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DEFINIÇÃO

Introdução aos conceitos termodinâmicos de temperatura e dilatação.

PROPÓSITO
Compreender os conceitos de temperatura e dilatação.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica ou a calculadora de
seu smartphone ou computador.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Compreender o conceito de temperatura e as escalas termométricas


MÓDULO 2

Reconhecer a Lei Zero da Termodinâmica a partir da definição dos conceitos empíricos dos diversos tipos de dilatação
térmica

MÓDULO 1

 Compreender o conceito de temperatura e as escalas termométricas

INTRODUÇÃO
A Termodinâmica tem por assunto introdutório o estudo da temperatura, que é chamado de termologia. Nesse ramo,
estudamos a agitação molecular e como é possível medir esse grau de agitação, estabelecendo, assim, um grau
chamado de temperatura.
TEMPERATURA
Chamamos de temperatura (figura 1) a grandeza física que explicita o estado térmico de um corpo ou sistema (de corpos
ou partículas).

Fonte: HUGS_ID / Shutterstock

 Figura 1. Temperatura

Na Física, os conceitos de quente e frio divergem um pouco de sua utilização cotidiana; definimos um corpo quente
como aquele que tem suas moléculas muito agitadas, ou seja, com alta energia cinética. Já o corpo frio é aquele que
possui baixa agitação molecular.

 EXEMPLO

Quando retiramos da geladeira uma garrafa com algum líquido gelado ou um bolo quente do forno, percebemos que,
com o passar do tempo, ambos igualam sua temperatura com a do ambiente. Em outras palavras, o líquido esquenta e o
bolo esfria.

Quando dois ou mais corpos equalizam (igualam) sua temperatura, dizemos que os corpos ou o sistema de corpos
atingem o equilíbrio térmico.

MAS SE A TEMPERATURA É O GRAU DE AGITAÇÃO MOLECULAR,


COMO É MEDIDO ESSE GRAU DE AGITAÇÃO?
Por meio da quantificação da energia cinética das moléculas. É essa energia que expressa a agitação molecular, seja em
um sólido, líquido, gás ou plasma.

Vamos, então, compreender como a energia cinética das moléculas influencia diretamente a temperatura de um corpo,
uma molécula ou um conjunto de corpos e moléculas.
ENERGIA CINÉTICA DOS GASES
Vamos abordar a energia cinética dos gases para expressar como a temperatura depende do grau de agitação das
moléculas. A partir desse entendimento, sua teoria pode ser expandida para a compreensão da agitação molecular dos
demais estados da matéria. A abordagem para gases é um pouco mais simplória. Para isso, vamos considerar um gás
ideal.

A teoria cinética dos gases afirma que um gás ideal é formado por um número grande de moléculas ou átomos, que se
movem constantemente com movimento aleatório. Essas partículas se deslocam em alta velocidade e se chocam
constantemente umas com as outras e com as paredes do recipiente que armazena o gás. O volume que esse gás
ocupa é muito maior do que o volume das partículas somadas, fazendo com que as forças intermoleculares de ligação
sejam tão pequenas que possam ser desprezadas.

Diante do panorama apresentado e por existir um número muito grande de átomos por unidade de volume ( ≈ 1020

partículas por cm3), tornou-se necessário impor certas hipóteses que representam o que deve acontecer, em média, com
as partículas ou moléculas do gás. As imposições são:

GÁS IDEAL

Conjunto de moléculas ou átomos que possui movimento constante e aleatório, com sua velocidade média
relacionada à sua temperatura: quanto maior a temperatura do sistema, maior a velocidade média das moléculas.

1. As moléculas se movem em todas as direções.

2. As moléculas descrevem uma trajetória retilínea entre as colisões.

3. As colisões são perfeitamente elásticas (e (Coeficiente de restituição) = 1).

O diâmetro das moléculas é muito menor que a distância percorrida entre as colisões, o que o torna
4.
desprezível.

5. As forças intermoleculares são consideradas somente durante as colisões.

6. O tempo durante uma colisão é muito menor que o tempo entre as colisões.

As moléculas ou os átomos que compõem os gases são considerados esferas perfeitas, rígidas e
7.
extremamente pequenas.
8. O volume total ocupado pelas moléculas é muito menor que o volume do recipiente, fazendo-o ser
desprezível perante este último.

Os gases se encontram em constante movimento aleatório e estão sempre colidindo com outros átomos
9.
ou outras moléculas e com as paredes do recipiente.

Ao colidirem com a parede do recipiente, as moléculas ou os átomos transferem momento linear


10.
(quantidade de movimento) para ele e isso está diretamente relacionado com a pressão de um gás.

11. A temperatura de um gás em Kelvin é diretamente proporcional à energia cinética dos gases.

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Para podermos expressar a velocidade média de deslocamento para uma molécula ou um átomo de um gás, precisamos
utilizar os conceitos de:

Velocidade

Momento linear

Segunda lei de Newton

Pressão

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CONCEITO MOLECULAR DE PRESSÃO E


TEMPERATURA
Vamos considerar n mols de um gás ideal que estejam armazenados em uma caixa cúbica de aresta L, como mostra a
figura 2:
Fonte: Autor
 Figura 2. Caixa cúbica

A caixa possui volume (V), sendo V = L3, e o gás ocupa todo esse volume. Assim, podemos dizer que o volume do gás
também é V = L3. As paredes do cubo estão sendo mantidas à temperatura T.

As moléculas do gás no interior da caixa são livres para se mover em todas as direções, porém as velocidades das
moléculas são variáveis, pois elas colidem umas com as outras e também com as paredes da caixa.

Vamos então, de início, considerar somente as colisões elásticas com as paredes da caixa e desprezar as colisões entre
as moléculas. Também vamos considerar que cada molécula tenha massa (m) e velocidade (v).

Considerando somente moléculas que se movam no eixo (x), podemos pressupor que as moléculas que colidem
perpendicularmente com as paredes laterais alteram o sentido de sua velocidade sem alterar seu módulo, enquanto as
outras componentes permanecem inalteradas, indicando que a única mudança existente no momento linear da partícula
esteja na direção (x).

Matematicamente, podemos expressar essa mudança de momento da seguinte maneira:

(1)
MVX - ( - MVX ) = 2MVX

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É possível, então, afirmar que o momento linear transmitido da molécula para a parede é:

(2)

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O tempo (∆t) que existe entre cada colisão é o tempo que uma molécula gasta para se locomover até uma das paredes e
voltar até a outra parede, ou seja, ela percorre uma distância L duas vezes (∆S=2L) com velocidade vx.

Com essas informações, podemos utilizar o conceito de velocidade para descrever o tempo que uma molécula do gás
leva para colidir com uma das paredes:

VX=∆S∆T

∆T=∆SVX

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Substituindo ∆S por 2L, temos:

(3)
∆T=2LVX

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O resultado encontrado em (3) é válido mesmo se as moléculas se chocarem com qualquer outra parede (paredes
localizadas nos eixos y e z). Afinal, essas paredes são paralelas à trajetória e, por isso, não alteram o valor de vx.

