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DE FLAVIUS JOSEPHUS
COMENTÁRIO
tf-,
rigoroso, uma vez que nem sempre sua "ver
dade" coincide com a realidade histórica.2
Com a tradução que, a seguir, empreendo
de sua autobiografia, pretendi retrazê-lo à
baila e fazê-lo, outra vez, assunto de discussão,
pondo em julgamento um homem profunda
mente estranho e simultaneamente retrato uno
de uma humanidade múltipla com sua sede de
existir, de sobreviver. É uma narrativa defen
siva, auto-apologética, que deixa, queira ou não,
visão de um caráter (!) heterodoxo e pragmá
tico cujas sementeiras e colheitas são lições de
vida. No plano político, principalmente.
Embora grande entre os judeus, suas obras
chegaram até nós somente porque a cristan-
dade as preservou. Principalmente por haver
escrito: "Anano reuniu o Sinédrio dos Judeus
e, citando o irmão de Jesus, chamado O Cristo,
que tinha o nome de Tiago, e a alguns outros,
sob a acusação de haverem transgredido a Lei,
condenou-os a serem apedrejados".8
É o famoso testimonium Christi trasladado
literalmente por Eusébio de Cesaréia e sobre o
qual Zubiri afirma: "Las dudas que se han
objetado a ese pasaje, como si se tratara de una
interpolacion cristiana, van perdiendo valor; ei
pasaje se encontra en todos los códices, y
Flavio Josefo podia muy bien llamar Jesus El
Cristo, recogiendo Ia voz popular".4
A) Os Fariseus
B) Os Saduceus
Considerados os únicos sacerdotes legíti
mos,42 os saduceus entraram tardiamente na
história. Seu nome prende-se ao daquele Zadock,
sacerdote nos tempos do Rei Salomão.43 Enquan
to os sacerdotes fariseus eram pobres,44 os sa
duceus eram ricos. Aceitaram os costumes
gregos desde a dominação grego-macedônia, à
exceção dos macabeus. Mas mesmo estes, sob
João Hircano, aceitaram tais costumes, num
tempo em que os fariseus eram perseguidos.
Com Herodes, acomodam-se à dominação estran
geira e assumem o poder. São politiqueiros e
consideram Jesus um subversivo perigoso.45
Com o desaparecimento da nação judia, de
saparecem eles também. Doutrinariamente ape
gam-se à letra do Pentateuco e rejeitam toda
tradição oral. São contra as regras de purifica
ção multiplicadas pelos doutores fariseus. Não
admitem a ressureição dos mortos,46 nem a exis
tência dos anjos,47 nem crêem na ação da Divina
Providência. Nos evangelhos eles aparecem me
nos que os Fariseus porque pouco se misturam
com o povo.48
Tanto eles como os fariseus têm sua parcela
de culpa na condenação de Jesus pelo Sinédrio.
Vemo-los, em seguida, instigar a f lagelação dos
apóstolos.49
C) Os Essênios
IV — UM HOMEM NO TRIBUNAL
55. n. 20-3, 4.
56. VH. 29-30.
57. Bios. XXVn, 134 e 135.
58. Guerra Judaica. U, 22, 1 — Também Tácito, Anais,
Livro XVI, final do Item 5.
32 ENSAIOS DE LITERATURA E FILOLOGIA
VIDA
3. Nero.
AUTOBIOGRAFIA DE FLAVIUS JOSEPHUS 41
12. Thabor.
74 ENSAIOS DE LITERATURA E FILOLOGIA