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AULA 6
3
TEMA 1 – PROJETO DE FILTROS IIR
Os filtros digitais IIR são filtros de resposta infinita ao impulso (Infinite
Impulse Response). Também são conhecidos como filtros recursivos devido a
que são implementados com realimentação (a parte recursiva do filtro). A
resposta em frequência destes filtros é muito melhor que a dos filtros FIR (Finite
Impulse Response), mas sua característica de fase não é linear, o que pode
causar problemas com sistemas que precisam de fase linear. Devido à
realimentação, eles podem ter problemas de instabilidade também, por isso é
necessário verificar a estabilidade do filtro durante o projeto.
1.1 Especificações do filtro
Estes filtros podem ser projetados usando diferentes métodos, mas um dos
métodos mais usados é usando o filtro analógico como protótipo para projetar
filtros passa baixas (FPB), passa altas (FPA), passa faixa (FPF) e rejeita faixa
(FRF).
Para começar é necessário estabelecer os requerimentos e especificações
do filtro IIR desejado. É recomendável tomar como referência as características
do correspondente filtro analógico para começar o desenvolvimento. A faixa de
frequência do filtro deverá ser especificada de acordo com o sinal a ser
processado. Uma vez que o filtro analógico foi projetado será convertido para
digital. O método mais usado para fazer a conversão é a transformação bilinear.
O filtro obtido desta maneira é um filtro estável, mas instabilidades podem ser
causadas por efeitos colaterais devido ao comprimento finito das palavras
(MILIVOJEVIć, 2009).
A Figura 1 mostra as especificações na resposta em frequência para um
FPB (MILIVOJEVIć, 2009), (OPPENHEIM e SCHAFER, 2012).
(a)
4
(b)
5
1.2 Projeto do filtro por invariância ao impulso
Para transformar filtros de tempo contínuo em tempo discreto o processo
de projeto por invariância ao impulso consiste em escolher amostras igualmente
espaçadas da resposta ao impulso em tempo contínuo para formar a resposta
ao impulso do filtro em tempo discreto.
ℎ[𝑛] = 𝑇𝑑 ℎ𝑐 [𝑛𝑇𝑑 ] (1)
Onde ℎ[𝑛] é a resposta ao impulso em tempo discreto, ℎ𝑐 é a resposta ao
impulso em tempo contínuo, 𝑇𝑑 é um intervalo de amostragem. Este último
parâmetro (𝑇𝑑 ) não vai intervir no processo do projeto do filtro, mas é comum
especificar o mesmo na definição do procedimento.
A resposta em frequência dos filtros em tempo contínuo e discreto estão
relacionadas por:
∞
𝜔 2𝜋
𝐻(ⅇ 𝑗𝜔 ) = ∑ 𝐻𝑐 (𝑗 +𝑗 𝑘) (2)
𝑇𝑑 𝑇𝑑
𝑘=−∞
Nos filtros de tempo contínuo a banda não pode ser limitada, portanto
ocorre aliasing devido a interferências entre termos sucessivos da equação (2).
Mas se a resposta do filtro em tempo contínuo se aproximar de zero em altas
frequências, o aliasing pode ser insignificante.
Mesmo sendo a transformação da invariância ao impulso de tempo
contínuo para tempo discreto definida pela amostragem no domínio do tempo, é
possível implementá-la como uma transformação da função do sistema.
Considerando a função do sistema de um filtro causal de tempo contínuo em
termos de uma expansão em frações parciais:
𝑁
𝐴𝑘
𝐻𝐶 (𝑠) = ∑ (3)
𝑠 − 𝑠𝑘
𝑘=1
6
𝑁
= ∑ 𝑇𝑑 𝐴𝑘 (ⅇ 𝑠𝑘 𝑇𝑑 )𝑛 𝑢[𝑛]
𝑘=1
7
A Figura 4 mostra a relação entre o plano 𝑠 e o plano 𝑧 (OPPENHEIM e
SCHAFER, 2012).
8
(a) (b)
9
A Figura 7 mostra as características de um filtro passa baixas Butterworth
de ordem 6. Para verificar o processo do filtro estudar páginas 304 e 305 do livro
texto (OPPENHEIM e SCHAFER, 2012).
(a) (b)
(c) (d)
10
(a) (b)
(c) (d)
(a) (b)
(c) (d)
11
A Figura 10 mostra as características de um filtro passa baixas elíptico de
ordem 6. Para verificar o processo do filtro estudar páginas 308 e 311 do livro
texto (OPPENHEIM e SCHAFER, 2012).
(a) (b)
(c) (d)
12
A Tabela 1 mostra as transformações a partir de um FPB (OPPENHEIM e
SCHAFER, 2012).
Tabela 1: Transformações a partir de um FPB com frequência de
corte 𝜃𝑝 para FPA, FPF e FRF.
13
Onde ℎ𝑑 [𝑛] é a sequência de resposta ao impulso correspondente:
𝜋
ℎ𝑑 [𝑛] = ∫ 𝐻𝑑 (ⅇ 𝑗𝜔 )ⅇ 𝑗𝜔𝑛 ⅆ𝜔 (16)
−𝜋
𝑗𝜔
1 𝛱
𝐻(ⅇ )= ∫ 𝐻𝑑 (ⅇ 𝑗𝜃 )𝑊(ⅇ 𝑗(𝜔−𝜃) ) ⅆ𝜃 (19)
2𝜋 −𝜋
Na Figura 11 podemos ver o processo de janelamento (OPPENHEIM e
SCHAFER, 2012).
