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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

INSTRUTIVO DE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
E CÁLCULO DAS
NECESSIDADES
ENERGÉTICO PROTEICAS

Elaboração
Amanda Alves de Abreu Diniz
Caroline Schilling Soares
Luciana Cordeiro Duarte
Priscila Espeschit Amaral

Revisão
Alexandre Sampaio Moura

Projeto Gráfico
Produção Visual - Assessoria de Comunicação Social
Secretaria Municipal de Saúde

É permitida a reprodução parcial ou total deste Instrutivo, desde que seja citada a fonte.
A comercialização não é permitida.

Esta publicação foi realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Secretaria
Municipal de Saúde.

Belo Horizonte
2018
Apresentação................................................................................................................................................................ 4
1 Avaliação Nutricional................................................................................................................................................... 4
1.1 História clínica e cirúrgica................................................................................................................................. 4
1.2 História socioeconômica pregressa e atual.................................................................................................. 4
1.3 História dietética.................................................................................................................................................. 4
1.4 História antropométrica..................................................................................................................................... 5
1.4.1 Peso....................................................................................................................................................................... 5
1.4.2 Estatura (altura ou comprimento)............................................................................................................... 8
1.4.3 IMC...................................................................................................................................................................... 10
1.4.4. Dobras Cutâneas e Circunferências: 10 .................................................................................................. 10
1.5. Avaliação do risco nutricional....................................................................................................................... 18
1.5.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG)............................................................................................................... 18
1.5.2 Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP)...................................... 20
1.5.3 Mini Avaliação Nutricional (MAN)............................................................................................................. 24
1.5.4. MUST (Malnutrition Universal Screening Tool).................................................................................... 28
1.6 Exame físico......................................................................................................................................................... 29
1.7 Exames bioquímicos.......................................................................................................................................... 32
1.7.1 Albumina: ......................................................................................................................................................... 32
1.7.2 Transferrina:...................................................................................................................................................... 33
1.7.3 Pré-Albumina:.................................................................................................................................................. 34
1.7.4 Contagem Total de Linfócitos: ................................................................................................................... 34
1.7.5 Hemograma: ................................................................................................................................................... 35
1.7.6 Avaliação Nutricional do Ferro:.................................................................................................................. 36
1.7.7 Lipidograma..................................................................................................................................................... 37
1.7.8 Glicemia............................................................................................................................................................. 37
1.7.9 Função renal..................................................................................................................................................... 38
1.7.10 Eletrólitos........................................................................................................................................................ 38
1.7.11 Vitaminas........................................................................................................................................................ 39
1.7.12 Enzimas digestivas........................................................................................................................................ 40
2 Necessidades Nutricionais........................................................................................................................................ 40
2.1 Energia:.................................................................................................................................................................. 40
2.2 Proteína:................................................................................................................................................................ 40
2.3 Micronutrientes.................................................................................................................................................. 40
2.4 Fibras...................................................................................................................................................................... 41
2.5 Água....................................................................................................................................................................... 41
3 Particularidades da Avaliação de Crianças (0 a 10 anos)................................................................................. 41
3.1 Peso:....................................................................................................................................................................... 41
3.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 43
3.3 IMC Classificação do IMC/I para crianças acima de 5 anos:.................................................................. 44
3.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 44
3.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 45
3.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 46
3.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 46
3.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 47
3.9 Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)........................................................................................................... 48
3.10 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 49
3.11 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 52
3.12 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 52
4 Particularidades da Avaliação de Adolescentes (11 a 19 anos)..................................................................... 53
4.1 Peso:....................................................................................................................................................................... 53
4.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 54
4.3 IMC......................................................................................................................................................................... 54
4.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 55
4.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 55
4.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 56
4.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 58
4.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 58
4.9 Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)........................................................................................................... 59
4.10 Necessidades nutricionais: Energia ........................................................................................................... 60
4.11 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 62
4.12 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 62
5 Particularidades da Avaliação de Adultos (20 a 59 anos)................................................................................ 63
5.1 Peso........................................................................................................................................................................ 63
5.2 Estatura ................................................................................................................................................................ 63
5.3IMC.......................................................................................................................................................................... 64
5.4 Circunferência da Cintura (CC)....................................................................................................................... 64
5.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 65
5.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 65
5.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 66
5.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 67
5.9 Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP).................................................................................. 68
5.10 Risco Nutricional.............................................................................................................................................. 69
5.11 Exame Físico...................................................................................................................................................... 69
5.12 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 69
5.13 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 71
5.14 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 72
6 Particularidades da Avaliação de Idosos (acima de 60 anos)......................................................................... 72
6.1 Peso........................................................................................................................................................................ 72
6.2 Estatura.................................................................................................................................................................. 73
6.3 IMC......................................................................................................................................................................... 74
6.4 Circunferência da Panturrilha (CP)................................................................................................................ 74
6.5 Circunferência do Braço (CB).......................................................................................................................... 75
6.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)...................................................................................................................... 75
6.7 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................................................... 76
6.8 Área Muscular do Braço (AMB)...................................................................................................................... 77
6.9 Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP).................................................................................. 78
6.10 Risco Nutricional.............................................................................................................................................. 79
6.11 Exame físico....................................................................................................................................................... 79
6.12 Necessidades nutricionais: Energia............................................................................................................. 79
6.12 Necessidades nutricionais: Proteína........................................................................................................... 81
6.13 Necessidades nutricionais: Água................................................................................................................. 82
7 Particularidades da Avaliação de Usuários com Encefalopatia Hipóxico Isquêmica/Paralisia Cerebral............... 83
7.1 Avaliação Nutricional........................................................................................................................................ 83
7.1.1 Peso..................................................................................................................................................................... 85
7.1.2 Estatura.............................................................................................................................................................. 86
7.1.3 IMC...................................................................................................................................................................... 86
7.1.4 Exames bioquímicos...................................................................................................................................... 86
7.2 Necessidades nutricionais................................................................................................................................ 86
7.2.1 Energia............................................................................................................................................................... 86
7.2.2 Micronutrientes............................................................................................................................................... 87
7.2.3 Água.................................................................................................................................................................... 88
8 Particularidades da Avaliação de Usuários ......................................................................................................... 88
com Síndrome de Down......................................................................................................................................... 88
8.1 Avaliação Nutricional........................................................................................................................................ 88
8.2 Necessidades nutricionais................................................................................................................................ 89
Referências.................................................................................................................................................................. 89

Anexo 1 - Valores Calóricos dos Grupos de Alimentos .................................................................................92


Anexo 2 - Curvas de Crescimento para Crianças e Adolescentes Típicos ................................................98
Anexo 3 - Curvas de Crescimento para Prematuros .................................................................................... 110
Anexo 4 - Curvas de Crescimento para Neuropatias (0 a 2 anos) ............................................................112
Anexo 5 - Curvas de Crescimento para Neuropatias (2 a 20 anos) ..........................................................117
Anexo 6 - Curvas de Crescimento para Síndrome de Down ......................................................................151
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Apresentação
Este Instrutivo deve ser utilizado como material de apoio para auxiliar o nutricionista no
atendimento e padronizar os métodos de avaliação nutricional e cálculo das necessidades nu-
tricionais no SUS-BH. Não se propõe esgotar o conteúdo das temáticas abordadas, e sim ser
utilizado como um guia de consulta rápida pelos profissionais.
Inicialmente, o material descreve os métodos de avaliação nutricional, incluindo dados antro-
pométricos (peso, altura, IMC, circunferências e dobras cutâneas) e suas técnicas de aferição,
exame físico e exames bioquímicos, e cálculo das necessidades nutricionais de modo geral.
Em seguida, estes aspectos são apresentados conforme as particularidades por faixa etária
e, também, para situações clínicas como nas neuropatias e síndrome de Down.

1 Avaliação Nutricional
A avaliação nutricional permite a identificação de possíveis alterações no estado nutricional
dos indivíduos bem como o acompanhamento da sua evolução. Além disso, possibilita inter-
venção dietética adequada às suas necessidades que podem variar devido à fase do curso da
vida ou condição de saúde associada.
A avaliação nutricional inclui elementos da história do indivíduo e utiliza métodos objetivos
e subjetivos. Os principais componentes incluem: história clínica/cirúrgica, história socioeco-
nômica e dietética e dados antropométricos. O acompanhamento do estado nutricional deve
considerar o conjunto dos indicadores clínicos, antropométricos, dietéticos e bioquímicos, além
da avaliação da capacidade funcional.

1.1 História clínica e cirúrgica


Morbidades pregressas e atuais, comorbidades, história familiar, condição funcional, cirur-
gias, tratamentos médicos e uso de medicamentos.

1.2 História socioeconômica pregressa e atual


Condições e hábitos de vida dos indivíduos - permite que a equipe de saúde adapte o plano
de cuidado nutricional para melhor atender as necessidades do indivíduo.

1.3 História dietética


Ingestão de nutrientes e seus desequilíbrios, razões dos problemas alimentares e nutricio-
nais existentes e fatores dietéticos importantes para o diagnóstico nutricional e intervenção
subsequente.

• Dados importantes: ingestão alimentar (Recordatório de 24 horas, Recordatório habi-


tual, Diário Alimentar de 3 dias, Questionário de Frequência de Consumo Alimentar),
hábitos, padrões alimentares, estilo de vida e dados antropométricos.
• No Anexo 1 encontram-se os valores calóricos dos grupos de alimentos por porção, com
base na Pirâmide Alimentar Brasileira Adaptada.

4
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

1.4 História antropométrica


Doenças agudas e crônicas podem levar a depleção das reservas nutricionais do corpo, as
quais podem refletir na composição corporal. A antropometria fornece dados importantes para
avaliação e acompanhamento do estado nutricional dos indivíduos a fim de que, em conjunto
com outros parâmetros, o diagnóstico nutricional seja estabelecido.

• Medidas antropométricas: aferição do peso, estatura, cálculo do índice de massa corpo-


ral (IMC), aferição de perímetros corporais e pregas cutâneas.
• As pregas cutâneas e os perímetros são utilizados para avaliação de adequação do es-
tado nutricional, sobretudo em indivíduos acamados, pois nesses casos a qualidade e
até mesmo a possibilidade de aferição do peso e da estatura pode estar comprometida.

1.4.1 Peso
Utilizado como um dos marcadores indiretos da massa proteica e reservas de energia, tendo
valor prognóstico. É o parâmetro mais sensível aos agravos nutricionais por ser o primeiro a
modificar-se, apresentando maior velocidade de mudança. Recomenda-se que a aferição do
peso atual seja realizada sempre que possível.

Peso estimado: em indivíduos acamados ou que não podem manter-se em pé, é possí-
vel estimar o peso por meio de medidas de segmentos, perímetros corporais e equações
matemáticas, como as sugeridas por Chumlea e cols. (1985; 1988).

Peso atual: aferido no momento da avaliação nutricional.

Peso usual: valor habitual ou normal que o indivíduo costumava apresentar; pode ser
utilizado para verificação de alterações ponderais recentes ou na impossibilidade de aferi-
ção do peso atual. Ressalta-se a importância de verificar a perda de peso não intencional.

Peso ideal: recomenda-se utilizar o IMC médio para sexo e faixa etária, de acordo com
a tabela abaixo.

Peso ideal = IMC ideal x (altura)²


IMC médio para homens 22 kg/m²
IMC médio para mulheres 21 kg/m²
Fonte: WHO, 1985.

Percentual de adequação de peso: a adequação do peso em relação ao ideal pode ser


calculada por meio de equação especifica e comparada com valores de referência.

Peso atual (kg) x 100


% adequação de peso =
Peso ideal (kg)

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Adequação do Peso (%) Estado Nutricional


≤ 70 Desnutrição grave
70,1 - 80 Desnutrição moderada
80,1 - 90 Desnutrição leve
90,1 - 110 Eutrofia
110,1 - 120 Sobrepeso
>120 Obesidade
Fonte: BLACKBURN; THORNTON, 1979.

Peso ajustado: pode ser utilizado para estimar as necessidades energéticas de indivídu-
os obesos (IMC > 30kg/m²) ou desnutridos (< 18 kg/m²).

Peso ajustado = [peso ideal (kg) – peso atual (kg)] x 0,25 + peso atual (kg)

Fonte: FRANKENFIELD et al., 2003.

Edema e ascite: A presença de edema deve ser observada em membros inferiores e


superiores e na região sacral, no caso de indivíduos imobilizados. Nos indivíduos com
edema deve-se descontar o peso referente à água corporal acumulada de acordo com o
grau e localização.

Grau de edema Local atingido Quantidade a ser subtraída (kg)


+ Tornozelo 1,0
++ Joelho 3,0 – 4,0
+++ Raiz da coxa 5,0 – 6,0
++++ Anasarca 10,0 – 12,0
Fonte: DUARTE, CASTELLANI, 2002; NEWTON, HALSTED, 2003.

Grau de ascite Peso ascítico a ser subtraído (kg)


Leve 2,2
Moderada 6,0
Grave 14,0
Fonte: JAMES, 1989.

Observação: Sempre buscar dados de edema com a equipe de Saúde da Fa-


mília.

Amputação: Para indivíduos que possuem algum membro corporal amputado e são im-
possibilitados de se manter em pé, deve-se desconsiderar a parte amputada para cálculo
de peso corpóreo corrigido e do IMC corrigido.

Peso pré amputado


Peso pós-amputação corrigido =
(100% - % amputação) x 100

6
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Quantidade a ser descontada do


Parte do corpo
peso corporal (%)
Braço inteiro 6,5
Mão e antebraço 3,0
Mão 1,0
Perna inteira – até raiz da coxa 18,5
Acima do joelho 13,0
Abaixo do joelho 6,0
Pé 1,8
Fonte: RIELLA, MARTINS, 2000; CHRISTIE et al., 2011.

Percentual de perda de peso: segue a equação para cálculo da perda de peso e a clas-
sificação da perda de peso em relação ao tempo:

[Peso usual (kg) - Peso atual (kg)] x 100


% perda de peso =
Peso usual (kg)

Tempo Perda de peso moderada Perda de peso intensa


1 semana 1 – 2% >2%
1 mês 5% >5%
3 7,5% >7,5%
>6 meses 10% >10%

Fonte: BLACKBURN, 1977.

Escore Z e percentil para avaliação nutricional de crianças e adolescentes: os pontos


de corte de normalidade devem ser verificados por meio de valores de escore Z ou percentil.

Percentil refere-se à posição do indivíduo numa dada distribuição de referência, sendo recomen-
dado pelo Ministério da Saúde para uso em serviços de saúde.
Já o Z-escore, em termos práticos, significa o número de desvios-padrão relativos ao afastamento
da mediana de referência.

Ressalta-se que:

Índice O que é avaliado


Peso/Idade Avalia baixo peso ou obesidade
Altura/Idade Avalia desnutrição crônica
Peso/Altura Avalia desnutrição aguda ou obesidade

As curvas de crescimento da OMS encontram-se disponíveis nos prontuários de crianças e


adolescentes no SISREDE e neste Instrutivo, encontram-se no Anexo 2.

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

1.4.2. Estatura (altura ou comprimento)


Esta medida refere-se ao crescimento linear de indivíduos e é utilizada para estimar algumas
dimensões corporais. Os métodos de avaliação diferem de acordo com a idade. Reflete proces-
so de desnutrição mais prolongada (crônica).

Aferição: O comprimento é a distância que vai da planta dos pés descalços, ao topo da
cabeça, comprimindo os cabelos, com a criança deitada em superfície horizontal, firme
e lisa, ou adulto em posição em pé e em antropômetro acoplado a balança. Devem-se
retirar os sapatos, toucas, boné, fivelas ou enfeites de cabelo que possam interferir na
tomada da medida.

Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura em crianças, adultos e


idosos, no caso dos cadeirantes e acamados, pode-se estimar o valor da medida. A altura
do joelho e o comprimento tibial são utilizados em equações de estimativa da altura, po-
rém podem também ser utilizados os métodos da extensão dos braços e estatura recum-
bente, conforme técnicas de aferição descritas abaixo.

Altura do joelho:

90º

Técnica para aferição: Posição supina formando angulo de 90º com o joelho e o tor-
nozelo. Faz-se a medida do calcanhar a superfície anterior da coxa, próximo à patela,
utilizando-se um estadiômetro ou fita métrica.

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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Comprimento Tibial:

Técnica para aferição: Faz-se a medida da distância da borda superomedial da tíbia (na
linha média do encaixe da tíbia e fêmur) até o maléolo medial inferior (parte interna do
membro inferior) com fita métrica inextensível com o membro inferior em extensão.

Extensão dos braços:

Técnica para aferição: Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 90º
com o corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-se uma
fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa da estatura do indivíduo,
podendo apresentar diferença de 5,7cm em relação à altura real.

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Estatura recumbente:

Técnica para aferição: O indivíduo deve estar em posição supina e com o leito horizontal
completo. Marcar o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado
direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo, e medir a distância entre as marcas
utilizando uma fita métrica flexível.

1.4.3. IMC
A partir das medidas de peso atual ou estimado e estatura, será calculado o Índice de Massa
Corporal (IMC). A interpretação dos resultados difere entre crianças, adolescentes, adultos e idosos.

peso (kg)
IMC (kg/m²) =
estatura (m)²

Ressalta-se que o IMC deve ser associado a outras medidas e índices antropométricos.

Observação: O peso e a altura do paciente deverão ser estimados quando não for possível
a aferição dos mesmos, podendo ser utilizados para calcular as necessidades calóricas e de
nutrientes. Contudo não se recomenda calcular o IMC com esses valores estimados.

1.4.4. Dobras Cutâneas e Circunferências:

As dobras cutâneas e as circunferências corporais representam as medidas dos compartimen-


tos de tecido adiposo e muscular. Para complemento aos demais parâmetros de avaliação e de-
terminação de diagnóstico nutricional, se fazem necessárias as adequações dos valores obtidos,
comparando-os aos outros preestabelecidos, com distinção de gênero e faixa etária.

As circunferências e dobras cutâneas mais utilizadas são: Circunferência do Braço (CB),


Circunferência da Cintura (CC), Circunferência da Panturrilha (CP), Dobra Cutânea Tricipital (DCT)
e Dobra Cutânea Subescapular (DCSE).

Instruções gerais para a aferição das pregas cutâneas:

- Identificar e marcar o local a ser medido;


- Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador da
mão esquerda a 1 cm do ponto marcado;
- Pinçar a prega com o calibrador exatamente no local marcado;
- Manter a prega entre os dedos até o término da aferição;
- A leitura deverá ser realizada no milímetro mais próximo em cerca de 2 a 3 segundos;
- Utilizar a média de 3 medidas.

