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SISTEMA EDUCACIONAL SOLUTO

CURSO: TECNICO EM ENFERMAGEM


ALUNO(A): FRANCILEIDE SOUSA DA CONCEIÇÃO

O QUE É E QUAIS OS OBJETIVOS DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA?

BREU BRANCO-PA
2021
FRANCILEIDE SOUSA DA CONCEIÇÃO

O QUE É E QUAIS OS OBJETIVOS DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA?

BREU BRANCO-PA
2021
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INTRODUÇÃO
A terapia intensiva é a única entre as especialidades da medicina. Enquanto
outras especialidades restringem o foco de interesse a um sistema de corpo único
ou a uma terapia específica, o cuidado crítico é direcionado a pacientes com um
amplo espectro de doenças. Estes têm os denominadores comuns de exacerbação
acentuada de uma doença existente, novos problemas agudos graves ou
complicações graves da doença ou tratamento.
A variedade de doenças observadas em uma população gravemente enferma
exige conhecimento completo das manifestações e mecanismos da doença. Avaliar
a gravidade do problema do paciente exige uma abordagem simultaneamente global
e focada, depende do acúmulo de dados precisos e requer a integração desses
dados.
Pacientes com doença com risco de vida na UTI comumente desenvolvem
falência de outros órgãos devido ao comprometimento hemodinâmico, efeitos
colaterais da terapia e diminuição da reserva de função do órgão, especialmente
aqueles que são idosos ou cronicamente debilitados. Por exemplo, a ventilação
mecânica com pressão positiva está associada com a diminuição da perfusão dos
órgãos.
Muitos medicamentos valiosos são nefro ou hepatotóxicos, especialmente em
face da insuficiência renal ou hepática preexistente. Pacientes mais velhos são mais
propensos a toxicidade medicamentosa e a polifarmácia apresenta maior
probabilidade de interações medicamentosas adversas.
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DESENVOLVIMENTO
UTI - UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A Unidade de Terapia Intensiva foi criada a partir da evolução das “Salas de
Recuperação Pós-Anestésica” na década de 20 para pacientes submetidos à
Neurocirurgia no Hospital Johns Hopkins – USA, e a 1ª UTI foi criada em 1926 em
Boston pelo Dr. Walter Dandy.

O que é Unidade de Terapia Intensiva


Antes dessa primeira Unidade de Terapia Intensiva, um projeto idealizado
pela enfermeira britânica Florence Nightingale merece nossa atenção. Em 1854
inicia-se a Guerra da Criméia no qual a Inglaterra, França e Turquia declaram guerra
à Rússia. Em condições precárias de cuidados, havia uma alta mortalidade entre os
soldados hospitalizados e as mortes chegaram ao índice de 40%. Um número muito
alto, não? Foi aí que Florence e mais 38 voluntárias partiram para os Campos de
Scurati, assumindo o atendimento e a mortalidade caiu para 2%. O que aconteceu
de tão diferente?
Simples: a enfermeira classificou os doentes de acordo com o grau de
dependência, dispondo-os nas enfermarias, de tal maneira que os mais graves
ficassem próximos à área de trabalho da enfermagem, para maior vigilância e
melhor atendimento, ou seja, aquela era uma unidade de monitoração de paciente
grave, é ali que nasce o projeto embrionário do que são hoje nossas UTI.
O primeiro médico intensivista foi o austríaco Peter Safar, ele estimulou e
preconizou o atendimento de urgência e emergência além de formular o ABC
primário, bem como criar a ventilação artificial boca-a-boca e massagem cardíaca
externa.
Para descomplicar: o ABC primário foi uma primeira sistematização sugerida
e seguida por todo o mundo, na qual seguia-se uma ordem de prioridades e atuação
sobre um paciente em que representaria maiores chances de sobrevivência e com o
mínimo de sequelas possíveis, onde o A (do inglês Air) representa a abertura de vias
aéreas, o B (do inglês Breath) a verificação se o paciente / vítima está respirando e,
o C (do inglês Check), checagem de Pulso. Para cada etapa, à medida que há
anormalidade, implementa-se alguma ação para buscar o restabelecimento, como,
por exemplo, caso não se percebesse a passagem do ar, realizava-se a abertura
das vias aéreas através da inclinação da cabeça do indivíduo.
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No Brasil, a implantação da 1ª UTI foi na década de 70, no Hospital Sírio


