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RECENSEADOR
= Língua Portuguesa
= Ética no Serviço Público
= Conhecimentos Técnicos
= Matemática
conteúdo
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5 horas de
Videoaulas
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBGE
Recenseador
NV-002FV-21
Cód.: 7908428800192
Obra Produção Editorial
Organização
Revisão de Conteúdo
Autores
Ana Cláudia Prado
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Fernanda Silva
Collares, Giselli Neves e Gabriela Coelho Jaíne Martins
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO • Eduardo Galante Maciel Rigoni
Nataly Ternero
CONHECIMENTOS TÉCNICOS • Eduardo Galante
Análise de Conteúdo
MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof.º Kaká) e Sérgio
Mendes Ana Beatriz Mamede
Arthur de Carvalho
João Augusto Borges
Diagramação
Dayverson Ramon
Higor Moreira
Lucas Gomes
Willian Lopes
Capa
Projeto Gráfico
Edição:
Fevereiro/2021
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verbal, Crase e Dicas para Questões de Textos
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Equação do 2º Grau
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LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................7
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS.................................. 7
PORCENTAGENS...............................................................................................................................121
FUNÇÃO DO 1º GRAU........................................................................................................................123
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
contendo questões sobre os assuntos: inferência; tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
figuras de linguagem; vícios de linguagem; e intertex- interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na texto junto da articulação com as informações acessa-
compreensão e semântica, os principais tópicos são: das pelo leitor do texto.
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e A seguir apresentamos uma figura que representa
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas como ocorre a relação desses processos:
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin-
guísticas e suas consequências para o sentido.
Todos esses assuntos completam o estudo basilar DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura nosso terísticas próprias que, conforme mencionamos, pouco
conhecimento de mundo que é relevante para a com- ou nada sofrem em alterações, mantendo uma estrutu-
preensão textual é ativado, por isso é natural ao nosso ra linguística quase rígida que nos permite classificar os
cérebro associar informações, a fim de compreender tipos textuais em 5 categorias (Narrativo; Descritivo;
o novo texto que está em processo de interpretação. Expositivo; Instrucional; Argumentativo).
A esse respeito a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do
conhecimento de mundo em um processo de interpre- GÊNERO TEXTUAL
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém não
participa das ações.
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não parti-
cipa das ações, porém o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª pessoa.
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário, con-
to, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos, não
significa que não possam apresentar outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial prestar atenção nas
marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.
Descritivo
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual, geralmente, utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos
de textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista
de compras etc. Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões a respeito de alguns
aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
(https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A
carta de pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa
e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se
um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
Organização do texto descritivo:
LÍNGUA PORTUGUESA
Expositivo
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo tex-
tual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, citações diretas e indiretas, que servem para
embasar o assunto do qual o texto trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir: 11
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016
O infográfico acima apresenta as informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema tratado, e
para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para atingir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também apresentam uma
estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, tendo em vista que, para apresentar
fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos com textos argu-
mentativos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois utilizam
exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma opinião
pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação, uma vez que o fato exposto é apresenta-
do como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate.
Importante!
Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
NOTÍCIA
É importante ressaltar que com o advento das
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, redes sociais, tornou-se, cada vez mais, comum que
como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira o gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequên- mas diferentes, como as redes sociais, isso democrati-
cias textuais narrativas e descritivas na sua composição za a informação, porém também abre margem para a
linguística, por isso, é fundamental sempre termos em criação de notícias falsas que se baseiam nesse esque-
mente as características basilares de todos os principais ma de organização das notícias para buscar alguma
credibilidade do público. Então, atualmente, podemos
tipos textuais, os quais tratamos anteriormente.
afirmar que a fonte de publicação é tão importante
Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne- para o reconhecimento de uma notícia quanto a estru-
ros textuais possuem características que os distinguem tura padrão do gênero da qual tratamos acima.
dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo a O próximo gênero que trataremos é a reportagem
questões sociais, ter um propósito comunicativo e apre- que guarda sutis diferenças em comparação com a
sentar uma configuração mais ou menos padrão que notícia e também é muito abordada em provas de
varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. concursos.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta
essas características, seu propósito comunicativo é REPORTAGEM
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada
temente da notícia, além de oferecer informações
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a acerca de um assunto, também apresenta os pontos
transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
importante característica da notícia é a sua configura- argumentativo; essa é a principal diferença entre os
ção prototípica, seu padrão textual reconhecido por gêneros notícia e reportagem.
leitores de uma comunidade. Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou
Essa configuração própria da notícia é reconheci- buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia. nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro- isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
totípico desse gênero: tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
a finalidade de se evitar apresentar um ponto de vista.
Porém, a reportagem apresenta as opiniões sobre
Casal suspeito de assaltos é preso após Manchete um mesmo fato, pois essa opinião é o principal “ingre-
colidir carro na contramão enquanto fugia diente” dos textos desse gênero que são representados,
da polícia, em Fortaleza predominantemente, pela sequência argumentativa.
Foram apreendidos três aparelhos celu- Lead É importante relembrarmos que o tipo textual argu-
lares roubados e uma arma de fogo com mentativo é organizado em três macro partes: tese,
seis munições. desenvolvimento e conclusão (conferir no capítulo ante-
Um casal suspeito de realizar assaltos foi Corpo rior). Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-
preso após capotar um carro ao dirigir na da Notícia -se em temas sociais de ampla repercussão e interesse do
contramão enquanto fugia da polícia na público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista
tarde desde domingo (13), no Bairro Henri- que a notícia busca apenas a divulgação da informação.
que Jorge, em Fortaleza. Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
Uma das vítimas, que preferiu não se iden- tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
LÍNGUA PORTUGUESA
tificar, disse que os assaltantes dirigiam como a televisão, o computador, o tablet, o celular.
em alta velocidade pelas ruas após abor- As reportagens têm um caráter de “matérias espe-
dar de forma fria os pertences. “A mulher ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
estava conduzindo o carro e o comparsa podem ser veiculadas em suportes escritos, como
dela abordava as pessoas colocando a revistas e jornais, apesar de, com o avanço do uso das
arma na cabeça”, afirmou. redes sociais, estas são os principais meios de divulga-
ção desse gênero atualmente.
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acessado em: 14/09/2020. Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
tagem apresenta informações mais detalhadas sobre
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja um fato e/ou fenômeno de grande relevância social.
seu propósito de informar, é fundamental que o autor Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados
do texto seja guiado por essas perguntas a fim de tor- que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
nar seu texto imparcial e objetivo: trua sua própria opinião sobre o tema. 15
A despeito dessas diferenças na construção dos Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero,
gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar- o escritor deverá usar de diversos conhecimen-
dam semelhanças, como a busca pelas respostas às tos, como: enciclopédicos, interacionais, textuais
perguntas O Quê? Como? Por Quê? Onde? Quando? e linguísticos. É por meio da escolha de determi-
Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto da nados recursos linguísticos que percebemos que
reportagem quanto da notícia, que se diferencia da nada é por acaso, pois, a cada escolha há uma
primeira por seu caráter essencialmente informativo. intenção: “... toda atividade de interpretação pre-
sente no cotidiano da linguagem fundamenta-se
Apresenta um fato de forma simples e objetiva;
na suposição de quem fala tem certas intenções
Objetivo é informar;
ao comunicar-se” (KOCH, 2011, p. 22).
Apuração dos fatos objetiva;
Conteúdo de curto prazo;
Quando queremos dar uma opinião sobre determi-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida
nado tema, é necessário que tenhamos conhecimento
(conf. acima).
sobre esse tema. Por isso, normalmente, os autores
Reportagem de artigos de opinião são especialistas no assunto por
eles abordado. Ao escolherem um assunto, os autores
Questiona fatos e efeitos de um fato determinado; devem considerar as diversas “vozes” já existentes
Apresenta argumentos sobre um mesmo fato; sobre mesmo assunto. E, dependendo da intenção,
Apuração extensa; apoiar ou negar determinadas vozes.
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresen- Por isso que a linguagem utilizada pelo articulis-
tar entrevistas, dados, imagens, etc. ta de um texto de opinião deve ser simples, direta,
convincente; utiliza-se a terceira pessoa, apesar de
Fonte: https://bit.ly/3kD9tvk. Acessado em: 17/09/2020. Adaptado. a primeira ser adequada para um artigo de opinião
pessoal, porém, ao escolher a terceira pessoa do sin-
É importante ressaltar que nenhum gênero é com- gular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao
posto apenas por uma única sequência textual e que, seu texto, fazendo com que sua produção textual não
portanto, a reportagem também apresentará esse
fique centrada só em suas próprias opiniões.
paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu-
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
mentativo, porém pode apresentar outras sequências
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
estruturação:
A seguir daremos continuidade aos nossos estudos
sobre os principais gêneros textuais objeto de provas
de concurso com um dos gêneros mais comuns em z Identificação do tema, acompanhada de seus ante-
provas de seleções: o artigo de opinião. cedentes e alcance para situar a questão polêmica;
z Tomada de posição, exposição de argumentos de
ARTIGO DE OPINIÃO modo a justificar a tese;
z Reafirmação da posição adotada no início da pro-
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti-
buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação culadas e o texto é concluído.
para analisar, avaliar e responder a uma questão con-
troversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO
do discurso jornalístico, pois é um gênero que circula,
principalmente, em jornais e revistas impressos ou Identificação da questão polêmica
Introdução
virtuais. Com o artigo de opinião, temos a discussão alvo de debate no texto.
de um problema de âmbito social. E, por meio dessa
Tese do autor (posicionamento
discussão, podemos defender nossa opinião, como tam-
defendido) - Tese contrária (posi-
bém refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda,
Desenvolvimento cionamentos de terceiros) – Acei-
podemos propor soluções para a questão controversa. tação ou refutação – Argumentos
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi- a favor da tese do autor do texto
nião é a de convencer seu interlocutor, para isso, ele
terá que usar de informações, fatos, opiniões que Fechamento do texto e reforço do
Conclusão
serão seus argumentos. BRÄKLING apud Ohuschi e posicionamento adotado.
Barbosa aponta:
No processo de escrita de qualquer texto, é preci-
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que so estar atento aos elementos de coesão que ligam as
se busca convencer o outro de uma determinada ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex-
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais
meio de um processo de argumentação a favor de
atenção a esse processo; por isso, muito cuidado com
uma determinada posição assumida pelo produtor
a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É
um processo que prevê uma operação constante de A fim de mantermos a linha de pensamento nos estu-
sustentação das afirmações realizadas, por meio dos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem,
da apresentação de dados consistentes que possam apresentando outro gênero sempre presente nas provas
16 convencer o interlocutor (2011. p.305). de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
EDITORIAL A seguir, apresentamos nosso último gênero tex-
tual abordado neste material. Lembramos que o
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominân-
cia de sequência argumentativa. O terceiro será o edito- universo de gêneros textuais é imenso, por isso, é
rial, gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que impossível apresentar uma compilação de estudos
expressa a opinião de um veículo de comunicação. com todos os gêneros, apesar disso, trazemos aqui os
Como já debatemos muito sobre a estrutura dos textos principais gêneros cobrados em avaliações de língua
argumentativos de uma forma geral, iremos nos atentar
portuguesa. Seguindo esse critério, o próximo gênero
aqui para as principais características do gênero editorial e
no que ele se diferencia do Artigo de opinião, por exemplo. estudado é a crônica.
CRÔNICA
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de O gênero crônica é muito conhecido no meio lite-
um tema atual; rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leito-
tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer-
res sobre alguma temática importante;
Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de nando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser
uma causa de interesse coletivo; um gênero curto de cunho social voltado para temas
Sua estrutura também é baseada em: Introdução, De- atuais, é muito usado em provas de concurso para
senvolvimento e Conclusão! ilustrar questões de interpretação textual e também
para contextualizar questões que avaliam a compe-
O início de um editorial é bem semelhante ao de
tência gramatical dos candidatos.
um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
ou problema social a ser debatido no texto, poste- As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-
riormente segue-se a apresentação do ponto de vista na sobre um assunto atual e podem ser Narrativas ou
defendido e conclui-se com a retomada da opinião Argumentativas.
apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de
z Crônica Narrativa
opinião é que aquele representa a opinião de uma
corporação, empresa ou instituição.
Limitam-se a contar fatos do cotidiano;
Pode apresentar um tom humorístico;
EDITORIAL – MARCAS LINGUÍSTICAS
Foco narrativo em 1ª ou 3ª pessoa.
Verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante; z Crônica Argumentativa
Linguagem clara, objetiva e impessoal.
Defesa de um ponto de vista, relacionado ao
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas assunto em debate;
provas de interpretação textual em concursos públicos,
Uso de argumentos e fatos;
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas
em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos Também pode ser escrita em 1ª ou 3ª pessoa;
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero, Uso de argumentos de modo pessoal e subjetivo.
especialmente em certames que cobrem redação.
Apesar de as formas de texto verbais serem o for-
EDITORIAL – ESTRUTURA TEXTUAL POR mato mais comum na construção de uma crônica,
PARÁGRAFOS atualmente, podemos encontrar crônicas veiculadas
Apresentação do tema (situando o leitor) em outros formatos, como vídeo, muito divulgados
e já com um posicionamento definido. nas redes sociais.
Parágrafo 1
Ser didático ao apresentar o assunto ao No tocante ao estilo da crônica argumentativa,
leitor. trata-se de um texto com estrutura argumentativa
Contextualização do tema, comparando- padrão (Introdução, Desenvolvimento, Conclusão),
-o com a realidade e trazendo as causas
LÍNGUA PORTUGUESA
As expressões que retomam ideias, nomes, já A elipse é uma forma de omissão de uma informa-
apresentados no texto, mediante outras formas de ção já mencionada no texto, geralmente, estudamos
expressão podem ser analisadas como processos a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de
nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e linguagem de uma gramática, neste material, iremos
outras classes nominais. nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa 21
seção. Aqui é importante salientar as propriedades Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro- precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
pósito de manter a coesão textual. da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
Conforme Antunes (2005, p.118), a elipse como rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
recuperável por marcas do próprio contexto verbal”.
Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo: nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas,
“O Brasil evoluiu bastante desde o iní- estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
cio do século XXI. O país proporcionou nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
terem o sentido apreendido.
a inclusão social de muitas pessoas. A
SEM ELIPSE Exemplos de conjunções subordinativas atuando
nação obteve notoriedade internacional
na coesão
por causa disso. A pátria, porém, ainda
enfrenta certas adversidades...”
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do Como não havia estudado suficiente,
CAUSAL
século XXI e proporcionou a inclusão social resolvi não fazer essa prova.
de muitas pessoas, por causa disso obteve COM ELIPSE Falaram tão mal do filme que ele
CONSECUTIVA
notoriedade internacional, porém ainda en- nem entrou em cartaz.
frenta certas adversidades...” COMPARATIVA Trabalhou como um escravo.
Conforme o Ministro da Economia,
COESÃO SEQUENCIAL CONFORMATIVA
os concursos não irão acabar.
A coesão sequencial é responsável por organizar a Ainda que vivamos um período de
progressão temática do texto, isto é, garantir a manu- CONCESSIVA poucos concursos, não podemos
tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro- desanimar.
mover a evolução do debate assumido pelo autor. A Se estudarmos, conseguiremos ser
CONDICIONAL
coesão sequencial pode ser garantida, em um texto, aprovados!
a partir de locuções que marcam tempo, conjunções, À proporção que aumentava seus
desinências e modos verbais. Neste material, iremos PROPORCIONAL horários de estudo, mais forte o
nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que candidato se tornava.
são utilizadas para garantir a progressão textual. Estudava sempre com afinco, a fim
FINAL
de ser aprovado.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Quando o edital for publicado, já es-
TEMPORAL
tarei adiantado nos estudos.
As conjunções coordenativas são aquelas que
ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
semântico independente. Na construção textual, elas Importante!
são importantes, pois, com seus valores, adicionam
Não confundir:
informações relevantes ao texto.
Afim de – Relativo à afinidade, semelhança:
Exemplos de conjunções coordenativas atuando “Física e Química são disciplinas afins”.
na coesão A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”.
Não apenas conversava
com os demais alunos
ADITIVA CONJUNÇÕES INTEGRANTES
como também atrapalhava
o professor.
Na verdade, as conjunções integrantes fazem parte
Eram ideias interessantes, das orações subordinadas, na realidade, elas apenas
ADVERSATIVA porém ninguém concordou integram, ligam uma oração principal a outra, subor-
com elas. dinada. Como podemos notar, o papel dessas conjun-
Superou o estigma que pre- ções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas
ALTERNATIVAS gava “ou estuda, ou trabalha” são “peças” que unem as orações. Existem apenas dois
e conseguiu ser aprovada. tipos de conjunções integrantes: que e se.
Ao final, faça os exercícios,
EXPLICATIVA pois é uma forma de prati- Quando é possível substituir o que pelo Quero que a prova
car o que aprendeu. pronome isso, estamos diante de uma esteja fácil.
conjunção integrante. Quero = isso.
O candidato não cumpriu
sua promessa. Ficamos, Sempre haverá conjunção integrante Perguntei se ele
CONCLUSIVA em orações substantivas e, consequen- estava em casa.
portanto, desapontados
com ele. temente, em períodos compostos. Perguntei = isso.
22
COESÃO RECORRENCIAL 3. Uso de paralelismo
� Tempo: são os advérbios que fornecem informações temporais, isto é, indicam o momento em que a ação ocor-
reu, ocorre ou ocorrerá.
São eles: Hoje, logo, já, afinal, amanhã, ontem, tarde, breve, depois, cedo, antes, enfim, jamais, nunca, sem-
pre, doravante, outrora, imediatamente, antigamente, primeiramente, constantemente, sucessivamente,
posteriormente.
� Modo: são os advérbios que fornecem informações a respeito da maneira com que a ação se dá, deu-se ou se
dará. Em sua maioria, possuem a terminação –mente.
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silenciosamente, vagarosamente, apressadamente, insistentemen-
te, tristemente, alegremente, etc.
� Intensidade: são advérbios que ajudam na percepção da intensidade do verbo, e é comumente utilizado com
adjetivos e até mesmo com outros advérbios.
Alguns deles: meio, menos, mais, muito, pouco, demais.
Locuções adverbiais
A locução adverbial é o conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alte-
rando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais são formadas por uma preposição e um substantivo. Há ainda os que são
formados por adjetivos ou por advérbios. Veja alguns exemplos:
Preposição + substantivo: de novo;
28 Preposição + adjetivo: em breve;
Preposição + advérbio: por ali.
Agora, veja a aplicação nas frases: Importante!
Professora, você pode me explicar a matéria de Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau
novo? (de novo = novamente) comparativo de superioridade irregular, sendo
Em breve o filme estará em cartaz nos cinemas. “melhor” e “pior”, respectivamente.
(em breve = brevemente) � No exame, você se saiu melhor que eu.
Acho que eles foram por ali. � No exame, você se saiu pior que eu.
As locuções adverbiais podem se classificar em:
� Locuções adverbiais de tempo: em breve, à tar- � De inferioridade: formado pelo “antes” anteposto
de, à noite, logo mais, pela manhã, de tempos em ao advérbio, seguido de “que” ou “de que”.
tempos, por vezes... Ex.: Ela andava menos firmemente que [de que]
Ex.: À tarde passearemos com as crianças no André.
parque.
� Locuções adverbiais de lugar: em cima, por per- Advérbios e adjetivos
to, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para
fora... Existem ainda os adjetivos adverbializados. Do
Ex.: Os pais querem sempre os filhos por perto. que se trata?
� Locuções adverbiais de modo: às pressas, ao Trata-se de um fato linguístico em que os adjetivos
contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em passam a pertencer à classe dos advérbios, conforme
geral... sua utilização dentro da oração. Veja os exemplos:
Ex.: O suspeito permaneceu em silêncio durante Os alunos chegaram apressados. > Os alunos
todo o interrogatório. chegaram apressadamente.
� Locuções adverbiais de negação: de forma algu- As alunas chegaram apressadas. > As alunas
ma, de modo algum, de maneira nenhuma... chegaram apressadamente.
Ex.: Não usaria isto de forma alguma. Ou seja, para determinar a função de advérbio no
� Locuções adverbiais de afirmação: sem dúvida, adjetivo, basta transformar seus enunciados, levando
de fato, com certeza, por certo... em consideração as mudanças em gênero e número.
Ex.: Ele, de fato, amava muito sua namorada. O que vai definir se determinada palavra é um
� Locuções adverbiais de dúvida: com certeza, advérbio ou um adjetivo é o elemento ao qual ela se
quem sabe, por certo... refere. Veja o exemplo:
O menino alto cantava alto.
Ex.: Quem sabe ele ainda apareça por aqui.
A primeira palavra “alto” é um adjetivo, pois quali-
� Locuções adverbiais de intensidade: de muito,
fica o substantivo “menino”; a segunda palavra “alto”
de pouco, em excesso, de todo.
já funciona como advérbio, pois define a forma que o
Ex.: Eles compram roupas em excesso.
menino canta e complementa o verbo “cantava”.
O mesmo pode ocorrer em relação ao pronome
Advérbios interrogativos
indefinido. Vamos direto ao exemplo dado pelo autor
do livro Gramática pela Prática:
Os advérbios interrogativos introduzem uma per- Era muito problema... x Era problema muito fácil.
gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo, O “muito” do primeiro exemplo se refere a um
lugar ou de causa (como, quando, onde e porque). Veja substantivo; em casos como esse, trata-se de um pro-
abaixo nos exemplos: nome indefinido;
O “muito” do segundo exemplo já faz referência ao
� Modo: Como se locomoveu até lá? adjetivo “fácil”, definindo o substantivo “problema”.
� Tempo: Quando ele foi embora?
� Lugar: Onde é que se escondeu? Palavras denotativas
� Causa: Por que não veio ontem?
As palavras denotativas se assemelham e muito
Grau do advérbio com os advérbios, porém não pertencem a nenhuma
classe de palavras em específico, segundo a Nomencla-
Os advérbios podem se flexionar em dois graus: tura Gramatical Brasileira.
comparativo e superlativo. Sabemos que as palavras, como já visto, podem ter
diferentes significados, de acordo com a situação em
que são utilizadas. Isso não acontece com as palavras
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes pessoais
Pronomes indefinidos
Referem-se às pessoas que participam do discurso.
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à segun- Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
da; e o assunto à 3ª. Eles podem se classificar como
retos ou oblíquos, de acordo com sua utilidade na frase. impreciso. Veja:
Confira a tabela a seguir:
Todos foram à festa ontem.
PRONOMES PESSOAIS
Muitos pais não se interessam verdadeiramente
Pronome Reto Pronome Oblíquo
pela educação dos seus filhos.
Tônico Átono Tônico
Eu Me Mim, comigo
Tu Te Te, contigo Os pronomes indefinidos podem ser variáveis,
Ele, ela Se, lhe,o, a Si, consigo, ele, ela isto é, sofrem flexão em gênero e número, e também
Nós Nos Nós,conosco
Vós Vos Vós,convosco invariáveis, que não sofrem essa flexão.
Eles, elas lhes, os, as Si, consigo,
eles,elas Principais pronomes indefinidos:
Para sujeito Para Outras Funções
� Ênclise: é quando o pronome é colocado depois do verbo. Esse tipo de colocação pronominal se relaciona aos
seguintes casos:
� 1. Verbo no imperativo afirmativo.
Ex.:
Depois de terminar, chamem-nos.
Para começar, joguem-lhes a bola!
� 2. Verbo no infinitivo impessoal.
Exemplos:
Gostaria de pentear-te à minha maneira.
O seu maior sonho é casar-se.
� 3. Verbo inicia a oração.
Ex.:
Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
� 4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Ex.:
Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.
Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos.
� Mesóclise: quando o pronome é colocado no meio do verbo. Essa colocação só é possível nos tempos verbais
Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito. Veja:
Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
Orgulhar-me-ia dos meus alunos.
Existem casos em que o adjetivo pode vir antes dos substantivos, e aí, o que fazer? Devo concordar com um
ou com outro?
A regra é a seguinte: concorde o adjetivo com o substantivo mais próximo, como no exemplo:
Linda filha e bebê.
Perceba que o adjetivo “linda” está concordando em gênero com o substantivo “filha”, neste caso o mais
próximo.
VERBOS
São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto, futuro
do pretérito composto.
Trouxemos mais essa tabela para ajudar você!
As formas nominais do verbo são: o infinitivo, gerúndio e particípio. Elas possuem tanto função de verbo
como de nome.
� Infinitivo: representa o nome do verbo, livre de conjugação (flexões de tempo, pessoa, número etc.). Corres-
pondem aos verbos terminados em ar, er e ir.
Ex.: Amar, brincar, correr, beber, sorrir, divertir etc.
O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal:
� Pessoal: aqui há um sujeito envolvido na ação.
Ex.: Trouxe um trabalho para vocês fazerem.
LÍNGUA PORTUGUESA
VERBOS IRREGULARES
Ser Trazer
Estar Dizer
Haver Vir
Saber Querer
Poder Pedir
Medir Ouvir
Fazer Caber
Dar
Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há os que ocorrem em ambos os casos.
Dentro dos verbos irregulares, podemos classificá-los em padrões de irregularidade:
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela abaixo que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.
VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER TRAZER
Presente do
Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles
eles hão
(3ª pessoa do cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
plural)
Pretérito
Perfeito do
eles eles eles eles eles eles eles eles eles
Indicativo
couberam disseram estiveram fizeram houveram puderam quiseram souberam trouxeram
(3ª pessoa do
plural)
Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja abaixo, mais
uma vez, com exemplificação nas tabelas inseridas.
� Formas irregulares na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
subjuntivo.
VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER
Presente do
indicativo eu eu eu eu eu eu eu eu
eu requeiro
(1ª pessoa do anseio incendeio meço medeio odeio peço remedeio valho
singular)
Presente do
que
LÍNGUA PORTUGUESA
subjuntivo que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
eu
(3ª pessoa do anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
peça
singular)
� Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.
Presente do Indicativo (3ª pessoa do singular) ele constrói ele destrói ele sacode ele some
Verbos anômalos
Os verbos anômalos correspondem aos “verbos irregulares que apresentam radicais primários diferentes
quando conjugados.”
Os verbos “ser” e “ir” são os principais verbos anômalos. Para deixar bem claro, veja, mais uma vez, na tabela:
Ser Ir
Caber Por
Dar Saber
Estar Ter
Haver Ver
Dizer Vir
Poder
Verbos Abundantes
Os verbos abundantes são aqueles que, no particípio, apresentam mais de uma forma aceita pela norma culta,
sendo uma regular e outra irregular. Observe:
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Comprar Partir
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR Compreender Permitir
Eu já tinha aceitado o O convite foi Convidar Pular
Aceitar
convite. aceito.
