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Ano 2 Número 8

Novembro/Dezembro
Danos Oculares Causados
27 DE NOVEMBRO
DIA MUNDIAL DE COMBATE
por Acidentes de Trabalho
AO CÂNCER

Introdução
Os acidentes de trabalho que comprometem os olhos estão entre as principais
causas da perda de visão temporária e permanente em todo mundo. De acordo
com especialistas brasileiros, cerca de 90% destes incidentes seriam evitados
com o simples uso de equipamentos de proteção adequados.
Uma grande porcentagem das lesões oculares causadas gera defeitos visuais
27 DE NOVEMBRO
DIA NACIONAL DOS TÉCNICOS
permanentes. Muitos trabalhadores sentem na pele essa estatística: dentre os aci-
DE SEGURANÇA DO dentes oculares de trabalho, 12% causam problemas irreversíveis.
TRABALHO
Recentemente o CBO – Conse-
lho Brasileiro de Oftalmologia di-
Informativo da Saúde do

vulgou um levantamento parcial


revelando que no Brasil acontecem
aproximadamente 150 mil aciden-
tes ocupacionais oculares por ano.
É importante frisar que não há pes-
quisas ou estatísticas precisas sobre
o número real de acidentados, pois
CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE-MS

a maioria das vítimas não procura


atendimento especializado, o que
Trabalhador

pode ultrapassar significativamente essa estimativa. Dentre os 410 acidentes ocu-


lares que ocorrem diariamente em todo o país, 25 são irreversíveis.
Os traumas oculares ocupacionais são bastante comuns, trazendo custos de
ordem social, econômica e psicológica, visto que atingem a população economi-
camente ativa. No Brasil, estima-se que 10% das lesões ocupacionais sejam ocu-
lares. Trata-se de um custo anual estimado em R$ 328 milhões para os cofres da
saúde brasileira apenas com os tratamentos que tentam reverter os acidentes ocu-
lares; e muitos não surtem resultados. Apesar dos dados nacionais, não existe no
Brasil um sistema unificado para registro de trauma ocular, além da produção
científica ser pouco satisfatória sobre o assunto.
Estudos epidemiológicos evidenciaram uma alta ocorrência de traumas ocula-
res relacionados com o trabalho na população de adultos jovens (entre 20-40 a-
nos), principalmente do sexo masculino. Este é um dado observado mundialmen-
te, atribuído aos homens por exercerem maior atividade e serem menos cuidado-
sos. Os acidentes mais comuns ocorrem geralmente após a 3ª hora de trabalho.
No entanto, quando utilizado equipamento adequado, aproximadamente 98% dos
acidentes são evitáveis, ou seja a cada 100 acidentes, apenas 2 poderiam aconte-
cer. Estima-se que a cada ano 55 milhões
A incapacidade para o trabalho de traumatismos oculares sejam responsá-
causada por acidentes com os veis pela perda de dias de trabalho.
olhos é muito maior do que Apesar de as lesões oculares serem de
gravidade variável e prevenível, os aci-
qualquer outro tipo de acidente.
dentes com os olhos podem acontecer re-
Se não houver dano pentina e inesperadamente, e não são fa-
permanente, são em média, 15 cilmente detectados; o indivíduo pode
semanas contra 5 semanas para percebê-los imediatamente ou apenas ho-
aqueles que afetam outras ras mais tarde, quando surgirem os pri-
partes do corpo. meiros sintomas.
Lesões Oculares Mais Comuns e suas Causas
Corpos Estranhos - Estilhaços de vidro, lascas Perfurações do globo ocular - Causados por ob-
de madeira, areia, pó, minúsculas partículas de jetos pontiagudos ou cortantes;
metal ou plástico, pregos ou qualquer outro mate-
rial perfurante;

Trauma ocular grave – Pode ocasionar catarata


traumática que pode ser grave e ter em associação
outras alterações como a hemorragia intraocular e
Úlceras Traumáticas - Mi-
descolamento de retina.
crotraumas, corpo estranho
no olho e pela ação de algu-
mas substâncias químicas;

Queimaduras:
• Fotoelétricas: causadas pelo
calor e energia/radiação emi-
tidos pela luz de solda e fagu-
lhas; - Cataratas oculares

•Químicas: causadas por


substâncias tais como, gases,
vapores, cal, soda cáustica,
ácidos, etc., e que estão entre
- Hemorragia intraocular
as mais graves;

Contusões e Lacerações - Golpes ou pancadas


causadas por equipamentos, instrumentos de traba-
lho, etc;

- Descolamento de retina

Traumatismo ocular Fratura de órbita

As imagens e figuras foram obtidas em sites, blogs


e homepages da internet, cujo objetivo é
Lesão de pálpebra harmonizar os textos, tornando a leitura mais
clara e agradável.

