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ESTUDO TEOLÓGICO

EPÍSTOLAS
JUDAS/FILEMOM

Religiões
ISLAMISMO/MAÇONARIA/BUDISMO

Ministério Crescendo no Conhecimento

Marcio José Mondin

2017
1
Sumário
Pág.

Introdução ......................................................................... 04

Judas .................................................................................. 06

Introdução ......................................................................... 28

Filemom ............................................................................. 30

Religiões ............................................................................. 40

Bibliografia ......................................................................... 55

2
EPÍSTOLA DE JUDAS
Batalhar pela fé

3
Introdução
1. Autoria

Jesus foi o filho primogênito de Maria e José, seu pai adotivo (Lc 2.7). Até o começo
do seu ministério a família cresceu, incluindo quatro irmãos mais jovens e um
numero não especifico de irmãs. Marcos identifica os quatro irmãos de Jesus como:
Tiago, José, Judas e Simão (Mc 6.3), presumivelmente listando-os do mais velho ao
mais novo. Nesta lista de irmãos de Jesus, Mateus inverte a ordem de dois irmãos
mais novos (Mt 13.55). O autor da carta que traz o nome de Judas identifica-se como
“Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago”. Entre os diversos Judas do Novo
Testamento, este é o único que pode ser um dos quatro irmãos mais novos de Jesus.
2. Data e Local onde a Carta Foi Escrita
Em sua saudação, Judas não da pista a respeito da data ou lugar onde a carta foi
escrita. Alguns deduzem uma data aproximada dos anos 70 a 80 d.C.
3. Tema
Batalhar pela fé
4. Destinatários
Judas endereça sua carta “aos chamados, amados por Deus Pai e guardados por Jesus
Cristo” (v.1). Estes cristãos chamados queridos e conservados são uma comunidade,
ou comunidades de judeus que se converteram ao cristianismo. Os destinatários
podem ser os próprios moradores da Palestina ou de uma parte dos judeus que
estavam espalhados pelo mundo, onde os judeus tinham aceitado a Jesus como o
Messias.
5. Ocasião e Propósito
Entre a ocasião em que Judas primeiramente considerou escrever para o seu povo, e
a época em que na verdade escreveu, toma conhecimento de que “se introduziram
[secretamente] alguns... homens ímpios” (v.4). Judas identifica estes homens como
“adormecidos” (v.8). Próximo ao final de sua carta, Judas também observa que eles
“não têm o Espírito” (v. 19). Estes indivíduos, então, são provavelmente (falsos)
profetas itinerantes, que vieram aos destinatários da carta de Judas. Quaisquer que
sejam suas alegações a fim de validar seus ministérios ficam evidentes que são falsos
profetas pelas observações de que “convertem em dissolução a graça de Deus e

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negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (v.4b). Assim, como os
falsos mestres ou falsos profetas, defendem uma libertinagem moral, que e nada
menos do que uma negação moral de Jesus. Neste contexto Judas escreve com três
propósitos: (1) De um lado, os seus leitores estão lutando pela fé que uma vez lhes
foi entregue (v. 3) pelos verdadeiros profetas, os apóstolos (v.17). Por outro lado,
devem rejeitar a “nova” revelação, os sonhos dos falsos profetas. (2) Judas também
pede aos seus leitores que perseverem na caminhada cristã (v.17-21) e
(3)Finalmente, Judas pede aos seus leitores a preservar outros em misericórdia
(v.22,23).
6. O que significava Epístola antigamente?
Etimologicamente (origem da palavra), a palavra epístola vem do prefixo grego epi
(por cima) mais o substantivo estola (manta). Conta-se que, na época da Igreja
primitiva, as cartas, propriamente ditas, eram colocadas nas bolsas que ficavam nas
duas pontas de uma manta; essa manta era colocada sobre o lombo do jumento que
a levava ao destinatário das cartas. Então nesse caso, epístola era o recipiente que
levava as cartas.
Simbolicamente começou a chamar epístola de carta devido ao uso frequente desse
termo antigamente. Lembrando que o Novo Testamento foi escrito em grego.
Portanto, é correto pronunciar Epístola aos Romanos, Epístola de Judas etc.

LEMBRETE: O objetivo desta apostila não é defender um ponto de vista específico,


mas sim apresentar o máximo de ponto de vista diferente, para que no final o aluno
tenha a liberdade para escolher qual o ponto de vista que ele mais se identifica.

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CAPÍTULO 1
(v.1,2) Saudações - Como outros autores do Novo Testamento que escreveram
epístolas, Judas menciona primeiro o seu nome. Esse era um procedimento
costumeiro, como fica evidente pelas cartas registradas em Atos (ver 15.23; 23.26).
Paulo, Pedro e Tiago também recorrem a essa prática. João, porém, é a exceção;
modestamente, ele não chama a atenção para si em suas três epístolas. Alguns dizem
que o nome começava no inicio, porque como as cartas e livros eram em rolo, o
nome no final dificultaria a identificação de imediato.

A saudação de Judas é diferente daquela dos apóstolos, pois Judas não pode
declarar-se como apostolo, pois não fazia parte do grupo dos doze. Ele se apresenta
como servo de Jesus Cristo. Como complemento da sua auto-designação, ele diz que
é irmão de Tiago, que também se identifica como “servo de Deus e do Senhor Jesus
Cristo” (Tg 1.1).

Nome de Judas – Este nome tem origem em Judá. Judas era um nome comum. Foi
dado pela primeira vez a Judá, filho de Jacó e chefe da tribo de Judá. O líder tribal
Judá aparece na genealogia de Jesus (Mt 1.2,3; Lc 3.33); referências ao nome e à
tribo ocorrem com frequência (Mt 2.6; Lc 2.4; Hb 7.14; Ap 5.5; 7.5). Além de Judas
Iscariotes, discípulo que traiu Jesus, outras pessoas mencionadas no Novo
Testamento com o nome de Judas são:

1. Judas, filho de Tiago (Lc 6.16; At 1.13). Era um dos 12 discípulos. Também
conhecido como Tadeu, por isso na tradição ele é conhecido como São Judas Tadeu
(comparar com Mt 10.3; Mc 3.18; ver também Jo 14.22).

2. Judas, o galileu (At 5.37). Um revolucionário que foi morto por causa de suas
atividades revolucionárias.

3. Judas Barsabás, que estava presente no Concilio de Jerusalém e foi portador de


cartas às igrejas gentias (At 15.22,27,32).

4. Judas (Judá), um ancestral de Jesus (ver Lc 3.33; ver também v. 30).

5. Judas, irmão de Tiago e (meio) irmão de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3).

A partir da auto-identificação de Judas como irmão de Tiago, concluímos que Judas, o


(meio) irmão de Jesus, é o autor que escreveu essa epístola. Observe que ele não se
chama de apóstolo. Se esse fosse o caso, saberíamos que o autor era Judas, filho de
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Tiago. Ao invés disso, essa epístola é escrita por um autor que se separa dos
apóstolos quando escreve: ‘’lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo’’ (v.17).

V.1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados por Deus
Pai, e guardados por Jesus Cristo:

(v.1) Judas, servo de Jesus Cristo - Os tradutores e revisores erraram ao não


colocarem aqui o termo mais correto e franco, ’’escravo’’, porquanto isso é o que
afirma aqui o original grego, ‘’doulos, que significa escravo’’. Um escravo é uma
propriedade do seu senhor. Um escravo vive para agradar a seu senhor e fazer sua
vontade. Werner de Boor diz que um “escravo” é um homem cujo corpo e vida, com
todas as forças e capacidades produtivas, pertencem a outra pessoa, a seu senhor.
Esse termo também tinha um significado honroso, pois os grandes homens de Deus
do passado como Abraão, Moisés e Davi foram chamados de servos de Deus.

Judas se apresenta como escravo de Jesus Cristo, primeiro porque foi comprado e
remido; depois, porque voluntariamente quer servi-lo.

Essa verdade gloriosa nos remete a um fato ocorrido na Califórnia, na época da


exploração do ouro. Um rico empresário cristão viu uma jovem negra sendo vendida
como escrava. Ele ofereceu o maior lance e a comprou. Ao ficar a sós com ela para
informar seu gesto, ela lhe cuspiu na face. O empresário não desistiu. Falou-Ihe do
alto preço que pagou, mas a jovem voltou a insultá-lo. O empresário então disse: Eu
não paguei esse alto preço para que você se tornasse minha escrava, mas para
libertá-la. Você está livre! A jovem, entendendo o que havia acontecido, prostrou-se
aos pés do dono e disse: “Então, permita-me, a partir de hoje, servir-lhe
voluntariamente como serva”. É assim que somos servos de Jesus Cristo. Ele nos
resgatou da escravidão do pecado e agora somos servos livres para servi-lo e adorá-
lo.

(v.1b)...aos chamados, amados por Deus Pai, e guardados por Jesus Cristo -
Primeiro, Judas menciona ‘’os chamados’’. Os crentes a quem Judas se dirige foram
tirados da morte para a vida, das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade.
Esses chamados são aqueles que não rejeitaram o sacrifício de Cristo na cruz e
aceitaram o chamado de Deus para crerem na obra expiatória de Jesus Cristo.
Segundo, ’’os amados por Deus’’, Quando Deus chama os pecadores para si através
de Jesus Cristo, como seu Pai ele expressa seu amor por eles. Ele recebe o pecador de
braços abertos na família dos crentes e na casa de Deus. Por intermédio de Cristo,
portanto, os crentes experimentam o amor contínuo de Deus o Pai. Terceiro, ’’os
guardados por Jesus Cristo’’, Essas palavras são semelhantes às que Jesus usou na
oração por seus discípulos: “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu
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nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste... ’’(Jo 17.12). Jesus protege seus
seguidores do maligno e ajuda conservá-los para sua segunda vinda.

V.2 Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados.

(v.2) Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados - As cartas antigas, após a
saudação geral, traziam a expressão do desejo de boa saúde para aqueles que
receberiam a carta (Ver 3 Jo 1.2 ,quanto a essa fórmula). Mas, nas cartas do N.T., isso
é substituído por sentimentos religiosos, por ‘’valores espirituais’’, em lugar do mero
desejo de saúde física. As epístolas de Paulo sempre trazem ‘’graça e paz’’ como
desejo expresso em favor de seus leitores originais. Nas epístolas pastorais temos
‘’graça, misericórdia e paz’’, o que também aparece na segunda epístola de João.

Misericórdia – Judas em sua saudação deseja aos irmãos que estavam recebendo a
sua carta, misericórdia. Diante de tantas lutas e perseguições que estavam passando
os irmãos e diante de ensinamentos falsos que traziam confusão a mente de alguns,
se não for à misericórdia de Deus para lhes sustentar ninguém permaneceria.

e paz - Uma pessoa não convertida está em guerra contra Deus. Todos nós
estávamos longe de Deus, éramos inimigos dele e filhos da ira, mas, por causa da
obra de Cristo na cruz, fomos reconciliados com Deus e temos paz com Deus.

e amor vos sejam multiplicados - Amor. Essa é a virtude básica de todos os dons
divinos, a virtude inspiradora de tudo quanto é nobre. Está aqui em foco o amor de
Deus pelos homens, o que, por sua vez, inspira os homens ao amor. Todo o
verdadeiro amor vem de Deus, porque até mesmo quando os homens sem
regeneração amam isso se deve à influência do Espírito Santo neste mundo. A
palavra ‘’sejam multiplicados’’ no grego significa ‘’com abundância’’. Então Judas
deseja que seja derramado com abundância o amor de Deus sobre os irmãos e que
esse amor os possa influenciar a amar o seu próximo.

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V.3 Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação
comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma
vez foi dada aos santos.

(v.3) Batalhar pela fé - Os crentes são os amados de


Deus e são amados também por Judas. Diante da
ameaça iminente dos falsos mestres, Judas apressa-se
a escrever para a igreja sobre a salvação concedida
por Deus ao povo. Concordo com Werner de Boor
quando ele diz que não é pela salvação que a igreja
tem de lutar. A salvação foi conquistada pelo Filho de
Deus quando, ao morrer, fez soar seu grito de vitória:
Está consumado. Contudo, trata-se da mensagem da
salvação e de sua integridade, que uma vez por todas BATALHAR PELA FÉ
foi entregue aos santos.

Os falsos mestres estavam lançando ataques contra o sagrado depósito da verdade


cristã, e já lançou esforços para minar as grandes doutrinas fundamentais. O
propósito de Judas é exortar os crentes a entrar numa batalha contra a mentira,
contra as falsas doutrinas, contra os falsos mestres, empregando nessa batalha toda
sua atenção e todas as suas armas. O termo grego ‘’ batalhar ‘’ faz parte do
vocabulário esportivo e dá origem à palavra ‘’agonizar ’’. É um retrato do atleta
dedicado competindo nos jogos gregos e esticando nervos e tendões, a fim de dar o
melhor de si e vencer.

Pensamento distorcido no meio cristão - No meio cristão a um pensamento


distorcido e longe da realidade no que se diz a respeito da verdade bíblica. Hoje
vemos muitos pastores e lideres distorcendo a verdade para explorar membros com
o objetivo de se enriquecer, comprar carros luxuosos, aviões, mansões etc. Sabemos
que o dinheiro que entra na igreja é para ajudar os necessitados e manter a
manutenção da igreja e não enriquecer pastores com seus desejos carnais. Se alguém
vier a bater de frente contra o pastor corrupto e denunciar suas atitudes ilegais, esse
cristão será titulado como herege, não respeita o ungido de Deus e poderá ser
banido da igreja. ‘’ Judas vai titular esse cristão como um batalhador da fé que não
permite que a verdade seja distorcida pelas mentiras desses falsos mestres ‘’.

Um dos motivos hoje de surgir varias igrejas, é porque membros que não aceita
pastores corruptos saem da igreja e forma um ministério que vai prezar pela verdade
bíblica. Infelizmente hoje existe vários ‘’cristãos Pilatos’’, vê as injustiças grotesca de
seus pastores e dizem: ‘’dou o dízimo na minha igreja e não me importo o que ele vai
fazer com dinheiro, o importante sou eu fazer minha parte e lavar minhas mãos, o
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que o pastor vai fazer com dinheiro depois ele se vê com Deus’’. Paulo em 1 Timóteo
6.5, expõe os falsos mestre como pessoas que queriam fazer as coisas de Deus como
fonte de lucro para si, pois o desejo do coração era só tirar vantagem. Como
podemos nos calar diante desses falsos mestres? Precisamos batalhar pela fé
(verdade) e não nos calarmos e nem lavar as mãos.

V.4 Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo
juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a
Deus, único dominador e Senhor nosso Jesus Cristo.

