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“O Capital”
1º capítulo
Questões respondidas: 1, 2 , 3 ,4 ,5 e 6
1
Graduanda em Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense.
KARL MARX:
Karl Marx nasceu em 1818 em meio a uma família judia. Foi um sociólogo,
historiador, economista e revolucionário socialista e um pensador dos elementos
fundamentais do capitalismo.
Considerado um dos principais pesquisadores do sistema econômico e suas formas de
desenvolvimento, analisando a mercadoria, a moeda, o capital, o trabalho, a mais-valia, a
acumulação de capital e as crises. A visão central de Marx considera o homem como ser
natural, social, como um ser histórico, vendo a história como se desenvolvendo através da
luta de classes, numa visão dialética.
O Capital, é um conjunto de três volumes publicados entre 1867 e 1883. No livro,
Marx propõe uma interpretação crítica do sistema econômico capitalista. Junto de “O
Manifesto Comunista”, O Capital é considerado um dos livros mais importantes para a
introdução do pensamento social marxista.
No primeiro livro de “O Capital” Marx tem como objetivo revelar a lei econômica do
movimento da sociedade moderna e compreender todo o processo, que o autor nos apresenta
em no decorrer dos três livros.
Marx defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção
historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda, sendo
inevitavelmente substituído.
CAPÍTULO 1: A MERCADORIA:
"A riqueza das sociedades onde reina o modo de produção capitalista aparece como
uma "enorme coleção de mercadorias"(MARX, 2017, p.97). Com esta frase, Karl Marx inicia
o primeiro capítulo de uma de suas maiores obras "O Capital" publicado em 1867 o que seria
o seu ponto de partida para a análise de uma sociedade capitalista. Segundo Marx, as
mercadorias seriam a determinação mais singular do modo de produção capitalista e o que a
define como tal.
As mercadorias podem ser usadas diretamente como produtos a serem consumidos, ou
como meios de produção de outras mercadorias, o que as fazem serem imprescindíveis para a
reprodução humana e com isso, devem ser analisadas sob um duplo ponto de vista: o da
qualidade e o da quantidade. Assim, Marx analisa dois aspectos do mesmo em unidade
dialética.
A mercadoria em seu aspecto qualitativo é associada as suas características físicas, é o
que permitem que uma determinada mercadoria atenda a uma necessidade social, ou seja, são
seus conjuntos de características, suas qualidades, que vão permitir que se atenda a uma
necessidade social a partir do consumo da mesma. Essa necessidade social pode ser, segundo
Marx, do estômago ou da fantasia. Portanto, a mercadoria necessita e ter valor-de-uso para se
tornar mercadoria, e esse valor-de-uso precisa ser baseado em uma necessidade social.
Apesar de terem valores de uso essa não é uma característica única das mercadorias. Existem
coisas que têm valores-de-uso e que não são, necessariamente, mercadorias, como por
exemplo o ar.
Já o aspecto quantitativo determina o quanto uma mercadoria vale, com isso é
necessário sempre uma outra unidade de medida, ou seja a quantidade é o que ele associa ao
valor de troca.
O valor para Marx é esta unidade dialética entre valor-de-uso e valor-de-troca. O que
distingue as mercadorias do ponto de vista do valor-de-uso são as características concretas e o
próprio corpo da mercadoria, ou seja, é o corpo das mercadorias que determina as
necessidades sociais que elas são capazes de atender. "Esse seu caráter não depende do fato
de a apropriação de suas qualidades úteis custar muito ou pouco trabalho aos
homens."(MARX, 2017, p. 97) Ou seja, uma mercadoria não tem mais ou menos
valor-de-uso que outra.
"O valor-de-troca aparece inicialmente como a relação quantitativa, a proporção na
qual valores de so de um tipo são trocados por valores de uso de outro tipo." (MARX, 2017,
p. 97) O valor-de-troca apenas se expressará na troca. Só saberemos quanto vale uma
mercadoria se tivermos uma unidade de medida. O valor-de-troca é sempre quantitativo, ou
seja uma unidade do valor-de-uso será medida em uma quantidade de alguma outra coisa.
Portanto, a troca tem que ser entre valores de uso diferentes entre si, porém valores-de-troca
iguais, ou seja, uma troca equivalente.
Se distintos valores-de-uso, que possuem diferentes características físicas e atendem a
diferentes necessidades sociais podem se igualar nestas relações, é porque existe al em
comum entre eles. Durante suas relações de troca de mercadorias o que implica são as
quantidades e não seu aspecto qualitativo:
Prescindindo do valor de uso dos corpos das mercadorias, resta nelas uma única
propriedade: a de serem produtos do trabalho. Mas mesmo o produto do trabalho já
se transformou em nossas mãos. Se abstraímos seu valor de uso, abstraímos também
os componentes [Bestandteilen] e formas corpóreas que fazem dele um valor de
uso. O produto não é mais uma mesa, uma casa, um fio ou qualquer outra coisa útil.
Todas as suas qualidades sensíveis foram apagadas. E também já não é mais o
produto do carpinteiro, do pedreiro, do fiandeiro ou de qualquer outro trabalho
produtivo determinado. Com o caráter útil dos produtos do trabalho desaparece o
caráter útil dos trabalhos neles representados e, portanto, também as diferentes
formas concretas desses trabalhos, que não mais se distinguem uns dos outros,
sendo todos reduzidos a trabalho humano igual, a trabalho humano abstrato.
(MARX, 2017, p. 98-99)
BIBLIOGRAFIA: