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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
INSTRUTIVO DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
E CÁLCULO DAS
NECESSIDADES
ENERGÉTICO PROTEICAS
Elaboração
Amanda Alves de Abreu Diniz
Caroline Schilling Soares
Luciana Cordeiro Duarte
Priscila Espeschit Amaral
Revisão
Alexandre Sampaio Moura
Projeto Gráfico
Produção Visual - Assessoria de Comunicação Social
Secretaria Municipal de Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total deste Instrutivo, desde que seja citada a fonte.
A comercialização não é permitida.
Esta publicação foi realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Secretaria
Municipal de Saúde.
Belo Horizonte
2018
Apresentação................................................................................................................................................................ 4
1 Avaliação Nutricional................................................................................................................................................... 4
1.1 História clínica e cirúrgica................................................................................................................................. 4
1.2 História socioeconômica pregressa e atual.................................................................................................. 4
1.3 História dietética.................................................................................................................................................. 4
1.4 História antropométrica..................................................................................................................................... 5
1.4.1 Peso....................................................................................................................................................................... 5
1.4.2 Estatura (altura ou comprimento)............................................................................................................... 8
1.4.3 IMC...................................................................................................................................................................... 10
1.4.4. Dobras Cutâneas e Circunferências: 10 .................................................................................................. 10
1.5. Avaliação do risco nutricional....................................................................................................................... 18
1.5.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG)............................................................................................................... 18
1.5.2 Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP)...................................... 20
1.5.3 Mini Avaliação Nutricional (MAN)............................................................................................................. 24
1.5.4. MUST (Malnutrition Universal Screening Tool).................................................................................... 28
1.6 Exame físico......................................................................................................................................................... 29
1.7 Exames bioquímicos.......................................................................................................................................... 32
1.7.1 Albumina: ......................................................................................................................................................... 32
1.7.2 Transferrina:...................................................................................................................................................... 33
1.7.3 Pré-Albumina:.................................................................................................................................................. 34
1.7.4 Contagem Total de Linfócitos: ................................................................................................................... 34
1.7.5 Hemograma: ................................................................................................................................................... 35
1.7.6 Avaliação Nutricional do Ferro:.................................................................................................................. 36
1.7.7 Lipidograma..................................................................................................................................................... 37
1.7.8 Glicemia............................................................................................................................................................. 37
1.7.9 Função renal..................................................................................................................................................... 38
1.7.10 Eletrólitos........................................................................................................................................................ 38
1.7.11 Vitaminas........................................................................................................................................................ 39
1.7.12 Enzimas digestivas........................................................................................................................................ 40
2 Necessidades Nutricionais........................................................................................................................................ 40
2.1 Energia:.................................................................................................................................................................. 40
2.2 Proteína:................................................................................................................................................................ 40
2.3 Micronutrientes.................................................................................................................................................. 40
2.4 Fibras...................................................................................................................................................................... 41
2.5 Água....................................................................................................................................................................... 41
3 Particularidades da Avaliação de Crianças (0 a 10 anos)................................................................................. 41
3.1 Peso:....................................................................................................................................................................... 41
3.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 43
3.3 IMC Classificação do IMC/I para crianças acima de 5 anos:.................................................................. 44
3.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 44
3.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 45
3.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 46
3.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 46
3.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 47
3.9 Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)........................................................................................................... 48
3.10 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 49
3.11 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 52
3.12 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 52
4 Particularidades da Avaliação de Adolescentes (11 a 19 anos)..................................................................... 53
4.1 Peso:....................................................................................................................................................................... 53
4.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 54
4.3 IMC......................................................................................................................................................................... 54
4.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 55
4.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 55
4.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 56
4.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 58
4.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 58
4.9 Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)........................................................................................................... 59
4.10 Necessidades nutricionais: Energia ........................................................................................................... 60
4.11 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 62
4.12 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 62
5 Particularidades da Avaliação de Adultos (20 a 59 anos)................................................................................ 63
5.1 Peso........................................................................................................................................................................ 63
5.2 Estatura ................................................................................................................................................................ 63
5.3IMC.......................................................................................................................................................................... 64
5.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 64
5.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 65
5.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 65
5.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 66
5.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 67
5.9 Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP).................................................................................. 68
5.10 Risco Nutricional.............................................................................................................................................. 69
5.11 Exame Físico...................................................................................................................................................... 69
5.12 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 69
5.13 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 71
5.14 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 72
6 Particularidades da Avaliação de Idosos (acima de 60 anos)......................................................................... 72
6.1 Peso........................................................................................................................................................................ 72
6.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 73
6.3 IMC......................................................................................................................................................................... 74
6.4 Circunferência da Panturrilha (CP)................................................................................................................ 74
6.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 75
6.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 75
6.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 76
6.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 77
6.9 Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP).................................................................................. 78
6.10 Risco Nutricional.............................................................................................................................................. 79
6.11 Exame físico....................................................................................................................................................... 79
6.12 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 79
6.12 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 81
6.13 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 82
7 Particularidades da Avaliação de Usuários com Encefalopatia Hipóxico Isquêmica/Paralisia Cerebral............... 83
7.1 Avaliação Nutricional........................................................................................................................................ 83
7.1.1 Peso..................................................................................................................................................................... 85
7.1.2 Estatura.............................................................................................................................................................. 86
7.1.3 IMC...................................................................................................................................................................... 86
7.1.4 Exames bioquímicos...................................................................................................................................... 86
7.2 Necessidades nutricionais................................................................................................................................ 86
7.2.1 Energia............................................................................................................................................................... 86
7.2.2 Micronutrientes............................................................................................................................................... 87
7.2.3 Água.................................................................................................................................................................... 88
8 Particularidades da Avaliação de Usuários ......................................................................................................... 88
com Síndrome de Down......................................................................................................................................... 88
8.1 Avaliação Nutricional........................................................................................................................................ 88
8.2 Necessidades nutricionais................................................................................................................................ 89
Referências.................................................................................................................................................................. 89
Apresentação
Este Instrutivo deve ser utilizado como material de apoio para auxiliar o nutricionista no
atendimento e padronizar os métodos de avaliação nutricional e cálculo das necessidades nu-
tricionais no SUS-BH. Não se propõe esgotar o conteúdo das temáticas abordadas, e sim ser
utilizado como um guia de consulta rápida pelos profissionais.