(v.4) Porque se introduziram alguns... homens ímpios, que convertem em


dissolução a graça de Deus, e negam a Deus. - Tanto Jesus quanto seus apóstolos
advertiram que esses falsos mestres surgiriam e, no entanto, algumas igrejas não
deram ouvidos. Infelizmente, algumas igrejas continuam surdas para essas
advertências hoje. Judas escreve para alertar a igreja sobre a batalha da fé, visto que
a igreja estava sendo minada por falsos mestres (v.3). Delbert Rose diz que dois
males notórios, intimamente ligados, incomodavam a igreja ano final dos tempos
apostólicos e pós-apostólicos: (1) antinomismo; (2) gnosticismo. Judas escreve tendo
em mente esses dois erros - pelo menos na sua forma primária. Os antinomistas
(significa no grego ‘’contra lei ’’) afirmavam que a graça os libertara da lei moral.
Esses heréticos transformavam a graça de Deus em uma desculpa para cometer todo
tipo de imoralidade (v. 4,18,19).

Os gnósticos afirmavam que a salvação era alcançada pelo conhecimento, e não pela
fé salvadora em Jesus Cristo. Defendiam a posição dualista do universo, composta de
matéria má e espírito bom. Assim, o gnosticismo não aceitava as doutrinas da
criação, encarnação e ressurreição. Seguindo a linha gnóstica de pensar, esses falsos
mestres criam que seus corpos eram essencialmente maus, por isso não era
importante o que uma pessoa fazia em relação a seus apetites, desejos e paixões.
Também criam que a graça de Deus era suficiente para cancelar, limpar e cobrir todo
pecado. Por que se preocupar com o pecado, uma vez que a graça é maior do que
todo o pecado? Em resumo, a preciosa graça de Deus estava sendo pervertida para
justificar o pecado.

A doutrina falsa é um veneno mortal a ser identificado, rotulado e evitado a todo o


custo. Charles Spurgeon (conhecido como príncipe dos pregadores) afirmou: “Não
consigo suportar as doutrinas falsas, por mais extraordinária que seja sua
apresentação. Você comeria carne envenenada só porque lhe é servida em um prato
de porcelana finíssima?”.

Judas agora identifica o inimigo nessa batalha, os apóstatas, e traça suas


características.
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(v.4a) Porque se introduziram alguns – Vemos aqui que os falsos mestres se
infiltraram disfarçadamente, é porque a igreja estava dormindo e não era vigilante.
Os falsos mestres tanto podem vir de fora como podem surgir de dentro da igreja (At
20.29,30). Os falsos mestres têm um verniz de seriedade. Aparentemente, estão
interessados no bem-estar das ovelhas. São lobos travestidos de ovelhas. Eles não se
declaram hereges. Não negam inicialmente a verdade. Introduzem-se no meio do
rebanho como os iluminados que alcançaram um nível mais profundo da verdade e
estão dispostos a ajudar os demais a alcançar esse mesmo nível.

(v.4b) Eles são ímpios - Os falsos mestres alegam pertencer a Deus, mas são ímpios
na forma de pensar e agir (2Tm 3.5). Falam em nome de Deus, mas apartam as
pessoas de Deus. O discurso deles está desconectado da vida. São atores que
desenvolvem um papel no palco. Usam um disfarce para esconder sua verdadeira
identidade. Não levam Deus a sério.

(v.4c) Eles convertem em dissolução a graça de Deus – Dissolução no grego significa


libertinagem, indecência e uma vida imoral sexualmente (orgias). Os falsos mestres
entram na igreja para mudar a doutrina. Querem encontrar base doutrinária para
justificar sua conduta libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos são
escravos (2Pe 2.13,14). É muito comum um indivíduo criar um sistema doutrinário
para justificar seus atos reprováveis. Em vez de entrar pelas portas do
arrependimento, preferem criar um caminho tortuoso de heresia.

(v.4d) Eles negam a supremacia de Jesus Cristo - Os falsos mestres podiam até
afirmar que Jesus era um grande mestre, mas não o verdadeiro e soberano Deus e
Senhor. Os falsos mestres desconstroem os pilares do cristianismo. Prejudicam os
fundamentos da fé. Negam o soberano Senhor da igreja e rebelam-se contra aquele
que é digno de honra, glória e louvor.

(v.5-7) Judas oferece três exemplos do juízo de Deus sobre aqueles que resistiram à
sua autoridade e se apartaram da verdade. Judas está dizendo que Deus julga os
ímpios, os apóstatas e os falsos mestres. (1) Os israelitas incrédulos foram destruídos
no deserto (v.5), (2) os anjos infiéis estão presos na escuridão das trevas (v.6); (3) e as
cidades ímpias foram queimadas pelo fogo (v.7). Vejamos cada um desses exemplos:

V.5 Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o
Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não
creram;

(v.5) Os israelitas incrédulos foram destruídos no deserto - A incredulidade é um


caminho de desastre. O final da linha para os incrédulos é a própria destruição. Os
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pecados de Israel foram registrados para nos alertar (1Co 10.11). Aqueles que se
apartaram da verdade pereceram no deserto. O deserto tornou-se o maior cemitério
da história. Cerca de 2 milhões de pessoas foram enterradas nas areias daquele
tórrido deserto. A causa dessa tragédia foi a rebeldia daquele povo. O salário do
pecado é a morte. Deus não tomará por inocente o culpado. Aqueles que abandonam
a verdade e segue o caminho do pecado terão de enfrentar, de igual forma, o reto e
justo juízo de Deus.

V.6 E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande
dia;

(v.6) os anjos infiéis estão presos na escuridão das trevas - Deus exerceu o seu juízo
sobre os anjos caídos e os condenou ao inferno (2 Pe 2.4). Deus não poupou os anjos,
quando estes se rebelaram e ‘’deixarão sua própria habitação’’, ou seja, preferirão
seguir satanás em sua rebelião, do que estar com o Senhor nosso Deus. Não se pode
zombar de Deus e escapar. Não se pode rebelar contra o Todo-poderoso e ficar
impune. Homens e anjos sofreram o juízo divino. Este é um alerta solene para os
falsos mestres e todos aqueles que se desviam da verdade.

Agora vamos entender mais profundo sobre este versículo e o que os comentaristas
dizem sobre essa passagem:

(1)- Na opinião de muitos comentaristas, um grupo de anjos deixou sua posição de


autoridade e vieram para a terra a fim de se casarem com mulheres (Gn 6.2), ou seja,
na ocasião em que os anjos (“filhos de Deus”) se casaram com as “filhas dos homens”,
eles geraram gigantes e corromperam a terra (Gn 6.4). Depois desses atos cometidos
pelos anjos eles foram lançados em escuridão e prisões eternas. Parece uma ideia
fantasiosa, mas onde esses comentaristas tirarão essas ideias?

A interpretação de anjos se casando com mulheres vem do livro apócrifo 1 Enoque.


Esse livro descreve como os anjos caídos cobiçaram as lindas filhas dos homens,
desceram ao monte Hermom e cometeram fornicação com elas. Esses anjos caídos
foram assim responsáveis pela geração de filhos, os nefilins, que foram os gigantes da
terra (Gn 6.4). Acerca das prisões, Enoque pinta os anjos como quem estariam
amarrados de pés e mãos, lançados nas trevas, debaixo de grande pilha de pedras
brutas e desordenadas, conservando-os cativos na escuridão. No dia do julgamento
teriam de sofrer o fogo (1 Enoque 10:4-6,11,12).

Segundo esses comentaristas, outra forma que reforça a ideia que os anjos se
prostituirão com as filhas dos homens esta no versículo 7; ‘’ Assim como Sodoma e
Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como
12
aqueles ’’, como aqueles quem? Como os anjos do versículo anterior. Essa ideia que
os anjos se prostituirão para os judeus era normal e aceita na época de Judas e anos
depois foi aceita pelas igrejas, essa ideia só foi mudada anos depois pelo teólogo
Agostinho (354-430 D.C) que decidiu essa questão e encerrado a discussão dos anjos
caídos e entendendo que Gênesis 6 tratava-se da união da linhagem “piedosa” de
Sete com a ‘’maldosa’’ linhagem de Caim.

(2) - Já outros comentaristas têm opiniões diferentes, para eles os anjos mencionados
não são somente um grupo específico e sim todos aqueles que se rebelaram com
satanás, ou seja, deixarão a sua própria habitação (céu celestial) para seguir satanás.
Para eles satanás e os demônios não estão presos de modo literal e acorrentados em
um determinado lugar, se esse fosse o caso, o mundo não seria perturbado por
demônios. A imagem que Judas transmite é a de que os anjos rebeldes estão vivendo
em trevas espirituais (escuridão) e estão acorrentados à sua sentença de julgamento
divino, da qual jamais podem escapar.

Esses comentaristas são da mesma opinião de Agostinho, que não era anjos os filhos
de Deus em Gênesis 6 e sim a linhagem de Sete. Eles também refutam a ideia de que
anjo não pode gerar filhos porque são espíritos e não tem carne e osso, e defendem
que Jesus disse que anjos não se dão em casamento (Mt 22.30).

V.7 Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se


entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por
exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.

(v.7) e as cidades ímpias foram queimadas pelo fogo - Tanto Pedro quanto Judas
afirmam que essas cidades foram transformadas em exemplos para advertir os
ímpios de que Deus verdadeiramente julga o pecado (ver 2 Pe 2.6). Ao combinar as
descrições dos dois autores, vê-se que os cidadãos de Sodoma e Gomorra (bem como
de outras cidades envolvidas) eram: ímpios, imundos, perversos, sem lei, injustos e
dados à impureza. Cometiam pecados sexuais realizando atos ‘’antinaturais’’ e se
entregavam a tais pecados constantemente e buscavam satisfazer suas
concupiscências todo o tempo.

A "outra carne" refere-se a uma "carne diferente". Sua vida estava sempre em
declínio, entregando-se a atos antinaturais (ver Rm 1.24-27). Os que defendem a
interpretação de "anjos caídos" para Genesis 6 acreditam que a "outra carne" seja
uma referência a anjos em forma humana. É difícil de aceitar essa interpretação
porque não a nada mencionado na bíblia e nem livros apócrifos sobre a questão que
anjos se prostituirão em Sodoma e Gomorra.

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É verdade que os homens a porta de Ló quiseram envolver-se em atividades
homossexuais com os anjos que estavam na casa de Ló, mas os sodomitas não
sabiam que os visitantes eram anjos e também não fale que eles chegaram a ter
relações com os anjos naquele momento. Outra possibilidade é que os sodomitas
fossem culpados não apenas de sexo antinatural uns com os outros, mas também
com animais, que seriam, então, a "outra carne". Deus condena tanto a
homossexualidade quanto a bestialidade (Lv 18.22-25).

V.8 E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos (sonhando),


contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.

(v.8) A insubmissão afrontosa dos falsos mestres - Os falsos mestres, além de


contaminarem a carne, ou seja, viverem de forma imoral, eram também insubmissos
às autoridades. Os falsos mestres são sonhadores alucinados. Vivem num mundo
irreal e ilusório. Creem na mentira de Satanás (Gn 3.5). Tornam-se como animais que
vivem guiados pelo instinto (v. 10 e 2Pe 2.12,22).

...rejeitam a dominação - Esses falsos mestres desprezam todos os tipos de


autoridade que refreiam o mal, inclusive a de Cristo e sua palavra.

...vituperam (blasfemam) as dignidades (autoridades celestiais) – Alguns mestres


gnósticos (os hereges da época) eram tão ousados que afirmavam que a redenção
pode ser recebida somente pelas experiências imorais. Diziam que os anjos os
‘’encorajavam’’ a ter experiências pervertidas, acompanhando-os na pratica do ato
imoral, a fim de que adquirissem o conhecimento necessário para obterem a
redenção. Desse modo, todos os pecados se tornavam ‘’meios necessários’’ para a
salvação. Isso era o mais puro paganismo a exibir-se sob a bandeira cristã. Mediante
tais doutrinas os mestres gnósticos humilhava o conceito inteiro dos anjos,
blasfemando, tornando-os pervertidos como eles mesmos eram pervertidos.

Dignidades – Essa palavra no grego é doxas (glórias), que é traduzida também como
“seres celestiais”. Esse termo descreve com precisão os anjos que cercam o trono de
Deus, mas não se aplica a anjos maus. Apenas os anjos fiéis a Deus refletem sua
glória. O Novo Testamento também ensina que a lei de Deus foi recebida pelos
homens “por ministério de anjos” (At 7.53; ver também v. 38; G1 3.19; Hb 2.2), ou
seja, quando Deus deu a lei aos israelitas, os anjos foram seus mensageiros.

Os mestres gnósticos ao dizer que anjos os incentivavam as praticas imorais, com isso
estavam ‘’blasfemando contra os anjos’’ (autoridades celestiais) enviados por Deus.
Os primitivos cristãos acreditavam que os anjos observam a adoração dos crentes e
por isso devia ter respeito com os anjos. Veja trecho que confirma crença (1 Co
14
11.10; 2 Pe 2.10) em 2 Pedro quando fala: ‘’desprezam dominações’’, se refere anjos
que se faziam presentes mas eram desrespeitados, então Pedro também confirma
presença de anjos. Hoje também os anjos se faz presente nossos meio, eles estão
para nos servir (Hb 1.13-14).
V.9 Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito
do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse:
O Senhor te repreenda.
(v.9) Miguel exemplo de submissão - Miguel. O nome dado ao arcanjo significa
“quem é como Deus?”. Na profecia de Daniel, o nome Miguel pertence ao anjo que é
“um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13) e “o grande príncipe, o defensor” do povo de
Israel (12.1). Ele combate e vence os demônios enviados por Satanás para influenciar
os governantes da Pérsia e da Grécia (Dn 10.13,20). O termo príncipe equivale à
palavra arcanjo (comparar com 1Ts 4.16).

A literatura apócrifa de Enoque ensina que há sete arcanjos. Essa informação pode
corresponder à descrição de João dos “sete anjos que se acham em pé diante de
Deus” (Ap 8.2). Os nomes dos setes arcanjos mencionados no livro de Enoque são:
Uriel, Rafael, Raguel, Miguel, Saracael, Gabriel e Remiel. Lembrando, a bíblia
menciona somente um arcanjo e seu nome como sabemos é Miguel e os setes anjos
em volta do trono Deus no Apocalipse não são mencionados os nomes, e não tem
como saber se eles são realmente arcanjos.

