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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

ENGENHARIA ELÉTRICA

RODRIGO MACHADO

PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA SUBESTAÇÃO DO IFBA – CAMPUS DE


PAULO AFONSO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA


ENGENHARIA ELÉTRICA

RODRIGO MACHADO

Paulo Afonso - BA
Dezembro, 2017
RODRIGO MACHADO

PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA SUBESTAÇÃO DO IFBA – CAMPUS DE


PAULO AFONSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


RODRIGO MACHADO
Departamento de Engenharia Elétrica do Instituto Federal
da Bahia – Campus Paulo Afonso, como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel em Engenheiro
Elétrica.

Orientadora: Prof.ª MSc. Danielle Bandeira de M.


Delgado.

Paulo Afonso - BA
Dezembro, 2017
PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA SUBESTAÇÃO DO IFBA – CAMPUS DE
PAULO AFONSO
Paulo Afonso - BA
Dezembro, 2017

Paulo Afonso
RODRIGO - BA
MACHADO
TERMO DE APROVAÇÃO

RODRIGO MACHADO

PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA SUBESTAÇÃO DO IFBA – CAMPUS DE


PAULO AFONSO

Monografia apresentada ao curso de Engenharia Elétrica, do Instituto Federal da


Bahia, como requisito à obtenção do título de graduação.

Aprovada em _____ de ___________________ de 2017.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________
Prof.ª MSc. Danielle Bandeira de M. Delgado

_________________________________________________
Profº. Esp. Fernando Carlos Ferreira de Oliveira

_________________________________________________
Profº. Esp. Paulo Roberto Ribeiro Morais
AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial a minha mãe, que apesar das dificuldades sempre me
incentivou a não desistir dos meus sonhos. Não existe adjetivos para descrever a
gratidão que tenho pelo o esforço que todos os meus familiares fizeram para eu chegar
até aqui.

Ao meu primeiro professor de projetos elétricos, Evilásio Diniz, a quem devo grande
parte do meu crescimento profissional.

Aos meus amigos de IFBA e a turma de 2012.2 (Alex, Alisson, Adriano, Bianca,
Emerson, Murilo e Samuel).

À minha orientadora, Professora Msc. Danielle Bandeira de Melo Delgado, que


contribuiu academicamente e sempre se dedicou para realização deste trabalho.

Aos amigos, que sempre estiveram do meu lado dando apoio para a realização deste
sonho.

E, por fim, a minha querida vó, Josefa Juvina do Nascimento, que sempre acreditou
em mim.
RESUMO

As subestações exercem um papel fundamental no sistema elétrico de potência em


virtude de sua função de transmitir, distribuir e modificar os níveis de tensão e corrente
para vários fins. Dentro do subsistema de distribuição, as subestações consumidoras
em média tensão alimentam todo o sistema elétrico de uma edificação. A subestação
do IFBA – campus Paulo Afonso, mais especificamente, após estudos de Araújo
(2016), está operando com 97% da sua capacidade. Neste aspecto, um acréscimo de
cargas pode provocar falha da subestação e, consequentemente, indisponibilizar
energia a todo instituto. Portanto, o presente trabalho tem como propósito analisar a
atual subestação do IFBA – campus Paulo Afonso para elaborar o projeto da nova
subestação, com arranjo físico e elétrico dentro das normas cabíveis. O embasamento
para a pesquisa baseia-se principalmente em fontes como Mamede Filho (2010),
Araújo (2016), Norma ABNT NBR 14039 (2005), normas da concessionária de energia
local e análise das Instalações Elétricas do IFBA – campus Paulo Afonso. Foi utilizado
o software autoCAD para desenho de todas as peças gráficas necessárias para
entendimento do projeto. A partir dos dados obtidos por Araújo (2016) e fornecidos
pela Comissão de Gestão Energética do campus, foi obtido a carga demandada total
do IFBA – campus Paulo Afonso. Como resultados, obteve-se demanda de 263,11
kVA e o dimensionamento e especificações dos equipamentos da subestação
consumidora atendida pela concessionária local e da própria subestação. Além disso,
o orçamento do projeto foi estimado em R$ 60.739,28. Desta forma, conseguiu-se
com a elaboração do projeto da subestação uma medida preventiva, o que pode vim
a evitar transtornos ao instituto, maiores despesas futuras e danos as instalações
elétricas da edificação.

Palavras-chave: Subestação consumidora. NBR 14039. Projeto de subestação.


IFBA. Paulo Afonso.
ABSTRACT

Substations play a key role in the power system by virtue of its function of transmitting,
distributing and modifying voltage and current levels for various purposes. Within the
distribution subsystem, medium-voltage consumer substations power the entire
electrical system of a building. The IFBA substation - Paulo Afonso campus, more
specifically, after studies by Araújo (2016), is operating at 97% of its capacity. In this
aspect, an increase of loads can cause failure of the substation and, consequently,
make energy unavailable to any institute. Therefore, the present work aims to analyze
the current substation of the IFBA - Paulo Afonso campus to elaborate the new
substation project, with physical and electrical arrangement within the applicable
standards. The base for the research is based mainly on sources such as Mamede
Filho (2010), Araújo (2016), Norma ABNT NBR 14039 (2005), local energy
concessionaire standards and analysis of the IFBA - Paulo Afonso campus. AutoCAD
software was used to design all the graphic parts needed to understand the project.
Based on the data obtained by Araújo (2016) and provided by the Campus Energy
Management Commission, the total demanded load of the IFBA - Paulo Afonso
campus was obtained. As results, a 263.11 kVA demand was obtained and the design
and specifications of the substation equipment serviced by the local utility and the
substation itself. In addition, the project budget was estimated at R $ 60,739.28. In this
way, the construction of the substation project was achieved as a preventive measure,
which may have led to the avoidance of disruption to the institute, greater future
expenses and damage to the electrical installations of the building.