Inicialmente, o material descreve os métodos de avaliação nutricional, incluindo dados antro-
pométricos (peso, altura, IMC, circunferências e dobras cutâneas) e suas técnicas de aferição,
exame físico e exames bioquímicos, e cálculo das necessidades nutricionais de modo geral.
Em seguida, estes aspectos são apresentados conforme as particularidades por faixa etária
e, também, para situações clínicas como nas neuropatias e síndrome de Down.
1 Avaliação Nutricional
A avaliação nutricional permite a identificação de possíveis alterações no estado nutricional
dos indivíduos bem como o acompanhamento da sua evolução. Além disso, possibilita inter-
venção dietética adequada às suas necessidades que podem variar devido à fase do curso da
vida ou condição de saúde associada.
A avaliação nutricional inclui elementos da história do indivíduo e utiliza métodos objetivos
e subjetivos. Os principais componentes incluem: história clínica/cirúrgica, história socioeco-
nômica e dietética e dados antropométricos. O acompanhamento do estado nutricional deve
considerar o conjunto dos indicadores clínicos, antropométricos, dietéticos e bioquímicos, além
da avaliação da capacidade funcional.
4
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
1.4.1 Peso
Utilizado como um dos marcadores indiretos da massa proteica e reservas de energia, tendo
valor prognóstico. É o parâmetro mais sensível aos agravos nutricionais por ser o primeiro a
modificar-se, apresentando maior velocidade de mudança. Recomenda-se que a aferição do
peso atual seja realizada sempre que possível.
Peso estimado: em indivíduos acamados ou que não podem manter-se em pé, é possí-
vel estimar o peso por meio de medidas de segmentos, perímetros corporais e equações
matemáticas, como as sugeridas por Chumlea e cols. (1985; 1988).
Peso usual: valor habitual ou normal que o indivíduo costumava apresentar; pode ser
utilizado para verificação de alterações ponderais recentes ou na impossibilidade de aferi-
ção do peso atual. Ressalta-se a importância de verificar a perda de peso não intencional.
Peso ideal: recomenda-se utilizar o IMC médio para sexo e faixa etária, de acordo com
a tabela abaixo.
5
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Peso ajustado: pode ser utilizado para estimar as necessidades energéticas de indivídu-
os obesos (IMC > 30kg/m²) ou desnutridos (< 18 kg/m²).
Peso ajustado = [peso ideal (kg) – peso atual (kg)] x 0,25 + peso atual (kg)
Amputação: Para indivíduos que possuem algum membro corporal amputado e são im-
possibilitados de se manter em pé, deve-se desconsiderar a parte amputada para cálculo
de peso corpóreo corrigido e do IMC corrigido.
6
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Percentual de perda de peso: segue a equação para cálculo da perda de peso e a clas-
sificação da perda de peso em relação ao tempo:
Percentil refere-se à posição do indivíduo numa dada distribuição de referência, sendo recomen-
dado pelo Ministério da Saúde para uso em serviços de saúde.
Já o Z-escore, em termos práticos, significa o número de desvios-padrão relativos ao afastamento
da mediana de referência.
Ressalta-se que:
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Aferição: O comprimento é a distância que vai da planta dos pés descalços, ao topo da
cabeça, comprimindo os cabelos, com a criança deitada em superfície horizontal, firme
e lisa, ou adulto em posição em pé e em antropômetro acoplado a balança. Devem-se
retirar os sapatos, toucas, boné, fivelas ou enfeites de cabelo que possam interferir na
tomada da medida.
Altura do joelho:
90º
Técnica para aferição: Posição supina formando angulo de 90º com o joelho e o tor-
nozelo. Faz-se a medida do calcanhar a superfície anterior da coxa, próximo à patela,
utilizando-se um estadiômetro ou fita métrica.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Comprimento Tibial:
Técnica para aferição: Faz-se a medida da distância da borda superomedial da tíbia (na
linha média do encaixe da tíbia e fêmur) até o maléolo medial inferior (parte interna do
membro inferior) com fita métrica inextensível com o membro inferior em extensão.
Técnica para aferição: Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 90º
com o corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-se uma
fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa da estatura do indivíduo,
podendo apresentar diferença de 5,7cm em relação à altura real.
9
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Estatura recumbente:
Técnica para aferição: O indivíduo deve estar em posição supina e com o leito horizontal
completo. Marcar o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado
direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo, e medir a distância entre as marcas
utilizando uma fita métrica flexível.
1.4.3. IMC
A partir das medidas de peso atual ou estimado e estatura, será calculado o Índice de Massa
Corporal (IMC). A interpretação dos resultados difere entre crianças, adolescentes, adultos e idosos.
peso (kg)
IMC (kg/m²) =
estatura (m)²
Ressalta-se que o IMC deve ser associado a outras medidas e índices antropométricos.
Observação: O peso e a altura do paciente deverão ser estimados quando não for possível
a aferição dos mesmos, podendo ser utilizados para calcular as necessidades calóricas e de
nutrientes. Contudo não se recomenda calcular o IMC com esses valores estimados.
10
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
• Circunferência da Cintura:
Técnica para aferição: Em pé, utilizando uma fita métrica inelástica e flexível que deverá circun-
dar na região de maior contraste de perímetro ou a menor circunferência entre a última costela e a
crista ilíaca, sem a presença de roupas. Essa medida não é indicada para pacientes obesos.
• Circunferência do Quadril:
Técnica para aferição: Em pé, com as pernas juntas e com roupa aderida ao corpo, mensurar
o local de maior proeminência da região glútea.
• Relação Cintura-Quadril:
Obtida pela divisão da medida da circunferência da cintura (cm) e a circunferência do quadril (cm).
Essa relação reflete a distribuição de gordura, sendo androide aquela em formato de maçã com
concentração abdominal ou ginecoide aquela em formato de pera com concentração no quadril.
Observação: essa medida pode ser menos válida como uma medida relativa, após perda de
peso, com diminuição da medida do quadril. A OMS considera a RCQ um dos critérios para carac-
terizar a síndrome metabólica, com valores de corte de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres.
CINTURA
QUADRIL
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
• Circunferência da Panturrilha:
Técnica para aferição: Posição sentada. Dobrar a perna esquerda formando 90º graus com o
joelho. Manter a perna relaxada. Contornar a fita métrica no máximo diâmetro da panturrilha. Rea-
lizar a medida.
