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10º ano

A REDE CONCEPTUAL DA AÇAO


1- CONCEITO DE AÇAO HUMANA

Filosofia da ação- área na qual se procura analisar em que consiste uma ação e saber como é possível explica-la,
tendo em conta as razoes do agente

Como vamos perceber mais á frente as características de uma ação são:


- voluntária
- consciente
- intencional
- livre
- responsável

2- ACONTECIMENTOS E AÇOES
Acontecimento- algo que decorre num determinado tempo e lugar, que é suscetível de afetar o sujeito, mas que não
depende da sua vontade

Agente- aquele que pratica a ação, ou sujeito da ação

Recetor- sofre a ação

Dizemos que o ser humano não é o agente quando este não é a causa
de tais acontecimentos, ou seja, não os origina e não detém qualquer
poder e controlo sobre eles

acontecimento

ação

Uma ação é um acontecimento, mas nem todos os acontecimentos são


ações. Por exemplo, um tremor de terra, ou uma erupção vulcânica não
são ações

Assim, haver um acontecimento é uma condição necessária (mas não suficiente)


para que haja uma ação. Ou seja:

• Se existe uma ação, existe um acontecimento (mas não o contrário).

Haver um acontecimento que envolve um agente é uma condição necessária (mas


não suficiente) para que haja uma ação. Ou seja:

• Se existe uma ação, existe um acontecimento que envolve um agente (mas


não o contrário).

os acontecimentos intencionalmente causados por um agente, e apenas esses,


podem ser chamados “ações”
Causalidade intencional- é necessário que sejam as crenças e desejos do agente – ou seja, o seu conteúdo mental
intencional – a desencadear o acontecimento.

Intenção- está na base da ação. Curso de ação que alguém pretende seguir em função de cumprir um objetivo

Existem várias formas de descrever uma ação. Há acontecimentos que parecem


simultaneamente ser e não uma ação

Um acontecimento é uma ação se, e só se, é intencional (ou intencionalmente


causado por um agente) sob pelo menos uma descrição verdadeira

Motivos- tudo aquilo que é capaz de mover a vontade de agir, é a razão consciente do agir. O motivo é a razão que
torna a ação intencional compreensível.

Ex.: ação- colocar um CD de uma loja na mochila


intenção- comprar os CD
motivo- maneira mais fácil de transportar
finalidade- ouvir o CD
projeto- aumentar conhecimentos sobre aquele género de música

Deliberação- processo de reflexão que em princípio antecede a decisão. Consiste na escolha de alternativas
possíveis em função de determinadas razoes e motivações. Pensar nos meios que permitem atingir certos fins

Se pretendemos que a nossa decisão de executar (ou não) uma ou outra ação
seja considerada uma decisão racional, ela deve corresponder ao resultado
desse processo deliberativo

Caso contrário, essa decisão poderá ser considerada emotiva,


irrefletida, ou até mesmo infundada e irracional

3- O AGENTE

O agente é responsabilizado pelas suas ações se as


realiza de forma consciente, voluntaria e intencional

Responsabiliza-lo é supor que ele é livre (tem o poder de


escolha entre várias alternativas)

Assim o agente é aquele que pode e deve responder pelos


seus atos, é racional, livre e responsável

Rede conceptual da ação:

Agente
Deliberação Decisão Ação
(livre e responsável)

- motivo
- intenção
- finalidade
- projeto
DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇAO HUMANA
Será que temos livre arbítrio?

Livre arbítrio- vontade livre e responsável de um agente racional, ou seja, a possibilidade de escolha ou ato voluntario
autónomo e independente de qualquer coação externa ou interna.

A sociedade e a cultura agem externa e internamente sobre


nós moldando-nos

Há situações em que sentimos que podíamos ter agido de


maneira diferente, ou seja, que podemos evitar, mas como
a ação é livre temos de nos responsabilizar

as nossas ações são acontecimentos intencionalmente causados por nós, ou


seja, acontecimentos causados pelas nossas crenças e desejos, mas, por sua
vez, é legítimo perguntar se existe algo que causa as nossas crenças e
desejos
podemos considerar que somos realmente livres e
moralmente responsáveis por aquilo que fazemos?

1- CONDICIONANTES DA AÇAO HUMANA

Não temos uma liberdade absoluta, mas sim uma liberdade


situada e condicionada

condicionantes da ação humana- todo o conjunto de constrangimentos e obstáculos que impõem limites á nossa
ação.

Estas condicionantes têm duas vertentes:

• Limites
• Possibilidades

Todas as condicionantes condicionam a nossa


liberdade, mas também nos dão abertura para
outras possibilidades

Tipos de condicionantes
Físico-biológicas Constituição morfológica e fisiológica
Psicológicas Características psicológicas
Histórico-culturais Conjunto de fatores de caracter histórico, cultural, religioso, etc…

A ação e a liberdade são sempre situadas e contextualizadas


ex.: a condição económica de um pais limita opções individuais

A existência de condicionantes não implica a inexistência de livre-arbítrio


2- O PROBLEMA DO LIVRE- ARBÍTRIO
• DETERMINISMO RADICAL

Defende que não existe livre-arbítrio O agente não é responsável

Encara a natureza como um conjunto de coisas e factos em que tudo o que


acontece resulta de causas anteriores, ás quais se seguem efeitos inevitáveis

O universo é um vasto sistema que obedece a leis causais invariáveis

Objeções: argumentos usados pelos libertistas para defender a tese contrária

• COMPATIBILISMO OU DETERMINISMO MODERADO

Diz que aceita o determinismo no mundo natural, mas defende que


existe espaço para a liberdade e para a responsabilidade humana

Um ato pode ser ao mesmo tempo livre e determinado

Compatibilismo- assenta na distinção de ações livre e ações não livres

Ações livres: Ações não livres:

Aquelas que fazemos com Aquelas que somos forçados


vontade de as fazer e sem a escolher
sermos obrigados. Resultam
dos nossos desejos,
caracter e personalidade

Livre significa isento de coerção. Isto não quer dizer que as ações não sejam
causadas, elas são sempre causadas por fatores que não controlamos

Mesmo as ações sendo causadas, podemos sempre agir de outro modo se O agente é responsável
assim o escolhermos

Objeção: não podemos ignorar que o caracter e o desejo dependem de forças que não controlamos. Ou seja, se
tudo em nós é causado segundo as leis da natureza, então temos de admitir que há forças e impulsos que não
dependem de nós e servem de causas para o nosso comportamento

Quer o determinismo radical quer o compatibilismo são teorias incompatibilistas pois ambas consideram que o
livre-arbítrio não é compatível com o determinismo
• LIBERTISMO

Existe livre-arbítrio O agente é responsável

O agente tem o poder de interferir no curso normal das


coisas pela sua capacidade racional e deliberativa

Os libertistas apoiam dois argumentos:

Argumento da experiência e responsabilidade:

• Sabemos que somos livres e consequentemente


responsáveis pois apercebemo-nos disso
sempre que efetuamos uma escolha consciente e
ao avaliarmos ações

• O universo não constitui um sistema


determinista- é impossível prever fenómenos a
partir de causas determinantes pois recorrem ao
acaso e á aleatoriedade

Objeção 1: a doutrina não fornece explicações relativamente áquilo que produz as nossas decisões

Objeção 2: a liberdade e a responsabilidade podem ser ilusória

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