Aviso quando Cumprir Receber
Entregar tiver entregado a Está entregue! Decidir Viajar
encomenda.
Quando Dever Viver
chegou en- Dividir Voar
Morrer Havia morrido há dias.
controu o
animal morto. Encontrar Voltar
LÍNGUA PORTUGUESA
Vozes verbais
As vozes verbais correspondem à forma com que os verbos se apresentam na oração, para assim determinar
se o sujeito pratica ou sofre a ação.
1. Voz ativa: aqui o sujeito é o agente, ele pratica a ação. Veja os exemplos:
Eu fiz o trabalho
Bia tomou o café da manhã.
João comprou um carro.
2. Voz passiva: na voz passiva, o sujeito sofre, recebe a ação. Veja:
O assassino foi preso ontem.
Aumentou-se a vigilância.
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, etc.) + verbo principal no particípio + agente da passiva.
Para resumir e tornar essa lição mais fácil para você, confira a tabela abaixo:
REFERÊNCIA
Um verbo derivado, como o próprio nome revela, deriva de um verbo primitivo, e para trabalhar a conjugação
destes verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
É muito comum que em provas e vestibulares os alunos se equivoquem na conjugação destes verbos, isto
porque não se atentam à conjugação dos verbos primitivos. Por isso, dê uma conferida nesta lista de verbos irre-
gulares e algumas de suas derivações, e atente-se!!!
Outro problema é quando se precisa conjugá-los em determinados tempos, como no futuro do subjuntivo. Veja
como ficaria:
A conjugação do verbo refere-se à sua flexão em modos, pessoa, tempo, número e vozes. Aqui, vamos trazer
alguns verbos conjugados de diferentes formas para que você conheça melhor, e fique craque no assunto:
Verbos regulares
VERBO BEBER
INDICATIVO
Pretérito I Pretérito Pretérito mais Futuro do
Presente Futuro do Pretérito
mperfeito Perfeito que perfeito Presente
Eu beberei
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberia
Tu beberás
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberias
Ele beberá
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberia
Nós
Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberíamos
beberemos
Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós beberíeis
Vós bebereis
Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberiam
Eles beberão
SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu beba se eu bebesse quando eu beber
que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes
que ele beba se ele bebesse quando ele beber
que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos
que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes
que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
-
Bebe tu
Não bebas tu
Beba você
Não beba você
Bebamos nós
Não bebamos nós
Bebei vós
Não bebais vós
Bebam vocês
Não bebam vocês
VERBO GOSTAR
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
LÍNGUA PORTUGUESA
39
SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
-
Gosta tu
Não gostes tu
Goste você
Não goste você
Gostemos nós
Não gostemos nós
Gostai vós
Não gosteis vós
Gostem vocês
Não gostem vocês
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
PREPOSIÇÕES
Conceito
São as palavras que têm a função de ligar dois termos, tornando o segundo subordinado ao primeiro.
Algumas preposições essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem,
sob, sobre, trás.
Ex.: Dei um presente a ele.
O evento começará após o jantar.
Veja essa relação de preposições e o seu valor dentro das orações:
“A”
“APÓS”
1. CAUSA: ficar pobre com a inflação. 1. LUGAR: ele ficou entre os aprovados.
2. COMPANHIA: ir ao cinema com os amigos. 2. MEIO SOCIAL: entre as elites, este é o
3. CONCESSÃO: com mais de 80 anos, ainda tem pla- comportamento.
nos para o futuro. 3. RECIPROCIDADE: entre mim e ele sempre houve
4. INSTRUMENTO: abrir a porta com a chave. discórdia.
5. MATÉRIA: vinho se faz com uva.
6. MODO: andar com elegância. “PARA”
7. REFERÊNCIA: com sua irmã aconteceu diferente;
comigo sempre é assim. 1. CONSEQUÊNCIA: você deve ser muito esperto para
não cair em armadilhas.
“CONTRA” 2. FIM OU FINALIDADE: chegou cedo para a
conferência.
1. OPOSIÇÃO: jogar contra à seleção brasileira. 3. LUGAR: Em 2011, ele foi para Portugal.
2. DIREÇÃO: olhar contra o sol. 4. PROPORÇÃO: as baleias estão para os peixes assim
3. PROXIMIDADE OU CONTIGUIDADE: apertou o como nós estamos para as galinhas.
filho contra o peito. 5. REFERÊNCIA: para mim, ela está mentindo.
6. TEMPO: para o ano irei à praia.
“DE” 7. DESTINO OU DIREÇÃO: olhe para frente!
b) Preposição DE: Para que você possa entender melhor sobre o que
vamos falar, vale ressaltar o que é semântica! Semân-
� com artigo definido masculino e feminino: tica é o que relaciona o significado da palavra ao seu
de + o/os = do/dos
contexto.
de + a/as = da/das
As preposições estabelecem essa relação semânti-
� com artigo indefinido:
ca entre o termo que pede preposição (chamado de
de + um= dum
termo regente), e o termo que completa seu sentido
de + uns = duns
de + uma = duma (termo regido). Veja alguns exemplos práticos para
de + umas = dumas entender melhor:
� com pronome demonstrativo:
de + este(s)= deste, destes � Peguei o livro do professor com o compromisso de
de + esta(s)= desta, destas devolvê-lo amanhã - Posse.
de + isto= disto � As esculturas de cerâmica fizeram o maior sucesso
de + esse(s) = desse, desses durante a exposição – Matéria.
de + essa(s)= dessa, dessas � Estudar com os amigos é muito mais proveitoso
de + isso = disso – Companhia.
de + aquele(s) = daquele, daqueles � O conhecimento é a chave para o sucesso – Finalidade.
42 de + aquela(s) = daquela, daquelas � Fiz o trabalho conforme você sugeriu – Conformidade.
� Falamos sobre Machado de Assis durante a apre- g) Causais: iniciam a oração dando ideia de causa.
sentação do seminário – Assunto. (como, por isso que, porque, pois, visto que…).
� O garoto se feriu com a faca – Instrumento. Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Aguardávamos com ansiedade o resultado do con- h) Condicionais: iniciam uma oração com ideia de
curso – Modo. hipótese, condição (se, salvo se, caso, contanto que,
� O cachorro morreu de uma epidemia desconheci- a não ser que, a menos que...).
da – Causa. Ex.: Se quiser, eu vou.
� A plateia protestou contra o alto preço da mensali- Posso lhe ajudar, caso necessite.
dade – Oposição. i) Proporcionais: ideia de proporcionalidade (à pro-
� O orientador estipulou um prazo de vinte dias porção que, à medida que, ao passo que, quanto
para a entrega da tese de dissertação – Tempo. mais, quanto menos).
Ex.: Quanto mais gritava, menos era entendido.
CONJUNÇÕES Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
j) Finais: expressam ideia de finalidade (a fim de
São as palavras que ligam duas orações ou dois ele- que, para que, etc.).
mentos da frase que tem o mesmo sentido gramati-
cal. Ex.: Mentiu para que todos lhe dessem crédito.
Comprou um computador a fim de que pudesse
Conjunções coordenativas trabalhar tranquilamente.
k) Consecutivas: iniciam a oração expressando ideia
As conjunções coordenativas ligam elementos inde- de consequência (que associado a tal, tanto, tão,
pendentes, isto é, orações ou termos que possuem a tamanho (expressos ou subentendidos na oração
mesma função gramatical e que, por si só, possuem anterior); de forma que, de maneira que, de modo
sentido completo. Elas podem ser classificadas em: que, etc.).
Ex.: Era tanta beleza que chegava a ofuscar os
a) Aditivas: somam informações da mesma natureza olhos.
(e, nem, não só.... mas também, etc.). Fala tanto que o marido decidiu fugir.
Ex.: Ela estudou e aprendeu. > positiva + positiva; Desde que chegou, todos as cercam.
Ela não estudou e não aprendeu. / Ela não estudou l) Concessivas: iniciam uma oração com uma ideia
nem aprendeu. > negativa + negativa. contrária à da oração principal (embora, conquan-
b) Adversativas: colocam informações em oposição, to, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
contradição (e, mas, porém, todavia, no entanto, por mais que, por menos que, apesar de que, nem
contudo, entretanto). que, que, de todo modo...).
Ex.: Estudou, mas não aprendeu. > positiva + Ex.: Trabalhava, por mais que a perna doesse.
negativa; m) Comparativas: iniciam orações comparando
Não estudou, no entanto, aprendeu. > negativa + ações, e em geral, o verbo fica subentendido (tal...
positiva. qual, tanto... quanto..., como, assim como, bem
c) Alternativas: ligam orações com ideias que não como, [do] que – relacionado a mais, menos,
acontecem simultaneamente, que se excluem (ou, melhor, pior, maior, menor).
ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja). Ex.: Ela dança tanto quanto Carlos. > Igualdade;
Ex.: Estudava ou se divertia. Ela dança menos [do] que Júlia. > Inferioridade;
Ora estudava ora se divertia. Ela dança mais [do] que Renata. > Superioridade.
d) Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que n) Conformativas: expressam, como o próprio nome
a segunda conclua o que foi dito na primeira diz, a conformidade de uma ideia com a da oração
(logo, por isso, portanto, por conseguinte, então, principal (como, segundo, conforme, etc.).
consequentemente). Ex.: Conforme eu esperava, tudo acabou mal.
Ex.: Seu combustível está no fim; portanto, não Amanhã chove, segundo informa a previsão do
conseguirá chegar. tempo.
Está na hora da decolagem; deve, então,
apressar-se. Conjunções integrantes
e) Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
delas explica o que se afirma na outra (pois – em
As conjunções integrantes apresentam uma ora-
começo de oração –, porque, que, porquanto).
ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto,
Ex.: Preciso ir, porque já é tarde.
predicativo, aposto ou complemento nominal de uma
Viva bem, pois isso é o mais importante.
outra oração (que, se).
LÍNGUA PORTUGUESA
Vocativo
Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função O professor preparou a aula, aplicou as atividades e
de substantivo – complemento nominal. avaliou os alunos.
z Agente da passiva: é o complemento, com pre- Perceba que todas as orações possuem sentido por
posição, que representa o ser/ coisa que pratica a si só, sem dependerem uma da outra e sem estabele-
ação expressa na voz passiva. cerem uma ligação entre si, não precisando de uma
Ex.: A criança foi ensinada pelos pais. conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não
Sujeito: A criança; é conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como 45
conjunção coordenativa, utilizada para ligar pala- Oração subordinada substantiva objetiva indireta
vras ou orações que tenham a mesma função gramati-
cal, como é o caso do exemplo acima. Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas, dieta.
as assindéticas e as sindéticas. Desenvolvida: O médico insistiu em que nós fizés-
Assindéticas: orações sem conjunção coordenati- semos uma dieta.
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá pelo
uso da vírgula. Oração subordinada substantiva completiva
Ex.: Ele viu, gostou, comprou. nominal
Sindéticas: são orações ligadas por uma conjun-
ção coordenativa, e são classificadas em 5 tipos: Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
emprego.
z Aditivas: e, nem, mas também. Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-
gam o emprego.
Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo
fomos à praia ontem.
Oração subordinada substantiva predicativa
z Adversativas: porém, mas, contudo, todavia,
entretanto.
Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!
Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo
Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!
muito. / Compramos uma bola de basquete, mas
não sabemos jogar.
Oração subordinada substantiva apositiva
z Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja...
seja..., etc.
Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o
Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa
meu próprio caminho.
nem outra! / Ou você come ou você joga.
Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu
z Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então.
encontre o meu próprio caminho.
Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando
mal.
Oração subordinada adverbial causal
z Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja.
Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. / Vamos
Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá
comemorar, pois nossa filha foi aprovada no exame.
atenção!
Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém
Orações Subordinadas dá atenção!
Uma oração subordinada é aquela que dá sentido, Oração subordinada adverbial condicional
completa a oração principal, dando sentido para o
período. Veja o exemplo: Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos
ao cinema.
A menina gosta | de ter toda atenção para si. Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não
iremos ao cinema.
Oração principal: A menina gosta
Oração subordinada: de ter toda atenção para si. Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito
na sua honestidade.
Orações Reduzidas Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre
você, eu acredito na sua honestidade.
São orações que não se introduzem por conjun-
ções e possuem verbos nas formas nominais (infiniti- Oração subordinada adverbial temporal
vo, gerúndio e particípio).
Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido
z Orações reduzidas no infinitivo: assaltada.
Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha
Podem aparecer no infinitivo pessoal, sofrendo fle- sido assaltada.
xão de número e pessoa, podendo ser iniciadas por
preposição, ou não. Oração subordinada adverbial final
Oração subordinada substantiva subjetiva Reduzida: Para poder descansar, decidi ceder e
esquecer o assunto.
Reduzida: É essencial comparecer no evento. Desenvolvida: Para que eu pudesse descansar,
Desenvolvida: É essencial que você compareça no decidi ceder e esquecer o assunto.
evento.
Oração subordinada adverbial consecutiva
Oração subordinada substantiva objetiva direta
Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar
Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova. tudo.
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que
46 de prova. vomitou tudo.
Oração subordinada adjetiva Oração subordinada adverbial condicional
Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer
palco, era a minha filha. como entender.
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa,
poderá fazer como entender.
meio do palco, era a minha filha.
Oração subordinada adverbial concessiva
REFERÊNCIA
Reduzida: Resolvido este problema, outras dificul-
Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor- dades virão.
maculta.com.br/oracoes-reduzidas/#:~:text=- Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20 ma, outras dificuldades virão.
s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicati-
vo%20ou%20no%20subjuntivo.>. Acesso em 31 de Oração subordinada adverbial temporal
ago de 2020.
Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
z Orações reduzidas de gerúndio: Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone
tocou.
No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª con-
Oração subordinada adjetiva
jugação), -endo (2ª conjugação) e -indo (3ª conjugação).
Reduzida: Já foi usado o material comprado por
Oração subordinada adverbial causal
mim.
Desenvolvida: Já foi usado o material que eu
Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou comprei.
confusão.
Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou PERÍODOS MISTOS
confusão.
Tem-se um período misto quando, num período,
Oração subordinada adverbial condicional aparecem orações que se relacionam, seja por coorde-
nação, seja por subordinação. Ex.:
Reduzida: Precisando de ajuda, fale comigo.
Desenvolvida: Caso precise de ajuda, fale comigo.
intenção/propósito.
Veja abaixo:
z Orações reduzidas de particípio:
Ex.: Os sócios discutiram o plano econômico,
votaram o orçamento e encerraram a reunião.
No particípio regular, os verbos terminam em -ado Perceba: o assunto é o mesmo, porém com infor-
(1ª conjugação) e -ida (2ª e 3ª conjugação). No particí- mações diferentes, que agregam sentido e completude
pio irregular, terminam em -to ou -do. ao período.
Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação. O período composto por subordinação necessi-
Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou ta de, ao menos, uma oração principal e uma oração
resolver a situação. subordinada. 47
A oração subordinada, como já visto anteriormen- Ex.: Ele gritou, chorou, esperneou, berrou e depois
te, tem a função de completar o sentido da oração dormiu.
principal, por isso exerce uma função sintática dentro � Isolar o aposto na oração.
do período. Ex.: A Joana, filha do senhor José, ficou doente.
As orações subordinadas são divididas em seis � Separar nomes dos locais e datas.
tipos: Ex.: Alfenas, 04 de maio de 2020.
São utilizadas ao fazer uma citação e ao se apro- Embora não exista muitas regras definidas a res-
priar de gírias ou expressões estrangeiras. peito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase
Ex.: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo sempre, com função de separar elementos que apre-
mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos
sentam alternativas.
do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor-
tunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09). / Ex.: A prova deve ser respondida à caneta azul/
Ele está muito “zen” hoje. preta. (azul ou preta),
Pode ser utilizada ainda da seguinte forma: e/ou
Uso dos colchetes ( [ ] ) Nesse caso, ela está sendo usada para separar as
duas conjunções (e e ou). Veja;
Possui a mesma função que os parênteses, porém é Ex.: Os alunos serão avaliados por trabalhos e/ou
utilizado em textos didáticos, científicos e filológicos. provas.
Veja alguns de seus empregos: Sendo assim, entende-se que a avaliação pode ser
feita pelo conjunto (trabalhos e provas) ou de forma
z Para intercalar palavras ou símbolos não perten-
centes ao texto. separada, individual (trabalhos ou provas).
Ex.: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holan-
dês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras USO DOS “PORQUÊS”
de papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?] Saber quando se deve usar o “porquê” ou “por quê,
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] “porque” ou “por que” é uma dúvida frequente e algo
� Para inserir comentários e observações em textos que costuma “pegar” muita gente. Quando devo utili-
LÍNGUA PORTUGUESA
já publicados.
zar cada um deles?
Ex.: Machado de Assis escreveu muitas cartas a
Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay,
autor de “Inocência”] Por que:
� Para indicar omissões de partes na transcrição de
um texto. � Quando se subentende como motivo, podendo
Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo ocorrer em perguntas diretas ou indiretas.
antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha- Ex.: Por que não são tomadas as devidas
do de Assis) providências?
� Em definições do dicionário, para fazer referência
à etimologia da palavra. � Quando pode ser substituída pelo pronome pelo
Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que qual e por suas flexões.
predispõe alguém a desejar o bem de outrem, Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual)
ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao ele não compareceu. 49
Por quê: Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algu-
mas regrinhas.
Quando se subentende também como motivo e São elas:
está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / !
…-. a) Substantivo + substantivo que especifica o
Ex.: Acentua-se o conflito na fronteira, resta saber primeiro.
por quê. Ex.: decreto-lei, decretos-lei.
Houve nova desvalorização da moeda por quê? b) Palavras unidas por preposição.
Não sabia por quê, mas estava confiante. Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
c) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Porquê: Ex.: arranha-céu, arranha-céus, alto-falante,
alto-falantes.
Utilizado quando corresponder a um substantivo. d) Palavras repetidas ou onomatopaicas.
Ex.: Explique-nos o porquê dessa atitude Ex.: tico-tico, tico-ticos.
precipitada. e) Palavra variável + palavra variável.
Porquês interessantes nos esperam. Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.
Agora ficou mais fácil, não é? Se ainda estiver com Assim como toda regra, o plural de compostos tem
dificuldades, dê uma olhada nessa tabela. suas exceções. São elas:
Denotação
Homonímia Absorver/absolver
Homônimos são palavras que têm a mesma pro- z Tentaremos absorver toda esta água com esponjas.
núncia ou grafia, porém apresentam significados dife- (sorver)
z Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a
seus pecados. (inocentar)
seus dois significados. A seguir listamos alguns homô-
nimos importantes: Aferir/auferir
acender (colocar fogo) ascender (subir) z Realizaremos uma prova para aferir seus conheci-
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
mentos. (avaliar, cotejar)
z O empresário consegue sempre auferir lucros em
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) seus investimentos. (obter)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) Cavaleiro/cavalheiro
bucho (estômago) buxo (arbusto)
z Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) participaram na batalha. (homem que anda de cavalo)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) z Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre
sela (forma do verbo selar; as portas para eu passar. (homem educado e cortês).
cela (pequeno quarto)
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
Cumprimento/comprimento
céptico (descrente) séptico (que causa infecção) z O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) metros. (tamanho, grandeza)
cerrar (fechar) serrar (cortar) z Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
cervo (veado) servo (criado)
Delatar/dilatar
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de z Um dos alunos da turma delatou o colega que chu-
pagamento) xadrez) tou a porta e partiu o vidro. (denunciar)
círio (vela) sírio (natural da Síria) z Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
seu estômago. (alargar, estender)
Hipônimo e Hiperônimo
Coesão pode ser considerada a “costura” textual, Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos ver muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para início, a televisão foi usada para facilitar o domí-
garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- nio da sociedade. Como exemplo, podemos citar
a chegada do homem à Lua, onde os EUA conse-
tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito,
guiram com sua propaganda capitalista frente a
há exemplos de períodos que podem ser melhorados uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da
utilizando os mecanismos de coesão: população do planeta.
São palavras referentes a outras que irão aparecer Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da
no texto: questão. - Não caberia aqui pensar em centro
como bairro de uma cidade.
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o xampu É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
Ela. Use-o e você não vai se arrepender! do vocabulário.
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor Já não tem jus a beijos minha boca.
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- Se me ainda amas por amor, não ames:
lações entre as partes: Trairias-me comigo.
períodos, pois sua redação também deve apresentar intermédio dos elementos de coesão.
uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla- Veja uma simulação do projeto de máscaras de
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu redação e observe na prática como a progressão tex-
autor. tual ocorre:
Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá,
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns
Moderna: fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá,
blá) são a base do desenvolvimento desse problema.
“Se coordenação é, como vimos, um processo de As consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só
encadeamento de valores sintáticos idênticos, poderão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
é justo presumir que quaisquer elementos da O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
frase – sejam orações, sejam termos dela–, coor- Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
denados entre si, devam – em princípio, pelo que (blá, blá, blá). 59
Ainda convém chamar a atenção para mais um órgãos processadores da digestão no momento em que
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá, comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
blá, blá). típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). 5° Parágrafo
Sendo assim (blá, blá, blá).
Você pode perceber que, mesmo não abordando
Levando-se em consideração esses aspectos prá-
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- ticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
tativa que admite a idealização uma vasta margem de que não é apenas por prazer que somos seduzidos
desenvolvimentos sobre variados temas. pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo
TEORIA DAS MÁSCARAS assim a falta de qualquer um desses ingredientes nos
causará debilidade além de insatisfação.
Agora veremos um projeto que pode colaborar na Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
hora da escrita de um texto argumentativo. Vejamos tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasi-
a seguir: leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão.
fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
buscar com objetividade uma tese, dentro desse tema,
Tema → A alimentação do brasileiro.
sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
Tese → A comida dos brasileiros é muito saudável
e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia essa:
de trabalho.
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
Argumentos: carboidratos no arroz com feijão; tudo de que ele necessita para seu longo dia de
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do trabalho”.
cafezinho preto com açúcar.
O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
1° Parágrafo mentos que sustentassem a tese proposta com valor
de verdade. Veja como fizemos. Já que estávamos
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- do que falarmos sobre seus pontos positivos, pontos
tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que
estes reconhecidos até por especialistas em alimenta-
os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
bife com salada além da glicose no cafezinho preto ção mundial. O valor nutricional que compõe o nosso
com açúcar fornecem um completo abastecimento de prato mais popular. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito”
energia somada ao prazer. que encontramos em bares, pequenos restaurantes e,
principalmente, na maioria das mesas do povo brasi-
2° Parágrafo leiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com
um cafezinho preto.
É de fundamental importância o consumo de Decompomos esse prato e identificamos seus prin-
alimentos ricos no fornecimento de energia para a cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque
movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, como boa argumentação a favor de nossa tese. Mar-
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente camos o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão,
abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez
carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
das “proteínas” presentes no bife com salada e che-
da energia própria consumida durante o dia.
gamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presen-
tes no cafezinho. Pronto, já temos a primeira parte de
3° Parágrafo
nosso projeto organizado.
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- O próximo passo é juntar tudo no primeiro pará-
mos servem para repor a massa muscular perdida grafo, de maneira organizada, de forma que as ideias
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras sejam apresentadas em uma sequência que deixe cla-
das verduras e folhas que ajudam no processamento ro ao leitor sobre o que será falado e também qual
dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibili- será a sequência de argumentos que será apresentado
dade de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto para dar credibilidade a nossa tese. Veja o modelo do
de alimentos de nosso prato mais tradicional e de jus- primeiro parágrafo:
tificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura
culinária.
Todos sabem o quanto, em nosso país, .................
4° Parágrafo .................................................................................................
Verifica-se que.................................... (,) ..............................
Ainda convém lembrarmos outro hábito que ..... além de ..................................... ..................... fornecem
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado (ou - resultam, culminam, têm como consequência...)
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após ..................................................................................................
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
60 reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
Compare agora com o parágrafo preenchido com 3o Parágrafo:
a tese e com os argumentos e veja a amarração que
conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é Além disso, .....................................................................
................................................................... E somando-se a
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
isso,......................................... que ........................................
o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra- ............................................................ Daí...............................
tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada ............................................e de...............................................
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem ..................................................................................................
um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos Teremos, após preencher o modelo:
seguintes, impondo a eles estruturas programadas Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce- mos servem para repor a massa muscular perdida
berá que a continuidade e a progressão textual foram durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
texto e aos argumentos. alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
fomos completando os espaços em branco que ligavam hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
os argumentos entre si com relações preestabelecidas
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação 4o Parágrafo:
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”.
Veja que, para manter a continuidade textual recupe-
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu-
Ainda convém lembrarmos....................................
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”
...........................................................................................
fechando com uma conclusão sobre esse argumento. .. (que é): .........................................................Esse.........
............................................................................................
............................ para ..........................................................
É de fundamental importância o.......................... ................................................ Essa(s) ..................................
..................................................... para ................................... .................................................................................................
....................... Podemos mencionar, por exemplo,...........
.............................. que...................................................., por
causa de ................. ............................. Esse .........................
...................................................................................................... Teremos, após preencher o modelo:
Observe como ficou a sequência completa do Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
segundo parágrafo: tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
É de fundamental importância o consumo de ali- que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece cessadores da digestão no momento em que comemos.
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia hora do almoço nos mantendo despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
própria consumida durante o dia.
podemos relacionar frases que você poderá escolher
Veja agora uma coletânea de frases que podem
para dar originalidade ao seu texto.
auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
Ao se examinarem alguns ..., verifica-se que ...
Pode-se mencionar, por exemplo, ...
É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
em nosso país, há tempos, observa- se...
Em consequência disso, vê-se, a todo instante, ...
Cogita-se, com muita frequência, que...
Alguns argumentam que .... .
LÍNGUA PORTUGUESA
Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela nos
oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredientes nos causará
debilidade além de insatisfação.
Os aspectos conclusivos presentes nesse último parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se chegou ao
final do desenvolvimento da tese inicial. As frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo, conduzindo a
sequência textual a uma possível solução para os problemas propostos, ou ainda, podem gerar simples constata-
ções das verdades idealizadas. Você também pode contar com uma pequena lista de frases que podem auxiliá-lo
nessa tarefa.
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e como se deu a criação da primeira máscara:
MÁSCARA 01
1o Parágrafo
2o Parágrafo
4o Parágrafo
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações
Ainda convém lembrarmos.................................... .... baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme
................................................................... (que é): ............... forem avançando as aulas, você poderá construir a
........................... Esse.................................................... para suas próprias máscaras personalizadas.
......................... Essa(s) ............................. ............................ Por fim, preparamos uma máscara de organização
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
5o Parágrafo organizar.