90º
• Circunferência do Braço:
Técnica para aferição: Braço direito relaxado e em posição estendida ao longo do corpo. Deve
ser marcado o ponto médio entre o acrômio e olécrano com o braço flexionado junto ao corpo for-
mando um ângulo de 90º. Contornar a fita métrica ao longo do braço no ponto médio.
12
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Técnica para aferição: A dobra cutânea tricipital é medida na face dorsal do braço, sobre
o tríceps, a meia distância entre o bordo externo do acrômio e o olécrano, no sentido do maior
eixo do braço. O ponto médio deve ser determinado por fita métrica. O observador coloca-se
atrás do observado, enquanto este mantém o braço esticado e descontraído e é feita a medida
da dobra
13
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Para avaliar a reserva de massa muscular em indivíduos (acamados ou não) podem-se utilizar
os parâmetros de AMB e CMB após a medida da DCT.
O cálculo de adequação da CMB é realizado por meio da fórmula abaixo e o estado nutricio-
nal classificado de acordo com a tabela a seguir.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular Percentil < 5
Déficit leve de massa muscular Percentil entre 5 e 15
Massa muscular normal Percentil entre 15 e 85
Massa muscular aumentada Percentil entre 85 e 95
Grande quantidade de massa muscular Percentil > 95
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
A partir do valor da densidade corpórea (DC), a porcentagem de gordura corpórea total é de-
terminada utilizando a fórmula de Siri (1961):
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
17
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
A ASG é um preditor de risco nutricional, mas ressalta-se que o paciente em terapia nutricio-
nal já está em risco. A complementação da ASG com outras técnicas de avaliação nutricional é
sugerida, uma vez que o método não possui sensibilidade adequada para identificar pequenas
variações no estado nutricional. A ASG é considerada eficiente para avaliação do estado nutri-
cional mas não é sensível para demonstrar a diminuição de risco quando a terapia nutricional é
instituída e portanto, não serve como método de acompanhamento da condição nutricional. As-
sim, na primeira avaliação do paciente em terapia nutricional enteral domiciliar a ASG, pode ser
aplicada a fim de classificar inicialmente o paciente em: bem nutrido, moderadamente desnutrido
ou gravemente desnutrido.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
(Selecione a categoria apropriada com um X ou entre com valor numérico onde indi-
cado por ¨#¨)
A. História
1. Alteração no peso
Perda total nós últimos 6 meses: total = # _________Kg; %perda = #________
Alteração nas últimas duas semanas:_____aumento _____sem alteração _____dimi-
nuição.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
20
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Quadro 1
2) Ingestão alimentar:
Em comparação com o meu padrão alimentar, eu considero que a ingestão
de alimentos no último mês:
( ) Não mudou (0)
( ) Está maior que o habitual (0)
( ) Está menor que o habitual (1)
Quadro 2
21
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Quadro 3
Quadro 4
22
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Outro___________________________
Idade__________________________
Recomendações Nutricionais:
0-1 Não é necessária intervenção nutricional no momento. Reavaliação de rotina
durante o tratamento.
2-3 Orientação para paciente e familiares pelo nutricionista, enfermeiro ou mé-
dico com intervenção farmacológica de acordo com os sintomas apontados e
dados laboratoriais.
4-8 Requer intervenção nutricional pelo nutricionista, em conjunto com enfer-
meiro ou médico de acordo com sintomas observados.
9> Indica uma necessidade crítica de melhora dos sintomas, manejo e/ou inter-
venção nutricional agressiva.
23
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
A MAN é um procedimento diagnóstico mais utilizado em idosos (acima de 60 anos) e deve ser
complementada por outras técnicas de avaliação nutricional.
Triagem
A - Nós últimos três meses houve diminuição da ingesta alimentar devido a per
da de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?
C - Mobilidade
24
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
D - Passou por algum stress psicológico ou doença aguda nos últimos três meses
0= sim
2= não
E - Problemas neuropsicológicos
0= 19 < 19
1= 19 ≤ IMC < 21
2= 21 ≤ IMC < 23
3= IMC ≥ 23
AVALIAÇÃO GLOBAL
1 = sim
0 = não
0 = sim
1 = não
25
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
0 = sim
1 = não
0= uma refeição
1= duas refeições
2= três refeições
K - O doente consome:
0 = não
1 = sim
M - Quantos copos de líquidos (água, suco, café, chá, leite) o doente conso-
me por dia?
N - Modo de se alimentar
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
0.0= pior
0.5= não sabe
1.0= igual
1.0= igual
2.0= melhor
0.0= PB < 21
0.5= 21 ≤ PB ≤ 22
1.0= PB > 22
Pontuação da triagem
27
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Protocolo de triagem para avaliação do risco nutricional de adultos e idosos, a ser utilizado na
Atenção Primária, auxiliando a identificar o prognóstico nutricional. Ressalta-se que todo indiví-
duo em risco nutricional precisa ser avaliado e acompanhado pelo nutricionista. Na triagem do
MUST pode-se calcular o IMC mesmo sendo com medidas estimadas.
28
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
O exame físico (avaliação clínica de presença de edema e perda de tecido adiposo e mus-
cular) deve ser realizado em idosos, acamados e em pacientes com risco de desnutrição. Em
acamados deve-se verificar também a presença de lesões por pressão.
Face:
ATROFIA
TEMPORAL
ATROFIA BOLA
DE BICHAT
• Sinal de “asa quebrada”: atrofia da musculatura temporal junto à perda da bola gordu-
rosa; significa perda proteico-calórica prolongada.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Pescoço:
Tórax:
Membros Superiores:
30
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Abdome:
Membros inferiores:
• Atrofia da musculatura das coxas (porção interna da coxa): confere maior fraqueza nas
pernas; preferência pelo decúbito dorsal.
• Atrofia da musculatura das panturrilhas: principal área de atrofia; é a mais precoce atrofia
quando se instala a desnutrição.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Edema:
• Edema em membros inferiores: pacientes que ficam muito tempo na posição ortostática;
deve ser verificado sinal de Cacifo ou Godet.
1.7.1 Albumina:
É uma proteína de síntese hepática abundante no meio extracelular. Apresenta como função
manter a pressão coloidosmótica do plasma e carrear pequenas moléculas. Podem ocorrer
decréscimos nos níveis após curto período de deficiência proteica e energética, frequentemen-
te associado com outras deficiências como de zinco, ferro e vitamina A. A albumina deve ser
avaliada em indivíduos em risco nutricional, sem infecção ou inflamação.