Key Words: Consumer substation. NBR 14039. Substation project. IFBA. Paulo
Afonso.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Para-raios de corpo polimérico. ................................................................ 19


Figura 2 - Mufla terminal. .......................................................................................... 20
Figura 3 - Transformador de corrente tipo barra. ...................................................... 21
Figura 4 - Transformador de potencial. ..................................................................... 21
Figura 5 - Chave seccionadora. ................................................................................ 22
Figura 6 - Chave fusível com isolador de corpo único. .............................................. 23
Figura 7 – (A) Bucha de passagem para uso interior e (B) Bucha de passagem para
uso interior/exterior. ................................................................................................... 24
Figura 8. Disjuntor de potência a vácuo. ................................................................... 24
Figura 9 - Relé digital GMS420-02. ........................................................................... 25
Figura 10 - Transformador de distribuição imerso em óleo mineral. ......................... 27
Figura 11 - Cabo unipolar de média tensão. ............................................................. 27
Figura 12 - Isolador do tipo pedestal 15 kV. .............................................................. 29
Figura 13 - Local da subestação existente. ............................................................... 44
Figura 14 - Área da nova subestação. ...................................................................... 44
Figura 15 - Diagrama unifilar completo da subestação. ............................................ 54
Figura 16 - Arranjo físico cubículo de proteção. ........................................................ 57
Figura 17 - Arranjo físico cubículo de transformação. .............................................. 58
Figura 18 - Arranjo físico cubículo de entrada e medição. ........................................ 59
Figura 19 - Arranjo físico da subestação (A) em planta e (B) vista lateral. ................ 60
Figura 21 - Caixa para medição em média tensão para uso externo. ....................... 67
Figura 22 - Ramal de entrada subterrâneo. .............................................................. 68
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Barramento da subestação de acordo com a potência instalada. ............ 29


Tabela 2 - Distâncias entre barramentos de fase. ..................................................... 30
Tabela 3 - Quadro de resumo do cálculo de demanda. ............................................ 43
Tabela 4 - Folha de dados mufla. .............................................................................. 45
Tabela 5 - Folha de dados para-raios. ...................................................................... 46
Tabela 6 - Folha de dados isoladores. ...................................................................... 46
Tabela 7 - Folha de dados de cabos de média tensão. ............................................. 47
Tabela 8 - Folha de dados transformador de 150 kVA e 225 kVA. ........................... 48
Tabela 9. Folhas de dados do disjuntor de potência de média tensão. ..................... 50
Tabela 10 - Folha de dados transformador de corrente. ........................................... 51
Tabela 11 - Folhas de dados dos transformadores de potencial. .............................. 51
Tabela 12 - Folha de dados chave seccionadora. ..................................................... 52
Tabela 13 - Especificação completa e orçamento. .................................................... 61
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SEP Sistema Elétrico de potência


PRDODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
NBR Norma Brasileira
COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
TC Transformador de Corrente
TP Transformador de Potencial
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
IEC International Electrotechnical Commission
NR Norma Regulamentadora
Pi Potência instalada ativa
Si Potência instalada aparente
Fp Fator de potência
Fd Fator de demanda
Sd Potência demandada aparente
PVC Policloreto de Polivinila
XLPE Polietileno Reticulado
EPR Borracha Etileno Propileno
SINAPI Sistema Nacional de Preços e Índices para a Construção Civil
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
1.1 Motivação ...................................................................................................... 12
1.2 Objetivos ....................................................................................................... 12
1.2.1 Geral ............................................................................................................... 13
1.2.2 Específicos ..................................................................................................... 13
1.3 Estrutura do trabalho ................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15
2.1 Definições para subestação consumidora ................................................. 15
2.2 Tipos de subestações .................................................................................. 18
2.2.1 Nível de tensão ............................................................................................... 18
2.3 Equipamentos ............................................................................................... 18
2.3.1 Para-raios ....................................................................................................... 19
2.3.2 Mufla terminal primária ................................................................................... 19
2.3.3 Transformador de corrente ............................................................................. 20
2.3.4 Transformador de potencial ............................................................................ 21
2.3.5 Chave seccionadora ....................................................................................... 22
2.3.6 Chave fusível indicadora unipolar ................................................................... 22
2.3.7 Bucha de passagem ....................................................................................... 23
2.3.8 Disjuntor de potência ...................................................................................... 24
2.3.9 Relé ................................................................................................................ 25
2.3.10 Transformador de potência. ............................................................................ 26
2.3.11 Condutores elétricos de média tensão ........................................................... 27
2.3.12 Isoladores ....................................................................................................... 28
2.3.13 Barramento primário ....................................................................................... 29
2.4 Cálculos e considerações para dimensionamento físico e dos
equipamentos de subestação de média tensão ................................................... 30
2.4.1 Corrente nominal primária do transformador de potência ............................... 30
2.4.2 Dimensionamento físico da subestação ......................................................... 31
2.4.3 Cálculo de demanda de unidades do grupo B ................................................ 34
2.5 Normas aplicáveis ........................................................................................ 35
2.5.1 ABNT NBR 5410 ............................................................................................. 35
2.5.2 ABNT NBR 14039 ........................................................................................... 36
2.5.3 NR – 10........................................................................................................... 37
2.5.4 IEC 60364 ....................................................................................................... 38
2.5.5 Normas locais da concessionária de energia elétrica ..................................... 38
2.5.6 Subestação do IFBA - campus de Paulo Afonso.............................................. 38
3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 40
3.1 Metodologia adotada .................................................................................... 40
3.1.1 Atualização da carga instalada do IFBA – campus de Paulo Afonso ............. 40
3.1.2 Cálculo de demanda e escolha dos transformadores ..................................... 41
3.1.3 Dimensionamento do espaço físico e equipamentos da subestação ............. 41
3.1.4 Desenho do arranjo físico da nova subestação e demais considerações ...... 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 43
4.1 Cálculo de demanda ..................................................................................... 43
4.2 Cálculo da área da subestação ................................................................... 44
4.3 Dimensionamento dos equipamentos ........................................................ 45
4.3.1 Muflas ............................................................................................................. 45
4.3.2 Para-raios ....................................................................................................... 45
4.3.3 Isoladores ....................................................................................................... 46
4.3.4 Cabos de média tensão .................................................................................. 46
4.3.5 Barramentos primários.................................................................................... 47
4.3.6 Dimensionamento do transformador ............................................................... 48
4.3.7 Dimensionamento do disjuntor de potência .................................................... 49
4.3.8 Dimensionamento dos transformadores de corrente ...................................... 50
4.3.9 Dimensionamento do transformador de potencial .......................................... 51
4.3.10 Dimensionamento chave seccionadora .......................................................... 52
4.3.11 Diagrama unifilar ............................................................................................. 53
4.3.12 Sistema de aterramento.................................................................................. 55
4.4 Dimensionamento físico da subestação..................................................... 55
4.4.1 Altura da subestação ...................................................................................... 55
4.4.2 Porta de entrada da subestação ..................................................................... 56
4.4.3 Cubículo de proteção ...................................................................................... 56
4.4.4 Cubículo de transformação ............................................................................. 57
4.4.5 Área de circulação .......................................................................................... 58
4.4.6 Cubículo de entrada e medição ...................................................................... 59
4.4.7 Arranjo físico completo da subestação ........................................................... 59
4.5 Especificação e orçamento .......................................................................... 60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64
ANEXO A – CAIXA DE MEDIÇÃO ........................................................................... 67
ANEXO B – RAMAL DE ENTRADA ......................................................................... 68
APÊNDICE A – PROJETO ELÉTRICO SE ABRIGADA 375 KVA ........................... 69
11

