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PATOLOGIAS DA ATENÇÃO

1. ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO – DEFINIÇÃO, FUNÇÃO, OBSERVAÇÃO


1.1. PATOLOGIA DA ATENÇÃO
1.2. DEFINIÇÃO
1.3. FALTA DE ATENÇÃO E PERTURBAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
1.4. ESTREITAMENTO DA ATENÇÃO
1.5. OSCILAÇÕES DA ATENÇÃO E DA CONCENTRAÇÃO

Carlos Martins

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Destaca-se os principais comportamentos patológicos da atenção:

Sinopse

Falta de atenção e perturbação da concentração


Estreitamento da atenção
Oscilações da atenção e da concentração

1. Falta de atenção e perturbação da concentração


Incapacidade ou capacidade diminuída para se orientar, concentrar e organizar em relação a um objeto. Perturbação da capacidade de não se desviar do objeto,
de dirigir a sua atenção, de forma persistente a uma determinada atividade/objeto/vivência. Intensa distractibilidade, falta de concentração. O grau elevadíssimo de
distractibilidade e a total falta de atenção denominam-se aprosexia. Por outro lado, a concentração é como a persistência concentrada da atenção. A concentração
está relacionada com a atenção, sendo a segunda o processo utilizado que usamos para reter a informação que nos chega através das sensações. O importante é
perceber em que fase ocorre a seleção dos estímulos que nos interessam e que selecionamos como resposta mais significativa cujos aspetos são sensíveis à nossa
concentração, que implicam uma escolha das características que pretendemos como resposta, sendo as respostas tratadas de forma seletiva e hierárquica.
A atenção e a concentração são responsáveis pela captação conjunta de todas as informações provenientes do meio ambiente. A informação que é selecionada como
importante é aquela em que depositamos a nossa concentração. A concentração está também relacionada com a aprendizagem, pois concentramo-nos naquilo que
aprendemos contribuindo para assimilar essa aprendizagem.

2. Estreitamento da atenção
Entre a atenção “ampla”, claramente vígil, prestada a múltiplas coisas, e a concentração sobre apenas algumas (estreitamento), existe um amplo espetro. Na fixação
alucinatória (por exemplo, fixação sobre “vozes”), na vivência delirante intensa, em estados de profunda emoção, na depressão, na dor e no medo, existe um

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estreitamento do campo de atenção.

A atenção, apresenta-se três das principais funções psíquicas e as suas anormalidades mais frequentes nas diversas síndromes psiquiátricas.

1. Estreitamento: é a redução quantitativa e qualitativa da consciência, havendo um conteúdo menor e uma seleção sistemática dos temas, como ocorre nas
manifestações histéricas (nas dissociações) e nos estados crepusculares (na epilepsia).

2. Entorpecimento: diminuição ou perda da lucidez e da vigília, portanto a atenção dificilmente se forma ou se mantém. Ocorre em situações de febre, acidente
vascular encefálico, traumatismo crânio encefálico, etc.
3. Obnubilação: é a diminuição da lucidez (como no entorpecimento) associada à presença de um conteúdo anormal na consciência. Geralmente acompanhado
de distúrbios senso percetivos e do pensamento, como ocorre por exemplo, no delirium.

Descrevem-se dois aspectos da atenção: a tenacidade e a vigilância. A tenacidade, ou capacidade de concentração, é a capacidade de manter a atenção
em um determinado objecto por um certo tempo. A vigilância é a capacidade de a qualquer momento desviar a atenção de um objecto para um
outro.Tenacidade e vigilância são qualidades opostas: se uma aumenta, a outra tende a diminuir de intensidade. Surge aqui, contudo, uma dificuldade,
pois o termo vigilância também é utilizado com outro significado, correspondendo à definição neuropsicológica de consciência.

3. Oscilações da atenção e da concentração

A duração da atenção oscila em relação com o grau de vigilidade e consoante o interesse e o empenho pessoal de uma pessoa face a um objeto. O que
interessa ao doente, o que emociona, o que desperta a sua participação, mantém a preparação para a atenção. Em relação ao diálogo com o doente e às
considerações que daí resultem sobre atenção e concentração, é muito importante ter em conta que a atenção entre os participantes no diálogo é
consideravelmente determinante para a atenção. Um maníaco cheio de ocorrências, ideias e impulsos tem dificuldades em fixar e manter a sua atenção
sobre determinada coisa (atenção flutuante, distractibilidade, pouca concentração).

Carlos Martins

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