Outra preocupação constante é ............................... dizendo que, se algum dos argumentos não for
..................................., pois.................................... Como se considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
isso não bastasse, .............................................que ......... tentada, ou que os resultados propostos não serão
........................................... Daí .............................................. atingidos).
que ........................e que................................... _________________________________________________
_____________________________________________________
4o Parágrafo _____________________________________________________
_____________________________________________________
Também merece destaque ........................................... _____________________________________________________
........ o (a) qual ...................................................................... _____________________________________________________
.......................... Diante disso ............................................... _____________________________________________________
...............................para que ............... ____________________________. 63
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
PARÁGRAFO DISSERTATIVO este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a base dessa informação deve sustentar-se em uma
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- verdade consagrada, diferentemente do que vimos
lharemos as várias modalidades de parágrafos que no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são Modelo nº 2
possíveis ao construí-las.
........................ é a denominação dada a .................
z Parágrafo de introdução ........................... Essa ..............................................., mas
a hipótese mais aceita é a de que .................................
O parágrafo de introdução tem como uma de suas .......................................................... Outra versão afirma
funções mais importantes, a de apresentar a tese que que esse .............................................., que tem origem
será defendida no decorrer da redação. É também ........................ . O que se sabe é que .................................
possível e bastante didático que vocês façam uma pré- ..................................................................................................
via dos argumentos que serão trabalhados na susten-
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado, Preenchendo o modelo, teremos:
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
de vocês e a sequência das suas argumentações. Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
Tipos diferentes de parágrafos de introdução: origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que
seria fruto de uma combinação do arroz (de origem
Declaração inicial: na declaração afirma-se ou oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o fei-
nega-se algo de início para em seguida justificar-se jão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Outra
e comprovar-se a assertiva com exemplos, compara- versão afirma que esse prato foi a união do arroz com
ções, testemunhos de autores etc. Vejamos um exem- a feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O
plo desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse prato foi se
básica que é o projeto arroz-com-feijão. Mais uma vez popularizando por todo o país, passando a ser uma par-
colocamos a estrutura já construída e em seguida a te quase que indispensável da refeição dos brasileiros.
disposição vazia do parágrafo que poderá ser utiliza- Divisão: o parágrafo de divisão, processo também
quase que exclusivamente didático, por causa das
da por vocês sempre que desejarem.
suas características de objetividade e clareza, que con-
siste em apresentar o tópico frasal (frase que introduz
Modelo nº 1 o parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação
das ideias a serem desenvolvidas (normalmente a
É fato notório que ........................................................ divisão vem precedida por uma definição, ambas no
................................................................................................. mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos). Usamos
................................................... Sabe-se que ..................... aqui como representação desse modelo o conceito de
.................................................................................................. silogismo (Um silogismo é um termo filosófico com o
.............................., além da ................................................. qual Aristóteles designou a argumentação lógica per-
.................................................................................................. feita, constituída de três proposições declarativas que
se conectam de tal modo que a partir das primeiras
Preenchendo o modelo, teremos: duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aris-
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa tóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes
de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do
Modelo nº 3
arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além
da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
........................... pode ser representado de duas
completo abastecimento de energia somada ao prazer.
maneiras diferentes: ...................... que é ......................
Definição: o parágrafo por definição é entendido
........................ e ...................., que é ...................................
como um método preferencialmente didático, pois ............................. Enquanto a primeira ......................se
busca, por intermédio de uma explicação clara e bre- apresenta .......................................... Esta, por sua vez,
ve, a exposição do significado de uma ideia, palavra realiza-se por intermédio de...........................................
ou de uma expressão. É a forma de exposição dos .................................................................................................
diversos lados pelos quais se pode encarar um assun-
to. Pode apresentar tanto o significado que o termo Preenchendo o modelo, teremos:
carrega no uso geral quanto aquele que o falante pre-
tende determinar para o propósito do seu discurso. O silogismo pode ser representado de duas
Uma definição é um enunciado que descreve um maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos mado por um único núcleo argumentativo e silogismo
associados. composto que é formado por diversos núcleos argu-
Vejam como em nosso parágrafo de exemplo, explo- mentativos de elaboração complexa. Enquanto a pri-
64 ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto. meira teoria se apresenta pela estrutura filosófica
básica consagrada pela antiguidade. Esta, por sua z Parágrafos de desenvolvimento
vez, realiza-se por intermédio de vários silogismos
desenvolvidos para atender às novas perspectivas de Após o primeiro parágrafo que, como já vimos,
sedução e convencimento. pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor-
por alusão histórica é um recurso que desperta sempre dar os elementos que sustentarão essas afirmações
a curiosidade do leitor por meio de fatos históricos, len- iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os
das, tradições, crendices, anedotas ou a acontecimentos recursos argumentativos que articularão o convenci-
de que o autor tenha sido participante ou testemunha mento do leitor quanto à tese apresentada.
(desenvolve-se geralmente por meio da comparação
com o presente ou retorno a ele). A vantagem desse Tipos diferentes de parágrafos de desenvol-
método é o de podermos mostrar o desenvolvimento vimento: as possibilidades de ordenação do
cronológico de um assunto, expondo sua evolução no parágrafo são várias: exploração de aspectos
tempo. Lembrem-se de que, ao se servirem de um fato espaciais e temporais, enumeração de porme-
histórico para sustentar uma tese, a História é a ciência nores, apresentação de analogia, ou contraste,
que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, citação de exemplos, apresentação de causas e
concomitante à análise de processos e eventos ocorri- consequências.
dos no passado - e como ela é uma ciência, tem, por
conseguinte, um grande valor argumentativo. Desenvolvimento por exploração espacial: ao
Observem como isso é simples: argumentar, vocês podem se servir da exposição de infor-
mações relativas ao lugar em que os fatos ocorreram.
Modelo nº 4
Modelo nº 1
Desde a época da ............................ sabe-se que ....
....................................................................................... para A cidade (ou região) em destaque é ................
................................................................ Principalmente ............, que fica localizada em ........................, região
hoje em dia, reconhece-se que ...................................... nobre de ................ É aí onde se localiza .....................
.............................................................., além de................... ............................................. dessa região. Cercada por
.................................................................................................. uma densa floresta ......................................., foi bem no
centro desse .........................................................................
Preenchendo o modelo, temo:
Preenchendo o modelo, teremos:
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
que a alimentação dada a esses novos brasileiros era A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
principalmente, já se reconhece que os carboidratos mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
fornecem um completo abastecimento de energia soma- res dessa região. Cercada por uma densa floresta
da ao prazer, justificando os hábitos do passado como de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
responsáveis pelo tradição alimentar que preservamos. tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por uma espécie de centro cultural da região por preservar
interrogação é colocada por intermédio de uma per- até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
gunta a qual serve mais como recurso retórico, uma tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
vez que a questão levantada deve ser respondida pelo reverenciada pelos devotos naobilicos.
próprio autor. Seu desenvolvimento é feito por inter-
médio da confecção de uma resposta à pergunta. Desenvolvimento por exploração temporal:
nesse modelo o leitor é informado do momento em
que os fatos ocorreram com a indicação de datas e
Modelo nº 5 outros aspectos temporais. Pode-se recorrer nesse
momento aos artifícios empregados no próprio pará-
Será possível determinar qual é ............................ grafo de alusão histórica, já que este também se serve
para..........................................................? (Resposta) ........ de referências cronológicas como em:
..................................................................................................
LÍNGUA PORTUGUESA
Modelo nº 2
Preenchendo o modelo, teremos:
No passado, quando pensávamos em ....................,
Será possível determinar qual é a melhor combi- notávamos que ......................................... era
nação de alimentos para atender às necessidades diá- ........................ comparada à que vemos recentemen-
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá te . Hoje, por outro lado, ..................................................
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- .......................................................... tornaram-se ...............
teínas devem compor essa alimentação e não há quase ................................O resultado disso é que ............., na
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato atualidade, tornou-se ........................................................
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções ..................................................................................................
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos
têm de recomposição de força e de energia. 65
Preenchendo o modelo, teremos: confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias,
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto
No passado, quando pensávamos em alimenta- pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo-
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência gia e comparação são também espécies de confronto:
era muito maior comparada à que vemos nos nos- “A analogia é uma semelhança parcial que sugere
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio- ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul- verbal própria, em que entram normalmente os cha-
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se mados conectivos de comparação (quanto, como, do
um ritual de bem viver. que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
Othon M. Garcia.
Desenvolvimento por exploração de pormeno-
res ou de enumerações: nesse modelo de parágra- Por exemplo:
fo, vocês têm por objetivo enumerar características,
relacionar aspectos importantes sobre algum assunto.
A apresentação das ideias pode ser ou não ordenada Modelo nº 5
segundo uma ordem de importância. A ordem depen-
de do que vocês pretendem enfatizar. No caso das .........................................................., por-
que cada qual tem seus próprios valores ....................
................. Enquanto a .........................................................
Modelo nº 3 ............, as ................, por sua vez,.......................................
palavras (como por exemplo, O acusado foi inter- sa e em que momento); logo após, o texto mostra uma
rogado pelo magistrado). situação de conflito, de suspense, que prende a atenção
do leitor até atingir o ápice (clímax) da narrativa, que é
Além disso, evite ainda: encerrado pelo desfecho da história.
Os elementos que compõem um texto narrativo são:
z O emprego de gírias ou expressões populares (isso
não significa usar palavras difíceis e rebuscadas);
z Narrador;
z O uso de jargões (terminologia técnica comum a
z Enredo;
uma atividade ou grupo específico, comumente
usada em grupos profissionais ou socioculturais, z Tempo;
como por exemplo, “peticionar”, de uso comum z Espaço;
pelos advogados). Mas isso não quer dizer que z Personagens;
não se pode utilizar uma terminologia específica z Discurso. 69
Para a melhor compreensão, observe o trecho a em uma questão de múltipla-escolha ou ainda que
seguir, retirado da obra A Ilha Misteriosa, de Júlio Verne: transforme um discurso direto em indireto em algu-
ma questão aberta, conforme os exemplos abaixo.
Gedeon Spillet estava na praia, imóvel, com os bra-
ços cruzados, olhando para o mar. DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO
- Parece que teremos uma noite bastante má,
senhor Spillet – disse o marinheiro. Ele disse que não come
Eu não como carne
O Jornalista voltou-se e perguntou: carne
- A que distância da praia o senhor acha que a bar-
Vou ao restaurante esta Ele disse que iria ao res-
quinha sofreu a lufada que levou nosso companheiro?
noite taurante naquela noite
- A quatrocentos metros, aproximadamente.
- O que me espanta – continuou o repórter – é que, Ele falou que havia perdi-
Eu perdi a hora
admitindo a hipótese de ter nosso companheiro mor- do a hora
rido, ainda não tenha sido lançado à praia o seu cadá-
ver ou do seu cachorro. Eu não conseguiria Ele mencionou que não
dormir conseguiria dormir
Nesse trecho é possível observar alguns dos ele-
mentos de uma narrativa: um narrador (no caso em Descrição
terceira pessoa) apontando o local onde se passa ação
e introduzindo a fala dos personagens que realizam A descrição, ao contrário da narração, não admite
suas ações em um tempo (passado). ação. Nesse tipo textual, é apresentada uma série de
Quando se pensa em narração dentro de um con-
características de determinado ser, objeto ou espaço,
curso, o mais importante é conhecer os conceitos de
de modo a compor na mente do leitor/ouvinte a ima-
discurso direito e discurso indireto.
gem do que está sendo retratado. A descrição pode
O discurso direto é aquele em que o narrador, que
ser objetiva ou subjetiva. Na primeira, a coisa/ser/
pode ser onisciente (isto é, saber tudo sobre o enredo
e os personagens, revelando os sentimentos e pen- espaço descrito é mostrado de forma concreta, impar-
samentos mais íntimos, de um modo que vai além cial, sem expor as impressões do observado (o foco é
da própria imaginação) ou personagem (aquele que dado nas características como forma, tamanho, volu-
conta e participa dos fatos ao mesmo tempo) repete me, coloração etc.). Já na descrição subjetiva, se valo-
as falas de outro personagem, separando-as das suas. riza a percepção do observador em relação ao que é
Para isso, o narrador usa marcas de pontuação que descrito, deixando claras as emoções e impressões do
ajudam a identificar quem está falando. Essas marcas autor sobre aquilo que ele descreve. Veja nos exem-
podem ser: dois pontos, aspas ou travessão de diálogo. plos as duas formas de se descrever o mesmo espaço:
Veja, abaixo, um exemplo retirado do livro Robur, O
Conquistador, de Júlio Verne: DESCRIÇÃO OBJETIVA DESCRIÇÃO SUBJETIVA
dade comunicativa bem definida). A lista de gêneros é o último versa sobre um único conflito, uma só ação.
aberta e pode ser infinita. Por exemplo, o tipo textual
dissertativo-argumentativo é o dominante nos seguin- A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
tes gêneros textuais:
Como dissemos antes, o tipo dissertativo-argu-
z Texto de opinião; mentativo é o mais cobrado em concursos, sobretu-
z Diálogo argumentativo; do naqueles para carreiras policiais. Assim sendo,
z Carta de leitor; vamos ver mais alguns detalhes relativos à disserta-
z Carta de reclamação; ção argumentativa.
z Carta de solicitação; O texto dissertativo-argumentativo é aquele pelo qual
z Deliberação informal; o autor busca convencer o leitor ou o ouvinte a aceitar a
z Debate regrado; tese de quem produz o texto. Logo, o que está em jogo é
z Editorial; a capacidade do autor de expor uma situação-problema, 71
apresentando uma tese (opinião, ideia) sobre o fato e influenciar hábitos infantis. É apenas no final do pará-
expressando-a por meio de argumentos fortes e coeren- grafo onde se apresenta a situação problema: a ques-
tes. Esse tipo textual é composto por três etapas: tão da publicidade infantil;
Conceição Evaristo. Olhos D’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2016, O objetivo é criar uma economia inovadora com baixas
p.15-9.
emissões de poluentes, que concilie as exigências para
a agricultura sustentável e a pesca, a segurança alimen-
Assinale a opção em que a palavra apresentada está tar e o uso sustentável dos recursos biológicos reno-
corretamente grafada. váveis para fins industriais, e que assegure, ao mesmo
tempo, a biodiversidade e a proteção ambiental. A bioe-
a) atravéz conomia contempla não apenas setores tradicionais
b) obedescer como agricultura, silvicultura e pesca, mas também
c) projeto setores como as biotecnologias e bioenergias. Ao que
d) meza tudo indica, o futuro será definitivamente bio.
e) sintonizar
Marina Santos Chiapetta. Internet: <www.ecycle.com.br> (com
2. (CESPE-CEBRASPE — 2019) adaptações).
Texto CG1A1-I Cada uma das opções a seguir apresenta uma pro-
posta de reescrita para o seguinte trecho do texto
Atitudes para um desenvolvimento sustentável tor- CG1A1-I: “Qual é o motivo de a sustentabilidade ser
naram-se uma urgência e estão inseridas de forma tão importante para a economia?”. Assinale a opção
definitiva na agenda da sociedade. Até no mundo dos em que a proposta indicada mantém os sentidos e a
negócios a sustentabilidade está em pauta. Empresas correção gramatical do texto.
que antes pensavam só em lucro agora otimizam seus
processos por meio da sustentabilidade empresarial. a) Porque a sustentabilidade é tão importante para a
Outro campo de estudos voltado para o consumo economia?
consciente e equilibrado com o meio ambiente é a b) Por quê a sustentabilidade é tão importante para a
bioeconomia, ou economia sustentável, cujo objetivo economia?
é promover a utilização de recursos de base biológica, c) Porquê a sustentabilidade é tão importante para a
recicláveis e renováveis, e consequentemente mais economia?
sustentáveis. d) Por que a sustentabilidade é tão importante para a
economia?
Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o suces- e) Pra quê a sustentabilidade é tão importante para a
so das empresas, que precisam cada vez mais entre- economia?
gar ao cliente valor agregado e estilo de vida, e não
somente mercadorias. A preocupação com o meio 3. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
ambiente converte-se, portanto, em vantagem com-
petitiva, notadamente em mercados cada vez mais Texto CG1A1-I
exigentes e desafiadores. Isso amplia a perenidade da
marca, em virtude do fortalecimento de sua reputação Atitudes para um desenvolvimento sustentável torna-
e credibilidade. ram-se uma urgência e estão inseridas de forma definiti-
va na agenda da sociedade. Até no mundo dos negócios
Para o desenvolvimento sustentável, os negócios a sustentabilidade está em pauta. Empresas que antes
devem estar amparados em boas práticas de gover- pensavam só em lucro agora otimizam seus processos
nança, com benefícios sociais e ambientais. Essa por meio da sustentabilidade empresarial. Outro campo
metodologia influencia os ganhos econômicos, a com- de estudos voltados para o consumo consciente e equi-
petitividade e o sucesso das organizações. librado com o meio ambiente é a bioeconomia, ou eco-
nomia sustentável, cujo objetivo é promover a utilização
Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão impor- de recursos de base biológica, recicláveis e renováveis, e
tante para a economia? A população cresce em consequentemente mais sustentáveis.
número e em capacidade de consumo; com isso, a
demanda pela utilização de recursos naturais recru- Hoje, a sustentabilidade é um imperativo para o suces-
desce de forma quase insustentável. A utilização de so das empresas, que precisam cada vez mais entregar
matrizes não renováveis tende ao esgotamento e à ao cliente valor agregado e estilo de vida, e não somen-
74 poluição progressiva do meio ambiente. Para quebrar te mercadorias. A preocupação com o meio ambiente
converte-se, portanto, em vantagem competitiva, nota- 4. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
damente em mercados cada vez mais exigentes e desa-
fiadores. Isso amplia a perenidade da marca, em virtude Texto CG2A1-I
do fortalecimento de sua reputação e credibilidade.
Na década de 1960, o mundo passou por um aumento
Para o desenvolvimento sustentável, os negócios populacional inédito devido à brusca queda na taxa de
devem estar amparados em boas práticas de gover- mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capa-
nança, com benefícios sociais e ambientais. Essa cidade dos países em produzir comida para todos.
metodologia influencia os ganhos econômicos, a com- A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e
petitividade e o sucesso das organizações. métodos que aumentassem a produção.
Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão importan- Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Eco-
te para a economia? A população cresce em número nomia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes,
e em capacidade de consumo; com isso, a demanda identificou a existência de populações com fome mes-
pela utilização de recursos naturais recrudesce de for- mo em países que não convivem com problemas de
ma quase insustentável. A utilização de matrizes não abastecimento. O economista indiano traçou então,
renováveis tende ao esgotamento e à poluição progres- pela primeira vez, uma relação causal entre fome e
siva do meio ambiente. Para quebrar esse paradigma, questões sociais como pobreza e concentração de ren-
mobilizam-se conceitos econômicos que propõem um da. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou
novo modo de gestão da sociedade, como a economia o tom do debate internacional sobre a questão e as
circular e a bioeconomia.
políticas públicas(B) a serem tomadas a partir daí.
A bioeconomia está ligada à melhoria de nosso
As últimas décadas foram de grande evolução no com-
desenvolvimento e à busca por novas tecnologias que
bate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos,
priorizem a qualidade de vida da sociedade e do meio
7,7% da população mundial superou o problema, o que
ambiente em seu eixo de elaboração. Ela, agora, reúne
representa 216 milhões de pessoas. É como se mais
todos os setores da economia que utilizam recursos
biológicos. Assim, a bioeconomia surgiu para possibi- que toda a população brasileira saísse da subnutrição
litar soluções eficazes e coerentes para os problemas em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo
socioambientais contemporâneos: mudanças climáti- ainda vive sem acesso a uma dieta(C) que forneça o
cas, crise econômica mundial, substituição do uso de mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma
energias fósseis, saúde, qualidade de vida da popula- vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente
ção, entre outros. por fome ou problemas derivados dela.
O objetivo é criar uma economia inovadora com bai- Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização
xas emissões de poluentes, que concilie as exigências das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricul-
para a agricultura sustentável e a pesca, a segurança tura) mostra que a produção mundial de alimentos é
alimentar e o uso sustentável dos recursos biológicos suficiente para atender a demanda (A) das 7,3 bilhões
renováveis para fins industriais, e que assegure, ao de pessoas que habitam a Terra (D). Apesar disso,
mesmo tempo, a biodiversidade e a proteção ambien- aproximadamente uma em cada nove dessas pes-
tal. A bioeconomia contempla não apenas setores tra- soas ainda vive a realidade da fome. A pesquisa põe
dicionais como agricultura, silvicultura e pesca, mas em xeque toda a política internacional de combate à
também setores como as biotecnologias e bioener- subnutrição crônica colocada em prática nas últimas
gias. Ao que tudo indica, o futuro será definitivamente décadas. Em vez de crescimento da produção e aju-
bio. das momentâneas, surge agora como caminho uma
abordagem territorial que valorize e potencialize a pro-
Marina Santos Chiapetta. Internet: <www.ecycle.com.br> (com
dução local(E).
adaptações).
Cada uma das opções a seguir apresenta uma pro- Embora os números absolutos estejam caindo, o tema
posta de reescrita para o seguinte segmento do tex- ainda é um dos mais delicados da agenda internacio-
to CG1A1-I: “A bioeconomia está ligada à melhoria de nal. Um exemplo da extensão do problema está na
nosso desenvolvimento e à busca por novas tecnolo- declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações
gias”. Assinale a opção em que a reescrita apresenta- Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4
LÍNGUA PORTUGUESA
a) “a demanda”. a) “esforço”.
b) “as políticas públicas”. b) “homem”.
c) “a uma dieta”. c) “outro”.
d) “a Terra”. d) “espaço”.
e) “a produção local”. e) “interior”.
“Família, família/ vive junto todo dia/ nunca perde essa Atribui-se(D) ao filósofo Rousseau(A) o uso originário
mania” — os versos da canção Família, composta por da expressão serviço público(B). Em um texto da obra
Arnaldo Antunes e Tony Belotto na década de 80 do O contrato social(C), a expressão abrange qualquer
século passado, no Brasil, parece que já não traduzem atividade estatal(E). E o faz com duas conotações: de
mais a realidade dos arranjos familiares. Observa-se um lado, trata-se de atividades destinadas ao serviço
que a solidez dos lugares ocupados por cada uma do público, isto é, ações pelas quais se assegura aos
das pessoas, nos moldes da família nuclear, não se cidadãos a satisfação de uma necessidade sentida
adéqua à realidade social do momento, em que as coletivamente, sem que cada um tenha de atendê-la
relações são caracterizadas por sua dinamicidade e pessoalmente; de outro, é concebida como uma ativi-
pluralidade. De acordo com o médico e psicanalista dade estatal que sucede ao serviço do rei, porque se
Jurandir Freire Costa, “família nem é mais um modo de operou uma substituição na titularidade da soberania.
transmissão do patrimônio material; nem de perpetua-
ção de nomes de linhagens; nem da tradição moral ou Na França e nos países que sofreram sua influência,
religiosa; tampouco é a instituição que garante a esta- esse conceito político de Rousseau vai extravasar para
bilidade do lugar em que são educadas as crianças”. o plano jurídico, com as duas mesmas notas entrela-
çadas, que, por sinal, permanecem válidas na confi-
Então, o que é a família? Como defini-la, consideran- guração atual do conceito, quais sejam: 1) trata-se de
do-se que uma de suas marcas na pós-modernidade é uma atividade estatal, não de uma atividade privada;
justamente a falta de definição? Para a cientista social 2) trata-se de uma atuação a serviço do público para
e política Elizabete Dória Bilac, a variabilidade histó- satisfazer a uma necessidade sentida coletivamente
rica da instituição família desafia qualquer conceito pela sociedade.
geral de família.
Ademais, para a captação do conceito de serviço públi-
A centralidade assumida pelos interesses individuais co, deve-se considerar ainda o fator histórico- político,
no mundo contemporâneo é um dos aspectos que o seu surgimento em uma época presidida ideologica-
influenciam a singularidade de cada família e distin- mente por determinada concepção das relações entre
guem os propósitos que justificam a escolha de duas Estado e sociedade e pela separação de suas distintas
pessoas ou mais viverem juntas, compartilhando esferas de atuação, que apareceram com a Revolução
regras, necessidades e obrigações. Se não é fácil defi- Francesa.
nir a família, é legítimo o esforço A) de tentar decifrar
quem é o homem B) pós-moderno e quais as neces- A concepção predominante no século XIX, na fórmula
sidades emergentes que o impulsionam ao encontro do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia
com o outro C), seja no espaço D) social, seja no inte- o distanciamento do Estado em relação à vida social,
rior E) da família, produzindo significados e razões econômica e religiosa dos indivíduos.
que o lançam na busca de realização.
Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não
Segundo o filósofo francês Dany-Robert Dufour, a pós- interferência do Estado na sociedade; daí as reduzi-
-modernidade produz um sujeito não engendrado, o das funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no
que significa um sujeito que se vê na posição de não âmbito econômico e social. Em segundo lugar, impor-
dever mais nada à geração precedente. Trata-se de
tava no antagonismo à existência de grupos interme-
uma condição que comporta riscos, pois, segundo
diários que pudessem interpor-se entre o indivíduo
Dufour, desaparece o motivo geracional. No que tange
e o Estado, como associações políticas, culturais,
à família, a consequência é o surgimento de relações
profissionais.
pautadas em trocas reais e carentes de valores sim-
bólicos que se contraponham à lógica do consumo.
Ficando o indivíduo politicamente só diante do Esta-
Assim, assiste-se a uma ruptura na ordem da trans-
do, este se viu progressivamente obrigado a assumir,
missão, o que gera indivíduos desprovidos de identi-
como próprias, algumas tarefas que, até então, não
dade sólida, condição esta que acarreta a redução de
tinham sido consideradas estatais, por serem desen-
sua capacidade crítica e dificulta o estabelecimento
volvidas pela sociedade organicamente estruturada,
de compromisso com a causa que lhe precede.
ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas
Fernanda Simplício Cardoso e Leila Maria Torraca de Brito.
múltiplas personificações), pelas fundações, pelas
Reflexões sobre a paternidade na pós-modernidade. Internet:<www. corporações, pelas universidades e por outros entes
76 newpsi.bvs-psi.org.br> (com adaptações). representativos do corpo social.
Assim aconteceu, até meados do século XIX, com Ficando o indivíduo politicamente só diante do Esta-
os hoje chamados serviços públicos assistenciais e do, este se viu progressivamente obrigado a assumir,
sociais, aqueles que garantiam o direito do adminis- como próprias, algumas tarefas que, até então, não
trado à conservação da vida e da saúde e ao aprimo- tinham sido consideradas estatais, por serem desen-
ramento de sua personalidade, como beneficência, volvidas pela sociedade organicamente estruturada,
saúde e educação, que eram atividades assumidas ou seja, eram assumidas pela Igreja (em todas as suas
pela sociedade, embora o Estado as regulasse. múltiplas personificações), pelas fundações, pelas
corporações, pelas universidades e por outros entes
Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço representativos do corpo social.
público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com
adaptações).
