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Teologia sistemática

BATISMO
Batismo - Batismo é uma palavra de origem grega, quem vem do verbo baptizo,
que literalmente significa "batizar, lavar, mergulhar, afundar".
Origem da palavra Batismo - “Bapto”: mergulhar na tinta, tingir, colorir.

PEDOBATISMO OU CREDOBATISMO
Pedobatismo – Essa expressão é a junção de duas palavras do grego, “Pedo
(criança)”, “batismo (batizar)”, essa junção forma o significado “batismo de
criança”, essa palavra pedobatismo é muito usado no meio acadêmico.
Credobatismo - É uma pessoa que crê que o batismo deve ser realizado apenas
em pessoas crentes, em termos práticos, que fizeram confissão de fé. A palavra
“credo” significa “creio” em latim, muito usado pelos católicos antigos.
INTRODUÇÃO
Católicos, Anglicanos, Luteranos, Metodistas e Presbiterianos são todos
chamados de pedobatistas, porque todos batizam os seus filhos ainda bebês.

Tradicionalmente, a doutrina do pedobatismo tem sido restrita a dois grupos:


(1) aqueles que ensinam que o batismo comunica graça salvífica aos bebês.
(2) aqueles que creem que o batismo infantil não comunica salvação, mas é
simplesmente um sinal de aliança, assim como foi circuncisão no A.T.

Para compreender as múltiplas divisões dentro do pedobatismo, é proveitoso


rever a história doutrinária do batismo infantil e observar a progressão,
desenvolvimento e mudanças dentro da prática e destacar como a relação entre
o batismo infantil e a fé tem mudado ao longo dos anos.

Isso ocorre porque a conexão entre a fé e o batismo infantil é exatamente o que


distingue os vários grupos uns dos outros, como veremos.

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A Antiguidade do Pedobatismo
Sem dúvida, o pedobatismo é uma prática muito antiga e histórica na igreja.
Pode-se questionar se a prática era apostólica, mas ninguém pode negar com
credibilidade a sua antiguidade. Embora nenhum dos escritos patrísticos e da
igreja do primeiro e segundo séculos se refiram ao batismo infantil, o registro
histórico data a prática desde o início do terceiro século, onde pelo menos
algumas igrejas foram observadas seguindo a prática.

1º tratado sobre batismo infantil - O primeiro tratado existente sobre o assunto


vem das obras de Tertuliano de Cartago. Em sua obra, “Sobre o Batismo” (início
do terceiro século), Tertuliano procurou desacreditar a validade do batismo
infantil.
2º tratado sobre batismo infantil - A segunda referência (cronologicamente)
relativa ao batismo infantil é a de Hipólito (meados do terceiro século). Nessa
obra, Hipólito afirmou que apenas os catecúmenos eram candidatos apropriados
ao batismo, indicando a exclusão de bebês.

1º tratado em defesa do batismo infantil - Cipriano de Cartago é o primeiro autor


a escrever em apoio ao batismo infantil. Na “Epístola 58”, ele se referiu a uma
decisão de uma reunião eclesiástica africana em 253 d.C., onde exigiu o batismo
infantil. Para Cipriano, o batismo infantil não era uma opção, mas um dever.

Com o passar do tempo, a prática cresceu em popularidade. Embora parecesse


pelos escritos de Tertuliano e Hipólito que a prática foi originalmente recebida
com oposição, no quarto século, os pais da igreja escreveram quase
exclusivamente em favor do pedobatismo.

A pergunta é, porque eles batizavam crianças? Quais eram suas crenças


sobre essa questão? Veremos a seguir seus pensamentos ao longo da
história.

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As Divisões do Pedobatismo (Jeffrey D. Johnson)
1. Fé do outro: A igreja supre a fé necessária para o batismo do
infante.
Muitos dos pais da igreja primitiva ensinaram que o batismo lavava os pecados.
No entanto, esses mesmos pais da igreja não concordaram com os tipos de
pecados perdoados no batismo. Somente os pecados cometidos antes do
sacramento são perdoados, ou o batismo também limpa pecados futuros?
Embora a igreja não estivesse universalmente convicta, os pais da igreja
concordaram que o batismo era um meio de graça efetivo para lavar ao menos
os pecados passados.

Contudo, vendo que os pais da igreja não criam que as crianças eram culpadas de
pecado pessoal, então, “que necessidade havia para batizar crianças inocentes?”,
esta foi a primeira pergunta que fizeram. O batismo na igreja primitiva era
aplicado, somente para os que tinham fé. Então, fé e batismo era inseparável.