Moisés. ‘’Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a


respeito do corpo de Moisés’’. O Antigo Testamento nada diz sobre essa contenda
entre Miguel e Satanás e registra apenas que Deus “sepultou (Moisés) num vale, na
terra de Moabe, defronte Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar de sua
sepultura” (Dt 34.6). Onde foi então que Judas tirou essa ideia que o arcanjo Miguel
lutou com o diabo pelo corpo de Moisés? Essa ideia foi tirada do livro apócrifo
‘’Assunção de Moisés‘’, Veja como essa história é reconstituída no livro Assunção de
Moisés:
Josué acompanhou Moisés até o alto do Monte Nebo, onde Deus mostrou a
Moisés a terra da promessa. Moisés, então, mandou Josué de volta para o
povo a fim de informá-lo da morte de Moisés, e Moisés morreu. Deus
enviou o arcanjo Miguel para remover o corpo de Moisés e levá-lo para
outro lugar e ali sepultá-lo, mas Samma’el, o diabo, combateu-o,
questionando o direito de Moisés a um enterro com honras... O diabo
apresentou contra Moisés a acusação de assassinato, pois ele espancou o
egípcio e escondeu o corpo na areia. Mas essa acusação não passou de
maledicência contra Moisés, e Miguel, sem tolerar esse maldizer, disse ao
diabo: “Que o Senhor o repreenda, diabo!” Com isso, o diabo partiu e
Miguel removeu o corpo, levando-o até o lugar que Deus ordenara, e lá o
enterrou com suas próprias mãos. Assim, ninguém viu o sepultamento de
Moisés.
15
A lição central que Judas quer extrair dessa história, sua razão para seu uso, é que até
mesmo tão grande e santo poder como Miguel, um arcanjo, mostrou respeito pelos
seres sobrenaturais, até o maligno, como é Satanás. Ele exerceu restrição e não
‘’blasfemou’’ contra Satanás. Em contraste, os falsos mestres gnósticos não
hesitavam em blasfemar e desrespeitar os poderes angelicais.

V.10 Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente
conhecem, como animais irracionais se corrompem.

(v.10) uma insubmissão desenfreada dos falsos mestres - Os falsos mestres difamam
o que não entendem e se corrompem naquilo que conhecem. Tornam-se como
bestas feras, governados por instintos, e não pelo entendimento.

V.11 Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo
engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Corá.

(v.11) A condenação dos rebeldes é inevitável – Ai deles!... Essa expressão é uma


maldição. O autor sagrado invoca o castigo divino. Isso mostra quão profundos eram
seus sentimentos acerca da heresia que vinha prejudicando a igreja e ao evangelho
dos apóstolos através dos falsos mestres.

Judas vai tratar a questão dos falsos mestres em três pontos: (1) Entraram pelo
caminho de Caim, (2) Foram levados pelo engano do premio de Balaão, (3)
Pereceram na contradição de Corá.

(1) - Entraram pelo caminho de Caim – Caim foi o primeiro homicida (Gn 4.1-9). Mais
do que isto, foi invejoso e fugiu de qualquer responsabilidade por seu irmão, e,
assim, rejeitou a lei natural de Deus contra o homicídio. O caminho de Caim é o
caminho do orgulho e da justiça própria. De acordo com Hebreus 11.4, Caim serve
como exemplo de um homem sem fé. No caso dos falsos mestres, seguir o caminho
de Caim implica em homicídio espiritual, com sua justiça própria e orgulho, eles
estavam assassinando espiritualmente muitos cristãos leigos e afastando-os da
verdade. Esse falsos mestres não tinham amor nenhum pelo seu próximo.

(2) - Foram levados pelo engano do premio de Balaão - O erro de Balaão foi a
ganância de comercializar o dom de Deus e o próprio ministério com o propósito de
ganhar dinheiro (2Pe 2.15,16). É reprovável usar o espiritual para obter lucro
material. Os falsos mestres trabalham na igreja para ganhar dinheiro (1Ts 2.5,6; 1Tm
6.3-21). Balaão induziu o povo de Deus a pecar por causa do amor ao dinheiro. A
Palavra de Deus deixa claro que Balaão procurou corromper os israelitas ao tentá-los
à imoralidade sexual e à adoração de ídolos.

16
Fica aqui bem claro que Balaão não amava a Deus e nem seu povo, mas ao dinheiro,
e, por ter amado ao dinheiro, ele vendeu Israel ao rei de Moabe. Por isso, Pedro em
sua carta revela que Balaão “amou o prêmio da injustiça”. Assim como Balaão
procurou destruir Israel, os falsos mestres na época de Judas desejam fazer cair o
povo de Deus, pois suas intenções eram obter lucros financeiros, pois eram homens
gananciosos como Balaão, que foi na época de Israel.

(3) - Pereceram na contradição de Corá - Corá se rebelou contra a autoridade de


Moisés e consequentemente contra a autoridade de Deus concedida a Moisés. Deus
o julgou. A história de Corá é relatada em Números 16. Porque Corá e seus
seguidores não estavam satisfeitos com a liderança de Moisés, cometeram o erro de
rejeitar sua liderança. Com isso, rebelaram-se contra o próprio Deus. O erro de negar
que Moisés era o escolhido de Deus e tentar usurpar sua autoridade foi punido por
Deus. O argumento de Corá, Datã e Abirão e mais 250 homens tinha um tom
espiritual. Eles disseram: ‘’ Basta!Pois que toda a congregação é santa, cada um deles
é santo, e o Senhor está no meio deles; porque, pois, vos exaltais sobre a congregação
do Senhor? ’’ (Nm 16.3).

Corá questionou a origem da autoridade de Moisés. Estava dizendo que Moisés


promovia a si mesmo se exaltando sobre os demais membros da congregação.
Moisés, porém, respondeu aos rebeldes que tanto Corá como todo o seu grupo
estavam contra o Senhor (Nm 16.11). O resultado dessa rebelião é registrado com
cores fortes: ‘’E aconteceu que, acabando ele (Moisés) de falar, a terra debaixo deles
se fendeu, abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também todos os
homens que pertenciam a Corá e todos os seus bens. Eles e todos os que lhes
pertenciam desceram vivos ao abismo; a terra os cobriu, e pereceram do meio da
congregação’’ (Nm 16.31-33).

Os falsos mestres também se rebelaram contra a autoridade dos apóstolos e se


insurgiram contra eles. Infiltraram no meio do rebanho de Deus para causar confusão
e disseminar suas heresias.

17
V.12 Esses homens são rochas submersas em vossas festas de amor, banqueteando-
se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água,
levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas,
infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;

(v.12) Judas apresenta 6 figuras fortes para


descrever a hipocrisia dos falsos mestres - No v. 12
são apresentado 4 figuras e no v.13 mais 2 figuras.
Vamos examinar cada uma:

(v.12a) Rochas submersas nas festas de


fraternidade - Esses homens são rochas submersas
em vossas festas de amor, banqueteando-se Vejam o que causa um obstáculo
convosco... Algumas versões bíblicas trazem a palavra ‘’nódoa ou mancha‘’ em lugar
de ‘’rochas submersas’’, por quê? No paralelo desse texto, Pedro caracteriza os falsos
mestres como “nódoas ou manchas” nas festas de amor da igreja (2Pe 2.13). Por isso,
muitos tradutores preferem usar o termo nódoas ou manchas. O sentido original da
palavra grega é “recifes” (formação rochosa submersa). O termo se refere a “recifes
escondidos” ou a “um perigoso obstáculo” no qual os navios podem bater quando
estão se aproximando da terra. Os falsos mestres se infiltram no meio da igreja para
provocar acidentes e naufrágios espirituais.

Alguns se tornam membros da igreja, recebem o batismo e chegam a participar da


Ceia do Senhor e parecem verdadeiros irmãos. Desfrutam da comunhão dos remidos
e os têm por companhia. Porém, esses lobos disfarçados de ovelhas são como
icebergs que provocam terríveis acidentes.

Um exemplo vívido desse perigo é o acidente do Titanic que era um orgulho na


engenharia náutica, seu comprimento de 269 metros e 46 mil toneladas parecia ser
um navio invencível. Porém, ao colidir com um iceberg, nas últimas horas do dia 14
de abril de 1912, o navio afundou e ceifou a vida de mais de 1.500 pessoas nas águas
geladas do Atlântico Norte. Assim, são os falsos mestres que se tornam obstáculos
para aqueles que desejam seguir em frente com sua fé, mas são interrompidos pelos
falsos mestres.

(v.12b) Pastores que se auto-apascentam - ... e apascentando-se a si mesmos sem


temor... Esses falsos mestres são exploradores do rebanho, não pastores do rebanho.
Estão atrás dos bens dos fiéis, e não de seu bem-estar espiritual. O objetivo que
dirige seus interesses não é o ensino da verdade, mas o lucro financeiro. Não hesitam
em substituir a verdade pela mentira, desde que alcancem benefícios financeiros.

18
Mercadejam a Palavra em vez de pregar com fidelidade a Palavra. Fazem da igreja
uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um produto, e dos crentes
consumidores. A ganância insaciável é o oxigênio que os mantêm ativos nesse
ministério de morte. Pedro em sua carta ensina como deve ser quem vai apascentar
o rebanho de Deus: ‘’Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo
cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de
ânimo pronto’’ (1 Pe 5.2).

(v.12c) Nuvens sem água - ... são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma
para outra parte... Nuvens que prometem chuvas mas não a derramam são uma
decepção para o agricultor cujas plantações precisam encarecidamente de água. Os
apóstatas dão a impressão de serem homens que podem oferecer ajuda espiritual e
se vangloriam de suas habilidades, mas são incapazes de concretizar coisa alguma.
"Como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de
dádivas que não fez" (Pv 25.14). Prometem liberdade, mas só oferecem escravidão
(2 Pe 2.19). Por vezes, a Palavra de Deus é comparada a chuva e ao orvalho. "Goteje a
minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho" (Dt 32.2).
Isaias 55.10 compara a Palavra de Deus com a chuva e a neve que cai do céu que
trazem frutos na terra. Como as nuvens no céu, os falsos mestres podem ser
proeminentes e até atraentes, mas se não são capazes de trazer chuvas, são inúteis.

(v.12d) Árvores mortas - ... são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes
mortas, desarraigadas... A imagem é um pomar no outono, época em que o
agricultor espera ver os frutos. Mas essas árvores são infrutíferas! "Pelos seus frutos
os conhecereis" (Mt 7.16). Os que ensinam a Palavra têm a responsabilidade de
alimentar outros, mas os falsos mestres não têm coisa alguma a oferecer. Além de
não ter frutos, também não têm raízes ("desarraigadas"), por isso, são árvores
"duplamente mortas". Um contraste e tanto com o homem piedoso do Salmo 1:3!

Uma das evidências da verdadeira salvação é a produção de frutos. As sementes que


caíram em solo duro, raso ou repleto de ervas daninhas não produziram frutos; mas a
semente que caiu "em boa terra" produziu frutos (Mt 13.1-9, 18-23). Não importa
quantas passagens bíblicas os falsos mestres sejam capazes de citar, a semente não
produz frutos em sua vida nem em seu ministério. Isso porque lhes faltam raízes
espirituais. Falta-lhes vida espiritual e um coração cheio de temor para com Deus.

V.13 Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações;


estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.

(v.13a) Ondas impetuosas do mar - Ondas impetuosas do mar, que escumam


(espumam) as suas mesmas abominações (atos vergonhosos)... Judas aqui compara
falsos mestres a "ondas impetuosas do mar", não por causa de seu poder, mas sim
19
por seu orgulho e por seu discurso arrogante. "A sua boca vive anunciando grandes
arrogâncias" (Jd 16). As ondas que se elevam no mar faz muito barulho, mas o que
produzem? Quem já andou na praia na manha depois de uma tempestade deve ter
visto os restos repugnantes que se acumulam na beira do mar.

É possível que Judas tivesse em mente Isaias 57.20: "Mas os perversos são como o
mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo". As
palavras de "grande arrogância" dos apóstatas só produzem espuma e refugo! Os
verdadeiros mestres da Palavra trazem os tesouros das profundezas, enquanto os
falsos mestres trazem apenas sujeiras. E aquilo de que se vangloriam, na verdade, é
motivo de vergonha!

(v.13b) Estrelas errantes - ... estrelas errantes, para os quais está eternamente
reservada a negrura das trevas. Durante séculos, as estrelas fixas nos céus guiaram
marinheiros e navegadores nas suas viagens em torno da terra. Mas as estrelas
cadentes não oferecem orientação e nem luz. Elas aparecem como estrelas
brilhantes por poucos momentos, mas disparam pelo céu e desaparecem na
escuridão. Os falsos mestres eram tão inúteis quanto às estrelas cadentes, porque
não ofereciam orientação e nem luz. Seus ensinamentos podiam ser ‘’brilhantes’’ por
alguns momentos, mas logo se perderiam na escuridão do engano. Para esses falsos
mestres que fingem ser luz, para eles estão reservados a negrura das trevas que é
seu juízo final.

Outra interpretação sobre estrelas errantes – Já outros intérpretes acham que as


estrelas errantes aqui se referem a anjos que caíram do céu como estrelas (Ap 12.4).
São seres pervertidos, malignos, que induzem as pessoas ao erro. Os falsos mestres
são aqui comparados a demônios que seduzem as pessoas apartando-as da verdade.
Estrelas errantes só podem conduzir as pessoas ao abismo em que elas mesmas são
lançadas. Deus reservou cadeias de trevas aos anjos rebeldes (v. 6) e a ‘’negridão das
trevas, para sempre, aos falsos mestres’’.

É preciso cuidado para não seguir estrelas errantes, pois elas conduzirão a trevas
eternas! Kistemaker aponta que, ao aplicar esse conceito aos hereges; Judas os
descreve como apóstatas, em cuja companhia nenhum cristão pode traçar um curso
reto. Seu curso de vida errante leva à condenação eterna. Então devemos nos afastar
dos falsos mestres, pois eles podem nos conduzir ao erro a ponto de perdermos
nossa salvação.

V.14 E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que
é vindo o Senhor com milhares de seus santos;

20
(v.14) Enoque profetiza a vinda de Cristo - Enoque diz que o Senhor que retorna
como Juiz universal não vem sozinho. Ele vem acompanhado com “milhares de seus
santos”, poderosos exércitos de anjos. O juízo não acontece às escondidas e em
silêncio, mas de forma totalmente pública.

O fato de Judas citar um livro apócrifo, 1Enoque, obra conhecida dos escritores
religiosos, não significa que o considerava um documento inspirado e canônico.
Concordo com David Ster, no sentido de que a menção de Judas a um livro não
canônico não faz de 1 Enoque uma escritura inspirada nem desqualifica a carta de
Judas.

Paulo mencionou autores pagãos em Atos 17.28,29 e Tito 1.12, e ninguém supõe que
essas obras deveriam ser incluídas nas Sagradas Escrituras ou que, por essa razão, as
obras de Paulo deveriam ser excluídas da Bíblia. Judas pegou esse trecho do livro de
Enoque porque Deus revelou que essa parte seria o que iria acontecer no futuro,
mas, Deus não revelou que o restante do livro era para ser considerado.

V.15 Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas
as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras
palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.

(v.15) O juízo será universal e justo - Judas continuou a citar a profecia de Enoque,
dizendo que o Senhor iria retornar à terra e levar as pessoas do mundo ao
julgamento, e condenar os ímpios por todas as iniquidades que tinham praticado na
sua rebelião e por todos os insultos que os pecadores ímpios tinham proferido contra
Ele. O caráter, os atos e as palavras destes falsos mestres resultarão em uma
declaração de culpa no dia em que o Senhor retornar.

V.16 Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas
concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por
causa do interesse.

(v.16) os falsos mestres são murmuradores e aduladores - Os falsos mestres


murmuram contra Deus. Não há nenhuma palavra de gratidão e louvor em seus
lábios. Porque o coração deles vive cheio de paixões imundas, seus lábios estão
repletos de murmuração. Porém, quando se trata de ganhar alguma vantagem
financeira, eles bajulam as pessoas com palavras lisonjeiras ou aduladoras. São
bajuladores, pois, exaltam até mesmo aqueles que precisam ser repreendidos.

Judas faz agora a transição da descrição dos hereges (vs. 4 a 16) para dirigir-se aos
cristãos (vs. 17 a 23). De certo modo, a parte mais importante de sua carta é uma

21
explicação de seu comentário sobre a condenação dos homens ímpios (v. 4), mas, na
conclusão da epístola, Judas deseja escrever sobre a salvação dos crentes (v. 3). Por
isso, nos próximos dois versículos, ele exorta os crentes a ouvirem o ensinamento
dos apóstolos cristãos.

V.17 Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos
apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;

(v.17) Relembre quem deu a Palavra – ...lembrai-vos das palavras que vos foram
preditas pelos apóstolos... Deus deu as Escrituras por meio dos verdadeiros
apóstolos e eles transmitiram os ensinamentos verdadeiros. Os falsos apóstolos
queriam se colocar acima dos apóstolos de Jesus Cristo. Chamavam-se a si mesmo de
apóstolos e diziam ter novas revelações de Deus. Ainda hoje, muitos falsos mestres
querem introduzir na igreja de Deus novos ensinamentos, contrários às verdades já
reveladas nas Escrituras. Devemos repudiar todo ensino que não esteja ancorado na
Palavra de Deus.

V.18 Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que
andariam segundo as suas ímpias concupiscências.

(v.18) Relembre o que eles disseram - ...nos últimos tempos haveria escarnecedores
que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Os apóstolos já haviam
alertado sobre o perigo dos falsos mestres e dos falsos ensinos (1Tm 4.1;1Jo 4.1; 2Pe
2; 3.3). Esse tempo já havia chegado. Os falsos mestres andavam itinerantemente nas
igrejas, infiltrando-se entre os crentes, para atacar os apóstolos de Cristo e perverter
seus ensinos. Kistemaker diz que ‘’escarnecer’’ não é uma paródia leve e engraçada,
mas um sério ataque contra Deus, sua Palavra e seu povo. Os escarnecedores
demonstram abertamente seu desprezo e descaso por Deus, seguindo os seus
próprios desejos ímpios. Rejeitam deliberadamente o juízo de Deus e, escolhem um
estilo de vida de pecado.

V.19 Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito.

(v.19) Os falsos mestres dividem a igreja – Os falsos mestres desejam dividir a igreja
e tirar as pessoas da verdadeira comunhão, conduzindo-as a uma falsa comunhão. "E
que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para
arrastar os discípulos atrás deles" (At 20.30). Seu apelo costuma ser: Temos um
conhecimento mais profundo da Palavra que sua igreja não possui! Temos uma
compreensão mais clara das profecias ou da vida cristã do que vocês. Oferecem uma
religião de "qualidade mais elevada" do que a fé dos apóstolos.

22
Os falsos mestres não apenas dividem a igreja, mas também a enganam, pois são
"sensuais, que não tem o Espírito". Sensual é o oposto de "espiritual". Paulo emprega
o termo dessa forma em 1 Coríntios 2.14-16, em que é traduzido por "natural" (a
palavra grega é psukikos, que significa "da alma"). Uma vez que os falsos mestres não
tem o Espírito de Deus, operam somente pelo poder natural da própria alma e,
sabemos que a alma esta corrompida pelo pecado, sendo assim suas vidas são
guiadas pela natureza corrompida.

V.20 Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé,
orando no Espírito Santo,

(v.20) Fundamentos para a vida cristã – Palavra e oração. A vida cristã não deve
permanecer estagnada; se isso acontecer, o resultado será retrocesso. Uma casa que
não recebe manutenção desintegra-se. O objetivo dos apóstatas é destruir, mas todo
cristão deve dedicar-se a edificação, primeiro da própria vida espiritual e, depois, de
sua congregação. Um dos fundamentos da fé cristã é a "fé santíssima" (Jd 20),
sinônimo da "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3).

É claro que, em certo sentido, a fé em Jesus Cristo é a base para o crescimento, mas
até mesmo essa fé depende do que Deus revelou em sua Palavra. A fé particular
depende da revelação objetiva da verdade. A Palavra de Deus é sem dúvida
absolutamente essencial para o crescimento espiritual. Ainda estou para ver um
cristão forte que produz muitos frutos, mas que ignora a Bíblia. A Palavra é o alicerce
da vida cristã. A Palavra é a bússola que guia nossa viagem rumo à glória. A Palavra é
o mapa do peregrino rumo ao céu. A Palavra é o alimento do cristão nessa jornada.

(v.20b) ...orando no Espírito Santo - O poder para construir a vida cristã vem da
oração: "orando no Espírito Santo". A Palavra de Deus e a oração andam juntas no
crescimento espiritual. Restringir- se a ler e a estudar a Bíblia trará muita luz, mas
pouco poder. Concentrar-se na oração, porém, e deixar a Bíblia de lado pode deixar
os cristãos cheios de zelo sem conhecimento. Ao ler a Palavra para crescer na fé (Rm
10.17), usa-se essa fé para pedir a Deus o que é preciso e o que sua Palavra diz que se
pode ter. A Palavra de Deus e a oração certamente andam juntas (At 6.4). O
evangelista Billy Sunday costumava passar aos que se convertiam com sua pregação
três regras para uma vida crista bem-sucedida. Deveriam ler a Bíblia diariamente e
deixar que Deus lhes falasse. Deveriam orar, ou seja, falar com Deus. E deveriam
testemunhar e falar a outros sobre Deus. É difícil encontrar algo que melhore essas
regras.

O que significa "orar no Espírito Santo"? (convém observar o contraste com Judas 19
("os que não têm o Espírito"). Significa orar de acordo com a orientação do Espírito.
Alguém disse bem: "Orar não é garantir que a vontade do homem seja feita no céu,
23
mas sim, que a vontade de Deus seja feita na Terra", o que esta de acordo com 1
João 5.14, 15.

Como cristãos, podemos orar em particular (Mt 6.6), mas nunca sozinhos; o Espírito
de Deus nos acompanha enquanto oramos (Rm 8.26-28), pois ele conhece a mente
de Deus e pode nos orientar.

V.21 Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de


nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.

(v.21) Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus - Em meio às incertezas,


dificuldades e tentações que cercam os crentes, Judas os admoesta a manterem-se
dentro do círculo do amor de Deus e literalmente ficarem nessa esfera. Isto quer
dizer que os crentes devem estar próximos de Deus e do seu povo, sem ouvir os
falsos mestres que tentam afastá-los. A obediência é a chave. Os falsos mestres
tinham desprezado a obediência e, desta forma, se afastado do amor de Deus.

(v.21b) ...esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Esperança. Mesmo que a palavra em si não esteja no texto, sabemos que o contexto
expressa claramente essa ideia. Ter esperança e aguardar com grande expectativa é
conceitos que andam juntos e os quais a passagem, de fato, comprova. Literalmente,
o texto diz: “Enquanto esperais com antecipação”. Essa expressão é usada, por
exemplo, para descrever nossa expectativa quanto à ressurreição (At 24.15), a
perspectiva de glória eterna (Tt 2.13) e os servos que esperam a volta de seu mestre
(Lc 12.36).

Um cristão aguarda com ansiosa expectativa o dia do julgamento, no qual a


misericórdia de Cristo o absolverá. Em outras palavras, o texto chama a atenção para
o dia do julgamento, quando todos os crentes experimentarão “a misericórdia de
nosso Senhor Jesus Cristo”, mas os perversos receberão sua justa recompensa.
Observe que Judas se refere mais uma vez (v. 17) a Jesus como “nosso Senhor Jesus
Cristo”, ou seja, o crente que o reconhece como seu Senhor e Salvador sabe que ele
concede vida eterna a todos aqueles que o espera sua volta.

V.22 E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos;

(v.22) Compadeça-se dos que estão em dúvida – Evangelização. Os crentes precisam


cuidar não apenas de si mesmos, mas também devem ter olhos apercebidos,
corações atentos e lábios abertos para se compadecer das pessoas que estão
confusas com os falsos ensinos. A ordem de Judas é: ensine a Palavra de Deus às
pessoas que estão sendo seduzidas pelos falsos mestres. Devemos mostrar-lhes as
glórias do Evangelho de Cristo.
24
V.23 E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica
manchada da carne.

(v.23) Salva os que estão no fogo - Assim como os anjos tiraram Ló de Sodoma da
qual a cidade iria pegar fogo, devemos livrar aqueles que estão nas garras dos falsos
mestres. A heresia é um fogo que arde agora e será o combustível do fogo que arderá
na punição dos falsos mestres. Evangelizar uma pessoa que está nessa situação,
presa no laço das heresias, é como arrebatá-la do fogo. O indivíduo liberto dessas
garras malignas é como um tição (pedaço madeira pouco queimado) tirado do fogo
(Zc 3.2). Amós disse acerca de Israel: Vós fostes como um tição arrebatado da
fogueira (Am 4.11).

Hoje não é diferente do passado, existem vários lideres enganando cristãos e nossa
responsabilidade é alertar esses irmãos para que não caia no engano dos falsos
lideres. Muitas vezes me perguntei, será que uma pessoa que esta sendo enganada
por um líder, anda no caminho tortuoso por causa do ensino errado, será que ela
perderá salvação? Eu acredito que Deus não levará em consideração, porque essa
pessoa não sabe que esta sendo enganada.

Mas lendo esse versículo de Judas, me parece que a pessoa que seguiu o líder mesmo
não sabendo que esta sendo enganada será punida pelo fogo mesmo assim. Alguém
deve se perguntar, Deus não esta sendo justo com essa pessoa? A verdade é que
todo cristão tem a responsabilidade de examinar as escrituras para não cair no erro
dos falsos mestres, não podemos confiar no homem, devemos aprofundar nas
verdades bíblica. O cristão que não se importa em examinar as escrituras e só confia
no homem, pode estar correndo um grande perigo.

(v.23b) ...odiando até a túnica manchada da carne - Essa imagem faz lembrar o
sumo sacerdote Josué, que, ‘’trajado de vestes sujas, estava diante do anjo. Tomou
este a palavra, e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas... ’’ (Zc
3.3,4). Assim como os trajes de Josué simbolizavam o pecado, assim também “as
roupas manchadas pela carne” representam a iniquidade. Em resumo, Judas lança
mão de uma metáfora. Jesus também usou essas imagens quando se dirigiu à igreja
de Sardes: “Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram
as suas vestiduras” (Ap 3.4).

O que Judas está tentando comunicar? A imagem é de roupas de baixo, sujas por
excrementos. Outros estudiosos dizem que Judas esta falando de roupas
contaminadas com lepra, que simbolizava o pecado. Independente o que seja, Judas
quer que os leitores sintam nojo, chegando ao ponto de detestar, especialmente ao
pensar que essas roupas pertencem a outra pessoa. Judas está dizendo aos leitores:

25
‘’Evitem qualquer contato com o pecado, de modo que este não contamine vocês’’.
Na verdade, detestem o pecado como teriam detestado as roupas de baixo
manchadas com excrementos humanos ou infectada pela lepra.

V24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos
irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,

(v.24) Deus é poderoso para nos guardar de tropeço - Num lindo tributo de louvor, o
autor volta-se para Deus. Judas começa sua epístola atribuindo o amor e a proteção a
Deus o Pai e a Jesus Cristo. Ele conclui sua carta louvando a Deus e a Jesus Cristo pela
proteção dos crentes e colocando-os na presença de Deus. Na caminhada rumo à
glória, como muito bem destacou John Bunyan, em seu livro O Peregrino, há muitas
armadilhas.

Não podemos fazer uma viagem segura confiando apenas em nossos recursos. Há
perigos traiçoeiros. Há inimigos terríveis e poderosos. Há ameaças reais e
devastadoras. Somente, guardados pelo Todo-poderoso Deus, poderemos chegar à
reta final, sem tropeçar. Deus nos guarda debaixo de suas asas. Ele é a nossa cidade
de refúgio. Deus pode guardar-nos, como guardou Noé e sua família das águas do
dilúvio.

(v.24b) Deus é poderoso para nos levar para a glória - Deus planejou nossa salvação,
executa nossa redenção e consumará nossa glorificação. Tudo vem dele. Tudo é por
meio dele. Tudo é para ele. Ele mesmo nos purificou e ele mesmo nos apresentará
como noiva gloriosa naquele grande dia. Matthew Henry diz que, onde os crentes
serão apresentados imaculados, ali haverá exultação jubilosa. Onde não haverá
pecado, também não haverá sofrimento, pois, onde houver completa santidade, ali
também haverá perfeita alegria.

V25. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder,
agora, e para todo o sempre. Amém.

(v.25) Deus é digno de ser exaltado agora e para sempre - Judas conclui sua epístola
com uma eloquente exaltação a Deus. O Deus que nos salvou e nos preserva em
santidade até nos receber na glória é o único digno de receber, por toda a
eternidade, glória, majestade, império e soberania. O Deus que é completo em si
mesmo receberá dos anjos, dos remidos e de toda a criação restaurada os louvores
que ecoarão pelos séculos sem fim. Judas fecha as cortinas de sua profecia com um
retumbante “Amém”!

26
Epístola DE FILEMOM
Reconciliação

27
Introdução
1. Autoria
Apóstolo Paulo. A primeira palavra desta carta identifica o autor como sendo Paulo.
Na carta aos Colossenses, Paulo explicou que, juntamente com a sua carta aos
crentes de Colossos, ele estaria enviando Onésimo (Cl 4.9). Tíquico era o responsável
pela entrega das cartas e de levar Onésimo. Esta carta a Filemom fala deste mesmo
Onésimo. Fica claro, portanto, que Paulo escreveu as duas cartas na mesma época e
as enviou juntas.

2. Data e contexto
Escrita em uma prisão romana, aproximadamente em 60 d.C. Esta carta foi escrita
aproximadamente na mesma ocasião que Efésios e Colossenses. Paulo escreveu que
era prisioneiro (vs. 1,9,23) e que estava em cadeias (vs. 10,13), portanto fica claro
que ele estava na prisão.
3. Tema
Reconciliação

4. Destinatários

Filemom e a igreja em sua casa. Filemom era um líder na igreja em Colossos - a igreja
reunia-se em sua casa (v. 2). Evidentemente, Filemom era um rico proprietário de
escravos que tinha se convertido a Cristo por intermédio do ministério de Paulo
(v. 19). Os proprietários de escravos tinham um poder absoluto sobre os seus
escravos. Fosse Filemom um dono bondoso ou não, Onésimo tinha fugido e poderia
ser espancado, preso ou até mesmo morto pelo seu crime, de acordo com a lei
romana.

