PROPÓSITO
Compreender os conceitos de temperatura e dilatação.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica ou a calculadora de
seu smartphone ou computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a Lei Zero da Termodinâmica a partir da definição dos conceitos empíricos dos diversos tipos de dilatação
térmica
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
A Termodinâmica tem por assunto introdutório o estudo da temperatura, que é chamado de termologia. Nesse ramo,
estudamos a agitação molecular e como é possível medir esse grau de agitação, estabelecendo, assim, um grau
chamado de temperatura.
TEMPERATURA
Chamamos de temperatura (figura 1) a grandeza física que explicita o estado térmico de um corpo ou sistema (de corpos
ou partículas).
Figura 1. Temperatura
Na Física, os conceitos de quente e frio divergem um pouco de sua utilização cotidiana; definimos um corpo quente
como aquele que tem suas moléculas muito agitadas, ou seja, com alta energia cinética. Já o corpo frio é aquele que
possui baixa agitação molecular.
EXEMPLO
Quando retiramos da geladeira uma garrafa com algum líquido gelado ou um bolo quente do forno, percebemos que,
com o passar do tempo, ambos igualam sua temperatura com a do ambiente. Em outras palavras, o líquido esquenta e o
bolo esfria.
Quando dois ou mais corpos equalizam (igualam) sua temperatura, dizemos que os corpos ou o sistema de corpos
atingem o equilíbrio térmico.
Vamos, então, compreender como a energia cinética das moléculas influencia diretamente a temperatura de um corpo,
uma molécula ou um conjunto de corpos e moléculas.
ENERGIA CINÉTICA DOS GASES
Vamos abordar a energia cinética dos gases para expressar como a temperatura depende do grau de agitação das
moléculas. A partir desse entendimento, sua teoria pode ser expandida para a compreensão da agitação molecular dos
demais estados da matéria. A abordagem para gases é um pouco mais simplória. Para isso, vamos considerar um gás
ideal.
A teoria cinética dos gases afirma que um gás ideal é formado por um número grande de moléculas ou átomos, que se
movem constantemente com movimento aleatório. Essas partículas se deslocam em alta velocidade e se chocam
constantemente umas com as outras e com as paredes do recipiente que armazena o gás. O volume que esse gás
ocupa é muito maior do que o volume das partículas somadas, fazendo com que as forças intermoleculares de ligação
sejam tão pequenas que possam ser desprezadas.
Diante do panorama apresentado e por existir um número muito grande de átomos por unidade de volume ( ≈ 1020
partículas por cm3), tornou-se necessário impor certas hipóteses que representam o que deve acontecer, em média, com
as partículas ou moléculas do gás. As imposições são:
GÁS IDEAL
Conjunto de moléculas ou átomos que possui movimento constante e aleatório, com sua velocidade média
relacionada à sua temperatura: quanto maior a temperatura do sistema, maior a velocidade média das moléculas.
O diâmetro das moléculas é muito menor que a distância percorrida entre as colisões, o que o torna
4.
desprezível.
6. O tempo durante uma colisão é muito menor que o tempo entre as colisões.
As moléculas ou os átomos que compõem os gases são considerados esferas perfeitas, rígidas e
7.
extremamente pequenas.
8. O volume total ocupado pelas moléculas é muito menor que o volume do recipiente, fazendo-o ser
desprezível perante este último.
Os gases se encontram em constante movimento aleatório e estão sempre colidindo com outros átomos
9.
ou outras moléculas e com as paredes do recipiente.
11. A temperatura de um gás em Kelvin é diretamente proporcional à energia cinética dos gases.
Para podermos expressar a velocidade média de deslocamento para uma molécula ou um átomo de um gás, precisamos
utilizar os conceitos de:
Velocidade
Momento linear
Pressão
A caixa possui volume (V), sendo V = L3, e o gás ocupa todo esse volume. Assim, podemos dizer que o volume do gás
também é V = L3. As paredes do cubo estão sendo mantidas à temperatura T.
As moléculas do gás no interior da caixa são livres para se mover em todas as direções, porém as velocidades das
moléculas são variáveis, pois elas colidem umas com as outras e também com as paredes da caixa.
Vamos então, de início, considerar somente as colisões elásticas com as paredes da caixa e desprezar as colisões entre
as moléculas. Também vamos considerar que cada molécula tenha massa (m) e velocidade (v).
Considerando somente moléculas que se movam no eixo (x), podemos pressupor que as moléculas que colidem
perpendicularmente com as paredes laterais alteram o sentido de sua velocidade sem alterar seu módulo, enquanto as
outras componentes permanecem inalteradas, indicando que a única mudança existente no momento linear da partícula
esteja na direção (x).
(1)
MVX - ( - MVX ) = 2MVX
É possível, então, afirmar que o momento linear transmitido da molécula para a parede é:
(2)
∆
Com essas informações, podemos utilizar o conceito de velocidade para descrever o tempo que uma molécula do gás
leva para colidir com uma das paredes:
VX=∆S∆T
∆T=∆SVX
(3)
∆T=2LVX
O resultado encontrado em (3) é válido mesmo se as moléculas se chocarem com qualquer outra parede (paredes
localizadas nos eixos y e z). Afinal, essas paredes são paralelas à trajetória e, por isso, não alteram o valor de vx.