Libanês em São Paulo.
O surgimento da prática em UTI marcou um dos maiores progressos obtidos
pelos hospitais, visto que antes dela, o cuidado ao doente grave realizava-se nas
próprias enfermarias o que, muitas vezes, representava um risco à evolução do
paciente.
Para que serve a UTI?
Primeiramente, é importante dizer que as UTI’s podem ser classificadas em
Adulto, Pediátrica, Pediátrica Mista (Pediátrica e Neonatal), Neonatal e as UTI’s
Especializadas, dentre elas destacam-se: Cardiológica ou Coronariana, Cirúrgica,
Neurológica, Transplante, dentre outras.
Este é o local no hospital destinado à oferta do SAV – Suporte Avançado de
Vida ao paciente agudamente enfermo que tenha chances de sobreviver; e essa
definição nos traz algumas reflexões e questionamentos, principalmente na falta de
critérios para internar pacientes em UTI. Acompanhe comigo:
Não muito raro, observamos em nosso cotidiano profissional e acadêmico,
diversos pacientes fora destes critérios que eu citei acima hospitalizados nesta área:
pacientes crônicos e sem qualquer prognóstico, sem mais condições terapêuticas,
sem nenhum esforço ou tecnologia disponível que possa reverter o quadro terminal
de saúde, causando apenas um prolongamento do estado de terminalidade desses
indivíduos em especial.
Esse é um exemplo, mas ainda vale destacar uma ocorrência também muito
comum, que é a internação de pacientes submetidos a algum procedimento
cirúrgico, que poderiam ser monitorados no próprio Centro Cirúrgico, nas salas de
Recuperação Pós-Anestésica e, logo que devidamente despertos e estáveis, seriam
encaminhados para as Unidades de Internação (quartos/enfermarias), mas
infelizmente, em muitos casos, ainda são direcionados às UTI, fato este que além de
aumentar o tempo de internação desses pacientes, ainda os colocam em maior risco
de infecções, pois a unidade de terapia intensiva é um ambiente de alta
complexidade. Lembre-se disto.
Outro fato que vale ressaltar é a ocupação de um leito de UTI com pacientes
não elegíveis para tal, isto acontece muitas vezes por falta de disponibilidade de
leitos comuns. Isso pode gerar um problema para pacientes dentro dos critérios (ou
seja, pacientes agudamente enfermos que tenham chances de sobreviver), que
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acabam às vezes agravando sua situação de saúde ou até levando-os a óbito por
falta de leito de UTI.

Cuidados Intensivos
Continuando sobre o que é unidade de terapia intensiva, vamos falar um
pouco sobre a rotina dos cuidados intensivos, real conceito e destino da Terapia
Intensiva, é um local dotado de muita tecnologia e condições para diversas
intervenções, inclusive de alta complexidade, bem como a presença de profissionais
de várias áreas da saúde com formação em cuidados críticos, preparados para
instituição de medidas de Suporte Avançado de Vida em qualquer momento, nas 24
horas, pois a UTI nunca para.
Todos estão sempre alertas aos sinais e sintomas de gravidade para rápidas
e assertivas intervenções em prol da estabilidade dos pacientes aos seus cuidados.
Dentre as grandes diferenças entre uma Unidade de Internação comum e
uma UTI, destacam-se a questão da Monitorização Hemodinâmica Invasiva e Não
Invasiva e, da presença de profissionais de qualificação diferenciada e alta
performance disponíveis e em exclusividade para este fim.
Os Cuidados Intensivos são muito abrangentes, mas destacamos a
monitorização de sinais e sintomas, avaliação e manejo da dor, aspectos
nutricionais, psicológicos, sociais, dentre outros, nos quais fazem que a UTI oferte
cuidados intensivos e multidisciplinares, tornando as ações, intervenções e
terapêuticas adotadas por profissionais devidamente competentes para tal.
Temos na UTI médicos, enfermeiros e fisioterapeutas Intensivistas, técnicos
de enfermagem e profissionais de apoio, como auxiliar administrativo, nutricionistas,
odontólogos, psicólogos, assistente social, farmacêuticos e bioquímicos. Ainda,
permite-se na UTI o acesso de religiosos para atenderem os pacientes a pedido dos
mesmos e/ou de seus familiares.
Todos os profissionais citados compõem os Cuidados Intensivos, devido,
principalmente, ao fato que as preocupações na atualidade dos cuidados em saúde
extrapolam o quesito doença, pois o indivíduo precisa ser “abordado” de maneira
integral, como um ser individual com todas suas particularidades, necessidades e
peculiaridades, levando em consideração, se possível, seus anseios, preceitos e
desejos, bem como sua religiosidade e crenças.
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A qualidade dos Cuidados Intensivos é uma grande prioridade para os


profissionais envolvidos, pois ela tem impacto direto tanto na segurança de todos
(profissional, paciente, familiar e meio ambiente) e desfechos clínicos favoráveis e
esperados. Para tanto, as Unidades de Terapias Intensivas trabalham em cima de
protocolos devidamente validados, bem como a realização e análises regulares de
indicadores que qualidade, os quais servem de grande ferramenta em gestão para
manutenção e melhoria contínua da qualidade e segurança em cuidados intensivos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos profissionais não gostam de Terapia Intensiva ou não se adaptam. É
um ambiente fechado e de acesso restrito, bem como muito controlado e
direcionado a cuidados críticos, ou seja, o tratamento de “doentes e doenças” em
sua maioria no pior momento e gravidade, fatos esses que assustam a muitos.
Outros profissionais são completamente apaixonados por toda essa
complexidade e especialidade, pois nossas ações, intervenções e cuidados são de
suma importância para a terapêutica implementada, levando-nos a uma incessante
busca de conhecimentos e atualizações para fazermos sempre o melhor aos
pacientes que precisam de nós, não só em procedimentos e intervenções, mas
também em posicionamentos e alternativas que aliviem todos os transtornos e
sofrimentos causados a um indivíduo e seus familiares pela internação numa UTI.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
https://www.sanarmed.com/introducao-a-terapia-intensiva
https://blog.intensicare.com.br/o-que-e-e-como-funciona-uma-unidade-de-terapia-
intensiva/

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