Assim aconteceu, até meados do século XIX, com
No texto CG2A2-I, o vocábulo “o”, em “E o faz com os hoje chamados serviços públicos assistenciais e
duas conotações”, refere-se à ideia anterior expressa sociais, aqueles que garantiam o direito do adminis-
pelo termo trado à conservação da vida e da saúde e ao aprimo-
ramento de sua personalidade, como beneficência,
a) “Rousseau”. saúde e educação, que eram atividades assumidas
b) “serviço público”. pela sociedade, embora o Estado as regulasse.
c) “O contrato social”.
Dinorá Adelaide Mussetti Grossi. Evolução da teoria do serviço
d) “Atribui-se”.
público. Internet: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br> (com
e) “abrange qualquer atividade estatal”. adaptações).
A concepção predominante no século XIX, na fórmula ser real e tangível no dia a dia de cada indivíduo que
do Estado liberal ou Estado abstencionista, pretendia dela necessite. Devemos buscá-la, acima de tudo,
o distanciamento do Estado em relação à vida social, pelo fato de ser a condição para que cada membro da
econômica e religiosa dos indivíduos. família humana possa levar uma vida de dignidade e
segurança.
Esse afastamento significava, em primeiro lugar, a não
interferência do Estado na sociedade; daí as reduzi- A lição do século passado nos fez entender que amea-
das funções que lhe cabiam e a inibição do Estado no çar ou atropelar a dignidade do indivíduo — como
âmbito econômico e social. Em segundo lugar, impor- naqueles países onde o cidadão não desfruta do direi-
tava no antagonismo à existência de grupos interme- to básico de escolher o seu governo, ou do direito de o
diários que pudessem interpor-se entre o indivíduo escolher regularmente — resultou em conflitos, perdas
e o Estado, como associações políticas, culturais, de civis inocentes, vidas abreviadas e comunidades
profissionais. destruídas. 77
Com efeito, os obstáculos à democracia têm mui- 10. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
to pouco a ver com cultura ou religião, e muito mais
com o desejo daqueles que se encontram no poder e Texto 1A3-II
querem manter sua posição a qualquer custo. Não se
trata de um fenômeno novo nem restrito a uma parte Entre os maiores poderes concedidos pela sociedade
específica do mundo. As pessoas de todas as cultu- ao Estado, está o poder de tributar. A tributação está
ras prezam por sua liberdade de escolha e sentem a inserida no núcleo do contrato social estabelecido
necessidade de ter direito de voz nas decisões que pelos cidadãos entre si para que se alcance o bem
afetam suas vidas. comum. Desse modo, o poder de tributar está na ori-
gem do Estado ou do ente político, a partir da qual foi
Kofi Annan [secretário-geral das Nações Unidas], 10 dez. 2001. possível que as pessoas deixassem de viver no que
In: Jerzy Szeremeta. Participação genuína na era da tecnologia Hobbes definiu como o estado natural (ou a vida pré-
de informação e comunicação (TIC). Fundação Luís Eduardo -política da humanidade) e passassem a constituir
Magalhães. Gestão pública e participação. Cadernos da FLEM. 20.ª uma sociedade de fato, a geri-la mediante um gover-
ed. Salvador: FLEM, 2005, cap. III, p. 105-6 (com adaptações). no, e a financiá-la, estabelecendo, assim, uma relação
clara entre governante e governados.
No terceiro parágrafo do texto CG3A1-I, a termo “o”,
em “o escolher”, refere-se a A tributação, portanto, somente pode ser compreen-
dida a partir da necessidade dos indivíduos de esta-
a) “século passado”. belecer convívio social organizado e de gerir a coisa
b) “indivíduo”. pública mediante a concessão de poder a um sobera-
c) “cidadão”. no. Em decorrência disso, a condição necessária (mas
d) “direito básico”. não suficiente) para que o poder de tributar seja legí-
e) “o seu governo”. timo é que ele emane do Estado, pois qualquer impo-
sição tributária privada seria comparável a usurpação
9. (CESPE-CEBRASPE — 2019) ou roubo.
Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação Estão certos apenas os itens:
de determinado setor da economia, os custos desse
setor diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos a) I e III.
preços de seus produtos e poderia gerar um cresci- b) I e IV.
mento das vendas. Outro efeito viável dessa política c) II e IV.
d) I, II e III.
seria o aumento do lucro das empresas, favorecendo-
e) II, III e IV.
-se, assim, a elevação dos seus investimentos — e,
consequentemente, da produção — e o surgimento de
11. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
novas empresas, o que provavelmente resultaria no
crescimento da produção, bem como no acirramento
Texto 1A2-I
da concorrência, com possíveis reflexos sobre os pre-
ços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria Ética é o conjunto de princípios e valores que usamos
estimulado. individualmente para decidir nossa conduta social. Se
só existisse um ser humano no planeta, não existiria a
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).
questão ética, porque ela é a regulação da conduta, da
vida coletiva. Esse sujeito único seria absolutamente
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A3-I soberano para fazer tudo sem se importar com nada.
seriam preservados caso o fragmento “favorecendo- Como vivemos todos juntos, precisamos ter princípios
-se, assim, a elevação dos seus investimentos” fosse e valores de convivência, de maneira que tenhamos
reescrito da seguinte forma. uma vida íntegra, do ponto de vista físico, material e
espiritual.
a) que favorecerá, assim, a elevação dos seus investimentos
b) em que favorece, assim, a elevação dos seus investimentos A ética é o conjunto desses princípios de convi-
c) à qual favoreça, assim, a elevação dos seus investimentos vência(E). A moral é a prática. Não existe ética
d) cuja elevação dos investimentos seria, assim, favorecida individual(D), existe ética de um grupo(C), de uma
78 e) o que favoreceria a elevação dos seus investimentos sociedade, de uma nação. Porém, existe moral
individual(B), porque moral é a prática. Ainda não resolver grande número de problemas materiais do
temos uma ética universal(A), isto é, que tenha valida- homem, quem sabe, inclusive, o da alimentação.
de para todos os seres humanos em qualquer tempo
e em qualquer lugar. O que mais se aproximou disso No entanto, a irracionalidade do comportamento é
foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de também máxima, servida frequentemente pelos mes-
1948. mos meios que deveriam realizar os desígnios da
racionalidade. Assim, com a energia atômica, pode-
As grandes questões universais são: o que é certo e o mos, ao mesmo tempo, gerar força criadora e destruir
que é errado? O que é o bem e o que é o mal? Tenho a vida pela guerra; com incrível progresso industrial,
um princípio pessoal para julgar o que é bom e o que aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca
é ruim. Tudo o que eu fizer que ajude a mim ou outro sonhados, mas excluímos dele as grandes massas
ser humano a ter mais vitalidade e não diminua sua que condenamos à miséria; em muitos países, quanto
dignidade e capacidade é bom. Tudo o que eu fizer que mais cresce a riqueza, mais aumenta a péssima dis-
diminua sua dignidade, capacidade ou vitalidade não é tribuição dos bens. Portanto, podemos dizer que os
bom. mesmos meios que permitem o progresso podem pro-
vocar a degradação da maioria.
As questões éticas podem mudar ao longo da histó-
ria. O advento das plataformas digitais, por exemplo, Na Grécia antiga, por exemplo, teria sido impossível
trouxe novas questões éticas relacionadas à ideia de pensar em uma distribuição equitativa dos bens mate-
privacidade. A ética é relativa ao seu tempo. Ela só é riais(A), porque a técnica ainda não permitia superar
compreendida quando se levam em consideração a as formas brutais de exploração do homem(B), nem
sociedade em que surge, a época em que vem à tona e criar abundância para todos(C). Em nosso tempo, é
também a cultura em que se situa. possível pensar nisso, mas o fazemos relativamente
pouco. Essa insensibilidade(D) nega uma das linhas
Há coisas que quero, mas não posso. Há coisas que mais promissoras da história do homem ocidental,
posso, mas não devo. E há coisas que devo, mas não aquela que se nutriu das ideias amadurecidas no cor-
quero. O equilíbrio na vida vem quando o que você rer dos séculos XVIII e XIX(E).
quer é algo que você pode e algo que você deve.
Essas ideias abriram perspectivas que pareciam levar
Posso fazer qualquer coisa porque sou livre, mas não à solução dos problemas dramáticos da vida em
devo fazer qualquer coisa. E o que não devo fazer? O sociedade. E, de fato, durante muito tempo, acredi-
que macula a minha história, o que torna desonrosa a tou-se que, removidos uns tantos obstáculos, como
minha vitória, o que torna indecente o meu sucesso, o a ignorância e os sistemas despóticos de governo,
que torna repugnante o meu patrimônio... Isto é, tudo as conquistas do progresso seriam canalizadas no
aquilo que fraturar, que apodrecer a minha integridade. rumo imaginado pelos utopistas, porque a instrução,
o saber e a técnica levariam, necessariamente, à feli-
Até o século VI a.C., ethos (em grego arcaico) signi- cidade coletiva. Contudo, mesmo onde esses obstá-
ficava morada do humano, o lugar onde nós vivemos culos foram removidos, a barbárie continuou entre
juntos. Depois, os gregos passaram a chamar isso os homens, embora não mais se ache normal o seu
de oikos, o que chamamos de ecologia. Se moramos elogio, como se todos soubessem que ela é algo a ser
juntos, temos de conviver bem. Os latinos traduziram ocultado e não proclamado.
isso por “moral” — morada, moradia — ou “hábito” —
habitação. É onde vivemos juntos. Portanto, a ética Antonio Candido. Vários escritos. 3.ª ed. rev. e ampl. São Paulo:
Duas Cidades, 1995, p. 169-70 (com adaptações).
relaciona-se com a nossa convivência. Não existe
ser humano que tenha só vivência; tudo para nós é
convivência. No texto CB1A1-I, a forma pronominal presente na
contração “nisso” refere-se a
Mario Sergio Cortella. Ética e convivência. Internet: <www.multirio.
rj.gov.br> (com adaptações). a) “uma distribuição equitativa dos bens materiais”.
b) “superar as formas brutais de exploração do homem”.
No texto 1A2-I, a forma pronominal isso, em “disso”, c) “criar abundância para todos”.
remete a d) “Essa insensibilidade”.
e) “ideias amadurecidas no correr dos séculos XVIII e XIX”.
a) “ética universal”.
b) “moral individual” 13. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
c) “ética de um grupo”.
LÍNGUA PORTUGUESA
mudou o tom do debate internacional sobre a questão com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam
e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os
outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enfor-
As últimas décadas foram de grande evolução no com- cam. Diógenes que tudo via com mais aguda vista que
os outros homens viu que uma grande tropa de varas
bate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos,
e ministros da justiça levava a enforcar uns ladrões e
7,7% da população mundial superou o problema, o que
começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar
representa 216 milhões de pessoas. É como se mais os pequenos... Quantas vezes se viu em Roma a enfor-
que toda a população brasileira saísse da subnutrição car o ladrão por ter roubado um carneiro, e no mesmo
em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo dia ser levado em triunfo, um cônsul, ou ditador por ter
ainda vive sem acesso a uma dieta que forneça o míni- roubado uma província?...De Seronato disse com dis-
mo de calorias e nutrientes necessários para uma vida creta contraposição Sidônio Apolinário: Nom cessat
saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por simul furta, vel punire, vel facere. Seronato está sempre
fome ou problemas derivados dela. 81
ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os 20. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
fazer. Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria
tirar os ladrões do mundo para roubar ele só! Decla- “A luta pela democracia no Brasil exige hoje que a inter-
rando assim por palavras não minhas, senão de mui- net seja livre. Na verdade, um aspecto interessante da
to bons autores, quão honrados e autorizados sejam contemporânea evolução do capitalismo dá-se pela cen-
os ladrões de que falo, estes são os que disse, e digo tralidade da produção de bens imateriais, que acrescen-
levam consigo os reis ao inferno. tam à riqueza comum. É por isso necessário que essa
riqueza venha a tomar forma na universalização do aces-
VIEIRA, Antônio. O sermão do bom ladrão. Disponível em: www. so aos meios de comunicação, de democracia e de ela-
dominiopublico.gov.br. Acesso em: nov. 2016 (adaptado). boração simbólica. A imposição de limites ao transporte
eletrônico de dados vai na contramão desse propósito.
Padre Antônio Vieira, clérigo jesuíta de origem portu- Eis porque é absolutamente essencial reconhecer essa
guesa que viveu no Brasil no século XVII, proferiu inú- outra agenda de lutas em defesa da liberdade e da digni-
meros sermões que articulavam questões teológicas dade humana.”
e políticas. Em O Sermão do Bom Ladrão — apresenta-
do em 1655, em Lisboa —, para convencer sua audiên- SALOMÃO, Margarida. Revista Teoria e Debate. Edição 149. 29 jun.
cia do ponto de vista defendido sobre a classe política, 2018.
Vieira adota como estratégia
Qual expressão sintetiza a posição crítica defendida
a) traçar um paralelo que evidencie o contraste das puni- pela autora em relação ao uso social da internet como
ções atribuídas a quem comete pequenos delitos e sistema de comunicação e informação?
àqueles que atentam contra toda a sociedade.
a) Mais acesso à internet significa mais acesso à democracia.
b) recorrer ao apelo sentimental de narrativas sobre con-
b) A evolução do capitalismo impede a produção de bens
denações de inocentes a fim de comover o público e
imateriais.
despertar a consciência da injustiça.
c) Menos acesso à internet torna impraticável a liberdade
c) citar referências da literatura latina como argumento de pensamento.
de autoridade, dificultando a contra-argumentação de d) A universalização do acesso à internet dificulta a produ-
sua crítica à postura criminosa dos homens públicos. ção de riqueza comum.
d) apelar para o efeito de consternação provocado pela des- e) Menos acesso à democracia corresponde à imposição
crição detalhada de imagens de violência física cometida de limites ao transporte de dados.
pelos homens públicos contra a população mais pobre.
e) construir uma gradação em termos de gravidade dos
delitos cometidos pelos políticos, destacando primei-
9 GABARITO
ramente os que cometem crimes para a própria sobre-
vivência até aqueles que roubam para exercer o poder. 1 C
2 D
19. (CESPE-CEBRASPE — 2019)
3 C
4 A
5 B
6 E
7 A
8 E
9 E
A imagem anterior retrata a relação entre evolução e 10 A
domínio de novas tecnologias pelos homens. Sendo
verdadeiras as correlações ali estabelecidas, há uma 11 A
tendência observável no mundo: que o uso das tecno- 12 A
logias de comunicação e de informação
13 D
a) impacte a evolução do homem como espécie e seu
14 A
modo de produção, mas não sua organização social.
b) impacte a evolução do homem como espécie e sua 15 C
organização social, mas não seu modo de produção.
c) impacte a evolução do homem como espécie, mas não 16 B
seu modo de produção nem sua organização social. 17 B
d) não impacte a evolução do homem como espécie,
mas impacte sua organização social e seu modo de 18 A
produção.
19 D
e) não impacte a evolução do homem como espécie nem
seu modo de produção, mas impacte seu modo de 20 A
82 organização social.
fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário
Augusto Teixeira de Freitas. O nome atual data de
1938. A sede do IBGE está localizada na cidade do Rio
de Janeiro.
O IBGE possui atribuições ligadas às geociências
ÉTICA NO SERVIÇO e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o
que inclui realizar censos e organizar as informações
PÚBLICO obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas
governamentais federal, estadual e municipal e para
outras instituições e o público em geral. Também rea-
liza vários tipos de censos, embora o mais conhecido
seja o censo demográfico, o qual é o conjunto de dados
CÓDIGO DE ÉTICA DO IBGE estatísticos sobre a população de um país. No Brasil,
os censos demográficos são realizados a cada dez anos
INTRODUÇÃO em média.
O censo demográfico é uma pesquisa sobre a
Na Administração Pública brasileira, a ética tem população que possibilita a recolha de várias infor-
assumido um papel de destaque. O IBGE, como não mações, tais como: o número de habitantes; o número
poderia deixar de ser, vem incentivando e instigando de homens, mulheres, crianças e idosos; onde e como
a difusão daquilo que se entende por ética no âmbi- vivem essas pessoas; se vivem de aluguel ou possuem
to administrativo federal. Para tanto, a Presidência casa própria; e informações sobre o trabalho que rea-
da Casa, entre outras medidas, delegou, à Comissão lizam — qual o tipo de mão de obra, qual o valor do
de Ética do IBGE, a elaboração de dois documentos salário, se possuem formação na área em que atuam
essenciais: o Código de Ética Profissional do Servidor etc.), entre outras coisas.
Público do IBGE e o Regimento Interno da Comissão A missão do IBGE é mostrar o Brasil, fornecendo
de Ética do IBGE (disponível somente em formato digi- as informações necessárias ao conhecimento de sua
tal, no seguinte endereço eletrônico: http://w3.presi- realidade e ao exercício da cidadania. Segundo con-
dencia.ibge.gov.br/etica). ceito amplo, a cidadania é o agrupamento de direitos
O Código de Ética Profissional do Servidor Público e deveres exercidos por aqueles que vivem em socie-
do IBGE propende a estabelecer, essencialmente, os dade. É a expressão ao seu poder e grau de interven-
princípios de natureza deontológica, os deveres e as ção no usufruto de seus espaços e na sua posição em
vedações a que estão sujeitos os agentes públicos lota- poder nele intervir e transformá-lo.
dos no Instituto. Documento de imprescindível leitu- Neste sentido, o IBGE oferece um panorama
ra, o Código foi construído, naturalmente, a partir do objetivo e atual do país, com a produção e a dissemi-
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil nação de informações de natureza estatística, geográ-
do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), fica e ambiental. Essa missão se concretiza quando
agregando a ele, contudo, algumas particularidades o IBGE:
do trabalho realizado no IBGE.
O Regimento Interno da Comissão de Ética do z Identifica, mapeia e analisa o território;
IBGE, por sua vez, delimita e define as competências e z Realiza a contagem da população;
atribuições da Comissão de Ética do IBGE, cuja função z Informa como a população vive;
primeira — destaca-se — é a de orientar e educar roti- z Apresenta a evolução da economia a partir de esta-
neiramente o agente público para a ética. O Regimen- tísticas do trabalho e da produção.
to também estabelece, não obstante, o rito processual
pelo qual se orienta a Comissão quando provocada Tais informações, relevantes e confiáveis, são
por denúncia ou, ainda, ex offício, nos Processos de essenciais para a consolidação de uma sociedade
Apuração Ética, e segue de maneira estrita a Resolu- democrática e para o planejamento de políticas públi-
ção nº 10/2008 da Comissão de Ética Pública, vincula- cas. Políticas públicas são ações e programas que são
da à Presidência da República. desenvolvidos pelo Estado com o objetivo de garan-
tir e colocar em prática direitos que são previstos na
O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E Constituição Federal e em outras leis. São medidas e
ESTATÍSTICA programas criados pelos governos dedicados a garan-
tir o bem-estar da população. O planejamento, a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
O IBGE é o órgão coordenador e produtor de infor- criação e a execução dessas políticas são realizados
mações estatísticas e geográficas do país. Para que por meio de um trabalho em conjunto dos três Pode-
suas atividades possam cobrir todo o território nacio- res que formam o Estado: Legislativo, Executivo e
nal, a instituição conta com uma rede nacional de pes- Judiciário.
quisa e disseminação, composta por:
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR
z 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados PÚBLICO DO IBGE
e 1 no Distrito Federal);
z 570 Agências de Coleta de Dados nos principais Deontologia, teoria a qual faz parte da filosofia
municípios. moral contemporânea, significa ciência do dever e da
obrigação. Ela é um tratado dos deveres e da moral o
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística qual estabelece normas sobre as escolhas dos indiví-
(IBGE) é um instituto público da administração fede- duos, ditando o que é moralmente necessário, a fim de
ral brasileira, criado em 1934 e instalado em 1936 nortear o que realmente deve ser feito. Para os pro-
com o nome de Instituto Nacional de Estatística. Seu fissionais, deontologia são normas estabelecidas não 83
pela moral, mas, sim, para a correção de suas inten- VI - A função pública deve ser tida como exer-
ções, ações, direitos, deveres e princípios. cício profissional e, portanto, se integra na vida
No Capítulo I, seção I, do Código de Ética Profissio- particular de cada servidor público. Assim, os fatos
nal do Servidor Público do IBGE, encontramos que: e atos verificados na conduta do dia a dia em sua
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a efi- bom conceito na vida funcional.
ciência e a consciência dos princípios morais VII - Salvo os casos de segurança nacional,
são primados maiores que devem nortear o investigações policiais ou interesse superior
servidor público do IBGE, seja no exercício do do Estado e da Administração Pública, a serem
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o preservados em processo previamente declara-
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus do sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de
atos, comportamentos e atitudes serão direciona- qualquer ato administrativo constitui requisito
dos para a preservação da honra e da tradição do de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum,
serviço público, como um todo, e, em especial, das
imputável a quem a negar. Entretanto, os dados
pesquisas estatísticas e geocientíficas oficiais, cujas
individuais de pessoas físicas ou jurídicas coletados
fontes de dados escolhidas devem contemplar a
pelo IBGE são estritamente confidenciais e exclusi-
qualidade, a oportunidade, os custos e o ônus para
vamente utilizados para fins estatísticos. Ademais,
os cidadãos.
leis, regulamentos e medidas que regem a operação
II - O servidor público não poderá jamais des-
dos sistemas estatístico e cartográfico no Instituto
prezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
devem ser de conhecimento público.
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal,
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O ser-
o justo e o injusto, o conveniente e o inconvenien-
vidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que con-
te, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente
trária aos interesses da própria pessoa interessada
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
Federal. Por se integrar à condição de servidor do
do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
IBGE, o elemento ético da conduta abrange, além
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
dos primados maiores, a adoção dos melhores
quanto mais a de uma Nação.
princípios, métodos e práticas, de acordo com con-
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tem-
siderações estritamente profissionais, incluídos os
po dedicados ao serviço público caracterizam o
princípios técnicos, científicos e a ética profissional.
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que
paga seus tributos direta ou indiretamente significa
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar
Importante! dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio
público, deteriorando-o, por descuido ou má von-
Não é suficiente que o servidor se paute somen-
tade, não constitui apenas uma ofensa ao equipa-
te pela observância das leis e regras, deven- mento e às instalações ou ao Estado, mas a todos
do jamais desprezar o elemento ético de sua os homens de boa vontade que dedicaram sua inte-
conduta. ligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços
para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa
III - A moralidade da Administração Públi- à espera de solução que compete ao setor em que
ca não se limita à distinção entre o bem e o exerça suas funções, permitindo a formação de lon-
mal, devendo ser acrescida da ideia de que o gas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
público, é que poderá consolidar a moralidade do principalmente grave dano moral aos usuários dos
ato administrativo. Para melhor exercício de sua serviços públicos.
função pública no IBGE, o servidor deve ter cons- XI - O servidor deve prestar toda a sua aten-
ciência da relevância das informações estatísticas ção às ordens legais de seus superiores, velan-
e geocientíficas, a fim de atender ao direito à infor- do atentamente por seu cumprimento, e, assim,
mação pública de modo imparcial e com igualdade evitando a conduta negligente. Os repetidos erros,
de acesso. É imprescindível que o servidor do IBGE o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às
zele pela qualidade dos processos de produção das vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mes-
informações oficiais, adotando critérios de boas mo imprudência no desempenho da função pública.
práticas tanto nas atividades finalísticas quanto XII - Toda ausência injustificada do servidor
nas atividades de apoio. de seu local de trabalho é fator de desmoraliza-
IV - A remuneração do servidor público é cus- ção do serviço público, o que quase sempre conduz
teada pelos tributos pagos direta ou indireta- à desordem nas relações humanas.
mente por todos, até por ele próprio, e por isso XIII - O servidor que trabalha em harmonia
se exige, como contrapartida, que a moralidade com a estrutura organizacional, respeitando
administrativa se integre no Direito, como elemen- seus colegas e cada concidadão, colabora e de
to indissociável de sua aplicação e de sua finalida- todos pode receber colaboração, pois sua ativi-
de, erigindo-se, como consequência, em fator de dade pública é a grande oportunidade para o cres-
legalidade. cimento e o engrandecimento da Nação. O caráter
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor colaborativo e participativo deve estar presente
público perante a comunidade deve ser enten- nas atividades estatísticas e cartográficas, privile-
dido como acréscimo ao seu próprio bem-es- giando-se, assim, um contato estreito e harmonioso
tar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, entre ambas as atividades – contato essencial para
o êxito desse trabalho pode ser considerado como melhorar a qualidade, comparabilidade e coerência
84 seu maior patrimônio. dos dados produzidos. Esse espírito colaborativo e
participativo deve estender-se à coordenação dos i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
sistemas estatísticos e cartográficos nacionais de quicos, de contratantes, interessados e outros que
responsabilidade do IBGE. Portanto, compete ao visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta-
Instituto propor, discutir e estabelecer, em conjun- gens indevidas em decorrência de ações imorais,
to com as demais instituições nacionais, diretrizes, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
planos e programas para a produção estatística
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
e cartográfica – processo que deve irradiar-se à
exigências específicas da defesa da vida e da
esfera internacional, especialmente na coopera-
ção bilateral e multilateral, a fim de melhorar as segurança coletiva;
informações estatísticas e geocientíficas oficiais l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certe-
em todos os países, por meio da utilização de con- za de que sua ausência provoca danos ao traba-
ceitos, classificações e métodos que promovam a lho ordenado, refletindo negativamente em todo o
coerência e a eficiência entre os diversos sistemas sistema;
estatísticos e cartográficos. m) comunicar imediatamente a seus superiores
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
Principais deveres do servidor do IBGE público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de
A seção II do Código de Ética Profissional do Ser- trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
vidor Público do IBGE dispõe os principais deveres sua organização e distribuição;
desses servidores.
o) participar dos movimentos e estudos que
Os “deveres funcionais” são as obrigações e res-
se relacionem com a melhoria do exercício de
ponsabilidades a que o trabalhador se encontra vin-
culado e que são estabelecidas pelos seguintes meios: suas funções, tendo por escopo a realização do
bem comum;
z N ormas legais e regulamentares: regras definidas p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas
por lei e dirigidas aos agentes dos vários ramos adequadas ao exercício da função;
profissionais, que devem ser cumpridas no exer- q) manter-se atualizado com as instruções, as
cício das suas atividades; obrigações gerais con- normas de serviço e a legislação pertinentes ao
sagradas na legislação vigente, que devem ser órgão onde exerce suas funções;
cumpridas por parte do agente público. r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
z Normas voluntárias: As normas livremente acor- viço e as instruções superiores, as tarefas de
dadas entre as partes interessadas (por exemplo, seu cargo ou função, tanto quanto possível, com
entre o empregador e o empregado, entre o man-
critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sem-
dante e o mandatário etc.).
pre em boa ordem;
Veremos, a seguir, os deveres fundamentais ao ser- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou ser-
vidor do IBGE: viços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerro-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do gativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abs-
cargo, função ou emprego público de que seja tendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
titular; interesses dos usuários do serviço público e dos
b) exercer suas atribuições com rapidez, per- jurisdicionados administrativos;
feição e rendimento, pondo fim ou procurando u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
prioritariamente resolver situações procrastinató- função, poder ou autoridade com finalidade estra-
rias, principalmente diante de filas ou de qualquer nha ao interesse público, mesmo que observando
outra espécie de atraso na prestação dos serviços
as formalidades legais e não cometendo qualquer
pelo setor em que exerça suas atribuições, com o
violação expressa à lei;
fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando v) apresentar, nas análises estatísticas e geo-
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem- gráficas, informações que estejam de acordo com
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor as normas científicas sobre fontes, métodos e pro-
e a mais vantajosa para o bem comum; cedimentos, bem como comentar as interpretações
d) jamais retardar qualquer prestação de con- errôneas e o uso indevido de informações estatísti-
tas, condição essencial da gestão dos bens, direitos cas e geocientíficas;
e serviços da coletividade a seu cargo; x) zelar pela qualidade dos processos de produ-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos ser- ção das informações estatísticas e geocientíficas
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
viços aperfeiçoando o processo de comunicação e oficiais, adotando critérios de boas práticas tanto
contato com o público;
nas atividades finalísticas quanto nas atividades de
f) ter consciência de que seu trabalho é regido
apoio;
por princípios éticos que se materializam na ade-
quada prestação dos serviços públicos; z) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações mulando o seu integral cumprimento.