32
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Normal >3,5g/dL
Depleção leve 3,0 – 3,5g/dL
Depleção moderada 2,4 – 2,9g/dL
Depleção severa < 2,4g/dL
Em pediatria:
Limitações:
1.7.2 Transferrina:
É uma proteína de síntese hepática abundante no meio extracelular. Apresenta como função
manter a pressão coloidosmótica do plasma e carrear pequenas moléculas. Podem ocorrer
decréscimos nos níveis após curto período de deficiência proteica e energética, frequentemen-
te associado com outras deficiências como de zinco, ferro e vitamina A. A albumina deve ser
avaliada em indivíduos em risco nutricional, sem infecção ou inflamação.
Normal >3,5g/dL
Depleção leve 3,0 – 3,5g/dL
Depleção moderada 2,4 – 2,9g/dL
Depleção severa < 2,4g/dL
Em pediatria:
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Limitações:
A significância pode ser comprometida por reação aguda ao estresse, doença hepática,
enteropatia por perda proteica, síndrome nefrótica, gravidez ou administração de estrogênio e
hemodiluição. Está reduzida na sobrecarga de ferro.
1.7.3. Pré-Albumina:
Proteína também sintetizada no fígado que possui vida média de 2 a 3 dias, está diminuída
na desnutrição.
Interpretação:
Normal 20 mg/dL
Depleção leve 10 – 15 mg/dL
Depleção moderada 5 – 10 mg/dL
Depleção severa < 5 mg/dL
Limitações:
Limitações:
Interpretação:
34
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Limitações:
Diminuído pela infecção viral, quimioterapia, radiação e drogas. Aumentado por necrose te-
cidual e outros tipos de infecção.
1.7.5. Hemograma:
Auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Rotineiramente indicado para
avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompa-
nhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados
para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho, cor e estrutura
das hemácias e consequente direcionamento diagnóstico e terapêutico.
Hemograma Significado
Hematócrito Expressa o volume de eritrócitos em porcentagem.
Hemoglobina Valores abaixo dos valores de referência para faixa etária e sexo
indicam anemia.
Volume corpuscular médio Representa o volume das hemácias. Valores abaixo dos valores
(VCM) de referência indicam microcitose e valores superiores indicam
macrocitose.
Hemoglobina corpuscular mé- Indica a quantidade de hemoglobina do eritrócito. Valores abaixo
dia (HCM) dos valores de referência indicam hipocromia e valores acima
indicam hipercromia.
Concentração de hemoglobina Representa a relação entre a saturação de hemoglobina e o vo-
corpuscular média (CHCM) lume da célula. É um índice importante para o acompanhamento
da terapêutica com ferro.
Amplitude de distribuição dos É uma medida eletrônica do volume de eritrócitos. Seu aumento
eritrócitos (RDW) expressa anisocitose. Ajuda a diferenciar anemias.
Interpretação:
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Normocítica e Normocrômica Anemia por doença crônica; perda aguda de sangue; desnutrição;
anemia perniciosa (em 40% dos casos)
Microcítica e Hipocrômica Anemia ferropriva; talassemia (defeito hereditário na produção de he-
moglobina); deficiência de cobre; anemia sideroblástica (forma rara
de anemia, presença de eritrócitos com grande saturação de ferro).
Microcítica e Normocrômica Redução da eritropoiese na doença renal crônica por redução da
eritropoietina; agentes tóxicos (chumbo)
Macrocítica e Normocrômica Anemia perniciosa (deficiência de B12)*; anemia megaloblástica
(deficiência de ácido fólico)**
Limitações:
Em circunstâncias nas quais existam alterações do volume plasmático (ex: desidratação, hi-
povolemia, choque, sangramento intenso e hemoconcentração), os valores apresentados não
são confiáveis. Hemoglobina pode estar alterada em: infecção, inflamação, hemorragias, defici-
ência de ácido fólico, deficiência de vitamina B12, gestação e desidratação.
36
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
1.7.7. Lipidograma
A hipocolesterolemia (< 160 mg/dL) tem sido estudada como índice prognóstico em desnu-
trição e também pode ser observada em doenças hepáticas, renais e estados de má absorção.
1.7.8. Glicemia
O diagnóstico laboratorial de diabetes mellitus pode ser feito considerando pelo menos 2
avaliações da glicose de jejum maiores que 126mg/dL ou glicemias com valores maiores que
200mg/dL em amostras colhidas 2 horas após 75g de dextrosol (teste de tolerância oral à glico-
se - TTOG) ou ao acaso. Ressalta-se que o médico deve fazer o diagnóstico.
37
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Atenção:
• Creatinina: É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular; é o pro-
duto de degradação da creatina. Limitações: sua concentração sérica não só depende da taxa
de filtração renal, mas também da massa muscular, idade, sexo, alimentação, concentração
de glicose, piruvato, ácido úrico, proteína, bilirrubina e do uso de medicamentos. Níveis baixos
podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa muscular.
• Clearance de creatinina: Teste utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular, sen-
do mais sensível que a determinação sérica isolada. Limitações: clearance elevado pode ser
encontrado após exercícios, na gravidez e no diabetes mellitus.
1.7.10. Eletrólitos
38
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
• Potássio: É o principal cátion intracelular, com concentração em torno de 150 mEq/L, en-
quanto os níveis séricos estão em torno de 4 mEq/L. Esta diferença é importante na manuten-
ção do potencial elétrico da membrana celular e na excitação do tecido neuromuscular. Na urina
ou soro sua aplicação está relacionada aos níveis de aldosterona, na reabsorção de sódio e no
equilíbrio ácido-base.
1.7.11. Vitaminas
• Vitamina B12: A deficiência de B12 (cobalamina) ocorre com maior frequência em vegeta-
rianos (por baixo consumo) e idosos (por gastrite atrófica autoimune com redução na secreção
ácida e do fator intrínseco). Alguns medicamentos como omeprazol e metformina, podem redu-
zir a absorção de B12.
Em idosos, quando os valores de cobalamina estiverem < 250 pg/ml pode-se iniciar a repo-
sição intramuscular de vitamina B12, de acordo com critério médico.
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Podem ser avaliadas em caso de diarreia persistente de difícil controle. Nos casos de via
alternativa de alimentação, seguem algumas sugestões de mudanças quanto à administração
da dieta enteral:
2 Necessidades Nutricionais
2.1 Energia:
O cálculo das necessidades energéticas deve ser realizado de acordo com equações espe-
cíficas por faixa etária, sexo e situação de saúde do usuário.