Com (2) e (3), podemos escrever a taxa com a qual o momento linear é transmitido para a parede da seguinte maneira:

∆P∆T=2MVX2LVX

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Arrumando a equação, temos:

(4)
∆P∆T=MVX2L

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O que está escrito em (4) é a segunda lei de Newton, pois:

(5)
FR=∆P∆T=MA

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Então, se dividirmos (4) por L2, poderemos descrever a pressão que a molécula do gás exerce na parede do recipiente:

∆P∆TL2=MVX2LL2

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Como FR=∆p∆t, então:

FRL2=MVX2L3

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Como L2 é a área da parede, FRL2 é a pressão (P), assim:

(6)
P=MVX2L3

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A equação (6) foi definida para uma única molécula se chocando com as paredes do recipiente, mas possuímos um
número N de moléculas que se chocam com as paredes do recipiente. Então, a pressão nas paredes pode ser estendida
para:

(7)
P=NMVX2L3
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Quando nos referimos a um gás, é muito mais interessante falarmos sobre o número de mols desse gás do que do
número de moléculas. Assim, podemos fazer N=n·NA. Logo, a equação (7) assume a característica de:

(8)
P=N·NAMVX2L3

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Onde:

NA = número de Avogadro, que vale 6,023×1023/mol

m = massa do gás

n = número de mols

vx = velocidade em x das moléculas

L3 = volume do recipiente cúbico

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O produto m·NA é a massa molar MM do gás. Assim:

(9)
P=N·MMVX2L3

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Para generalizar a movimentação das moléculas nas três direções (x, y e z), vamos considerar que v2==vx2+vy2+vz2 e
que vx=vy=vz. Este último raciocínio nos garante que estamos considerando o movimento como aleatório, sem dar
preferência a nenhuma direção em especial. Assim:

V2=VX2+VX2+VX2=3VX2
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Logo:

(10)
VX2=13V2

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Substituindo (10) em (9), temos:

(11)
P=N·MM3V2L3

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A velocidade abordada em (11) é a velocidade média de deslocamento das moléculas do gás, que pode ser aproximada
à velocidade média quadrática (vrms), obtida de forma probabilística. Assim, podemos reescrever (11) como:

(12)
P=N·MM3VRMS2L3

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A equação (12) expressa a teoria cinética dos gases, correlacionando a pressão de um gás ao quadrado da velocidade
média de deslocamento das moléculas do gás.

Podemos expressar a velocidade média de deslocamento das moléculas como:

(13)
VRMS2=3PL3N·MM

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Como L3 é o volume V do gás, podemos reescrever a equação (13) como:

(14)
VRMS2=3PVN·MM

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Utilizando a equação dos gases ideais PV=nRT em (14), temos:

(15)
VRMS2=3NRTN·MM

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Simplificando, temos:

(16)
VRMS2=3RTMM

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A equação (16) nos remete à velocidade média quadrática de deslocamento das moléculas do gás, em função da
constante dos gases ideais (R=0,082atm·Lmol·K ou R=8,31Jmol·K), da temperatura (T) em Kelvin (K) e da massa molar
(MM) do gás ideal.

Conhecendo a velocidade média quadrática, podemos expressar a energia cinética do gás confinado no recipiente em
formato cúbico. Sabemos pela mecânica que a energia cinética é dada por Ec=mv22. Como v2 é expresso pela equação
(16), temos que a energia cinética de um gás ideal é dada por:

(17)
EC=32MRTMM

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A massa de qualquer elemento, em qualquer estado físico, é descrita pelo produto entre o número de mols e a massa
molar desse elemento, ou seja: m=n·MM. Substituindo em (17), temos:

(18)
EC=32N·MMRTMM
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Simplificando (18), temos:

(19)
EC=32N·RT

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O número de mols n é a razão entre o número de moléculas pelo número de Avogadro, ou seja: n=NNA. Assim, em (19),
temos:

(20)
EC=32NNA·RT

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A razão RNA é igual à constante de Boltzman: k=1,38×10-23JK=8,62×10-5eVK.

Substituindo essa razão em (20) e calculando a energia cinética para uma única molécula, ou seja, N=1, temos:

(21)
EC=32KT

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Para compreender melhor o conceito, vejamos um exemplo.

ELÉTRON VOLT (EV)

Unidade de energia de medida, onde 1eV=1,6×10-19J.

EXEMPLO 1
Vamos considerar que 3 mols de um gás a 373K estejam confinados em um cilindro de 5dm3. Esse gás possui uma
massa molar de 1g/mol. Qual é a pressão exercida por esse gás nas paredes do cilindro? Qual é a energia cinética das
moléculas desse gás?

SOLUÇÃO

Para encontrar a pressão, vamos substituir a equação (16) na equação (12), obtendo:

P=NMM3L3·3RTMM

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Simplificando, temos:

P=NRTL3

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Quando deduzimos a equação (12), L3 era o volume do cubo. Então, essa equação pode ser reescrita para uma ampla
utilização, que abrange recipientes de qualquer geometria, como:

(22)
P=NRTV

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Esta é a equação de Clausius-Clapeyron: a equação dos gases ideais.

Para utilizar a equação (22), precisamos ter o volume em m3. Assim:

5DM3=5×10-3M3
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Basta dividir a equação por 1000. Substituindo todos os valores em (22), temos:

P=3·8,31·3735×10-3=1,86×106PA
ou

1,86MPA

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Para determinar a energia cinética, vamos utilizar a equação (21). Assim:

EC=32·1,38×10-23·373=772,11×10-23J

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Mas a energia cinética encontrada anteriormente é a energia cinética de uma única molécula. Para encontrar o número
de moléculas, vamos utilizar a seguinte relação:

N=N·NA

N=3·6,023×1023=18,069×1023

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Então, a energia cinética total é: ECT=N·EC. Assim:

ECT=18,069×1023·772,11×10-23=1,39×104J
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ESCALAS TERMOMÉTRICAS: TERMÔMETRO


O termômetro (figura 3) é um aparelho utilizado para medir temperatura ou variações de temperatura. Esse instrumento é
composto por um elemento sensível à mudança de temperatura, fazendo-o dilatar-se quando a temperatura aumenta e
contrair-se quando a temperatura diminui.

Fonte: Marian Weyo / Shutterstock


 Figura 3. Termômetro

Não há relatos históricos precisos que afirmem quem foi o inventor do termômetro.

Existem infinitas escalas termométricas – inclusive, você pode fazer a sua –, porém três delas se destacam por sua
ampla utilidade no mundo. São elas:

ESCALA CELSIUS
A escala Celsius utiliza dois pontos de referência. O primeiro é a fusão da água (gelo), aferindo a esta a numeração de
0°C, e o segundo é a ebulição da água (vapor), aferindo a esta a numeração de 100°C. Então, como esse termômetro
vai de 0°C a 100°C, sua graduação é dividida em 100 unidades iguais.

ESCALA FAHRENHEIT
A escala Fahrenheit utiliza os mesmos pontos fixos de referência, mas atribui para o gelo o valor de 32°F e para a
ebulição da água, 212°F.

ESCALA KELVIN
A escala Kelvin (também conhecida como escala absoluta) atribui para o gelo 273K e para a ebulição da água 373K.
Note que, na medida de graus Kelvin, não é utilizado o símbolo que representa o grau à esquerda da unidade de medida.