Com isso em mente, os primeiros pais patrísticos tinham outra pergunta a


responder: Como as crianças são capazes de ter a fé necessária para o batismo?
1ª pergunta: que necessidade havia para batizar crianças inocentes? Orígenes
responde essa pergunta.

Se as crianças eram inocentes, por que


precisavam de perdão? De acordo com Orígenes
(aprox. 185-254 d.C), embora as crianças não
tivessem pecado pessoal, elas ainda
compartilhavam o pecado original de Adão.
Portanto, bebês não batizados, embora
inocentes, estavam em perigo. Por quê? Porque,
se acontecesse de morrerem em sua infância,
levariam a culpa de Adão para o túmulo. Por
causa desse perigo, os bebês precisavam do
batismo. Desta maneira, a igreja no terceiro
século estabeleceu a necessidade teológica para
o pedobatismo.

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2ª pergunta: Como as crianças são capazes de ter a fé necessária para o batismo?
Sendo que a fé e o batismo eram inseparáveis? Orígenes procurou responder a
primeira pergunta, enquanto Agostinho a segunda.

Uma resposta adequada não veio até o início do


quinto século. Diferentemente de Orígenes,
Agostinho (aprox. 354-430 d.C) não cria que as
crianças eram inocentes. Não apenas elas
precisam de perdão em relação à culpa de Adão,
mas também precisam de seus pequenos
corações depravados serem purificados. Para
Agostinho, as crianças têm necessidade dupla do
batismo.

De acordo com Agostinho, o batismo não apenas remove a culpa do pecado de


Adão, ele purifica o coração da sua depravação interior. O batismo é um sinal
visível da graça invisível. Agostinho afirmou: “A água toca o corpo e purifica o
coração”. Em A Cidade de Deus, ele chegou a chamar o tanque batismal de “pia
da regeneração”. Por exemplo, ele escreveu: “criancinhas, que pela pia da
regeneração, foram libertadas das amarras do pecado original em que estavam
presas”.

No entanto, Agostinho reconheceu que a fé é o pré-requisito para o batismo e as


crianças são incapazes de exercer fé. Como elas podem receber perdão se não
são capazes de crer? Qual foi a solução de Agostinho? Foi bem simples: a igreja é
capaz de cumprir esse pré-requisito pelas crianças. Ou seja, a igreja crê no lugar
da criança incrédulo, (“fé de outro”).

Em resumo, por que a igreja primitiva batizava infantes? Orígenes


alegou que as crianças necessitam do batismo por causa da culpa de
Adão, enquanto Agostinho afirmou que tal batismo é permitido
porque a igreja supre a fé necessária para o batismo. Desta forma, a
necessidade teológica e os fundamentos do pedobatismo foram estabelecidos.

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2. Fé infundida: Ao batizar a criança é infundida (derramada) sobre ela a fé, do
qual necessita para o batismo se tornar válido.

Se a fé do outro resolve o problema da falta de fé do infante, introduz uma nova


questão: quem de fato crê? Os primeiros escolásticos contavam com a
possibilidade de que pais ou padrinhos não cressem de verdade. Nesse caso, o
ato de crer recai sobre a igreja como um todo, como Agostinho havia dito. Mas,
e se toda a igreja estivesse errada? Então, disseram os primeiros escolásticos, é a
fé da igreja triunfante, a igreja que já está no céu, que é suficiente. Mas a igreja
triunfante não necessita de fé; como pode “crer”? Resposta: a sua fé está
depositada no tesouro do mérito.

Escolasticismo - a filosofia escolástica surgiu da necessidade de responder às


exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos
valores espirituais e morais. Eles tentam harmonizar a fé e razão. (século 9 ao 16)

Foi através desse fluxo de pensamento que a igreja mudou na idade média de fé
do outro para fé infundida. Em vez de os infantes confiarem na fé de outro, eles
recebem a fé como um dom no batismo a partir do tesouro da igreja triunfante
do céu.

3. Fé do infantil: Os infantes são capazes de exercer a sua própria fé segundo


esse ponto de vista que abordaremos.

Martinho Lutero procurou ajustar a doutrina do batismo infantil, procurando


resolver o antigo problema entre o batismo infantil e a fé. Sua solução foi simples.
Os infantes são capazes de exercer a sua própria fé. Em vez de os infantes
receberem a fé do tesouro da igreja triunfante, eles creem por si mesmos.