Ressalta-se que as fórmulas auxiliam na estimativa das necessidades energéticas, mas a
quantidade calórica ingerida não deve ser desconsiderada, principalmente quando o paciente
está ganhando ou perdendo peso não esperado.
2.2 Proteína:
O cálculo das necessidades de proteínas deve ser realizado de forma individualizada de
acordo com a faixa etária, sexo e situação de saúde do usuário.
2.3 Micronutrientes
Poucas situações clínicas apresentam as recomendações para vitaminas e minerais. Portan-
to, recomenda-se a utilização das referências do Institute of Medicine - IOM de acordo com a
faixa etária e sexo para indivíduos saudáveis.
Deve-se observar a interação droga-nutriente para pacientes em uso de fármacos.
Quando se deseja avaliar algum micronutriente de forma mais ampla, sem cálculo, devem-se
considerar os alimentos fonte do nutriente.
Considerando os pacientes em uso de nutrição enteral artesanal indicada pelo “Manual de
Terapia Nutricional Enteral Domiciliar para Equipes de Atenção Básica a Saúde” sugere-se a
prescrição de óxido de magnésio (comprimidos), vitamina D3 (em gotas), vitamina E (em cáp-
sulas) e niacina (nicotinamida ou ácido nicotínico).
Por exemplo: ao se considerar as necessidades de um homem idoso sugere-se a prescrição
de 200mg de óxido de magnésio uma vez ao dia sendo comprimido triturado e misturado em
uma das refeições; 400UI nas dietas de 1500Kcal e 200UI nas de 1800Kcal e 2100Kcal de vi-
tamina D3 em gotas dissolvendo as gotas na primeira refeição do dia; 100UI de vitamina E em
cápsulas a cada 15 dias na dieta do almoço liquidificando a cápsula junto com a dieta; 100mg
de niacina uma vez por semana.
40
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Em pacientes portadores de lesões por pressão sugere-se ofertar maior quantidade de al-
guns micronutrientes envolvidos no processo de cicatrização como vitamina A, vitamina C e
zinco. O único valor já estabelecido é para vitamina C, o qual se recomenda aumentar em dez
vezes o valor de RDA (segundo faixa etária e sexo), nesse caso deve-se considerar o aporte de
vitamina C já oferecido pela dieta e suplementar o restante por vitamina C em gotas, preferen-
cialmente misturada em água em algum intervalo da dieta.
2.4 Fibras
Recomenda-se a utilização das referências do Institute of Medicine - IOM (2005) de acordo
com a faixa etária e sexo para indivíduos saudáveis, e no caso de constipação devem ser au-
mentados 5g de fibras, além de considerar a ingestão hídrica do usuário.
2.5 Água
A prescrição hídrica é importante para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e varia de
acordo com idade e sexo (IOM, 2002). Em geral, para adultos e idosos, pode-se recomendar a
ingestão hídrica de 30 a 40ml/kg de peso/dia para paciente com estado de hidratação normal,
assumindo função renal e cardíaca normais.
Ao indicar hidratação em pacientes com nutrição enteral é importante considerar que a hi-
dratação consiste em água livre da dieta + água de higienização da sonda + água para diluir os
medicamentos. O teor de água das dietas enterais varia conforme a densidade calórica:
• Dietas industrializadas padrão (1,0 a 1,2 Kcal/mL) apresentam 80 a 86% de água livre.
• Dietas hipercalóricas (1,5 kcal/mL) têm de 76 a 78% de água livre.
• Dietas de alta concentração energética (2,0 kcal/mL ou mais) tem 69 a 71% de água livre.
• As dietas artesanais propostas pelo “Manual de Terapia Nutricional Enteral Domiciliar
para Equipes de Atenção Básica a Saúde” apresentam 85% de água livre.
3.1 Peso:
Aferição:
As crianças menores de 2 anos devem ser pesadas e medidas sempre completamente des-
pidas e na presença da mãe ou do responsável, pois estes devem auxiliar na retirada da roupa
da criança e na tomada da medida. Lembre-se que uma fralda molhada pode representar até
20% do peso de uma criança.
As crianças maiores de 2 anos devem ser pesadas descalças e com roupas bem leves. Ide-
almente, devem usar apenas calcinha, short ou cueca, na presença da mãe ou do responsável.
41
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Peso ao nascer:
Considerando que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se des-
contar da idade cronológica do prematuro as semanas que faltaram para sua idade gestacional
atingir 40 semanas.
Embora não esteja totalmente esclarecida até quando se deve corrigir a idade do prematuro,
a maioria dos autores recomenda utilizar a idade corrigida na avaliação do crescimento e do
desenvolvimento até os 2 anos de idade, a fim de obter a expectativa real para cada criança,
sem subestimar o prematuro ao confrontá-lo com os padrões de referência. Na avaliação do
crescimento, este ajuste é necessário para reduzir a variabilidade que existe devido ao rápido
crescimento no último trimestre de gestação e desaceleração do crescimento após o termo,
possibilitando, então, avaliação mais acurada das taxas de crescimento pós-natal e compara-
ção entre diferentes grupos de crianças.
Nos casos de crianças prematuras existem curvas específicas de crescimento que de-
vem ser utilizadas para a avaliação do estado nutricional, conforme Anexo 3 (Lancet, 2014).
Peso estimado:
42
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Observação: Este índice expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e esta-
tura. É utilizado tanto para identificar o emagrecimento da criança, como o excesso de peso.
3.2 Estatura
A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de
crianças, pois permite avaliar o potencial de desenvolvimento físico alcançado, já que distúr-
bios na saúde e na nutrição, independentemente de suas etiologias, invariavelmente afetam o
crescimento infantil. Expressa o crescimento linear da criança. É o índice que melhor indica o
efeito cumulativo de situações adversas sobre o crescimento da criança, sendo considerado o
indicador mais sensível para aferir a qualidade de vida de uma população.
43
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Este índice é utilizado para identificar o excesso de peso em crianças e tem a vantagem de
ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida.
44
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Classificação da CB em percentis:
Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95
45
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
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Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95
Fonte: NHANES I
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
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As fórmulas abaixo foram desenvolvidas para crianças saudáveis, sendo necessária aten-
ção especial para pacientes em condições especiais.