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção Vedações ao servidor público do IBGE
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião,
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa Na seção III, o Código em estudo traz as vedações
forma, de causar-lhes dano moral;
impostas ao servidor público do IBGE. Vedar é o ato
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
temor de representar contra qualquer comprome- de proibir determinada ação ou comportamento.
timento indevido da estrutura em que se funda o Vejamos, a seguir, as condutas que são vedadas a esses
Poder Estatal; servidores: 85
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, éticos, não se pode confundi-las com a ética, enquanto
tempo, posição e influências, para obter qualquer filosofia. Diferentemente de como ocorre com as leis,
favorecimento, para si ou para outrem; nenhum indivíduo pode ser punido, pelo Estado ou por
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros outros indivíduos, pelo descumprimento de normas éti-
servidores ou de cidadãos que deles dependam; cas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, estas.
conivente com erro ou infração a este Código de Éti- Ética e moral são temas conexos, mas são diferen-
ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
tes. Isso, porque a moral se fundamenta na obediência
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
às normas, aos costumes ou aos mandamentos cultu-
o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
rais, hierárquicos ou religiosos e a ética busca funda-
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e cientí- mentar o modo de viver pelo pensamento humano. A
ficos ao seu alcance ou do seu conhecimento para ética não se resume à moral, que, geralmente, é enten-
atendimento do seu mister; dida como costume ou hábito, mas busca a fundamen-
f) permitir que perseguições, simpatias, anti- tação teórica nesta para encontrar o melhor modo de
patias, caprichos, paixões ou interesses de viver.
ordem pessoal interfiram no trato com o públi- Por sua vez, Comissão é um grupo de pessoas
co, com os jurisdicionados administrativos ou com designadas em caráter temporário, lideradas e super-
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; visionadas pelo investigador-encarregado e com qua-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou rece- lificações técnico-profissionais específicas à função.
ber qualquer tipo de ajuda financeira, gratifi- Cumprem tarefas técnicas de interesse exclusivo da
cação, prêmio, comissão, doação ou vantagem investigação, para fins de prevenção, e adequadas às
de qualquer espécie, para si, familiares ou características do fato ocorrido.
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua Vejamos, a seguir, as características da Comissão
missão ou para influenciar outro servidor para o de Ética do IBGE dispostas no Código em estudo:
mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos XVI - A Comissão de Ética do IBGE está encarrega-
que deva encaminhar para providências; da de orientar e aconselhar sobre a ética profissio-
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- nal dos servidores da Casa, no tratamento com as
site do atendimento em serviços públicos; pessoas e com o patrimônio público, competindo-
j) desviar servidor público para atendimento a inte- -lhe conhecer concretamente de imputação ou de
resse particular; procedimento susceptível de censura.
l) retirar da Instituição, sem estar legalmente XVII - À Comissão de Ética do IBGE incumbe forne-
autorizado, qualquer documento, livro ou bem cer, quando necessário e a quem de direito, os regis-
pertencente ao patrimônio público; tros sobre a conduta ética dos servidores da Casa,
m) fazer uso de informações privilegiadas obti- para o efeito de instruir e fundamentar promoções
das no âmbito interno de seu serviço, em benefício e para todos os demais procedimentos próprios da
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; carreira de servidor público no âmbito do IBGE.
n) apresentar-se embriagado no serviço ou XVIII - A pena aplicável ao servidor público pela
fora dele habitualmente; Comissão de Ética do IBGE é a de censura e sua
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que fundamentação constará do respectivo parecer,
atente contra a moral, a honestidade ou a dignida- assinado por todos os seus integrantes, com ciência
de da pessoa humana; do faltoso.
p) exercer atividade profissional aética ou XIX - Para fins de apuração do comprometimento
ligar o seu nome a empreendimentos de cunho ético, entende-se por servidor público todo aquele
duvidoso. que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato
q) disponibilizar informações de caráter sigiloso jurídico, preste serviços de natureza permanente,
e confidencial sobre pessoas físicas ou jurídicas, temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
bem como antecipar resultados de pesquisas à sua ção financeira, desde que ligado direta ou indire-
divulgação oficial, exceto quando autorizado. tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
Comissão de Ética do IBGE paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre-
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia consagra- valeça o interesse do Estado.
do aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do
grego e significa modo de ser.
Na prática, pode-se depreender um pouco melhor
esse conceito, examinando certas condutas do nos-
so dia a dia. Um exemplo é quando nos referimos ao LEI Nº 8.112/1990 E SUAS
comportamento de alguns profissionais. Para esses ALTERAÇÕES
casos, é bastante comum ouvir expressões, como “éti-
ca médica”, “ética jornalística”, “ética empresarial” e ESPÉCIES E DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
“ética pública”. APLICÁVEIS
A ética abrange uma ampla área, sendo capaz de
ser aplicada ao âmbito profissional. Existem vários Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
códigos de ética profissionais, os quais indicam como são agentes públicos as pessoas que exercem uma
um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua função pública, ainda que em caráter temporário ou
profissão. sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
A ética e a cidadania são dois dos conceitos que com- e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
põem a base de uma sociedade próspera. Vale frisar que, dentro da organização da Administração Pública,
86 apesar das leis serem criadas com base em princípios exercem determinada função pública.
Assim, podemos dizer que agente público é gênero, tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
o qual comporta diversas espécies, como os agentes gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer
políticos, os agentes militares, os servidores públi- apenas mediante sentença condenatória transitada
cos estatutários, os empregados públicos, os agentes em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura,
honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do
cada um deles com maiores detalhes. Ministério Público.
Além da estabilidade, é também assegurado aos
Agentes políticos servidores estatutários alguns direitos trabalhistas,
vejamos aqui os mais importantes:
Os agentes políticos possuem como característica
principal o fato de exercerem uma função pública de Art. 39. [...]
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante § 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remune-
eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o ração de trabalho noturno superior ao diurno, c)
condão de extinguir a relação destes com o Estado de repouso semanal remunerado, d) férias remunera-
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per- das, e) licença à gestante etc.
cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta-
do não é profissional, mas estatutária ou institucional. Empregado Público
São agentes políticos os parlamentares, o Presidente da
República, os prefeitos, os governadores, bem como seus De modo diferente da contratação dos servidores, os
respectivos vices, ministros de Estado e secretários. empregados públicos são contratados mediante regime
celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na
Agentes Militares Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
uma vinculação contratual. A contratação de emprega-
Os agentes militares constituem uma categoria a dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de
parte dos demais agentes políticos, uma vez que as direito privado integrantes da Administração Indireta
instituições militares possuem fortes bases funda- (empresas públicas, sociedades de economia mista, con-
mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam-
também apresentarem vinculação estatutária, seu bém depende da sua aprovação em concurso público.
regime jurídico é disciplinado por legislação especial, O regime dos empregados públicos é menos prote-
e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen- tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de
tes militares os membros das Polícias Militares e dos que os empregados públicos não gozam da estabilida-
Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito de que os servidores possuem. Ao serem empossados,
Federal e Territórios, bem como os demais militares os empregados passam por um período de experiên-
ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
características que merecem destaque são: a proibi- empregados públicos podem ser dispensados.
ção de sindicalização dos militares, a proibição do A diferença dos empregados públicos para com
direito de greve, e a proibição à filiação partidária. os demais consiste no fato de que a sua demissão
será sempre motivada, após regular processo admi-
Servidores Públicos nistrativo, mediante contraditório e a ampla defesa.
Importante lembrar que, para a Administração Públi-
De modo geral, podemos dizer que a Constituição ca, a motivação de seus atos, bem como o tratamento
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para impessoal e a finalidade pública, são princípios nor-
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos teadores de sua atuação. Uma demissão imotivada de
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos. um empregado público seria absolutamente inadmis-
Os servidores públicos são contratados pelo regi- sível nessas condições.
me estatutário, enquanto os empregados públicos são
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: A
melha às regras contidas na CLT. LEI N° 8.112/1990
Atente-se a esse conceito: Servidor público é o
agente contratado pela Administração Pública, direta O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio- visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu- Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
reza estatutária e não-contratual. Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como dações, agências reguladoras e associações, todas em
Estatuto do Servidor Público. âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado cos, convém salientar as principais características a
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o respeito do regime dos servidores públicos:
fim do período de estágio probatório. Tal alcance per-
mite que o servidor não seja desligado de suas funções, Dos Cargos Públicos: conceito, investidura na função
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença pública, provimento, vacância
judicial transitada em julgado, processo administrativo
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica Para todos os efeitos legais, o servidor público está
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988). intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
são vitalícios, que se apresentam de forma mais van- público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um previstas na estrutura organizacional que devem ser 87
cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis mental, verificada em inspeção médica. Assim, por
a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi- exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden-
nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, te e acaba perdendo algum membro essencial para
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. dirigir poderá ser readaptado para executar uma
A criação, transformação, e extinção de cargos, função similar, mas não idêntica à anterior. Na
empregos ou funções públicas depende sempre de uma hipótese do servidor readaptando se mostrar com-
lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo pletamente inválido para exercer qualquer cargo,
um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar ele será compulsoriamente aposentado.
mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo. z Reversão: outra forma de provimento derivado,
Para ocupar um cargo público, é necessário haver em que temos o retorno à atividade de um servi-
o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim-
administrativo constitutivo e hábil para a investidu- ples interesse da Administração, desde que
ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
requisitos para a investidura em cargo público, dis- a) tenha solicitado a reversão;
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990: b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
São requisitos básicos para investidura em cargo c) estável quando na atividade;
público: d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
I - a nacionalidade brasileira; e) haja cargo vago (art. 25 do Estatuto dos Servido-
II - o gozo dos direitos políticos; res Públicos).
III - a quitação com as obrigações militares e
eleitorais; A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício cargo resultante de sua transformação. Em termos de
do cargo; remuneração, o servidor que retornar à atividade por
V - a idade mínima de dezoito anos; interesse da Administração perceberá a remuneração
VI - aptidão física e mental. do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo-
sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem).
Há diversas formas de provimento dos cargos
públicos, podendo ser classificados em dois grupos: z Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
to derivado consistente no retorno de servidor em
z Quanto à durabilidade: o provimento pode ser de disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório para
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com
caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e até
os do anteriormente ocupados (art. 30 da Lei n°
mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em comis-
8.112/1990). Será tornado sem efeito o aproveita-
são, quando o referido cargo não goza de estabilida-
mento e cassada a disponibilidade se o servidor não
de, podendo o servidor ser destituído ad nutum, isso entrar em exercício no prazo legal, salvo comprova-
é, de forma unilateral, sem a anuência do servidor. da doença por junta médica oficial (art. 32, idem).
z Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi- z Reintegração: é a forma de provimento derivado
mento originário, que não depende de vinculação que ocorre pela reinvestidura do servidor estável no
jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri- cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultan-
vado, se o referido servidor já possuía algum víncu- te de sua transformação, na hipótese de sua demissão
lo com o Estado (promoção, remoção, readaptação). ser invalidada por decisão judicial ou administrati-
va, tendo direito também ao ressarcimento de todas
O art. 8° da Lei n° 8.112/1990 dispõe sobre as for- as vantagens (art. 28, caput, Lei n° 8.112/1990).
mas de provimento em cargos públicos:
Supondo que, em uma situação anterior, o servi-
z Nomeação: trata-se da única forma de provimen- dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse
to originário, uma vez que não exige uma relação motivo injusto pode advir de qualquer evento, como
jurídica prévia do servidor para com o Estado. A ter sido erroneamente acusado de ter praticado
nomeação depende sempre de prévia habilitação uma transgressão (falaremos das transgressões em
em concurso público de provas, ou de provas e títu- momento posterior). Carlos, então, resolveu ingressar
los. Além disso, a nomeação poderá ser promovi- em juízo e conseguiu comprovar que a sua demissão
da não somente em caráter efetivo, como também foi injusta. Assim, a decisão judicial (pode ser a admi-
para os cargos de confiança ou em comissão (inci- nistrativa também) determinou a invalidação de sua
sos I e II, do art. 9° e 10, da Lei n° 8.112/1990) demissão. Com isso, ele pode ser reintegrado e voltar
a trabalhar para a sua repartição pública.
z Promoção: é uma forma de provimento derivado,
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
haja vista que ela beneficia somente os servidores
pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
que já ingressaram em cargos públicos em caráter
à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o da, posto em disponibilidade (art. 28, § 2°, idem).
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante Como estamos buscando salientar, a Administra-
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as ção não pode ficar criando cargos públicos a esmo, ele
diretrizes do sistema de carreira na Administração tem um número certo de cargos e de servidores públi-
Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, pará- cos ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence
grafo único, da Lei n° 8.112/1990). originalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, duran-
z Readaptação: é, também, uma forma de provimen- te o período que esteve fora o servidor, Márcio estava
to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição ocupando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido
ao servidor para um cargo com funções e respon- para o seu cargo de origem, ou se isso não for possível
sabilidades distintas e compatíveis com a limita- (porque esse cargo foi extinto durante esse período),
88 ção que tenha sofrido em sua capacidade física ou ele pode ser aproveitado em outro cargo similar.
Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos- nos casos de afastamentos, impedimentos legais ou
to em disponibilidade. regulamentares do titular, bem como na hipótese de
vacância do cargo.
z Recondução: por fim, a recondução é a forma Um direito muito importante do servidor substitu-
de provimento derivado consistente no retorno to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava
do servidor público estável ao cargo anteriormen- antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição,
te ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria
probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela injusto o substituto ganhar menos do que recebia
reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
antes da substituição.
Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
da extinção do cargo durante o período de estágio
Acumulação de cargo, emprego, e função pública
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser-
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
vidor será exonerado.
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi-
co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car-
É o caso do servidor Márcio, já mencionado duran-
gos e empregos públicos. Tal proibição se estende,
te a reintegração do servidor Carlos. A recondução
inclusive, para as entidades da Administração Indi-
tem prioridade em relação a pôr o servidor em dis-
reta. O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe
ponibilidade. Pôr o servidor em disponibilidade é
considerada uma última medida, pois o correto é a no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na
Administração fazer com que todos os servidores que Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
contratou trabalhem para ela, ela deve evitar de ter cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor
um quadro cheio de servidores que recebem remu- sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
neração e outros benefícios, mas que ficam “parados” que também possa ser aplicado aos agentes públicos
porque não possuem um cargo para ocupar. dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep-
a extinção do cargo público: cionais em que é permitida a acumulação dessas fun-
ções. Há entendimento praticamente unânime de que
Art. 33. São formas de vacância dos cargos se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
públicos: aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
I – exoneração; Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons-
II - demissão; titucionalmente autorizadas são:
III - promoção;
IV (REVOGADO); z Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
V (REVOGADO); z Um cargo de professor com outro técnico ou cien-
VI - readaptação; tífico (art. 37, XVI, b);
VII - aposentadoria;
z Dois cargos ou empregos privativos de profissio-
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c);
IX - falecimento.
z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
ou função pública (art. 38, III);
Observe que algumas das hipóteses de vacância são
z Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre
95, par. único, I);
porque, como mencionamos, o provimento derivado
z Um cargo de membro do Ministério Público e outro
dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
de magistério (art. 128, § 5°, II, d).
anterior entre o servidor e a Administração Pública.
Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder
Público necessita extinguir um cargo público (uma Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e
relação jurídica anterior) para criar um cargo novo. autorizações dos servidores públicos
Dessas hipóteses, a que merece maiores esclareci-
mentos é a exoneração. Nas linhas do art. 35, a exo- Prerrogativa é qualquer situação de vantagem
neração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.
ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será rea- No caso dos agentes públicos, existem algumas prer-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
lizada quando não satisfeitas as condições do estágio rogativas que são comuns para todo e qualquer car-
probatório; ou ainda quando, tendo tomado posse, o go público, e existem algumas prerrogativas que são
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos.
A substituição encontra-se disposta no artigo 38 Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os ser- aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
vidores investidos em cargo ou função de direção ou natureza política.
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial No momento, é importante focar nas prerrogativas
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no que se aplicam para todos os servidores públicos, que
caso de omissão, previamente designados pelo dirigen- ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
te máximo do órgão ou entidade. prerrogativa diz respeito à estabilidade.
A substituição é, assim, uma troca de um servidor A estabilidade é a condição que o servidor público
por outro, aplicável somente para os cargos de comis- atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-
são ou função de direção e chefia, bem como cargos pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor
de Natureza Especial. O servidor substituto indica- público não pode ser demitido por razões de conve-
do assume, automaticamente, o exercício do cargo, niência ou oportunidade pela Administração. Ela não 89
pode demitir o servidor estável “porque não quer Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um
mais” trabalhar com ele. aspecto relativo ao Regime de Previdência, é também
Segundo o art. 21 do Estatuto dos Servidores Públicos considerada como uma forma de exoneração a apo-
Civis da União, uma vez que o servidor seja habilitado sentadoria compulsória, isso é, a concessão do referido
em concurso público e empossado em cargo de provimen- benefício previdenciário quando o servidor estável ou
to efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao vitalício completar 75 (setenta e cinco) anos de idade.
completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. A diferença é que, no caso da aposentadoria compul-
Interessante observar que a Constituição Federal sória, o servidor para de trabalhar, mas continua rece-
de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
de em seu art. 41. Todavia, os requisitos são distintos: bendo uma “remuneração”, chamada de provento.
para o Texto Constitucional, o servidor público só A Lei n° 8.112/1990, em seus arts 40 e 41, elenca
adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de diversos direitos e gratificações aos servidores
efetivo exercício. públicos, os quais são de grande importância conhe-
Isso não significa que, uma vez o servidor estando cer. Vejamos os principais direitos:
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá z Vencimentos: vencimentos está para o servidor
“carta branca” para agir como bem entender. Por isso assim como o salário está para o empregado. Con-
o conteúdo do art. 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor siste na retribuição pecuniária pelo exercício do
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi- cargo público, cujo valor é previamente fixado
cial transitada em julgado ou de processo administrati- em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em
vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
regra, irredutíveis.
O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen-
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi-
to do cargo, somado a todas as outras vantagens
dor estável. São elas:
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor
z Por sentença judicial transitada em julgado: é pago ao servidor público, independentemente de
a forma mais demorada para se demitir um servi- sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis- te (art. 39, § 3°, da CF/1988).
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da
sentença somente ocorre quando esgotados todos O art. 39 da Constituição Federal apresenta algu-
os recursos cabíveis. mas regras gerais sobre o regime dos servidores públi-
z Mediante processo administrativo em que lhe cos. Dentre as regras constitucionais, o §1° do referido
seja assegurada ampla defesa. As regras referentes dispositivo prevê que a fixação dos padrões de ven-
ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) cimento e dos demais componentes do sistema
serão vistas mais adiante. remuneratório observará três aspectos: a natureza,
z Mediante procedimento de avaliação periódica o grau de responsabilidade e a complexidade dos car-
de desempenho, na forma de lei complementar, gos componentes de cada carreira; os requisitos para
assegurada ampla defesa: quem não for aprovado a investidura; e também as peculiaridades dos cargos.
na avaliação periódica de desempenho, pode ser
exonerado de seu cargo público, independentemen-
z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-
te de ter completado o período de efetivo exercício.
cial de remuneração, feita em uma única parcela.
z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses
O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da
1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41. Toda-
via, essa última hipótese encontra-se disposta no CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir
artigo 169, § 3°, II da CF/1988. Sob o aspecto orça- os “supersalários” comumente existentes no regi-
mentário e financeiro, não pode a Administração me de servidores públicos brasileiros. Importante
Pública realizar gastos superiores àqueles previs- ressaltar que recebem por subsídios somente os
tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis-
necessidade, é possível, sim, que um servidor está- trados, ministros de Estado, secretários estaduais,
vel seja exonerado de seu cargo, apenas por moti- membros do Ministério Público e da Advocacia
vos de “balancear” as contas públicas. Pública, entre outros.
z Indenizações: as indenizações são valores pagos
Outra prerrogativa que merece maior destaque é aos servidores, mas que não integram seus ven-
a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de
a estabilidade, mas não pode ser confundida com a recebimento de indenizações:
mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer z Ajuda de custo por mudança, devida como forma
servidor: ela é somente concedida para alguns cargos de compensar as despesas de instalação de servi-
públicos especiais. dor que tiver exercício em nova sede, ocorrendo
São considerados cargos vitalícios, segundo a pró-
mudança de seu domicílio;
pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura
z Ajuda de custo por falecimento: devido à família
(art. 95, inciso I), os membros do Ministério Público
(art. 128, § 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do servidor que vier a falecer na nova sede, sendo
do Tribunal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°). devido para custear o transporte para a localidade
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que de origem;
a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um desses z Diárias por deslocamento: devida ao servidor
cargos vitalícios, ela somente pode ser exonerada median- que se afastar, por motivos de serviço, da sede em
te sentença judicial transitada em julgado. Essa é a única caráter transitório, para outro local dentro ou fora
hipótese de exoneração, motivo pelo qual ela garante do país, receberá tal indenização como forma de
90 uma prerrogativa maior do que apenas a estabilidade. ajuda no custeio do processo de mudança;
z Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento das Para compreender melhor a diferença entre licen-
despesas comprovadamente realizadas pelo servi- ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.
dor com aluguel de moradia ou com hospedagem
realizado por algum hotel, dependendo do preen- LICENÇA AFASTAMENTO
chimento de alguns requisitos, como não ter um
imóvel funcional disponível para uso, seu cônju- Finalidade é de interes- Finalidade é de interesse
ge não ser ocupante de imóvel funcional, ou que se exclusivo do agente do agente e da Adminis-
público. tração Pública.
nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
receba a mesma indenização etc. Ex: doença do cônjuge/ Ex: realização de espe-
z Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art. membro da família; para cialização; realização de
61 do Estatuto dos Servidores Públicos também exercer atividade política; missão no exterior; para
prevê o pagamento das seguintes gratificações: I para tratar de interesses servir a outro órgão/
- retribuição pelo exercício de função de direção, particulares. entidade.
chefia e assessoramento; II - gratificação natalina;
IV - adicional pelo exercício de atividades insa- Possui prazos mais cur- Possui prazos mais lon-
tos (dias, semanas). gos (meses, anos).
lubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela
prestação de serviço extraordinário; VI - adicional
noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, rela- Uma questão que costuma cair com bastante fre-
tivos ao local ou à natureza do trabalho; IX - gratifi- quência nas provas de concurso público é sobre a
cação por encargo de curso ou concurso. remuneração de servidor afastado para exercício de
mandato eletivo (art. 94, Lei n° 8.112/1990). A regra
O servidor, em relação às férias, fará jus a trin- geral é que, para exercer um mandato eletivo, o ser-
ta dias de licença para cada 12 meses de serviço, que vidor deve se afastar do cargo e deixar de receber a
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- remuneração do mesmo. Porém, tratando-se de exercí-
dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei n° cio de mandato de Prefeito, o servidor afastar pode-
8.112/1990). Poderão ser parceladas em até três perío- rá optar, dentre as duas remunerações, por aquela
dos, desde que assim requeridas pelo servidor, e no que lhe for mais vantajosa (valores maiores, mais
interesse da administração pública, na forma do § 3° benefícios etc.). Outro aspecto importante: no caso de
do mesmo dispositivo legal. mandato de Vereador, o servidor poderá exercer os
As licenças são uma espécie de afastamento com dois cargos e receber ambas as remunerações, des-
algumas características próprias. Estão dispostas nos de que comprovada a compatibilidade de horários
arts. 81 e seguintes da Lei dos Servidores Públicos (atua como Vereador de dia e como agente público de
noite, e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos
Federais. Conceder-se-á licença ao servidor:
dois cargos, o Vereador pode optar pela remuneração
mais vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque,
I - por motivo de doença em pessoa da família;
muitas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereado-
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou
companheiro;
res de pequenos Municípios costuma ser menor do que
III - para o serviço militar; a remuneração do cargo público anterior, e ele pode
IV - para atividade política; facilmente se locomover de um ambiente de trabalho
V - para capacitação; para outro nesse Municípios de porte menor.
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista. Do Regime Previdenciário (RPPS)
Apesar de haver previsão para concessão de licen- Servidor público não é empregado. Por isso, não se
ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipóte- aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido
se acabou sendo revogada pela Lei n° 9.527/1997. As também como RGPS. Os servidores possui um regime
licenças, como se depreende, são hipóteses de desli- próprio denominado Regime Próprio de Previdência
dos Servidores (ou RPPS).
gamento temporário do servidor com o seu respectivo
Esse regime tem suas políticas elaboradas e execu-
cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno.
tadas pela Secretaria de Previdência do Ministério da
As licenças poderão ser concedidas com ou sem remu-
Fazenda. Neste Regime, é compulsório para o servidor
neração, a depender de cada situação.
público do ente federativo que o tenha instituído, com
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
I – para servir a outro órgão ou entidade; I - garantir meios de subsistência nos eventos de
II – para exercício de mandato eletivo; doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina-
III – para estudos ou missões no exterior; tividade, falecimento e reclusão;
IV – para participação em programa de pós-gra- II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
duação stricto sensu dentro do País. III - assistência à saúde. 91
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
garantido os seguintes benefícios previdenciários: Importante!
