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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


JUIZ DE FORA/MG.

Processo nº XXXXXX

Isabel Pimenta, brasileira, solteira, médica, inscrito no


CPF sob nº xxxxx, e-mail, residente e domiciliado na rua
xxxx, nº xxx, bairro, na Cidade de Juiz de Fora, MG, CEP
XXXX, por meio do seu Advogado, infra assinado, vem à
presença de Vossa Excelência, apresentar sua

CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO

Em face da Ação de AÇÃO DECLARATÓRIA DE


NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO movida por Regina
Silva, dizendo e requerendo o que segue.

I - BREVE SÍNTESE

A ação tem por objeto a anulação de contrato de compra e venda


de um imóvel situado Rua Bucólica 158, Belo Horizonte/MG, celebrado no dia
10/10/2016, sob a alegação de que o negócio foi eivado de vício,
consubstanciando-se na simulação, com o intuito de encobrir uma doação feita
pelo ex-companheiro da PARTE AUTORA à PARTE RÉ, com quem,
supostamente, matinha uma relação extraconjugal.
Aduz ainda a inicial que a PARTE AUTORA e o Sr. Andre Neves,
nacionalidade, profissão, portador da carteira de identidade nº XXX, inscrito no
CPF sob o nº xxx , e-mail, residente e domiciliado em Juiz de Fora/MG, viveram
em união estável pelo período de 8 anos, que foi dissolvida por sentença
judicial proferida no dia 23/08/2016, sentença essa que determinou a partilha
de todos os bens adquiridos na constância da união estável, dentre os quais
está arrolado este imóvel.

II - DAS PRELIMINARES:
DA PEREMPÇÃO
Foi relatado pela ré que a autora propôs outras três vezes a ação
e que esta é a quarta tentativa de anular o negócio jurídico, com os mesmos
motivos e as mesmas partes, tendo como ré a senhora Isabel, causando-lhe
transtornos e gastos com honorários advocatícios. Deve ser refutado que a
autora abandonou a causa três vezes sem justificativa, mediante isto a mesma
perde o direito de propor a ação, devido ao abandono unilateral, gerando a
extinção do mesmo sem resolução do mérito. A vista disso o Código Civil traz
em seu artigo 486, §3º e 485, V, passa-se a expor:
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o
mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença
fundada em abandono da causa, não poderá propor nova
ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe
ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em
defesa o seu direito. Art. 485. O juiz não resolverá o
mérito quando: V- reconhecer a existência de perempção,
de litispendência ou de coisa julgada.
Ante o exposto, é necessário pedir a extinção do feito pela nítida ocorrência da
perempção e o acolhimento da preliminar.

LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO

Na referida ação a ré não poderá ser parte sozinha, uma vez que está concorre
em litisconsórcio com André das Neves, ex- companheiro da autora, logo, este
deverá ser chamado ao processo. Com base nos termos do artigo 114 e 115
do Código Processual Civil.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição
de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devem ser litisconsortes. Art. 115. A
sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será: Parágrafo único. Nos casos de
litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao
autor que requeira a citação de todos que devem ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de
extinção do processo.
Mister enfatizar que o processo se tornará nulo caso o outro litisconsorte não
seja citado. Ante o exposto, requer que acolha a preliminar, extinguindo o
processo sem resolução do mérito.

III - MÉRITO DA CONTESTAÇÃO

A ação é plenamente improcedente, pois falta-lhe lógica


argumentativa e fundamentação jurídica mínimas para fundar o direito alegado
pela PARTE AUTORA. É fundamental salientar que, até o momento da
celebração do negócio jurídico, a PARTE RÉ sequer conhecia o ex-
companheiro da PARTE AUTORA, o que torna logicamente impossível a
alegação de que a PARTE RÉ e o Sr. Andre das Neves mantinham uma
relação extraconjugal, e que devido a essa relação é que a compra e venda foi
realizada para simular uma doação.
Ademais, a PARTE RÉ pagou o valor devido pelo imóvel, R$ 95.000,00, e
procedeu ao registro da escritura de compra e venda no cartório competente,
afastando a ocorrência de qualquer vício, conforme cópia em anexo (DOC. X)
Outro fato que corrobora a total improcedência do pedido é que a data de
celebração do negócio, 10/10/2016, é posterior à proferição da sentença
judicial que dissolveu a união estável mantida entre a PARTE AUTORA e o
alienante, datada de 23/08/2016, determinando a partilha de todos os bens
adquiridos na constância da união estável, dentre os quais está arrolado este
imóvel. Se houve a partilha dos bens da PARTE AUTORA e do Sr. Andre das
Neves no dia 23/08/2016, no momento da compra e venda, que, conforme já
mencionado, foi devidamente levada a registro no cartório competente no dia
10/10/2016, o imóvel era propriedade exclusiva do alienante, estando livre e
desembaraçado de qualquer ônus ou obrigação.
Sendo assim a Contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o que
se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a
IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO PROPOSTA, pelos motivos relatados.
DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

1 O reconhecimento da nulidade da citação e recebimento da


presente contestação, por tempestiva;

2 O deferimento à impugnação ao valor da causa determinando a


sua adequação;

3 O acolhimento das preliminares arguidas com a imediata


extinção do processo sem resolução de mérito, nos termos dos
arts. 354 e 485 do CPC;

4 Que seja acolhida a preliminar de perempção para extinguir o


processo na forma do Artigo 486 e 485 do Código de Processo
Civil;

5 Que seja acolhido o Litisconsórcio para determinar a intimação


da autora a promover no prazo assinalado por este meritíssimo
juízo, a citação do ex-companheiro da autora, sob pena de não
fazer gerar a extinção do processo sem resolução de mérito, com
base no Artigo 115, parágrafo único, cominado com o Artigo 485
do Código de Processo Civil.

6 A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da presente demanda, com a


condenação do Autor ao pagamento de honorários advocatícios
nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;

Em sede de RECONVENÇÃO, requer:

1- O recebimento das razões de reconvenção para o seu devido


processamento, nos termos do art. 343 do CPC;

2- Seja intimado o Autor para apresentar resposta, nos termos do


§1º art. 343, do CPC;

A total procedência da RECONVENÇÃO.


3- A produção de todas as provas admitidas em direito.

4- Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em


nome do Advogado Jorge da Silva Leite Junior, OAB/MG Nº XX.

5- Por fim, manifesta o não interesse na audiência conciliatória, nos


termos do Art. 319, inc. VII do CPC.

6- Do valor da causa à Reconvenção: R$ XXXXX

Nestes termos, pede deferimento.

Juiz de Fora, 08 de junho de 2021.

Jorge da Silva Leite Junior


OAB/MG Nº XX.

Anexos:

1. Procuração

2. Custas, se houver reconvenção sem pedido de gratuidade de justiça

3. Provas do alegado

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