10
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

• Circunferência da Cintura:
Técnica para aferição: Em pé, utilizando uma fita métrica inelástica e flexível que deverá circun-
dar na região de maior contraste de perímetro ou a menor circunferência entre a última costela e a
crista ilíaca, sem a presença de roupas. Essa medida não é indicada para pacientes obesos.

Observação: A concentração de gordura abdominal, independentemente da gordura corporal


total, tem se mostrado um fator importante relacionado com risco para doenças cardiovasculares e
metabólicas, sendo a medida mais fidedigna como marcador de gordura abdominal. Reflete melhor
o conteúdo de gordura visceral que a RCQ e também se associa muito à gordura corporal total.

• Circunferência do Quadril:
Técnica para aferição: Em pé, com as pernas juntas e com roupa aderida ao corpo, mensurar
o local de maior proeminência da região glútea.

• Relação Cintura-Quadril:
Obtida pela divisão da medida da circunferência da cintura (cm) e a circunferência do quadril (cm).
Essa relação reflete a distribuição de gordura, sendo androide aquela em formato de maçã com
concentração abdominal ou ginecoide aquela em formato de pera com concentração no quadril.

Observação: essa medida pode ser menos válida como uma medida relativa, após perda de
peso, com diminuição da medida do quadril. A OMS considera a RCQ um dos critérios para carac-
terizar a síndrome metabólica, com valores de corte de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres.

CINTURA

QUADRIL

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

• Circunferência da Panturrilha:
Técnica para aferição: Posição sentada. Dobrar a perna esquerda formando 90º graus com o
joelho. Manter a perna relaxada. Contornar a fita métrica no máximo diâmetro da panturrilha. Rea-
lizar a medida.

90º

• Circunferência do Braço:
Técnica para aferição: Braço direito relaxado e em posição estendida ao longo do corpo. Deve
ser marcado o ponto médio entre o acrômio e olécrano com o braço flexionado junto ao corpo for-
mando um ângulo de 90º. Contornar a fita métrica ao longo do braço no ponto médio.

A CB pode ser utilizada como parâmetro de avaliação/acompanhamento quando não é possível


aferir o peso real do paciente.
Percentual de adequação de CB (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

CB obtida (cm) x 100


Adequação da CB (%)=
CB percentil 50

12
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

• Dobra Cutânea Tricipital:

Técnica para aferição: A dobra cutânea tricipital é medida na face dorsal do braço, sobre
o tríceps, a meia distância entre o bordo externo do acrômio e o olécrano, no sentido do maior
eixo do braço. O ponto médio deve ser determinado por fita métrica. O observador coloca-se
atrás do observado, enquanto este mantém o braço esticado e descontraído e é feita a medida
da dobra

Percentual de adequação de DCT (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

DCT obtida (cm) x 100


Adequação da DCT (%)=
DCT percentil 50

Classificação do estado nutricional segundo adequação da circunferência do braço e


dobra cutânea tricipital (%):

Classificação CB ou DCT (%)


Depleção de massa grave < 70
Depleção de massa moderada 70 – 80
Depleção de massa leve 80 – 90
Massa adequada 90 – 110
Excesso de massa adiposa 110 – 120
Excesso elevado de massa adiposa > 120

Fonte: BLACKBURN, 1979.

13
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Para avaliar a reserva de massa muscular em indivíduos (acamados ou não) podem-se utilizar
os parâmetros de AMB e CMB após a medida da DCT.

• Circunferência muscular do braço (CMB):


A CMB avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da área óssea) e é obtida através
da seguinte fórmula:

CMB (cm) = CB (cm) – [0,314 x DCT (mm)]

O cálculo de adequação da CMB é realizado por meio da fórmula abaixo e o estado nutricio-
nal classificado de acordo com a tabela a seguir.

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100


CMB percentil 50

Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB (%):

Classificação CMB (%)


Depleção Grave < 70%
Depleção Moderada ≥ 70% a < 80%
Depleção Leve ≥ 80% a < 90%
Eutrofia ≥ 90% a <110%

Fonte: BLACKBURN, 1979.

• Área muscular do braço (AMB):


A AMB avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea (reflete mais adequa-
damente a magnitude das mudanças do tecido muscular que a CMB) e é obtida através das
seguintes fórmulas, de acordo com gênero:

Homem: AMB (cm²) = CB (cm) – [0,314 x DCT (mm)]²- 10


4 x 3,14

Mulher: AMB (cm²) = CB (cm) – [0,314 x DCT (mm)]² - 6,5


4 x 3,14

Com base nos valores de referência estabelecidos, a classificação do estado nutricional é


feita de acordo com a tabela a seguir.

14
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Classificação do estado nutricional segundo AMB:

Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular Percentil < 5
Déficit leve de massa muscular Percentil entre 5 e 15
Massa muscular normal Percentil entre 15 e 85
Massa muscular aumentada Percentil entre 85 e 95
Grande quantidade de massa muscular Percentil > 95

Fonte: BLACKBURN, 1979.

• Dobra Cutânea Subescapular:


Técnica para aferição: A dobra é determinada obliquamente ao eixo longitudinal do corpo,
seguindo a orientação dos arcos costais, dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.

• Dobra Cutânea Bicipital:


Técnica para aferição: A dobra é determinada no sentido do eixo longitudinal no lado anterior
do braço. Exatamente na altura do ponto médio localizado entre o acrômio e o olécrano. A aferi-
ção desta dobra deve ser feita no mesmo nível da DCT e CB, na parte anterior do braço.

15
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

• Dobra Cutânea Suprailíaca:

Técnica para aferição: É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da


distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que
o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida.

• Somatório das 4 dobras – percentual de gordura:

Nesta técnica, a composição corpórea é estimada utilizando-se a somatória de 4 dobras cutâ-


neas: bicipital, tricipital, subescapular e supra-ilíaca, segundo a equação de Durnin e Womersley
(1974), de acordo com idade e gênero, a seguir.

Idade Homens Mulheres


17-19 D = 1,1620 – 0,063 x log (x1) D = 1,1549 – 0,0678 x log (x1)
20-29 D = 1,1631 – 0,0632 x log (x1) D = 1,1599 – 0,0717 x log (x1)
30-39 D = 1,1422 – 0,0544 x log (x1) D = 1,1423 – 0,0632 x log (x1)
40-49 D = 1,1620 – 0,0700 x log (x1) D = 1,1333 – 0,0612 x log (x1)
Acima de 50 D = 1,1715 – 0,0779 x log (x1) D = 1,1339 – 0,0643 x log (x1)

Sendo: x1 – somatório das 4 dobras cutâneas

A partir do valor da densidade corpórea (DC), a porcentagem de gordura corpórea total é de-
terminada utilizando a fórmula de Siri (1961):

Gordura corpórea (%) = 4,95 - 4,5 x 100


DC

16
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Valores de referência para percentuais de gordura corpórea:

Gordura corpórea (%)


Homens Mulheres
Risco de doenças e distúrbios associados a ≤5 ≤8
desnutrição
Abaixo da média 6 a 14 9 a 22
Média 15 23
Acima da média 16 a 24 24 a 31
Risco de doenças associadas a obesidade ≥ 25 ≥ 32

Fonte: Lohman et al., 1991

• Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP)

Auxilia na avaliação complementar da massa muscular.

Técnica para aferição: comprimir o músculo adutor no vértice de um triângulo imaginário


formado pela extensão do polegar e do dedo indicado; a mão deve estar sobre o joelho e com
o cotovelo em ângulo de aproximadamente 90° sobre o membro inferior homolateral. Média
de três medidas. Os valores de referência seguem nos capítulos de avaliação nutricional de
adultos e de idosos.

17
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

1.5. Avaliação do risco nutricional


1.5.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG)

A ASG é um preditor de risco nutricional, mas ressalta-se que o paciente em terapia nutricio-
nal já está em risco. A complementação da ASG com outras técnicas de avaliação nutricional é
sugerida, uma vez que o método não possui sensibilidade adequada para identificar pequenas
variações no estado nutricional. A ASG é considerada eficiente para avaliação do estado nutri-
cional mas não é sensível para demonstrar a diminuição de risco quando a terapia nutricional é
instituída e portanto, não serve como método de acompanhamento da condição nutricional. As-
sim, na primeira avaliação do paciente em terapia nutricional enteral domiciliar a ASG, pode ser
aplicada a fim de classificar inicialmente o paciente em: bem nutrido, moderadamente desnutrido
ou gravemente desnutrido.

18
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Avaliação Subjetiva Global do Estado Nutricional

(Selecione a categoria apropriada com um X ou entre com valor numérico onde indi-
cado por ¨#¨)

A. História
1. Alteração no peso
Perda total nós últimos 6 meses: total = # _________Kg; %perda = #________
Alteração nas últimas duas semanas:_____aumento _____sem alteração _____dimi-
nuição.

2. Alteração na ingestão alimentar


____sem alteração
____alterada ____duração = #____semanas.
3. Sintomas gastrintestinais (que persistam por > 2 semanas)
____nenhum ____náusea ____vômitos ____diarréia ____anorexia.
4. Capacidade funcional
____sem disfunção (capacidade completa)
____disfunção ____duração = #____semanas.
____tipo:____trabalho sub-ótimo ____ambulatório ____acamado.
5. Doença e sua relação com necessidades nutricionais
Diagnóstico primário (especificar): ________________________________________
Demanda metabólica (stress): ____sem stress ____baixo stress ____stress modera-
do ____stress elevado.

B. Exame Físico (Para Cada categoria, especificar: 0 = normal, 1+ = leve, 2+ =


moderada, 3+ = grave).
# ____perda de gordura subcutânea (tríceps, tórax)
# ____perda muscular (quadríceps, deltóide)
# ____edema tornozelo
# ____edema sacral
# ____ascite

C. Avaliação subjetiva global (selecione uma)


____ A = bem nutrido
____ B = moderadamente (ou suspeita de ser) desnutrido
____ C = gravemente desnutrido

19
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

1.5.2. Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio


Paciente (ASG-PPP)

A ASG-PPP é recomendada durante a assistência nutricional em oncologia para detecção pre-


coce do risco nutricional ou desnutrição, pois permite uma rápida avaliação do estado nutricional,
identificação de sintomas de impacto nutricional, facilitando a implementação da terapia nutricio-
nal adequada. É uma adaptação da ASG, específica para pacientes com câncer, que inclui ques-
tões sobre a presença de sintomas nutricionais relacionados à patologia. A ASG-PPP é composta
de duas partes. Primeira parte: apresenta quatro caixas com perguntas sobre alteração de peso
e ingestão, sintomas que estejam interferindo na alimentação e alteração da capacidade funcio-
nal, e pode ser preenchida pelo paciente ou familiar. Segunda parte: deve ser aplicada apenas
por profissional da área da saúde devidamente treinado, onde são atribuídos pontos às condições
do paciente, estresse metabólico e exame físico.

20
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente

NOME: ______________________________________________ Data: ___/___/____


Peso/Altura:____________ Circ. Cintura: ______ Circ. Quadril: ______
Circ. Braço: _____

História (Questões de 1 a 4 foram elaboradas para serem preenchidas pelo


paciente)
1) Peso (veja registro 1)
Eu atualmente peso _____quilos. Há um mês eu pesava _____quilos.
Minha altura é de _____metros. Há seis meses eu pesava _____quilos.
Durante as duas últimas semanas meu peso:
( ) Diminuiu (1) ( ) Não mudou (0) ( ) Aumentou (0)

Quadro 1

2) Ingestão alimentar:
Em comparação com o meu padrão alimentar, eu considero que a ingestão
de alimentos no último mês:
( ) Não mudou (0)
( ) Está maior que o habitual (0)
( ) Está menor que o habitual (1)

Eu atualmente estou me alimentando com:


( ) Alimentos de consistência normal, porém em menor quantidade (1)
( ) Alimentos de consistência mais macia ou pastosa (2)
( ) Somente líquidos (3)
( ) Somente suplementos nutricionais (3)
( ) Apenas poucas quantidades de todos os alimentos (4)
( ) Somente alimentação via sonda nasoenteral ou nutrição pela veia (0)

Quadro 2

21
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

3) Sintomas: Eu tenho tido os seguintes problemas que estão afetando minha


alimentação, fazendo com que eu não me alimente adequadamente nas últimas
duas semanas (assinale uma ou mais):
( ) Sem problemas com a alimentação (0)
( ) Sem apetite, não tenho vontade de comer (3)
( ) Náuseas (1)
( ) Constipação (2)
( ) Dor na boca (1)
( ) Alteração do paladar (2)
( ) Dificuldade de engolir (2)
( ) Vômitos (3)
( ) Diarreia (3)
( ) Boca seca (1)
( ) O cheiro da comida me incomoda (1)
( ) Sinto-me satisfeita rapidamente (1)
( ) Dor. Onde? ____________________________________ (3)
( ) Outros (1) Exemplo: Depressão, problemas dentais, financeiros, etc.

Quadro 3

4) Capacidade física e funcional: Durante o último mês, eu diria que minhas


atividades:
( ) Estão normais, sem limitações (0)
( ) Não estão normais, mas posso exercer minhas atividades de forma
moderada (1)
( ) Não me sinto disposta a desempenhar muitas atividades, mas não
preciso permanecer deitada ou sentada a maior parte do dia (2)
( ) Sou capaz de realizar apenas algumas de minhas atividades e passo a
maior parte do dia deitada ou sentada (3)
( ) Passo muito tempo acamada, raramente fora da cama (3)

Quadro 4

22
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Total dos pontos dos Quadro 1 a 4 (Quadro A)

O restante das questões será preenchido por sua nutricionista. Obrigado!

5) Doença e sua relação com as necessidades nutricionais (veja registro 2)


Todos os diagnósticos relevantes (especificar) ___________________________
______________________________________________________________________
__________________________________

Estágio da doença primária (marque se for conhecido ou apropriado):


( )I ( ) II ( ) III ( ) IV

Outro___________________________
Idade__________________________

6) Demanda metabólica (veja registro 3)

Total dos pontos do registro 2 (Quadro B)

7) Exame físico (veja registro 4)

Total dos pontos do registro 3 (Quadro C)

Total dos pontos do registro 4 (Quadro D)


Total do escore numérico de A+B+C+D = ______

Avaliação global (veja registro 5)


( ) Eutrófico ou em anabolismo (ASG-A)
( ) Risco de desnutrição ou desnutrição moderada (ASG-B)
( ) Severamente desnutrido (ASG-C)

Recomendações Nutricionais:
0-1 Não é necessária intervenção nutricional no momento. Reavaliação de rotina
durante o tratamento.
2-3 Orientação para paciente e familiares pelo nutricionista, enfermeiro ou mé-
dico com intervenção farmacológica de acordo com os sintomas apontados e
dados laboratoriais.
4-8 Requer intervenção nutricional pelo nutricionista, em conjunto com enfer-
meiro ou médico de acordo com sintomas observados.
9> Indica uma necessidade crítica de melhora dos sintomas, manejo e/ou inter-
venção nutricional agressiva.

23
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

1.5.3. Mini Avaliação Nutricional (MAN)

A MAN é um procedimento diagnóstico mais utilizado em idosos (acima de 60 anos) e deve ser
complementada por outras técnicas de avaliação nutricional.

Mini Avaliação Nutricional


Nome: _____________________________________________________________
Sexo: ____ Idade: _____ Peso (kg): _______ Altura (cm): _______
Data: ___/___/____

Responda a seção ¨triagem¨, preenchendo as caixas com os números adequa-


dos. Some os números da seção ¨triagem¨.
Se a pontuação obtida for igual ou menor que 11, continue o preenchimento do
questionário para obter a pontuação indicadora de desnutrição.

Triagem

A - Nós últimos três meses houve diminuição da ingesta alimentar devido a per
da de apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?

0= superior a três quilos


1= diminuição moderada da ingesta
2= sem diminuição da ingesta

B - Perda de peso nos últimos 3 meses

0= superior a três quilos


1= não sabe informar
2= entre um e três quilos
3= sem perda de peso

C - Mobilidade

0= restrito ao leito ou à cadeira de rodas


1= deambula, mas não é capaz de sair de casa
2= normal

24
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

D - Passou por algum stress psicológico ou doença aguda nos últimos três meses

0= sim
2= não

E - Problemas neuropsicológicos

0= demência ou depressão graves


1= demência ligeira
2= sem problemas psicológicos

F - Índice de Massa Corporal= peso em kg/ (estatura em m)²

0= 19 < 19
1= 19 ≤ IMC < 21
2= 21 ≤ IMC < 23
3= IMC ≥ 23

Pontuação da triagem (subtotal, máximo de 14 pontos)


12-14 pontos: estado nutricional normal
8-11 pontos: estado nutricional normal
0-7 pontos: desnutrido
Para uma avaliação mais detalhada, continue com as perguntas G-R

AVALIAÇÃO GLOBAL

G - O doente vive na sua própria casa (não em instituição geriátrica ou hospital)

1 = sim
0 = não

H - Utiliza mais de três medicamentos diferentes por dia?

0 = sim
1 = não

25
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

I - Lesões de pele ou escaras?

0 = sim
1 = não

J - Quantas refeições por dia?

0= uma refeição
1= duas refeições
2= três refeições

K - O doente consome:

• Pelo menos uma porção diária de leite ou derivados (leite, queijo,iogurte)?


• Duas ou mais porções semanais de leguminosas ou ovos?
• Carne, peixe ou aves todos os dias?
0.0= nenhuma ou uma resposta “sim”
0.5= Duas respostas “sim”
1.0= três respostas sim

L - O doente consome duas ou mais porções diárias de fruta ou produto


hortícolas?

0 = não
1 = sim

M - Quantos copos de líquidos (água, suco, café, chá, leite) o doente conso-
me por dia?

0.0= menos de três copos


0.5= três a cinco copos
1.0= mais de cinco copos

N - Modo de se alimentar

0= não é capaz de se alimentar sozinho


1= alimenta-se sozinho, porém com dificuldade
2= alimenta-se sozinho tem dificuldade

26
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

O - O doente acredita ter algum problema nutricional?


0= acredita estar desnutrido
1= não sabe dizer
2= acredita não ter problema nutricional

P - Em comparação com outras pessoas da mesma idade, como o doente con-


sidera a sua própria saúde?

0.0= pior
0.5= não sabe
1.0= igual
1.0= igual
2.0= melhor

Q - Perímetro braquial (PB) em cm

0.0= PB < 21
0.5= 21 ≤ PB ≤ 22
1.0= PB > 22

R - Perímetro da perna (PP) em cm


0= PP< 31
1= PP ≥ 31

Avaliação global (máximo 16 pontos)

Pontuação da triagem

Pontuação total (máximo 30 pontos)

27
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Classificação do Estado Nutricional pela MAN


MAN > 24: estado nutricional adequado ou eutrófico
MAN entre 17 e 23,5: risco de desnutrição
MAN < 17: desnutrição

1.5.4. MUST (Malnutrition Universal Screening Tool)

Protocolo de triagem para avaliação do risco nutricional de adultos e idosos, a ser utilizado na
Atenção Primária, auxiliando a identificar o prognóstico nutricional. Ressalta-se que todo indiví-
duo em risco nutricional precisa ser avaliado e acompanhado pelo nutricionista. Na triagem do
MUST pode-se calcular o IMC mesmo sendo com medidas estimadas.