É possível fazer a correspondência entre todas as temperaturas, ou seja, é possível saber o quanto a marcação de um
termômetro em Celsius corresponde em Fahrenheit ou Kelvin. Vamos, agora, aprender a efetuar essa correspondência.
CONVERSÃO DE CELSIUS PARA FAHRENHEIT
Vamos considerar dois termômetros, como mostra a figura 4, que marcam três temperaturas:

1 A temperatura do gelo

2 A temperatura da água em ebulição

3 Uma temperatura qualquer

Fonte: Autor
 Figura 4. Termômetros nas escalas Celsius e Fahrenheit

Para encontrar a temperatura medida em Celsius correspondente em Fahrenheit, faremos uma proporção entre
semirretas da seguinte forma:

(23)
TC-0100-0=TF-32212-32

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Ajustando a equação:

(24)
TC100=TF-32180

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Podemos simplificar ambos os denominadores da equação (24) por 20. Assim:


(25)

TC5=TF-329

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A equação (25) é a mais simplificada da conversão de temperatura entre as escalas Celsius e Fahrenheit. Vamos
verificar se ela funciona?

Vamos substituir valores característicos de fácil aferição, como, por exemplo, descobrindo qual valor a equação nos
demonstra em Celsius, quando medimos uma temperatura de 32° Fahrenheit:

TC5=32-329

TC=0°C

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Note que 32°F é a temperatura da fusão da água na escala Fahrenheit. Ao substituir na equação, encontramos o valor
da temperatura da fusão da água em Celsius.

Agora, vamos descobrir qual valor em Fahrenheit encontramos para 100°C:

1005=TF-329

20·9=TF-32

TF=180+32=212°F

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Note que 100°C é a temperatura da ebulição da água. Encontramos em Fahrenheit a temperatura equivalente à ebulição
da água, que é 212°F.

Podemos ajustar a equação (25) de tal forma que ela se torne uma função de conversão de temperatura, colocando uma
temperatura em função da outra. Se, em (25), passarmos o 5 multiplicando para o lado direito da equação, teremos:

(26)
TC=59TF-1609

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Em (26), temos uma função de conversão de temperatura de Fahrenheit para Celsius. O inverso também pode ser feito.
Tal dedução fica a seu cargo.

Essa é uma função afim do tipo: fx=ax+b, onde o coeficiente angular é 59, e o coeficiente linear é -1609. Isso significa
que o gráfico dessa função é uma reta:

A conversão da escala Celsius para a Kelvin é semelhante à conversão anterior, porém, agora vamos considerar dois
termômetros – um na escala Celsius e outro na escala Kelvin –, como mostra a figura 5:
Fonte: Autor
 Figura 5. Termômetros nas escalas Celsius e Kelvin

Agora, vamos fazer a proporção:

(27)
TC-0100-0=TK-273373-273

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Realizando as operações matemáticas:

(28)
TC100=TK-273100

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Simplificando os denominadores por 100, temos:

(29)
TC=TK-273

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Podemos, ainda, colocar essa equação em função de TC. Assim:


(30)
TK=TC+273

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Note que, em (30), de forma equivalente à equação (26), temos uma função afim, que também possui seu gráfico
descrito por uma reta, como demonstrado abaixo:

A figura 6 demonstra a correspondência entre as três escalas citadas:

Fonte: Autor
 Figura 6. Correspondência entre escalas Kelvin, Celsius e Fahrenheit

TEORIA NA PRÁTICA
Aprendemos, até o momento, a fazer conversões de temperatura por equações. Mas, em algumas situações, o que
temos é o gráfico de uma temperatura em função de outra. Então, por meio da observação de um gráfico, vamos retirar a
equação de conversão de temperatura. Vejamos:

T1 × T2

No gráfico, há duas escalas termométricas aleatórias (T1 e T2) e não existe mais nenhuma informação sobre elas.
Diante disso, podemos retirar a equação de conversão de T1 para T2, e vice-versa, escrevendo a função da reta do
gráfico.

Sabemos que o gráfico é descrito por uma reta, ou seja, trata-se de uma função afim, descrita por fx=ax+b, onde fx é T1,
e x é T2. Então, a função da reta é:

T1T2=AT2+B

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Sabemos, também, que o coeficiente angular b é o valor de T1, onde T2=0. Então, b=10. Assim:

T1T2=AT2+10

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Para encontrar a, precisamos escolher um ponto pertencente à reta. Para tal, vamos escolher o ponto (10, 20).
Substituindo na função, temos:
20=10A+10

20-10=10A

10=10A

A=1010

A=1

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Então, a função que representa a conversão de temperatura é:

T1T2=T2+10

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MÃO NA MASSA

1. A TEMPERATURA DE 1°C CORRESPONDE, EM FAHRENHEIT, A:

A) 31,0°F

B) 32,4°F

C) 33,8°F

D) 35,1°F
2. A TEMPERATURA EM CELSIUS CORRESPONDENTE A 1000K É IGUAL A:

A) 698°C

B) 727°C

C) 775°C

D) 781°C

3. UMA MOLÉCULA DE UM GÁS IDEAL ESTÁ CONFINADA EM UM RECIPIENTE DE VOLUME


TÃO MAIOR DO QUE O VOLUME DA MOLÉCULA, QUE ELE PODE SER CONSIDERADO
INFINITO. SE ESSA MOLÉCULA ESTÁ EXPOSTA A UMA TEMPERATURA DE 567°C E POSSUI
MASSA MOLAR DE 2G/MOL, PODEMOS AFIRMAR QUE ESSA MOLÉCULA POSSUI MASSA
DE:

A) 1,30×10-27Kg

B) 3,32×10-27Kg

C) 4,02×10-27Kg

D) 5,20×10-27Kg

4. EM UM TERMÔMETRO, FOI REGISTRADA UMA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA DE 30°C. EM


KELVIN, ESSA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA CORRESPONDE A:

A) 10K

B) 20K

C) 30K

D) 40K

5. UMA PESSOA GRADUOU SEU PRÓPRIO TERMÔMETRO E ATRIBUIU A ESTE O VALOR 1


PARA A ÁGUA EM FUSÃO E O VALOR 10 PARA A ÁGUA EM EBULIÇÃO. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE APRESENTA O VALOR QUE ESSE TERMÔMETRO APONTARÁ PARA UMA
TEMPERATURA AMBIENTE DE 25°C:

A) 3,25

B) 3,42

C) 3,57

D) 3,95
6. A EQUAÇÃO QUE REPRESENTA A CORRESPONDÊNCIA DA VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA EM CELSIUS COM A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM FAHRENHEIT É:

A) ∆TC=∆TF

B) ∆TC=95∆TF

C) ∆TF=59∆TC

D) ∆TC=59∆TF

GABARITO

1. A temperatura de 1°C corresponde, em Fahrenheit, a:

A alternativa "C " está correta.

Assista ao vídeo a seguir para conhecer detalhes da resolução da questão.

2. A temperatura em Celsius correspondente a 1000K é igual a:

A alternativa "B " está correta.

Da equação (29), temos:

TC=TK-273

TC=1000-273

TC=727°C

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3. Uma molécula de um gás ideal está confinada em um recipiente de volume tão maior do que o volume da
molécula, que ele pode ser considerado infinito. Se essa molécula está exposta a uma temperatura de 567°C e
possui massa molar de 2g/mol, podemos afirmar que essa molécula possui massa de:

A alternativa "B " está correta.

Assista ao vídeo a seguir para conhecer detalhes da resolução da questão.


4. Em um termômetro, foi registrada uma variação de temperatura de 30°C. Em Kelvin, essa variação de
temperatura corresponde a:

A alternativa "C " está correta.

