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Belém – Pará
2002
Ana Paula Cavallare Ferreira
Jamylle Hanna Mansur
Belém – Pará
2002
Ana Paula Cavallare Ferreira
Bacharel em Psicologia.
Banca Examinadora
Nota:
Dedicamos este trabalho a todos
aqueles que de alguma maneira,
tentam superar as dificuldades
existentes em busca de melhores
condições para a sobrevivência do
outro.
“É necessário haver melhor acesso ao
tratamento para indivíduos com
transtornos; melhores métodos no
sistema de saúde para identificar e tratar
sintomas que possam ser associados
com violência, e poderes maiores para
intervenção. Recursos legais podem não
ser tão efetivos como uma melhora no
sistema de saúde, para prevenir a
violência.”
A Profa. Ms. Rosana Mendes Éleres, nossa orientadora, pois sem ela com certeza
ano do Curso de Psicologia, pela força que nos têm oferecido desde o ano passado
para realização deste trabalho e por ter aturado tantos telefonemas de desespero,
Aos nossos pais, irmãos e familiares pois se não fossem eles, quem iria agüentar o
nosso mau humor na hora que este trabalho nos fez “arrancar os cabelos?”.
Aos nossos colegas de turma, que em várias ocasiões perguntavam sobre o nosso
Dedicatória .......................................................................................................... 4
Epígrafe ............................................................................................................... 5
Agradecimentos ................................................................................................... 6
Índice ................................................................................................................... 7
Resumo ................................................................................................................ 8
Introdução ............................................................................................................ 9
Método ................................................................................................................. 20
Referências .......................................................................................................... 26
Anexos ................................................................................................................. 28
Ana Paula Cavallare Ferreira. Jamylle Hanna Mansur. A relação entre Transtorno
de Personalidade e os atos delituosos dos internos do Sistema Penal do Estado
do Pará. Universidade da Amazônia. Belém. Pará. 31 pp.
RESUMO
são alguns exemplos do que presenciamos em nosso dia a dia quando lemos ou
2002, p.45).
De acordo com tais relatos, são colocadas questões tais como: “qual o estado
Feldman (1977) afirmou que os crimes cometidos por doentes mentais têm
habilidade; planejá-los com menos cuidado, ou escolher objetivos mais difíceis do que
Vemos todos os dias nos jornais algo exposto sobre a criminalidade, no entanto
quase não observamos a ênfase no transtorno mental que pode estar por trás de tal
acontecimento. Por outro lado, observa-se que a sociedade como um todo fica
desamparada. Não sabe como agir em uma situação de violência relacionada que
envolva uma pessoa com transtorno mental; fato que está cada vez mais presente em
nosso cotidiano.
De acordo com Kaplan (1997) o termo “personalidade” pode ser definido como
De acordo com tal afirmação, pode-se dizer que existem diversos transtornos
a situação do doente.
PERELLA, 2000).
agressivos e fazem com que o comportamento ilícito tenha uma maior possibilidade
Como afirma Davidoff (1983) a pessoa com distúrbio afetivo bipolar tem crise
Davidoff (1983) afirma ainda que, o psiquiatra suíço Eugen Bleuler introduziu
esquizofrênicos, qualquer indivíduo rotulado como tal terá alguns dos seguintes
caracterizado por atos anti – sociais e criminosos contínuos, mas não é sinônimo de
paciente. Nos indivíduos anti – sociais não predomina o remorso, em geral são
Varnell (1993), diz que estes indivíduos não são loucos (psicóticos – os que
círculo dos que convivem com eles os tachem de “loucos”. O autor afirma que estes
É pertinente enfatizar que estes indivíduos não devem ser comparados, como
tendo personalidade Dissocial, na qual segundo Varnell (1993), são indivíduos que
geral, meio pessoal) passa apresentar dificuldade e desajustes contra a ordem social
estabelecida.
sentimentos alheios são por ele percebidos e a eles reage, na medida em que se
responsabilidade por essa ira, projeta nos outros seu ressentimento e sua cólera.
comuns, podem mostrar-se briguentos num momento, deprimidos noutro ou, ainda,
passar dos anos; elas deixaram de infringir penas punitivas de tortura e adotaram o
regime fechado de encarceramento. Embora ainda existam as próprias leis dentro das
prisões onde os presos estão a mercê de uns aos outros e de seus carcereiros.
fechado avaliam-se diversas variáveis como, por exemplo, as crueldades a que ele é
própria convivência com os mais diferenciados tipos de criminosos, o tempo que ele é
somente aos delinqüentes, mas também para a sociedade de uma maneira geral.