1 NTRODUÇÃO

Uma das funções mais importantes no Sistema Elétrico de Potência (SEP) é a


de transformação, pois a geração, a transmissão e a distribuição de energia possuem
níveis de tensão diferentes. Para que o consumidor final receba a tensão em seu nível
adequado são necessárias várias transformações que são realizadas pelas
subestações.
Uma subestação pode ser definida como conjunto de instalações elétricas em
média ou alta tensão, que agrupa os equipamentos, condutores e acessórios,
destinados à proteção, medição, manobra e transformação de grandezas elétricas
(ANEEL, 2010a). Dentro do SEP, as subestações possuem função de elevar ou
abaixar, valores de tensão, corrente e ainda de direcionar fluxos de potência, funções
de extrema importância para o fornecimento de energia elétrica.
As subestações possuem vários níveis de tensão e operação, podendo ser ela
de transmissão, subtransmissão e distribuição. Em um sistema de distribuição
(subestação consumidora) a concessionária fornece energia elétrica em baixa tensão
para consumidores que possuam carga instalada inferior a 75 kW, ultrapassando esse
limite de carga, o atendimento será em média tensão e o consumidor classificado
como grupo A, conforme normativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
(ANEEL, 2010a).
Neste trabalho, serão tratadas de forma mais específica, as subestações
consumidoras, que estão na última etapa de transformação, onde os níveis de tensão
entre 1 kV a 36,2 kV são reduzidos para as tensões secundárias de alimentação.
Sendo assim, para o perfeito funcionamento de uma instalação elétrica, tanto
do ponto de vista funcional como de segurança, a mesma deve estar ligada
diretamente ao fornecimento de níveis de tensão dentro dos limites máximos e
mínimos estabelecidos pela a concessionária de energia elétrica. O aumento da carga
elétrica de forma indiscriminada, sem uma ampliação do sistema de fornecimento,
pode acarretar no colapso da instalação, assim como valores elevados nos custos
com energia elétrica.
O Instituto Federal da Bahia – campus de Paulo Afonso, desde sua
inauguração, vem aumentando consideravelmente sua carga com a instalação de
novos equipamentos em laboratórios e com a previsão de climatização das salas de
aula e da parte administrativa. Considerando que não houve até o presente momento
12

nenhuma modificação na subestação existente, um estudo é necessário para que a


mesma seja revisada e projetada com uma nova configuração.

1.1 Motivação

A principal função de uma subestação é permitir o fornecimento contínuo de


energia elétrica, com confiabilidade e segurança para os usuários da instalação. Os
itens citados anteriormente dependem da boa elaboração do projeto de subestação,
caso contrário o mau dimensionamento dos seus equipamentos pode provocar falhas
no sistema elétrico da edificação, acarretando prejuízos financeiros e riscos aos
operadores. É importante dimensionar e especificar todos os equipamentos que fazem
parte da subestação de forma correta, conforme as normas cabíveis.
O IFBA possui atualmente uma instalação elétrica com carga demandada de
145,87 kVA (ARAÚJO, 2016) e sua subestação atual possui um transformador de 150
kVA, ou seja, a subestação está operando com 97% da sua capacidade. Diante desse
fato, há um risco eminente de que com a instalação de novos equipamentos, mesmo
sendo estes de alta eficiência, o transformador ultrapasse a sua capacidade nominal,
o que pode acarretar no mau funcionamento dos equipamentos, oferecendo risco aos
usuários da instalação.
Neste contexto, a proposta deste trabalho é elaborar um projeto de ampliação
da subestação do IFBA - campus de Paulo Afonso, como uma ação preventiva e sem
custo para a instituição, de forma a facilitar uma possível construção da nova
subestação antes que haja um colapso.
O presente trabalho é de bastante relevância no âmbito da Engenharia Elétrica,
por se tratar de uma das áreas mais importantes no contexto da eletricidade e por
também ser uma ação preventiva para a segurança dos usuários do IFBA - campus
de Paulo Afonso. Além disso, elaboração de um projeto de subestação envolve uma
gama de conceitos que são de suma importância para a consolidação do
conhecimento prático de um Engenheiro Eletricista.