Segundo Lutero, a justificação é somente pela fé; portanto, para que o


pedobatismo seja eficaz quanto à lavagem dos pecados, a fé pessoal do infante
deve estar presente no batismo. “No batismo, os próprios infantes creem e têm
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a sua própria fé”. Os infantes são justificados porque creem. Desse modo, a fé da
igreja é intransferível. De acordo com Lutero, se eles não creem, seu batismo é
inútil.

Como os infantes são capazes de ter fé quando ainda precisam desenvolver um


raciocínio consciente? Para Lutero, isso não era um problema. A fé é irrefletida
na criança; pode existir sem a mente ter consciência disso. De acordo com Lutero,
“a razão de modo algum contribui para a fé”. Habilidades de raciocínio não
desenvolvidas não impedem a fé, mas, de acordo com Lutero, torna os infantes
“receptores mais adequados e apropriados para o batismo”.

Nesta visão, como as crianças recebem fé no batismo? Embora as


Escrituras ensinem que a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus,
isso não significa que a fé deva advir de uma compreensão
consciente da Palavra. Ouvir, no sentido comum de compreender o
pensamento proposicional, não é necessário para o infante.

Pelo contrário, a fé é um dom de Deus comunicado pelo poder sobrenatural do


Espírito Santo que opera através da Palavra. Ou seja, a Palavra de Deus confere
fé ao infante sobrenaturalmente, sem a cooperação da criança. Como afirma
Lutero: “A fé vem pela Palavra de Deus, quando é ouvida; crianças pequenas
ouvem essa Palavra quando recebem o batismo, e com isso também recebem
fé”.

4. Batismo simbólico
O reformador suíço, Ulrico Zuínglio (1484–1531) construiu uma visão
diferente sobre o batismo. Para Zuínglio, o batismo nas águas é um rito
“exterior” que não tem influência sobre a obra “interior” do Espírito.
Não apenas os infantes são incapazes de fé, mas a fé é desnecessária.
Porque o batismo é apenas um sinal, não tem eficácia. “Nada exterior pode nos
tornar puros e justos”. Portanto, visto que o batismo não é um meio de fé, a sua
administração não tem relação alguma com a fé.

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Zuínglio tentou resolver o grande dilema de como o batismo infantil se harmoniza
com a fé excluindo a fé por completo. Como ele resolve esse dilema?

A solução de Zuínglio foi separar o símbolo daquilo que é


significado pelo símbolo. Em outras palavras, Zuínglio
procurou separar o batismo “exterior” do batismo
“interior”.
O batismo nas águas deve ser distinguido e mantido
separado da lavagem da regeneração do mesmo modo
que a circuncisão da carne deve ser distinguida da
circuncisão do coração. A ordenança exterior da Antiga
Aliança não salvava mais as crianças judias do que o
batismo nas águas na Nova Aliança salva os filhos dos
crentes.

Com essa distinção entre exterior e interior, Zuínglio separou o batismo infantil
da fé. As referências bíblicas que vinculam a fé ao batismo referem-se apenas à
lavagem interior e espiritual da regeneração, não ao batismo nas águas. O
batismo espiritual e o batismo nas águas são diferentes. Portanto, eles devem ser
distinguidos e mantidos separados cronologicamente.

Para Zuínglio, o batismo nas águas não tem relação com a fé e a regeneração.
Nesse sentido, o batismo nas águas é apenas um símbolo exterior.

Ainda assim, Zuínglio, ensinou que os infantes precisavam do batismo. Por quê?

Não porque o batismo esteja ligado à fé, mas porque corresponde à circuncisão
do Antigo Testamento. Se os infantes na Antiga Aliança eram circuncidados,
então os infantes pertencentes à Nova Aliança precisam ser batizados. O batismo
não comunica fé salvífica, mas coloca os bebês na Nova Aliança, da mesma forma
que a circuncisão colocava os infantes na Antiga Aliança. Se a Nova Aliança é em
essência a mesma que a Antiga Aliança, então o que foi praticado na Antiga deve

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ser praticado na Nova. Portanto, a continuidade das alianças exige o batismo
infantil, não a fé.
Resumindo todo o assunto, Zuínglio separou completamente o batismo
“exterior” do batismo “interior”, alegando que o batismo nas águas não tem
eficácia para a salvação. O símbolo retrata a regeneração, mas não a produz.