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucio-
z Aposentadoria: possui previsão tanto na Consti- nal n° 103/2019, as regras para a aposentadoria
tuição Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regi- voluntária dos agentes públicos sofreram algu-
me Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS) mas alterações. As chances de uma questão
também sofreu alterações na chamada “reforma
sobre essas novas regras caírem em uma prova
da previdência”, promulgada pela Emenda Cons-
no momento são pequenas, mas é importante
titucional n° 103/2019. Com isso, temos dois textos
se prevenir. Existem também regras de transição
normativos que, até o presente momento, dispõem
sobre a aposentadoria. mais específicas, as quais devem ser conhecidas
pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso,
À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor uma leitura da emenda constitucional 103/2019,
será aposentado: na íntegra, é altamente recomendada.
-se de uma matéria que exige grande capacidade de penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma
memorização, ainda que não necessite de um alonga- vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto
mento muito detalhado. pela condenação do servidor condenado, como pela
sua absolvição pela falta de provas materiais ou pela
Art. 117 Ao servidor é proibido: negação de sua autoria, sendo essas últimas hipóteses
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem apenas exceções.
prévia autorização do chefe imediato; A responsabilidade administrativa, por outro
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade lado, consiste na instauração de processo disciplinar
competente, qualquer documento ou objeto da (art. 116 e seguintes, Lei n° 8.112/1990), pelo qual have-
repartição; rá a verificação da conduta delituosa do agente, bem
III - recusar fé a documentos públicos; como a aplicação da pena mais adequada. Imprescin-
IV - opor resistência injustificada ao andamento de dível reforçar que a aplicação de qualquer pena ao
documento e processo ou execução de serviço; servidor público pressupõe um processo administra-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço tivo, sendo assegurado ao acusado direito ao contra-
no recinto da repartição; ditório e à ampla defesa, sendo obrigatória, inclusive, 93
a presença do advogado em todas as fases do referido Do Processo Administrativo Disciplinar: conceito,
processo (Súmula n° 343 do STJ). Todavia, tal entendi- princípios, fases e modalidades
mento vem sofrendo alterações, pois o STF já reconhe-
ceu em Súmula Vinculante n° 5 entendimento de que O processo administrativo é o instrumento desti-
a falta de defesa técnica no processo administrativo nado a apurar as responsabilidades do servidor por
disciplinar não é inconstitucional. infração praticada no exercício de suas atribuições ou
Em relação às penalidades administrativas apli- relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor-
cáveis aos servidores públicos, a Lei n° 8.112/1990 rer em procedimento ordinário ou em sindicância.
(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções: A sindicância é definida como uma averiguação
sumária promovida no intuito de obter informações
z Advertência: é a sanção mais branda, aplicável ou esclarecimentos necessários à determinação do
por escrito para o servidor que cometer atos como: verdadeiro significado dos fatos denunciados. Compa-
ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar rando com o processo penal, pode-se afirmar que a
fé a documento público; retirar qualquer docu- sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois
mento da repartição sem a devida autorização; o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão:
manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,
parente até o segundo grau; entre outros. e se é necessário instaurar o processo posteriormente.
z Suspensão: aplicável somente quando o servidor Segundo o art. 145, da sindicância poderá resultar:
é reincidente nas faltas puníveis por advertên- I - arquivamento do processo; II - aplicação de pena-
cia, desde que não tipifiquem infrações sujeitas a lidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta)
demissão do cargo. A suspensão não poderá ser dias;III - instauração de processo disciplinar.
aplicada por prazo maior a noventa dias. Como forma de impedir que o servidor venha
z Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri- interferir de forma negativa durante a investigação
buída ao servidor público, uma vez que tem o con- da apuração de sua conduta, estabelece o art. 147 o
dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será afastamento preventivo do mesmo: Como medida
aplicada nos casos em que o servidor: cometer cautelar e a fim de que o servidor público não venha
crime contra a administração pública; abandonar a influir na apuração da irregularidade ao mesmo
seu cargo; improbidade administrativa; praticar atribuída, a autoridade instauradora do processo
conduta escandalosa na repartição; ofender fisica- administrativo-disciplinar, verificando a existência de
mente, em serviço, outro servidor; revelar segre- veementes indícios de responsabilidades, poderá orde-
do o qual obteve devido a sua função; corrupção; nar o seu afastamento do exercício do cargo.
receber propina, comissão, ou outra vantagem de Uma vez encerrada a sindicância e, constatado
qualquer espécie em razão de suas atribuições; uma conduta irregular, temos o início do processo
etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infra- administrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segun-
tor retorne ao serviço público federal, por isso tra- do o art. 148, o processo administrativo ordinário é
tar-se de uma das penalidades mais gravosas. o instrumento destinado a apurar responsabilidade do
z Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi- servidor público pela infração praticada no exercício de
lidade: o servidor inativo que houver praticado suas atribuições ou que tenha relação com as atribui-
falta punível com a demissão, terá a sua aposenta- ções do cargo em que se encontre investido.
doria, ou sua disponibilidade cassada. Segundo o art. 149, o processo será conduzido por
z Destituição de Cargo em Comissão ou Função Comissão composta de três servidores estáveis desig-
Comissionada: caso o servidor ocupante de car- nados pela autoridade competente, observado o dis-
go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da posto no § 3° do art. 143, que indicará, dentre eles,
pena de suspensão e demissão, poderá perder o o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
seu cargo de confiança ou função comissionada. efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Por fim, é importante ressaltar que ao servidor é Não temos a figura de um Juiz de Direito no proces-
conferido direito de petição, na forma do artigo 104 e so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”.
seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela
interesses próprios em face do Poder Público. O reque- fica encarregada de realizar um relatório contendo
rimento será dirigido à autoridade competente para todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente
decidi-lo e na sequência encaminhado por intermé- investigados.
dio daquela a qual o servidor estiver imediatamente Ao todo, são três as fases do processo adminis-
subordinado. Deve ser respeitado o princípio do con- trativo disciplinar (art. 151):
traditório e da ampla defesa, dando espaço para que
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
tanto o servidor público como o Estado possam impug-
tituir a comissão;
nar todos os pontos do requerimento, apresentar sua
II - inquérito administrativo, que compreende ins-
defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei trução, defesa e relatório;
n° 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem. III - julgamento.
O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos, Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promo-
quanto aos atos de demissão e de cassação de apo- verá a tomada de depoimentos, acareações, investi-
sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes- gações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
se patrimonial e créditos resultantes das relações de de prova, recorrendo, quando necessário, a técni-
trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais cos e peritos, de modo a permitir a completa eluci-
94 casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. dação dos fatos.
O inquérito administrativo é a fase em que temos a A fase do julgamento tem início com o recebimento
apuração da responsabilidade disciplinar do servidor do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de 20
público. Ela compreende a fase instrutória (colheita dias (art. 167) para decidir se acata o relatório ou não.
de provas), a citação e apresentação da defesa do ser- O art. 168, caput e Parágrafo Único, dispõe, de
vidor que está sendo acusado, além da produção de modo geral, que a autoridade julgadora não está
um documento chamado relatório. subordinada ao que foi dito no relatório da Comissão.
Importante o conteúdo do art. 156, ao dispor que O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
quando contrário às provas dos autos. Quando o rela-
Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de tório da comissão contrariar as provas dos autos, a
acompanhar o processo pessoalmente ou por inter- autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar
médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu- a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servi-
nhas, produzir provas e contraprovas e formular dor de responsabilidade.
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Art. 172 O servidor que responder a processo
Esse art. 156 trata de um conteúdo muito impor- disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
tante, por ser a respeito do direito de defesa do servi- aposentado voluntariamente, após a conclusão
dor público. Não é porque não estamos num processo do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
judicial (com a figura de um membro do Poder Judi- so aplicada. Ocorrida a exoneração de que trata o
ciário) que não devem ser aplicados os princípios parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será con-
mais básicos e fundamentais do mesmo. É cabível no vertido em demissão, se for o caso.
processo administrativo o respeito ao contraditório e
ampla defesa, a disparidade de armas, o direito de ter A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão
ciência e conhecimento do processo, o direito de ser do procedimento administrativo de que resultou sanção
representado por autoridade competente etc. disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias
A seguir temos alguns meios de prova que são que possam justificar a inocência do requerente, men-
admitidos no processo administrativo. São muito cionados ou não no procedimento original (art. 174).
parecidos, praticamente os mesmos meios de prova A revisão é uma de defesa utilizada pelo acusado
admitidos em processo judicial. ou seu representante, para que a autoridade possa
As testemunhas estão dispostas no art. 157, e serão realizar um novo julgamento do PAD, porque apare-
intimadas a depor mediante mandado expedido pelo ceu um fato ou circunstância nova que comprovem a
presidente da comissão, devendo a segunda via, com inocência do requerente.
o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Quem A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri-
chama as testemunhas para colher seus respectivos da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen-
depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos os to do servidor público, por qualquer pessoa da família;
meios de prova, é a Comissão e não a autoridade jul- ou ainda em caso de incapacidade mental do servidor
gadora. Esta somente vai atuar no PAD quando todo o público, pelo respectivo curador (art. 174, §§ 1° e 2°).
trabalho da Comissão tiver encerrado. No processo revisional, o ônus da prova recai sem-
Se a testemunha for servidor público, a expedição pre ao requerente, correndo em apenso ao processo
do mandado tem que ser imediatamente comunicada original (arts. 175 e 178).
ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para
dia e hora marcados para inquirição. (art. 157, parágra- a conclusão dos trabalhos de revisão. O prazo para
fo único). O servidor não pode se ausentar de seu servi- julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do rece-
ço sem apresentar uma justificativa válida para tanto. bimento do processo, no curso do qual a autoridade
Concluída a inquirição das testemunhas, a comis- julgadora poderá determinar diligências (art. 181,
são promoverá o interrogatório do acusado, obser- parágrafo único).
vados os procedimentos previstos nos arts. 157 e Lembrando que, se da revisão do processo resultar
158. No caso de mais de um acusado, cada um deles a inocência do servidor, ele tem direito de ser reinte-
será ouvido separadamente e, sempre que divergirem grado ao cargo que antigamente ocupava.
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, A revisão do processo não admite a reformatio in
será promovida a acareação entre eles. pejus, o que significa que não poderá resultar agravamen-
A citação do indiciado está disposta no artigo 161. to da penalidade já aplicada (art. 182, parágrafo único).
Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
7. (INSTITUTO AOCP – 2019) O regime disciplinar dos ( ) é o reingresso do servidor aposentado no serviço
servidores públicos federais está prescrito na Lei público, quando insubsistentes os motivos determi-
Federal n° 8.112/1990. Sobre esse tema, assinale a nantes de sua aposentadoria por invalidez.
alternativa correta. ( ) é forma original de provimento de cargo público e
sendo este cargo de carreira depende de prévia habi-
a) É dever do servidor cumprir as ordens superiores, litação e aprovação em concurso público.
mesmo quando manifestamente ilegais. ( ) é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
b) O servidor responde civil, penal e administrativamen- responsabilidades compatíveis com suas limitações
te pelo exercício irregular de suas atribuições, mas físicas ou mentais, conforme verificado por autorida-
a responsabilidade civil decorre tão somente de ato de médica.
culposo. ( ) é a investidura do servidor em cargo por este ante-
c) A pena de demissão será aplicada nos casos de cor- riormente ocupado ou no resultante de sua transfor-
rupção, inassiduidade habitual e recusa de fé a docu- mação, quando invalidada sua demissão.
mentos públicos.
d) Ao servidor é proibido coagir ou aliciar subordinados Assinale a opção que apresenta a relação correta,
no sentido de filiarem-se a associação profissional ou segundo a ordem apresentada.
sindical, ou a partido político.
a) 3, 2, 1 e 4.
A letra A está errada, pois o dever que o servidor b) 2, 3, 4 e 1.
tem que cumprir ordens não pode ser usado como c) 4, 2, 1 e 3.
justificativa para ele cumprir ordens manifestamen- d) 1, 2, 4 e 3.
te ilegais, mesmo que seja uma ordem ilegal de seu e) 4, 1, 3 e 2.
superior (art. 116, IV, Lei n° 8.112/1990). A letra B
está errada, a responsabilidade civil decorre de A primeira frase dispõe sobre a reversão, uma forma
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que de provimento derivado em que temos um servidor
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros (art. aposentado que retorna ao serviço público. A segun-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
122, idem). A letra C está errada, pois a recusa de fé da frase dispõe sobre a nomeação, é a forma de pro-
a documentos públicos é uma infração de natureza vimento de cargos públicos mais comum, e também
leve, e a pena de demissão somente é aplicável para a única forma de provimento originário (que não
infrações mais graves, como os casos de corrupção depende de uma relação jurídica anterior entre a pes-
e inassiduidade habitual. Resposta: Letra D. soa e o Estado). A terceira frase dispõe sobre a rea-
daptação, uma forma de provimento em que temos
8. (INSTITUTO AOCP – 2019) Sobre a seguridade social um servidor público que sofreu limitações da sua
do servidor público federal, assinale a alternativa capacidade laboral, e passa a exercer um cargo mais
correta. compatível com suas limitações físicas e/ou mentais.
A quarta frase descreve a reintegração, uma hipó-
a) O servidor será aposentado voluntariamente aos 35 tese em que temos um servidor que foi demitido de
(trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 32 forma injusta, tendo essa demissão sido invalidada
(trinta e dois) anos, se mulher, com proventos integrais. por decisão administrativa ou judicial, tendo direito
b) Ao servidor aposentado não será paga a gratificação também ao ressarcimento de todas as vantagens. A
natalina devida ao servidor ativo. ordem, assim, é: 4, 1, 3, 2. Resposta: Letra E. 97
10. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Julgue o item, relativo à d) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
corregedoria e ao direito disciplinar. cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
Situação hipotética: Um servidor público cometeu disciplina.
transgressão disciplinar e foi advertido disciplinar- e) O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu-
mente. No mês seguinte, cometeu nova transgressão ra organizacional, respeitando seus colegas e cada
disciplinar, sujeita à pena de advertência. Assertiva: concidadão, colabora e de todos pode receber cola-
Nessa situação, a nova conduta poderá ter a sanção boração, pois sua atividade pública é a grande opor-
disciplinar agravada para suspensão. tunidade para o crescimento e o engrandecimento da
Nação.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
O enunciado da questão trata da sanção disciplinar Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
denominada sanção. Segundo o texto do artigo 130 são deveres fundamentais do servidor do IBGE entre
da Lei n° 8.112/1990, A suspensão será aplicada em outros, EXCETO:
caso de reincidência das faltas punidas com adver-
tência e de violação das demais proibições que não a) desempenhar, na medida do possível, as atribuições
tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão. do cargo, função ou emprego público de que seja
Todavia, a pena de suspensão agravada não poderá titular;
ser superior a 90 (noventa) dias. Resposta: Certo. b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamente
resolver situações procrastinatórias, principalmente
diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
HORA DE PRATICAR! na prestação dos serviços pelo setor em que exerça
suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no usuário;
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a inte-
assinale a alternativa incorreta: gridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais van-
a) O Código de Ética Profissional do Servidor Público do tajosa para o bem comum;
IBGE propende a estabelecer, essencialmente, os prin-
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condi-
cípios de natureza deontológica, os deveres e as veda-
ção essencial da gestão dos bens, direitos e serviços
ções a que estão sujeitos os agentes públicos lotados
da coletividade a seu cargo;
no Instituto.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aper-
b) Ética é uma filosofia que faz parte da filosofia moral
feiçoando o processo de comunicação e contato com
contemporânea, que significa ciência do dever e da
o público;
obrigação.
c) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a eficiência
4. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
e a consciência dos princípios morais são primados
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
maiores que devem nortear o servidor público do IBGE,
são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
outros, EXCETO:
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder
estatal.
d) O servidor público não poderá jamais desprezar o ele- a) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-
mento ético de sua conduta. cípios éticos que se materializam na adequada presta-
e) A moralidade da Administração Pública não se limita à ção dos serviços públicos;
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida b) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
da ideia de que o fim é sempre o bem comum. respeitando a capacidade e as limitações individuais
de todos os usuários do serviço público, sem qualquer
2. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e
assinale a alternativa incorreta: posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-
-lhes dano moral.
a) O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante c) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao representar contra qualquer comprometimento indevi-
seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integran- do da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
te da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser con- d) ceder a todas as pressões de superiores hierárqui-
siderado como seu maior patrimônio. cos, de contratantes, interessados e outros que visem
b) Salvo os casos de segurança nacional, investigações obter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde-
policiais ou interesse superior do Estado e da Admi- vidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéti-
nistração Pública, a serem preservados em processo cas e denunciá-las;
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, e) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
a publicidade de qualquer ato administrativo cons- específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
titui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem 5. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
comum, imputável a quem a negar. Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
c) Toda pessoa tem direito à verdade, salvo nos casos são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre
98 previstos em lei. outros, EXCETO:
a) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que b) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comis-
refletindo negativamente em todo o sistema; são, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
b) comunicar imediatamente a seus superiores todo e si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, da sua missão ou para influenciar outro servidor para
exigindo as providências cabíveis; o mesmo fim.
c) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, c) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
seguindo os métodos mais adequados à sua organiza- encaminhar para providências;
ção e distribuição; d) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
d) participar dos movimentos e estudos que se relacio- atendimento em serviços públicos;
nem com a melhoria do exercício de suas funções, e) não desviar servidor público para atendimento a inte-
tendo por escopo a realização do bem comum; resse particular;
e) apresentar-se ao trabalho uniformizado sempre para o
bom exercício da função. 9. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é
6. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no vedado ao servidor público do IBGE, EXCETO:
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
são deveres fundamentais do servidor do IBGE dentre a) retirar da Instituição, sem estar legalmente autoriza-
outros, exceto: do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao
patrimônio público;
a) manter-se atualizado com as instruções, as normas b) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
exerce suas funções; de parentes, de amigos ou de terceiros;
b) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as ins- c) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
truções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, habitualmente;
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapi- d) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
dez, mantendo tudo sempre em boa ordem; contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes-
c) embaraçar a fiscalização de todos atos ou serviços soa humana;
por quem de direito; e) deixar de exercer atividade profissional aética ou ligar
d) exercer com estrita moderação as prerrogativas fun- o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
cionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos 10. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no
usuários do serviço público e dos jurisdicionados Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE,
administrativos; assinale a alternativa incorreta:
e) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função,
poder ou autoridade com finalidade estranha ao inte- a) A Comissão de Ética do IBGE está encarregada de
resse público, mesmo que observando as formalidades orientar e aconselhar sobre a ética profissional dos
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei. servidores da Casa, no tratamento com as pessoas e
com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
7. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no concretamente de imputação ou de procedimento
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é susceptível de censura.
vedado ao servidor público do IBGE, exceto: b) À Comissão de Ética do IBGE incumbe fornecer, quan-
do necessário e a quem de direito, os registros sobre
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem- a conduta ética dos servidores da Casa, para o efeito
po, posição e influências, para obter qualquer favoreci- de instruir e fundamentar promoções e para todos os
mento, para si ou para outrem; demais procedimentos próprios da carreira de servi-
b) Proteger deliberadamente a reputação de outros servi- dor público no âmbito do IBGE.
dores ou de cidadãos que deles dependam; c) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni- Ética do IBGE é a de advertência e sua fundamentação
vente com erro ou infração a este Código de Ética ou constará do respectivo parecer, assinado por todos os
ao Código de Ética de sua profissão; seus integrantes, com ciência do faltoso.
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer- d) Para fins de apuração do comprometimento ético,
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando- entende-se por servidor público todo aquele que,
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
-lhe dano moral ou material; por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao preste serviços de natureza permanente, temporária
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimen- ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
to do seu mister. desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
8. (NOVA CONCURSOS – 2021) De acordo o previsto no ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
Código de Ética Profissional dos Servidores do IBGE, é públicas e as sociedades de economia mista, ou em
vedado ao servidor público do IBGE, exceto: qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
e) Comissão é um grupo de pessoas designadas em
a) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- caráter temporário, lideradas e supervisionadas pelo
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter- investigador-encarregado e com qualificações técnico
firam no trato com o público, com os jurisdicionados profissionais específicas à função. Cumprem tarefas
administrativos ou com colegas hierarquicamente técnicas de interesse exclusivo da investigação, para
superiores ou inferiores; fins de prevenção, e adequadas às características do
fato ocorrido
99
11. (CESPE-CEBRASPE — 2018) De acordo com o regi- 16. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Na hipótese de acumular
me jurídico dos servidores públicos civis da União, das ilegalmente cargos, empregos, ou funções públicas, o
autarquias e das fundações públicas federais, caso funcionário público estará sujeito à penalidade disci-
seja verificado que, reincidentemente, determinado plinar de
servidor incumbia a outro atribuições estranhas ao
cargo que este último ocupava, a penalidade prevista a) destituição de cargo em comissão.
é de b) suspensão.
c) demissão.
a) suspensão. d) advertência.
b) advertência.
c) demissão. 17. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Conforme disciplina a Lei
d) censura. n.º 8.112/1990 com relação à acumulação de cargos,
e) destituição do cargo. julgue os próximos itens.
12.
(CESPE-CEBRASPE — 2018) Servidor público que I. A aposentadoria do servidor não impede a percepção
comete irregularidade no exercício da sua função de vencimento de emprego público efetivo com pro-
poderá responder civil, penal e administrativamente ventos da inatividade se os cargos forem acumuláveis
pelo ato. Nesse sentido, segundo a Lei n.º 8.027/1990, na atividade.
as cominações civis, penais e administrativas podem II. A participação em órgão de deliberação coletiva não
cumular-se, no entanto configura acumulação de cargos e deve ser remunerada.
III. A acumulação lícita de cargos dispensa a comprova-
a) são independentes entre si. ção da compatibilidade de horários se o servidor cum-
b) a administrativa depende da civil. prir a jornada em cada um deles.
c) a administrativa depende da penal. IV. Detectada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de
d) a civil depende da penal.
cargos públicos, será dada ao servidor a oportunidade
e) a penal depende da civil.
de apresentar opção por um deles.
13. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Pedro, servidor de órgão
Estão certos apenas os itens
público federal, a mando de Lucas, seu chefe imediato,
mensalmente entregava dez resmas de papel a uma
a) I e II.
empregada terceirizada, a título de colaboração para a
b) I e III.
escola em que um filho dessa empregada estudava.
c) I e IV.
Nessa situação hipotética,
d) II e IV.
e) III e IV.
a) Lucas deu ordem manifestamente ilegal, razão por
que Pedro deveria ter-se recusado a cumpri-la.
b) Pedro cometeu infração que não representou grave 18. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Com a conclusão do pro-
dano ao patrimônio público e, por isso, deverá ser-lhe cesso administrativo disciplinar contra um servidor
aplicada a penalidade mais branda. público federal detentor de cargo em comissão junto
c) o desconhecimento da ilegalidade da conduta afasta- a determinado tribunal regional eleitoral, o servidor foi
rá a aplicação de penalidade a Pedro. apenado com a destituição do seu cargo.
d) Pedro cometeu infração, mas Lucas, não, já que não Nessa situação hipotética, a penalidade deverá ser
praticou a conduta proibida. aplicada pelo(a)
e) a nobreza da conduta de Pedro poderá justificar a não
instauração de processo administrativo contra si. a) autoridade que houver feito a nomeação.
b) presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
14. (CESPE-CEBRASPE — 2017) As esferas penal e admi- c) autoridade administrativa de hierarquia imediatamen-
nistrativa são independentes para apurar a responsa- te inferior ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
bilidade de servidor público. Contudo, o procedimento d) chefe da repartição.
criminal vincula o procedimento administrativo quan- e) presidente da República.
do conclui que
19. (CESPE-CEBRASPE — 2017) João delegou a Maria,
a) há insuficiência de provas quanto à existência do fato sua esposa e pessoa estranha à repartição pública
imputado ao servidor. onde ele exerce suas funções, o desempenho das atri-
b) o servidor não foi o autor da conduta a ele imputada. buições de sua responsabilidade. Descoberto, João
c) há insuficiência de provas quanto à autoria do fato. sofreu um processo administrativo disciplinar, que
d) o fato não constitui infração penal. resultou em sua condenação à penalidade de adver-
tência. Três meses após o trânsito em julgado do
15. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Ao servidor público que procedimento administrativo, João recusou fé a docu-
intencionalmente e sem nenhuma justificativa se mento público.
ausentar do país por trinta e um dias ininterruptos será Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.º
aplicável, de acordo com a Lei n.º 8.112/1990, a pena- 8.112/1990, João está sujeito à pena de
lidade de
a) suspensão de até noventa dias.
a) suspensão. b) suspensão de até cento e vinte dias.
b) demissão. c) suspensão de até cento e oitenta dias.
c) censura. d) repreensão verbal.
100 d) advertência. e) demissão.
20. (FGV – 2020) Mariana, ocupante do cargo de Coorde-
nador Censitário Subárea do IBGE, que nunca sofreu
qualquer sanção disciplinar, no exercício das funções,
opôs resistência injustificada ao andamento de docu-
mento e processo.
9 GABARITO
1 E
2 C
3 A
4 D
5 E
6 C
7 B
8 E
9 E
10 C
11 A
12 A
13 A
14 B
15 B
16 C
17 C
18 A
19 A
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
20 A
ANOTAÇÕES
101
ANOTAÇÕES
102
z As condições de trabalho e o rendimento da população;
z Um panorama da diversidade étnico-racial da
população brasileira, com sua distribuição por cor
ou raça;
z A caracterização dos povos indígenas por etnia e
CONHECIMENTOS línguas indígenas faladas ou utilizadas nos seus
domicílios, além de dados sobre a população
TÉCNICOS quilombola.
O RECENSEADOR
O Agente Censitário Municipal (ACM) executará a função de gerente do Posto de Coleta. Isso envolve as seguin-
tes funções: gerenciar um grupo de supervisores (ACS), distribuir tarefas, zelar pelos equipamentos de coleta
e acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos. É fundamental que ele garanta que os seus supervisionados
cumpram com as normas estabelecidas pelo IBGE.
O Posto de Coleta serve de base física para a equipe da coleta de dados e da supervisão, ou seja, é o ponto de
encontro dos Supervisores e Recenseadores durante as operações do Censo 2020. Para gerenciar o Posto de Coleta,
o ACM utiliza o Sistema Integrado de Gerenciamento e Controle – SIGC.
Durante todo o trabalho do Censo 2021, o ACM estará à frente de dois grupos de ação:
O ACM responde técnica e administrativamente ao Coordenador Censitário de Subárea (CCS), como visto na
estrutura censitária simplificada.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Muitos dos conceitos que apresentaremos (como endereço, morador, logradouro e domicílio) fazem parte do
cotidiano do Censo 2021. Todavia, a atuação do Recenseador exige o conhecimento específico dos conceitos fun-
damentais utilizados pelo IBGE, para colher resultados adequados.