Com (2) e (3), podemos escrever a taxa com a qual o momento linear é transmitido para a parede da seguinte maneira:
∆P∆T=2MVX2LVX
(4)
∆P∆T=MVX2L
(5)
FR=∆P∆T=MA
Então, se dividirmos (4) por L2, poderemos descrever a pressão que a molécula do gás exerce na parede do recipiente:
∆P∆TL2=MVX2LL2
FRL2=MVX2L3
(6)
P=MVX2L3
A equação (6) foi definida para uma única molécula se chocando com as paredes do recipiente, mas possuímos um
número N de moléculas que se chocam com as paredes do recipiente. Então, a pressão nas paredes pode ser estendida
para:
(7)
P=NMVX2L3
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Quando nos referimos a um gás, é muito mais interessante falarmos sobre o número de mols desse gás do que do
número de moléculas. Assim, podemos fazer N=n·NA. Logo, a equação (7) assume a característica de:
(8)
P=N·NAMVX2L3
Onde:
m = massa do gás
n = número de mols
(9)
P=N·MMVX2L3
Para generalizar a movimentação das moléculas nas três direções (x, y e z), vamos considerar que v2==vx2+vy2+vz2 e
que vx=vy=vz. Este último raciocínio nos garante que estamos considerando o movimento como aleatório, sem dar
preferência a nenhuma direção em especial. Assim:
V2=VX2+VX2+VX2=3VX2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Logo:
(10)
VX2=13V2
(11)
P=N·MM3V2L3
A velocidade abordada em (11) é a velocidade média de deslocamento das moléculas do gás, que pode ser aproximada
à velocidade média quadrática (vrms), obtida de forma probabilística. Assim, podemos reescrever (11) como:
(12)
P=N·MM3VRMS2L3
A equação (12) expressa a teoria cinética dos gases, correlacionando a pressão de um gás ao quadrado da velocidade
média de deslocamento das moléculas do gás.
(13)
VRMS2=3PL3N·MM
(14)
VRMS2=3PVN·MM
(15)
VRMS2=3NRTN·MM
Simplificando, temos:
(16)
VRMS2=3RTMM
A equação (16) nos remete à velocidade média quadrática de deslocamento das moléculas do gás, em função da
constante dos gases ideais (R=0,082atm·Lmol·K ou R=8,31Jmol·K), da temperatura (T) em Kelvin (K) e da massa molar
(MM) do gás ideal.
Conhecendo a velocidade média quadrática, podemos expressar a energia cinética do gás confinado no recipiente em
formato cúbico. Sabemos pela mecânica que a energia cinética é dada por Ec=mv22. Como v2 é expresso pela equação
(16), temos que a energia cinética de um gás ideal é dada por:
(17)
EC=32MRTMM
A massa de qualquer elemento, em qualquer estado físico, é descrita pelo produto entre o número de mols e a massa
molar desse elemento, ou seja: m=n·MM. Substituindo em (17), temos:
(18)
EC=32N·MMRTMM
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
(19)
EC=32N·RT
O número de mols n é a razão entre o número de moléculas pelo número de Avogadro, ou seja: n=NNA. Assim, em (19),
temos:
(20)
EC=32NNA·RT
Substituindo essa razão em (20) e calculando a energia cinética para uma única molécula, ou seja, N=1, temos:
(21)
EC=32KT
EXEMPLO 1
Vamos considerar que 3 mols de um gás a 373K estejam confinados em um cilindro de 5dm3. Esse gás possui uma
massa molar de 1g/mol. Qual é a pressão exercida por esse gás nas paredes do cilindro? Qual é a energia cinética das
moléculas desse gás?
SOLUÇÃO
Para encontrar a pressão, vamos substituir a equação (16) na equação (12), obtendo:
P=NMM3L3·3RTMM
Simplificando, temos:
P=NRTL3
Quando deduzimos a equação (12), L3 era o volume do cubo. Então, essa equação pode ser reescrita para uma ampla
utilização, que abrange recipientes de qualquer geometria, como:
(22)
P=NRTV
5DM3=5×10-3M3
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Basta dividir a equação por 1000. Substituindo todos os valores em (22), temos:
P=3·8,31·3735×10-3=1,86×106PA
ou
1,86MPA
EC=32·1,38×10-23·373=772,11×10-23J
Mas a energia cinética encontrada anteriormente é a energia cinética de uma única molécula. Para encontrar o número
de moléculas, vamos utilizar a seguinte relação:
N=N·NA
N=3·6,023×1023=18,069×1023
ECT=18,069×1023·772,11×10-23=1,39×104J
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Não há relatos históricos precisos que afirmem quem foi o inventor do termômetro.
Existem infinitas escalas termométricas – inclusive, você pode fazer a sua –, porém três delas se destacam por sua
ampla utilidade no mundo. São elas:
ESCALA CELSIUS
A escala Celsius utiliza dois pontos de referência. O primeiro é a fusão da água (gelo), aferindo a esta a numeração de
0°C, e o segundo é a ebulição da água (vapor), aferindo a esta a numeração de 100°C. Então, como esse termômetro
vai de 0°C a 100°C, sua graduação é dividida em 100 unidades iguais.
ESCALA FAHRENHEIT
A escala Fahrenheit utiliza os mesmos pontos fixos de referência, mas atribui para o gelo o valor de 32°F e para a
ebulição da água, 212°F.
ESCALA KELVIN
A escala Kelvin (também conhecida como escala absoluta) atribui para o gelo 273K e para a ebulição da água 373K.