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Aconteceu a lesão...
O que fazer??
Se o olho foi cortado ou furado: Em caso de queimadura química no olho:
NÃO: remova o objeto preso no Lave imediatamente o olho com
olho, lave com água, friccione água limpa em abundância e procu-
ou aplique pressão no olho. re atendimento oftalmológico de
SIM: delicadamente, coloque emergência imediatamente.
um escudo sobre o olho. O fun- Para tratar um golpe no olho:
do de um copo de papel ou plás- NÃO: aplique qualquer pressão.
tico colado ao redor do olho pode servir como um SIM: aplique suavemente uma
escudo até conseguir atendimento médico. Depois pequena compressa fria para re-
de proteger o olho, consulte um oftalmologista ime- duzir a dor e o inchaço. Se o olho
diatamente. estiver roxo, dolorido ou algum
 Para retirar a areia ou pequenos detritos nos distúrbio visual ocorrer mesmo
olhos: depois de um golpe de luz, contate imediatamente
NÃO: esfregue os olhos um oftalmologista. Lembre-se que mesmo um golpe
SIM: use colírio para lavar o olho. de luz pode causar uma lesão ocular significativa.
Se os detritos não saírem, faça um
curativo leve no olho e procure um Em todas as situações, solicite o preenchimento da
oftalmologista. Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Prevenção de Acidentes Oculares


As principais medidas de proteção da saúde e • Manutenção de adequadas condições ambien-
prevenção da exposição aos fatores de risco são: tais gerais e de conforto para os trabalhadores e
• Substituição de tecnologias de produção por ou- facilidades para higiene pessoal, como instala-
tras menos arriscadas para a saúde; ções sanitárias adequadas, banheiros, chuveiros,
• Isolamento do agente/substância ou enclausura- pias com água limpa corrente e em abundância;
mento do processo; uniforme adequado e limpo diariamente;
• Medidas rigorosas de organiza- • Garantia de recursos adequa-
ção e segurança do trabalho, como A Educação é a principal dos para o atendimento de situ-
adoção de sistemas de ventilação ações de emergência, uma vez
local exaustora e geral, adequados arma de apoio devendo que o contato ou respingos de
e eficientes; substâncias químicas nos olhos
• Contro le de v az a ment os ser constante e podem ameaçar a visão, como
chuveiros ou duchas lava-olhos
e incidentes, mediante manuten- permanente!!!!! em locais rapidamente acessí-
ção preventiva e corretiva de má-
veis. Os trabalhadores devem
quinas e equipamentos, e acom-
estar treinados para proceder
panhamento de seu cumprimento;
imediatamente à lavagem dos olhos, com água
• Monitoramento ambiental sistemático; adoção corrente, por no mínimo cinco minutos, sendo em
de sistemas seguros de trabalho, operacionais, de seguida encaminhados para avaliação especializa-
transporte, de classificação e de rotulagem das da por oftalmologista;
substâncias químicas segundo propriedades toxi-
• Diminuição do tempo de exposição e do núme-
cológicas e toxicidade;
ro de trabalhadores expostos;
Participe! Envie-nos sugestões, acontecimentos, reportagens, • Fornecimento de equipamentos de proteção in-
fotos de eventos relacionados à Saúde do Trabalhador... dividual (EPI) adequados, com manutenção indi-
CEREST
cada, de modo a complementar às medidas de
Tel.: 67 3314-3718
Rua Sergipe, 402 - Jd. dos Estados
REGIONAL proteção coletiva.
E-mail: cerestregional@sesau.capital.ms.gov.br
79.020-160 — Campo Grande– MS
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Grande aliado: Óculos de Proteção
O uso de um dos mais importantes aliados nessa somente ele deve estar com os óculos de proteção,
batalha contra as lesões oculares ocasionadas pelo como também todos que o cercam. Nunca é demais
trabalho: os óculos de prote- repetir que os óculos devem
ção. E temos que levar em ter Certificação do Ministério
consideração que esse EPI do Trabalho, que é gravada
deve ser apropriado, de boa nos óculos, e possuir o Certi-
qualidade, combinando con- ficado de Aprovação da Fun-
forto e segurança, resistência dacentro.
e leveza. Trabalhadores mui- Os trabalhadores devem ter
tas vezes tem sua função im- sempre à mão os materiais de
possibilitada devido aos ócu- limpeza dos óculos. Lembran-
los ou máscaras (que também do que não são apenas os tra-
agem na proteção facial) des- balhadores que manipulam
confortáveis e incômodos. Muitos, por desconhe- equipamentos emissores de radiação e faíscas (como
cerem os perigosos riscos a que estão expostos – os soldadores) ou aqueles que estão expostos a ga-
com fagulhas, gases, pancadas, pó, vento, areia ou ses e vapores químicos que precisam adotar um e-
energia radiante, abandonam os olhos à mercê da quipamento para proteger os olhos. Quem trabalha
sorte. em ambiente de menor risco, como
Os bons óculos de proteção devem ser de acordo dentistas ou laboratoristas, também
com a necessidade e função do trabalhador e não devem usar protetores.