Para nos ajudar a entender o que é o setor censitário, devemos compreender, em primeiro lugar, o que é a divi-
são político-administrativa brasileira. Na atualidade, a divisão político-administrativa do Brasil está configurada
em unidades de federação, nas quais se encontram os Estados e o Distrito Federal, e Municípios. Suas principais
diferenças são suas dimensões hierárquicas. A extensão, o conteúdo territorial, o número de domicílios e estabe-
lecimentos presentes no Setor Censitário influenciam a carga de trabalho do Recenseador.
Por isso, os setores censitários são planejados para que possuam dimensões adequadas ao trabalho das pes-
quisas do IBGE. Além disso, os setores censitários respeitam a divisão político-administrativa do país e outros
recortes geográficos. O Brasil está dividido, em seu aspecto político-administrativo, nas seguintes unidades terri-
toriais: Unidades Federativas, Municípios, Distritos e Subdistritos.
Para estudos estatísticos e geográficos, o IBGE subdivide as unidades territoriais da divisão político-adminis-
trativa brasileira em áreas ainda menores. Cada uma dessas áreas é denominada Setor Censitário.
O Setor Censitário é uma unidade territorial de coleta e de divulgação de dados estatísticos do IBGE. É, na prá-
tica, a área de trabalho na qual se localizam os domicílios e os estabelecimentos que serão visitados pelo Recen-
seador. O Setor Censitário pode ser urbano ou rural, e é representado graficamente por um mapa.
A imagem a seguir exemplifica um Setor Censitário, com seus limites assinalados em cor preta. Isso significa
que a área de trabalho abrange os domicílios e estabelecimentos situados em seu interior. CONHECIMENTOS TÉCNICOS
107
Situações dos setores censitários: áreas urbanas e rurais
Fazer a coleta do Censo em áreas urbanas envolve estratégias distintas das utilizadas em áreas rurais. Por isso,
cada Setor Censitário recebe uma classificação de acordo com suas características geográficas. Importante: Cada
um desses tipos requer uma abordagem específica do Recenseador.
As tabelas a seguir apresentam resumidamente as situações dos Setores Censitários em áreas urbanas e rurais:
ÁREA Área urbana de baixa densida- Área urbana com baixa densidade de edificações, processos de ex-
URBANA de de edificações pansão urbana, áreas verdes desabitadas, entre outras.
TIPOS DE SETORES
DEFINIÇÃO
CENSITÁRIOS
Não especial Setor censitário comum que não se enquadra em nenhum outro tipo.
Setor censitário de instalação administrada por um comando das forças armadas, assim
Quartel e base militar considerado caso a instalação possua pelo menos 50 habitantes permanentes residindo há
mais de um ano no local.
Setor com baixo pata- Setor censitário que abrange baixa quantidade de domicílios, ou onde não foi identificada a
mar domiciliar presença de domicílios.
108
TIPOS DE SETORES
DEFINIÇÃO
CENSITÁRIOS
Setor censitário com mais de 50 domicílios que se encontram associados a Projetos de
Agrovila do PA (Projeto
Assentamento. São localidades de habitação e produção agrícola, caracterizadas pelo aden-
de Assentamento)
samento e pela concentração de domicílios de famílias de determinado assentamento rural.
É significativo destacar que o IBGE realiza o Censo em terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas
habitadas por povos e comunidades tradicionais. Esses são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhe-
cem como tal, por isso, possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, além de utilizarem
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
Nessas áreas, as condições de acesso e percurso são tratadas com as lideranças comunitárias, e também com os
órgãos que atuam em parceria com o IBGE na realização do Censo. A necessidade dessa ação é assegurada pelo direito
internacional previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Convenção 169 da OIT foi ratificada pelo Brasil em junho de 2002, pelo Poder Legislativo, e promulgada pelo
Decreto 5.051/2004, do Poder Executivo, com aplicação imediata no Brasil desde sua promulgação.
Com base nessa convenção, cabe ao Estado brasileiro garantir a consulta a esses povos mediante procedi-
mentos apropriados e, especialmente, através de suas instituições representativas, cada vez que se percebam
procedimentos suscetíveis a afetá-los diretamente, tais como as pesquisas do IBGE. Em muitas áreas indígenas, o
Recenseador precisará ser acompanhado por um guia e/ou um intérprete.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, 28,8% dos indígenas residentes em terras indígenas não falavam
português no domicílio. A indicação do guia e/ou intérprete é feita com apoio da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) como também por meio de consulta às lideranças, que
têm peso decisivo nessas indicações. Em algumas áreas quilombolas, o Recenseador também precisará ser acom-
panhado por um guia comunitário.
Quadra e face
Para que o Recenseador seja capaz de realizar o seu trabalho corretamente no seu Setor Censitário, é neces-
sário compreender dois conceitos básicos: quadra e face. As imagens a seguir indicam quadra padrão composta
de 4 faces:
CONHECIMENTOS TÉCNICOS
Face
Filho
Rua Sen. Salgado
rneiro
1
r a
mes Ca
rício Pil
Face
4 Quadra 2
Rua Go
Rua Fab
3
lis
Rua São Fidé
109
Quadra, portanto, é um trecho, geralmente retan- meio de dois valores: latitude e longitude. As coorde-
gular, de uma área urbana ou aglomerado rural, deli- nadas geográficas são como “linhas imaginárias” que
mitado por elementos como: ruas, estradas, estradas nos ajudam a encontrar nossa localização na super-
de ferro, cursos d’água ou encostas. Contudo, pode ter fície terrestre. Essas coordenadas são um importante
forma irregular. Em alguns locais, a quadra é chama- recurso para o trabalho nos Setores Censitários.
da de quarteirão. Os valores de latitude e longitude podem ser obti-
A face se trata de cada um dos lados da quadra, dos por meio de um receptor de sinais de satélites,
contendo ou não endereços. que se encontra integrado ao DMC. Latitude é o afas-
tamento, medido em graus, da linha do Equador até
Endereço um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai de
0° a 90° e pode ser Norte ou Sul. Longitude é o afasta-
O endereço concentra informações que permi- mento, medido em graus, do meridiano de Greenwich
tem identificar unidades construídas ou em constru- até um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai
ção dentro de um município, tal como casas, prédios, de 0° a 180° e pode ser Leste ou Oeste.
apartamentos, estabelecimentos etc. Por município, Essas coordenadas são um importante recurso
entende-se o espaço territorial político dentro de um para o trabalho no Setor Censitário, tendo em vista
estado ou unidade federativa; é o espaço administra- que as Coordenadas Geográficas constituem um com-
do por uma prefeitura. O município possui a sua zona ponente do endereço no IBGE.
rural e a zona urbanizada.
O IBGE adota um Padrão de Registro de Endere- Pesquisa urbanística do entorno dos domicílios
ços bastante detalhado, que será objeto do treinamen-
to presencial. Consideram-se como componentes do A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
endereço: (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um levantamento
de informações realizado por observação em momen-
z Logradouro; to anterior ao da coleta do Censo Demográfico 2021,
z Número; ou seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
z Complemento; mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitário
z Coordenadas Geográficas. Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
rente às características urbanísticas do entorno dos
domicílios.
Logradouro
Os objetivos da Pesquisa do Entorno 2020 são:
O logradouro é uma área ou via pública, reconhecida
pela comunidade, em que circulam pessoas, veículos e z Coletar dados de infraestrutura urbanística rela-
mercadorias. Na maioria das vezes, recebe um nome de tiva à acessibilidade universal, como circulação
conhecimento geral. Um logradouro pode ser uma ave- de pessoas e veículos, drenagem pluvial e equipa-
nida, uma viela, uma praça, uma estrada, um acesso ou mentos no espaço urbano.
até mesmo um rio. O uso mais comum de logradouro z Fornecer insumos para melhorar a qualidade da
hoje em dia é para nomear um endereço ou “lugar livre cobertura da coleta do Censo 2020.
destinado à circulação pública de pedestres e veículos,
tal como ruas, avenidas, praças, viadutos etc.”, conforme As questões são respondidas a partir da observa-
a definição do dicionário Michaelis. ção direta, ou seja, sem entrevistar ou colocar per-
Ao se registrar um logradouro, deve-se denominá- guntas a moradores ou transeuntes, em todas as faces
-lo preferencialmente segundo a forma oficial, sem
de quadras urbanas, que são unidades de coleta do
omissão de termos e sem abreviações. Exemplos: Rua
Joaquim Oliveira, Avenida das Nações, Estrada BR levantamento. A área de análise de alguns quesitos
116, Rio São Francisco etc. levantados será apenas a face, enquanto de outros
serão a face e a face confrontante. O percurso desta
Número coleta de informações será o mesmo aplicado ao ques-
tionário, e o supervisor deverá percorrê-lo a pé.
É o valor numérico propriamente dito que indica a
posição da edificação no logradouro. Morador
plantações etc.
Morador com mais de uma residência
Domicílio
No caso de pessoas que ocupam duas ou mais
residências, será necessário averiguar com a pessoa Local construído ou utilizado com a finalidade de
entrevistada qual era sua residência principal na servir como residência ou moradia. Em geral, não há
data de referência, pois ela não pode ser considerada dificuldade para identificar um domicílio, já que a maior
moradora de duas residências ao mesmo tempo. parte das pessoas reside em apartamento ou casa.
Para determinar qual é a residência principal do Pode-se encontrar um domicílio em um lugar ines-
morador, deve-se obedecer ao seguinte procedimento: perado ou fora do comum, como, por exemplo: um
solicitar ao entrevistado que indique qual a sua resi- cômodo que serve de moradia em um prédio exclusiva-
dência habitual (residência principal). Caso o entre- mente comercial ou nos fundos de uma olaria ou, ain-
vistado não possa indicá-la, considere como principal da, encontrar domicílios em tendas, barracas, trailers
a residência em que passa a maior parte do ano. Caso ou residências flutuantes. A identificação de um domi-
a pessoa ocupe duas residências em períodos iguais cílio dependerá da aplicação correta do seu conceito. 111
Domicílio é o local, estruturalmente separado e z Domicílio coletivo: instituição ou estabelecimen-
independente, que se destina a servir de habitação a to no qual a relação entre as pessoas que nele se
uma ou mais pessoas. É também domicílio o local que encontravam, na data de referência, restringia-se
não era destinado originalmente a ser utilizado como a normas de subordinação administrativa. Note
tal, mas que passou a sê-lo em momento posterior. que as pessoas que ali se encontravam podiam
Logo, o Recenseador deve estar sempre atento. Em ser residentes ou não. Por isso, o domicílio pode
um primeiro olhar, nem sempre é possível identificar ser caracterizado como coletivo pela presença de
se existe mais de um domicílio em um mesmo terreno; moradores ou não na data de referência.
ou se, além das aparências, existe um domicílio em
local inesperado (ou não facilmente identificável). Exemplos: abrigos, orfanatos, hotéis, quartéis,
Observe os exemplos dos grupos a seguir: penitenciárias etc.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de 24. (NOVA CONCURSOS – 2021) É um levantamento de
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (página informações realizado por observação em momento
50), um domicílio só será caracterizado corretamente anterior ao da coleta do Censo Demográfico 2020, ou
quando forem atendidas, simultaneamente, as condi- seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
ções de separação e independência. Reposta: Letra B. mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitária
Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
21. (NOVA CONCURSOS – 2021) Domicílio é o local, estru- rente às características urbanísticas do entorno dos
turalmente separado e independente, que se destina a domicílios:
servir de habitação a uma ou mais pessoas. É também
domicílio o local que não era destinado originalmente
a) A conta Imóvel de Investimentos.
a ser utilizado como tal, mas que passou a sê-lo em
b) O levantamento de dados.
momento posterior. É um exemplo de domicílio per-
c) A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
tencente ao segundo grupo:
(Pesquisa do Entorno ou Entorno).
d) O Posto de Coleta de Dados.
a) Andares superiores, inferiores, subsolos.
e) O trabalho Científico domiciliar.
b) Residências de porteiro ou zelador em edifícios
residenciais.
De acordo com o previsto no Manual de Estudo
c) Habitações de caseiros em casas de veraneio.
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
d) Fundos de terrenos.
(página 43), a Pesquisa Urbanística do Entorno dos
e) Edifícios comerciais
Domicílios (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um
levantamento de informações realizado por obser-
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de
vação em momento anterior ao da coleta do Cen-
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (pági-
so Demográfico 2020, ou seja, antes da aplicação
na 49), edificações aparentemente não-residenciais:
edifícios comerciais, estabelecimentos de prestação do questionário aos informantes. Essa pesquisa é
de serviços, indústrias, estabelecimentos agropecuá- feita pelo Agente Censitária Supervisor (ACS), que
rios, entre outros são domicílios classificados no 2º preenche o questionário referente às características
grupo. Já os fundos de terrenos, andares superiores, urbanísticas do entorno dos domicílios. Resposta:
inferiores, subsolos e residências de porteiro ou zela- Letra C.
dor em edifícios residenciais, e habitações de casei-
ros em casas de veraneio, são domicílios do 1º grupo. 25. (NOVA CONCURSOS – 2021) É o afastamento, medi-
Resposta: Letra E. do em graus, da linha do Equador até um ponto qual-
quer da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 90° e pode
22. (NOVA CONCURSOS – 2021) Toda edificação utiliza- ser Norte ou Sul:
da para fins não domiciliares encontrada nos setores
censitários é classificada como: a) Longitude.
b) Latitude.
a) Comércio. c) Coordenada.
b) Indústria. d) Cartesiana.
c) Pavilhão. e) Geográfica.
d) Estabelecimento.
e) Prédios. De acordo com o previsto no Manual de Estudo
de Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020
De acordo com o previsto no Manual de Estudo de (página 42), latitude é o afastamento, medido em
Conhecimentos Técnicos do IBGE – Censo 2020 (pági- graus, da linha do Equador até um ponto qualquer
na 48), toda edificação utilizada para fins não domici- da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 90° e pode ser
liares encontrada nos setores censitários é classificada Norte ou Sul. Resposta: Letra B.
CONHECIMENTOS TÉCNICOS
118
primeiramente, e a depois somar o outro, em qual-
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado.
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10
+ + + + + +
- - + - - +
+ - - + - -
- + - - + -
30 5
z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou
seja, a ordem não altera o resultado. 0 6
Resto Quociente
Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.
2. (FGV – 2019) O resultado da operação 2+3×4−1 é Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
várias maneiras:
a) 13.
b) 15. 30 3
c) 19. 30% = = 0,3 =
100 10
d) 22.
e) 23.
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
é, transformar um número qualquer em porcentual.
Primeiro vamos fazer a multiplicação e depois as
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
demais operações:
2 + 3 × 4 − 1 = 2 + 12 − 1 = 13
25 x 100 = 2500%
Resposta: Letra A
0,35 x 100 = 35%
0,586 x 100 = 58,6%
3. (INSTITUTO AOCP – 2018) O total de números que
estão entre o dobro de 140 e o triplo de 100 é igual a
Número Relativo
a) 17.
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
b) 19.
c) 21. um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
d) 23. ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
e) 25. que estamos especificando. Para descobrir a quanto
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
Dobro de 140 = 280
10 x 1000 = 100
Triplo de 100 = 300 10% de 1000 =
100
Total de números entre 280 e 300:
281 até 291 = 10 números
291 até 299 = 9 números Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
10 + 9 = 19 números. parte que corresponde a 10% de 1000.
Resposta: Letra B.
Dica
5. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2019) Os símbolos das
operações que deverão ser inseridos nos quadrados Quando o Todo varias, a Porcentagem também
para que o cálculo seja verdadeiro são, respectivamen- varia!
te: 4_3_2_1 = 10
Veja um exemplo:
a) + / x / + Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
b) x / – / ÷ Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
c) + / ÷ / – de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
d) x / + / + por Roberto?
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
4 * 3 – 2/1= devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
4 * 3 = 12
–2/1= –2 = 2 1
=
12 – 2 = 10 8 4
1 x 100 = 25%
MATEMÁTICA
PORCENTAGENS 4
DISTÂNCIA PERCORRIDA
15% 10 15 20 25
60% – 15% = 50% – 15% = (KM)
45% 35% VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55
Nenhum = X
Para toda distância percorrida nesta tabela, existe
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que um único correspondente de valor pago por corrida.
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100% Um matemático diria que o valor pago na corrida de
95% + X = 100% taxi está em função da distância percorrida. Se cha-
X = 5%. Resposta: Letra E. marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se
escrever então a fórmula que represente essa função:
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da
meses. O restante foi investido em uma aplicação, função permite escrever a sua correspondente Tabe-
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante la, bastando substituir os valores D e obter seus res-
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na
no sistema de juros simples. fórmula (cinco) seria o valor da bandeira.
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em
tiveram: um conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é
denotado por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte pro-
a) prejuízo de R$2.800,00. priedade: ⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x,
b) lucro de R$3.200,00. y) ϵ 𝑓.
c) lucro de R$2.800,00. Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
d) prejuízo de R$6.000,00 não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
e) lucro de R$5.000,00. tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se
tem todo elemento de A com um único respectivo em
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
12.000,00 · 4% = 480,00 todo elemento de A existe um único respectivo em B,
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses:
8.000,00 · 5% = 400,00
400 · 10 meses= 4.000
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
Resposta: Letra C.
FUNÇÃO DO 1º GRAU
REPRESENTAÇÕES ALGÉBRICA E GRÁFICA
Introdução e Definições
√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
𝑓: A → B
x ↦ 𝑓(x)
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B
x ↦ 2x
Importante!
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
124 é função.
Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ,
com potências pares são funções pares e com potên-
cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x)
= x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3
= –x3 = –𝑓(x).
Observando o gráfico de uma função par notamos
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y).
Já a função ímpar é simétrica em relação a origem
((x, y) = (0, 0))
função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol-
função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun- tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) =
ções par e ímpar seguem na Figura 6. 2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)?
Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-
bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:
x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2
x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se:
𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1
Diagramas para funções par (a) e ímpar (b). 𝑓(3) = 3 – 1 = 2 125
e 1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2
12 – 1
g(1) = =0
1+1 É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
tesiano será:
22 – 1
g(2) = =1
2+1 1
(x, y) = ,0
2
3 –1
2
g(3) = =2
3+1 FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E
DECRESCENTE
Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de
Podemos ter outras relações entre funções, como
função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ
a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja,
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
(𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto
A diferença entre funções, definida por:
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}.
(𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x).
{
Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b). y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
2
FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
Funções definidas por mais de uma sentença
{
são funções em que cada subdomínio tem uma função
y+1
associada a ela e a união desses subdomínios forma
𝑓–1 = (y, x) ∊ B × A | x =
o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse- 2
guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o
mais de uma sentença e diferentes subdomínios. domínio de f–1 é B que é a imagem da f.
{
Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
–x + 1, se x < –2
tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1 do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
–x + 1, se x > 1 plano cartesiano e traçar uma reta.
(Figura 10a);
(Figura 10a)
MATEMÁTICA
(Figura 10b)
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
b b
f ( x==
𝑓(x) ) axax →0x →
+ b+>b0 > > – x > −; ;
a a
f ( x= b b
Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4). 𝑓(x) =) axax →0x →
+ b+<b0 < < – x < −; ;
a a
A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver
associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear.
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a Assim colocando esses resultados sobre o eixo x, e
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar
adicionado os sinais vemos em quais intervalos estão
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1
os sinais positivos e negativos da função.
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
2º caso: a < 0 (decrescente):
na Figura 13.
1
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3). 2x + 1 = 0 → x = –
2
Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
ficiente angular for positivo e decrescente quando o Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),
128 mesmo for negativo. então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
x > – 1 → 𝑓(x) > 0 b x+2<0→x<–2 b
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a
1 b f3x(–x1=
1 b
fx <( x– =
) ax + b< <0 0 → x < − ;
→ 𝑓(x) )< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
2 a
3 a
{
Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{
to delas são dadas por: 3
𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
𝑓(x) · g(x) ≤ 0 Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-
De acordo com a regra de sinais do produto de tes delas são dadas por:
números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
= –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, > 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
g(x) g(x) g(x) g(x)
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou De acordo com a regra de sinais do quociente de
𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu- ÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0, não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. para uma dessas inequações pode ser encontrado da
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu- seguinte forma, seja a inequação quociente:
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . 𝑓(x)
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) · ≥0
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S = g(x)
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
inequações produto. Para o produto ser positivo temos duas situações:
Tomemos como exemplo a inequação produto (x + 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x) Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
= 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos: ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
x+2>0→x>–2 b ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
a chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
1
Por fim, a solução para a inequação quociente:
3x b
f ( –x=
)1 > 0ax→+xb> < 0 → x < − ;
3 a 𝑓(x)
≥0
g(x)
inequações quocientes.
Tomemos como exemplo a inequação quociente:
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{ (3X – 1)
3 129
Ou seja, (–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 .
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3 Funções Quadráticas
≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli-
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
Assim temos: o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) =
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
𝑓(x) quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1 O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 +
g(x) bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é
necessário mais que dois pontos, diferente do visto
Seguindo os dois passos acima temos: anterior na construção da reta. Inicialmente encon-
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon-
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na
– 2x + 3 ≥ 0 → x – ≤ 3 b função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a
f ( x= ) ax + b > 0 → x > − ;
2 a concavidade da parábola está voltada para cima (a >
0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a
f3x( –x1= 1 b
) > 0 ax > b<0→ x<−
→ x+ ; parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja,
3 a quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí-
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto
(x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto:
3 1
Logo, a solução para esse primeiro caso é: (xv, yv) = ,–
2 4
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ Logo seu gráfico segue na Figura 14.
3 2
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
f ( x=) ax + b > 0 →2x > − a ;
f (3x 1 b
x=)– 1ax
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
3 a
{ [ ]
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =
x∊ 1
<x≤
3
{ b
2
∆
ℜ| 𝑓(x) = a x+ –
3 2 2a 4a2
Quando se está trabalhando algebricamente com Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa
uma inequação e no momento que se tem a necessida- função canônica a zero chegamos nos valores das
130 de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x, raízes:
– b ± √∆ Para resolvermos esse tipo de problema devemos
x= usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
2a ção: “produto dos meios pelos extremos”.
Meio: 3 e x
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun- Extremos: 2 e 6
ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2: Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe:
∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
3·X=2.6
3X = 12
– (–3) – √1 3–1 X = 12/3
x1 = = =2 X=4
2·1 2
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
– (–3) + √1 3+1
x2 = = =2 vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
2·1 2 priedade fundamental. Porém, algumas questões
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1, útil conhecer algumas propriedades para facilitar.
y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0). Vamos a elas.
2 4 3
= ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 C = 2000 x 3
3 6
(Lê-se “2 está para 3 assim como 4 está para 6”). C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
Os problemas mais comuns que envolvem razão
D
e proporção é quando se aplica uma “variável” qual- = 2.000
2
quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o
D = 2.000 x 2
valor dela. Veja o exemplo:
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6 ber R$4.000. 131
3 6
Somas Internas Logo,
a c a+b c+d 2A
= = = = 1.000
b d b d 4
2A = 4 x 1.000
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
2A = 4.000
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
A = 2.000
o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
proporção. Fazendo a mesma resolução em B:
3B
a
=
c
=
a+b
=
c+d = 1.000
b d a c 9
3B = 9 x 1.000
Vejamos um exemplo: 3B = 9.000
B = 3.000
x 2
= Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
14 - x 5
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
-
x + 14 x 2+5 anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
=
x 2 O total pago pela empresa será:
14 7 Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
= Agora vamos estudar um tipo de problema que
x 2
aparece frequentemente em provas de concursos
7 . x = 2 · 14 envolvendo razão e proporção.
14 · 2 REGRA DA SOCIEDADE
x= =4
7
Portanto, encontramos que x = 4. Diretamente proporcional
Observação: vale lembrar que essa propriedade Um dos tópicos mais comuns em questões de pro-
também serve para subtrações internas. va é “dividir uma determinada quantia em partes
proporcionais a determinados números. Vejamos um
Soma com Produto por Escalar: exemplo para entendermos melhor como esse assun-
to é cobrado:
a c a + 2b c + 2d Exemplo:
= = =
b d b d A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
dessas partes corresponde a:
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados. Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, razão. Veja:
temos:
A B X Y Z
= = = = constante de proporcionalidade.
2 3 4 5 6
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 Usando uma das propriedades da proporção,
funcionários na categoria B, podemos escrever que a somas externas, temos:
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
X+Y+Z 900.000
= 60.000
2A + 3B = 13.000 4+5+6 15
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
Agora multiplicando em cima e embaixo de um a 4, logo:
lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
X
2A 3B = 60.000
= 4
4 9 X = 60.000 x 4
Aplicando a propriedade das somas externas, X = 240.000
podemos escrever o seguinte:
Inversamente proporcional
2A 3B 2A + 3B
= = É um tipo de questão menos recorrente, mas não
4 9 4+9
menos importante. Consiste em distribuir uma quantia
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
porção, temos:
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo:
2A 3B 2A + 3B 13.000
132 = = = =1.000 Exemplo:
4 9 4+9 13
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes M
=
5
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. 120 8
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- 8 x M = 5 x 120
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
8M = 600
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso 600
M=
cálculo, veja: 8
M = 75
X X X
+ + = 740.000 A quantidade de homens da sala:
4 5 6
120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
mos a fração. com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
4–5–6|2 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
2–5–3|2 soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
1–5–3|3 pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
1–5–1|5 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
6x 9x 8x
1
+ 2
+ 3
= 7.900 Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos: (sinais iguais)
Sendo assim, Sandra está inversamente propor- Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
9x
cional a . Basta substituirmos o valor de X na resolver os diversos problemas:
2
proporção.
9x 9 x 600 DIRETAMENTE MULTIPLICA CRUZADO
= = 2.700 PROPORCIONAL
2 2
(valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).
Resposta: Errado. INVERSAMENTE MULTIPLICA NA HORIZONTAL
PROPORCIONAL
3x = 2 . (x+15)
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos 3x = 30+2x
chegou de surpresa para passar o restante do mês 3x-2x = 30
com a família. Nessa situação, se cada uma dessas x = 30
seis pessoas consumir diariamente a mesma quan- Podemos substituir em qualquer uma das duas
tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo situações:
casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês. 3 guardanapos x 30 dias= 90
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90 . Resposta:
( ) CERTO ( ) ERRADO Letra D. 135
4. (FUNDATEC – 2017) Cinco mecânicos levaram 27 Da mesma forma que na regra de três simples,
minutos para consertar um caminhão. Supondo que vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e cada uma delas isoladamente duas a duas.
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
mesmo caminhão?