28
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

1.6 Exame físico

O exame físico (avaliação clínica de presença de edema e perda de tecido adiposo e mus-
cular) deve ser realizado em idosos, acamados e em pacientes com risco de desnutrição. Em
acamados deve-se verificar também a presença de lesões por pressão.

Avaliação da perda de massa muscular:

Face:

• Musculatura temporal com atrofia bilateral: sinal de disfagia ou redução do consumo


alimentar via oral por 3 a 4 semanas ou mais.

ATROFIA
TEMPORAL

ATROFIA BOLA
DE BICHAT

• Perda bilateral da bola gordurosa de Bichart: relaciona-se com redução prolongada da


reserva calórica.

• Sinal de “asa quebrada”: atrofia da musculatura temporal junto à perda da bola gordu-
rosa; significa perda proteico-calórica prolongada.

29
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Pescoço:

• Perda da musculatura supra e intraclaviculares: indica desnutrição prolongada.

Tórax:

• Retração intercostal: diminuição da força respiratória em situações de dispneia.


• Atrofia da musculatura paravertebral: reduz força de sustentação (o paciente perde a
capacidade de sustentar seu peso e sua coluna, e começa a fazer cifose, diminuindo a
capacidade de ventilação pulmonar).

• Oco axilar mais profundo: dificulta a mensuração da temperatura corporal, resultando em


aferições de hipotermia ou subvalorização da febre.

Membros Superiores:

• Atrofia da musculatura bicipital e tricipital: menor força de apreensão.


• Atrofia da musculatura de pinçamento, entre os dedos da mão principalmente adutor do
polegar: menor força de apreensão.

30
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Abdome:

• Abdome escavado: sinal de grave de perda de reserva calórica.


• Umbigo em chapéu ou cálice: privação calórica, mesmo quando a perda ponderal não é
significativa; pode ser uma alteração constitucional.

Membros inferiores:

• Atrofia da musculatura das coxas (porção interna da coxa): confere maior fraqueza nas
pernas; preferência pelo decúbito dorsal.

• Atrofia da musculatura das panturrilhas: principal área de atrofia; é a mais precoce atrofia
quando se instala a desnutrição.

31
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Edema:

• Edema em membros inferiores: pacientes que ficam muito tempo na posição ortostática;
deve ser verificado sinal de Cacifo ou Godet.

• Edema sacral (região lombar): pacientes acamados.

1.7 Exames bioquímicos


Na avaliação do estado nutricional, os parâmetros bioquímicos são utilizados como comple-
mentos dos dados de história referentes aos exames físico, clínico e antropométrico, podendo
auxiliar na avaliação de risco, no diagnóstico e no acompanhamento nutricional dos pacientes.
A seguir são colocados parâmetros para cada exame bioquímico, contudo os profissionais de-
vem considerar também os valores de referência do laboratório. Nas situações de alteração
de exames bioquímicos identificada por nutricionista, o profissional deverá discutir o caso com
enfermeiro e médico da equipe. O monitoramento da situação deverá ser realizado de forma
compartilhada com esses profissionais.
Ressalta-se que as solicitações de exames devem respeitar os protocolos existentes
da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (periodicidade e tipos de exames
que podem ser solicitados por cada categoria profissional), racionalizando a solicitação
de exames bioquímicos.

1.7.1 Albumina:

É uma proteína de síntese hepática abundante no meio extracelular. Apresenta como função
manter a pressão coloidosmótica do plasma e carrear pequenas moléculas. Podem ocorrer
decréscimos nos níveis após curto período de deficiência proteica e energética, frequentemen-
te associado com outras deficiências como de zinco, ferro e vitamina A. A albumina deve ser
avaliada em indivíduos em risco nutricional, sem infecção ou inflamação.

32
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Normal >3,5g/dL
Depleção leve 3,0 – 3,5g/dL
Depleção moderada 2,4 – 2,9g/dL
Depleção severa < 2,4g/dL

Em pediatria:

Pré-termo 2,5 – 4,5 g/dL


Termo 2,5 – 5,0 g/dL
1 – 3 meses 3,0 – 4,2 g/dL
3 – 12 meses 2,7 – 5,0 g/dL
>1 ano 3,2 – 5,0 g/dL

Limitações:

A significância pode ser comprometida em casos de reação aguda ao estresse, doença


hepática, enteropatia com perda proteica, síndrome nefrótica, gravidez, uso de contraceptivos
orais, exercício extenuante e hemodiluição. Além disso, a sua vida média longa (3 semanas)
a torna pouco sensível às rápidas variações do estado nutricional. O intervalo de tempo para
repetir dosagem deve ser no mínimo de 20 dias.

1.7.2 Transferrina:

É uma proteína de síntese hepática abundante no meio extracelular. Apresenta como função
manter a pressão coloidosmótica do plasma e carrear pequenas moléculas. Podem ocorrer
decréscimos nos níveis após curto período de deficiência proteica e energética, frequentemen-
te associado com outras deficiências como de zinco, ferro e vitamina A. A albumina deve ser
avaliada em indivíduos em risco nutricional, sem infecção ou inflamação.

Normal >3,5g/dL
Depleção leve 3,0 – 3,5g/dL
Depleção moderada 2,4 – 2,9g/dL
Depleção severa < 2,4g/dL

Em pediatria:

Pré-termo 2,5 – 4,5 g/dL


Termo 2,5 – 5,0 g/dL
1 – 3 meses 3,0 – 4,2 g/dL
3 – 12 meses 2,7 – 5,0 g/dL
>1 ano 3,2 – 5,0 g/dL

Em pediatria: Valores normais entre 180 – 260 mg/dL

33
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Limitações:

A significância pode ser comprometida por reação aguda ao estresse, doença hepática,
enteropatia por perda proteica, síndrome nefrótica, gravidez ou administração de estrogênio e
hemodiluição. Está reduzida na sobrecarga de ferro.

1.7.3. Pré-Albumina:

Proteína também sintetizada no fígado que possui vida média de 2 a 3 dias, está diminuída
na desnutrição.

Interpretação:

Normal 20 mg/dL
Depleção leve 10 – 15 mg/dL
Depleção moderada 5 – 10 mg/dL
Depleção severa < 5 mg/dL

Limitações:

A pré-albumina se encontra reduzida nas doenças hepáticas, na inflamação e na infecção e


aumentada na insuficiência renal.

1.7.4. Contagem Total de Linfócitos:

Limitações:

Mede a reserva imunológica momentânea. Diminuído na desnutrição proteico-calórico e na


imunossupressão.

CTL = % linfócitos x leucócitos


100

Interpretação:

Depleção leve 1200 – 2000/mm³


Depleção moderada 800 – 1199/mm³
Depleção severa < 800/mm³

34
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Limitações:

Diminuído pela infecção viral, quimioterapia, radiação e drogas. Aumentado por necrose te-
cidual e outros tipos de infecção.

1.7.5. Hemograma:
Auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Rotineiramente indicado para
avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompa-
nhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados
para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho, cor e estrutura
das hemácias e consequente direcionamento diagnóstico e terapêutico.

Hemograma Significado
Hematócrito Expressa o volume de eritrócitos em porcentagem.
Hemoglobina Valores abaixo dos valores de referência para faixa etária e sexo
indicam anemia.
Volume corpuscular médio Representa o volume das hemácias. Valores abaixo dos valores
(VCM) de referência indicam microcitose e valores superiores indicam
macrocitose.
Hemoglobina corpuscular mé- Indica a quantidade de hemoglobina do eritrócito. Valores abaixo
dia (HCM) dos valores de referência indicam hipocromia e valores acima
indicam hipercromia.
Concentração de hemoglobina Representa a relação entre a saturação de hemoglobina e o vo-
corpuscular média (CHCM) lume da célula. É um índice importante para o acompanhamento
da terapêutica com ferro.
Amplitude de distribuição dos É uma medida eletrônica do volume de eritrócitos. Seu aumento
eritrócitos (RDW) expressa anisocitose. Ajuda a diferenciar anemias.

Interpretação:

Normal Reduzido Muito reduzido


Homens Hemoglobina (g/dL) ≥ 14 13,9 - 12 < 12
Hematócrito (%) ≥ 44 43 - 37 < 37
Mulheres Hemoglobina (g/dL) ≥ 12 11,9 - 10 < 10
Hematócrito (%) ≥ 38 37 - 31 < 31

35
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Característica do eritrócito, de acordo com os índices hematimétricos

Índice Classificação Característica


VCM Normal Normocítica Eritrócitos tamanhos normais
HCM Normal Normocrômica Eritrócitos de cor normal
VCM Diminuído Microcítica Eritrócitos de tamanho menor que o normal
VCM Aumentado Macrocítica Eritrócitos de tamanho maior que o normal
HCM Diminuído Hipocrômica Eritrócitos de cor mais clara, quantidade reduzida de
hemoglobina

Tipos de anemias e características do eritrócito

Normocítica e Normocrômica Anemia por doença crônica; perda aguda de sangue; desnutrição;
anemia perniciosa (em 40% dos casos)
Microcítica e Hipocrômica Anemia ferropriva; talassemia (defeito hereditário na produção de he-
moglobina); deficiência de cobre; anemia sideroblástica (forma rara
de anemia, presença de eritrócitos com grande saturação de ferro).
Microcítica e Normocrômica Redução da eritropoiese na doença renal crônica por redução da
eritropoietina; agentes tóxicos (chumbo)
Macrocítica e Normocrômica Anemia perniciosa (deficiência de B12)*; anemia megaloblástica
(deficiência de ácido fólico)**

*Deficiência de fator intrínseco, ausência de ácido gástrico ou má absorção.


**Ocorre em torno de 5 meses de depleção de folato.

Ressalta-se que devem ser considerados os valores de referência do Laboratório.

Limitações:

Em circunstâncias nas quais existam alterações do volume plasmático (ex: desidratação, hi-
povolemia, choque, sangramento intenso e hemoconcentração), os valores apresentados não
são confiáveis. Hemoglobina pode estar alterada em: infecção, inflamação, hemorragias, defici-
ência de ácido fólico, deficiência de vitamina B12, gestação e desidratação.

1.7.6. Avaliação Nutricional do Ferro:


• Deficiência de Ferro – 3 estágios
I. Depleção de ferro (diminuição do ferro armazenado = ferritina sérica)
II. Deficiência de ferro (diminuição da saturação da transferrina)
III. Anemia ferropriva (diminuição produção de hemoglobina)

36
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Estoque de Ferro Normal Estágio I Estágio II Estágio III


Transferrina (mg/dL) 330 ± 30 360 390 410
Ferritina (mg/dL) 100 ± 60 20 10 < 10
Ferro plasmático (mg/dL) 115 ± 50 115 < 60 < 40
Saturação de transferrina (%) 35 ± 15 30 < 15 < 15

1.7.7. Lipidograma

O colesterol é o principal lipídeo associado à doença vascular aterosclerótica. Também é uti-


lizado na produção de hormônios esteroides, ácidos biliares e na constituição das membranas
celulares. Seu metabolismo ocorre no fígado, sendo transportado no sangue por lipoproteínas.
Os valores de referência variam de acordo com faixa etária e sexo, e deve-se utilizar como re-
ferência os valores do Laboratório.

Colesterol aumentado Triglicerídeos aumentados


Revisar oferta e fonte de lipídios Revisar a oferta de carboidratos

A hipocolesterolemia (< 160 mg/dL) tem sido estudada como índice prognóstico em desnu-
trição e também pode ser observada em doenças hepáticas, renais e estados de má absorção.

1.7.8. Glicemia

O diagnóstico laboratorial de diabetes mellitus pode ser feito considerando pelo menos 2
avaliações da glicose de jejum maiores que 126mg/dL ou glicemias com valores maiores que
200mg/dL em amostras colhidas 2 horas após 75g de dextrosol (teste de tolerância oral à glico-
se - TTOG) ou ao acaso. Ressalta-se que o médico deve fazer o diagnóstico.

Interpretação laboratorial Glicemia de jejum (mg/dL) Glicemia Glicemia


pós TTOG ao acaso
(mg/dL) (mg/dL)
Normal < 100 < 140 < 200
Glicemia de jejum alterada ≥ 100 e < 126 < 140 < 200
Intolerância à glicose ≥ 100 e < 126 ≥ 140 e < < 200
200
Diabetes mellitus ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200

37
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

A medida da glicohemoglobina é a mais importante ferramenta para a monitoração do pa-


ciente diabético, não deve, entretanto, ser usada para diagnóstico do diabetes mellitus. A taxa
de produção é dependente do nível de glicose sanguínea e da vida média das hemácias (tipi-
camente 120 dias). Dessa forma, reflete os valores integrados da glicose correspondentes às
últimas 6 a 8 semanas.

HbA1c normal HbA1c bom controle


4 - 6% < 7%

Atenção:

Na alteração da glicemia, o nutricionista deve revisar o volume e composição da dieta, con-


siderar o uso de medicamentos (como corticoides) e presença de inflamação, e se apropriar do
esquema de correção da glicemia junto ao médico.

1.7.9. Função renal

• Creatinina: É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular; é o pro-
duto de degradação da creatina. Limitações: sua concentração sérica não só depende da taxa
de filtração renal, mas também da massa muscular, idade, sexo, alimentação, concentração
de glicose, piruvato, ácido úrico, proteína, bilirrubina e do uso de medicamentos. Níveis baixos
podem ser encontrados nos estados que cursam com diminuição da massa muscular.

• Clearance de creatinina: Teste utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular, sen-
do mais sensível que a determinação sérica isolada. Limitações: clearance elevado pode ser
encontrado após exercícios, na gravidez e no diabetes mellitus.

• Ureia: A ureia é a principal fonte de excreção do nitrogênio. Produto do metabolismo he-


pático das proteínas, é excretada pelos rins. Desta forma, a ureia é diretamente relacionada à
função metabólica hepática e excretória renal. Limitações: sua concentração pode variar com a
dieta, hidratação e função renal. Dieta: atenção na oferta de proteína e água.

1.7.10. Eletrólitos

• Sódio: É o principal cátion extracelular. Os sais de sódio são os principais determinantes


da osmolalidade celular. Alguns fatores regulam a homeostasia do sódio, tais como aldosterona
e hormônio antidiurético. O teste é útil na avaliação dos distúrbios hidroeletrolíticos.

38
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Distúrbio Causas relacionadas à alimentação


Hipernatremia Oferta líquida inadequada (insuficiente),
dietas hiperssódicas
Hiponatremia Hiperidratação, dietas hipossódicas

• Potássio: É o principal cátion intracelular, com concentração em torno de 150 mEq/L, en-
quanto os níveis séricos estão em torno de 4 mEq/L. Esta diferença é importante na manuten-
ção do potencial elétrico da membrana celular e na excitação do tecido neuromuscular. Na urina
ou soro sua aplicação está relacionada aos níveis de aldosterona, na reabsorção de sódio e no
equilíbrio ácido-base.

Distúrbio Causas relacionadas à alimentação


Hipercalemia Oferta excessiva de potássio, insuficiência renal
Hipocalemia Síndrome de realimentação, diarreia

1.7.11. Vitaminas

• Vitamina D: Deve ser avaliada na forma de 25 Hidroxivitamina D. Exerce suas funções


nos tecidos ósseo (mineralização óssea) e muscular (trofismo e força muscular), no intestino
(absorção de cálcio e fósforo), no rim (reabsorção do cálcio) e na paratireoide (secreção de
paratormônio - PTH). Sugere-se a suplementação nos casos de deficiência e osteoporose. se
a vitamina D estiver abaixo de 10ng/ml, deve-se solicitar dosagem de PTH e o suplemento de
vitamina D também deve ser indicado se o PTH estiver abaixo dos valores de referência. A do-
sagem de vitamina D deve ser solicitada para os pacientes com sarcopenia. O suplemento de
vitamina D isolado não é fornecido pela Rede SUS-BH. Avaliação:

Baixo < 10 ng/ml


Deficiência < 20 ng/ml
Insuficiência 20,0 a 29,9 ng/ml
Suficiência ≥ 30 ng/ml

• Vitamina B12: A deficiência de B12 (cobalamina) ocorre com maior frequência em vegeta-
rianos (por baixo consumo) e idosos (por gastrite atrófica autoimune com redução na secreção
ácida e do fator intrínseco). Alguns medicamentos como omeprazol e metformina, podem redu-
zir a absorção de B12.

Deficiência Cobalamina < 150 pg/ml

Em idosos, quando os valores de cobalamina estiverem < 250 pg/ml pode-se iniciar a repo-
sição intramuscular de vitamina B12, de acordo com critério médico.

39
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

1.7.12. Enzimas digestivas

Podem ser avaliadas em caso de diarreia persistente de difícil controle. Nos casos de via
alternativa de alimentação, seguem algumas sugestões de mudanças quanto à administração
da dieta enteral:

• Amilase elevada: reduzir a velocidade da dieta e a carga administrada;


• Lipase elevada: progredir a dieta com cuidado ou manter a velocidade;
• Ambas elevadas: suspender ou rediscutir a terapia nutricional.

2 Necessidades Nutricionais

2.1 Energia:
O cálculo das necessidades energéticas deve ser realizado de acordo com equações espe-
cíficas por faixa etária, sexo e situação de saúde do usuário.
Ressalta-se que as fórmulas auxiliam na estimativa das necessidades energéticas, mas a
quantidade calórica ingerida não deve ser desconsiderada, principalmente quando o paciente
está ganhando ou perdendo peso não esperado.

2.2 Proteína:
O cálculo das necessidades de proteínas deve ser realizado de forma individualizada de
acordo com a faixa etária, sexo e situação de saúde do usuário.