Formas de batismo
Imersão – a pessoa é imersa por completo na água. Pentecostais,
neopentecostais, batistas, adventistas.
Aspersão – a água é chuviscada ou borrifada na cabeça da pessoa. Católicas,
luteranas, presbiteriana e metodistas.
Efusão – água é derramada na cabeça da pessoa.

Tipos de batismo
“E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos
mortos, e do juízo eterno.” (Hebreus 6:2)

O texto exposto acima fala da doutrina dos batismos (plural). Isso nos leva a crer
que existe mais de um batismo dos quais são eles: batismo na morte, batismo nas
águas e batismo com Espírito Santo e fogo. Vamos ver em detalhes cada um deles.

Batismo na morte - O batismo da morte refere-se a morte sacrificial do Senhor


Jesus Cristo em favor da humanidade, ou seja, quando uma pessoa crer na
pregação do Evangelho de Cristo e recebe à Jesus Cristo como seu único Senhor,
Salvador e Mediador. A partir deste momento acontece o batismo da morte, a
pessoa morre para o pecado e ressuscita para ser uma nova criatura. Vamos ler:
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos
batizados na sua morte?
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos...” (Romanos 6:3,4)

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Batismo nas águas - O batismo nas águas deve acontecer depois do batismo na
morte, ou seja, depois da pessoa se converter ao Senhor Jesus Cristo. O batismo
nas águas é a concretização do batismo na morte. Vamos ler:

“E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis
aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo
o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E
mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e
o batizou.” (Atos 8: 36- 38)

Batismo com Espírito Santo e com fogo - O batismo com ou no Espírito Santo e
fogo, é o poder e o revestimento de Jesus Cristo para serviço da obra de Deus.
Este batismo é exclusivamente feito pelo Senhor Jesus Cristo a todo aquele que
o aceitou e deixou o pecado para trás. Vamos ler:
“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que
vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar;
ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo”. (Mateus 3:11)

Por Que Jesus Ordena O Ato Do Batismo?


Às vezes a gente pode se perguntar por que Jesus ordenou o ato de
Batismo. Porque é que existe tal coisa como o Batismo? Se a salvação
é pela graça mediante a fé, por que instituir um ritual exigido ou um
símbolo para representar a fé? Essa é uma pergunta que a Bíblia não
responde, mas, há algumas especulações, vejam:

a. alguns acreditam que o batismo com água está associado com os ritos de
purificações do A. Testamento, sendo assim, o batismo seria uma figura de
limpeza, por isso Jesus usou esse tipo de ritual.

b. o ato do batismo pode ter sido usado como uma forma para despertar quem
está de fora e com isso tomar a decisão do arrependimento.

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c. Muitas vezes Deus fez uso da água como linha divisória. Nos dias de Noé, a
água do dilúvio separava o mundo pecaminoso da nova vida num mundo
purificado.
No Êxodo, a água do mar Vermelho era a linha divisória entre a escravidão e a
liberdade.
Nos dias de Naamã, a água do rio Jordão era a linha divisória entre a lepra e a
purificação.
Nos dias do cego, a água do Tanque de Siloé era a linha divisória entre a cegueira
e a capacidade de ver.
Porque Deus usou a água nesses casos, eu não sei. Mas, sem dúvida, não nos
deve parecer estranho que Deus tenha feito a água no Novo Testamento ser
alinha divisória entre a velha vida de pecado e a nova vida em Cristo.

Batismo é um sacramento ou ordenança?


Sacramento - sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e
confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina.
Para os sacramentalistas os símbolos são atos que representam realidades
espirituais. Esses sinais são considerados muito importantes para a CATOLICISMO
salvação de cada crente e marcam as várias fases de sua vida Entre os
espiritual e religiosa. Os católicos consideram 7 sacramentos: “remédios contra
o pecado”, a
1º Batismo Igreja apresenta,
além do jejum e
2º Santa ceia da oração, a
esmola.
3º Confirmação – ou crisma; quando a pessoa confirma sua decisão Especialmente no
tempo quaresmal
de seguir Jesus (Romanos 10:9-10) essas práticas
espirituais são
4º Penitência – ou confissão; quando a pessoa confessa seus propostas de
pecados e pede perdão a Deus. Tem atos como: jejuns, orações, combate ao
pecado.
esmolas, vigílias e peregrinações.
5º Unção – ungir os doentes para que fiquem curados (Tiago 5:14,15)
6º Ordem – a ordenação de líderes na igreja
7º Casamento – a união de um homem com uma mulher perante Deus

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As igrejas protestantes normalmente não aceitam esses rituais como
sacramentos, porque não foram ordenados por Jesus como um ritual sacramental
a ser seguido. Esses atos têm base bíblica, mas não são considerados
sacramentais, tal como ajudar os pobres e cuidar da família são regras, mas não
rituais. O batismo e a ceia, são considerados ordenança, mas, esses ritos não
transmite a salvação.