Note que, na medida de graus Kelvin, não é utilizado o símbolo que representa o grau à esquerda da unidade de medida.
É possível fazer a correspondência entre todas as temperaturas, ou seja, é possível saber o quanto a marcação de um
termômetro em Celsius corresponde em Fahrenheit ou Kelvin. Vamos, agora, aprender a efetuar essa correspondência.
CONVERSÃO DE CELSIUS PARA FAHRENHEIT
Vamos considerar dois termômetros, como mostra a figura 4, que marcam três temperaturas:
1 A temperatura do gelo
Fonte: Autor
Figura 4. Termômetros nas escalas Celsius e Fahrenheit
Para encontrar a temperatura medida em Celsius correspondente em Fahrenheit, faremos uma proporção entre
semirretas da seguinte forma:
(23)
TC-0100-0=TF-32212-32
Ajustando a equação:
(24)
TC100=TF-32180
TC5=TF-329
A equação (25) é a mais simplificada da conversão de temperatura entre as escalas Celsius e Fahrenheit. Vamos
verificar se ela funciona?
Vamos substituir valores característicos de fácil aferição, como, por exemplo, descobrindo qual valor a equação nos
demonstra em Celsius, quando medimos uma temperatura de 32° Fahrenheit:
TC5=32-329
TC=0°C
Note que 32°F é a temperatura da fusão da água na escala Fahrenheit. Ao substituir na equação, encontramos o valor
da temperatura da fusão da água em Celsius.
1005=TF-329
20·9=TF-32
TF=180+32=212°F
Podemos ajustar a equação (25) de tal forma que ela se torne uma função de conversão de temperatura, colocando uma
temperatura em função da outra. Se, em (25), passarmos o 5 multiplicando para o lado direito da equação, teremos:
(26)
TC=59TF-1609
Em (26), temos uma função de conversão de temperatura de Fahrenheit para Celsius. O inverso também pode ser feito.
Tal dedução fica a seu cargo.
Essa é uma função afim do tipo: fx=ax+b, onde o coeficiente angular é 59, e o coeficiente linear é -1609. Isso significa
que o gráfico dessa função é uma reta:
A conversão da escala Celsius para a Kelvin é semelhante à conversão anterior, porém, agora vamos considerar dois
termômetros – um na escala Celsius e outro na escala Kelvin –, como mostra a figura 5:
Fonte: Autor
Figura 5. Termômetros nas escalas Celsius e Kelvin
(27)
TC-0100-0=TK-273373-273
(28)
TC100=TK-273100
(29)
TC=TK-273
Note que, em (30), de forma equivalente à equação (26), temos uma função afim, que também possui seu gráfico
descrito por uma reta, como demonstrado abaixo:
Fonte: Autor
Figura 6. Correspondência entre escalas Kelvin, Celsius e Fahrenheit
TEORIA NA PRÁTICA
Aprendemos, até o momento, a fazer conversões de temperatura por equações. Mas, em algumas situações, o que
temos é o gráfico de uma temperatura em função de outra. Então, por meio da observação de um gráfico, vamos retirar a
equação de conversão de temperatura. Vejamos:
T1 × T2
No gráfico, há duas escalas termométricas aleatórias (T1 e T2) e não existe mais nenhuma informação sobre elas.
Diante disso, podemos retirar a equação de conversão de T1 para T2, e vice-versa, escrevendo a função da reta do
gráfico.
Sabemos que o gráfico é descrito por uma reta, ou seja, trata-se de uma função afim, descrita por fx=ax+b, onde fx é T1,
e x é T2. Então, a função da reta é:
T1T2=AT2+B
Sabemos, também, que o coeficiente angular b é o valor de T1, onde T2=0. Então, b=10. Assim:
T1T2=AT2+10
Para encontrar a, precisamos escolher um ponto pertencente à reta. Para tal, vamos escolher o ponto (10, 20).
Substituindo na função, temos:
20=10A+10
20-10=10A
10=10A
A=1010
A=1
T1T2=T2+10
MÃO NA MASSA
A) 31,0°F
B) 32,4°F
C) 33,8°F
D) 35,1°F
2. A TEMPERATURA EM CELSIUS CORRESPONDENTE A 1000K É IGUAL A:
A) 698°C
B) 727°C
C) 775°C
D) 781°C
A) 1,30×10-27Kg
B) 3,32×10-27Kg
C) 4,02×10-27Kg
D) 5,20×10-27Kg
A) 10K
B) 20K
C) 30K
D) 40K
A) 3,25
B) 3,42
C) 3,57
D) 3,95
6. A EQUAÇÃO QUE REPRESENTA A CORRESPONDÊNCIA DA VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA EM CELSIUS COM A VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM FAHRENHEIT É:
A) ∆TC=∆TF
B) ∆TC=95∆TF
C) ∆TF=59∆TC
D) ∆TC=59∆TF
GABARITO
TC=TK-273
TC=1000-273
TC=727°C
3. Uma molécula de um gás ideal está confinada em um recipiente de volume tão maior do que o volume da
molécula, que ele pode ser considerado infinito. Se essa molécula está exposta a uma temperatura de 567°C e
possui massa molar de 2g/mol, podemos afirmar que essa molécula possui massa de:
TC=TK-273
Como há uma variação de 30°C, vamos supor que houve um aquecimento de 0°C para 30°C. Essas temperaturas em
Kelvin correspondem a:
0=TK-273∴TK=273K
30=TK-273∴TK=303K
∆TK=303-273=30K
Em outras palavras, a variação de temperatura em Kelvin é, em módulo, igual à variação de temperatura em Celsius. E
isso é verdade para qualquer variação de temperatura.