1.2 Objetivos

A presente seção tem como intenção a apresentação do objetivo geral e os


objetivos específicos para conclusão da pesquisa.
13

1.2.1 Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral elaborar um projeto de ampliação


da subestação do IFBA – campus de Paulo Afonso, tendo como base as normas
aplicáveis.

1.2.2 Específicos

Quanto aos objetivos específicos, este trabalho visa os seguintes tópicos a


seguir:
 Atualizar o levantamento de carga do IFBA – campus de Paulo Afonso;
 Avaliar modificações e ampliações, a médio e longo prazo, que poderão levar
a um aumento de carga no campus;
 Analisar a atual condição da subestação;
 Apresentar a melhor configuração para a nova subestação, dentro das normas
técnicas aplicáveis vigentes;
 Dimensionar a subestação para atender a essas modificações;
 Elaborar o projeto elétrico da subestação de forma que obedeça aos requisitos
técnicos, normativos e de eficiência energética.

1.3 Estrutura do trabalho

O trabalho é composto por 5 capítulos, isto é, é dividido em introdução (capítulo


1), fundamentação teórica (capítulo 2), metodologia (capítulo 3), resultados e
discussões (capítulo 4) e considerações finais (capítulo 5.) Iniciando pelo capítulo 1,
tem-se os temas que serão tratados e definições iniciais.
O capítulo 2 trata da fundamentação teórica, onde são abordados conceitos
importantes como o de subestação consumidora. Apresenta ainda as principais
normas aplicáveis para projetos de média tensão, além de apresentar, nesse mesmo
capítulo, os principais equipamentos de uma subestação consumidora e como
dimensionar o arranjo físico de uma subestação de média tensão.
No capítulo 3 descreve-se a metodologia adotada para condução de todas
etapas do trabalho: levantamento da carga total do IFBA, realização do cálculo de
demanda, dimensionamento e especificação dos equipamentos da subestação e
escolha do local para ampliação da subestação.
O capítulo 4, os resultados e discussões da pesquisa, destina-se ao
14

dimensionamento dos equipamentos e da estrutura física da nova subestação. E, por


fim, o trabalho é finalizando com o capítulo 5, com as considerações finais a cerca de
todo o projeto realizado e orientações para utilização do trabalho, além de citar
possíveis trabalhos futuros.
15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma subestação, conforme a norma NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA,


2017b) da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), é parte do
sistema de potência que compreende dispositivos de manobra, controle, proteção,
transformação e demais equipamentos, condutores e acessórios, abrangendo as
obras civis e estruturas de montagem (COELBA, 2017b).
Para fase inicial do projeto de uma subestação, fatores como a localização de
cargas e economia na execução do projeto, são de grande importância. Segundo
Mamede Filho (2017, p. 924), as principais orientações na observação desses fatores
são:

i. Quanto menor a capacidade da subestação, maior o custo por kVA;


ii. Quanto maior o número de subestações unitárias, maior será o emprego
de cabos de média tensão;
iii. Desde que convenientemente localizadas, quanto maior o número de
subestações unitárias, menor será o emprego de cabos de baixa tensão;
iv. Quanto menor o número de subestações unitárias de capacidade elevada,
menor será o emprego de cabos de média tensão e maior o uso de cabos
de baixa tensão (MAMEDE FILHO, 2017).

Diante do exposto, observa-se que é necessário levar em conta tanto fatores


técnicos como econômicos para a elaboração de um projeto de uma subestação. Além
disso, para um projeto ser executado de maneira que o projetista o idealizou, são
necessárias algumas informações.
Conforme Mamede Filho (2017), em um projeto de subestação, tais
informações devem vir no memorial descritivo, que contém:

i.Finalidade do projeto;
ii.Local em que vai ser construída a subestação;
iii.Carga prevista e tipo de subestação (abrigada, ao tempo, blindada etc.);
iv. Memorial de cálculo de demanda prevista;
v. Descrição sumária de todos os elementos de proteção utilizados, baseado
no fluxo de carga e no cálculo de curto-circuito;
vi. Características completas de todos os equipamentos utilizados (MAMEDE
FILHO, 2017).

2.1 Definições para subestação consumidora

Uma subestação consumidora é suprida por uma rede de distribuição primária


de média tensão, de propriedade de uma concessionária de serviço público de energia
16

elétrica.
Cada concessionária possui suas normas e padrões, portanto quando um
consumidor necessita construir uma subestação, ele deve submeter o projeto a
empresa para análise. As normas próprias de cada concessionária obedecem também
uma norma técnica nacional, a NBR 14039:2005 – Instalações elétricas de média
tensão de 1,0 kV a 36,2 kV.
A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), possui uma
norma específica para o fornecimento de energia elétrica em média tensão de
distribuição à edificação individual, característica de atendimento na qual o IFBA –
campus de Paulo Afonso se enquadra, que é a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 de 2017
(COELBA, 2017b). Esta norma traz definições importantes para o correto
desenvolvimento de um projeto de subestação em média tensão.
Para facilitar o entendimento para com a presente pesquisa, a seguir são
listadas algumas das principais definições trazidas pela norma NOR.DISTRIBU-
ENGE-0023 (COELBA, 2017b) que serão utilizadas no decorrer do trabalho.

 Caixa de Medição:
Caixa destinada à instalação dos equipamentos de medição de energia elétrica
da distribuidora.
 Carga Instalada:
Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na
unidade consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em
quilowatts (kW).
 Concessionária:
Agente titular de concessão federal para prestar o serviço público de
distribuição de energia elétrica.
 Consumidor:
Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, legalmente
representada, que solicite o fornecimento de energia elétrica ou o uso do sistema
elétrico à distribuidora, assumindo as obrigações decorrentes deste atendimento à(s)
sua(s) unidade(s) consumidora(s), segundo disposto nas normas e nos contratos.
 Demanda:
Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico
pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um
17

intervalo de tempo especificado.