O batismo é o meio de graça salvadora?


Alguns grupos falam de regeneração batismal: crêem que o batismo de fato
realiza uma transformação, trazendo a pessoa da morte espiritual para a vida. A
forma mais extrema dessa concepção é encontrada no catolicismo tradicional.

O batismo, de acordo com os sacramentalistas, é o meio pelo qual Deus distribui


a graça salvadora; ele resulta na remissão dos pecados. Qual é o requisito para
esse sacramento?

Catolicismo – os requisitos são que alguém apresente a criança e que um


padre ministre devidamente o sacramento e, a fé não é de fato
necessária. Cumprindo esse requisito, ao se batizar se torna regenerada
a criança, passou da morte para vida.
Luteranos - O batismo, de acordo com os sacramentalistas (luteranos), é o meio
pelo qual Deus distribui a graça salvadora; ele resulta na remissão dos pecados.
Segundo entendem os luteranos, o sacramento não é eficaz, a menos que a fé já
esteja presente.

Na concepção sacramentalista, o batismo une objetivamente o crente a Cristo de


uma vez por todas (Rm 6.3-5).

Os receptores do batismo, de acordo com o luteranismo, dividem-se em dois


grupos. Primeiro, há os adultos que passaram a crer em Cristo. Exemplos
explícitos são encontrados em Atos 2.41 e 8.36-38. Segundo, as crianças ou
mesmo os recém nascidos também eram batizados nos tempos do Novo
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Testamento. A prova está no fato de levarem crianças para serem tocadas por
Jesus (Mc 10.13-16). Além disso, lemos em Atos que famílias inteiras foram
batizadas (At 11.14; 16.15,31-34; 18.8). É razoável pressupor que a maioria dessas
famílias não se compunha exclusivamente de adultos.

Sendo assim, segundo o entendimento deles, quando fala que tu e tua casa
nessas passagens, incluem crianças também. Esse argumento é fraco, no livro de
Atos observamos que o batismo sempre está associado ao arrependimento e a
fé.

A contradição dos luteranos - Os teólogos luteranos tem consciência da acusação


da contradição entre a prática do batismo de crianças e a insistência na
justificação somente pela fé. Esse aparente dilema é em geral resolvido de duas
maneiras: Uma é a ideia de que as crianças batizadas podem possuir uma fé
inconsciente. A prova encontra-se em Mateus 18.6 ("um destes pequeninos que
crêem em mim"); (Mt 19.14).

Outra prova é a profecia sobre João Batista: "será cheio do Espírito Santo, já do
ventre materno" (Lc 1.15). A segunda forma de lidar com a aparente contradição
é sustentar que o que conta é a fé dos pais (ou mesmo da igreja) quanto se batiza
uma criança.

Qual é a forma bíblica mais próxima para o batismo? 1-imersão,


2-aspersão, 3-efusão.

Há pelo menos três tipos de evidência para acreditarmos que o sentido do Novo
Testamento e a prática do batismo eram por imersão. 1) O significado da palavra
baptizo no grego é essencialmente “mergulhar” ou “imergir”, e não aspergir.

2) As descrições de Batismos no Novo Testamento sugerem que as pessoas


desceram à água para serem imersas em vez de terem água derramada sobre si

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e com um recipiente por meio de efusão ou aspersão (Mateus 3:6: “no rio
Jordão”, 3:16: “[Jesus] saiu logo da água”, João 3:23: “muitas águas”, Atos 8:38:
“desceram ambos à água”). 3) Imersão se adequa ao simbolismo de ser sepultado
(enterrado) com Cristo (Romanos 6:1-4, Colossenses 2:12).

O Que de fato o Batismo Simboliza na Bíblia?

“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos
batizados na sua morte?
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida”. (Romanos 6:3,4)

Uma das grandes coisas sobre este texto é que ele mostra que, se
você entender o que o Batismo simboliza, você entende o que
realmente aconteceu com você quando você se tornou um Cristão.
Muitos de nós viemos à fé e fomos batizados em um momento em
que não tínhamos muito conhecimento.