Responsabilidade das Empresas


As empresas devem direcionar os cuidados pri- Fiscalizar as condições de trabalho dos funcioná-
mários aos mais expostos, mas também atuar na rios, promovendo mudanças para que estas tornem-
promoção da saúde e cuidados com olhos, fornecer se as mais adequadas possíveis.
EPI’s de boa qualidade e compatíveis com a função Verificar o estado de manutenção do maquinário
desenvolvida, investir na prevenção e detecção dos bem como a avaliação das condições de trabalho
acidentes e doenças que afetem os olhos, acompa- que é submetido o funcionário, funções estas de ex-
nhar a capacidade visual dos trabalhadores, dar en- trema importância.
caminhamento aos casos com al- Quanto às condições de trabalho, deve
teração na visão, propor qualifica- -se avaliar a ventilação e iluminação
ção da equipe médica e de enfer- Lembre-se do local, se necessita de ar condicio-
magem para tratar as lesões ainda Óculos, bem como outros nado, aspiradores e exaustores, uso de
no local de trabalho, além de co- Equipamentos de Proteção óculos de proteção, horas de trabalho
laborar e promover as atividades Individual - EPIs- não pre- e descanso, entre outras, pois sabe-se
de educação em saúde. vinem os acidentes; po- que as pausas diminuem o risco de
A supervisão é de extrema im- acidentes acontecerem.
rém, evitam ou amenizam
portância na prevenção de aciden- O custo da prevenção para a empre-
as possíveis lesões !!!
tes oculares, devendo ser constan- sa, não é alto, se levarmos em conta a
te e com plena autoridade para economia proporcionada pela saúde
fazer cumprir a legislação com referência aos aci- do trabalhador e o seu baixo custo quando compara-
dentes de trabalho. do com a incapacidade do mesmo para o trabalho.

Para saber mais, clique no texto e acesse as fontes consultadas para este informativo:
http://doencas-trabalho.blogspot.com.br/2014/03/doencas-do-olho-e-anexos-relacionadas.html
http://www.isoolhos.com.br/post-blog/danos-oculares-causados-por-acidentes-de-trabalho/
http://www.drvisao.com.br/noticias/3030-Lesoes-oculares-causados-por-acidentes-ocupacionais-podem-causar-danos-irreversiveis-a-visao
http://www.bsbflash.com/o-perigo-das-lesoes-oculares-relacionadas-ao-trabalho/
http://drqueirozneto.com.br/prevencao-de-acidentes-oculares/
www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/download/.../9096
http://www.cbo.com.br/novo/medico/pdf/livreto_manual_de_prevencao_acidentes_oculares.pdf

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