50
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Sendo: AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,13 (pouco ativo); 1,26 (ativo); 1,42 (muito ati-
vo). AF para meninas = 1,0 (sedentária); 1,16 (pouco ativa); 1,31 (ativa); 1,56 (muito ativa).
Sendo: peso calculado em kg; altura calculada em m; idade em anos; AF = atividade física:
AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,12 (pouco ativo); 1,24 (ativo); 1,45 (muito ativo).
AF para meninas = 1,0 (sedentária); 1,18 (pouco ativa); 1,35 (ativa); 1,60 (muito ativa).
Fonte: IOM, 2002.
Para crianças graves, algumas fórmulas são sugeridas como da OMS e de Schofield para
cálculo do GEB, considerando os fatores de correção do GEB para situações de estresse
(Pós-operatório = 1,1 a 1,3; Sepse = 1,3; Trauma = 1,2 a 1,6; Queimado = 1,2 a 2,0).
51
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52
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
RN pré-termo: iniciar com 40-60 ml/kg, aumentar até 60-80 ml/kg. No final da primeira semana de
vida: 100-120 ml/kg e no final da segunda 130-140 ml/kg.
Recém-nascido a termo: 50-65 ml/kg no primeiro dia; 60-80 ml/kg no segundo dia; 80-100 ml/kg
até um mês; 100-150 ml/kg de um aos doze meses.
A partir do primeiro ano: até 10 kg - 100 ml/kg; de 10 a 20 kg - 1000 ml + 50 ml/kg de peso ex-
cedentes aos 10 kg; acima de 20 kg - 1500 ml + 20 ml/kg excedentes a 20 kg.
4.1 Peso:
Aferição: Os adolescentes devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser
orientados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total.
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4.2 Estatura
A avaliação de estatura de crianças e adolescentes deve ser realizada comparando-se os va-
lores encontrados com o padrão de referência. Preconizam-se como padrão-ouro internacio-
nal as curvas de crescimento da OMS e o índice para avaliação é a estatura para idade (E/I).
A classificação deve ser realizada de acordo com a tabela abaixo.
4.3 IMC
Preconizam-se como padrão-ouro internacional as curvas de crescimento da OMS e o índice
para avaliação é o IMC para idade (IMC/I). A classificação deve ser realizada de acordo com a
tabela abaixo.
Este índice é utilizado para identificar o excesso de peso em adolescentes e tem a vantagem
de ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida.
54
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Classificação da CB em percentis:
Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
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Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo do adolescente.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Fonte: NHANES I
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As fórmulas abaixo foram desenvolvidas para crianças saudáveis, sendo necessária atenção
especial para pacientes em condições especiais.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Cálculo da necessidade energética de acordo com faixa etária, sexo e grau de atividade
física para crianças e adolescentes com excesso de peso:
Menina 3 – 18 anos GEB = 516 - (26,8 x idade) + (347 x altura) + (12,4 x peso)
Sendo: peso calculado em kg; altura calculada em m; idade em anos; AF = atividade física:
AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,12 (pouco ativo); 1,24 (ativo); 1,45 (muito ativo). AF
para meninas = 1,0 (sedentária); 1,18 (pouco ativa); 1,35 (ativa); 1,60 (muito ativa).
Fonte: IOM, 2002.
Para adolescentes com enfermidades, algumas fórmulas são sugeridas como da OMS e de
Schofield para cálculo do GEB, considerando os fatores de correção do GEB para situações de
estresse (Pós-operatório = 1,1 a 1,3; Sepse = 1,3; Trauma = 1,2 a 1,6; Queimado = 1,2 a 2,0).
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
5.1 Peso
Aferição: Os adultos devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser orien-
tados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total.
Peso estimado:
5.2 Estatura
Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura, no caso dos cadeirantes e
acamados, pode-se estimar o valor da medida.
63
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5.3. IMC
Classificação do IMC para adultos:
HOMENS MULHERES
CINTURA CINTURA
IDEAL ATÉ IDEAL ATÉ
94 80
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abaixo
conforme idade e sexo.
Classificação da CB em percentis:
Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95
Na avaliação da adequação das medidas de DCT, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Na avaliação da adequação das medidas de CMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95
68
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
OBS: Para evitar sub ou superestimar, deve ser utilizada a correção de peso corporal para
obesos e desnutridos.
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Acamado 1,20
Acamado + móvel 1,25
Fator atividade
Móvel ou deambulante 1,30
Entubado 1,0 - 1,1
38ºC 1,10
39ºC 1,20
Fator térmico
40ºC 1,30
41ºC 1,40
Paciente não complicado 1,0
Pós-operatório 1,10
Fratura 1,20
Sepse 1,30 - 1,80
Peritonite 1,20 - 1,50
Multitrauma + reabilitação 1,50
Multitrauma + sepse 1,60
Queimadura até 20% 1,00 - 1,50
Queimadura até 50% 1,70
Queimadura até 70% 1,80
Queimadura até 90% 2,00
Fator estresse, Câncer 1,10 - 1,45
trauma, doença, Jejum ou inanição 0,85 - 1,00
lesão ou fator Pequena cirurgia 1,0 - 1,10
injúria
Grande cirurgia 1,10 - 1,30
Fraturas múltiplas 1,20 - 1,35
Infecção leve ou mode- 1,20 - 1,40
rada
Infecção grave 1,40 - 1,80
Pancreatite 1,30 - 1,80
Insuficiência renal aguda 1,30
Insuficiência cardíaca 1,30 - 1,50
Insuficiência hepática 1,30 - 1,55
Desnutrição grave 1,50
Doença cardiopulmonar 0,80 - 1,00
Transplante de fígado 1,20 - 1,50
70
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Objetivo GET
Perda de peso 20 a 25 kcal/kg/dia
Manutenção do peso 25 a 30 kcal/kg/dia
Ganho de peso 30 a 35 kcal/kg/dia
Manutenção do peso em catabolismo 30 a 35 kcal/kg/dia
Ganho de peso em catabolismo 35 a 40 kcal/kg/dia
71
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6.1. Peso
Aferição: Idosos devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser orientados a
retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e quaisquer outros
objetos que possam interferir no peso total.
72
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Peso estimado:
6.2. Estatura
Equação de estimativa de altura através da altura do joelho para idosos (>60 anos)
Altura (branco/homem) = 78,31 + (1,94 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (negro/homem) = 79,69 + (1,85 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (branca/mulher) = 82,21 + (1,85 x AJ) - (0,21 x idade em anos)
Altura (negra/mulher) = 89,58 + (1,61 x AJ) - (0,17 x idade em anos)
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6.3. IMC
Classificação do IMC para idosos robustos:
O IMC de 22 a 27kg/m² deve ser utilizado para idosos frágeis e em algumas situações
pode-se utilizar os pontos de corte da OMS na tabela anterior.
