RESOLUÇÃO ALTERNATIVA DE LITÍGIOS

3.º ANO SOLICITADORIA — IPCA

CASO PRÁTICO

Considerando os factos a seguir descritos, responda às questões que lhe são colocadas.

Álvaro, contabilista, com domicílio profissional em Viana do Castelo, pretende celebrar com
Bernardo e Salomão, solicitadores com escritório e residência em Monção, um contrato de prestação de
serviços de contabilidade mediante o pagamento de uma avença trimestral. Álvaro pretende que, em caso
de litígio sobre o cumprimento do contrato, as questões daí resultantes sejam resolvidas através de um
tribunal arbitral tendo por árbitro a Associação Comercial e Industrial de Barcelos.

a. Poderão as partes satisfazer os interesses de Álvaro?

b. Imagine que nesse contrato de prestação de serviços as partes acordaram nele inserir, e inseriram,
apenas uma cláusula que se limitou a remeter para arbitragem os litígios nascidos (do
incumprimento) do mesmo. As partes pretendem agora, nomeados que estão já os árbitros,
estipular regras relativas aos articulados e seus conteúdos. Poderão fazê-lo?

c. Imagine que Bernardo e Salomão foram notificados por Álvaro para constituir o tribunal arbitral para
resolução de um problema do contrato. Na hora de escolherem um árbitro, Álvaro escolheu o seu
mas os restantes desentenderam-se quanto a isso: Bernardo pretende Virgolino, famoso
contabilista de nacionalidade cabo-verdiana, Salomão recusa terminantemente ter como perito um
contabilista estrangeiro, entendendo que o contabilista deveria ser português face ao facto de se
tratar de um problema do foro português. Por força desse desentendimento, Salomão recusa-se a
acordar quanto à nomeação desse árbitro. Quid juris?

d. Indicados que foram já todos os árbitros, vieram estes a fixar que a arbitragem, a ter lugar em
Braga, terá, como honorários e despesas, a quantia de € 25.000,00 para aqueles e € 4.000,00 para
estas, o que Salomão entende ser “um roubo!”. Terá Salomãode aceitar sem contestação esses
valores?
e. Bernardo e Salomão apresentaram a sua contestação à petição oferecida por Álvaro. Logo dois
dias após essa apresentação, repararam que nela se haviam esquecido de levantar uma questão
para eles importante, face ao pedido formulado. E ainda que, pedida nessa contestação a
notificação de Álvaro para proceder à junção ao processo de documentos relevantes para a prova
da petição, sabem já de fonte segura que o mesmo não o fará. Terão Bernardo e Salomão
alguma solução para repararem esses dois problemas?

f. Finda que foi toda a produção de prova, e uma vez que as partes não promoveram a solução do
litígio por via da equidade, decidiram os senhores árbitros de acordo com o direito, condenando os
demandados a pagar ao demandante, a título de indemnização, a quantia de € 120.000,00.
Bernardo e Salomão, todavia, ficaram desagradados com a sentença, entendendo que a decisão
foi infeliz e incorreta. Poderão recorrer da mesma?