 Demanda Máxima:
Máxima potência elétrica, expressa em kVA, solicitada por um consumidor.
 Entrada de Serviço:
Conjunto de componentes elétricos, compreendidos entre o ponto de derivação
da rede primária de distribuição e a medição.
 Grupo “A”:
Grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em
tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de
distribuição em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia e subdividido em
subgrupos.
 Ponto de Derivação:
Ponto da rede primária da distribuidora, onde é conectada a entrada de serviço
para a unidade consumidora.
 Ponto de Entrega:
Ponto de conexão do sistema elétrico da distribuidora com as instalações
elétricas da unidade consumidora, caracterizando-se como o limite de
responsabilidade do fornecimento.
 Ponto de Medição:
Local de instalação do(s) equipamento(s) de medição de energia elétrica da
distribuidora.
 Ramal de Entrada:
Conjunto de condutores e seus acessórios, compreendidos entre o ponto de
entrega e o ponto de medição.
 Ramal de Ligação:
Conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de derivação da
rede da distribuidora e o ponto de entrega.
 Subestação:
Parte do sistema de potência que compreende os dispositivos de manobra,
controle, proteção, transformação e demais equipamentos, condutores e acessórios,
abrangendo as obras civis e estruturas de montagem.
 Subestação Simplificada:
Subestação destinada ao atendimento de unidades consumidoras com
18

potência de, no máximo, 225 kVA e tensão secundária 220/127 V ou 300 kVA e tensão
secundária de 380/220 V.
 Subestação Plena:
Subestação destinada ao atendimento de unidades consumidoras com
potência acima de 225 kVA e tensão secundária 220/127 V ou 300 kVA e tensão
secundária de 380/220 V.
 Unidade Consumidora:
Conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo
recebimento de energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição
individualizada e correspondente a um único consumidor.

2.2 Tipos de subestações

A escolha do tipo de subestação para uma dada instalação está ligada


diretamente a fatores econômicos e técnicos. Dependendo da estrutura arquitetônica
da edificação e potência, a subestação pode ser abrigada ou ao tempo. Também deve
ser levado em consideração se a subestação será parte integrante da estrutura da
instalação. Esta característica irá determinar se os seus componentes serão do tipo a
seco ou com algum material isolante (MAMEDE FILHO, 2017).

2.2.1 Nível de tensão

Quanto ao nível de tensão as subestações são classificadas da seguinte forma:


média tensão entre 1 kV e 34,5 kV; alta tensão entre 34,5 kV e 230 kV, e acima de
230 kV extra alta tensão (ABNT, 2005).
A maioria das subestações que são atendidas por concessionárias de energia
elétrica possuem um nível de tensão de até 34,5 kV, que são classificadas como
subestações consumidoras, a exemplo de indústrias e outros tipos de instalações
alimentadas por rede de distribuição em média tensão.

2.3 Equipamentos

Nesta seção serão apresentados os principais equipamentos utilizados em uma


subestação de forma a contemplar dispositivos com funções de manobra, controle,
proteção, transformação e demais equipamentos mais relevantes para a presente
pesquisa.
19

2.3.1 Para-raios

Os para-raios tem a função de proteger os equipamentos que compõem uma


instalação elétrica de surtos de tensão provocadas por descargas atmosféricas. Além
das descargas atmosféricas, as manobras realizadas por disjuntores e chaves
seccionadoras também provocam anomalias no sistema elétrico (STROBEL, 2013).
Seu princípio de funcionamento baseia-se na não linearidade dos elementos
que o compõe e sua atuação é de maneira similar à de um varistor, isto é, ele conduz
as correntes de descargas que possuem um alto valor, e posteriormente, interrompe
a passagem das correntes tidas como nominais (MAMEDE FILHO, 2013; STROBEL,
2013). Na Figura 1, tem-se os detalhes construtivos de um para-raios de distribuição.

Figura 1 - Para-raios de corpo polimérico.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 35.

2.3.2 Mufla terminal primária

A mufla terminal primária tem como papel isolar eletricamente a conexão de


um condutor nu a um condutor com isolação e conter a formação de arco elétrico de
um cabo com o seu condutor. Como composição, é composta por porcelana vitrificada
e um composto elastromérico. Entretanto, na atualidade, observa-se que as muflas
20

vem sendo constituídas de material contrátil, substituindo as tradicionais (MAMEDE


FILHO, 2013; STROBEL, 2013). A figura 2 ilustra os detalhes externos da mufla
terminal primária.

Figura 2 - Mufla terminal.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 169.

2.3.3 Transformador de corrente

Para efetuar medições e acionar proteções em circuitos com elevada potência


é preciso utilizar o transformador de corrente (TC). Este efetua a redução da corrente
nominal de um circuito de carga de forma que os instrumentos de medição e proteção
não precisem ser construídos para suportarem a corrente nominal de um circuito. São
constituídos de um enrolamento primário e secundário onde os instrumentos são
ligados (MAMEDE FILHO, 2013; STROBEL, 2013).
Seu princípio de funcionamento é baseado no fenômeno eletromagnético, no
qual correntes com valores elevados circulam no seu primário e são reduzidas a
valores menores no seu secundário (MAMEDE FILHO, 2013; STROBEL, 2013). A
Figura 3 mostra o TC em barra, o mais utilizado em subestações de média tensão.
21

Figura 3 - Transformador de corrente tipo barra.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 326.