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.
Classificação da CB em percentis:
Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95
75
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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Sexo Masculino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
60 a 64,9 34,5 38,7 41,2 44,9 52,1 60,0 64,8 67,5 71,6
65 a 69,9 31,4 35,8 38,4 4,,3 49,1 57,3 61,2 64,3 69,4
70 a 74,9 29,7 33,8 36,1 40,2 47,0 54,6 59,1 62,1 67,3
Sexo Feminino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
60 a 64,9 22,4 24,5 26,3 29,2 34,5 41,1 45,6 49,1 55,1
65 a 69,9 21,9 24,5 26,2 28,9 34,6 41,6 46,3 49,6 56,5
70 a 74,9 22,2 24,4 26,0 28,8 34,3 41,8 46,4 49,2 54,6
Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95
77
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
78
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
O exame físico (avaliação clínica de presença de edema, perda de tecido adiposo e muscular e
presença de lesões por pressão) deve ser realizado em idosos, como descrito anteriormente.
As equações mais utilizadas para indivíduos idosos doentes são a de Harris-Benedict (1919)
para estimar o gasto energético de repouso, multiplicado pelo fator estresse e a regra de bolso
que utiliza quilocalorias por quilograma de peso, sendo as mesmas utilizadas para adultos não
idosos, segue abaixo.
OBS: Para evitar sub ou superestimar, deve ser utilizada a correção de peso corporal para
obesos e desnutridos.
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Acamado 1,20
Acamado + móvel 1,25
Fator atividade
Móvel ou deambulante 1,30
Entubado 1,0 - 1,1
38ºC 1,10
39ºC 1,20
Fator térmico
40ºC 1,30
41ºC 1,40
Paciente não complicado 1,0
Pós-operatório 1,10
Fratura 1,20
Sepse 1,30 - 1,80
Peritonite 1,20 - 1,50
Multitrauma + reabilitação 1,50
Multitrauma + sepse 1,60
Queimadura até 20% 1,00 - 1,50
Queimadura até 50% 1,70
Queimadura até 70% 1,80
Queimadura até 90% 2,00
Fator estresse, Câncer 1,10 - 1,45
trauma, doença, Jejum ou inanição 0,85 - 1,00
lesão ou fator Pequena cirurgia 1,0 - 1,10
injúria
Grande cirurgia 1,10 - 1,30
Fraturas múltiplas 1,20 - 1,35
Infecção leve ou mode- 1,20 - 1,40
rada
Infecção grave 1,40 - 1,80
Pancreatite 1,30 - 1,80
Insuficiência renal aguda 1,30
Insuficiência cardíaca 1,30 - 1,50
Insuficiência hepática 1,30 - 1,55
Desnutrição grave 1,50
Doença cardiopulmonar 0,80 - 1,00
Transplante de fígado 1,20 - 1,50
80
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Objetivo GET
Perda de peso 20 a 25 kcal/kg/dia
Manutenção do peso 25 a 30 kcal/kg/dia
Ganho de peso 30 a 35 kcal/kg/dia
Manutenção do peso em catabolismo 30 a 35 kcal/kg/dia
Ganho de peso em catabolismo 35 a 40 kcal/kg/dia
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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH
Observação: os idosos precisam de mais proteína (1,2 a 1,5g/kg/dia e até 2,0g/kg/dia para
idosos desnutridos) que os adultos para obter a máxima síntese proteica, e devem ingerir de
25 a 30g de proteína por refeição, enquanto os adultos devem ingerir de 15 a 20g de proteína
por refeição.
82
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
Nos casos de usuários com encefalopatia hipóxico isquêmica (paralisia cerebral), é im-
portante que o nutricionista tenha conhecimento quanto à classificação pela topografia do
acometimento neuromotor, pelo tipo de distúrbio neuromotor e pela funcionalidade, com o
intuito de fazer uma avaliação adequada do estado nutricional do usuário. Tais classifica-
ções estão descritas a seguir:
Diplegia
Paralisia Espástica
Espástica Tetraparésia (predomínio
Unilateral Espástica nos M.I)
Diplegia
Assimétrica
(m. inferiores
Tetraparésia bilateralmente
Assimétrica e um dos m.
(predomínio de superiores mais
um dos lados) que o outro)
83
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• Pela funcionalidade:
Para classificar a gravidade motora nos portadores de encefalopatia hipóxico isquê-
mica habitualmente é usado o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa
que descreve cinco níveis de função motora.
- Nível I: anda sem limitações;
- Nível II: anda com limitações;
- Nível III: anda utilizando um dispositivo auxiliar de locomoção;
- Nível IV: automobilidade com limitações e pode utilizar tecnologia de apoio com motor;
- Nível V: transportado numa cadeira de rodas por terceiros.
Nível I
Marcha independente sem limtações
(domicílio e comunidade).
Pula e corre.
Velocidade, coordenação e equilíbrio prejudicados.
Nível II
Anda no domicílio e na comunidade com limita-
ções mesmo para superfícies planas. Anda de
gato em casa. Dificuldade para pular e correr.
Nível III
Anda no domicilio e na comunidade com auxilio de
muletas e andadores. Sobe escadas segurando
em corrimão. Depende da função dos membros
superiores para tocar a cadeira de rodas para lon-
gas distâncias.
84
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Nível IV
Senta-se em cadeira adaptada.
Faz transferência com a ajuda de um adulto
Anda com andador para curtas distâncias com
dificuldades em superfícies irregulares.
Pode adquirir autonomia em cadeira de rodas
motorizada.
Nível V
Necessita de adaptações para sentar-se.
E totalmente dependente em atividades de vida diá-
ria e em locomoção.
Podem tocar cadeira de rodas motorizada com
adaptações.
7.1.1. Peso
Aferição: Nos casos de usuários com neuropatias em que não é possível permanecer na
posição ereta, o adulto acompanhante deve ser pesado individualmente e em seguida ser
novamente pesado sustentando a criança no colo; o peso da criança é assim obtido sub-
traindo-se os valores. Nesses casos, o profissional deve cuidar para que sempre a pesa-
gem seja feita com roupas leves e sem tutores.
