladas.
C v(50) = 420 e a comissão do vendedor é igual a 100.
b) superior a 5 milhões e inferior a10 milhões de toneladas.
No caso de produção e venda de 100 m de tecido, C p
c) superior a 10 milhões e inferior a 20 milhões de toneladas.
(100) + C v (100) = 620.
d) superior a 20 milhões e inferior a 40 milhões de toneladas.
Nesse caso, c, b e d são, respectivamente, iguais a
e) superior a 40 milhões de toneladas.
a) 220, 1 e 2.
13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Uma ONG encomendou
um estudo de viabilidade referente à construção de b) 220, 2 e 2.
uma usina de reciclagem de resíduos. Segundo esse c) 220, 2 e 4.
estudo, a quantidade diária de resíduos recolhidos, d) 200, 1 e 2.
M(c), em kg, em função da quantidade de catadores, e) 200, 2 e 2.
c, satisfaz à equação M(c) = 3c. O estudo previu, ain-
da, que a produção de material reciclado, em kg, em 16. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Uma instituição alugou
função da quantidade diária de resíduos recolhidos, m, um salão para realizar um seminário com vagas para
em kg, satisfaz à equação R(m) = 4/5 m – 5. Além dis- 100 pessoas. No ato de inscrição, cada participante
so, também ficou evidenciado pelo estudo que a usina pagou R$ 80 e se comprometeu a pagar mais R$ 4 por
seria viável se a produção de material reciclado fosse cada vaga não preenchida.
de pelo menos 19 kg por dia. Nessa situação hipotética, a maior arrecadação da
instituição ocorrerá se a quantidade de inscrições for
Nas condições mostradas pelo estudo, a construção igual a:
dessa usina será viável se a quantidade de catadores
for, no mínimo, igual a a) 95.
b) 90.
a) 6. c) 84.
b) 8. d) 60.
c) 9. e) 50.
d) 10.
e) 11. 17. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Os 45 formandos de um
curso de direito contrataram uma empresa especiali-
14. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No Brasil, o índice de zada para organizar sua festa de formatura. No con-
pessoas com diabetes melito cresceu. Em 2005, 5% trato firmado entre a empresa e a comissão de festas,
da população era portadora dessa enfermidade. Esse foi estabelecido um preço inicial de R$ 112.500,00,
índice subiu para 7% no ano de 2015. valor que deveria ser rateado entre os formandos
participantes do evento. Prevendo-se a desistência
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 15 nov. 2018 de alguns, acordou-se que cada participante confir-
(adaptado). mado pagasse, além de sua cota referente ao preço
162 inicial, a quantia de R$ 500,00 correspondente a cada
participante desistente. Dessa forma, a receita total da 20. (CESPE-CEBRASPE — 2018) O triângulo ABC mostra-
empresa organizadora dependeria essencialmente da do a seguir está inscrito no retângulo incompleto, de
quantidade de formandos efetivamente participantes lados pontilhados. As medidas dos lados do retângulo
do evento. podem ser observadas na figura seguinte.
Na situação apresentada, indicando-se por R(x) a
receita da empresa organizadora em função da quan- B 2 cm
tidade x de formandos que efetivamente participarão
do evento, então R(x) é uma função

a) linear, porque cada participante efetivo terá a obriga- A


ção de pagar por (45 − x) desistentes.
b) linear, porque cada participante efetivo pagará a quan- 6 cm
tia de R$ 2.500,00 somada à quantia que caberia a
cada desistente.
4 cm
c) quadrática, porque o preço inicialmente estabelecido
será duplamente rateado pelos x formandos que efeti-
vamente participarão do evento.
d) quadrática, porque cada participante efetivo do evento
4 cm C
estará comprometido com cada um dos (45 − x) desis-
tentes e com sua própria participação.
O valor da área do triangulo ABC apresentado anterior-
e) cúbica, porque além do preço inicialmente estabeleci-
mente é igual a
do, cada um dos x formandos que efetivamente parti-
ciparão do evento pagará por si e pelos (45 − x). a) 6 cm².
b) 7 cm².
18. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma fábrica produz deter- c) 8 cm².
minada peça automobilística, que é mantida em estoque d) 12 cm².
até a sua destinação para a respectiva montadora. A par- e) 16 cm².
tir de determinado instante inicial t 0 , considerado t 0 =
0, a quantidade de peças em estoque é modelada pela 9 GABARITO
função P(t) = –2t² + 24t + 128, em que t é a quantidade
de horas trabalhadas para a produção dessas peças.
1 A
A respeito dessa produção, julgue os itens a seguir.
2 E
I. A quantidade máxima em estoque foi atingida com 4
3 C
horas de trabalho.
II. A quantidade máxima de peças que podem ser esto- 4 C
cadas é igual a 200.
5 C
III. O estoque começa a decrescer a partir de 6 horas de
trabalho. 6 A
IV. Depois de uma hora de trabalho, no estoque há mais 7 C
de 160 peças.
8 C
Estão certos apenas os itens: 9 D

a) I e II. 10 B
b) I e IV. 11 E
c) II e III.
d) I, III e IV. 12 C
e) II, III e IV. 13 D

19. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Para a função f(x) = ax² 14 D


+ bx + c, em que a, b e c são constantes reais, tem-se 15 A
MATEMÁTICA

que: f(0) = 0, f(10) = 3 e f(30) = 15. Nesse caso, f(60) é


16 D
igual a
17 D
a) 18.
18 C
b) 30.
c) 48. 19 C
d) 60.
20 C
e) 108. 163
ANOTAÇÕES

164

Você também pode gostar