(a)
(b)
15
(a)
(b) (c)
(d) (e)
16
Sendo a resposta ao impulso antissimétrica em relação a 𝑀 ∕ 2, portanto,
ℎ𝑑 [𝑀 − 𝑛] = −ℎ𝑑 [𝑛], a resposta ao impulso janelada também será
antissimétrica. A resposta em frequência resultante será:
𝐻(ⅇ 𝑗𝜔 ) = 𝑗𝐴𝑜 (ⅇ 𝑗𝜔 )ⅇ −𝑗𝜔𝑀∕2 (28)
Onde 𝐴𝑜 (ⅇ 𝑗𝜔 ) é função real e ímpar de 𝜔. Tendo a resposta em frequência
fase linear generalizada com deslocamento de fase constante de 90o.
A Tabela 2 mostra as características das janelas (HIGUTI).
Tabela 2: Características de filtros (FPB, FPA, FPF e FRF) projetados
usando janelas de comprimento 𝑁 = 𝑀 + 1.
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𝑛−𝛼 2
𝐼0 (𝛽 √1 − ( 𝛼 ) )
𝑤[𝑛] = 0≤𝑛≤𝑀 (29)
𝐼0 (𝛽)
{ 0 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜
Com 𝑀 = 𝑁 − 1, 𝛼 = 𝑀/2 e 𝐼0 (… ) a função de Bessel modificada de
primeira espécie de ordem zero.
Esta janela depende de dois parâmetros:
O comprimento 𝑁 (ou 𝑀 + 1).
O parâmetro de forma 𝛽.
O erro de aproximação 𝛿 (Figura 14) é determinado pelo 𝛽 escolhido.
Sendo 𝛿 fixo (OPPENHEIM e SCHAFER, 2012)
(a)
(b) (c)
Figura 15: (a) Janelas Kaiser com 𝑀 = 20. (b) Espectro das janelas
do ponto (a). (c) Espectro das janelas Kaiser com 𝛽 = 6.
4.1 Projeto de filtros FIR com janela de Kaiser
A continuação enunciaremos alguns projetos de filtros utilizando a janela
de Kaiser. Para maiores informações estudar as páginas 322 a 327 do livro texto.
4.1.1 FPB
A resposta em frequência de um FPB com fase linear generalizada
determinada pela equação (34):
ⅇ −𝑗𝜔𝑀∕2 |𝜔| < 𝜔𝑐
𝐻𝑙𝑝 (ⅇ 𝑗𝜔 ) = { (34)
0 𝜔𝑐 < |𝜔| ≤ 𝜋
Para se projetar um filtro passa baixas o procedimento é o seguinte:
19
1. Especificar o filtro selecionando 𝜔𝑝 , 𝜔𝑠 e o máximo erro de aproximação 𝛿.
2. Determinar a frequência de corte do FPB ideal:
𝜔𝑝 + 𝜔𝑠
𝜔𝑐 =
2 (35)
20
𝑁𝑚𝑏
𝑠ⅇ𝑛𝜔𝑘 (𝑛 − 𝑀 ∕ 2)
ℎ𝑚𝑏 [𝑛] = ∑(𝐺𝑘 − 𝐺𝑘+1 ) (43)
𝜋(𝑛 − 𝑀 ∕ 2)
𝑘=1
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Com 𝐿 = 𝑀/2, inteiro:
𝐿
𝑃(𝑥) = ∑ 𝑎𝑘 𝑥 𝑘 (51)
𝑘=0
I ímpar Simétrico
II par Simétrico
IV par Antissimétrico
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FINALIZANDO
Para verificar o aprendido nesta Aula veremos a aplicação de um filtro
digital para otimizar o som da canção “Mandelbrot Set” do Jonathan Coulton. Na
parte superior da tela do equipamento podemos ver o espectro em frequência do
sinal de áudio, e na parte inferior o filtro que está sendo aplicado. Aos 16
segundos do vídeo podemos observar que a amplitude do sinal foi aumentada
em 6 dB pelo operador. A partir desse momento aparece a ação de um filtro
adaptativo “comb” que vai se adaptar automáticamente ao sinal de entrada. É
possivel ver alguns ajustes realizados pelo operador em relação ao ganho do
filtro que só serão perceptíveis num aparelho de alta definição ou por um ouvido
educado (músicos e especialistas na área). Até 1:45 o filtro está sendo ajustado
pelo operador, ou seja está “aprendendo”. A partir daí o filtro começa a rodar
automáticamente e a se adaptar à frequência do sinal de áudio, aquí é possível
ver o filtro agindo no tempo, se ajustando às variações da canção. É desta forma
que se procede para limpar um som e dar os efeitos desejados (RATIONAL
ACOUSTICS, 2011).
Looking At Comb Filters
Para finalizar, cabe lembrar que esta rota de estudo é somente um guia, e
que aluno, além de ler este guia de estudos deve estudar pelo livro texto e pelo
material de leitura obrigatória disponibilizado na Aula.
Capítulo 7: Técnicas de projeto de filtros – página 295.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, M.; AFONSO, E. Projecto de Filtros Digitais IIR. Escola Superior
de Tecnologia de Viseu, 2006. Disponivel em:
<http://www.estgv.ipv.pt/paginaspessoais/maeb/SPD/Teorico_Praticas_PDF/Gu
ia%20TP7_Filtros%20IIR%20Solu%C3%A7%C3%B5es.pdf>.
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MILIVOJEVIć,. Digital Filter Design. Belgrade: MikroElektronika, 2009.
Disponivel em: <https://learn.mikroe.com/ebooks/digitalfilterdesign/>.
PORR, B.; MACLEOD, K. DSP: Using an FIR filter to remove 50/60Hz from an
ECG (MATLAB/OCTAVE). Youtube, 2013. Disponivel em:
<https://www.youtube.com/watch?v=r7ypfE5TQK0>.
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