Para solucionar esta questão, vamos considerar a equação (29):

TC=TK-273

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Como há uma variação de 30°C, vamos supor que houve um aquecimento de 0°C para 30°C. Essas temperaturas em
Kelvin correspondem a:

0=TK-273∴TK=273K

30=TK-273∴TK=303K

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Então, a variação de temperatura em Kelvin é:

∆TK=303-273=30K

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Em outras palavras, a variação de temperatura em Kelvin é, em módulo, igual à variação de temperatura em Celsius. E
isso é verdade para qualquer variação de temperatura.

5. Uma pessoa graduou seu próprio termômetro e atribuiu a este o valor 1 para a água em fusão e o valor 10 para
a água em ebulição. Assinale a alternativa que apresenta o valor que esse termômetro apontará para uma
temperatura ambiente de 25°C:

A alternativa "A " está correta.

Assista ao vídeo a seguir para conhecer detalhes da resolução da questão.


6. A equação que representa a correspondência da variação de temperatura em Celsius com a variação de
temperatura em Fahrenheit é:

A alternativa "D " está correta.

Sabemos que a conversão de temperatura de Celsius para Fahrenheit é dada pela equação (25) como:

TC5=TF-329

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Para que haja variação de temperatura, é necessária uma temperatura final, que pode ser representada pela equação
anterior, e uma temperatura inicial, que pode ser descrita como:

TC05=TF0-329

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A variação de temperatura resulta da subtração da temperatura final pela temperatura inicial. Assim:

TC5-TC05=TF-329-TF0-329

TC5-TC05=TF-TF09

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Podemos escrever:
TC-TC0=∆TC

TF-TF0=∆TF

∆TC5=∆TF9

∆TC=59∆TF

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GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. UMA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM CELSIUS É IGUAL A 55°C. ESSA MESMA


VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM FAHRENHEIT É IGUAL A:

A) 99°F

B) 88°F

C) 77°F

D) 66°F

2. A TEMPERATURA EM CELSIUS CORRESPONDENTE A 1000°F É IGUAL A:

A) 537,78°C
B) 727,13°C

C) 775,55°C

D) 781,07°C

GABARITO

1. Uma variação de temperatura em Celsius é igual a 55°C. Essa mesma variação de temperatura em Fahrenheit é
igual a:

A alternativa "A " está correta.

Sabemos que a conversão de temperatura de Celsius para Fahrenheit é dada pela equação (25) como:

TC5=TF-329

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Para que haja variação de temperatura, é necessária uma temperatura final, que pode ser representada pela equação
anterior, e uma temperatura inicial, que pode ser descrita como:

TC05=TF0-329

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A variação de temperatura resulta da subtração da temperatura final pela temperatura inicial. Assim:

TC5-TC05=TF-329-TF0-329

TC5-TC05=TF-TF09

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Podemos escrever:
TC-TC0=∆TC

TF-TF0=∆TF

∆TC5=∆TF9

∆TC=59∆TF

55=59∆TF

∆TF=99°F

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2. A temperatura em Celsius correspondente a 1000°F é igual a:

A alternativa "A " está correta.

Vamos aos cálculos:

TC5=TF-329

TC5=1000-329

TC=537,78°C
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MÓDULO 2

 Reconhecer a Lei Zero da Termodinâmica a partir da definição dos conceitos empíricos dos diversos tipos de
dilatação térmica

Fonte: The Academic Family Tree


 Figura 7. Ralph H. Fowler

INTRODUÇÃO
A Lei Zero da Termodinâmica tem essa denominação porque foi elaborada após a formulação da primeira e da segunda
leis da Termodinâmica, mas esse conceito básico antecede os conceitos destas últimas leis. Quem o formulou foi o físico
Ralph Howard Fowler, que afirmou:

RALPH HOWARD FOWLER

Físico e astrônomo britânico, um dos grandes pioneiros da astrofísica teórica, cujas contribuições foram muito
importantes para o desenvolvimento de algumas ideias fundamentais da Astrofísica moderna. Seu trabalho foi
caracterizado por uma rara combinação de percepção física e precisão matemática (CHANDRASEKHAR, 1945;
tradução livre).
SÓ EXISTIRÁ EQUILÍBRIO TÉRMICO DE DOIS CORPOS A E B COM UM
TERCEIRO C, SE A E B TAMBÉM ESTIVEREM EM EQUILÍBRIO
TÉRMICO.

Essa formulação dá sentido ao conceito de temperatura, que antecede a primeira e segunda leis da Termodinâmica.
Diante disso, para que os conceitos estivessem em ordem, denominou-se a formulação de Fowler como a Lei Zero.

LEI ZERO DA TERMODINÂMICA


O conceito intuitivo de temperatura é altamente subjetivo. As palavras quente e frio se referem à sensação térmica que
o corpo humano experimenta. Essa sensação é variável de pessoa para pessoa, e, por isso, tal conceito não é
considerado cientificamente.

Por exemplo, digamos que, em um dia frio, você toque em um metal com uma mão e com a outra toque um material
plástico. Você sabe que ambos estão à temperatura ambiente, porém você sente o metal mais frio do que o plástico. Isso
ocorre porque nosso corpo não está em equilíbrio térmico com esses materiais. Então, há a transferência de calor de seu
corpo para esses materiais. Como o metal é um bom condutor de calor, o calor flui mais rápido do seu corpo para o metal
do que para o plástico. Por isso, você sente esse metal mais frio.

Para o corpo humano, a perda de calor é representada pela sensação de frio, enquanto o ganho de calor é representado
pela sensação de quente.

Diante disso, a ciência Física adotou o conceito de temperatura e estabeleceu que, entre corpos de temperaturas
distintas, há troca de energia na forma de calor até que esses corpos entrem em equilíbrio térmico, pois corpos de
temperaturas iguais não trocam energia térmica entre si.

Vejamos um exemplo.

EXEMPLO 2

Vamos nos basear nos líquidos A, B e C da figura a seguir:

A
Fonte: Autor

Fonte: Autor

C
Fonte: Autor

 Figura 8: Fluidos A, B e C

Consideremos, primeiramente, que TA>TB, e que TB=TC. Se colocarmos os líquidos A e B juntos em um sistema isolado
e dermos tempo a eles, o fluido A cederá energia na forma de calor ao fluido B até suas temperaturas se igualarem.

Fonte: Autor

B
Fonte: Autor

 Figura 9: Fluidos A e B em um sistema isolado

Nesse caso, a temperatura de A diminuirá, e a temperatura de B aumentará. Quando as temperaturas se igualarem, o


calor entre A e B cessará e, então, eles ficarão em equilíbrio térmico entre si. Porém, agora, a temperatura de B se
alterou, e isso retirou B do equilíbrio térmico com C. Nosso panorama no momento é de: TA=TB≠TC.

Mas, se colocarmos A e C juntos em um sistema isolado e dermos tempo a eles, o fluido A cederá energia na forma de
calor ao fluido C até suas temperaturas se igualarem.

Fonte: Autor

C
Fonte: Autor

 Figura 10: Fluidos A e C em um sistema isolado

Agora, temos:

TA=TC≠TB

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MAS POR QUE AS TEMPERATURAS DOS TRÊS FLUIDOS NÃO


FICARAM IGUAIS, JÁ QUE TA ESTAVA IGUAL A TB?
Porque quando A entrou em contato com C, trocou energia na forma de calor com ele, o que alterou sua temperatura,
fazendo-a ficar diferente da temperatura do fluido B.

ENTÃO, COMO PODEMOS IGUALAR A TEMPERATURA DOS TRÊS


FLUIDOS?
Fazendo os três trocarem energia na forma de calor entre si, como mostra a figura a seguir.