2.3.4 Transformador de potencial

O transformador de potencial (TP) tem seu princípio de funcionamento


basicamente igual ao de um TC, diferindo quanto a grandeza que ele converte, que,
no caso do TP é tensão. Ao contrário do TC, o TP, apresentado na Figura 4, possui
uma quantidade de espiras no primário muito maior do que a do secundário, e, dessa
forma, a tensão do circuito principal é reduzida a valores de segurança e alimenta os
instrumentos de medição e proteção (LIMA, 2016).
Além disso, uma característica muito importante no que diz respeito a
segurança dos usuários da instalação é a de isolar galvanicamente o secundário do
primário (MAMEDE FILHO, 2013; STROBEL, 2013; FROTIN et al, 2013).

Figura 4 - Transformador de potencial.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 391.


22

2.3.5 Chave seccionadora

A chave seccionadora tem a finalidade de seccionar e isolar circuitos elétricos


sem carga. Em subestações, sua principal função é a de isolar eletricamente
transformadores de potência, disjuntores e barramentos, permitindo que em uma
eventual manutenção haja uma maior segurança.
As chaves, geralmente usadas em média tensão, são acionadas por alavanca
ou bastão. Em condições normais, devem garantir a continuidade elétrica do circuito
e também pode ser utilizada juntamente com fusíveis. Algumas chaves seccionadoras
podem fechar ou abrir um circuito em carga, porém, este tipo de chave só pode ser
utilizada em um ambiente abrigado (ABRAMAN, 2006). Na Figura 5, tem-se as
indicações das partes principais de uma chave seccionadora.

Figura 5 - Chave seccionadora.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2005, p. 224.

2.3.6 Chave fusível indicadora unipolar

Destinada a proteger circuitos principais contra aumentos de corrente, são


geralmente instaladas em redes de distribuição e subestações de média tensão,
23

predominantemente consumidoras. Seu corpo é dotado de um elemento fusível que


se rompe quando submetido à sobrecorrente e curto-circuito, evitando danos a rede.
São geralmente compostos, assim como a mufla terminal, também de porcelana
vitrificada. Podem ser geralmente de corpo único e isolador do tipo pedestal
(STROBEL, 2013; LIMA, 2016). Na Figura 6 é ilustrada uma chave fusível indicadora
unipolar.

Figura 6 - Chave fusível com isolador de corpo único.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 137.

2.3.7 Bucha de passagem

A bucha de passagem permite a passagem do circuito primário de um ambiente


para o outro. São classificadas em dois tipos: bucha de passagem para serem
utilizadas no interior ou exterior da subestação. Existe uma terceira classificação que
reúne as duas características, que é a bucha de passagem para uso interior/exterior
(MAMEDE FILHO, 2013; STROBEL, 2013).
Este equipamento é construído de material isolante e pode ser instalada em
cubículos metálicos ou de alvenaria. A Figura 7-A e a Figura 7-B mostram dois tipos
de bucha de passagem.
24

Figura 7 – (A) Bucha de passagem para uso interior e (B) Bucha de passagem para
uso interior/exterior.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 432 e MAMEDE FILHO, 2013, p. 434.

2.3.8 Disjuntor de potência

Disjuntores de potência são instalados nos circuitos principais de uma


subestação, circuitos por onde circula altas correntes, interrompem ou restabelecem
o sistema em um dado local do circuito. Os mesmos têm a função de interromper as
correntes de falta no menor tempo possível, evitando danos aos equipamentos da
subestação e da instalação, causados pela as correntes de curto-circuito (LIMA,
2016). Na Figura 8 tem-se um disjuntor de potência a vácuo.

Figura 8. Disjuntor de potência a vácuo.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 608.


25

A escolha do tipo depende do nível de tensão, das características físicas de


onde vai ser construída a subestação e do programa de manutenção da instalação.
Então, quanto ao tipo, podem ser a óleo, ar comprimido, gás SF6, vácuo ou seco. Em
subestações de média tensão são comumente utilizados os disjuntores a vácuo, por
possuírem um melhor custo-benefício que os demais para esse nível de tensão e
corrente.
Para serem utilizados na proteção dos sistemas elétricos o disjuntor é instalado
juntamente com relés, que são os responsáveis por detectar as falhas e enviar o
comando de abertura. Também são utilizados como ferramenta de manobra, retirando
ou colocando uma linha no sistema elétrico, por exemplo (LIMA, 2016).

2.3.9 Relé

Relés tem a função de organizar e atuar nos dispositivos de proteção, como


disjuntores e chaves seccionadoras, devido a uma falha ou defeito no sistema. É
destinado principalmente a monitorar e proteger uma instalação elétrica, elevando
nível segurança na instalação. Localiza defeitos de maneira rápida e alerta os
operadores, através de avisos sonoros, visuais e abertura de disjuntores (SILVA,
2013). A Figura 9 mostra o relé digital, o mais comum na atualidade.

Figura 9 - Relé digital GMS420-02.

Fonte: GRAMEYER, 2017.


26

Construtivamente podem ser classificados como: térmicos, indução,


eletrônicos, eletrodinâmico, eletromagnético, eletrodinâmico e digitais. O relé digital
vem substituindo os outros tipos de relés, devido ao seu alto grau de confiabilidade e
dimensões reduzidas. Além disso, Silva (2013, p.50) ressalta que:

De acordo com a NBR 14039:2005, a proteção mínima deve ser garantida


em qualquer sistema elétrico, esta proteção é a de sobrecorrente instantânea
e temporizada, função 50 e 51, fase e neutro. Outra função muito importante
que deve ser utilizada em projetos industriais é a função 86, relé auxiliar de
bloqueio, que tem a função de bloquear o religamento do dispositivo de
proteção caso ele atue, necessitando de uma equipe de manutenção para
averiguar a causa e efetuar os reparos necessários para restabelecer o
circuito (SILVA, 2013).