5. Uma pessoa graduou seu próprio termômetro e atribuiu a este o valor 1 para a água em fusão e o valor 10 para
a água em ebulição. Assinale a alternativa que apresenta o valor que esse termômetro apontará para uma
temperatura ambiente de 25°C:
Sabemos que a conversão de temperatura de Celsius para Fahrenheit é dada pela equação (25) como:
TC5=TF-329
Para que haja variação de temperatura, é necessária uma temperatura final, que pode ser representada pela equação
anterior, e uma temperatura inicial, que pode ser descrita como:
TC05=TF0-329
A variação de temperatura resulta da subtração da temperatura final pela temperatura inicial. Assim:
TC5-TC05=TF-329-TF0-329
TC5-TC05=TF-TF09
Podemos escrever:
TC-TC0=∆TC
TF-TF0=∆TF
∆TC5=∆TF9
∆TC=59∆TF
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 99°F
B) 88°F
C) 77°F
D) 66°F
A) 537,78°C
B) 727,13°C
C) 775,55°C
D) 781,07°C
GABARITO
1. Uma variação de temperatura em Celsius é igual a 55°C. Essa mesma variação de temperatura em Fahrenheit é
igual a:
Sabemos que a conversão de temperatura de Celsius para Fahrenheit é dada pela equação (25) como:
TC5=TF-329
Para que haja variação de temperatura, é necessária uma temperatura final, que pode ser representada pela equação
anterior, e uma temperatura inicial, que pode ser descrita como:
TC05=TF0-329
A variação de temperatura resulta da subtração da temperatura final pela temperatura inicial. Assim:
TC5-TC05=TF-329-TF0-329
TC5-TC05=TF-TF09
Podemos escrever:
TC-TC0=∆TC
TF-TF0=∆TF
∆TC5=∆TF9
∆TC=59∆TF
55=59∆TF
∆TF=99°F
TC5=TF-329
TC5=1000-329
TC=537,78°C
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MÓDULO 2
Reconhecer a Lei Zero da Termodinâmica a partir da definição dos conceitos empíricos dos diversos tipos de
dilatação térmica
INTRODUÇÃO
A Lei Zero da Termodinâmica tem essa denominação porque foi elaborada após a formulação da primeira e da segunda
leis da Termodinâmica, mas esse conceito básico antecede os conceitos destas últimas leis. Quem o formulou foi o físico
Ralph Howard Fowler, que afirmou:
Físico e astrônomo britânico, um dos grandes pioneiros da astrofísica teórica, cujas contribuições foram muito
importantes para o desenvolvimento de algumas ideias fundamentais da Astrofísica moderna. Seu trabalho foi
caracterizado por uma rara combinação de percepção física e precisão matemática (CHANDRASEKHAR, 1945;
tradução livre).
SÓ EXISTIRÁ EQUILÍBRIO TÉRMICO DE DOIS CORPOS A E B COM UM
TERCEIRO C, SE A E B TAMBÉM ESTIVEREM EM EQUILÍBRIO
TÉRMICO.
Essa formulação dá sentido ao conceito de temperatura, que antecede a primeira e segunda leis da Termodinâmica.
Diante disso, para que os conceitos estivessem em ordem, denominou-se a formulação de Fowler como a Lei Zero.
Por exemplo, digamos que, em um dia frio, você toque em um metal com uma mão e com a outra toque um material
plástico. Você sabe que ambos estão à temperatura ambiente, porém você sente o metal mais frio do que o plástico. Isso
ocorre porque nosso corpo não está em equilíbrio térmico com esses materiais. Então, há a transferência de calor de seu
corpo para esses materiais. Como o metal é um bom condutor de calor, o calor flui mais rápido do seu corpo para o metal
do que para o plástico. Por isso, você sente esse metal mais frio.
Para o corpo humano, a perda de calor é representada pela sensação de frio, enquanto o ganho de calor é representado
pela sensação de quente.
Diante disso, a ciência Física adotou o conceito de temperatura e estabeleceu que, entre corpos de temperaturas
distintas, há troca de energia na forma de calor até que esses corpos entrem em equilíbrio térmico, pois corpos de
temperaturas iguais não trocam energia térmica entre si.
Vejamos um exemplo.
EXEMPLO 2
A
Fonte: Autor
Fonte: Autor
C
Fonte: Autor
Figura 8: Fluidos A, B e C
Consideremos, primeiramente, que TA>TB, e que TB=TC. Se colocarmos os líquidos A e B juntos em um sistema isolado
e dermos tempo a eles, o fluido A cederá energia na forma de calor ao fluido B até suas temperaturas se igualarem.
Fonte: Autor
B
Fonte: Autor
Mas, se colocarmos A e C juntos em um sistema isolado e dermos tempo a eles, o fluido A cederá energia na forma de
calor ao fluido C até suas temperaturas se igualarem.
Fonte: Autor
C
Fonte: Autor
Agora, temos:
TA=TC≠TB
A
Fonte: Autor
Fonte: Autor
B
Fonte: Autor
Na figura 11, temos o fluido C entre os fluidos A e B. Nesse caso, o fluido C troca calor com A e também troca calor com
B. Assim, os três corpos entrarão em equilíbrio térmico e cessarão a troca de calor. Nessa situação, temos: TA=TC e
TC=TB. Então, podemos afirmar que TA=TB, ou que TA=TC=TB.