A escravidão era comum no século I. Normalmente, aqueles que tinham recursos


financeiros possuíam escravos. Segundo a lei romana, um escravo poderia esperar
ser libertado depois de sete anos. A maneira como os donos tratavam seus escravos
podia variar imensamente, dependendo do temperamento do dono e do
desempenho do escravo. Os donos podiam infligir punições cruéis sobre os escravos,
considerados sua propriedade, normalmente açoitando-os ou espancando-os como
uma vara.

Os escravos fugitivos eram marcados na testa, como os criminosos. Outros eram


aprisionados. Muitos escravos morriam por maus tratos ou por aprisionamento, mas
era ilegal tirar a vida de um escravo sem uma ordem judicial. Filemom tinha o poder;
Onésimo era impotente.
28
5. Ocasião e propósito

Onésimo tinha se convertido a Cristo enquanto esteve em Roma e estava retornando


a Colossos, ao seu senhor, Filemom. Por estar aprisionado de uma forma exclusiva
em uma casa alugada, Paulo pôde receber um fluxo constante de visitas e pregar e
ensinar livremente a Palavra de Deus, durante dois anos (At 28.17-31). Durante este
período, o jovem Onésimo ouviu as Boas Novas e tornou-se um seguidor de Cristo
(v. 10).

Onésimo tinha roubado dinheiro do seu senhor, ou seja, de Filemom, e depois tinha
fugido para Roma. Agora, como um cristão novo convertido, ele estava se
preparando para voltar a Colossos e a Filemom. Paulo escreveu esta carta visando o
interesse de Onésimo, incentivando Filemom a ver o jovem não mais como um
escravo, mas como um “irmão” no Senhor (v. 16). Assim, Paulo esperava que
Filemom pudesse recebê-lo (v. 17), perdoá-lo (v. 18,19), e talvez até mesmo libertá-lo
(v. 21).

O apelo de Paulo baseia-se no amor que ambos tinham por Cristo (v. 9), no seu
relacionamento (v. 17-19), e na sua autoridade como apóstolo (v. 8). Não se conhece
a resposta de Filemom, mas seria difícil imaginá-lo não dando as boas-vindas a
Onésimo como seu novo irmão em Cristo.

Uma das lições desta curta carta é o exemplo de Paulo. Ele escreveu como o
advogado de Onésimo, confiando que este poderia retornar, apresentar-se a
Filemom, e arcar com as consequências dos seus atos. Paulo acredita em Onésimo,
que ele é um verdadeiro irmão na fé.

Paulo faz mais do que escrever e apoiar este escravo fugitivo, ele também sustenta
as suas palavras com os seus recursos financeiros. Paulo se oferece para pagar por
qualquer dano que Onésimo possa ter causado ou por qualquer coisa que possa ter
roubado (v. 18).

Outra lição diz respeito ao poder que o Evangelho tem de unir as pessoas. Em
opostos extremos na sua sociedade, estavam Filemom e Onésimo, mas ainda assim
se tornaram irmãos unidos, por meio da sua fé comum em Cristo. Deus pode
reconciliar as pessoas, independentemente das suas diferenças ou ofensas. Com
quem você precisa se reconciliar? Há algum novo cristão que precisa da sua
confirmação e do seu apoio?

29
CAPÍTULO 1
V.1 Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso
cooperador.
(v.1) Autor da carta - Embora nem Paulo nem Timóteo tivessem visitado a igreja em
Colossos, eles tinham, durante as suas viagens anteriores, conhecido alguns
colossenses, como Epafras, Filemom, Arquipo e Áfia, que, depois de sua conversão,
tinham retornado com o Evangelho à sua cidade natal. Sendo assim, Filemom era um
amigo e um companheiro na fé. Mas esta carta não apresenta doutrina nem dá
mandamentos; antes, é um pedido em nome de outro crente.

Paulo decidiu apresentar-se na carta como sendo prisioneiro de Cristo Jesus. Esta é a
única carta de Paulo em que ele usou tal introdução. Timóteo visitou Paulo
frequentemente durante o seu aprisionamento (veja também Cl 1.1), e estava com
Paulo em Roma quando o apóstolo escreveu esta carta. Timóteo não foi preso com
Paulo, mas permaneceu em Roma para animá-lo e ajudá-lo nas necessidades do
ministério. Mas Paulo não estava só com Timóteo, estava também: Epafras,
Marcos, Aristarco, Demas, e Lucas como estando presentes com Paulo (vs. 23,24).

Embora mencionado na saudação, Timóteo não é considerado um coautor desta


carta. Paulo escreveu toda a carta na primeira pessoa. Filemom era um rico
proprietário de terras gregas que vivia em Colossos. Ele tinha se convertido por
intermédio do ministério de Paulo (v. 19), talvez em Éfeso ou alguma outra cidade
em que tinha conhecido o apóstolo e conversado com ele.

Durante os anos de ministério de Paulo em Éfeso, uma cidade próxima, Filemom


esteve edificando a igreja de Colossos, que se reunia em sua casa (v. 2). Assim, Paulo
o considerava um amado cooperador. Como a maioria dos proprietários de terras
ricos daquela época, Filemom possuía escravos. Onésimo, o assunto desta carta, era
um deles.

V.2 à irmã Áfia, a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que se reúne com
você em sua casa.

(v.2) Destinatários - Três pessoas são mencionadas por seus nomes nesta saudação:
Filemom, Áfia, e Arquipo. Porém, como se torna óbvio posteriormente, somente um
destes é o principal destinatário, isto é, Filemom, a pessoa referida nos versos
subsequentes designada pelos pronomes singulares “teu/ tua” (vs. 5,14).
Enquanto isso, cada uma das pessoas endereçadas na saudação é introduzida por
uma frase descritiva: Filemom como o “amado cooperador” de Paulo, Áfia como
“irmã” de Paulo no Senhor e Arquipo como seu “companheiro”. É impossível saber,
30
com certeza, se estes três faziam parte da mesma família como marido, esposa e
filho; embora esta sugestão certamente pareça interessante.

A menção da frase a “igreja que está em tua casa”, na saudação inicial, também pode
implicar a existência de uma família que seria composta por Filemom, Áfia e Arquipo,
e uma igreja que se reunia em sua casa; todos estes fariam parte de uma
comunidade de crentes em Colossos.

Juntamente com Timóteo e os outros cooperadores mencionados nas saudações dos


versículos 23 e 24, a casa-igreja e a casa de Filemom se tornam uma parte da nuvem
de testemunhas que observa com preocupação o drama que se desdobra entre
Paulo, Onésimo e Filemom.

V.3 Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

(v.3) Saudações - Paulo usou as palavras “graça” e “paz” como uma saudação padrão
em todas as suas cartas. A “graça” é o favor imerecido de Deus, a sua bondade
amorosa demonstrada aos pecadores, por meio da qual Ele os salva e lhes dá forças
para viverem para Ele; a “paz” refere-se à paz que Cristo conquistou na cruz, antes
estávamos debaixo da ira de Deus, agora por meio de Cristo fomos reconciliados e
por isso desfrutamos da paz com Deus.

V.4 Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações; V.5
Ouvindo do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com
todos os santos;

(v.4,5) Amor de Filemom para com Cristo e os irmãos – Filemom tinha se convertido
por intermédio do ministério de Paulo e tinha retornado a Colossos. Embora Paulo
nunca tivesse visitado Colossos, ele tinha ouvido falar (talvez por Onésimo ou
Epafras) sobre a fé e o amor que Filemom tinha para com o Senhor Jesus Cristo e
para com todos os santos. Paulo estava dizendo que, se Filemom realmente amava
todos os crentes, ele certamente estaria disposto a incluir outro crente; Onésimo,
neste amor.

V.6 Para que a comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem
que em vós há por Cristo Jesus.

(v.6) A intercessão de Paulo - Este versículo descreve a oração de Paulo e apresenta


o pedido que ele irá fazer a Filemom nesta carta. Considerando que os versículos 5 e
7 dão as razões para a ação de graças de Paulo, o versículo 6 contém o conteúdo de
sua petição a Filemom em favor de Onésimo. Infelizmente, não é fácil determinar a
natureza precisa da petição como desejaríamos, pois a construção gramatical grega
31
desta parte da oração é mais complicada do que o padrão normal. Literalmente, a
oração pode ser traduzida do seguinte modo: ‘’Oro para que a comunhão que
procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em
Cristo’’ (NVI). Esta versão parece a mais certa e compreensível.

Mas o que isso significa? A maior confusão cerca a frase “a comunhão (grego é
koinonia) que procede da sua fé”; tal confusão surge por causa da incerteza do
significado a ser aplicado à palavra koinonia. O significado comum de koinonia
normalmente é ter “comunhão” ou “compartilhar”, mas de acordo com o contexto o
significado posterior pode ter detalhes diferentes, por exemplo: “compartilhar” no
sentido de uma “contribuição material”, ou “compartilhar verbalmente”, isto é,
“comunicar”.

A tradução do versículo 6 pela ARC (Almeida Revista e Corrigida) “para que a


comunicação da tua fé seja eficaz” pressupõe que a frase em questão se refere à
comunicação verbal da fé de Filemom, que presumivelmente a “compartilhava”
com os crentes e os incrédulos. Embora esta seja uma interpretação possível, tem o
perigo de limitar nossa compreensão do papel de Filemom à comunicação verbal.

Em vista de seu ministério na comunidade como o próspero anfitrião da igreja que se


reunia em sua casa (v. 2) e como o provável anfitrião e benfeitor de Paulo (v.22), a
sugestão é pensar em Filemom como se estivesse também “compartilhando” seus
recursos materiais. Portanto, deveríamos entender as palavras de Paulo como uma
referência à generosidade de Filemom, que se originava de sua “fé”.

Entendemos que o apóstolo desejava que o exercício de sua fé o levasse a uma


compreensão de todo o bem que nele havia, por Cristo Jesus (v. 6b), isto é, a uma
consciência crescente de todos os recursos que estão disponíveis em Cristo. A
implicação disso é clara: Considerando que uma fé inativa leva à estagnação, uma fé
ativa leva ao crescimento espiritual.

V.7 Seu amor me tem dado grande alegria e consolação, porque você, irmão, tem
reanimado o coração dos santos.

(v.7) Filemom homem caridoso – Paulo estava muito feliz pelos frutos que Filemom
tinha gerado depois de sua conversão. Em tempos de dificuldade ou necessidade,
Filemom oferecera mais de uma vez, descanso aos fatigados, seguindo o exemplo e
promessa de Cristo (veja Mt 11.28).

Não é declarado aqui que este descanso e ânimo haviam sido dispensados
especificamente aos escravos como afirmam alguns. O que Paulo quer é que

32
Filemom demonstrara tal compaixão e generosidade aos crentes no passado, que o
faça novamente. Desta vez, que esbanje seu amor e simpatia para com Onésimo.

V.8 Por isso, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te
convém, V.9 Todavia peço-te antes por amor, sendo eu tal como sou, Paulo o velho,
e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.

(v.8,9) A base do pedido - Devido à autoridade apostólica de Paulo, ele sabia que
poderia ser ousado e exigir que Filemom fizesse aquilo que deveria ser feito (v.8).
Contudo, prefere uma estratégia diferente, uma estratégia de “apelo”. A base do
apelo é dupla: o “amor” de Filemom e as circunstâncias de Paulo. Provavelmente,
Paulo havia sido informado por Epafras quanto ao amor generoso de Filemom por
“todos os santos” em Colossos (v. 5).

Além disso, o próprio Paulo havia recebido esta demonstração de “amor” com
“grande gozo e consolação” (v.7). Agora, com base neste mesmo “amor” (v.9a); este
se mostra o motivo da expressão “pelo que” ou “por isso” no princípio do versículo 8,
resolve apelar a Filemom por uma demonstração de amor e consideração, mas agora
na questão relacionada a Onésimo.

Mas Paulo não se contenta com um apelo ao amor de Filemom; também reforça seu
pedido mencionando suas próprias circunstâncias, referindo-se a si mesmo como
“Paulo, o velho e também agora prisioneiro de Jesus Cristo” (v. 9b). Filemom não só
deveria atender ao pedido de Paulo “com base no amor”, mas também pelo próprio
Paulo, isto é, em consideração à sua idade e condição (v.9b).

Nesta época, Paulo já teria mais de sessenta anos de idade e, com razão, podia
referir-se a si mesmo como “um homem velho”, em relação à expectativa de vida
daquele tempo. Não era apenas velho, mas também um prisioneiro por causa do
evangelho. Mediante estas considerações, Paulo espera acrescentar um peso
adicional à avaliação que seu amigo fará em relação aos méritos de seu pedido.

V.10 Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minhas prisões;

(v.10) O apelo de Paulo - No texto grego, o nome de Onésimo é a última palavra


deste versículo, exibindo a elaboração cuidadosa desta carta por parte de Paulo.
Depois da introdução e das saudações sinceras a Filemom, ele começou a apresentar
o seu apelo. Ele mencionou o nome de Onésimo no último momento possível, sem
mencionar o apelo propriamente dito até o versículo 17. Paulo dirigiu-se a Filemom
com jeito e humildade.

33
Provavelmente, Filemom teria ficado irritado com o desaparecimento do seu escravo
(nos tempos romanos, era como perder um objeto valioso). Sendo assim,
primeiramente Paulo explicou que o seu apelo era em nome de alguém que havia se
tornado seu filho, durante o seu aprisionamento, isto é, alguém que Paulo, na prisão,
tinha conduzido a Cristo. Filemom estaria lidando com um crente.

V.11 O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to
tornei a enviar.

(v.11) Onésimo novo homem (muito útil) - Em grego, o nome Onésimo significa
“útil” ou “proveitoso”. Era um nome comum para escravos e é encontrado em muitas
inscrições antigas. Um servo que não tivesse um nome poderia receber este, com a
esperança de que estivesse à altura de tal nome no serviço que prestaria ao seu
senhor.

Paulo fez um jogo de palavras, dizendo que noutro tempo Onésimo tinha sido inútil a
Filemom, mas tinha se tornado muito útil a Paulo e, potencialmente, a Filemom. A
serviço de Filemom, Onésimo não tinha estado à altura do seu nome. Entretanto,
Paulo estava confiante de que este novo homem, com sua nova vida em Cristo,
estaria à altura do seu nome, se Filemom o aceitasse de volta. Em Colossenses 4.9,
Paulo chamou Onésimo de “amado e fiel irmão”. Onésimo tinha ficado conhecido
pela sua fidelidade.