A
Fonte: Autor

Fonte: Autor

B
Fonte: Autor

 Figura 11: Troca de calor entre os fluidos A, B e C

Na figura 11, temos o fluido C entre os fluidos A e B. Nesse caso, o fluido C troca calor com A e também troca calor com
B. Assim, os três corpos entrarão em equilíbrio térmico e cessarão a troca de calor. Nessa situação, temos: TA=TC e
TC=TB. Então, podemos afirmar que TA=TB, ou que TA=TC=TB.

O entendimento da Lei Zero da Termodinâmica explica por que, em uma sala, os objetos estão todos a uma mesma
temperatura, ou por que, dentro de uma panela com água fervente, todos os alimentos que se encontram lá estão à
mesma temperatura. Essa lei nos demonstra, ainda, por que, quando a temperatura do meio ambiente está baixa (menor
que 36°C), nós perdemos calor e sentimos frio e, quando a temperatura do meio ambiente está alta (maior que 36°C),
nós sentimos calor.

DILATAÇÃO TÉRMICA

Quando um corpo tem sua temperatura alterada, suas dimensões também se alteram, podendo dilatar (caso ele seja
aquecido) ou se contrair (caso ele seja resfriado).

Existem quatro tipos de dilatações térmicas:

1. Dilatação ou contração térmica linear

2. Dilatação ou contração térmica superficial

3. Dilatação ou contração térmica volumétrica

4. Dilatação ou contração térmica dos líquidos

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Vamos entendê-los.

1. DILATAÇÃO OU CONTRAÇÃO TÉRMICA LINEAR

A dilatação ou contração térmica linear ocorre quando temos um corpo delgado. Como exemplo, podemos citar um fio
longo, um vergalhão ou um trilho de trem.

Fonte: Leninphoto / Shutterstock


 Figura 12. Trilho de trem empenado pelo aquecimento

CORPO DELGADO

Aquele que possui seu comprimento muito maior do que as outras dimensões, o que nos permite considerar as
outras dimensões desprezíveis.

Matematicamente, o comprimento de um corpo delgado sofre dilatação ou contração devido à variação de temperatura,
de acordo com a função:

(31)
L∆T=L0+L0Α∆T

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Onde:
L∆T = comprimento final em metros (m)

L0 = comprimento inicial em metros (m)

α = coeficiente de dilatação linear em Celsius a menos 1 (°C-1)

∆T = variação de temperatura em Celsius (°C) (∆T=T-T0)

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Também podemos escrever a variação de comprimento (∆L) sofrida, devido ao fato de o corpo delgado experimentar
uma variação de temperatura (∆T). Assim, passando L0 para o lado esquerdo, temos:

L∆T-L0=L0Α∆T
(32)

∆L=L0Α∆T

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Por fim, ainda podemos escrever a variação percentual de comprimento, devido à variação de temperatura, da seguinte
maneira:

∆LL0=L-L0L0 (33)

(variação relativa do comprimento)

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Dividindo ambos os lados da equação (33) por 100:

(34)

∆L100L0=L-L0L0×1100
∆L%=100L-L0L0%

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Vamos, agora, solucionar um exemplo para que possamos fixar a teoria.

EXEMPLO 3

Considere que, em um local onde a temperatura no verão é de 41°C, esteja uma estrada de ferro (trilhos para locomoção
do trem). Esses trilhos possuem um comprimento natural de 5m a 20°C. Se o coeficiente de dilatação linear do ferro é de
12×10-6°C-1, qual deve ser a distância entre os trilhos na instalação, para que não haja perigo de o trem descarrilar?

SOLUÇÃO

Vamos, agora, assistir a um vídeo que apresenta a solução do exemplo 3.

2. DILATAÇÃO OU CONTRAÇÃO TÉRMICA SUPERFICIAL

Este tipo de dilatação ou contração ocorre de forma semelhante à dilatação ou contração linear. Vamos fazer uma
pequena retrospectiva.

Na dilatação linear, temos o comprimento muito maior do que as outras dimensões do corpo, como largura e
profundidade, o que faz elas tenderem a zero quando comparadas com seu comprimento.

Já na dilatação ou contração superficial, duas de suas dimensões possuem grandezas equivalentes, e a espessura (e) é
muito menor do que as duas dimensões.
Fonte: Autor

L~L≫E

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 Figura 13: Dimensões e espessura de um corpo

Nesse caso, temos uma dilatação da superfície do material. Matematicamente, essa dilatação é determinada como:

(35)
A∆T=A0+A0Β∆T

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Onde:

A∆T = área final da superfície em metros quadrados (m2)

A0 = área inicial da superfície em metros quadrados (m2)

β = coeficiente de dilatação superficial em graus Celsius a menos um (°C-1)

∆T = variação da temperatura em graus Celsius (°C) (∆T=T-T0)


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Essa equação descreve a dilatação ou contração superficial, calculando a área final de uma superfície que experimenta
uma variação de temperatura.

Para compreender melhor o conceito, vamos acompanhar os próximos exemplos.

EXEMPLO 4

Um disco metálico possui raio de 25cm a 40°C e coeficiente de dilatação superficial de 24×10-6°C-1. À temperatura
ambiente de 27°C, esse disco possui que diâmetro?

SOLUÇÃO

Para solucionar essa questão, utilizaremos a equação (35), porém, antes, é necessário calcular a área do disco a 40°C.

A área de um disco é a área de um círculo, que é dada por πR2. Assim:

A0=Π·0,252=0,0625ΠM2

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Note que 25cm foram divididos por 100 para utilizarmos a unidade metros, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI).

Agora que sabemos a área inicial, podemos substituir todos os valores conhecidos na equação (35):

A∆T=A0+A0Β∆T

A∆T=0,0625Π+0,0625Π·24×10-6·27-40

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Veja que, nesta equação, ∆T=27-40. Afinal, o disco está a 40°C e será resfriado a 27°C. Então, o delta (∆) é sempre a
grandeza final menos a grandeza inicial. Voltando ao cálculo:
A∆T=0,0625Π+0,0625Π·24×10-6·27-40

A∆T=0,0625Π-19,5Π×10-6

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Vamos, agora, colocar ambos os números em notação científica:

A∆T=6,25Π×10-2-1,95Π×10-5M2

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Observe que a ordem de grandeza de 1,95π×10-5 é muito menor do que a ordem de grandeza de 6,25π×10-2, o que
podemos representar como:

1,95Π×10-5≪6,25Π×10-2

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Nesse caso, podemos desconsiderar o valor de 1,95π×10-5 e afirmar que a área final é igual a:

A∆T=0,0625ΠM2

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Essa área é igual à área inicial A0, ou seja:

A∆T=A0
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Você deve estar se perguntando:

MAS O QUE SIGNIFICA ESSE RESULTADO? QUAL É A FINALIDADE


DESSES CÁLCULOS? ERA SÓ DIZER QUE SE TRATAVA DO MESMO
RACIOCÍNIO?
Entenda: você não fez esses cálculos à toa! De fato, você constatou que, para essa variação de temperatura, não há
uma variação relevante na superfície desse material. Isso significa que, para haver uma variação considerável, a
variação de temperatura deve ser maior.

Concluindo o exemplo, como não houve variação expressiva da área, podemos afirmar que o raio a 27°C é igual ao raio
a 40°C, que é de 25cm. Assim, o diâmetro, que é o dobro do raio, é de 50cm.