2.3 Micronutrientes
Poucas situações clínicas apresentam as recomendações para vitaminas e minerais. Portan-
to, recomenda-se a utilização das referências do Institute of Medicine - IOM de acordo com a
faixa etária e sexo para indivíduos saudáveis.
Deve-se observar a interação droga-nutriente para pacientes em uso de fármacos.
Quando se deseja avaliar algum micronutriente de forma mais ampla, sem cálculo, devem-se
considerar os alimentos fonte do nutriente.
Considerando os pacientes em uso de nutrição enteral artesanal indicada pelo “Manual de
Terapia Nutricional Enteral Domiciliar para Equipes de Atenção Básica a Saúde” sugere-se a
prescrição de óxido de magnésio (comprimidos), vitamina D3 (em gotas), vitamina E (em cáp-
sulas) e niacina (nicotinamida ou ácido nicotínico).
Por exemplo: ao se considerar as necessidades de um homem idoso sugere-se a prescrição
de 200mg de óxido de magnésio uma vez ao dia sendo comprimido triturado e misturado em
uma das refeições; 400UI nas dietas de 1500Kcal e 200UI nas de 1800Kcal e 2100Kcal de vi-
tamina D3 em gotas dissolvendo as gotas na primeira refeição do dia; 100UI de vitamina E em
cápsulas a cada 15 dias na dieta do almoço liquidificando a cápsula junto com a dieta; 100mg
de niacina uma vez por semana.

40
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Em pacientes portadores de lesões por pressão sugere-se ofertar maior quantidade de al-
guns micronutrientes envolvidos no processo de cicatrização como vitamina A, vitamina C e
zinco. O único valor já estabelecido é para vitamina C, o qual se recomenda aumentar em dez
vezes o valor de RDA (segundo faixa etária e sexo), nesse caso deve-se considerar o aporte de
vitamina C já oferecido pela dieta e suplementar o restante por vitamina C em gotas, preferen-
cialmente misturada em água em algum intervalo da dieta.

2.4 Fibras
Recomenda-se a utilização das referências do Institute of Medicine - IOM (2005) de acordo
com a faixa etária e sexo para indivíduos saudáveis, e no caso de constipação devem ser au-
mentados 5g de fibras, além de considerar a ingestão hídrica do usuário.

2.5 Água
A prescrição hídrica é importante para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e varia de
acordo com idade e sexo (IOM, 2002). Em geral, para adultos e idosos, pode-se recomendar a
ingestão hídrica de 30 a 40ml/kg de peso/dia para paciente com estado de hidratação normal,
assumindo função renal e cardíaca normais.

Ao indicar hidratação em pacientes com nutrição enteral é importante considerar que a hi-
dratação consiste em água livre da dieta + água de higienização da sonda + água para diluir os
medicamentos. O teor de água das dietas enterais varia conforme a densidade calórica:

• Dietas industrializadas padrão (1,0 a 1,2 Kcal/mL) apresentam 80 a 86% de água livre.
• Dietas hipercalóricas (1,5 kcal/mL) têm de 76 a 78% de água livre.
• Dietas de alta concentração energética (2,0 kcal/mL ou mais) tem 69 a 71% de água livre.
• As dietas artesanais propostas pelo “Manual de Terapia Nutricional Enteral Domiciliar
para Equipes de Atenção Básica a Saúde” apresentam 85% de água livre.

3 Particularidades da Avaliação de Crianças (0 a 10 anos)


Recomenda-se a utilização das referências do Institute of Medicine - IOM (2005) de acordo
com a faixa etária e sexo para indivíduos saudáveis, e no caso de constipação devem ser au-
mentados 5g de fibras, além de considerar a ingestão hídrica do usuário.

3.1 Peso:
Aferição:

As crianças menores de 2 anos devem ser pesadas e medidas sempre completamente des-
pidas e na presença da mãe ou do responsável, pois estes devem auxiliar na retirada da roupa
da criança e na tomada da medida. Lembre-se que uma fralda molhada pode representar até
20% do peso de uma criança.
As crianças maiores de 2 anos devem ser pesadas descalças e com roupas bem leves. Ide-
almente, devem usar apenas calcinha, short ou cueca, na presença da mãe ou do responsável.

41
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Peso ao nascer:

Classificação do estado nutricional de crianças imediatamente após o nascimento

Peso da criança Classificação


≥ 2.500 g Peso adequado
< 2.500 g Baixo peso ao nascer
< 1.500 g Muito baixo peso ao nascer

Fonte: OMS, 1993.

Considerando que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se des-
contar da idade cronológica do prematuro as semanas que faltaram para sua idade gestacional
atingir 40 semanas.

Idade corrigida = Idade cronológica - (40 semanas - idade gestacional em semanas)

Embora não esteja totalmente esclarecida até quando se deve corrigir a idade do prematuro,
a maioria dos autores recomenda utilizar a idade corrigida na avaliação do crescimento e do
desenvolvimento até os 2 anos de idade, a fim de obter a expectativa real para cada criança,
sem subestimar o prematuro ao confrontá-lo com os padrões de referência. Na avaliação do
crescimento, este ajuste é necessário para reduzir a variabilidade que existe devido ao rápido
crescimento no último trimestre de gestação e desaceleração do crescimento após o termo,
possibilitando, então, avaliação mais acurada das taxas de crescimento pós-natal e compara-
ção entre diferentes grupos de crianças.
Nos casos de crianças prematuras existem curvas específicas de crescimento que de-
vem ser utilizadas para a avaliação do estado nutricional, conforme Anexo 3 (Lancet, 2014).

Peso estimado:

Equações de estimativas de peso


Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) - 62,35
Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) - 81,69

NOTA: CP = circunferência da panturrilha; AJ = altura do joelho; CB = circunferência do braço;


DCSE = dobra cutânea subescapular
Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

42
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

A avaliação nutricional de crianças deve ser realizada comparando-se os valores encon-


trados com o padrão de referência, por meio da verificação do Escore Z ou percentil. Preco-
nizam-se como padrão-ouro internacional as curvas de crescimento da Organização Mundial
da Saúde (OMS). Para crianças acima de cinco anos de idade preconiza-se a verificação da
classificação do estado nutricional por meio das curvas desenvolvidas em 2007, que foram
estatisticamente reconstruídas a partir das referências de padrões de 1977, do National Center
for Health Statistics (NCHS)/WHO. Os índices para avaliação são: peso para idade (P/I), peso
para estatura (P/E) e IMC para idade (IMC/I).

Pontos de corte para P/I para crianças (0 a 10 anos):

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Peso muito baixo para a idade
< P3 ≥ -3 e < -2 Peso baixo para a idade
≥ P3 e < P97 ≥ -2 e < +2 Peso adequado ou eutrófico
≥ P97 ≥ +2 Peso elevado para a idade

Observação: Essa avaliação é muito adequada para o acompanhamento do ganho de peso e


reflete a situação global da criança; porém, não diferencia o comprometimento nutricional atual
ou agudo dos pregressos ou crônicos. Por isso, é importante complementar a avaliação com
outro índice antropométrico.

Pontos de corte para P/E para crianças (0 a 5 anos):

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Magreza acentuada
< P3 ≥ -3 e < -2 Magreza
≥ P3 e ≤ P85 ≥ -2 e ≤ +1 Peso adequado ou eutrófico
> P85 e ≤ P97 > +1 e <≤ +2 Risco de sobrepeso
> P97 e ≤ P99,9 > +2 e ≤ +3 Sobrepeso
> P99,9 > +3 Obesidade

Observação: Este índice expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e esta-
tura. É utilizado tanto para identificar o emagrecimento da criança, como o excesso de peso.

3.2 Estatura
A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de
crianças, pois permite avaliar o potencial de desenvolvimento físico alcançado, já que distúr-
bios na saúde e na nutrição, independentemente de suas etiologias, invariavelmente afetam o
crescimento infantil. Expressa o crescimento linear da criança. É o índice que melhor indica o
efeito cumulativo de situações adversas sobre o crescimento da criança, sendo considerado o
indicador mais sensível para aferir a qualidade de vida de uma população.

43
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura em crianças cadeirantes e


acamadas, pode-se estimar o valor da medida.

Equação de estimativa de altura para crianças


Meninos: Altura (cm) = 64,19 - (0,04 x idade em anos) + (2,02 x AJ)
Meninas: Altura (cm) = 84,88 - (0,24 x idade em anos) + (1,83 x AJ)

A avaliação de estatura de crianças e adolescentes deve ser realizada comparando-se os


valores encontrados com o padrão de referência. Preconizam-se como padrão-ouro internacio-
nal as curvas de crescimento da OMS e o índice para avaliação é a estatura para idade (E/I). A
classificação deve ser realizada de acordo com a tabela abaixo.

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Muito baixa estatura para a idade
< P3 ≥ -3 e < -2 Baixa estatura para a idade
≥ P3 ≥ -2 Estatura adequada para a idade

3.3 IMC Classificação do IMC/I para crianças acima de 5 anos:

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Magreza acentuada
< P3 ≥ -3 e < -2 Magreza
≥ P3 e ≤ P85 ≥ -2 e ≤ +1 Eutrofia
> P85 e ≤ P97 > +1 e ≤ +2 Sobrepeso
> P97 e ≤ P99,9 > +2 e ≤ +3 Obesidade
> P99,9 > +3 Obesidade grave

Este índice é utilizado para identificar o excesso de peso em crianças e tem a vantagem de
ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida.

3.4. Circunferência da Cintura (CC)


Devido à crescente prevalência da obesidade infanto-juvenil, a medida da circunferência da
cintura pode ser utilizada para avaliar a concentração de gordura abdominal. Porém, devido à
escassez de estudos associados à variação do crescimento físico em cada faixa etária, não há
um ponto de corte específico para crianças e adolescentes, sendo frequentemente utilizados os
valores propostos por Freedman e colaboradores (1999). Entretanto, acredita-se que crianças
com percentual de gordura superior a 33% e CC superior a 71 cm são mais predispostas
a risco cardiovascular. Com menos de 20% de gordura e menos de 61 cm de CC, o risco é
mínimo. Portanto, sugere-se que se valorize muito mais a evolução da medida do que a utiliza-
ção de um ponto de corte específico.

44
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Distribuição em percentis da Circunferência da Cintura (cm) para crianças de 5 a 10 anos

Idade Brancos Negros


(anos)
Masculino Feminino Masculino Feminino
Percentil Percentil Percentil Percentil
50 90 50 90 50 90 50 90
5 52 59 51 57 52 56 52 56
6 54 61 53 60 54 60 53 59
7 55 61 54 64 56 61 56 67
8 59 75 58 73 58 67 58 65
9 62 77 60 73 60 74 61 78
10 64 88 63 75 64 79 62 79
Fonte: Freedman e col., 1999.

3.5. Circunferência do Braço (CB)


Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo da criança.

Percentis para CB (cm):

Idade Sexo Masculino Sexo Feminino


(anos)
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
1 a 1,9 14,2 14,6 15,0 15,9 17,0 17,6 18,3 13,8 14,2 14,8 15,6 16,4 17,2 17,7
2 a 2,9 14,1 14,5 15,3 16,2 17,0 17,8 18,5 14,2 14,5 15,2 16,0 16,7 17,6 18,4
3 a 3,9 15,0 15,3 16,0 16,7 17,5 18,4 19,0 14,3 15,0 15,8 16,7 17,5 18,3 18,9
4 a 4,9 14,9 15,4 16,2 17,1 18,0 18,6 19,2 14,9 15,4 16,0 16,9 17,7 18,4 19,1
5 a 5,9 15,3 16,0 16,7 17,5 18,5 19,5 20,4 15,3 15,7 16,5 17,5 18,5 20,3 21,1
6 a 6,9 15,5 15,9 16,7 17,9 18,8 20,9 22,8 15,6 16,2 17,0 17,6 18,7 20,4 21,1
7 a 7,9 16,2 16,7 17,7 18,7 20,1 22,3 23,0 16,4 16,7 17,4 18,3 19,9 21,6 23,1
8 a 8,9 16,2 17,0 17,7 19,0 20,2 22,0 24,5 16,8 17,2 18,3 19,5 21,4 24,7 26,1
9 a 9,9 17,5 17,8 18,7 20,0 21,7 24,9 25,7 17,8 18,2 19,4 21,1 22,4 25,1 26,0
10 a 10,9 18,1 18,4 19,6 21,0 23,1 26,2 27,4 17,4 18,2 19,3 21,0 22,8 25,1 26,5

Fonte: FRISANCHO, 1981.

Classificação da CB em percentis:

Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95

45
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

3.6. Dobra Cutânea Tricipital (DCT)


Na avaliação da adequação das medidas de DCT, devem ser considerados os percentis
abaixo conforme idade e sexo da criança.

Percentis para DCT (mm):

Idade Sexo Masculino Sexo Feminino


(anos)
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
1 a 1,9 6 7 8 10 12 14 16 6 7 8 10 12 14 16
2 a 2,9 6 7 8 10 12 14 15 6 8 9 10 12 15 16
3 a 3,9 6 7 8 10 11 14 15 7 8 9 11 12 14 15
4 a 4,9 6 6 8 9 11 12 14 7 8 8 10 12 14 16
5 a 5,9 6 6 8 9 11 14 15 6 7 8 10 12 15 18
6 a 6,9 5 6 7 8 10 13 16 6 6 8 10 12 14 16
7 a 7,9 5 6 7 9 12 15 17 6 7 9 11 13 16 18
8 a 8,9 5 6 7 8 10 13 16 6 8 9 12 15 18 24
9 a 9,9 6 6 7 10 13 17 18 8 8 10 13 16 20 22
10 a 10,9 6 6 8 10 14 18 21 7 8 10 12 17 23 27

Fonte: FRISANCHO, 1981

Percentual de adequação de DCT (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (cm) x 100


DCT percentil 50

Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT (%):

Classificação DCT (%)


Depleção de massa grave < 70
Depleção de massa moderada 70 – 80
Depleção de massa leve 80 – 90
Massa aumentada p75 - p95
Massa adequada 90 – 110
Excesso de massa adiposa 110 – 120
Excesso elevado de massa adiposa ≥ 120

Fonte: BLACKBURN, 1979.

3.7. Circunferência Muscular do Braço (CMB)


Na avaliação da adequação das medidas de CMB, devem ser considerados os percentis
abaixo conforme idade e sexo da criança.

46
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Percentis para CMB (cm)


Idade Sexo Masculino Sexo Feminino
(anos)
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
1 a 1,9 11,0 11,3 11,9 12,7 13,5 14,4 14,7 10,5 11,1 11,7 12,4 13,2 13,9 14,3
2 a 2,9 11,1 11,4 12,2 13,0 14,0 14,6 15,0 11,1 11,4 11,9 12,6 13,3 14,2 14,7
3 a 3,9 11,7 12,3 13,1 13,7 14,3 14,8 15,3 11,3 11,9 12,4 13,2 14,0 14,6 15,2
4 a 4,9 12,3 12,6 13,3 14,1 14,8 15,6 15,9 11,5 12,1 12,8 13,6 14,4 15,2 15,7
5 a 5,9 12,8 13,3 14,0 14,7 15,4 16,2 16,9 12,5 12,8 13,4 14,2 15,1 15,9 16,5
6 a 6,9 13,1 13,5 14,2 15,1 16,1 17,0 17,7 13,0 13,3 13,8 14,5 15,4 16,6 17,1
7 a 7,9 13,7 13,9 15,1 16,0 16,8 17,7 18,0 12,9 13,5 14,2 15,1 16,0 17,1 17,6
8 a 8,9 14,0 14,5 15,4 16,2 17,0 18,2 18,7 13,8 14,0 15,1 16,0 17,1 18,3 19,4
9 a 9,9 15,1 15,4 16,1 17,0 18,3 19,6 20,2 14,7 15,0 15,8 16,7 18,0 19,4 19,8
10 a 10,9 15,6 16,0 16,6 18,0 19,1 20,9 22,1 14,8 15,0 15,9 17,0 18,0 19,0 19,7

Fonte: FRISANCHO, 1981.

Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB (%):

Classificação CMB (%)


Depleção Grave < 70%
Depleção Moderada ≥ 70% a < 80%
Depleção Leve ≥ 80% a < 90%
Eutrofia ≥ 90% a <110%

Fonte: BLACKBURN, 1979.

3.8. Área Muscular do Braço (AMB)


Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis
abaixo conforme idade e sexo da criança.

Percentis para AMB (cm²):

Idade Sexo Masculino


(anos)
5 10 15 25 50 75 85 90 95
1 a 1,9 9,7 10,4 10,8 11,6 13,0 14,6 15,4 16,3 17,2
2 a 2,9 10,1 10,9 11,3 12,4 13,9 15,6 16,4 16,9 18,4
3 a 3,9 11,2 12,0 12,6 13,5 15,0 16,4 17,4 18,3 19,5
4 a 4,9 12,0 12,9 13,5 14,5 16,2 17,9 18,8 19,8 20,9
5 a 5,9 13,2 14,2 14,7 15,7 17,6 19,5 20,7 21,7 23,2
6 a 6,9 14,4 15,3 15,8 16,8 18,7 21,3 22,9 23,8 25,7
7 a 7,9 15,1 16,2 17,0 18,5 20,6 22,6 24,5 25,2 28,6
8 a 8,9 16,3 17,8 18,5 19,5 21,6 24,0 25,5 26,6 29,0
9 a 9,9 18,2 19,3 20,3 21,7 23,5 26,7 28,7 30,4 32,9
10 a 10,9 19,6 20,7 21,6 23,0 25,7 29,0 32,2 34,0 37,1

Fonte: FRISANCHO, 1990.

47
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Idade Sexo Feminino


(anos) 5 10 15 25 50 75 85 90 95
1 a 1,9 8,9 9,7 10,1 10,8 12,3 13,8 14,6 15,3 16,2
2 a 2,9 10,1 10,6 10,9 11,8 13,2 14,7 15,6 16,4 17,3
3 a 3,9 10,8 11,4 11,8 12,6 14,3 15,8 16,7 17,4 18,8
4 a 4,9 11,2 12,2 12,7 13,6 15,3 17,0 18,0 18,6 19,8
5 a 5,9 12,4 13,2 13,9 14,8 16,4 18,3 19,4 20,6 22,1
6 a 6,9 13,5 14,1 14,6 15,6 17,4 19,5 21,0 22,0 24,2
7 a 7,9 14,4 15,2 15,8 16,7 18,9 21,2 22,6 23,9 25,3
8 a 8,9 15,2 16,0 16,8 18,2 20,8 23,2 24,6 26,5 28,0
9 a 9,9 17,0 17,9 18,7 19,8 21,9 25,4 27,2 28,3 31,1
10 a 10,9 17,6 18,5 19,3 20,9 23,8 27,0 29,1 31,0 33,1

Fonte: FRISANCHO, 1990.

Classificação do estado nutricional segundo AMB:

Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95

Fonte: BLACKBURN, 1979.

3.9. Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)


Na avaliação da adequação das medidas de DCSE, devem ser considerados os percentis
abaixo conforme idade e sexo do adolescente.