‘’ QUANTOS DE NÓS UM DIA FOI INÚTIL, MAS AGORA EM CRISTO SOMOS UMA
NOVA CRIATURA E POR ISSO SOMOS MUITO ÚTIL NA SUA OBRA, BASTA FAZERMOS
COMO ONÉSIMO, COLOCAR O NOSSO CORAÇÃO A DISPOSIÇÕA DE FAZER ALGO
PELO REINO ‘’.

V.12 E tu torna a recebê-lo como ao meu coração. V.13 Eu bem o quisera conservar
comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho;

(V.12,13) Paulo pediu a Filemom que receba de volta Onésimo - Embora Paulo
apreciasse a possibilidade de conservar Onésimo consigo, ele o estava enviando de
volta a Filemom, juntamente com o seu próprio coração. Paulo pediu que Filemom
aceitasse Onésimo não somente como um servo fugitivo perdoado, mas também
como um irmão em Cristo. Este versículo sugere que o próprio Onésimo iria entregar
esta carta a Filemom, de modo que Filemom precisaria tomar a sua decisão diante do
seu escravo.

34
V14. Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse
como por força, mas, voluntário.

(v.14) Paulo pediu a liberdade de Onésimo - Paulo teria gostado de ter conservado
Onésimo consigo (v. 13). No entanto, decidiu não tentar convencer Filemom de
permitir que Onésimo retornasse a Roma para servi-lo; ele pode ter sentido que isto
seria aproveitar-se indevidamente do seu relacionamento com Filemom. Paulo
enviou Onésimo de volta a Filemom, preferindo que ele tomasse a decisão final sobre
o assunto.

A palavra “benefício” provavelmente não se referia à permissão para que Onésimo


retornasse para junto de Paulo, mas à liberação, por Filemom, do seu escravo de uma
grave punição e de sua liberdade, uma vez que Onésimo tinha se tornado uma nova
pessoa em Cristo. Filemom tinha que pensar em Onésimo não como uma
propriedade, mas como um irmão em comunhão.

‘’ A história nos diz que o pedido de Paulo foi aceito e que, 50 anos depois, este
mesmo escravo tornou-se o pastor da igreja de Éfeso ‘’.

V.15 Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para
que o retivesses para sempre,

(v. 15) Onésimo ficou ausente de Filemom por um tempo - Deus permitiu que
Onésimo fosse a Roma para que pudesse encontrar-se com Paulo e se converter.
Onésimo partiu para que pudesse voltar. Ficou longe por algum tempo para que ele e
seu senhor ficassem juntos para sempre. Partiu para Roma como escravo, mas
voltaria a Colossos como irmão. Quanta bondade de Deus governar e prevalecer
sobre estas coisas!

V.16 Não já como servo, antes, mais do que servo, como irmão amado,
particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor?

(v.16) Paulo não quer que Filemom receba Onésimo como escravo e, sim como
irmão em Cristo - Para poder aceitar Onésimo de volta, Filemom teria que fazê-lo
com a compreensão de que Onésimo tinha uma nova condição, ele era uma pessoa
(isto é, não meramente um servo ou escravo), e era também um irmão amado. Paulo
sabia como poderia ser difícil para Filemom lidar com Onésimo como um “irmão”
depois do transtorno que ele tinha lhe causado.

Paulo deixou claro que ele não apenas confiava em Onésimo (v. 13), mas também o
considerava um irmão em Cristo. Com estas palavras, Paulo habilmente colocou a si
mesmo, Filemom e Onésimo no mesmo patamar. Embora o prisioneiro, o
35
proprietário e o servo tivessem posições sociais muito diferentes, eles eram iguais
em Cristo.

V.17 Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo.

(v.17) Paulo pediu a Filemom que receba Onésimo de braços abertos - Neste
versículo, Paulo apresentou o seu pedido: Recebe-o
como a mim mesmo. Assim como o pai do filho pródigo,
na parábola de Jesus, que recebeu seu filho de braços
abertos (Lc 15.11-32), Filemom deveria abrir seus braços
para receber Onésimo de volta à sua casa e, como um
novo crente, na igreja. Deus tinha recebido Onésimo;
Filemom também deveria fazê-lo.

A palavra “companheiro” é koinonon, que deriva da palavra koinonia, traduzida como


comunhão ou comunicação. Filemom e Paulo compartilhavam a koinonia
(comunhão) descrita no versículo 6. O apóstolo queria que a atitude de Filemom com
relação a Onésimo se baseasse em sua atitude com relação a ele (Paulo).

V.18 E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.

(v.18) Se Onésimo fez algum dano ou deve alguma coisa, era só pendurar na conta
de Paulo - Onésimo podia ter confessado alguma coisa deste tipo a Paulo. O único
meio pelo qual Onésimo poderia ter financiado a sua fuga seria roubando do seu
senhor dinheiro ou objetos que pudesse vender. Mesmo que não fosse assim, ele
ainda estaria em dívida pelo trabalho que não teria sido realizado na sua ausência.

Já era suficientemente ruim que ele tivesse fugido, mas se também devesse dinheiro
ou objetos a Filemom ou tivesse causado algum dano ao seu senhor de alguma outra
maneira, ele estaria em graves problemas. Assim, a carta de Paulo era como um
amortecedor, dando a Onésimo a coragem de retornar, e dando a Filemom o
panorama completo para que ele pudesse lidar com o seu escravo com bondade e
mansidão.

Qualquer dinheiro ou objeto que Onésimo tivesse roubado certamente estaria


perdido há tempos. Onésimo não tinha como devolver. Paulo pediu que qualquer
dinheiro roubado fosse cobrado dele; em outras palavras, Onésimo já não mais devia
nada a Filemom, mas sim Paulo.

36
V.19 Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que
ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.

(v.19) Paulo estava disposto a pagar dívida de Onésimo - Paulo normalmente usava
um secretário para escrever as suas cartas, conforme ele as ditava (veja Rm 16.22).
Mas, às vezes, no final das cartas, ele tomava a pena e escrevia algumas palavras de
sua própria mão, para autenticar a carta (veja, por exemplo, Gl 6.11; Cl 4.18).

Escrevendo as palavras “eu o pagarei”, Paulo enfatizava que estava se colocando sob
a obrigação legal de fazer isto. Paulo não estava “simplesmente dizendo” isto para
acalmar Filemom; ele pretendia fazer isto, colocando-o por escrito. Se Filemom
tivesse exigido pagamento, Paulo teria que tê-lo feito. Mas parece que o apóstolo
conhecia suficientemente o seu amigo para saber que ele não exigiria pagamento.

Embora dissesse a Filemom que colocasse a dívida de Onésimo na “conta”


correspondente a Paulo no livro de contabilidade, Paulo também recordava a
Filemom que ele (Paulo) já tinha um grande crédito, pois Filemom devia a
‘’si próprio’’ (a sua conversão e segurança eterna) a ele.

Uma vez que a dívida de Onésimo fosse colocada na conta de Paulo, ela seria
cancelada. Como o pai espiritual de Filemom, Paulo esperava que Filemom sentisse
ter uma dívida de gratidão que o levaria a aceitar Onésimo com um espírito de
perdão.

V.20 Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; reanima o meu coração, no


Senhor.

(v.20) O perdão de Filemom para com Onésimo traria alegria a Paulo - Em se


tratando de contabilidade e dívidas, uma vez que a dívida de Onésimo fosse paga,
Paulo ainda teria um crédito, pois, quem pode vir a pagar uma outra pessoa por lhe
conduzir à vida eterna? Assim, Paulo pediu que o saldo fosse pago em generosidade
para com Onésimo, como um favor a ele (Paulo). Esse perdão traria a Paulo alegria e
também reanimaria seu coração, e com isso saberia que seu esforço não foi em vão.

V.21 Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que
digo.

(v.21) Paulo estava confiante que Filemom perdoaria Onésimo - Paulo não estava
apenas confiante de que Filemom iria receber Onésimo de volta, mas que Filemom
também faria ‘’ainda mais do que ele pedia’’. Esta pode ter sido uma sugestão para
que Filemom libertasse Onésimo voluntariamente, de modo que ele pudesse voltar

37
para junto de Paulo ou estar livre quando o apóstolo fosse a Colossos. Com certeza
Filemom perdoou Onésimo por sua dívida.

V.22 E juntamente prepara-me também pousada, porque espero que pelas vossas
orações vos hei de ser concedido.

(v.22) Paulo quando saísse da prisão, visitaria Filemom - O fato de que Paulo pedisse
a Filemom para ‘’preparar pousada’’ na sua casa indica que Paulo esperava ser
libertado. Alguns entendem que esta era a maneira de Paulo de lembrar a Filemom
da sua autoridade apostólica. Ou pode ter sido uma maneira irônica de garantir uma
recepção gentil a Onésimo, porque Paulo esperava ir até lá para verificar o que tinha
acontecido.

É mais provável que Paulo simplesmente esperasse visitar estes amigos que tinham
estado orando por ele. A sua libertação estaria garantida por meio destas orações. As
palavras “vossas” e “vos” estão no plural, referindo-se a Filemom, Áfia, Arquipo, e à
igreja da casa de Filemom. Paulo nunca tinha estado em Colossos; a expressão “hei
de ser concedido” simplesmente significa, em grego, “conceder” ou “dar como um
presente” (a raiz da palavra é charis, “graça”).

A possibilidade de que Filemom e a igreja da sua casa tivessem as suas orações


atendidas com uma visita de Paulo seria realmente uma dádiva da graça. Paulo foi
solto da prisão pouco tempo depois de escrever esta carta, mas a Bíblia não informa
se ele chegou a ir a Colossos.

V.23 Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus,

(v.23) Saudações de Epafras a Filemom - O tratamento neste versículo é singular.


Estas são as saudações pessoais a Filemom. Epafras era bem conhecido dos
colossenses, porque ele tinha fundado a igreja ali (Cl 1.7), talvez enquanto Paulo
estava vivendo em Éfeso (At 19.10). Epafras pode ter se juntado a Paulo em Éfeso e
depois retornado a Colossos, a sua cidade.

Ele era um homem muito importante para esta igreja, ajudando-a a permanecer
unida, apesar da crescente perseguição e das lutas contra as falsas doutrinas. O
relato que ele fez a Paulo a respeito dos problemas em Colossos tinha levado o
apóstolo a escrever a sua carta aos Colossenses. A saudação de Epafras para os
cristãos colossenses e as suas orações por eles revelam o profundo amor que tinha
por eles (Cl 4.12,13).

Não está claro se Epafras estava realmente na prisão com Paulo. As palavras de Paulo

38
“meu companheiro de prisão por Cristo Jesus” pode ter sido uma metáfora para
combate ou “cativeiro” em Cristo. É mais provável que Epafras estivesse com Paulo
voluntariamente e fosse retornar a Colossos.

V.24 Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.

(v.24) Saudações de Marcos, Aristarco, Demas e Lucas a Filemom – Esses nomes


também são mencionados em Colossenses 4.10,14. Marcos tinha acompanhado
Paulo e Barnabé na sua primeira viagem missionária (At 12.25) e, no final, escreveu o
Evangelho de Marcos. Lucas tinha acompanhado Paulo na sua terceira viagem
missionária e foi o autor do Evangelho de Lucas e do livro de Atos. Demas tinha sido
fiel a Paulo durante algum tempo, mas depois o abandonou (veja 2Tm 4.10).

Paulo tinha enviado saudações das mesmas pessoas na carta aos Colossenses. Mas,
naquela carta, “Jesus chamado Justo” também tinha enviado saudações a Colossos.
Houve muita especulação a respeito da razão pela qual as suas saudações não estão
incluídas aqui, mas pode ter simplesmente acontecido que ele estivesse ausente no
dia em que Paulo escreveu esta carta a Filemom.

V.25 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.

(v.25) A benção final - A palavra “vosso” está no plural e indica que Paulo enviava
esta bênção final não apenas a Filemom, mas a toda a igreja que se reunia
regularmente na sua casa (v. 2). Assim como Paulo tinha iniciado a sua carta com
graça (v. 3), ele também a terminou com a bênção de que os crentes continuassem
recebendo o favor imerecido de Deus. A graça do Senhor Jesus Cristo está com o
espírito de cada cristão, porque o Espírito de Jesus Cristo habita dentro (no ser
interior) de cada crente.

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religiões
Islamismo/Maçonaria/Budismo

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ISLAMISMO
O Islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé (cerca de 570 a 632 d.C ), em
622, em Latribe (atual Medina, Arábia Saudita). A palavra árabe Islã significa
"submissão a Deus" e os seguidores dessa religião são denominados maometanos
(seguidores de Maomé) ou muçulmanos (palavra francesa que vem do árabe
"mussulmini" o que se entrega de corpo e alma a Deus).

No Islamismo não há sacerdócio profissional, e recomenda-se aos seguidores que se


abstenham de tomar vinho. Existem 5 pilares que seu seguidores tem que cumprir:

1º Fé - professar e aceitar o credo ‘’shahada‘’. A shahada é uma declaração através


da qual o muçulmano atesta que "Não há Deus senão Allah e Muhammad é o seu
mensageiro".

2º Oração - orar cinco vezes ao longo do dia, com o fiel voltado em direção a Meca.
Essa oração é conhecida como ‘’Salat’’. Os muçulmanos devem realizar cinco orações
diárias:

• Ao amanhecer
• Depois do meio-dia
• Entre o meio-dia e o pôr do sol
• Logo após o pôr do sol
• Aproximadamente uma hora após o pôr do sol

Os muçulmanos podem realizar estas orações em qualquer local, desde que este seja
um local limpo. Antes da oração, os muçulmanos preparam-se através de um rito de
purificação, realizadas com água. As partes que são lavadas estão nessa ordem:
mãos, boca, aspergir a água e soltar a água pelas narinas, o rosto, os braços até a
região dos cotovelos, as orelhas, a cabeça e os pés até aos tornozelos, não
esquecendo que o rito purificação é feita três vezes sequenciais para cada região do
corpo citado acima. Quanta religiosidade para ser um mulçumano!!!

3º Caridade - doar dinheiro aos necessitados. Essa caridade tem nome ‘’ Zakat ‘’. A
palavra zakat significa purificação e crescimento. Cada muçulmano deve calcular
anualmente a sua zakat, que em geral corresponde a 2,5% dos seus rendimentos.

As pessoas pobres não precisam pagar zakat, visto que um dos objetivos deste dever
religioso é precisamente ajudar os mais pobres. No passado a maior parte dos países
muçulmanos cobrava a zakat, mas a prática foi abandonada.

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4º Jejum - observar as obrigações do Ramadã. O jejum tem o nome ‘’ Saum ‘’.
Durante o mês do Ramadã (9º mês calendário islâmico), os muçulmanos abstêm-se
de comida, de bebida, de fumar, de relações sexuais ou de pensamentos negativos
durante o período que decorre entre o amanhecer até ao pôr do sol.

As pessoas idosas, os doentes e as mulheres grávidas estão dispensados deste jejum,


mas eles devem realizá-lo de outra forma, ou seja, alimentar pobres durante um
período de dias correspondente aos dias que faltaram ao jejum. As crianças também
não realizam o jejum. A primeira vez que um muçulmano realiza o jejum funciona
como uma espécie de ritual de entrada na vida adulta comparável ao B'nai Mitzvá no
judaísmo (que era a festa que fazia quando o adolescente entrava na fase adulta).