Segundo Davidoff (1983), uma pesquisa realizada nos EUA afirmou que cerca de 30
fechado.
em que a pessoa física tem condições próprias de administrar os atos da vida civil.
casos mencionados no art. 9o do Código Civil onde a pessoa física pode emancipar-
se se:
emancipação.
b) Se casar.
economias.
respectivas atualizações:
incapazes de Imputação.
entendimento”.
civil”.
exercer:
II – os pródigos;
III – os silvícolas.
essas pessoas, o que faz com que o doente não tenha o tratamento adequado
Provisória n.º 2.029 de 20.6.2000, mencionado por Buzaglo (2001), ver-se ênfase no
autor:
ao internato em manicômio.
Atuação do Psicólogo dentro das Prisões
abaixo:
judicial.
as três descritas acima, como as principais para os que estão envolvidos diretamente
no sistema penitenciário.
• Procedimentos:
1a. etapa:
2a etapa
3a. etapa
4a. etapa
5a. etapa
6a. etapa
8% Esquizofrenia -
10% art.121
Psicose - art.121
10% Esquizofrenia -
54% art.157
Psicose - art.157
pertencentes ao CRPA-I
delitos, entre latrocínio e homicídio, estando este último mais presente; fato similar
ocorre também com os diagnosticados psicóticos, onde 28% da população com este
para a sociedade.
No entanto, vale ratificar que a obtenção dos dados foi dificultada através da grande
burocracia existente dentro do sistema penal, dados estes que como se pode
dessas duas últimas patologias, o que nos leva a crer que o diagnóstico desses
detentos não esteja sendo formulado de maneira adequada. Não podemos afirmar
então, se eles estão ao menos recebendo o tratamento específico para a sua doença.
Se tivéssemos que recomeçar este trabalho, começaríamos fazendo contato
triagem dos presos, que deve ser obrigatoriamente realizada pelo psicólogo. A
antítese existente entre o diagnóstico do preso e seu real estado, merece uma
atenção especial.
privacidade quanto ao atendimento; o que nos faz levantar a hipótese de que essa
seria uma variável para um diagnóstico incompatível com a real situação existente.
sigilo, e pelo que foi visto na instituição visitada, nenhum desses artigos vem sendo
devidamente respeitados.
Nesse artigo, ainda consta o primeiro parágrafo que expõe que nos casos de
realização de perícia, por exemplo, o Psicólogo deverá relatar apenas o que diz
Existem vários outros artigos que poderiam ser citados como o artigo 1º, que
fala das condições de trabalho do Psicólogo, que devem estar condizentes com os
“princípios e técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissional”
psicólogo dentro da casa penal é fazer uma triagem psicológica assim que o apenado
chega. Como o atendimento é feito de uma forma tão precária, ficamos a imaginar se
essa triagem é realmente feita de uma forma coerente, que não vá prejudicar o preso
de alguma forma.
crescido. Ele ainda acrescentou que essa evidência não deve ser dispensada, e muito
menos ignorada.
assunto. Isso nos causou angústia no início da nossa pesquisa, pois sabíamos da
explorar uma área da psicologia, que é tão pouco discutida no meio acadêmico, a
Psicologia Jurídica.
Com isso, esperamos que o nosso trabalho tenha sido apenas o primeiro
passo de uma longa caminhada; que pesquisas mais aprimoradas sejam feitas, para
que essa população que vive aprisionada possa ter um tratamento diferencial.
Gostaríamos de ver a teoria sendo colocada em prática, e para que isso ocorra é
necessário muito trabalho, dedicação e ética por parte dos profissionais que estão se
famílias, que muita das vezes ficam desorientadas diante da situação, sem auxílio e
sem amparo.
pesquisar e estudar para que só venham a contribuir nesta nova área da psicologia