Agora, vamos continuar com o exemplo anterior e determinar qual deve ser a variação de temperatura para que o disco

aumente sua área em 0,01m2, ou seja, A∆T=A0+0,01. Para tal, ainda precisamos utilizar a equação (36):

A∆T=A0+A0Β∆T

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Como A∆T=A0+0,01, temos:

A0+0,01=A0+A0Β∆T

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Isolando ∆T, temos:

∆T=A0+0,01-A0A0Β=0,01A0Β

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Substituindo os valores:
∆T=0,010,0625Π·24×10-6=0,002122×106°C

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Colocando em notação científica:

∆T=2,122×103°C

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Ou ainda:

∆T=2122°C

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Isso significa que esse disco apresentaria um aumento de área de 0,01m2 se sofresse uma variação de temperatura de
2122°C, como, por exemplo, ser aquecido de 27°C a 2149°C.

EXEMPLO 5

Vamos, agora, considerar um exemplo em que exista um disco com um furo em seu centro:
Fonte: Sanit Ratsameephot / Shutterstock
 Figura 14. Disco perfurado

Para ilustrar, vamos considerar um coeficiente de dilatação superficial hipotético de 0,2°C-1. Imagine que o disco tenha
raio R0=1m, e que o furo tenha raio r0=0,1m a 20°C. Então, se o disco é aquecido a 100°C, vamos determinar:

O raio final do disco.

O raio final do furo.

A área útil do disco.

SOLUÇÃO

Primeiramente, vamos determinar a área do disco, sem considerar o furo, e a área do furo:

A0DISCO=ΠR02=Π12=ΠM2

A0FURO=Π0,12=Π1×10-12=Π×10-2M2

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Vamos determinar a área final do disco, sem considerar o furo, utilizando a equação (35):
A∆T=A0+A0Β∆T

ADISCO∆T=Π+Π·0,2·100-20=17ΠM2

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Então, como a área do disco é πR2, podemos determinar seu raio final:

ΠR2=17Π

R2=17

R=17

R=4,12M

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Agora, vamos determinar o raio do furo a 100°C. Para isso, vamos imaginá-lo como um disco de raio inicial
r0=0,1m e área inicial de A0furo=π×10-2m2. Assim, utilizando a equação (35), temos:

A∆T=A0+A0Β∆T

A∆T=Π×10-2+Π×10-2·0,2·100-20
A∆T=17Π×10-2M2=0,17ΠM2

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Então, como a área do disco é πr2, podemos determinar seu raio final:

ΠR2=0,17Π

R=0,17=0,41M

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A área útil do disco é dada pela área do disco menos a área do furo. Assim:

AÚTIL=ADISCO-AFURO

AÚTIL=17ΠM2-0,17ΠM2=16,83ΠM2

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Como vimos, com o aquecimento do material, houve aumento tanto de sua área superficial quanto do tamanho do furo.
Verificamos isso pelo aumento de sua área com o aquecimento e pelo fato de o raio final, tanto do disco quanto do furo,
ser maior a 100°C.

Quando um material é isotrópico, o coeficiente de dilatação superficial possui esta correlação com o coeficiente de
dilatação linear:

(36)
Β=2Α

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De forma semelhante ao que fizemos na dilatação linear, também podemos escrever as equações de variação da área e
a variação percentual da área:

(37)
∆A=A0Β∆T

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(38)
∆AA0=A-A0A0

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(39)
∆A%=100A-A0A0%

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MATERIAL ISOTRÓPICO

Material que possui as mesmas características físicas e químicas para qualquer direção.

3. DILATAÇÃO OU CONTRAÇÃO TÉRMICA VOLUMÉTRICA

A dilatação volumétrica ocorre quando todas as dimensões do material possuem ordem de grandeza equivalente. Logo,
todas as suas dimensões apresentam uma dilatação representativa, ou seja, nenhuma é tão pequena que possa ser
desprezada.

Para ilustrar, vamos considerar um cubo:


Fonte: Autor
 Figura 15. Cubo de lado L.

Ao ser aquecido ou resfriado, todas essas dimensões igualitariamente se alteram. Matematicamente, a equação do
volume em função da variação de temperatura é igual a:

(40)
V∆T=V0+V0Γ∆T

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Onde:

V∆T = volume final em metros cúbicos (m³)

V0 = volume inicial em metros cúbicos (m³)

γ = coeficiente de dilatação volumétrica em graus Celsius a menos um (°C-1)

∆T = variação de temperatura em graus Celsius (°C) (∆T=T-T0)

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Se o material for isotrópico, podemos afirmar que:

(41)

Γ=3Α
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De forma semelhante ao que fizemos na dilatação ou contração linear e na dilatação ou contração superficial, podemos
afirmar que:

(42)
∆V=V0Γ∆T

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(43)
∆VV0=V-V0V0

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(44)
∆V%=100V-V0V0%

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Vamos exemplificar tal fenômeno.

EXEMPLO 6

Considere uma esfera de ferro, cujo coeficiente de dilatação linear seja 12×10-6°C-1. Essa esfera possui um raio de 1m
a 27°C. Se ela for aquecida até 212°C, quais serão seu volume e seu raio a essa temperatura?

SOLUÇÃO

Primeiramente, devemos determinar o volume da esfera a 27°C. Assim:


V27°C=43ΠR27°C3

V27°C=43Π·13

V27°C=43ΠM3

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Para encontrar seu volume a 212°C, vamos utilizar a equação (40). Logo:

V∆T=V0+V0Γ∆T

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Note que, nessa equação, precisamos do coeficiente de dilatação volumétrica γ, mas o enunciado nos informou o
coeficiente de dilatação linear. Então, utilizando a equação (41), temos:

Γ=3Α

Γ=3·12×10-6=36×10-6°C-1

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Substituindo os valores em (40), temos:

V∆T=43Π+43Π·36×10-6·212-27
V∆T=1,33Π+0,008880Π

V∆T=1,338880ΠM3

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Agora que conhecemos o volume em 212°C, podemos utilizar a equação do volume da esfera para determinar seu raio a
essa temperatura:

43ΠR3=1,338880Π

R=34·1,338880ΠΠ

R=1,001M

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Em outros termos, mesmo se a esfera for aquecida de 27°C a 212°C, ou seja, mesmo se sofrer uma variação de
temperatura de 185°C, seu volume se alterará tão pouco, que seu raio será praticamente o mesmo, podendo chegar a,
aproximadamente, 1m.

Nesse caso, qual seria a variação percentual de volume? Utilizando a equação (44), temos:

∆V%=100V-V0V0%

∆V%=1001,001-11%=100·0,001=0,1%

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Em variação relativa de volume, isso equivale a:

∆VV0=0,1%100=0,001

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Em outras palavras, podemos afirmar que a variação de volume é praticamente nula.

4. DILATAÇÃO OU CONTRAÇÃO TÉRMICA DOS LÍQUIDOS

Um líquido é um estado da matéria que permite a certo volume se adequar a qualquer recipiente que o confina. Por
exemplo, a água que está em uma garrafa se adéqua a um copo. O líquido não tem forma. Por isso, adéqua-se com
facilidade a qualquer geometria. Mas, apesar de mudar de forma com facilidade, não altera seu volume.

Aquecer ou resfriar um líquido se torna um desafio, pois temos de considerar o recipiente que o confine, uma vez que ele
também se dilata ou se contrai com a variação da temperatura.