O entendimento da Lei Zero da Termodinâmica explica por que, em uma sala, os objetos estão todos a uma mesma
temperatura, ou por que, dentro de uma panela com água fervente, todos os alimentos que se encontram lá estão à
mesma temperatura. Essa lei nos demonstra, ainda, por que, quando a temperatura do meio ambiente está baixa (menor
que 36°C), nós perdemos calor e sentimos frio e, quando a temperatura do meio ambiente está alta (maior que 36°C),
nós sentimos calor.
DILATAÇÃO TÉRMICA
Quando um corpo tem sua temperatura alterada, suas dimensões também se alteram, podendo dilatar (caso ele seja
aquecido) ou se contrair (caso ele seja resfriado).
A dilatação ou contração térmica linear ocorre quando temos um corpo delgado. Como exemplo, podemos citar um fio
longo, um vergalhão ou um trilho de trem.
CORPO DELGADO
Aquele que possui seu comprimento muito maior do que as outras dimensões, o que nos permite considerar as
outras dimensões desprezíveis.
Matematicamente, o comprimento de um corpo delgado sofre dilatação ou contração devido à variação de temperatura,
de acordo com a função:
(31)
L∆T=L0+L0Α∆T
Onde:
L∆T = comprimento final em metros (m)
Também podemos escrever a variação de comprimento (∆L) sofrida, devido ao fato de o corpo delgado experimentar
uma variação de temperatura (∆T). Assim, passando L0 para o lado esquerdo, temos:
L∆T-L0=L0Α∆T
(32)
∆L=L0Α∆T
Por fim, ainda podemos escrever a variação percentual de comprimento, devido à variação de temperatura, da seguinte
maneira:
∆LL0=L-L0L0 (33)
(34)
∆L100L0=L-L0L0×1100
∆L%=100L-L0L0%
EXEMPLO 3
Considere que, em um local onde a temperatura no verão é de 41°C, esteja uma estrada de ferro (trilhos para locomoção
do trem). Esses trilhos possuem um comprimento natural de 5m a 20°C. Se o coeficiente de dilatação linear do ferro é de
12×10-6°C-1, qual deve ser a distância entre os trilhos na instalação, para que não haja perigo de o trem descarrilar?
SOLUÇÃO
Este tipo de dilatação ou contração ocorre de forma semelhante à dilatação ou contração linear. Vamos fazer uma
pequena retrospectiva.
Na dilatação linear, temos o comprimento muito maior do que as outras dimensões do corpo, como largura e
profundidade, o que faz elas tenderem a zero quando comparadas com seu comprimento.
Já na dilatação ou contração superficial, duas de suas dimensões possuem grandezas equivalentes, e a espessura (e) é
muito menor do que as duas dimensões.
Fonte: Autor
L~L≫E
Nesse caso, temos uma dilatação da superfície do material. Matematicamente, essa dilatação é determinada como:
(35)
A∆T=A0+A0Β∆T
Onde:
Essa equação descreve a dilatação ou contração superficial, calculando a área final de uma superfície que experimenta
uma variação de temperatura.
EXEMPLO 4
Um disco metálico possui raio de 25cm a 40°C e coeficiente de dilatação superficial de 24×10-6°C-1. À temperatura
ambiente de 27°C, esse disco possui que diâmetro?
SOLUÇÃO
Para solucionar essa questão, utilizaremos a equação (35), porém, antes, é necessário calcular a área do disco a 40°C.
A0=Π·0,252=0,0625ΠM2
Note que 25cm foram divididos por 100 para utilizarmos a unidade metros, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI).
Agora que sabemos a área inicial, podemos substituir todos os valores conhecidos na equação (35):
A∆T=A0+A0Β∆T
A∆T=0,0625Π+0,0625Π·24×10-6·27-40
Veja que, nesta equação, ∆T=27-40. Afinal, o disco está a 40°C e será resfriado a 27°C. Então, o delta (∆) é sempre a
grandeza final menos a grandeza inicial. Voltando ao cálculo:
A∆T=0,0625Π+0,0625Π·24×10-6·27-40
A∆T=0,0625Π-19,5Π×10-6
A∆T=6,25Π×10-2-1,95Π×10-5M2
Observe que a ordem de grandeza de 1,95π×10-5 é muito menor do que a ordem de grandeza de 6,25π×10-2, o que
podemos representar como:
1,95Π×10-5≪6,25Π×10-2
Nesse caso, podemos desconsiderar o valor de 1,95π×10-5 e afirmar que a área final é igual a:
A∆T=0,0625ΠM2
A∆T=A0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Concluindo o exemplo, como não houve variação expressiva da área, podemos afirmar que o raio a 27°C é igual ao raio
a 40°C, que é de 25cm. Assim, o diâmetro, que é o dobro do raio, é de 50cm.