2.3.10 Transformador de potência.

O transformador de potência é um equipamento que opera de forma estática e


através do fenômeno da indução eletromagnética transforma a energia recebida no
primário para um circuito secundário ou terciário. Os transformadores são
imprescindíveis para o funcionamento do sistema elétrico de potência, pois sua
aplicação permite a transmissão de energia elétrica a grandes distâncias (MAMEDE
FILHO, 2013).
Em subestações consumidoras sua principal função é reduzir a tensão
primária, geralmente de 13,8 kV, para as tensões secundárias que alimentam os
equipamentos instalados, mantendo fixa a frequência nominal da rede (SILVA, 2013).
Com relação ao material isolante, os transformadores são classificados em
transformador a seco ou em líquido isolante. Em subestações de média tensão é
preciso observar se o local é parte integrante da subestação ou não.
De acordo com a NBR – 14039:2005, não se pode utilizar transformadores a
óleo quando a subestação for parte integrante da edificação (ABNT, 2005; SILVA,
2013). A Figura 10 ilustra um transformador de potência a óleo.
27

Figura 10 - Transformador de distribuição imerso em óleo mineral.

Fonte: MAMEDE FILHO, 2013, p. 681.

2.3.11 Condutores elétricos de média tensão

As normas NBR 14039:2005 (ABNT, 2005) e a NBR 6251:2013 (ABNT, 2013),


trazem as características dos cabos com classe de tensão de 15 kV, que são
compostos por 6 partes. A Figura 11 mostra a composição desse tipo de cabo:

Figura 11 - Cabo unipolar de média tensão.

Fonte: SILVA, 2013, p. 37.

De acordo com Silva (2013), as numerações da Figura 11 apresentada


anteriormente significam:
28

i. O item 1 mostra o condutor elétrico que pode ser de fabricação de alumínio


ou cobre, que tem a função de transportar potência para uma determinada
carga;
ii. Os itens 2 e 4 indicam uma fita não metálica semicondutora que tem a
função de confinar o campo elétrico, ou seja, manter a uniformização do
campo elétrico;
iii. O item 3 é a isolação, que tem a finalidade de isolar o condutor, podendo
ser de cloreto de polivinila (PVC), polietileno reticulado (XLPE) ou
borracha etilenopropileno (EPR);
iv. O item 5 indica a blindagem metálica que tem o objetivo de garantir um
caminho para as correntes de falta para a terra;
v. O item 6 mostra a cobertura que tem a função de oferecer uma proteção
externa para o condutor (SILVA, 2013).

O dimensionamento dos cabos de média tensão é um dos elementos mais


importantes em um projeto de subestação. Os cabos de média tensão podem ser
instalados de vários modos e o tipo de instalação é preponderante para determinação
da sua seção, conforme item 6.2.5.1, da NBR 14039 (ABNT, 2005; SILVA, 2013).
Segundo Mamede Filho (2005), são parâmetros de grande importância para
determinação/especificação dos cabos de média tensão informações de seção
transversal do condutor, tipo do condutor, tipo e tensão nominal da isolação e o nível
básico de impulso.

2.3.12 Isoladores

Isoladores são formados de material isolante com propriedades mecânicas que


suportem os esforços realizados pelos condutores em condições normais de
operação. Do ponto de vista elétrico, não deve oferecer caminho a passagem da
corrente elétrica, mesmo submetido a altos valores de tensão (MAMEDE FILHO,
2013; SILVA, 2013).
Para determinar suas especificações são necessárias algumas informações
básicas, como: método de instalação, tipo construtivo, nível básico de impulso,
material isolante e tensão nominal (SILVA, 2013). Na Figura 12 tem-se o isolador tipo
pedestal.
29

Figura 12 - Isolador do tipo pedestal 15 kV.

Fonte: SILVA, 2013, p. 39.

2.3.13 Barramento primário

São elementos que fazem a interligação entre os cubículos da subestação e


tem como papel permitir o fluxo de potência. Possui formato retangular ou circular e
pode ser de cobre ou alumínio (MAMEDE FILHO, 2017).
A capacidade de transformação da subestação é a principal condição para
determina a seção dos barramentos de fase, porém as concessionárias detêm seus
próprios parâmetro para determinação das suas características. A Tabela 1 mostra a
seção dos barramentos de acordo com a potência instalada, conforme a
NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b).

Tabela 1 - Barramento da subestação de acordo com a potência instalada.


Barramento de subestação abrigada
Potência instalada Tubo (mm²) Barra de cobre (mm²) Vergalhão (mm)
Até 700 KVA 20 25 8,5
De 701 a 2500 KVA 50 40 10
Fonte: COELBA, 2017b.

Além do seu dimensionamento a distância entre os barramentos de fase deve


obedecer às distancias mínimas estabelecidas pela a NBR 14039 (ABNT, 2005b). A
Tabela 2 ilustra as distâncias mínimas para os barramentos.
30

Tabela 2 - Distâncias entre barramentos de fase.


Tensão Tensão de ensaio Tensão suportável Distância
nominal da à frequência nominal de impulso mínima
instalação (kV) industrial (valor atmosférico (valor de fase/fase e
eficaz kV) pico kV) fase/terra (mm)
20 60
3 10
40 60
4,16 19 60 90
40 60
6 20
60 90
95 160
13,8 34 110 180
125 220
Fonte: ABNT, 2005b.

2.4 Cálculos e considerações para dimensionamento físico e dos equipamentos


de subestação de média tensão

Para o correto dimensionamento e especificação de uma subestação é preciso


realizar alguns cálculos a fim de se determinar as grandezas elétricas as quais os
equipamentos serão submetidos. As subseções a seguir apresentam as principais
equações utilizadas para a determinação dos parâmetros elétricos e físicos do projeto
de subestação consumidora.