Isso é bom. Espera-se que o Batismo aconteça no início da caminhada Cristã,


quando você não conhece muito. Por isso, também é esperado que você aprenda
mais tarde, mais e mais o que o Batismo significa. Paulo ao escrever aos romanos,
tem como objetivo que seus leitores venham entender o simbolismo do batismo.
Aprenda com estes versos o que você uma vez simbolizou aos olhos de Deus, e o
que realmente aconteceu com você ao se tornar um Cristão.

Eu lidarei com apenas duas coisas que o Batismo simboliza, de acordo com esses
versículos.

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1. O Batismo Simboliza a Nossa Morte na Morte de Cristo.
Versículos 6:3-4a: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus
Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo
batismo na morte”. Aqui está uma grande verdade sobre nós, Cristãos.

Nós morremos quando Cristo morreu, Ele morreu a nossa morte, isso significa
que não somos as mesmas pessoas que éramos antes; nosso velho homem
morreu. Nós não somos mais os mesmos.
MORTE CRISTO (representa) MORTE VELHO HOMEM

Então, quando Romanos 6:3-4 diz que somos batizados em Cristo e na Sua morte,
eu tomo esta passagem para dizer que o Batismo expressa a fé na qual
experimentamos a união com Cristo. É provavelmente por isso que Deus criou o
modo de Batismo para simbolizar um sepultamento. Ele representa a morte que
experimentamos quando estamos unidos a Cristo. É por isso que somos imersos:
é um sepultamento simbólico.

Então saiba, crente, que você já morreu. O velho “eu” incrédulo e rebelde foi
crucificado com Cristo. Isto é o que o seu Batismo significou e significa.

2. O Batismo Simboliza a Nossa Novidade de Vida em Cristo.


Versículo 4: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida”.

Ninguém fica sobre a água do Batismo. Nós saímos para fora da


água. Depois da morte vem a vida nova. O velho “eu” de
incredulidade e rebelião morreu quando eu me uni a Cristo através
da fé. Mas no instante em que o velho “eu” morreu um novo “eu”
foi trazido à vida, uma nova pessoa espiritual foi, por assim dizer,
ressuscitada dentre os mortos.

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O Batismo simboliza o que aconteceu conosco quando nos tornamos cristãos.
Então vamos resumir isto e chegarmos a uma conclusão. O Batismo simboliza o
que aconteceu conosco quando nos tornamos cristãos. Isto é o que aconteceu
conosco: fomos unidos a Cristo. Sua morte se tornou a nossa morte. Nós
morremos com Ele. E, no mesmo instante, sua vida se tornou nossa vida. Estamos
agora vivendo a vida de Cristo em nós. E tudo isso é experimentado através da fé.

Representação simbólica do batismo

MORTE CRISTO SEPULTAMENTO RESSURREIÇÃO

MORTE DO VELHO “EU” ENTERRO “EU” VIDA DO NOVO “EU”

Batismo é para os crentes somente (Credobatista)


O Batismo é uma expressão de fé e, portanto, somente para os crentes. Nós
cremos que o Batismo é uma Ordenança do Senhor pelo qual aqueles que se
arrependeram e vieram à fé expressam sua união com Cristo na Sua morte e
ressurreição.

Então, o nosso entendimento do Novo Testamento é que o significado do Batismo


inclui o fato de que ele é uma expressão da fé de quem está sendo batizado. Não
é algo que um incrédulo pode fazer. Não é algo que um bebê pode fazer. É por
isso que não batizamos crianças que ainda não expressou sua fé.

Pela Fé!
Paulo mostra a mesma forma de pensar sobre o Batismo e a fé em Gálatas 3:26-
27: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos
quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”. Tornamo-nos
filhos de Deus pela fé e de nenhuma outra forma. Então ele diz, “porque”,

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conectando esta maneira de nos tornarmos filhos de Deus, com o Batismo:
“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”.

Essa explicação com a palavra porque apenas faz sentido se o Batismo for
entendido como um ato de fé. “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de
Cristo”. Ou, para invertê-lo: Desde que vocês foram batizados em Cristo,
portanto, sabemos que em Cristo todos vocês são filhos de Deus pela fé. Por quê?
Porque é isso que o Batismo significa: Você foi batizado em Cristo pela fé. O
Batismo sem fé era inconcebível para Paulo.

BIBLIOGRAFIA
UMA SÉRIE DE ESTUDOS SOBRE O BATISMO; John Piper
AS DIVISÕES DO PEDOBATISMO; Jeffrey Johnson

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