Agora, vamos continuar com o exemplo anterior e determinar qual deve ser a variação de temperatura para que o disco
aumente sua área em 0,01m2, ou seja, A∆T=A0+0,01. Para tal, ainda precisamos utilizar a equação (36):
A∆T=A0+A0Β∆T
A0+0,01=A0+A0Β∆T
∆T=A0+0,01-A0A0Β=0,01A0Β
Substituindo os valores:
∆T=0,010,0625Π·24×10-6=0,002122×106°C
∆T=2,122×103°C
Ou ainda:
∆T=2122°C
Isso significa que esse disco apresentaria um aumento de área de 0,01m2 se sofresse uma variação de temperatura de
2122°C, como, por exemplo, ser aquecido de 27°C a 2149°C.
EXEMPLO 5
Vamos, agora, considerar um exemplo em que exista um disco com um furo em seu centro:
Fonte: Sanit Ratsameephot / Shutterstock
Figura 14. Disco perfurado
Para ilustrar, vamos considerar um coeficiente de dilatação superficial hipotético de 0,2°C-1. Imagine que o disco tenha
raio R0=1m, e que o furo tenha raio r0=0,1m a 20°C. Então, se o disco é aquecido a 100°C, vamos determinar:
SOLUÇÃO
Primeiramente, vamos determinar a área do disco, sem considerar o furo, e a área do furo:
A0DISCO=ΠR02=Π12=ΠM2
A0FURO=Π0,12=Π1×10-12=Π×10-2M2
Vamos determinar a área final do disco, sem considerar o furo, utilizando a equação (35):
A∆T=A0+A0Β∆T
ADISCO∆T=Π+Π·0,2·100-20=17ΠM2
Então, como a área do disco é πR2, podemos determinar seu raio final:
ΠR2=17Π
R2=17
R=17
R=4,12M
Agora, vamos determinar o raio do furo a 100°C. Para isso, vamos imaginá-lo como um disco de raio inicial
r0=0,1m e área inicial de A0furo=π×10-2m2. Assim, utilizando a equação (35), temos:
A∆T=A0+A0Β∆T
A∆T=Π×10-2+Π×10-2·0,2·100-20
A∆T=17Π×10-2M2=0,17ΠM2
Então, como a área do disco é πr2, podemos determinar seu raio final:
ΠR2=0,17Π
R=0,17=0,41M
A área útil do disco é dada pela área do disco menos a área do furo. Assim:
AÚTIL=ADISCO-AFURO
AÚTIL=17ΠM2-0,17ΠM2=16,83ΠM2
Como vimos, com o aquecimento do material, houve aumento tanto de sua área superficial quanto do tamanho do furo.
Verificamos isso pelo aumento de sua área com o aquecimento e pelo fato de o raio final, tanto do disco quanto do furo,
ser maior a 100°C.
Quando um material é isotrópico, o coeficiente de dilatação superficial possui esta correlação com o coeficiente de
dilatação linear:
(36)
Β=2Α
(37)
∆A=A0Β∆T
(38)
∆AA0=A-A0A0
(39)
∆A%=100A-A0A0%
MATERIAL ISOTRÓPICO
Material que possui as mesmas características físicas e químicas para qualquer direção.
A dilatação volumétrica ocorre quando todas as dimensões do material possuem ordem de grandeza equivalente. Logo,
todas as suas dimensões apresentam uma dilatação representativa, ou seja, nenhuma é tão pequena que possa ser
desprezada.
Ao ser aquecido ou resfriado, todas essas dimensões igualitariamente se alteram. Matematicamente, a equação do
volume em função da variação de temperatura é igual a:
(40)
V∆T=V0+V0Γ∆T
Onde:
(41)
Γ=3Α
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
De forma semelhante ao que fizemos na dilatação ou contração linear e na dilatação ou contração superficial, podemos
afirmar que:
(42)
∆V=V0Γ∆T
(43)
∆VV0=V-V0V0
(44)
∆V%=100V-V0V0%
EXEMPLO 6
Considere uma esfera de ferro, cujo coeficiente de dilatação linear seja 12×10-6°C-1. Essa esfera possui um raio de 1m
a 27°C. Se ela for aquecida até 212°C, quais serão seu volume e seu raio a essa temperatura?
SOLUÇÃO
V27°C=43Π·13
V27°C=43ΠM3
Para encontrar seu volume a 212°C, vamos utilizar a equação (40). Logo:
V∆T=V0+V0Γ∆T
Note que, nessa equação, precisamos do coeficiente de dilatação volumétrica γ, mas o enunciado nos informou o
coeficiente de dilatação linear. Então, utilizando a equação (41), temos:
Γ=3Α
Γ=3·12×10-6=36×10-6°C-1
V∆T=43Π+43Π·36×10-6·212-27
V∆T=1,33Π+0,008880Π
V∆T=1,338880ΠM3
Agora que conhecemos o volume em 212°C, podemos utilizar a equação do volume da esfera para determinar seu raio a
essa temperatura:
43ΠR3=1,338880Π
R=34·1,338880ΠΠ
R=1,001M
Em outros termos, mesmo se a esfera for aquecida de 27°C a 212°C, ou seja, mesmo se sofrer uma variação de
temperatura de 185°C, seu volume se alterará tão pouco, que seu raio será praticamente o mesmo, podendo chegar a,
aproximadamente, 1m.
Nesse caso, qual seria a variação percentual de volume? Utilizando a equação (44), temos:
∆V%=100V-V0V0%
∆V%=1001,001-11%=100·0,001=0,1%
∆VV0=0,1%100=0,001
Um líquido é um estado da matéria que permite a certo volume se adequar a qualquer recipiente que o confina. Por
exemplo, a água que está em uma garrafa se adéqua a um copo. O líquido não tem forma. Por isso, adéqua-se com
facilidade a qualquer geometria. Mas, apesar de mudar de forma com facilidade, não altera seu volume.