Padrões para DCSE em adolescentes:

Idade Sexo Masculino Sexo Feminino


(anos)
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
9 3,2 3,7 4,0 4,9 6,4 10,4 13,6 3,6 4,0 4,6 5,8 8,4 13,6 17,2
9,5 3,2 3,7 4,0 5,0 6,6 10,9 14,4 3,7 4,0 4,8 6,1 8,9 14,5 18,2
10 3,3 3,8 4,1 5,0 6,8 11,4 15,2 3,8 4,1 5,0 6,4 9,4 15,3 19,2
10,5 3,4 3,8 4,2 5,2 7,0 11,8 15,9 4,0 4,3 5,2 6,7 9,9 16,2 20,2

Fonte: NHANES I

48
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Guia para interpretação da CB / DCT + DCSE em crianças

Percentil Tecido Adiposo Tecido Muscular


<5 Depleção / baixa reserva Hipotrofia / baixa reserva
5 – 15 Abaixo da média / risco de déficit Abaixo da média / risco de déficit
15 – 85 Média / adequado Adequado
85 – 90 Excesso Acima da média / adequado
≥ 90 Obesidade Acima da média / adequado

Fonte: Adaptado de Lee e Nieman, 1993.

3.10. Necessidades nutricionais: Energia


Na infância, é importante a ingestão de energia na alimentação, pois ela é largamente utili-
zada no processo de crescimento. Por isso, a quantidade de energia por quilo de peso corporal
de que uma criança precisa é maior do que aquela necessária a um adulto. Em situações de
crianças internadas, imobilizadas ao leito e sem os adicionais energéticos relacionados à lesão,
a melhor opção seria determinar o consumo energético com o GEB, pois a criança praticamen-
te está em metabolismo basal. É relevante destacar que crianças de baixo peso ou retardo de
crescimento precisam de mais energia e proteína para seu crescimento e desenvolvimento.

Nas crianças, observam-se variações das recomendações nutricionais, principalmente em


função de seu crescimento e desenvolvimento. A necessidade energética é diferente entre os
sexos, sendo menor entre as meninas, em decorrência do menor estado de atividade e de acor-
do com a composição corporal.

Fórmula de bolso - calorias para idade em crianças de 0 a 12 meses:

Idade Energia (kcal/kg)


0 – 3 meses 116
3 – 6 meses 99
6 – 9 meses 95
9 – 12 meses 101

Fonte: OMS; FAO, 1985.

49
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Fórmula de bolso - calorias (kcal/kg/dia) para idade em crianças pré-escolares e escolares:

Idade Meninos Meninas


1–2 104 108
2–3 104 102
3–4 99 95
4–5 95 92
5–6 92 88
6–7 88 83
7–8 83 76
8–9 77 69
9 – 10 72 662
Fonte: OMS; FAO, 1985.

Fórmula de bolso - calorias para idade em pediatria:

Idade Energia (kcal/kg)


0 – 6 meses 108
6 – 12 meses 98
1 – 3 anos 102
4 – 6 anos 90
7 – 10 anos 70

Fonte: RDA, 1989.

As fórmulas abaixo foram desenvolvidas para crianças saudáveis, sendo necessária aten-
ção especial para pacientes em condições especiais.

Cálculo da necessidade energética de acordo com faixa etária,


sexo e grau de atividade física:

Sexo Idade Fórmula


0 – 3 meses (89 x peso) -100 + 175 (kcal para DE)
4 – 6 meses (89 x peso) - 100 + 56 (kcal para DE)
7 – 12 meses (89 x peso) - 100 + 22 (kcal para DE)
13 – 35 meses (89 x peso) - 100 + 20 (kcal para DE)
Menino 3 – 8 anos 88,5 - (61,9 x idade) + AF x (26,7 x peso) + (903 x altura metros) + 20kcal
Menina 3 – 8 anos 135,3 -(30,8 x idade) + AF x (10 x peso) + (934 x altura metros) + 20kcal
Menino 9 – 18 anos 88,5 -(61,9 x idade) + AF x (26,7 x peso) + (903 x altura metros) + 25kcal
Menina 9 – 18 anos 135,3 -(30,8 x idade) + AF x (10 x peso) + (934 x altura metros) + 25kcal

Sendo: DE = depósito de energia para crescimento; AF = atividade física; peso calculado em


kg; altura calculada em m; idade em anos.

50
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Sendo: AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,13 (pouco ativo); 1,26 (ativo); 1,42 (muito ati-
vo). AF para meninas = 1,0 (sedentária); 1,16 (pouco ativa); 1,31 (ativa); 1,56 (muito ativa).

Cálculo da necessidade energética de acordo com faixa etária, sexo e grau


de atividade física para crianças e adolescentes com excesso de peso:

Sexo Idade Fórmula


Menino 3 – 18 anos GEB = 420-(33,5 x idade) + (418 x altura) + (16,7 x peso)

GET para manutenção = 114 - (50,9 x idade) + AF x [(1161,4 x altura em


metros) + (19,5 x peso em kg)]
Menina 3 – 18 anos GEB = 516 - (26,8 x idade) + (347 x altura) + (12,4 x peso)

GET para manutenção = 389 - (41,2 x idade) + AF x [(701,6 x altura em


metros) + (15 x peso em kg)]

Sendo: peso calculado em kg; altura calculada em m; idade em anos; AF = atividade física:
AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,12 (pouco ativo); 1,24 (ativo); 1,45 (muito ativo).
AF para meninas = 1,0 (sedentária); 1,18 (pouco ativa); 1,35 (ativa); 1,60 (muito ativa).
Fonte: IOM, 2002.

Para crianças graves, algumas fórmulas são sugeridas como da OMS e de Schofield para
cálculo do GEB, considerando os fatores de correção do GEB para situações de estresse
(Pós-operatório = 1,1 a 1,3; Sepse = 1,3; Trauma = 1,2 a 1,6; Queimado = 1,2 a 2,0).

Cálculo do Gasto Energético Basal de Crianças de acordo com OMS:

Sexo Idade Fórmula


Menino < 3 anos (60,9 x peso) - 54
Menina < 3 anos (61 x peso) - 51
Menino 3 a 10 anos (22,7 x peso) + 495
Menina 3 a 10 anos (22,5 x peso) + 499

Fonte: OMS; FAO, 1985.

Cálculo do Gasto Energético Basal de Crianças de acordo com Schofield:

Sexo Idade Fórmula


Menino < 3 anos (0,167 x peso) + (15,17 x altura em cm) - 617,6
Menina < 3 anos (16,252 x peso) + (10,232 x altura em cm) - 413,5
Menino 3 a 10 anos (19,59 x peso) + (1,303 x altura em cm) + 414,9
Menina 3 a 10 anos (16,969 x peso) + (1,618 x altura em cm) + 371,2
Fonte: SCHOFIELD, 1985.

51
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Crianças desnutridas: para crianças desnutridas em recuperação, que necessitam de ofer-


ta calórica adicional para corrigir déficits de crescimento, as fórmulas podem ser calculadas
utilizando o peso observado no percentil de peso para estatura.

Recém-nascido pré-termo (RNPT): as recomendações das necessidades nutricionais dos


RNPT variam de 105 a 130 kcal/kg/dia em nutrição enteral.

3.11 Necessidades nutricionais: Proteína


A necessidade proteica em pediatria deve ser adequada de maneira quantitativa e qualitativa.
Para neonatos e crianças, a quantidade é maior do que para adultos, quando expressa em gra-
mas/peso corporal. Neonatos também diferem qualitativamente no perfil de aminoácidos quando
comparados a adultos, devido a sua limitada capacidade de sintetizar determinados aminoácidos.

Proteína para idade em pediatria:

Idade Proteína (g/kg/dia)


0 – 6 meses 2,2
6 – 12 meses 1,6
1 – 3 anos 1,2
4 – 6 anos 1,1
7 – 10 anos 1,0

Fonte: RDA, 1989.

Baixo peso ao nascer: utilizar 3 a 4 g de PTN/Kg/dia.


Criança doente grave: utilizar 1,5 g de PTN/Kg/dia.

Intervalo aceitável (em % de energia do VCT) de distribuição de proteína

Proteína 1 – 3 anos 4 – 18 anos Adultos


5 – 20 10 – 30 10 – 35

Fonte: IOM, 2002.

3.12 Necessidades nutricionais: Água


A necessidade hídrica de crianças modifica conforme a idade e sexo, e deve ser ajustada para as
condições clínicas. A necessidade hídrica em pediatria está descrita na tabela a seguir:

52
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Necessidade hídrica de crianças:

Idade Masculino Feminino


1 – 3 anos 1,3 litros 1,3 litros
4 – 8 anos 1,7 litros 1,7 litros
9 – 10 anos 2,4 litros 2,1 litros

Fonte: IOM, 2004.

A necessidade hídrica das crianças depende de sua faixa etária:

RN pré-termo: iniciar com 40-60 ml/kg, aumentar até 60-80 ml/kg. No final da primeira semana de
vida: 100-120 ml/kg e no final da segunda 130-140 ml/kg.

Recém-nascido a termo: 50-65 ml/kg no primeiro dia; 60-80 ml/kg no segundo dia; 80-100 ml/kg
até um mês; 100-150 ml/kg de um aos doze meses.

A partir do primeiro ano: até 10 kg - 100 ml/kg; de 10 a 20 kg - 1000 ml + 50 ml/kg de peso ex-
cedentes aos 10 kg; acima de 20 kg - 1500 ml + 20 ml/kg excedentes a 20 kg.

4 Particularidades da Avaliação de Adolescentes (11 a 19 anos)


Assim como em crianças, a avaliação nutricional de adolescentes deve ser realizada com-
parando-se os valores encontrados com o padrão de referência, por meio da verificação do
escore Z ou percentil. Preconizam-se como padrão-ouro internacional as curvas de cresci-
mento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em adolescentes preconiza-se a verificação
da classificação do estado nutricional por meio das curvas desenvolvidas em 2007, que foram
estatisticamente reconstruídas a partir das referências de padrões de 1977, do National Cen-
ter for Health Statistics (NCHS)/WHO.

4.1 Peso:
Aferição: Os adolescentes devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser
orientados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total.

Equações de estimativas de peso


Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) - 62,35
Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) - 81,69

NOTA: CP = circunferência da panturrilha; AJ = altura do joelho;


CB = circunferência do braço; DCSE = dobra cutânea subescapular
Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

53
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

4.2 Estatura
A avaliação de estatura de crianças e adolescentes deve ser realizada comparando-se os va-
lores encontrados com o padrão de referência. Preconizam-se como padrão-ouro internacio-
nal as curvas de crescimento da OMS e o índice para avaliação é a estatura para idade (E/I).
A classificação deve ser realizada de acordo com a tabela abaixo.

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Muito baixa estatura para a idade
< P3 ≥ -3 e < -2 Baixa estatura para a idade
≥ P3 ≥ -2 Estatura adequada para a idade

4.3 IMC
Preconizam-se como padrão-ouro internacional as curvas de crescimento da OMS e o índice
para avaliação é o IMC para idade (IMC/I). A classificação deve ser realizada de acordo com a
tabela abaixo.

Classificação do IMC/I para adolescentes:

Percentil Escore-z Classificação


< -3 Magreza acentuada
< P3 ≥ -3 e < -2 Magreza
≥ P3 e ≤ P85 ≥ -2 e ≤ +1 Eutrofia
> P85 e ≤ P97 > +1 e ≤ +2 Sobrepeso
> P97 e ≤ P99,9 > +2 e ≤ +3 Obesidade
> P99,9 > +3 Obesidade grave

Este índice é utilizado para identificar o excesso de peso em adolescentes e tem a vantagem
de ser um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida.

54
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

4.4. Circunferência da Cintura (CC)


Devido à crescente prevalência da obesidade infanto-juvenil, a medida da circunferência da
cintura pode ser utilizada para avaliar a concentração de gordura abdominal. Porém, devido
à escassez de estudos associados à variação do crescimento físico em cada faixa etária, não
há um ponto de corte específico para crianças e adolescentes, sendo frequentemente utiliza-
dos os valores propostos por Freedman e colaboradores (1999).

Distribuição em percentis da Circunferência da Cintura (cm) para adolescentes

Idade Brancos Negros


(anos)
Masculino Feminino Masculi- Feminino
no
Percentil Percentil Percentil Percentil
50 90 50 90 50 90 50 90
11 68 90 66 83 64 79 67 87
12 70 89 67 83 68 87 67 84
13 77 95 69 94 68 87 67 81
14 73 99 69 96 72 85 68 92
15 73 99 69 88 72 81 72 85
16 77 97 68 93 75 91 75 90
17 79 90 66 86 78 101 71 105

Fonte: Freedman e col., 1999.

4.5 Circunferência do Braço (CB)


Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abaixo
conforme idade e sexo do adolescente.

Percentis para CB (cm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
11 a 11,9 18,6 19,0 20,6 22,3 24,4 26,1 28,0 18,5 19,4 20,8 22,4 24,8 27,6 30,3
12 a 12,9 19,3 20,0 21,4 23,2 25,4 28,2 30,3 19,4 20,3 21,6 23,7 25,6 28,2 29,4
13 a 13,9 19,4 21,1 22,8 24,7 26,3 28,6 30,1 20,2 21,1 22,3 24,3 27,1 30,1 33,8
14 a 14,9 22,0 22,6 23,7 25,3 28,3 30,3 32,2 21,4 2,3 23,7 25,2 27,2 30,4 32,2
15 a 15,9 22,2 22,9 24,4 26,3 28,4 31,1 32,0 20,8 22,1 23,9 25,4 27,9 30,0 32,2
16 a 16,9 24,4 24,8 26,2 27,8 30,3 32,4 34,3 21,8 22,4 24,1 25,8 28,3 31,8 33,4
17 a 17,9 24,6 25,3 26,7 28,5 30,8 33,6 34,7 22,0 22,7 24,1 26,4 29,5 32,4 35,0
18 a 18,9 24,5 26,0 27,6 29,7 32,1 35,3 37,9 22,2 22,7 25,1 26,8 28,1 31,2 32,5

Fonte: FRISANCHO, 1981.

55
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Classificação da CB em percentis:

Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95

4.6 Dobra Cutânea Tricipital (DCT)


Na avaliação da adequação das medidas de DCT, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo do adolescente. Podem ser considerados os parâmetros de refe-
rência de Frisancho e NHANES I.

Percentis para DCT (mm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
11 a 11,9 6 6 8 11 16 20 24 7 8 10 13 18 24 28
12 a 12,9 6 6 8 11 14 22 28 8 9 11 14 18 23 27
13 a 13,9 5 5 7 10 14 22 26 8 8 12 15 21 26 30
14 a 14,9 4 5 7 9 14 21 24 9 10 13 16 21 26 28
15 a 15,9 4 5 6 8 11 18 24 8 10 12 17 21 25 32
16 a 16,9 4 5 6 8 12 16 22 10 12 15 18 22 26 31
17 a 17,9 5 5 6 8 12 16 19 10 12 13 19 24 30 37
18 a 18,9 4 5 6 9 13 20 24 10 12 15 18 22 26 30

Fonte: FRISANCHO, 1981.

56
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Percentis para DCT (mm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
9 4,8 5,5 6,7 8,4 11,1 14,6 17,8 6,0 6,8 8,4 11,0 14,1 18,5 21,2
9,5 4,8 5,5 6,7 8,6 11,5 15,5 18,7 6,0 6,8 8,5 11,2 14,5 19,1 22,0
10 4,9 5,6 6.8 8,8 11,9 16,4 19,8 6,1 6,9 8,6 11,4 15,0 19,8 22,8
10,5 4,9 5,6 6,9 9,0 12,4 17,4 20,8 6,2 7,0 8,8 11,6 15,4 20,4 23,5
11 4,9 5,6 7,0 9,3 12,8 18,3 21,8 6,3 7,2 9,0 11,9 15,9 21,1 24,2
11,5 6,0 5,7 7,0 9,4 13,2 19,1 22,7 6,4 7,3 9,2 12,2 16,4 21,6 24,9
12 4,9 5,7 7,1 9,6 13,4 19,8 23,4 6,6 7,6 9,5 12,6 16,9 22,2 25,6
12,5 4,9 5,6 7,1 9,6 13,6 20,2 23,9 6,7 7,8 9,8 12,9 17,5 22,8 26,2
13 4,8 5,6 7,0 9,6 13,5 20,3 24,1 6,9 8,0 10,1 13,3 18,0 23,3 26,8
13,5 4,6 5,4 6,8 9,4 13,3 20,1 24,0 7,1 8,3 10,4 13,7 18,5 23,8 27,4
14 4,5 5,3 6,6 9,1 13,0 19,6 23,7 7,3 8,5 10,7 14,1 19,0 24,2 28,0
14,5 4,3 5,1 6,4 8,7 12,5 19,0 23,2 7,5 8,8 11,1 14,5 19,5 24,7 28,5
15 4,1 4,9 6,2 8,4 12,0 18,2 22,7 7,7 9,1 11,4 14,8 20,0 25,1 29,0
15,5 3,9 4,7 5,9 8,0 11,5 17,4 22,1 7,9 9,3 11,8 15,2 20,5 25,5 29,4
16 3,8 4,6 5,8 7,7 11,2 16,8 21,6 8,0 9,6 12,2 15,6 20,9 25,9 29,8
16,5 3,8 4,5 5,6 7,4 10,9 16,2 21,3 8,2 9,8 12,5 16,0 21,3 26,3 30,1
17 3,8 4,5 5,6 7,3 10,9 16,0 21,3 8,4 10,0 12,8 16,3 21,7 26,7 30,4
17,5 3,9 4,5 5,7 7,3 11,1 16,1 21,6 8,5 10,2 13,2 16,6 22,0 27,0 30,7
18 4,2 4,6 5,9 7,5 11,7 16,6 22,3 8,6 10,4 13,5 17,0 22,2 27,3 30,9

Fonte: FRISANCHO, 1981.

Percentual de adequação de DCT (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (cm) x 100


DCT percentil 50

Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT (%):

Classificação DCT (%)


Depleção de massa grave < 70
Depleção de massa moderada 70 – 80
Depleção de massa leve 80 – 90
Massa adequada 90 – 110
Excesso de massa adiposa 110 – 120
Excesso elevado de massa adiposa ≥ 120

Fonte: BLACKBURN, 1979.

57
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

4.7. Circunferência Muscular do Braço (CMB)


Na avaliação da adequação das medidas de CMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo do adolescente.