5º Peregrinação - fazer a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida, se tiver
condições financeiras e físicas.

RESUMO HISTÓRICO

O fundador do Islamismo, segundo a onomástica árabe, chamava-se Abul Alcacim


Maomé ibne Abdalá ibne Abdal Mutalibe ibne Haxim. Ele é conhecido como Maomé
que vem de Mohammad e significa "altamente louvado". Nasceu em Meca, na atual
Arábia Saudita, provavelmente no ano 570 d.C, filho de um pobre mercador da tribo
Quaraych. Seus pais morreram pouco depois do seu nascimento e ele foi educado
por um avô e mais tarde por um tio. Foi, em sua juventude, pastor e guia de
caravanas de comerciantes.

Maomé casou-se com Khádidja, uma rica viúva bem mais velha que ele, quando tinha
vinte e cinco anos. Estabeleceu-se então em Meca como próspero mercador e iniciou
uma vida contemplativa. Quinze anos depois, na caverna do monte Hira, ao norte de
Meca, Maomé diz ter tido uma visão quando lhe foi ordenado que pregasse.

Diz ter tido muitas outras revelações e visões de anjos e arcanjos. Em Hira, diz-se que
apareceu a ele o anjo Gabriel que lhe deu um manuscrito para ler e disse-lhe que ele
era o profeta enviado de Deus aos homens. Maomé passou a ouvir vozes que o
mandavam pregar ou que lhe transmitiam certos ensinamentos, registrados mais
tarde no Alcorão.

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A CHAMADA

Convencido da sua ‘’ chamada ’’, Maomé passou a pregar a sua doutrina. Os árabes o
consideram como o único profeta de Deus e possível descendente de Abraão, através
de Ismael, filho de Agar, julgam ser o Islamismo o cumprimento da promessa de Deus
em Gênesis 17.20:

‘’ E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei
frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei
uma grande nação ‘’.

Maomé conseguira alguns discípulos em Medina (colônia judaica ali residente). Esse
nome significa em aramaico "a cidade". Dos seus discípulos, o mais fiel era Abu-Bekr,
companheiro de todas as horas. Depois de uma conspiração dos coraixitas, Maomé
fugiu para não ser morto, para Medina, chegando ali em 22 de setembro de 622, data
que marca a Égira (emigração) e o início do calendário muçulmano. Aí foi fundada
oficialmente a sua religião.

A EXPANSÃO DO ISLAMISMO

Antes do aparecimento de Maomé, os árabes viviam em tribos. Eram politeístas


(crença em vários deuses) e não tinham governo centralizado. Maomé, através da
religião, controlou toda a Arábia e à medida que dominava os povos, pela guerra,
impunha-lhes também a religião muçulmana. Surge então o Império Árabe,
politicamente falando.

Após a morte de Maomé (632), os quatro primeiros califas (sucessores de Maomé)


expandiram o Islamismo. A derrota do Império Bizantino em Damasco (635) e
Jerusalém (638) e a do Império Persa em Nehavend (643) marcaram o início dessa
expansão. Depois, englobaram o Egito e a Líbia, mesclando-se com os povos berbere,
egípcios e outros.

Hoje o Islamismo depois do cristianismo é a religião que mais cresce no mundo. Além
do Oriente Médio, África, Índia o Islamismo esta expandindo sua religião para:
Europa e o Continente da América. A expansão da religião é forte porque os
seguidores são pessoas que se dedicam fortemente pela causa.

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A LITERATURA DO ISLAMISMO

O Alcorão – ‘’ Al Quran ’’ ou Corão. Essa palavra significa ‘’recitações ’’. Contém as


revelações místicas de Maomé. Segundo o profeta, o Alcorão é inspirado por Deus.
Num total de 114 capítulos e 6.226 versículos, o Alcorão é um conjunto de dogmas e
preceitos morais e, segundo os muçulmanos, a única fonte do direito, da moral, da
administração etc.

É na realidade, uma mistura de zoroastrismo (é uma religião fundada na antiga Pérsia


pelo profeta Zaratustra), judaísmo, budismo, confucionismo (é um sistema filosófico
chinês criado por Confúcio) e ainda boas porções do Novo Testamento, interpretados
pela mente corrompida de Maomé.

Suna - Uma coleção de tradições (provérbios morais e histórias do profeta Maomé)


que identificam a tradição árabe com o Islamismo.

Ijma - Estabelece a crença de que a maioria dos muçulmanos não poderia concordar
em erro. O alcorão, a Suna e o Ijma são três alicerces da doutrina islâmica.

ALGUMAS DOUTRINAS DO ISLAMISMO

A Trindade - O Islamismo não aceita a doutrina cristã da Trindade. Acredita no


Espírito Santo como uma força que emana de Deus e vê em Jesus Cristo apenas um
profeta depois de João Batista.

Deus - O Islamismo prega a unidade de Deus e também a sua unicidade (ser único). É
o mesmo Deus de Abraão que terminou sua revelação em Maomé.

Jesus Cristo - Maomé é considerado ‘’o último dos profetas’’, aquele que veio depois
de Adão, Noé, Abraão, Moisés e Jesus. Nesse caso, nega a Jesus todos os a tributos e
conceitos que o cristianismo Lhe dá ou Lhe atribui.

O céu - O céu é um "super oásis”, o sonho de um povo que vive no deserto. Nele, os
bem-aventurados que seguiram os preceitos de Alá, encontrarão rios de leite, mel e
vinho e multidões de virgens. Hoje se fala muito sobre as 72 virgens que os mártires
que lutaram pela causa encontrarão no céu. O alcorão não fala a quantidade de
virgens veja:

‘’ E se deitarão sobre leitos incrustados com pedras preciosas, frente a frente, onde
lhes servirão jovens de frescores imortais com taças e jarras cheias de vinho que não
lhes provocará dores de cabeça nem intoxicação, e frutas de sua predileção, e carne
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das aves que desejarem. E deles serão as huris [virgens] de olhos escuros, castas
como pérolas bem guardadas, em recompensa por tudo quanto houverem feito. (…)
Sabei que criamos as huris para eles, e as fizemos virgens, companheiras amorosas
para os justos ‘’. Alcorão, Capítulo 56, versículos 12-40.

De onde vem à tradição 72 virgens? Vem posteriormente, o alcorão na mentalidade


islâmica não havia sido completo na época de Maomé e as historias passada de boca
a boca sobre anos foi comentada por alguns que teria 72 virgens esperando os
homens fiéis e 80.000 servos para os servirem. Esse complemento no alcorão chama
se ‘’ Sunas ‘’ (coletâneas de histórias sobre Maomé que foi passado de forma oral).

O inferno - O inferno do Islamismo nada tem de especial, apenas fogo eterno para
aqueles que não seguiram aos preceitos de Alá.

A predestinação - Para os muçulmanos, o homem tem um destino traçado. Quando


acontece qualquer coisa, diz o árabe: ‘’estava escrito ou assim queria Alá ’’.

A Guerra Santa (jihad) - Chamava-se ‘’ Guerra Santa ’’, toda a guerra que se fazia
para expansão do Islamismo. Tinha entrada garantida no céu quem morresse nessas
guerras (os muçulmanos). Maomé massacrou aqueles que se colocavam em seu
caminho. Certa vez, sanguinariamente, depois de massacrar um exército que havia
invadido Medina (cidade onde começou comunidade islâmica), enterrou perto de
seiscentos homens na praça do mercado de Medina. Assim queria Alá! ...

A Caaba - No interior da Caaba (espécie de templo pagão) existiam 360 ídolos: o sol,
a lua, os astros, o destino, vários espíritos ou anjos, e entidades sobrenaturais
relacionadas com a morte. Era uma espécie de panteão (conjunto de deuses) dos
espíritos tribais dos beduínos.

Maomé, quando entrou em Meca com seu exército, destruiu todos os ídolos da
Caaba, deixando apenas a grande pedra negra, que segundo a tradição foi trazida do
céu pelo arcanjo Gabriel. A Caaba era considerada o centro da terra. A pedra negra,
possivelmente teria sido um meteorito. Era símbolo de Alá e diz-se que estava
primitivamente no céu.

Peregrinações a Caaba - Foi aconselhado por Maomé (pelo menos uma vez no ano) e
é uma das mais antigas tradições do povo árabe. Já existia antes de Maomé, depois
dele, a peregrinação à Caaba ganhou novo significado.

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Escatologia - A história humana terminará, segundo a escatologia islâmica, com o
julgamento final, que será precedido por acontecimentos terríveis, como, por
exemplo, a vinda de personagens bons e maus: O Mahdi, espécie de Messias; o
anticristo, falso messias que aparecerá entre o Iraque e a Síria; e Cristo, que ajudará
Mahdi matar o anticristo. Os muçulmanos acreditam que o Mahdi, juntamente com
Jesus, livrará o mundo do erro, da injustiça e da tirania.

Conclusão

De uma ou outra forma, o Islamismo crê nas doutrinas do judaísmo, da qual uma vez
ou outra tira ingredientes para misturar com doutrinas de outras religiões. Disse
Maomé: ‘’Eu acredito em Deus, em seus anjos, livros e mensageiros, no último dia, na
ressurreição dos mortos, na predestinação por Deus, no bem e no mal, no
julgamento, na justiça, no paraíso e no fogo do inferno”.

Não resta dúvida de que Maomé foi um falso profeta. À medida que foi dominando
as nações e o seu próprio poderio foi aumentando, as ‘’revelações de Deus’’
mudaram de estilo e começaram a responder diretamente às questões de política
local e beduína, tornando-se por isso, muitas vezes obscuras para nós.

Seus ensinamentos chocam-se muitas vezes com os ensinamentos de Jesus que


dentre outras coisas, afirmou que o Seu reino não era desse mundo. . .

MAÇONARIA
O QUE É MAÇONARIA?

A Maçonaria é uma sociedade secreta e ritualística, incluindo em sua filosofia a


auto-salvação do homem. É paga quando analisada à luz das Escrituras Sagradas.
Ainda que não seja uma igreja como conhecemos, constitui-se num movimento
religioso e sincretista (é a fusão de diferentes doutrinas para a formação de uma
nova). A palavra maçom significa em francês ‘’pedreiros’’.

RESUMO HISTÓRICO DA MAÇONARIA

A Maçonaria surgiu nos meados do século XVII quando as associações de pedreiros


livres da Inglaterra deixaram de serem simples associações profissionais para
admitirem como membros honorários gente da nobreza, do clero anglicano
(ministros da igreja protestante inglesa) e outros profissionais liberais. Em 1717, foi
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fundada a Grande Loja de Londres, pelo reverendo anglicano James Anderson e pelo
huguenote refugiado Jean Théophile Desaguliers. Seus principais princípios, no início
foram; tolerância religiosa; fé no progresso da humanidade; fé em Deus; certo
racionalismo que exclui as formas exteriores da religião organizada como Igreja; ódio
contra o sacerdócio oficial e contra a fé em milagres e outros.

Essa organização social dos pedreiros livres deu origem logo a seguir a cerca de 1700
Lojas ou Oficinas, com o são chamados os locais de reunião da Maçonaria. Em 1730,
os ingleses introduziram as Lojas nos Estados Unidos. Nesse país está o maior
número de maçons do mundo.

SALOMÃO FOI MAÇOM?

É muito discutida a origem da Maçonaria. Alguns autores situam-na nos primórdios


da antiguidade oriental, outros admitem que o seu fundador foi Hiram Abif, arquiteto
do templo de Salomão, que teria sido um maçom ; outros ainda, que deriva de
corporações operárias criada por ‘’Numa’’ , em 715 a.C. Certo autor maçom afirmou
que Jesus usou muitos ensinamentos maçons em sua doutrina e que a origem da
maçonaria se perde na noite dos tempos . . .

A tradição impede o ingresso de mulheres, embora afirmem os maçons que nada


acontece lá dentro que a mulher não possa saber ou conhecer e que a sua proibição
é puramente tradicional. Já existe em todo o mundo e especialmente nos Estados
Unidos a Maçonaria feminina organizada nos mesmos padrões da Maçonaria secular.

A verdadeira origem da Maçonaria está, como vimos acima, na socialização dos


pedreiros livres da Inglaterra; o mais é lenda e fantasia.

OS SEGREDOS MAÇÔNICOS

Muita lenda e superstição gira em torno da Maçonaria. Os maçons não estão


preocupados em desfazê-las, pois lhes agrada serem vistos pelos menos esclarecidos
como pessoas misteriosas, superdotadas, anormais, diabólicas ou coisas assim. Riem
daqueles que fazem mistério acerca de suas vidas e se divertem da ignorância dos
profanos (nome que se dá ao não maçom).

Os ‘’segredos maçônicos’’ constam de símbolos, alegorias, ritos, cerimônias, sinais de


identificação, doutrinas filosóficas ou dogmas religiosos que já foram ocasionalmente
revelados. O maior segredo do qual o neófito (aprendiz) toma conhecimento ao
penetrar na Maçonaria é o fato de saber que na realidade a coisa não é nada daquilo
que pensava.

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Os ‘’altos segredos’’, de um modo geral, são ritos, dogmas e mistérios tirados do
judaísmo, paganismo babilônico e egípcio que misturados no caldeirão maçônico dão
um caldo semelhante ao que é ingerido pelas sociedades espiritualistas.

A ESTRUTURA DA MAÇONARIA

A Maçonaria é organizada em Ritos, sendo estes divididos em graus. O rito Escocês


tem 33 graus, equivalentes aos 10 graus do rito York. Cada grau procura ensinar uma
moral. Os graus 1 a 3 são os mesmos nos dois ritos acima mencionados. Ao atingir o
grau 3 o maçom tem que escolher o rito Escocês ou o York , se pretender subir a
escada hierárquica.
O rito Escocês tem 33 graus que são conhecidos por números ou títulos. Os do rito
York são conhecidos apenas por títulos.

- Os juramentos: Para cada grau da Maçonaria há um juramento específico. Muitas


vezes os maçons confundem as suas juras com as promessas evangélicas. O fato é
que o maçom jura não revelar coisas que ainda nem conhece!

- O ritual de iniciação: Para o 1º grau, Aprendiz, lhe é posta uma venda nos olhos e
com vestes especiais é conduzido à porta do templo onde afirma ser um profano que
está vindo para a luz da Maçonaria. Pode um crente fiel fazer tal afirmação sem
contrariar a Palavra de Deus? Assim, semelhantemente se sucedem os rituais para
cada grau. . .