Aquecer ou resfriar um líquido se torna um desafio, pois temos de considerar o recipiente que o confine, uma vez que ele
também se dilata ou se contrai com a variação da temperatura.
Como o líquido não tem forma, consideramos que sua dilatação seja sempre volumétrica, e afirmamos que sua dilatação
real (∆VRe) é igual à soma da dilatação aparente (∆Vap) desse líquido no interior do recipiente com a dilatação do
recipiente (∆VR). Matematicamente, podemos escrever:
(45)
∆VRE=∆VAP+∆VR
Vamos, agora, discutir no exemplo 7 como encontraremos o volume final de um líquido que está dentro de um recipiente
graduado.
EXEMPLO 7
Essa jarra, que é um cilindro de base reta com raio de 10cm e altura de 30cm, está preenchida com 55% de seu volume.
Ela é de vidro e possui um coeficiente de dilatação volumétrico igual a 3,2×10-6°C-1. O líquido em seu interior possui um
coeficiente de dilatação volumétrica igual a 11,2×10-4°C-1.
Considere, também, que a jarra e o líquido estejam em equilíbrio térmico a 27°C e, então, sejam levados a um forno,
onde sejam aquecidos até 98°C. Admitindo que o líquido não mude de fase durante esse aquecimento, determine a real
dilatação do líquido.
SOLUÇÃO
Precisamos compreender um conceito para solucionar esse exemplo. Ao se dilatar com o aumento da temperatura, a
jarra aumenta seu volume interno. Por isso, a dilatação real do líquido é igual à soma da dilatação aparente do líquido
com a dilatação do recipiente. Assim, utilizando a equação (45), temos:
∆VRE=∆VAP+∆VR
(46)
∆VRE=V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T+V0JARRAΓJARRA∆T
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Antes de substituir os valores, precisamos determinar o volume inicial da jarra e o volume inicial do líquido:
V0JARRA=ΠR2H
(volume do cilindro)
V0JARRA=Π0,12·0,3=9,42×10-3M3
V0LÍQUIDO=0,55·V0JARRA
V0LÍQUIDO=0,55·9,42×10-3M3=5,18×10-3M3
∆VRE=5,18×10-3·11,2×10-498-27+9,42×10-3·3,2×10-6·98-27
∆VRE=4,20×10-4+2,1×10-6M3
Agora, vamos colocar as duas parcelas da adição com a mesma base de 10, optando por 10-6. Assim:
∆VRE=420×10-6+2,1×10-6M3
∆VRE=422,1×10-6M3
∆V=V-V0
422,1×10-6=V-5,18×10-3
V=422,1×10-6+5,18×10-3
V=0,4221×10-3+5,18×10-3
V=5,6021×10-3M3
Esse resultado nos apresenta que, com a variação de temperatura de 27°C a 98°C, o líquido sofre uma variação de
volume de 422,1×10-6m3, saindo de um volume de 5,18×10-3m3 e alcançando um volume de 5,6021×10-3m3.
TEORIA NA PRÁTICA
Vamos considerar a mesma situação do exemplo 7: a jarra com 10cm de raio e 30cm de altura, e o líquido que ocupa
55% de seu volume a 27°C. A jarra é de vidro e possui um coeficiente de dilatação volumétrico igual a 3,2×10-6°C-1, e o
líquido em seu interior possui um coeficiente de dilatação volumétrica igual a 11,2×10-4°C-1.
Vamos encontrar em qual temperatura é possível fazer o líquido transbordar da jarra. Para isso, vamos considerar que o
líquido não evapore em hipótese alguma.
SOLUÇÃO
Para encontrar a temperatura a que o líquido transborda, primeiro precisamos saber em que temperatura o volume do
líquido se equipara ao volume da jarra, ou seja, quando o líquido fica na boca da jarra e transborda com qualquer gota a
mais.
V0JARRA=ΠR2H
V0JARRA=Π0,12·0,3=9,42×10-3M3
V0LÍQUIDO=0,55·V0JARRA
V0LÍQUIDO=0,55·9,42×10-3M3=5,18×10-3M3
VLÍQUIDO=VJARRA
V0LÍQUIDO+V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T=V0JARRA+V0JARRAΓJARRA∆T
Como queremos encontrar a temperatura em que os volumes são iguais, vamos isolar o ∆T:
V0LÍQUIDOΓLÍQUIDO∆T-V0JARRAΓJARRA∆T=V0JARRA-V0LÍQUIDO
∆TV0LÍQUIDOΓLÍQUIDO-V0JARRAΓJARRA=V0JARRA-V0LÍQUIDO
(47)
∆T=V0JARRA-V0LÍQUIDOV0LÍQUIDOΓLÍQUIDO-V0JARRAΓJARRA
∆T=9,42×10-3-5,18×10-35,18×10-3·11,2×10-4-9,42×10-3·3,2×10-6
∆T=4,24×10-358,016×10-7-30,14×10-9
∆T=4,24×10-358,016×10-7-0,3014×10-7
∆T=4,24×10-357,72×10-7
∆T=0,073458×10-3×107=734,58°C
T-T0=734,58
T-27=734,58
T=27+734,58
T=761,58°C
Isso significa que, ao aquecer o conjunto jarra mais líquido nas condições do enunciado até 761,58°C, seus volumes se
igualam e o líquido fica na iminência de transbordar. Então, para qualquer temperatura acima de 761,58°C, o líquido
transbordará da jarra.