Percentis para CMB (cm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
11 a 11,9 15,9 16,5 17,3 18,3 19,5 20,5 23,0 15,0 15,8 17,1 18,1 19,6 21,7 22,3
12 a 12,9 16,7 17,1 18,2 19,5 21,0 22,3 24,1 16,2 16,6 18,0 19,1 20,1 21,4 22,0
13 a 13,9 17,2 17,9 19,6 21,1 22,6 23,8 24,5 16,9 17,5 18,3 19,8 211 22,6 24,0
14 a 14,9 18,9 19,9 21,2 22,3 24,0 260 26,4 17,4 17,9 19,0 20,1 21,6 23,2 24,7
15 a 15,9 19,9 20,4 21,8 23,7 25,4 26,6 27,2 17,5 17,8 18,9 20,2 21,5 22,8 24,4
16 a 16,9 21,3 22,5 23,4 24,9 26,9 28,7 29,6 17,0 18,0 19,0 20,2 21,6 23,4 24,9
17 a 17,9 22,4 23,1 24,5 25,8 273 29,4 31,2 17,5 18,3 19,4 20,5 22,1 23,9 25,7
18 a 18,9 22,6 23,7 25,2 26,4 28,3 29,8 32,4 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5

Fonte: FRISANCHO, 1981.

Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB (%):

Classificação CMB (%)


Depleção Grave < 70%
Depleção Moderada ≥ 70% a < 80%
Depleção Leve ≥ 80% a < 90%
Eutrofia ≥ 90% a <110%

Fonte: BLACKBURN, 1979.

4.8. Área Muscular do Braço (AMB)

Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo do adolescente.

Percentis para AMB (cm²):


Idade (anos) Sexo Masculino
5 10 15 25 50 75 85 90 95
11 a 11,9 21,0 22,0 23,0 24,8 27,7 31,6 33,6 36,1 40,3
12 a 12,9 22,6 24,1 25,3 26,9 30,4 35,9 39,3 40,9 44,9
13 a 13,9 24,5 26,7 28,1 30,4 35,7 41,3 45,3 48,1 52,5
14 a 14,9 28,3 31,3 33,1 36,1 41,9 47,4 51,3 54,0 57,5
15 a 15,9 31,9 34,9 36,9 40,3 46,3 53,1 56,3 57,7 63,0
16 a 16,9 37,0 40,9 42,4 45,9 51,9 57,8 63,3 66,2 70,5
17 a 17,9 39,6 42,6 44,8 48,0 53,4 60,4 64,3 67,9 73,1
18 a 24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65,0 72,0

Fonte: FRISANCHO, 1990.

58
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Idade (anos) Sexo Feminino


5 10 15 25 50 75 85 90 95
11 a 11,9 19,5 21,0 21,7 23,2 26,4 30,7 33,5 35,7 39,2
12 a 12,9 20,4 21,8 23,1 25,5 29,0 33,2 36,3 37,8 40,5
13 a 13,9 22,8 24,5 25,4 27,1 30,8 35,3 38,1 39,6 43,7
14 a 14,9 24,0 26,2 27,1 29,0 32,8 36,9 39,8 42,3 47,5
15 a 15,9 24,4 25,8 27,5 29,2 33,0 37,3 40,2 41,7 45,9
16 a 16,9 25,2 26,8 28,2 30,0 33,6 38,0 40,2 43,7 48,3
17 a 17,9 25,9 27,5 28,9 30,7 34,3 39,6 43,4 46,2 50,8
18 a 24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39,0 44,2

Fonte: FRISANCHO, 1990.

Classificação do estado nutricional segundo AMB:

Classificação CMB (%)


Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95

Fonte: BLACKBURN, 1979.

4.9. Dobra Cutânea Subescapular (DCSE)

Na avaliação da adequação das medidas de DCSE, devem ser considerados os percentis


abaixo conforme idade e sexo do adolescente.

Padrões para DCSE em adolescentes:


Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
11 3,4 3,9 4,3 5,3 7,2 12,2 16,6 4,1 4,5 5,4 7,0 10,4 17,0 21,2
11,5 3,5 3,9 4,4 5,4 7,4 12,6 17,2 4,3 4,6 5,7 7,3 11,0 17,8 22,2
12 3,6 4,0 4,5 5,6 7,6 13,0 17,9 4,5 4,8 5,9 7,7 11,5 18,6 23,2
12,5 3,6 4,1 4,6 5,7 7,9 13,4 18,5 4,6 5,1 6,2 8,1 12,1 19,3 24,1
13 3,7 4,2 4,6 5,9 8,1 13,8 19,1 4,8 5,3 6,4 8,4 12,6 20,1 25,0
13,5 3,8 4,3 5,0 6,1 8,4 14,2 19,7 5,0 5,5 6,7 8,8 13,2 20,8 25,8
14 3,9 4,4 5,1 6,3 8,6 14,6 20,3 5,2 5,7 7,0 9,2 13,8 21,5 26,6
14,5 4,0 4,6 5,3 6,5 8,9 15,1 20,9 5,4 5,9 7,2 9,5 14,3 22,1 27,4
15 4,2 4,7 5,5 6,7 9,2 15,5 21,5 5,5 6,2 7,4 9,9 14,8 22,7 28,1
15,5 4,3 4,8 5,7 7,0 9,5 16,1 22,1 5,7 6,3 7,7 10,2 15,4 23,2 28,7
16 4,4 5,0 5,9 7,2 9,9 16,6 22,7 5,8 6,5 7,9 10,6 15,8 23,7 29,2
16,5 4,6 5,2 6,1 7,5 10,2 17,3 23,3 6,0 6,7 8,1 10,9 16,3 24,2 29,7
17 4,8 5,4 6,4 7,8 10,6 18,0 24,0 6,1 6,8 8,2 11,2 16,7 24,6 30,1
17,5 4,9 5,5 6,6 8,2 11,0 18,7 24,6 6,2 7,0 8,4 11,5 17,1 24,9 30,4
18 5,1 5,7 6,8 8,5 11,4 19,5 25,3 6,3 7,0 8,5 11,7 17,5 25,1 30,6

Fonte: NHANES I

59
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Guia para interpretação da CB / DCT + DCSE em adolescentes

Percentil Tecido Adiposo Tecido Muscular


<5 Depleção / baixa reserva Hipotrofia / baixa reserva
Abaixo da média / risco de
5 – 15 Abaixo da média / risco de déficit
déficit
15 – 85 Média / adequado Adequado
85 – 90 Excesso Acima da média / adequado
≥ 90 Obesidade Acima da média / adequado
Fonte: Adaptado de Lee e Nieman, 1993.

4.10. Necessidades nutricionais: Energia


Nos adolescentes, assim como nas crianças, observam-se variações das recomendações
nutricionais, principalmente em função de seu crescimento e desenvolvimento. A necessida-
de energética é diferente entre os sexos, sendo menor entre as meninas, em decorrência do
menor estado de atividade e de acordo com a composição corporal.

Fórmula de bolso - calorias para idade em pediatria:

Sexo Idade Energia (kcal/kg)


Meninos 11 – 14 anos 55
15 – 18 anos 45
Meninas 11 – 14 anos 47
15 – 18 anos 40

Fonte: RDA, 1989.

As fórmulas abaixo foram desenvolvidas para crianças saudáveis, sendo necessária atenção
especial para pacientes em condições especiais.

Cálculo da necessidade energética de acordo com faixa etária,


sexo e grau de atividade física:

Sexo Idade Fórmula


Menino 9 – 18 anos 88,5 -(61,9 x idade) + AF x (26,7 x peso) + (903 x altura metros) + 25kcal
Menina 9 – 18 anos 135,3 -(30,8 x idade) + AF x (10 x peso) + (934 x altura metros) + 25kcal

Sendo: DE = depósito de energia para crescimento; AF = atividade física; peso calculado em


kg; altura calculada em m; idade em anos.
Sendo: AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,13 (pouco ativo); 1,26 (ativo); 1,42 (muito ativo).
AF para meninas = 1,0 (sedentária); 1,16 (pouco ativa); 1,31 (ativa); 1,56 (muito ativa).
Fonte: IOM, 2002.

60
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Cálculo da necessidade energética de acordo com faixa etária, sexo e grau de atividade
física para crianças e adolescentes com excesso de peso:

Sexo Idade Fórmula


Menino 3 – 18 anos GEB = 420-(33,5 x idade) + (418 x altura) + (16,7 x peso)

GET para manutenção = 114 - (50,9 x idade) + AF x [(1161,4 x altura em


metros) + (19,5 x peso em kg)]

Menina 3 – 18 anos GEB = 516 - (26,8 x idade) + (347 x altura) + (12,4 x peso)

GET para manutenção = 389 - (41,2 x idade) + AF x [(701,6 x altura em


metros) + (15 x peso em kg)]

Sendo: peso calculado em kg; altura calculada em m; idade em anos; AF = atividade física:
AF para meninos = 1,0 (sedentário); 1,12 (pouco ativo); 1,24 (ativo); 1,45 (muito ativo). AF
para meninas = 1,0 (sedentária); 1,18 (pouco ativa); 1,35 (ativa); 1,60 (muito ativa).
Fonte: IOM, 2002.

Para adolescentes com enfermidades, algumas fórmulas são sugeridas como da OMS e de
Schofield para cálculo do GEB, considerando os fatores de correção do GEB para situações de
estresse (Pós-operatório = 1,1 a 1,3; Sepse = 1,3; Trauma = 1,2 a 1,6; Queimado = 1,2 a 2,0).

Cálculo do Gasto Energético Basal de Adolescentes de acordo com OMS:

Sexo Idade Fórmula


Menino 10 a 18 anos (17,5 x peso) + 651
Menina 10 a 18 anos (12,5 x peso) + 651

Fonte: OMS; FAO, 1985.

Cálculo do Gasto Energético Basal de Adolescentes de acordo com Schofield:

Sexo Idade Fórmula


Menino 10 a 18 anos (16,25 x peso) + (1,372 x altura em cm) + 515,5
Menina 10 a 18 anos (8,365 x peso) + (4,65 x altura em cm) + 200

Fonte: SCHOFIELD, 1985.

61
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

4.11. Necessidades nutricionais: Proteína


A necessidade proteica em pediatria deve ser adequada de maneira quantitativa e qualitativa.

Proteína para idade em pediatria:

Sexo Idade Proteína (g/kg/dia)


Meninos 11 – 14 anos 1,0
15 – 18 anos 0,9
Meninas 11 – 14 anos 1,0
15 – 18 anos 0,8

Fonte: RDA, 1989.

Adolescente doente grave: utilizar 1,5 g de PTN/Kg/dia.

Intervalo aceitável (em % de energia do VCT) de distribuição de proteína

1 – 3 anos 4 – 18 anos Adultos


Proteína
5 – 20 10 – 30 10 – 35

Fonte: IOM, 2002.

4.12. Necessidades nutricionais: Água


A necessidade hídrica de adolescentes modifica conforme a idade e sexo, e deve ser ajustada
para as condições clínicas. A necessidade hídrica em pediatria está descrita na tabela abaixo.

Necessidade hídrica de adolescentes

Idade Masculino Feminino


11 – 13 anos 2,4 litros 2,1 litros
14 – 18 anos 3,3 litros 2,3 litros

Fonte: IOM, 2004.

62
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

5. Particularidades da Avaliação de Adultos (20 a 59 anos)

5.1 Peso
Aferição: Os adultos devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser orien-
tados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e
quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total.

Peso estimado:

Equações de estimativas de peso


Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) - 62,35
Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) - 81,69

NOTA: CP = circunferência da panturrilha; AJ = altura do joelho; CB =


circunferência do braço; DCSE = dobra cutânea subescapular
Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

Equações de estimativas de peso – 18 a 60 anos


Peso (branco/homem) = (AJ x 1,19) + (CB x 3,21) - 86,82
Peso (negro/homem) = (AJ x 1,09) + (CB x 3,14) - 83,72
Peso (branco/mulher) = (AJ x 1,01) + (CB x 2,8) - 60,04
Peso (negro/mulher) = (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) - 82,48

NOTA: AJ = altura do joelho; CB = circunferência do braço


Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

5.2 Estatura
Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura, no caso dos cadeirantes e
acamados, pode-se estimar o valor da medida.

Equação de estimativa de altura para adultos (18 a 59 anos)


Altura (cm) = 2 x medida da extensão do braço até o meio do externo

Fonte: LOHMAN, 1988.

63
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Equação de estimativa de altura através da altura do joelho (25-60 anos)


Altura (branco/homem) = 71,85 + (1,88 x AJ)
Altura (negro/homem) = 73,42 + (1,79 x AJ)
Altura (branca/mulher) = 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x idade em anos)
Altura (negra/mulher) = 68,10 + (1,86 x AJ) – (0,06 x idade em anos)
Fonte: LOHMAN, 1988.

5.3. IMC
Classificação do IMC para adultos:

IMC (kg/m²) Classificação


< 16,0 Desnutrição grave
16,0 – 16,9 Desnutrição moderada
17,0 – 18,4 Desnutrição leve
18,5 – 24,9 Eutrofia
27,0 – 29,9 Sobrepeso
30,0 – 34,9 Obesidade grau I
35,0 – 39,9 Obesidade grau II
≥ 40,0 Obesidade grau III

Fonte: WHO, 1995; BRASIL, 2004.

5.4.Circunferência da Cintura (CC)

Esta medida permite uma avaliação aproximada da massa de gordura intra-abdominal e da


gordura total do corpo. É utilizada na avaliação da distribuição de gordura em adultos, vis-
to que algumas complicações, como as doenças metabólicas crônicas, estão associadas à
deposição da gordura abdominal. É utilizada como ferramenta para avaliação do risco cardio-
vascular, devendo-se considerar os pontos de corte da figura abaixo.

HOMENS MULHERES
CINTURA CINTURA
IDEAL ATÉ IDEAL ATÉ
94 80

64
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

5.5. Circunferência do Braço (CB)

Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abaixo
conforme idade e sexo.

Percentis para CB (cm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
19 a 24,9 26,2 27,2 28,8 30,8 33,1 35,5 37,2 22,1 23,0 24,7 26,5 29,0 31,9 34,5
25 a 34,9 27,1 28,2 30,0 31,9 34,2 26,2 37,5 23,3 24,0 25,6 27,7 30,4 34,2 36,8
35 a 44,9 27,8 28,7 30,5 32,6 34,5 36,3 37,4 24,1 25,1 26,7 29,1 31,7 35,6 37,8
45 a 54,9 26,7 28,1 30,1 32,2 34,2 36,2 37,6 24,2 25,6 27,4 29,9 32,8 36,2 38,4
55 a 64,9 25,8 27,3 29,6 31,7 33,6 35,5 36,9 24,3 25,7 28,0 30,3 33,5 36,7 38,5

Fonte: FRISANCHO, 1981.

Classificação da CB em percentis:

Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95

5.6. Dobra Cutânea Tricipital (DCT)

Na avaliação da adequação das medidas de DCT, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.

Percentis para DCT (mm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
19 a 24,9 4 5 7 10 15 20 22 10 11 14 18 24 30 34
25 a 34,9 5 6 8 12 16 20 24 10 12 16 21 27 34 37
35 a 44,9 5 6 8 12 16 20 23 12 14 18 23 29 35 38
45 a 54,9 6 6 8 12 15 20 25 12 16 20 25 30 36 40
55 a 64,9 5 6 8 11 14 19 22 12 16 20 25 31 36 38

Fonte: FRISANCHO, 1981.

65
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Percentual de adequação de DCT (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (cm) x 100


DCT percentil 50

Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT (%):

Classificação DCT (%)


Depleção de massa grave < 70
Depleção de massa moderada 70 – 80
Depleção de massa leve 80 – 90
Massa adequada 90 – 110
Excesso de massa adiposa 110 – 120
Excesso elevado de massa adiposa ≥ 120

Fonte: BLACKBURN, 1979.

5.7. Circunferência Muscular do Braço (CMB)

Na avaliação da adequação das medidas de CMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.

Percentis para CMB (cm):

Idade (anos) Sexo Masculino Sexo Feminino


5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
19 a 24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9
25 a 34,9 24,3 25,0 26,4 27,9 29,8 314 32,6 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4
35 a 44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2
45 a 54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30,0 31,5 32,6 18,7 19,3 20,6 22,0 23,8 26,0 27,4
55 a 64,9 23,6 24,5 26,0 27,8 29,5 31,0 32,0 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28,0
65 a 74,9 223 23,5 25,1 26,8 28,4 29,8 30,6 18,5 19,5 20,8 22,5 24,4 26,4 27,9

Fonte: FRISANCHO, 1981.

66
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB (%):

Classificação CMB (%)


Depleção Grave < 70%
Depleção Moderada ≥ 70% a < 80%
Depleção Leve ≥ 80% a < 90%
Eutrofia ≥ 90% a <110%

Fonte: BLACKBURN, 1979.

5.8. Área Muscular do Braço (AMB)

Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.

Percentis para AMB (cm2)

Idade (anos) Sexo Masculino


5 10 15 25 50 75 85 90 95
18 a 24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65,0 72,0
25 a 29,9 36,6 39,9 42,4 46,0 53,0 61,4 66,1 68,9 74,5
30 a 34,9 37,9 40,9 43,4 47,3 54,4 63,2 67,6 70,8 76,1
35 a 39,9 38,5 42,6 44,6 47,9 55,3 64,0 69,1 72,7 77,6
40 a 44,9 38,4 42,1 45,1 48,7 56,0 64,0 68,5 71,6 77,0
45 a 49,9 37,7 41,3 43,7 47,9 55,2 63,3 68,4 72,2 76,2
50 a 54,9 36,0 40,0 42,7 46,6 54,0 62,7 67,0 70,4 77,4
55 a 59,9 36,5 40,8 42,7 46,7 54,3 61,9 66,4 69,6 75,1

Fonte: FRISANCHO, 1990.

Idade (anos) Sexo Feminino


5 10 15 25 50 75 85 90 95
18 a 24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39,0 44,2
25 a 29,9 20,5 21,9 23,1 25,2 29,4 34,9 38,5 41,9 47,8
30 a 34,9 21,1 23,0 24,2 26,3 30,9 36,8 41,2 44,7 51,3
35 a 39,9 21,1 23,4 24,7 27,3 31,8 38,7 43,1 46,1 54,2
40 a 44,9 21,3 23,4 25,5 27,5 32,3 39,8 45,8 49,5 55,8
45 a 49,9 21,6 23,1 24,8 27,4 32,5 39,5 44,7 48,4 56,1
50 a 54,9 22,2 24,6 25,7 28,3 33,4 40,4 46,1 49,6 55,6
55 a 59,9 22,8 24,8 26,5 28,7 34,7 42,3 47,3 52,1 58,8

Fonte: FRISANCHO, 1990.

67
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Classificação do estado nutricional segundo AMB:

Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95

Fonte: FRISANCHO, 1981.

5.9. Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP)


Essa aferição auxilia na avaliação complementar da massa muscular.

Média e mediana do músculo adutor do polegar na mão dominante

Sexo Masculino Sexo Feminino


Idade Média (DP) Mediana (P5 e P95) Média (DP) Mediana (P5 e P95)
18-29 26 (4,26) 25 (20;35) 19,4 (3,10) 19 (16;26)
30-59 28,4 (3,12) 28 (23;33) 21,4 (2,86) 22 (17;26)

Fonte: Gonzalez et al., 2010.