- Os símbolos: Instrumentos de pedreiro e arquiteto são usados como símbolos de


sua religião. O Delta (fechos de luz como do Sol) símbolo do poder supremo,
compasso, triângulo que tem no centro um olho (olho que tudo vê) que representa
todos os a tributos da divindade, e fica acima do trono do Venerável Mestre entre o
Sol e a Lua que representam as forças do sumo Criador. O esquadro representa a
moralidade; o nível a igualdade e o prumo, a retidão. Eles têm também o mosaico,
que é o chão preto e branco que representa a luta entre o bem e o mal.

- O Culto: O 2º Código maçônico diz que o verdadeiro culto a Deus consiste nas boas
obras. No ritual para o candidato a Mestre Maçom (Grau 3), o Venerável abre e
encerra o trabalho em nome de Deus e de um padroeiro, no caso, São João da
Escócia. É oculta a blasfêmia em ligar o nome de Deus a de um santo padroeiro.

- As orações: Fazem orações, entretanto não as fazem em nome de Jesus como


ensina a Bíblia, nem tampouco fazem citações a Ele ou menção do Seu nome. Parece
que nunca leram João 14.13: E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei...
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- Cerimônias fúnebres: Nos funerais há uma cerimônia na Loja, sem a presença do
falecido; outra em uma Igreja ou residência, e outra no cemitério. Em todas elas a
salvação pelas obras é enfatizada e diz-se estar o falecido passando da Loja Terrestre
para a Loja Celestial, o que logicamente implica no fato de crer a Maçonaria que o
seu adepto está salvo; ou seja, salvação sem Cristo e seu sangue expiador. Para os
maçons a salvação é pelas obras e não pelo sangue de Jesus.

MAÇONS CITAM FÁBULAS ACERCA DE JESUS CRISTO

Com respeito ao Senhor Jesus Cristo no período de 12 aos 30 anos, diz a Maçonaria
que em seus arquivos conservados religiosamente pelos monges do Tibete no
Himalaia, aos quais foram confiados tradições e documentos da maçonaria egípcia,
consta que Jesus permaneceu durante anos com os monges do Tibete sendo ali
conhecido com o nome de Profeta Issa.

Saindo do convento, Jesus teria passado a pregar tudo àquilo que aprendeu com os
‘’veneráveis monges’’. Entre os ensinamentos de Jesus, o que existe na verdade são
fragmentos da doutrina maçônica. . . Não sei se os maçons escreveram isso para que
acreditássemos ou para que déssemos risadas. No segundo caso, queremos dizer-
lhes que apreciamos sobremodo o seu senso de humor.

Sabemos primeiramente que Jesus é Deus e jamais iria se misturar com


ensinamentos pagãos. Segundo, seus pais eram judeus, jamais permitiriam que seu
filho adolescente fosse para uma escola pagã de gentios. Então sabemos que essa
história não passa de fábulas, pois o objetivo dos maçons é provar que seus
ensinamentos vêm de Deus.

CONCLUSÃO

Como vimos à maçonaria é uma religião falsa. Seus ensinamentos levam as pessoas
serem salvas pelas obras e não pelo sangue de Jesus. Suas doutrinas não passam de
sincretismo (fusão de varias doutrinas), pois suas doutrinas são misturas de:
paganismo babilônico, egípcio e outros. Fazem seus trabalhos em nome de santos e
deuses pagãos, e as vezes inclui o nome de Deus para disfarçar. Infelizmente muitos
cristãos no passado inclusive nos Estados Unidos onde a concentração de cristãos
maçons era maior, participavam da maçonaria. Hoje alguns cristãos por ambição
financeira acabam também participando desse movimento diabólico da maçonaria.

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BUDISMO
Budismo é a denominação dada pelos ocidentais ao sistema religioso fundado na
Índia, por volta do século 5 a.C. por Sidarta Gautama, cognominado o Buda. No
Oriente é denominado Buddha-marga (Caminho de Buda) ou Buddha-dharma (Lei de
Buda) ou Sad-dharma (Lei correta ou perfeita). Visa à realização plena da natureza
humana e criação de uma sociedade perfeita e pacífica.

A tradição budista admite que além de Sidarta Gautama, cujo nascimento se deu por
volta de 560 a.C., outros Budas tenham vivido sem se darem a conhecer. Todo aquele
que busca a iluminação, bem como os que depois de consegui-la, dedicam-se a salvar
o próximo, tornam-se Bodhisattvas (Budas).

O Budismo é uma religião tão falsa como as outras do seu tipo. Surgindo em meio às
confusões religiosas e herdando a milenar ‘’sabedoria’’ dos Vedas (escritura sagrada
dos hindus que é religião oficial dos indianos) e as doutrinas do Bramanismo (antiga
filosofia indiana), o Budismo é um misto de filosofia e espiritismo que visa endeusar o
homem.

RESUMO HISTÓRICO

Existem cerca de 578 biografias sobre a vida de Buda, cada uma mais fantasiosa que
a outra. O primeiro texto conhecido a tratar de sua vida foi escrito 400 anos após sua
morte, se bem que existam inscrições budistas anteriores em colunas de pedra. Os
textos referentes ao nascimento de Buda, quase sempre envolvem esse
acontecimento numa atmosfera poética e piedosa. Filho do rei Shuddodana, Buda é
concebido no ventre da rainha Maya, durante o sono, por um pequeno elefante
branco.

Sem causar nenhum sofrimento à sua mãe, vem ao mundo num bosque tranquilo
cercado de flores, fontes e árvores frutíferas. Nasceu com quarenta dentes dizendo:
"Sou o Senhor do mundo”, conhecendo 74 alfabetos, inclusive o chinês, e com
oitenta e tantos sinais físicos característicos do futuro Buda. Essa é uma das lendas
do seu nascimento.

Das informações mais comprovadas, sabemos que Sidarta Gautama nasceu por volta
de 560 a.C. em Kapilavastu, capital de um pequeno reino próximo ao Himalaia, na
atual fronteira do Nepal. Passou a infância e juventude na corte de seu pai, o rei

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Suddhodana, cercado de luxo de um príncipe. Casou-se ainda jovem com sua prima
Yassodhara e teve um filho a quem deram o nome de Rahula.

Sidarta teve sua crise religiosa perto dos trinta anos. Tudo o que se diz da sua
experiência religiosa se baseia na lenda dos quatro encontros.

A LENDA DOS QUATRO ENCONTROS

Fora dito ao rei Suddhodana que, se ele quisesse evitar que o filho o abandonasse,
devia isolá-lo do mundo e impedi-lo de ver o sofrimento. Um pouco difícil imaginar
como teria conseguido fazer isso e ao mesmo tempo, educá-lo para governar. Em
todo caso, essas medidas não adiantaram. Sidarta, acompanhado de seu escudeiro
cocheiro Xanna, fez quatro passeios sucessivos.

No primeiro, viu um velho enrugado, trêmulo, apoiado a uma bengala. O que é isso?
É a vida, meu senhor, respondeu seu escudeiro. E a mesma coisa aconteceu quando
Sidarta encontrou um enterro e um doente coberto de chagas. Dessa forma, Sidarta
conheceu a dor, a morte e o tempo que tudo consome. Mas, no quarto passeio,
avistou um homem com uma magreza espantosa, nu, possuindo apenas uma tigela
de esmolas, que entretanto, tinha o olhar sereno de um vencedor.

Era um monge asceta (pessoa que se afasta dos prazeres), um homem que vencera a
dor, a morte e a angústia em busca de negar a si mesmo e o colocara em conexão
com o mar eterno do ser que flui das aparências ilusórias. Depois da festa no palácio,
em louvor ao nascimento de seu filho, pela manhã, Sidarta beija a mulher e o filho
que dormem e foge conduzido por seu cocheiro. Mais à frente, troca de roupa com
um mendigo, corta os cabelos com uma espada e, descalço, encaminha-se ao
encontro dos ascetas.

A ILUMINAÇÃO

Por volta de 532 a.C., Sidarta renunciou ao ascetismo (é uma doutrina filosófica que
defende a se privar dos prazeres físicos). Seus cinco discípulos abandonaram-no
escandalizados por vê-lo tomar um banho no rio e aceitar uma refeição oferecida por
uma jovem. De acordo com a lenda, Sidarta reconheceu não ser a privação pessoal
que conduz à libertação.

Após a refeição, sentiu-se mais disposto a buscar a iluminação ‘’Bodhi’’ e, tomando


posição de yoga, colocou-se sob uma figueira e pôs-se a meditar. Aí começa a sua
vida propriamente dita. Terminada a meditação da figueira, Sidarta procurou seus
cinco companheiros e anunciou-lhes a descoberta: é possível anular as novas
reencarnações, o ‘’Samsâra’’, e escapar aos sofrimentos do mundo.
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Sua premissa básica era: Todo viver é sofrer. Teria o homem de identificar os laços
que unem os sofrimentos à vida e tentar eliminá-los. Daí, as Quatro Verdades Nobres
e o Caminho dos Oito Passos, que veremos mais adiante.

Buda faleceu com oitenta anos. Após a sua morte, o budismo esfacelou-se dando
origem às diversas seitas budistas, cada qual com sua interpretação das palavras do
Buda. Algumas seitas o divinizaram; outras, alegam que ele, atingindo o “Nirvana",
deixou de existir. .

A LITERATURA BUDISTA

Cada uma das numerosas seitas do Budismo possui sua própria versão das escrituras
sagradas, ao lado de um vasto corpo de comentários filosóficos e devocionais,
imersos muitas vezes no mito, na lenda e nos milagres. Durante cerca de 400 anos, os
ensinamentos de Buda foram transmitidos de forma oral. Grande parte da literatura
das seitas perdeu-se. O que há de mais importante, e que é à base de quase todas as
outras, são os seguintes cânons:

Cânon Theravada (significa ensino dos sábios) – Textos escritos na língua páli e
inteiramente preservado no Ceilão (uma ilha antiga perto da Índia). Existem também
duas coleções desses textos em línguas chinesa e tibetana. Esse cânon divide-se em
três partes:
1. Vinaya - “conduta” Contendo regras de disciplina.
2. Dharma - “doutrina” Discursos doutrinais atribuídos ao Buda.
3. Abhidharma - Elaboração sistemática das ideias expostas no Dharma.

Cânon Mahayana - Escrito em sânscrito (é uma língua ancestral do Nepal e da Índia).


Divide-se em duas partes:
1. Mahavastu - A grande história, ali é contada a história de Buda.
2. Lalita-vistara - Relato minucioso da vida do Buda, desde a sua decisão de nascer
até o seu primeiro sermão.

DOUTRINAS DO BUDISMO

Deus - No Budismo original não existe a ideia de um deus supremo que opera sobre o
mundo. Buda não acreditava numa divindade que devesse ser adorada, e sim um
guia espiritual com seguidores de suas crenças e práticas.

O Universo - Para o Budismo as criações recorrentes dos sistemas cósmicos são


regidas por uma lei eterna e o processo nunca teve começo nem nunca terá fim.

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Buda - Algumas seitas o divinizaram, outras alegam ter ele deixado de existir ao
atingir o Nirvana; outras, afirmam que ele continua vindo ao mundo em diferentes e
sublimes reencarnações. Muita fantasia e muito misticismo se unem à sua pessoa.

Mara - É o demônio das ilusões, pai de três filhas: Volúpia (grande prazer sexual),
Cobiça e Inquietude. De acordo com o Budismo ‘’Mara’’ luta constantemente com o
homem não permitindo que este atinja o Nirvana.

Samsâra - É o círculo de renascimentos sucessivos. Com a transmigração da alma


para outros corpos, havia também uma retribuição (veja no Carma). O Samsâra para
o Budismo é infinito; até os deuses estavam sujeitos à essa lei. Somente atingindo o
Nirvana, o homem ficaria livre do Samsâra.

Carma (significa ‘’ação ou fazer’’) - Nas reencarnações, o que alguém pratica em uma
vida, incorpora-se à próxima. Se o indivíduo foi bom, continuará a sê-lo ao longo das
infinitas vidas; se foi mau, irá se degradando e acabará por nascer escravo ou bicho. É
a lei do ‘’Quem faz aqui, aqui paga!’’

Nirvana (‘’extinção, que é desaparecimento de algo’’) - ‘’O discípulo que renunciou


ao prazer e ao desejo, e o que é rico de sabedoria, esse alcança, neste mundo mesmo,
a libertação da morte, o Nirvana, a morada eterna ’’ (Buda).
Nirvana é utilizado num sentido mais geral para designar alguém que está num
estado de plenitude e paz interior, sem se deixar afetar por influências externas.
Também se emprega com o sentido de aniquilamento de certos traços negativos da
própria personalidade, porque a pessoa consegue se livrar de tormentos como:
orgulho, ódio, inveja ou egoísmo, sentimentos que afligem o ser humano impedindo-
o de viver em paz.

Na morte o nirvana indica um estado eterno de graça. Também é visto por alguns
como uma forma de superação do Carma, ou seja, a pessoa não fica mais
reencarnando várias vezes como fazia antes, pois alcançou o estado de libertação do
seu ‘’eu’’ maldoso e por isso viverá eternamente em paz.

As quatros verdades nobres - É, na visão budista, a lei fundamental do universo,


doutrina base de todas as escolas e seitas do Budismo.
1. Sobre a dor: O nascimento é dor, a velhice é dor, a doença é dor, a morte é dor, o
contato com o desagradável é dor, a separação daquilo que é agradável é dor, não
realizar o seu desejo é dor. Em suma, os componentes da individualidade, a saber, o
corpo, as sensações, as percepções, as formações psíquicas e a consciência
(conhecimento) são dor.

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2. Sobre a origem da dor: É o desejo de existir que conduz ao renascimento, que traz
o prazer e a cobiça, que aqui e ali procura sua satisfação, a sede de experiência
sensual, a sede de continuar a viver.

3. Sobre a eliminação da dor: A extinção completa do desejo, a fim de que não haja
paixão. Bani-lo, renunciar a ele, libertar-se dele e não lhe deixar lugar.

4. Sobre o caminho que leva à eliminação da dor: O sagrado caminho de Oito


Passos: visões retas, vontade reta, linguagem reta, conduta reta, meios retos de
subsistência, esforço reto, reto zelo e concentração reta.

Conclusão
Como podemos notar, o Budismo é uma falsa religião. Suas crenças sobre
reencarnações desconstroem princípios bíblicos, viver uma vida como não existisse
um Deus supremo isso é negar a existência do Criador. No budismo a busca pela
iluminação, ou seja, pela verdade, é pelas experiências humanas e não na sagrada
escrituras.

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BIBLIOGRAFIA
Russell Norman Champlin, O Novo Testamento interpretado versículo por versículo.

Simon J. Kistemaker, Comentário do Novo Testamento - Epístolas de Pedro e Judas.

Editora: Tyndale House Publishers, Comentário Novo Testamento – Aplicação


Pessoal Vol 2.

Roger Stronstdd, Comentário Pentecostal Judas.

Hernandes Dias Lopes, Comentário 2 Pedro e Judas.

J.Cabral, Religiões, Seitas e Heresias à Luz da Bíblia.

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