Para crianças com neuropatia devem-se usar as curvas específicas para paralisia cerebral, para
crianças de 2 a 20 anos, de acordo com o sistema de classificação de função motora grossa
(GMFCS), conforme apresentado acima. No caso de crianças menores de 2 anos, pode-se utilizar
as curvas de Krick e colaboradores, 1996, que contemplam crianças de 0 a 10 anos. Ambas as
curvas estão disponíveis nos Anexos 4 (Krick e col.) e 5 (GMFCS).
A classificação do estado nutricional destas crianças deve ser feita de acordo com a tabela abaixo:
Percentil Classificação
< P10 Desnutrição
P10 – P90 Eutrofia
> P90 Sobrepeso / Excesso de peso
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7.1.2. Estatura
7.1.3. IMC
A avaliação bioquímica é útil para diagnosticar deficiências nutricionais específicas, que po-
dem ser devidas a: limitações de ingestão (como déficit de ferro, ácido fólico e vitamina B12);
escassez de elementos traços como zinco e cobre; interação de nutrientes com alguns fárma-
cos antiepiléticos (como a fenitoína e o fenobarbital, que produzem déficit de vitamina D; já o
ácido valpróico produz déficit de carnitina, que se manifesta por debilidade muscular, hipoto-
nia, cardiomiopatia, encefalopatia e miopia por armazenamento de lipídeos).
As dosagens de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina são úteis para avaliar o estado mineral
ósseo uma vez que esses pacientes tem alta prevalência de osteoporose e fraturas.
7.2.1. Energia
O cálculo das necessidades energéticas pode ser feito pelo cálculo do GEB x 1,1 ou consi-
derando a altura e função motora, conforme tabela abaixo:
86
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS
7.2.2. Micronutrientes
Nos casos de usuários com paralisia cerebral, o profissional deve estar atento à osteope-
nia e osteoporose, mediante a aquisição adequada de massa óssea, durante a infância e
a adolescência, prevenindo essas doenças numa fase mais tardia da vida. Nos casos da
doença já instalada, o uso de vitamina D e de cálcio é fundamental na recuperação e ma-
nutenção óssea dessas crianças, além de banhos de sol que podem ser considerados para
esses usuários. Além disso, os profissionais devem estar atentos ao uso de medicamentos
que interagem com nutrientes. O quadro abaixo lista os fármacos mais comuns utilizados
por esses usuários e as interações com nutrientes.
Medicamento Interação
Pode ser administrado junto com alimento por via oral. Quando
Carbamazepina administrado com dieta enteral tem sua absorção diminuída.
Administrar, preferencialmente, separado da dieta.
Administrar, preferencialmente, em jejum. Não administrar ou
misturar com bebidas gaseificadas ou leite, pois pode causar
Ácido valproico
irritação da mucosa gástrica. Quando administrado com dieta
enteral tem sua absorção diminuída.
Uso prolongado pode necessitar suplementação de vitaminas
Fenobarbital D e B12, e folato. Pode ser administrado com leite ou suco.
Não deve ser administrado concomitante com a dieta enteral.
Deve ser administrado com alimento, pois diminui desconforto
Fenitoina abdominal. Não deve ser administrada concomitantemente
com a dieta enteral.
Deve ser administrado junto com alimentos para reduzir des-
Primidona
conforto gastrointestinal.
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7.2.3. Água
Nos usuários portadores de paralisia cerebral, a motilidade intestinal está alterada em todo
o cólon devido às alterações neurológicas o que, agregado a um grau de imobilidade, favo-
rece a constipação intestinal. A constipação intestinal é caracterizada por dor ou esforço ao
defecar, fezes ressecadas e intervalos maiores que dois dias com ausência de evacuação
e tem, como consequências, dor crônica, distensão abdominal, choro e irritabilidade, sono
inquieto, hemorroidas, fissura anal, escape fecal, indisposição, alteração do apetite e sacie-
dade precoce, alteração do humor, infecção urinária, agravamento de refluxo. A hidratação
adequada nos portadores de paralisia cerebral é de grande relevância, pois auxilia na pre-
venção e no tratamento da constipação intestinal.
Percentil Classificação
< P5 Baixo peso ou baixa estatura para idade
P5 – P95 Eutrofia
> P95 Excesso de peso ou alto para idade
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• Energia:
O cálculo das necessidades energéticas pode ser feito considerando a altura, sendo 14,3
kcal/cm para meninas e 16,1 kcal/cm para meninos.
Referências
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paralisia cerebral. Rev. Nutr. vol.23 no.2 Campinas Mar./Apr. 2010.
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INTERGROWTH-21st
International Standards
for Size at Birth (Boys)
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
5.25 5.25
5.00 5.00
4.75 4.75
97th
Birthweight (kg)
4.50 4.50
4.25 90th 4.25
4.00 4.00
3.75 50 th 3.75
Birthweight (kg)
3.50 3.50
3.25 10 th 3.25
3.00 3rd 3.00
2.75 2.75
2.50
2.25 56
2.00 55
97th
1.75 54
90th
1.50 53
1.25 52
50th
Length (cm)
1.00 51
50
10th
49 49
3rd
48 48
47 47
46 46
Length (cm)
45 45
44 44
43 43
42
41 39
40 38
97th
39 90th 37
Head circumference (cm)
36
50th
35 35
Head circumference (cm)
34 10th 34
3rd
33 33
32 32
31 31
30 30
29 29
28 28
27 27
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Gestational age at birth (weeks)
© University of Oxford Ref: Villar J et al. Lancet 2014; 384: 857-868
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INTERGROWTH-21st
International Standards
for Size at Birth (Girls)
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
5.25 5.25
5.00 5.00
4.75 4.75
Birthweight (kg)
4.50 4.50
97th
4.25 4.25
4.00
90th
4.00
3.75 3.75
Birthweight (kg)
2.25 56
2.00 55
1.75 54
97th
1.50 53
90th
1.25 52
Length (cm)
1.00 51
50th
50
49 49
10th
48 48
3rd
47 47
46 46
Length (cm)
45 45
44 44
43 43
42
41 39
40 38
39 37
97th
Head circumference (cm)
90th 36
35 35
Head circumference (cm)
50th
34 34
10th
33 33
3rd
32 32
31 31
30 30
29 29
28 28
27 27
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Gestational age at birth (weeks)
© University of Oxford Ref: Villar J et al. Lancet 2014; 384: 857-868
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