Média e mediana do músculo adutor do polegar na mão não dominante

Sexo Masculino Sexo Feminino


Idade Média (DP) Mediana (P5 e P95) Média (DP) Mediana (P5 e P95)
18-29 25 (4,16) 25 (19;35) 18,3 (3,29) 17 (15;25)
30-59 27,3 (3,41) 28 (21;33) 20 (2,64) 20 (16;246)

Fonte: Gonzalez et al., 2010.

68
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

5.10. Risco Nutricional


Para a avaliação do risco nutricional de adultos recomenda-se utilizar a Avaliação Subjetiva
Global (ASG) e o Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), como descrito anteriormente.

5.11. Exame Físico


O exame físico (avaliação clínica de presença de edema, perda de tecido adiposo e muscular
e presença de lesões por pressão) deve ser realizado em adultos acamados e com risco de
desnutrição, conforme descrito anteriormente.

5.12. Necessidades nutricionais: Energia


As equações mais utilizadas para indivíduos adultos e idosos doentes são a de Harris-Bene-
dict (1919) para estimar o gasto energético de repouso, multiplicado pelo fator estresse e a
regra de bolso, quilocalorias por quilograma de peso.

Gasto Energético de Repouso (GER)


Homens GER (Kcal/dia) = 66,5 + [13,7 x peso atual (kg)] + [5 x altura (cm)] – [6,8 x idade (anos)]
Mulheres GER (Kcal/dia) = 655 + [9,6 x peso atual (kg)] + [1,9 x altura (cm)] – [4,7 x idade (anos)]

Fonte: HARRIS; BENEDICT, 1919.

OBS: Para evitar sub ou superestimar, deve ser utilizada a correção de peso corporal para
obesos e desnutridos.

69
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Fatores de correção para cálculo de demanda energética:

Acamado 1,20
Acamado + móvel 1,25
Fator atividade
Móvel ou deambulante 1,30
Entubado 1,0 - 1,1
38ºC 1,10
39ºC 1,20
Fator térmico
40ºC 1,30
41ºC 1,40
Paciente não complicado 1,0
Pós-operatório 1,10
Fratura 1,20
Sepse 1,30 - 1,80
Peritonite 1,20 - 1,50
Multitrauma + reabilitação 1,50
Multitrauma + sepse 1,60
Queimadura até 20% 1,00 - 1,50
Queimadura até 50% 1,70
Queimadura até 70% 1,80
Queimadura até 90% 2,00
Fator estresse, Câncer 1,10 - 1,45
trauma, doença, Jejum ou inanição 0,85 - 1,00
lesão ou fator Pequena cirurgia 1,0 - 1,10
injúria
Grande cirurgia 1,10 - 1,30
Fraturas múltiplas 1,20 - 1,35
Infecção leve ou mode- 1,20 - 1,40
rada
Infecção grave 1,40 - 1,80
Pancreatite 1,30 - 1,80
Insuficiência renal aguda 1,30
Insuficiência cardíaca 1,30 - 1,50
Insuficiência hepática 1,30 - 1,55
Desnutrição grave 1,50
Doença cardiopulmonar 0,80 - 1,00
Transplante de fígado 1,20 - 1,50

Fonte: BARNES, 1992.

70
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Fórmula de bolso de acordo com o objetivo:

Objetivo GET
Perda de peso 20 a 25 kcal/kg/dia
Manutenção do peso 25 a 30 kcal/kg/dia
Ganho de peso 30 a 35 kcal/kg/dia
Manutenção do peso em catabolismo 30 a 35 kcal/kg/dia
Ganho de peso em catabolismo 35 a 40 kcal/kg/dia

Fonte: MARTINS E CARDOSO, 2000.

Fórmula de bolso de acordo com o grau de estresse:

Grau de estresse GET


Sem estresse 22 a 25 kcal/kg/dia
Estresse leve 25 a 27 kcal/kg/dia
Estresse moderado 25 a 30 kcal/kg/dia
Estresse intenso 30 a 33 kcal/kg/dia
Queimado (< 30%) 30 a 35 kcal/kg/dia
Obeso 20 a 22 kcal/kg/dia

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

Para pacientes desnutridos recomenda-se de 30 a 35 kcal por kg de peso atual ou estima-


do visando o ganho de peso e a recomendação energética é a mesma para pacientes porta-
dores de lesão por pressão. Em geral, as recomendações indicam que um aporte energé-
tico de 25 a 35 kcal/kg/dia é adequado para pacientes com doenças neurológicas, exceto
em situações de sobrepeso ou obesidade em que poderá ser ligeiramente inferior.

5.13. Necessidades nutricionais: Proteína


Para indivíduos enfermos e em condições especiais, as necessidades proteicas aumentam e
as recomendações variam de acordo com o grau do estresse metabólico.

Condição Clínica Proteína (g/kg/dia)


Sem estresse metabólico 0,8
Estresse metabólico leve 1,0 - 1,2
Estresse metabólico moderado 1,2 - 1,5
Estresse metabólico intenso 1,5 - 2,0

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

71
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Condição Clínica Proteína (g/kg/dia)


Normal e sem estresse 0,8 - 1,0
Cirurgia eletiva sem complicações 1,0 - 1,2
Estresse moderado 1,1 - 1,5
Estresse grave (sepse, trauma, respiração artificial) 1,5 - 1,8
Queimadura > 20% da superfície corporal ≥ 2,0
Renal (tratamento conservador) 0,6 - 0,8 (60% AVB)
Renal (hemodiálise) 1,0 - 1,2 (50% a 80% AVB)
Renal (diálise peritonial) 1,0 - 1,3 (> 50% AVB)
Renal (CAPD) 1,0 - 1,6 (> 50% AVB)
Renal (transplante imediato ou rejeição aguda) 1,3 - 1,5
Renal (transplantado em manutenção) 1,0
Hepatite aguda 1,0 - 1,5
Hepatite crônica 0,8 - 1,0
Cirrose não alcoólica 0,8 - 1,0
Colestase e cirrose biliar primária 0,75 - 1,2
Lesões por pressão 1,25 - 1,5
Lesões por pressão graves, múltiplas e altamente 1,5 - 2,0
exsudativas
Desnutrição 1,2 – 2,0

Fonte: ESCOTT-STUMP, 1998; MARTINS, 2000.

Intervalo aceitável (em % de energia do VCT) de distribuição de proteína

1 – 3 anos 4 – 18 anos Adultos


Fator atividade
5 – 20 10 – 30 10 – 35

Fonte: IOM, 2002.

5.14. Necessidades nutricionais: Água


Em geral, para adultos e idosos, pode-se recomendar a ingestão hídrica de 30 a 40ml/kg de peso/
dia para paciente com estado de hidratação normal, assumindo função renal e cardíaca normais.

6. Particularidades da Avaliação de Idosos (acima de 60 anos)

6.1. Peso

Aferição: Idosos devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser orientados a
retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e quaisquer outros
objetos que possam interferir no peso total.

72
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Peso estimado:

Equações de estimativas de peso


Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x DCSE) - 62,35
Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) - 81,69

NOTA: CP = circunferência da panturrilha; AJ = altura do joelho; CB = circunferência do braço;


DCSE = dobra cutânea subescapular
Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

Equações de estimativas de peso – acima de 60 anos


Peso (branco/homem) = (AJ x 1,10) + (CB x 3,07) - 75,81
Peso (negro/homem) = (AJ x 0,44) + (CB x 2,86) - 39,21
Peso (branco/mulher) = (AJ x 1,09) + (CB x 2,68) - 65,51
Peso (negro/mulher) = (AJ x 1,50) + (CB x 2,58) – 84,22

NOTA: AJ = altura do joelho; CB = circunferência do braço


Fonte: CHUMLEA et al., 1985; 1988.

6.2. Estatura

Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura, no caso dos cadeirantes e


acamados, pode-se estimar o valor da medida.

Equação de estimativa de altura através da altura do joelho para idosos (>60 anos)
Altura (branco/homem) = 78,31 + (1,94 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (negro/homem) = 79,69 + (1,85 x AJ) - (0,14 x idade em anos)
Altura (branca/mulher) = 82,21 + (1,85 x AJ) - (0,21 x idade em anos)
Altura (negra/mulher) = 89,58 + (1,61 x AJ) - (0,17 x idade em anos)

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

73
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

6.3. IMC
Classificação do IMC para idosos robustos:

IMC (kg/m²) Classificação


< 16,0 Desnutrição grave
16,0 – 16,9 Desnutrição moderada
17,0 – 18,4 Desnutrição leve
18,5 – 24,9 Eutrofia
27,0 – 29,9 Sobrepeso
30,0 – 34,9 Obesidade grau I
35,0 – 39,9 Obesidade grau II
≥ 40,0 Obesidade grau III

Fonte: WHO, 1995; BRASIL, 2004.

Classificação do IMC para idosos frágeis:

IMC (kg/m²) Classificação


< 21,9 Baixo peso (risco para desnutrição)
22,0 – 26,9 Eutrofia
> 27,0 Sobrepeso

Fonte: Lipschitz, 1994.

O IMC de 22 a 27kg/m² deve ser utilizado para idosos frágeis e em algumas situações
pode-se utilizar os pontos de corte da OMS na tabela anterior.

6.4. Circunferência da Panturrilha (CP)

Valor de referência da CP: A CP é um bom indicador de sarcopenia para idosos, porém


não é sensível para adultos. Pode ser utilizada para acamados.

Valor de Referência Classificação


< 31 cm Depleção de tecido muscular - pode indicar sarcopenia

A sarcopenia é um estágio com presença de redução da massa muscular, da força e da


função (avaliada pelas AVDs básicas e AVDs instrumentais). Ressalta-se que a sarcope-
nia em idosos é diagnosticada quando: IMC < 22,0 kg/m², CP < 31 cm, força de preensão
palmar < ponto de corte próprio para idade e sexo, e lentificação da marcha (4 metros) - ≤
0,8m por segundo.

74
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

6.5. Circunferência do Braço (CB)

Na avaliação da adequação das medidas de CB, devem ser considerados os percentis abai-
xo conforme idade e sexo.

Percentis para CB (cm) para idosos:

Sexo Masculino Sexo Feminino


Idade 5 15 25 50 75 85 90 5 15 25 50 75 85 90
60-69 28,4 29,2 30,6 32,7 35,2 36,2 37,0 26,2 26,9 28,3 31,2 34,3 36,5 38,3
70-79 27,5 28,2 29,3 31,3 33,4 35,1 36,1 25,4 26,1 27,4 30,1 33,1 35,1 36,7
>80 25,5 26,2 27,3 29,5 31,5 32,6 33,3 23,0 23,8 25,5 28,4 31,5 33,2 34,0

Fonte: KUCZMARSKI et al., 2000.

Classificação da CB em percentis:

Classificação CB
Déficit severo de massa < p10
Déficit leve de massa p10 - p15
Massa adequada p15 - p75
Massa aumentada p75 - p95

6.6. Dobra Cutânea Tricipital (DCT)

Na avaliação da adequação das medidas de DCT, devem ser considerados os percentis


abaixo conforme idade e sexo.

Padrões para DCT em idosos:

Sexo Masculino Sexo Feminino


Idade 10 15 25 50 75 85 90 5 15 25 50 75 85 90
60-69 7,7 8,5 10,1 12,7 17,1 20,2 23,1 14,5 15,9 18,2 24,1 29,7 32,9 34,9
70-79 7,3 7,9 9,0 12,4 16,0 18,8 20,6 12,5 14,0 16,4 21,8 27,7 30,6 32,1
>80 6,6 7,6 8,7 11,2 13,8 16,2 18,0 9,3 11,1 13,1 18,1 23,3 26,4 28,9

Fonte: KUCZMARSKI et al., 2000.

Percentual de adequação de DCT (BURR e PHILLIPS, 1984; FRISANCHO, 1990):

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (cm) x 100


DCT percentil 50

75
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT (%):

Classificação DCT (%)


Depleção de massa grave < 70
Depleção de massa moderada 70 – 80
Depleção de massa leve 80 – 90
Massa adequada 90 – 110
Excesso de massa adiposa 110 – 120
Excesso elevado de massa adiposa ≥ 120

Fonte: BLACKBURN, 1979.

6.7. Circunferência Muscular do Braço (CMB)

Na avaliação da adequação das medidas de CMB, devem ser considerados os percentis


abaixo conforme idade e sexo.abaixo conforme idade e sexo.xo conforme idade e sexo.

Percentis para CMB (cm) para idosos:

Sexo Masculino Sexo Feminino


Idade 10 15 25 50 75 85 90 10 15 25 50 75 85 90
60-69 24,9 25,6 26,7 28,4 30,0 30,9 31,4 20,6 21,1 21,9 23,5 25,4 26,6 27,4
70-79 24,4 24,8 25,6 27,2 28,9 30,0 30,5 20,3 20,8 21,6 23,0 24,8 26,3 27,0
>80 22,6 23,2 24,0 25,7 27,5 28,2 28,8 19,3 20,0 20,9 22,6 24,5 25,4 26,0

Fonte: KUCZMARSKI et al., 2000.

Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB (%):

Classificação CMB (%)


Depleção Grave < 70%
Depleção Moderada ≥ 70% a < 80%
Depleção Leve ≥ 80% a < 90%
Eutrofia ≥ 90% a <110%

Fonte: BLACKBURN, 1979.

76
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

6.8. Área Muscular do Braço (AMB)

Na avaliação da adequação das medidas de AMB, devem ser considerados os percentis


abaixo conforme idade e sexo.

Percentis para AMB (cm²):

Sexo Masculino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
60 a 64,9 34,5 38,7 41,2 44,9 52,1 60,0 64,8 67,5 71,6
65 a 69,9 31,4 35,8 38,4 4,,3 49,1 57,3 61,2 64,3 69,4
70 a 74,9 29,7 33,8 36,1 40,2 47,0 54,6 59,1 62,1 67,3

Fonte: FRISANCHO, 1990.

Sexo Feminino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
60 a 64,9 22,4 24,5 26,3 29,2 34,5 41,1 45,6 49,1 55,1
65 a 69,9 21,9 24,5 26,2 28,9 34,6 41,6 46,3 49,6 56,5
70 a 74,9 22,2 24,4 26,0 28,8 34,3 41,8 46,4 49,2 54,6

Fonte: FRISANCHO, 1990.

Classificação do estado nutricional segundo AMB:

Classificação AMB
Déficit severo de massa muscular < p5
Déficit leve de massa muscular p5 - p15
Massa muscular normal p15 - p85
Massa muscular aumentada p85 - p95
Grande quantidade de massa muscular > p95

Fonte: BLACKBURN, 1979.

77
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Padrões para o índice de massa corporal, dobra cutânea tricipital


e circunferência do braço para idosos

Idade Sexo Índice 10 15 25 50 75 85 90


IMC 21,5 22,3 23,8 26,1 29,3 30,7 31,7
70 – 79 anos Masculino DCT 7,3 7,9 9,0 12,4 16,0 18,8 20,6
CB 25,5 28,2 29,3 31,3 33,4 35,1 36,1
IMC 19,8 21,1 22,4 25,0 27,1 28,7 29,5
+ 80 anos Masculino DCT 6,6 7,6 8,7 11,2 13,8 16,2 18,0
CB 25,5 26,2 27,3 29,5 31,5 32,6 33,3
IMC 20,7 21,4 22,6 25,9 29,9 32,1 34,5
70 – 79 anos Feminino DCT 12,5 14,0 16,4 21,8 27,7 30,8 32,1
CB 23,0 26,1 27,4 30,1 33,1 36,1 36,7
IMC 19,3 20,3 21,7 25,0 28,4 30,0 31,4
+ 80 anos Feminino DCT 9,3 11,1 13,1 18,1 23,3 26,4 29,9
CB 23,0 23,8 25,5 28,4 31,5 33,2 34,0

Fonte: NHANES III/1994

6.9. Espessura do Músculo Adutor do Polegar (EMAP)

Essa aferição auxilia na avaliação complementar da massa muscular.

Média e mediana do músculo adutor do polegar na mão dominante

Idade Sexo Masculino Sexo Feminino


Média (DP) Mediana (P5 e P95) Média (DP) Mediana (P5 e P95)
≥ 60 23,9 (4,44) 25 (18;30) 18,7 (3,30) 19 (14;25)

Fonte: Gonzalez et al., 2010.

Média e mediana do músculo adutor do polegar na mão não dominante

Idade Sexo Masculino Sexo Feminino


Média (DP) Mediana (P5 e P95) Média (DP) Mediana (P5 e P95)
≥ 60 23 (4,57) 24 (16;30) 17,8 (3,11) 18 (14;23)

Fonte: Gonzalez et al., 2010.

78
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

6.10. Risco Nutricional

Para a avaliação do risco nutricional de adultos recomenda-se utilizar a Mini Avaliação


Nutricional (MAN) e o Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), conforme descrito nos
tópico 1.5.2 e 1.5.3, respectivamente.

6.11. Exame físico

O exame físico (avaliação clínica de presença de edema, perda de tecido adiposo e muscular e
presença de lesões por pressão) deve ser realizado em idosos, como descrito anteriormente.

6.12. Necessidades nutricionais: Energia

As equações mais utilizadas para indivíduos idosos doentes são a de Harris-Benedict (1919)
para estimar o gasto energético de repouso, multiplicado pelo fator estresse e a regra de bolso
que utiliza quilocalorias por quilograma de peso, sendo as mesmas utilizadas para adultos não
idosos, segue abaixo.

Gasto Energético de Repouso (GER)


Homens GER (Kcal/dia) = 66,5 + [13,7 x peso atual (kg)] + [5 x altura (cm)] – [6,8 x idade (anos)]
Mulheres GER (Kcal/dia) = 655 + [9,6 x peso atual (kg)] + [1,9 x altura (cm)] – [4,7 x idade (anos)]

Fonte: HARRIS; BENEDICT, 1919.

OBS: Para evitar sub ou superestimar, deve ser utilizada a correção de peso corporal para
obesos e desnutridos.