MÃO NA MASSA
B) 21°C
C) 23°C
D) 25°C
A) 3,5×10-4
B) 2,5×10-4
C) 1,5×10-4
D) 0,5×10-4
A) 4πm2
B) 3,9πm2
C) 3,5πm2
D) 3,1πm2
A) β=γ
B) 2β=3γ
C) β3=γ2
D) β2=γ3
B) 0,0301728m3
C) 0,0401728m3
D) 0,0501728m3
A) 0,59m
B) 0,51m
C) 0,65m
D) 0,79m
GABARITO
1. Uma pessoa está no interior de uma sala com o ar-condicionado ligado em 19°C. Essa pessoa possui um
termômetro a laser e gostaria de saber a temperatura da mesa que está dentro da sala. A temperatura lida pelo
termômetro é igual a:
De acordo com a Lei Zero da Termodinâmica, como a mesa se encontra no interior da sala que está a 19°C, ela também
possui a mesma temperatura da sala. Então, o termômetro faz a leitura de 19°C: a mesma que aparece no visor do ar-
condicionado.
2. Um arame de ferro a 20°C possui 40cm de comprimento e, a 200°C, 40,01cm de comprimento. Seu aumento
relativo de comprimento é igual a:
∆LL0=L-L0L0
∆LL0=40,01-4040=0,00025=2,5×10-4
Α=Β2
Α=Γ3
Igualando:
Β2=Γ3
5. Um líquido está no interior de um recipiente de coeficiente de dilatação nulo. Esse líquido possui volume de
0,03m3 a 20°C e coeficiente de dilatação volumétrica de 36×10-6°C-1. Quando aquecido junto com o recipiente a
uma temperatura de 180°C, seu volume é igual a:
V0=L03
V0=0,53=0,125M3
Γ=3Α
Γ=3·12×10-6=36×10-6°C-1
Agora, vamos determinar seu volume a 1000°C, com o auxílio da seguinte equação:
V=V0+V0Γ∆T
V=0,125+0,125·36×10-6·1000-0
V=0,1295M3
V=L3
L3=0,1295
L=0,12953=0,51M
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 3,9×10-2
B) 3,7×10-2
C) 3,0×10-2
D) 2,9×10-2
2. UM LÍQUIDO SE ENCONTRA NO INTERIOR DE UM RECIPIENTE DE COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO NULO. ESSE LÍQUIDO POSSUI VOLUME DE 0,1M3 A 2°C E COEFICIENTE DE
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA DE 0,3×10-6°C-1. QUANDO AQUECIDO JUNTO COM O
RECIPIENTE A UMA TEMPERATURA DE 18°C, SEU VOLUME É IGUAL A:
A) 0,7072190m3
B) 0,6017528m3
C) 0,4201728m3
D) 0,10000048m3
GABARITO
1. Um arame de ferro a 100°C possui 39cm de comprimento e, a 1000°C, 40,50cm de comprimento. Seu aumento
relativo de comprimento é igual a:
∆LL0=L-L0L0
∆LL0=40,50-3939=0,03846=3,9×10-2
2. Um líquido se encontra no interior de um recipiente de coeficiente de dilatação nulo. Esse líquido possui
volume de 0,1m3 a 2°C e coeficiente de dilatação volumétrica de 0,3×10-6°C-1. Quando aquecido junto com o
recipiente a uma temperatura de 18°C, seu volume é igual a:
∆VRE=∆VAP+∆VR
∆VRE=∆VAP
V=V0+V0Γ∆T
V=0,1+0,1·0,3×10-6·18-2=0,10000048M3
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, estudamos a importância do conceito de temperatura e como sua variação age sobre corpos. Vimos que a
variação da temperatura afeta as dimensões dos corpos, e que isso pode ser útil ou pode se tornar um problema, como
averiguamos no caso do trilho de trem mal colocado que se entortou. Isso mostra que o conhecimento sobre os
conceitos de temperatura nos permite olhar os materiais à nossa volta sob outra ótica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BREITHAUPT, J. Física. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
CHAVES, A.; SAMPAIO, J. F. Física básica: gravitação, fluidos, ondas, termodinâmica. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
v. 1.
CHANDRASEKHAR, S. Ralph Howard Fowler (1889-1944). In: The Astrophysical Journal, v. 101, n. 1, p. 1-5, jan. 1945.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. v. 2.
TIPLER, P.; GENE, M. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 1.
TREFIL, J.; HAZEN, M. R. Física viva: uma introdução à Física conceitual. Rio de Janeiro: LTC, 2014. v. 1.
EXPLORE+
No quarto estado da matéria, a energia de agitação molecular supera a energia de ligação do núcleo com os elétrons.
Nessa situação, gera-se uma massa disforme neutra, com elétrons e núcleos dissociados.
Para saber mais sobre o assunto e sobre dilatação térmica, pesquise na internet e leia os seguintes artigos:
Dilatação térmica: uma abordagem matemática em Física básica universitária, de Paulo Machado Mors.
Uma abordagem didática da natureza dos processos de aquecimento da atmosfera estelar, de Osman Rosso Nelson.
CONTEUDISTA
Gabriel Burlandy Mota de Melo
CURRÍCULO LATTES