Como o líquido não tem forma, consideramos que sua dilatação seja sempre volumétrica, e afirmamos que sua dilatação
real (∆VRe) é igual à soma da dilatação aparente (∆Vap) desse líquido no interior do recipiente com a dilatação do
recipiente (∆VR). Matematicamente, podemos escrever:

(45)
∆VRE=∆VAP+∆VR

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Vamos, agora, discutir no exemplo 7 como encontraremos o volume final de um líquido que está dentro de um recipiente
graduado.

EXEMPLO 7

Considere uma jarra graduada, como mostra a figura a seguir:


Fonte: NotionPic / Shutterstock
 Figura 16. Jarra graduada

Essa jarra, que é um cilindro de base reta com raio de 10cm e altura de 30cm, está preenchida com 55% de seu volume.
Ela é de vidro e possui um coeficiente de dilatação volumétrico igual a 3,2×10-6°C-1. O líquido em seu interior possui um
coeficiente de dilatação volumétrica igual a 11,2×10-4°C-1.

Considere, também, que a jarra e o líquido estejam em equilíbrio térmico a 27°C e, então, sejam levados a um forno,
onde sejam aquecidos até 98°C. Admitindo que o líquido não mude de fase durante esse aquecimento, determine a real
dilatação do líquido.

SOLUÇÃO

Precisamos compreender um conceito para solucionar esse exemplo. Ao se dilatar com o aumento da temperatura, a
jarra aumenta seu volume interno. Por isso, a dilatação real do líquido é igual à soma da dilatação aparente do líquido
com a dilatação do recipiente. Assim, utilizando a equação (45), temos:

∆VRE=∆VAP+∆VR

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Da equação (42), podemos reescrever a (45) como:

(46)
∆VRE=V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T+V0JARRAΓJARRA∆T
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Antes de substituir os valores, precisamos determinar o volume inicial da jarra e o volume inicial do líquido:

V0JARRA=ΠR2H

(volume do cilindro)

V0JARRA=Π0,12·0,3=9,42×10-3M3

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Os valores de 10cm e 30cm foram passados para metros.

O volume inicial do líquido corresponde a 55% do volume da jarra. Assim:

V0LÍQUIDO=0,55·V0JARRA

V0LÍQUIDO=0,55·9,42×10-3M3=5,18×10-3M3

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Retornando à equação (46) e substituindo valores, temos:

∆VRE=5,18×10-3·11,2×10-498-27+9,42×10-3·3,2×10-6·98-27
∆VRE=4,20×10-4+2,1×10-6M3

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Agora, vamos colocar as duas parcelas da adição com a mesma base de 10, optando por 10-6. Assim:

∆VRE=420×10-6+2,1×10-6M3
∆VRE=422,1×10-6M3

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Para encontrar o volume final do líquido, precisamos considerar que:

∆V=V-V0

422,1×10-6=V-5,18×10-3

V=422,1×10-6+5,18×10-3

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Colocando ambas em 10-3:

V=0,4221×10-3+5,18×10-3

V=5,6021×10-3M3

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Esse resultado nos apresenta que, com a variação de temperatura de 27°C a 98°C, o líquido sofre uma variação de
volume de 422,1×10-6m3, saindo de um volume de 5,18×10-3m3 e alcançando um volume de 5,6021×10-3m3.

TEORIA NA PRÁTICA
Vamos considerar a mesma situação do exemplo 7: a jarra com 10cm de raio e 30cm de altura, e o líquido que ocupa
55% de seu volume a 27°C. A jarra é de vidro e possui um coeficiente de dilatação volumétrico igual a 3,2×10-6°C-1, e o
líquido em seu interior possui um coeficiente de dilatação volumétrica igual a 11,2×10-4°C-1.

Vamos encontrar em qual temperatura é possível fazer o líquido transbordar da jarra. Para isso, vamos considerar que o
líquido não evapore em hipótese alguma.

SOLUÇÃO

Para encontrar a temperatura a que o líquido transborda, primeiro precisamos saber em que temperatura o volume do
líquido se equipara ao volume da jarra, ou seja, quando o líquido fica na boca da jarra e transborda com qualquer gota a
mais.

Primeiramente, vamos determinar os volumes iniciais da jarra e do líquido:

V0JARRA=ΠR2H

V0JARRA=Π0,12·0,3=9,42×10-3M3

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Os valores de 10cm e 30cm foram passados para metros.

O volume inicial do líquido corresponde a 55% do volume da jarra. Assim:

V0LÍQUIDO=0,55·V0JARRA

V0LÍQUIDO=0,55·9,42×10-3M3=5,18×10-3M3

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Então, onde os volumes do líquido e da jarra se igualam, temos:

VLÍQUIDO=VJARRA
V0LÍQUIDO+V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T=V0JARRA+V0JARRAΓJARRA∆T

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Como queremos encontrar a temperatura em que os volumes são iguais, vamos isolar o ∆T:

V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T-V0JARRAΓJARRA∆T=V0JARRA-V0LÍQUIDO

∆TV0LÍQUIDOΓLÍQUIDO-V0JARRAΓJARRA=V0JARRA-V0LÍQUIDO

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(47)
∆T=V0JARRA-V0LÍQUIDOV0LÍQUIDOΓLÍQUIDO-V0JARRAΓJARRA

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Substituindo os valores, temos:

∆T=9,42×10-3-5,18×10-35,18×10-3·11,2×10-4-9,42×10-3·3,2×10-6

∆T=4,24×10-358,016×10-7-30,14×10-9

∆T=4,24×10-358,016×10-7-0,3014×10-7
∆T=4,24×10-357,72×10-7

∆T=0,073458×10-3×107=734,58°C

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Como estamos interessados em descobrir a temperatura fina:

T-T0=734,58

T-27=734,58

T=27+734,58

T=761,58°C

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Isso significa que, ao aquecer o conjunto jarra mais líquido nas condições do enunciado até 761,58°C, seus volumes se
igualam e o líquido fica na iminência de transbordar. Então, para qualquer temperatura acima de 761,58°C, o líquido
transbordará da jarra.

MÃO NA MASSA

1. UMA PESSOA ESTÁ NO INTERIOR DE UMA SALA COM O AR-CONDICIONADO LIGADO EM


19°C. ESSA PESSOA POSSUI UM TERMÔMETRO A LASER E GOSTARIA DE SABER A
TEMPERATURA DA MESA QUE ESTÁ DENTRO DA SALA. A TEMPERATURA LIDA PELO
TERMÔMETRO É IGUAL A:
A) 19°C

B) 21°C

C) 23°C

D) 25°C

2. UM ARAME DE FERRO A 20°C POSSUI 40CM DE COMPRIMENTO E, A 200°C, 40,01CM DE


COMPRIMENTO. SEU AUMENTO RELATIVO DE COMPRIMENTO É IGUAL A:

A) 3,5×10-4

B) 2,5×10-4

C) 1,5×10-4

D) 0,5×10-4

3. UM DISCO METÁLICO DE RAIO 2M POSSUI UM COEFICIENTE DE DILATAÇÃO LINEAR


IGUAL A 4,0×10-6°C-1. PARA UMA REDUÇÃO DE TEMPERATURA DE 4°C, A ÁREA FINAL
DESSE DISCO SERÁ IGUAL A:

A) 4πm2

B) 3,9πm2

C) 3,5πm2

D) 3,1πm2

4. A RELAÇÃO ENTRE O COEFICIENTE DE DILATAÇÃO SUPERFICIAL E O COEFICIENTE DE


DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA É IGUAL A:

A) β=γ

B) 2β=3γ

C) β3=γ2

D) β2=γ3

5. UM LÍQUIDO ESTÁ NO INTERIOR DE UM RECIPIENTE DE COEFICIENTE DE DILATAÇÃO


NULO. ESSE LÍQUIDO POSSUI VOLUME DE 0,03M3 A 20°C E COEFICIENTE DE DILATAÇÃO
VOLUMÉTRICA DE 36×10-6°C-1. QUANDO AQUECIDO JUNTO COM O RECIPIENTE A UMA
TEMPERATURA DE 180°C, SEU VOLUME É IGUAL A:
A) 0,0201728m3

B) 0,0301728m3

C) 0,0401728m3

D) 0,0501728m3

6. UM CUBO ISOTRÓPICO DE COEFICIENTE DE DILATAÇÃO LINEAR IGUAL A 12×10-6°C-1


POSSUI ARESTA DE 0,5M A 0°C. ESSE CUBO TERÁ A 1000°C UMA ARESTA DE TAMANHO
IGUAL A:

A) 0,59m

B) 0,51m

C) 0,65m

D) 0,79m

GABARITO

1. Uma pessoa está no interior de uma sala com o ar-condicionado ligado em 19°C. Essa pessoa possui um
termômetro a laser e gostaria de saber a temperatura da mesa que está dentro da sala. A temperatura lida pelo
termômetro é igual a:

A alternativa "A " está correta.

De acordo com a Lei Zero da Termodinâmica, como a mesa se encontra no interior da sala que está a 19°C, ela também
possui a mesma temperatura da sala. Então, o termômetro faz a leitura de 19°C: a mesma que aparece no visor do ar-
condicionado.

2. Um arame de ferro a 20°C possui 40cm de comprimento e, a 200°C, 40,01cm de comprimento. Seu aumento
relativo de comprimento é igual a:

A alternativa "B " está correta.

O aumento relativo de tamanho é dado por:

∆LL0=L-L0L0

∆LL0=40,01-4040=0,00025=2,5×10-4

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3. Um disco metálico de raio 2m possui um coeficiente de dilatação linear igual a 4,0×10-6°C-1. Para uma redução
de temperatura de 4°C, a área final desse disco será igual a:

A alternativa "A " está correta.

Assista ao vídeo a seguir para conhecer detalhes da resolução da questão.

4. A relação entre o coeficiente de dilatação superficial e o coeficiente de dilatação volumétrica é igual a:

A alternativa "D " está correta.

Sabemos que β=2α, e que γ=3α. Isolando α em ambas as equações, temos:

Α=Β2

Α=Γ3

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Igualando:

Β2=Γ3

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5. Um líquido está no interior de um recipiente de coeficiente de dilatação nulo. Esse líquido possui volume de

0,03m3 a 20°C e coeficiente de dilatação volumétrica de 36×10-6°C-1. Quando aquecido junto com o recipiente a
uma temperatura de 180°C, seu volume é igual a:

A alternativa "B " está correta.

Assista ao vídeo a seguir para conhecer detalhes da resolução da questão.


6. Um cubo isotrópico de coeficiente de dilatação linear igual a 12×10-6°C-1 possui aresta de 0,5m a 0°C. Esse
cubo terá a 1000°C uma aresta de tamanho igual a:

A alternativa "B " está correta.

Primeiro, vamos calcular o volume do cubo a 0°C:

V0=L03

V0=0,53=0,125M3

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Como o enunciado nos deu α, precisamos encontrar γ. Assim:

Γ=3Α

Γ=3·12×10-6=36×10-6°C-1

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Agora, vamos determinar seu volume a 1000°C, com o auxílio da seguinte equação:

V=V0+V0Γ∆T
V=0,125+0,125·36×10-6·1000-0

V=0,1295M3

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Como se trata de um cubo:

V=L3

L3=0,1295

L=0,12953=0,51M

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GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. UM ARAME DE FERRO A 100°C POSSUI 39CM DE COMPRIMENTO E, A 1000°C, 40,50CM DE


COMPRIMENTO. SEU AUMENTO RELATIVO DE COMPRIMENTO É IGUAL A:

A) 3,9×10-2

B) 3,7×10-2

C) 3,0×10-2

D) 2,9×10-2
2. UM LÍQUIDO SE ENCONTRA NO INTERIOR DE UM RECIPIENTE DE COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO NULO. ESSE LÍQUIDO POSSUI VOLUME DE 0,1M3 A 2°C E COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA DE 0,3×10-6°C-1. QUANDO AQUECIDO JUNTO COM O
RECIPIENTE A UMA TEMPERATURA DE 18°C, SEU VOLUME É IGUAL A:

A) 0,7072190m3

B) 0,6017528m3

C) 0,4201728m3

D) 0,10000048m3

GABARITO

1. Um arame de ferro a 100°C possui 39cm de comprimento e, a 1000°C, 40,50cm de comprimento. Seu aumento
relativo de comprimento é igual a:

A alternativa "A " está correta.

O aumento relativo de tamanho é dado por:

∆LL0=L-L0L0

∆LL0=40,50-3939=0,03846=3,9×10-2

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2. Um líquido se encontra no interior de um recipiente de coeficiente de dilatação nulo. Esse líquido possui

volume de 0,1m3 a 2°C e coeficiente de dilatação volumétrica de 0,3×10-6°C-1. Quando aquecido junto com o
recipiente a uma temperatura de 18°C, seu volume é igual a:

A alternativa "D " está correta.

A dilatação volumétrica é dada por:

∆VRE=∆VAP+∆VR

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Porém, como o recipiente possui γ=0, temos que ∆VR=0. Então:

∆VRE=∆VAP

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Como queremos saber o volume final, podemos afirmar que:

V=V0+V0Γ∆T

V=0,1+0,1·0,3×10-6·18-2=0,10000048M3

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CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, estudamos a importância do conceito de temperatura e como sua variação age sobre corpos. Vimos que a
variação da temperatura afeta as dimensões dos corpos, e que isso pode ser útil ou pode se tornar um problema, como
averiguamos no caso do trilho de trem mal colocado que se entortou. Isso mostra que o conhecimento sobre os
conceitos de temperatura nos permite olhar os materiais à nossa volta sob outra ótica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BREITHAUPT, J. Física. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

CHAVES, A.; SAMPAIO, J. F. Física básica: gravitação, fluidos, ondas, termodinâmica. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
v. 1.

CHANDRASEKHAR, S. Ralph Howard Fowler (1889-1944). In: The Astrophysical Journal, v. 101, n. 1, p. 1-5, jan. 1945.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. v. 2.

TIPLER, P.; GENE, M. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 1.

TREFIL, J.; HAZEN, M. R. Física viva: uma introdução à Física conceitual. Rio de Janeiro: LTC, 2014. v. 1.

EXPLORE+
No quarto estado da matéria, a energia de agitação molecular supera a energia de ligação do núcleo com os elétrons.
Nessa situação, gera-se uma massa disforme neutra, com elétrons e núcleos dissociados.

Para saber mais sobre o assunto e sobre dilatação térmica, pesquise na internet e leia os seguintes artigos:

Dilatação térmica: uma abordagem matemática em Física básica universitária, de Paulo Machado Mors.

Uma abordagem didática da natureza dos processos de aquecimento da atmosfera estelar, de Osman Rosso Nelson.

CONTEUDISTA
Gabriel Burlandy Mota de Melo

 CURRÍCULO LATTES

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