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Fatores de correção para cálculo de demanda energética:

Acamado 1,20
Acamado + móvel 1,25
Fator atividade
Móvel ou deambulante 1,30
Entubado 1,0 - 1,1
38ºC 1,10
39ºC 1,20
Fator térmico
40ºC 1,30
41ºC 1,40
Paciente não complicado 1,0
Pós-operatório 1,10
Fratura 1,20
Sepse 1,30 - 1,80
Peritonite 1,20 - 1,50
Multitrauma + reabilitação 1,50
Multitrauma + sepse 1,60
Queimadura até 20% 1,00 - 1,50
Queimadura até 50% 1,70
Queimadura até 70% 1,80
Queimadura até 90% 2,00
Fator estresse, Câncer 1,10 - 1,45
trauma, doença, Jejum ou inanição 0,85 - 1,00
lesão ou fator Pequena cirurgia 1,0 - 1,10
injúria
Grande cirurgia 1,10 - 1,30
Fraturas múltiplas 1,20 - 1,35
Infecção leve ou mode- 1,20 - 1,40
rada
Infecção grave 1,40 - 1,80
Pancreatite 1,30 - 1,80
Insuficiência renal aguda 1,30
Insuficiência cardíaca 1,30 - 1,50
Insuficiência hepática 1,30 - 1,55
Desnutrição grave 1,50
Doença cardiopulmonar 0,80 - 1,00
Transplante de fígado 1,20 - 1,50

Fonte: BARNES, 1992.

80
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Fórmula de bolso de acordo com o objetivo:

Objetivo GET
Perda de peso 20 a 25 kcal/kg/dia
Manutenção do peso 25 a 30 kcal/kg/dia
Ganho de peso 30 a 35 kcal/kg/dia
Manutenção do peso em catabolismo 30 a 35 kcal/kg/dia
Ganho de peso em catabolismo 35 a 40 kcal/kg/dia

Fonte: MARTINS E CARDOSO, 2000.

Fórmula de bolso de acordo com o grau de estresse:

Grau de estresse GET


Sem estresse 22 a 25 kcal/kg/dia
Estresse leve 25 a 27 kcal/kg/dia
Estresse moderado 25 a 30 kcal/kg/dia
Estresse intenso 30 a 33 kcal/kg/dia
Queimado (< 30%) 30 a 35 kcal/kg/dia
Obeso 20 a 22 kcal/kg/dia

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

Para pacientes idosos desnutridos recomenda-se de 30 a 35 kcal por kg de peso atual ou


estimado visando o ganho de peso e a recomendação energética é a mesma para pacientes
portadores de lesão por pressão. Em geral, as recomendações indicam que um aporte ener-
gético de 25 a 35 kcal/kg/dia é adequado para pacientes com doenças neurológicas, exceto
em situações de sobrepeso ou obesidade em que poderá ser ligeiramente inferior.

6.12. Necessidades nutricionais: Proteína

Para indivíduos enfermos e em condições especiais, as necessidades proteicas aumentam e as


recomendações variam de acordo com o grau do estresse metabólico, conforme tabelas abaixo.

Condição Clínica Proteína (g/kg/dia)


Sem estresse metabólico 0,8
Estresse metabólico leve 1,0 - 1,2
Estresse metabólico moderado 1,2 - 1,5
Estresse metabólico intenso 1,5 - 2,0

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

81
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Condição Clínica Proteína (g/kg/dia)


Normal e sem estresse 0,8 - 1,0
Cirurgia eletiva sem complicações 1,0 - 1,2
Estresse moderado 1,1 - 1,5
Estresse grave (sepse, trauma, respiração artificial) 1,5 - 1,8

Queimadura > 20% da superfície corporal ≥ 2,0


Renal (tratamento conservador) 0,6 - 0,8 (60% AVB)
Renal (hemodiálise) 1,0 - 1,2 (50% a 80%
AVB)
Renal (diálise peritonial) 1,0 - 1,3 (> 50% AVB)
Renal (CAPD) 1,0 - 1,6 (> 50% AVB)
Renal (transplante imediato ou rejeição aguda) 1,3 - 1,5

Renal (transplantado em manutenção) 1,0


Hepatite aguda 1,0 - 1,5
Hepatite crônica 0,8 - 1,0
Cirrose não alcoólica 0,8 - 1,0
Colestase e cirrose biliar primária 0,75 - 1,2
Lesões por pressão 1,25 - 1,5
Lesões por pressão graves, múltiplas e altamente exsu- 1,5 - 2,0
dativas
Desnutrição 1,2 – 2,0

Fonte: CHUMLEA et al., 1998.

Observação: os idosos precisam de mais proteína (1,2 a 1,5g/kg/dia e até 2,0g/kg/dia para
idosos desnutridos) que os adultos para obter a máxima síntese proteica, e devem ingerir de
25 a 30g de proteína por refeição, enquanto os adultos devem ingerir de 15 a 20g de proteína
por refeição.

6.13. Necessidades nutricionais: Água

Em geral, para adultos e idosos, pode-se recomendar a ingestão hídrica de 30 a 40 ml/


kg de peso/dia para paciente com estado de hidratação normal, assumindo função renal e
cardíaca normais.

82
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

7. Particularidades da Avaliação de Usuários com Encefalopatia


Hipóxico Isquêmica/Paralisia Cerebral

7.1 Avaliação Nutricional

Nos casos de usuários com encefalopatia hipóxico isquêmica (paralisia cerebral), é im-
portante que o nutricionista tenha conhecimento quanto à classificação pela topografia do
acometimento neuromotor, pelo tipo de distúrbio neuromotor e pela funcionalidade, com o
intuito de fazer uma avaliação adequada do estado nutricional do usuário. Tais classifica-
ções estão descritas a seguir:

• Pela topografia do acometimento neuromotor:


- Diplegia: comprometimento dos membros inferiores;
- Triplegia: comprometimento de três membros;
- Quadriplegia: comprometimento de quatro membros;
- Hemiplegia: afetados dois membros do mesmo lado;
- Monoplegia: um membro comprometido.

Diplegia
Paralisia Espástica
Espástica Tetraparésia (predomínio
Unilateral Espástica nos M.I)

Diplegia
Assimétrica
(m. inferiores
Tetraparésia bilateralmente
Assimétrica e um dos m.
(predomínio de superiores mais
um dos lados) que o outro)

83
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

• Pelo tipo de distúrbio neuromotor:


- Espástica: lesão do córtex motor. Nesse tipo, os músculos têm, ao mesmo tempo, a
força diminuída e o tônus aumentado. Podem desenvolver deformidades osteomus-
culares. Déficit de crescimento de músculos e ossos. São comuns o comprometi-
mento da cognição, do comportamento e da fala.
- Atetoide: lesão dos núcleos da base. Movimentos amplos e involuntários, sem
modulação. Deformidades ortopédicas e o comprometimento cognitivo são menos
comuns. Alto gasto energético.
- Atáxica: lesão do cerebelo. Comprometimento do equilíbrio e coordenação. Tremor
intencional. Deformidades osteomusculares menos frequentes. São comuns as alte-
rações de fala e o comprometimento cognitivo.
- Mista: presença de mais de um tipo de distúrbio neuromotor.

• Pela funcionalidade:
Para classificar a gravidade motora nos portadores de encefalopatia hipóxico isquê-
mica habitualmente é usado o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa
que descreve cinco níveis de função motora.
- Nível I: anda sem limitações;
- Nível II: anda com limitações;
- Nível III: anda utilizando um dispositivo auxiliar de locomoção;
- Nível IV: automobilidade com limitações e pode utilizar tecnologia de apoio com motor;
- Nível V: transportado numa cadeira de rodas por terceiros.

Nível I
Marcha independente sem limtações
(domicílio e comunidade).
Pula e corre.
Velocidade, coordenação e equilíbrio prejudicados.

Nível II
Anda no domicílio e na comunidade com limita-
ções mesmo para superfícies planas. Anda de
gato em casa. Dificuldade para pular e correr.

Nível III
Anda no domicilio e na comunidade com auxilio de
muletas e andadores. Sobe escadas segurando
em corrimão. Depende da função dos membros
superiores para tocar a cadeira de rodas para lon-
gas distâncias.

84
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Nível IV
Senta-se em cadeira adaptada.
Faz transferência com a ajuda de um adulto
Anda com andador para curtas distâncias com
dificuldades em superfícies irregulares.
Pode adquirir autonomia em cadeira de rodas
motorizada.

Nível V
Necessita de adaptações para sentar-se.
E totalmente dependente em atividades de vida diá-
ria e em locomoção.
Podem tocar cadeira de rodas motorizada com
adaptações.

7.1.1. Peso

Aferição: Nos casos de usuários com neuropatias em que não é possível permanecer na
posição ereta, o adulto acompanhante deve ser pesado individualmente e em seguida ser
novamente pesado sustentando a criança no colo; o peso da criança é assim obtido sub-
traindo-se os valores. Nesses casos, o profissional deve cuidar para que sempre a pesa-
gem seja feita com roupas leves e sem tutores.

Para crianças com neuropatia devem-se usar as curvas específicas para paralisia cerebral, para
crianças de 2 a 20 anos, de acordo com o sistema de classificação de função motora grossa
(GMFCS), conforme apresentado acima. No caso de crianças menores de 2 anos, pode-se utilizar
as curvas de Krick e colaboradores, 1996, que contemplam crianças de 0 a 10 anos. Ambas as
curvas estão disponíveis nos Anexos 4 (Krick e col.) e 5 (GMFCS).
A classificação do estado nutricional destas crianças deve ser feita de acordo com a tabela abaixo:

Percentil Classificação
< P10 Desnutrição
P10 – P90 Eutrofia
> P90 Sobrepeso / Excesso de peso

85
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

7.1.2. Estatura

Aferição: Crianças com alterações neurológicas graves, particularmente com paralisia


cerebral, frequentemente apresentam deformidades ósseo-esqueléticas, espasmos mus-
culares, deficiência cognitiva, alteração do equilíbrio, convulsões, o que muitas vezes torna
inviável a aferição direta da estatura. Nos casos em que a criança não fica em pé, nem em
extensão deitada, utiliza-se o comprimento de ossos longos para obter uma base de cálculo
e assim realizar uma medida fidedigna da estatura de crianças com PC até 12 anos.

Estatura estimada: Na impossibilidade de aferição da estatura em crianças com neuropatias


e cadeirantes ou acamadas, pode-se estimar o valor da medida, conforme equação abaixo.

Equação de estimativa de altura para crianças com neuropatia


Altura (cm) = [2,69 x AJ (cm)] + 24,2

Fonte: STEVENSON, 1995.

7.1.3. IMC

Em relação às crianças e adolescentes com neuropatias, deve-se utilizar as curvas de cres-


cimento específico para a classificação do IMC, e, consequentemente do estado nutricional.

7.1.4. Exames bioquímicos

A avaliação bioquímica é útil para diagnosticar deficiências nutricionais específicas, que po-
dem ser devidas a: limitações de ingestão (como déficit de ferro, ácido fólico e vitamina B12);
escassez de elementos traços como zinco e cobre; interação de nutrientes com alguns fárma-
cos antiepiléticos (como a fenitoína e o fenobarbital, que produzem déficit de vitamina D; já o
ácido valpróico produz déficit de carnitina, que se manifesta por debilidade muscular, hipoto-
nia, cardiomiopatia, encefalopatia e miopia por armazenamento de lipídeos).
As dosagens de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina são úteis para avaliar o estado mineral
ósseo uma vez que esses pacientes tem alta prevalência de osteoporose e fraturas.

7.2. Necessidades nutricionais

7.2.1. Energia

O cálculo das necessidades energéticas pode ser feito pelo cálculo do GEB x 1,1 ou consi-
derando a altura e função motora, conforme tabela abaixo:

86
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Não apresenta disfunção motora 15 kcal/cm


Apresenta disfunção motora, mas deambula 14 kcal/cm
Não deambula 11 kcal/cm

Fonte: CULLEY, 1969.

7.2.2. Micronutrientes

Nos casos de usuários com paralisia cerebral, o profissional deve estar atento à osteope-
nia e osteoporose, mediante a aquisição adequada de massa óssea, durante a infância e
a adolescência, prevenindo essas doenças numa fase mais tardia da vida. Nos casos da
doença já instalada, o uso de vitamina D e de cálcio é fundamental na recuperação e ma-
nutenção óssea dessas crianças, além de banhos de sol que podem ser considerados para
esses usuários. Além disso, os profissionais devem estar atentos ao uso de medicamentos
que interagem com nutrientes. O quadro abaixo lista os fármacos mais comuns utilizados
por esses usuários e as interações com nutrientes.

Interação droga-nutriente em medicamentos anticonvulsivantes

Medicamento Interação
Pode ser administrado junto com alimento por via oral. Quando
Carbamazepina administrado com dieta enteral tem sua absorção diminuída.
Administrar, preferencialmente, separado da dieta.
Administrar, preferencialmente, em jejum. Não administrar ou
misturar com bebidas gaseificadas ou leite, pois pode causar
Ácido valproico
irritação da mucosa gástrica. Quando administrado com dieta
enteral tem sua absorção diminuída.
Uso prolongado pode necessitar suplementação de vitaminas
Fenobarbital D e B12, e folato. Pode ser administrado com leite ou suco.
Não deve ser administrado concomitante com a dieta enteral.
Deve ser administrado com alimento, pois diminui desconforto
Fenitoina abdominal. Não deve ser administrada concomitantemente
com a dieta enteral.
Deve ser administrado junto com alimentos para reduzir des-
Primidona
conforto gastrointestinal.

Fonte: Adaptado de Centro de Informações de Medicamentos do Hospital de


Clínicas de Porto Alegre.

87
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

7.2.3. Água

Nos usuários portadores de paralisia cerebral, a motilidade intestinal está alterada em todo
o cólon devido às alterações neurológicas o que, agregado a um grau de imobilidade, favo-
rece a constipação intestinal. A constipação intestinal é caracterizada por dor ou esforço ao
defecar, fezes ressecadas e intervalos maiores que dois dias com ausência de evacuação
e tem, como consequências, dor crônica, distensão abdominal, choro e irritabilidade, sono
inquieto, hemorroidas, fissura anal, escape fecal, indisposição, alteração do apetite e sacie-
dade precoce, alteração do humor, infecção urinária, agravamento de refluxo. A hidratação
adequada nos portadores de paralisia cerebral é de grande relevância, pois auxilia na pre-
venção e no tratamento da constipação intestinal.

8. Particularidades da Avaliação de Usuários com Síndrome de Down

A Síndrome de Down (SD) é uma anormalidade cromossômica, com repercussões meta-


bólicas. A SD pode ser associada com uma variedade de complicações e comprometimen-
to: do coração, sistema nervoso, da visão, medula, glândula tireoide, arcada dentária, dos
pulmões, do fígado, estômago, pâncreas, rins e glândula suprarrenal, da vesícula biliar, do
intestino delgado e grosso, das articulações do joelho, do quadril, entre outros.

8.1. Avaliação Nutricional

Para crianças com síndrome de Down, de 0 a 36 meses e de 2 a 18 anos de idade, recomen-


da- se consultar as curvas antropométricas específicas do Anexo 6 (MUSTACCHI, 2001).

Percentil Classificação
< P5 Baixo peso ou baixa estatura para idade
P5 – P95 Eutrofia
> P95 Excesso de peso ou alto para idade

Fonte: Cronck et al., 1988; Mustacchi, 2001.

88
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

8.2. Necessidades nutricionais

• Energia:
O cálculo das necessidades energéticas pode ser feito considerando a altura, sendo 14,3
kcal/cm para meninas e 16,1 kcal/cm para meninos.

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Anexo 1 - Valores Calóricos dos Grupos de Alimentos

92
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

93
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94
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

95
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96
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

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Anexo 2 - Curvas de Crescimento para Crianças e Adolescentes Típicos


Peso por idade meninos do nascimento até os 5 anos

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Peso por idade meninas do nascimento até os 5 anos

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Comprimento/estatura por idade meninos do nascimento aos 5 anos

100
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Comprimento/estatura por idade meninas do nascimento aos 5 anos

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IMC por idade meninos do nascimento aos 5 anos

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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

IMC por idade meninas do nascimento aos 5 anos

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MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Peso por idade meninos de 5 a 10 anos

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INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Peso por idade meninas de 5 a 10 anos

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Estatura por idade meninos de 5 aos 19 anos

106
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Estatura por idade meninas de 5 aos 19 anos

107
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

IMC por idade meninos 5 aos 19 anos

108
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

IMC por idade meninas de 5 a 19 anos

109
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Anexo 3 - Curvas de Crescimento para Prematuros

INTERGROWTH-21st
International Standards
for Size at Birth (Boys)
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
5.25 5.25
5.00 5.00
4.75 4.75
97th

Birthweight (kg)
4.50 4.50
4.25 90th 4.25
4.00 4.00
3.75 50 th 3.75
Birthweight (kg)

3.50 3.50
3.25 10 th 3.25
3.00 3rd 3.00
2.75 2.75
2.50

2.25 56
2.00 55
97th
1.75 54
90th
1.50 53
1.25 52
50th

Length (cm)
1.00 51

50
10th
49 49
3rd
48 48

47 47

46 46
Length (cm)

45 45

44 44

43 43

42

41 39

40 38
97th
39 90th 37
Head circumference (cm)

36
50th
35 35
Head circumference (cm)

34 10th 34
3rd
33 33

32 32

31 31

30 30

29 29

28 28

27 27
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Gestational age at birth (weeks)
© University of Oxford Ref: Villar J et al. Lancet 2014; 384: 857-868

110
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

INTERGROWTH-21st
International Standards
for Size at Birth (Girls)
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
5.25 5.25
5.00 5.00
4.75 4.75

Birthweight (kg)
4.50 4.50
97th
4.25 4.25
4.00
90th
4.00
3.75 3.75
Birthweight (kg)

3.50 50th 3.50


3.25 3.25
3.00 10 th
3.00
2.75 3rd 2.75
2.50

2.25 56
2.00 55
1.75 54
97th
1.50 53
90th
1.25 52

Length (cm)
1.00 51
50th
50

49 49
10th
48 48
3rd
47 47

46 46
Length (cm)

45 45

44 44

43 43

42

41 39

40 38

39 37
97th
Head circumference (cm)

90th 36

35 35
Head circumference (cm)

50th
34 34
10th
33 33
3rd
32 32

31 31

30 30

29 29

28 28

27 27
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Gestational age at birth (weeks)
© University of Oxford Ref: Villar J et al. Lancet 2014; 384: 857-868

111
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

Anexo 4 - Curvas de Crescimento para Neuropatias (0 a 2 anos)

112
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

113
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

114
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

115
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

116
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Anexo 5 - Curvas de Crescimento para Neuropatias (2 a 20 anos)

117
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

118
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

119
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

120
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

121
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

122
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

123
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

124
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

125
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

126
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

127
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

128
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

129
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

130
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

131
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

132
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

133
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

134
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

135
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

136
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

137
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

138
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

139
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

140
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

141
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

142
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

143
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

144
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

145
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

146
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

147
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

148
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

149
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

150
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

Anexo 6 - Curvas de Crescimento para Síndrome de Down

151
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

152
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

153
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

154
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

155
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

156
INSTRUTIVO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CÁLCULO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICO PROTEICAS

157
MATERIAL DE APOIO PARA NUTRICIONISTAS DA REDE SUS-BH

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