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
a) 20 minutos. Vamos escrever a proporcionalidade isolando a
b) 35 minutos. parte dependente de um lado e igualando às razões da
c) 45 minutos. seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
d) 50 minutos. agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe:
e) 55 minutos.
40 ? ?
Mecânicos ------ Minutos = #
X ? ?
5 ---------------- 27
3 ---------------- x Analisando isoladamente duas a duas:
6 (imp.) -------- 40 (min)
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gasta- 3 (imp.) ---- ---- X (min)
rão para finalizar o trabalho, logo a grandeza é inver-
samente proporcional. Multiplica na horizontal: Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
3x = 27.5 pois agora teremos menos impressoras para realizar
3x = 135 a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
x = 135/3 inverter a razão.
x = 45 minutos. Resposta: Letra C.
40 3 ?
= #
5. (IESES – 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa X 6 ?
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica- Analisando isoladamente duas a duas:
ria pronta? 1000 (panf.) -------- 40 (min)
2000 (panf.) ------ -- X (min)
a) 18 dias.
b) 16 dias. Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle-
c) 20 dias. tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
d) 22 dias. aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
mos manter a razão.
5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
7 (pedreiros) ------------- X (dias) 40
=
3
#
1000
X 6 2000
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
Agora basta resolver a proporção para acharmos
cionais, então basta multiplicar na horizontal.
o valor de X.
5 . 28=7 . X
40 3000
7X = 140 = 12000
X
X = 140/7
X = 20 dias . Resposta: Letra C. 3X = 40 x 12
3X = 480
Regra de Três Composta X = 160
A Regra de Três Composta envolve mais de duas As três impressoras produziriam 2000 panfletos
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta- em 160 minutos, que correspondem há 2 horas e 40
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas minutos.
cautelosamente levando em conta alguns princípios: Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
vamos analisar mais um exemplo.
z As análises devem sempre partir da variável Exemplo 2:Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
dependente em relação às outras variáveis; cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
z As análises devem ser feitas individualmente. Ou Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o núme-
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas, ro de linhas por página e para 40 o número de letras
mantendo as demais constantes. (ou espaços) por linha. Considerando as novas condi-
z A variável dependente fica isolada em um dos ções, determine o número de páginas ocupadas.
lados da proporção. Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
como isso tudo funciona. 6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem 1000 X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas
6 ? ?
136 impressoras produziriam 2000 desses panfletos? = #
X ? ?
Analisando isoladamente duas a duas: fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
horas por dia. O número de dias necessários para que
6 (pág.) -------- 45 (linhas) 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
X (pág.) -- ----- 30 (linhas) quem dois lotes dessas peças é
10x – 5x = 20
X = 400min
X = 6h40min (passamos o “5x” para o outro lado da igual
Resposta: Letra D. com o sinal trocado)
5x = 20
5. (VUNESP – 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
x = 20 / 5 (isolamos o “x” transferindo o seu coe-
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
ficiente “5” dividindo)
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
x = 4.
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
para a realização desse trabalho será de
O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
a) 6 horas e 40 minutos.
grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
b) 6 horas e 58 minutos.
mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará
c) 7 horas e 12 minutos.
igual a zero em ambos os lados. Observe:
d) 7 horas e 20 minutos.
e) 7 horas e 35 minutos.
Para x = 4
10x = 5x + 20
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
10 . 4 = 5 . 4 + 20
2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
40 = 40
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer
que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e 40 – 40 = 0
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são
menos máquinas trabalhando (inversa). z Inequação do Primeiro Grau
4 5000 2
= # Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
X 6000 3
2·X·5 = 4·6·3 nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
10X = 72 inequações usamos os símbolos:
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
60 min = 7 horas e 12 minutos) > maior que
OBS: Para transformar horas em minutos, basta < menor que
multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas ≥ maior que ou igual
= 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Resposta: Letra C. ≤ menor que ou igual
ax + b > 0
RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º ax + b < 0
GRAU ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
SISTEMA DE EQUAÇÕES
Sendo a e b números reais e a ≠ 0
Equações e Inequações Veja um exemplo abaixo:
Resolva a inequação 5x + 20 < 40
Uma equação é uma igualdade na qual uma ou
mais variáveis – geralmente são as letras do nosso 5x + 20 < 40
alfabeto - denominadas por incógnitas, são desconhe- 5x < 40 – 20
cidas. O nosso principal objetivo é encontrar o valor 5x < 20
dessa incógnita. x < 20 / 5
x < 4.
Resolução e discussão
Podemos resolver uma inequação de uma outra
z Equação do Primeiro Grau maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano.
No gráfico, fazemos o estudo do sinal da inequação
A forma geral de uma equação do primeiro grau vamos identificar para quais valores de x transfor-
138 é: ax + b = 0. mam a desigualdade em uma sentença verdadeira.
Siga os passos: Vamos aplicar em um exemplo:
Resolva a inequação 5x + 20 < 40 Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Identificando os valores de a, b e c.
1º) Coloque todos os termos da inequação em um mes-
mo lado. a=1
b = -3
5x + 20 - 40 < 0 c=2
5x -20 < 0
Substituindo na fórmula:
2º) Substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade.
-b ! 2
b - 4ac
5x -20 = 0 x=
2a
3º) Resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz.
-(-3) ± √(-3)2 - 4 × 1 × 2
5x -20 = 0 x=
2×1
5x = 20
x = 20 / 5
x=4
3! 9-8
x=
4º) Faça o estudo do sinal da equação, identificando os 2
valores de x que representam a solução da inequa-
x= 3!1
ção. Obs.: O gráfico deste tipo de equação é uma 2
reta.
3+1
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2
4 + x
Na fórmula de Báskara, podemos usar um discrimi-
nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:
– Δ = b2 - 4ac
-b ! 2
b - 4ac Quais são os dois números que somados resulta
x= “3” e multiplicados “2”?
2a
Soma: 3 = (2 + 1)
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
Produto 2 = (2 ×1)
que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen-
utilizando o sinal negativo (-). te igual como achamos usando a fórmula de Báskara. 139
3. (FUNDATEC – 2011) Qual deve ser o valor de m para
EXERCÍCIOS COMENTADOS que a equação x2 + 6x + m = 0 tenha raízes reais iguais?
*
x + y = 10 x + y = 10
3 + y = 10
4x - y = 5
y = 10 – 3
A principal forma de resolver esse sistema é usan- y=7
do o método da substituição. Este método é muito sim-
ples, e consiste basicamente em duas etapas: Veja um outro exemplo que vamos precisar
multiplicar:
1. Isolar uma das variáveis em uma das equações;
2. Substituir esta variável na outra equação pela
*
expressão achada no item anterior. x + y = 10
x - 2y = 4
Vamos aplicar no nosso exemplo:
Isolando “x” na primeira equação Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
x = 10 – y
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y”
(
- x - y = - 10
4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
40 – 4y – y = 5 x - 2y = 4
-5y = 5 – 40
-5y = -35 (multiplica por -1) Fazendo a soma:
5y = 35
(
y=7 - x - y = - 10
*
x + y = 10 3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
temos que:
4x - y = 5
rior a 25.
Se T = 128, temos que x + y = 64. Agora foi dito ainda ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
que: x = y + 18
Substituindo x por y + 18, temos:
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
x + y = 64
(y + 18) + y = 64 :100 :100 :100 :100 :100 :100
y = 23 unidades.
Resposta: Errado. Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2.
Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
(100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
UNIDADES DE MEDIDA DE COMPRIMENTO, centímetro quadrado. Logo:
VOLUME, CAPACIDADE, TEMPO, MASSA,
5,3m2 = 5,3 x 10000 = 53000 cm2.
TEMPERATURA E ÁREA
Medidas de Volume (Capacidade)
E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO
GRANDEZAS A unidade principal tomada como referência é o
metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
Sistema de Unidades de Medidas diferentes que servem para medir dimensões maiores
ou menores. A conversão de unidades de superfície
Quando estudamos o sistema de medidas nos aten- segue potências de 1000. Veja o esquema abaixo:
tamos ao fato de que ele serve quantificar dimensões
que podem ter uma variação gigantesca. Porém exis- Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
tem as conversões entre as unidades para uma melhor (quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro (centímetro
cúbico) cúbico)
(mlímetro
cúbico)
interpretação e leitura.
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
Medidas de Comprimento
A unidade principal tomada como referência é o Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
menores. A conversão de unidades de comprimento
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3.
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
Km hm dam m dm cm mm cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
×10 ×10 ×10 Veja agora algumas relações interessantes e que você
×10 ×10 ×10
precisa ter em mente para resolver a diversas questões.
Km hm dam m dm cm mm
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
:10 :10 :10 :10 :10 :10 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
A unidade principal tomada como referência é o Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
diferentes que servem para medir dimensões maiores se faz a relação nessa unidade:
ou menores. A conversão de unidades de superfície Para transformar de uma unidade maior para a
segue potências de 100. Veja o esquema abaixo: unidade menor, multiplica-se por 60. Veja: 143
1 hora = 60 minutos Exemplo 1: Transformar 250 K para oC:
4 h = 4 x 60 = 240 minutos
TK = ToC + 273
Para transformar de uma unidade menor para a 250 = ToC + 273
unidade maior, divide-se por 60. Veja: ToC = 273 – 250
ToC = 23°
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h.
Exemplo 2: Transformar 85 oC para oF:
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações: ToC / 5 = (ToF-32) / 9
85/5 = (ToF-32) / 9
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) 17 = (ToF-32) / 9
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) 17 × 9 = ToF-32
153 + 32 = ToF
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e ToF = 185°
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema Veja agora algumas relações interessantes que
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, você precisar ter em mente para resolver diversas
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja: questões:
As conversões entre essas escalas termométricas 2. (ENCCEJA – 2019) De acordo com dados do Instituto
são dadas pelas fórmulas a seguir: Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produ-
De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273 ção brasileira de café, no segundo semestre de 2014,
De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-32) / 9 foi estimada em 47 milhões de sacas de 60 kg cada.
4. (ENEM – 2020) É comum as cooperativas venderem Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
seus produtos a diversos estabelecimentos. Uma ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
cooperativa láctea destinou 4 m3 de leite, do total do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
produzido, para análise em um laboratório da região, remos de L. Veja:
separados igualmente em 4 000 embalagens de mes-
ma capacidade. L
Qual o volume de leite, em mililitro, contido em cada
embalagem?
a) 0,1 L L
b) 1,0
MATEMÁTICA
c) 10,0
d) 100,0
e) 1 000,0 L
Vamos fazer as devidas conversões: 4 m3 = 4 × 103 A área também será dada pela multiplicação da
dm3 = 4 000 dm3 = 4 000 litros base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
O volume de leite, em litros, contido em cada emba- mos L x L, ou seja:
lagem é (4000 litros) ÷ 4000 = 1 litro.
A = L2
Logo, 1 litro = 1000 ml. Resposta: Letra E. 145
Trapézio Triângulo
Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados.
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
Veja-a abaixo:
base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura abaixo:
b
a c
B
b
Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do
trapézio através da fórmula abaixo: Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
cer a sua altura (h):
(B + b) # h
A=
2
Losango
a c
L L
h
L L
b
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
acordo com a figura a seguir: chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
lo utilizando a seguinte fórmula:
L L
b#h
d A=
2
D
Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
L L
b
c
A A
b C
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
tiplicação da base pela altura:
três lados com medidas diferentes, tendo tam-
146 A=b×h bém os três ângulos internos distintos entre si:
a B h
c b c
C n m
A
C H B
b
a
h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a
A b×c = a×h
a a
Essas fórmulas são chamadas de relações métricas
do triângulo retângulo.
A A
Círculo
a
Todos os pontos estão a uma mesma distância em
Podemos calcular a altura usando a seguinte relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
fórmula: mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura abaixo:
a 3
h=
2
B
c A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
a r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
Vejamos um exemplo para calcular a área de um
A círculo com 10 centímetros de raio:
b
A = π × r2
A = π × (10)2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado A = π × 100
do triângulo. Veja: Substituindo π por 3,14, temos:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = 3,14×100 = 314cm2
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
O perímetro de uma circunferência que é a mesma
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”,
coisa que o comprimento da circunferência, é dado por:
MATEMÁTICA
Poliedros
c a
Repare na figura abaixo.
b
A a a
V = a × a × = a3
Note que formamos uma região delimitada dentro
do círculo. Essa região é chamada de setor circular. Te-
mos ainda um ângulo central desse setor circular sim-
Dica
bolizado por α. Com base neste ângulo, conseguimos As faces do paralelepípedo são retangulares,
determinar a área do setor circular e o comprimento enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
do segmento de círculo compreendido entre os pontos
A e B. A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- das. Ou seja,
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des-
ta volta completa, que é a própria área do círculo ( π × AT = 6a2
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
função do ângulo central “α”: Agora no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
360° ---------------------- π × r2 c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
α ------------------------- Área do setor circular total de um paralelepípedo é:
2 Prismas
a # rr
Área do setor circular =
360c
Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com- que tem as arestas laterais perpendiculares às bases.
primento do segmento circular entre os pontos A e B, Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir- os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo: não é uma circunferência.
O prisma será classificado de acordo com a sua
360° --------------- ------ 2 πr base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
148 α -------------------------- Comprimento do setor circular ma será pentagonal.
Prisma Prisma Prisma Prisma
triangular pentagonal hexagonal quadrangular
Cilindro A = 4 × πr2
Altura
Geratriz
H H
R
R C
Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
R πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
A área da superfície lateral do cilindro é igual a sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
MATEMÁTICA
× + 20
a) 20 m²
m
b) 100 m²
c) 1.000 m²
d) 1.900 m²
A área lateral da pirâmide é dada por:
e) 2.000 m²
Aℓ = pm′
A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
A área total da pirâmide é dada por: área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
AT = Ab + Aℓ 90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da
base pela altura. Veja: 3. (IDECAN – 2018) A figura a seguir é composta por
losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
Ab # h da figura mede
V= 3
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Uma praça retangular, cujas medi-
das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
150 de perímetro. a) 48 cm2.
b) 50 cm2.
c) 52 cm2.
d) 60 cm2.
e) 64 cm2.
4. (IBFC – 2017) A alternativa que apresenta o número total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é:
a
a
C
A
a
a
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que temos 4 faces. O número de arestas pode ser contado ou, então,
obtido pela relação:
V+F=A+2
4+4=A+2
A = 6 arestas .
Resposta: Letra D.
5. (VUNESP – 2018) Em um reservatório com a forma de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de comprimento e 2 m
de largura, inicialmente vazio, foram despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse reservatório atingiu uma altura de x
metros, conforme mostra a figura.
2,5
MATEMÁTICA
Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem transbordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água. Nessas
condições, é correto afirmar que a medida da altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a
a) 1,25.
b) 1,5.
c) 1,75.
d) 2,0.
e) 2,5.
151
O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
7,5 = 2,5 x 2 x h
3=2xh
h = 1,5m
Resposta: Letra B.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2020) Maurício desenhou um mapa com
um percurso partindo da empresa em que trabalha
até o local onde será realizada uma festa para os fun-
cionários. Nesse mapa, 1 cm corresponde a 2 km de
distância real. Se no mapa o percurso é de 12 cm, a
distância real é de
a) 240 km.
b) 200 km.
c) 122 km.
d) 50 km.
e) 24 km.
a) 140 km
b) 285, 7 km
c) 310 km
d) 1400 km
1 cm ------------- 200 km
7cm -------------- x km
x = 7 . 200
x = 1400 km
Resposta: Letra D.
1,70 | - 1,80 13 63
FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL
RELATIVAS (FRI) 1,80 | - 1,90 17 80
Masculino 56,67%
A coluna da direita exprime o número de indiví-
Feminino 43,33% duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n, mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
onde Fi é o número de frequências de determinado daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
valor da variável, e n é o número total de observações. bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
pode assumir um grande número de valores distintos. soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
altura inferior a 1,80m.
moradores de Campinas”:
Gráficos Estatísticos
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI)
Uma outra maneira muito utilizada para a Estatís-
1,51m 12
tica Descritiva são os gráficos. Vejamos abaixo alguns
1,54m 17 tipos.
1,89m 2
1,50 | - 1,60 33
1,60 | - 1,70 17
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber
1,70 | - 1,80 13 a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida-
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar
1,80 | - 1,90 17
154 em usar um gráfico de barras justapostas. Veja:
SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
25 - 30 7
Média Aritmética
5+10+15+20+50 100
X= = = 20.
5
5
Média Ponderada
MATEMÁTICA
156
O cálculo do desvio médio com dados agrupados é feito
EXERCÍCIO COMENTADO multiplicando cada desvio (em módulo) pela sua respecti-
va frequência, somando os resultados e dividindo por n.
1. (VUNESP – 2015) Uma pequena empresa que empre-
ga apenas cinco funcionários paga os seguintes salá-
Variância
rios mensais (em mil reais):
Considerando a média dos salários, o valor do desvio A variância é a média aritmética dos quadrados
do salário de quem ganha R$ 1.400,00 mensais é dos desvios. Ou seja, para calcular a variância, deve-
mos elevar cada um dos desvios ao quadrado, somar
a) −1.000 todos os valores, e dividir por “n”, que é a quantidade
b) −400 de elementos. A variância é representada simbolica-
c) 0 mente por 2.
d) 200
e) 400 Desvio Padrão
Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms): Aqui não temos muito o que ficar falando, pois, o
desvio padrão está inteiramente ligado a variância. O
900+1200+1400+1500+2000 desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A sua
Ms = = 1400
representação simbólica é dada por σ
5
O desvio padrão é a raiz quadrada da variân-
Como estamos estudando e aprendendo sobre o 2
cia ( v = v ). A variância é o quadrado do desvio
assunto, vou fazer o cálculo de todos os desvios em 2
padrão v ).
relação à média, mas podemos calcular apenas o
Só há dois casos em que a variância e o desvio
valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 e achar
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
o gabarito mais rápido. Usamos a nossa relação,
ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
temos:
Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
di = xi - m
padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
d1 = 900 – 1400 = -500
forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
d2 = 1200 – 1400 = -200
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
d3 = 1400 – 1400 = 0
d4 = 1500 – 1400 = 100 te, a variância será nula e também o desvio padrão.
d5 = 2000 – 1400 = 600
O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 =
Importante!
1400 – 1400 = 0. Resposta: Letra C.
Quando os dados são todos iguais, não há dis-
Desvio Absoluto Médio persão. Todas as medidas (desvio médio, variân-
cia, desvio padrão, etc.) são iguais a zero.
O desvio absoluto médio também pode ser cha-
mado de desvio médio. Para calcularmos, usamos a
seguinte fórmula: Vamos analisar dois exemplos em que foram
cobrados esses tópicos em concurso público. Observe:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Dica 1. (VUNESP – 2019) O desvio padrão dos valores 2, 6, 4,
3, e 5 é, aproximadamente,
O desvio médio é uma medida de dispersão que
leva em consideração todos os valores. a) 2,00.
b) 1,83.
MATEMÁTICA
2+6+4+3+5
x = =4
5
157
Agora, vamos calcular a média dos quadrados: A média diária do número de funcionários que falta-
ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
22+62+42+32+52 a média diária do número de funcionários que falta-
x2= = 18 ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
5
a) 7.
Aplicando a fórmula da variância:
b) 8.
σ2 = (Média dos quadrados) – (Média)2 c) 9.
σ2 = 18 – 42 = 18 – 16 = 2 d) 10.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância: e) 11.
2 =
σ= v 2 b 1, 41. Resposta: Letra D.
Vamos calcular a média de segunda e sexta:
2. (UFMT – 2017) Um conjunto de dados sobre a plaque- (13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao trabalho.
topenia de pacientes com dengue tem variância igual Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
a zero. Pode-se concluir que também vale zero (9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao trabalho.
Como a questão quer a diferença, fica:
18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
a) a média.
b) o desvio padrão.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2015) A equipe de atendentes
c) a mediana.
de um serviço de telemarketing é constituída por 30
d) a moda. empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
acordo com a seguinte escala.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se
a variância é igual a zero, então, o desvio padrão z Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham
2 = das 6 h às 12 h.
vale σ = v 0 = 0 . Resolução: Letra B.
z Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham
Coeficiente de Variação das 9 h às 15 h.
z Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham
das 12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o
O coeficiente de variação é a razão entre o desvio
item que se segue.
padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a
seguinte fórmula: Cv = σ / x.
Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida-
É muito comum que o coeficiente de variação seja des das atendentes for de 21 anos e a média das ida-
expresso em porcentagem. des dos atendentes for de 31 anos, então a média das
Logo, se σ = 1 cm e x = 10 cm, temos: idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos.
DIA
NÚMERO DE
DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS 1 2 3 4 5
FALTANTES
X (QUANTIDADES
2ª feira 13 DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28
APRESENTADAS, EM KG)
3ª feira 9
DENSIDADE
ANO
POPULACIONAL
1970 35
1980 38,15
1990 41,59
2000 45,33
2010 49,41
Disponível em: www.tecmundo.com.br. Acesso em: 3 nov. 2018 FAIXAS DE RENDA BRUTA ALÍQUOTA
(adaptado).
Até $100 isento
Em uma residência na qual as lâmpadas incandescen- Acima de $100 e até %500 10%
tes sejam responsáveis por 40% do consumo mensal
de energia, a troca dessas lâmpadas por lâmpadas de Acima de $500 e até $2000 20%
LED diminuirá o consumo mensal de energia em
Acima de $2000 30%
a) 18%.
O imposto é cobrado progressivamente, isto é, sobre
b) 27%.
a parte da renda bruta do indivíduo que estiver em
c) 30%.
cada faixa incide o imposto de acordo com a alíquota
d) 45%.
e) 60%. correspondente.
a) R$ 2,50.
b) R$ 10,00.
c) R$ 15,50.
d) R$ 18,00. carne vermelha
e) R$ 79,50. carne branca
0,15r
os principais formadores de preços de produtos agrí-
colas. O balanço entre oferta e demanda no mercado
0,1r internacional de produtos agrícolas proporciona, a
0,05r
cada safra, excedentes de produção ou falta de pro-
0 5 10 15 20 r duto, aumentando-se ou diminuindo-se os estoques
mundiais para suprir a quantidade demandada. O grá-
Se a renda mensal de Antônio é R$ 11 000,00, qual fico abaixo mostra a oferta e a demanda mundial de
será o percentual que ele pagará pelo plano de saúde? açúcar nas safras de 2002/2003 a 2008/2009. 161
170 Supondo-se que a taxa de crescimento da porcenta-
gem de diabéticos na população brasileira, no período
165 de 2005 a 2015, tenha sido constante ano a ano, então
a expressão algébrica que fornece o percentual y de
diabéticos para cada ano x desse período é
160
Milhões de Toneladas
1
155 a) y = – x + 406.
5
150
1
b) y = – x – 396.
145 5
1
140 c) y = x – 406
5
135 2006 / 2007 1
2003 / 2004
2004 / 2005
2002 / 2003
2005 / 2006
2007 / 2008
2008 / 2009
d) y = x – 396.
5
1
e) y = x + 396.
5
Safras
Demanda
15. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Em uma tecelagem, o
Oferta
custo de produção e o custo de venda de x metros de
tecido são expressos, respectivamente, por C p(x) =
Considerando-se os excedentes de produção de açú-
2bx e C v(x) = c + dx, em que b, c e d são constantes
car, a quantidade máxima excedente no período apre-
reais e d é o valor da comissão a ser recebida pelo ven-
sentado no gráfico foi
dedor para cada metro de tecido vendido. Na produ-
ção e venda de 50 m de tecido, tem-se que Cp = (50) +
a) inferior a 5 milhões de toneladas.
C v(50) = 420 e a comissão do vendedor é igual a 100.
b) superior a 5 milhões e inferior a10 milhões de toneladas.
No caso de produção e venda de 100 m de tecido, C p
c) superior a 10 milhões e inferior a 20 milhões de toneladas.
(100) + C v (100) = 620.
d) superior a 20 milhões e inferior a 40 milhões de toneladas.
Nesse caso, c, b e d são, respectivamente, iguais a
e) superior a 40 milhões de toneladas.
a) 220, 1 e 2.
13. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Uma ONG encomendou
um estudo de viabilidade referente à construção de b) 220, 2 e 2.
uma usina de reciclagem de resíduos. Segundo esse c) 220, 2 e 4.
estudo, a quantidade diária de resíduos recolhidos, d) 200, 1 e 2.
M(c), em kg, em função da quantidade de catadores, e) 200, 2 e 2.
c, satisfaz à equação M(c) = 3c. O estudo previu, ain-
da, que a produção de material reciclado, em kg, em 16. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Uma instituição alugou
função da quantidade diária de resíduos recolhidos, m, um salão para realizar um seminário com vagas para
em kg, satisfaz à equação R(m) = 4/5 m – 5. Além dis- 100 pessoas. No ato de inscrição, cada participante
so, também ficou evidenciado pelo estudo que a usina pagou R$ 80 e se comprometeu a pagar mais R$ 4 por
seria viável se a produção de material reciclado fosse cada vaga não preenchida.
de pelo menos 19 kg por dia. Nessa situação hipotética, a maior arrecadação da
instituição ocorrerá se a quantidade de inscrições for
Nas condições mostradas pelo estudo, a construção igual a:
dessa usina será viável se a quantidade de catadores
for, no mínimo, igual a a) 95.
b) 90.
a) 6. c) 84.
b) 8. d) 60.
c) 9. e) 50.
d) 10.
e) 11. 17. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Os 45 formandos de um
curso de direito contrataram uma empresa especiali-
14. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No Brasil, o índice de zada para organizar sua festa de formatura. No con-
pessoas com diabetes melito cresceu. Em 2005, 5% trato firmado entre a empresa e a comissão de festas,
da população era portadora dessa enfermidade. Esse foi estabelecido um preço inicial de R$ 112.500,00,
índice subiu para 7% no ano de 2015. valor que deveria ser rateado entre os formandos
participantes do evento. Prevendo-se a desistência
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 15 nov. 2018 de alguns, acordou-se que cada participante confir-
(adaptado). mado pagasse, além de sua cota referente ao preço
162 inicial, a quantia de R$ 500,00 correspondente a cada
participante desistente. Dessa forma, a receita total da 20. (CESPE-CEBRASPE — 2018) O triângulo ABC mostra-
empresa organizadora dependeria essencialmente da do a seguir está inscrito no retângulo incompleto, de
quantidade de formandos efetivamente participantes lados pontilhados. As medidas dos lados do retângulo
do evento. podem ser observadas na figura seguinte.
Na situação apresentada, indicando-se por R(x) a
receita da empresa organizadora em função da quan- B 2 cm
tidade x de formandos que efetivamente participarão
do evento, então R(x) é uma função
a) I e II. 10 B
b) I e IV. 11 E
c) II e III.
d) I, III e IV. 12 C
e) II, III e IV. 13 D
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