2.4.1 Corrente nominal primária do transformador de potência

Para o dimensionamento do disjuntor, cabos de média tensão e demais


equipamentos a montante do primário do transformador, é preciso calcular a corrente
primária. Para isso utiliza-se a Equação 01, conforme Mamede Filho (2017).

S
Inp = (01)
√3∗Vnp

Onde:
Inp – Corrente nominal do primário (A);
S – Potência aparente nominal do transformador (kVA);
Vnp – Tensão nominal de linha (kV).
31

2.4.2 Dimensionamento físico da subestação

A etapa de determinação do arranjo físico da subestação requer informações


como diagrama unifilar e dimensão dos equipamentos a serem instalados na
subestação. Outro item é a necessidade do conhecimento das exigências técnicas da
concessionária local, principalmente quanto à construção e ao arranjo físico da
subestação consumidora.
Seu dimensionamento deve levar em conta a instalação dos equipamentos,
espaço para circulação de profissionais para manutenção e uma possível remoção de
equipamentos. Tais orientações visam oferecer segurança aos funcionários
responsáveis pela manutenção e também aos operadores.
Proteções com a finalidade de impedir uma aproximação física não intencional
devem ser previstas, como grade metálica (com abertura para fora). A iluminação
natural deve ser feita por vidraças e janelas, porém não sendo item obrigatório. Já a
iluminação de emergência é exigida pelas concessionárias de energia elétrica (MTE,
2016; COELBA, 2017; ABNT, 2005).

a) Altura da subestação

A partir das dimensões dos equipamentos a serem instalados na subestação e


utilizando a Equação 02, determina-se a altura mínima da subestação (MAMEDE
FILHO, 2017).

Hse = Ht + Hac + Hc + Hi + H𝑎𝑏 (02)


Onde:
Hse – Altura da subestação (mm);
Ht – Altura do transformador (mm);
Hac – Altura entre a chave seccionadora e o dispositivo de proteção
(mm);
Hc – Altura da chave seccionadora (mm);
Hi – Altura do isolador (mm);
Hab – Afastamento do barramento (mm).
32

b) Porta de entrada

O acesso principal da subestação deve ter dimensões mínimas de 0,80 m x


2,10 m, com porta metálica e abertura para fora, de acordo com a NBR 14039:2005
(ABNT, 2005). Também é obrigatório o uso de uma placa com os seguintes dizeres:
“PERIGO DE MORTE – ALTA TENSÃO), provida dos símbolos de indicação deste
perigo.
O maior equipamento a ser instalado na subestação é o transformador de
potência, por conseguinte a determinação da largura da porta de acesso utiliza esse
parâmetro, conforme Equação 03 (MAMEDE FILHO, 2017).

Lp = Dt + 0,60 (03)

Onde:
Lp – Largura da porta de acesso (m);
Dt – Dimensão do transformador (m).

c) Área de circulação

A NBR 14039:2005 determina que a área de circulação deve possuir no mínimo


0,70 m de espaço livre (ABNT, 2005). Essa consideração deve ser feita no caso em
que todos os equipamentos estarão em manutenção, portas e telas abertas. O espaço
livre é destinado a segurar a segurança dos operadores em uma eventual situação de
risco (SILVA, 2013).

d) Cubículo de entrada

Os cubículos de entrada das subestações consumidoras podem receber os


condutores do ramal de entrada da concessionária de forma subterrânea ou área. A
escolha do tipo de entrada depende das características físicas do local onde será
construída a subestação e aspectos econômicos (COELBA, 2017b).
Quando a entrada do ramal for subterrânea, dentro do cubículo deverão ser
instalados para-raios ao lado das muflas. Caso a entrada seja área, os para-raios são
instalados na parte de fora do cubículo.
33

e) Cubículo de medição

Destinado a medição do consumo de energia elétrica, é de acesso exclusivo


de pessoas autorizadas pela concessionária. Todos os equipamentos com a finalidade
de realizar medições são instalados nessa área da subestação, sendo eles:
transformador de corrente, transformador de potencial e medidor de energia elétrica.
Nenhum desses equipamentos é adquirido pelo consumidor, a fim de se evitar fraudes
e erros no faturamento.
De acordo com a potência demandada dos consumidores, a medição pode ser
feita em alta ou em baixa tensão. Os critérios para determinação do sistema de
medição variam com a concessionária.
As dimensões mínimas do cubículo de medição, também variam de acordo com
a concessionária. Geralmente o espaço físico mínimo utilizado é de 1,60 m x 2,00 m
(MAMEDE FILHO, 2017).

f) Cubículo de proteção

Os equipamentos que possuem a função de proteção da subestação de média


tensão são instalados dentro do cubículo de proteção.
Conforme a NBR 14039:2005 (ABNT, 2005), quando a potência instalada da
subestação for superior a 300 kVA, obrigatoriamente deve-se usar um disjuntor de
potência na rede primária. Caso a instalação não possua tal característica, os fusíveis
limitadores de corrente podem ser utilizados, em coordenação com as chaves
seccionadoras de abertura em carga.
Quando o disjuntor de potência é utilizado, comumente é instalada uma chave
seccionadora a montante. Essa prática tem a finalidade de propiciar uma maior
segurança em caso de manutenção do disjuntor ou dispositivos de proteção. As
cargas que não possuem características de abertura em carga devem ser
devidamente sinalizadas (SILVA, 2013).
Utilizando a Equação 04, determinam-se as dimensões do cubículo de
proteção. Importante ressaltar que é necessário consultar as normas da
concessionária, para observar se as dimensões calculadas estão de acordo com as
mínimas exigidas (MAMEDE FILHO, 2017).
34

Dpp = Dd + 1,00 (04)

Onde:
Dpp – Dimensão do posto de proteção, comprimento ou largura (m);
Dd – Dimensão do disjuntor de potência (m).

g) Cubículo de transformação

O cubículo de transformação tem a função de abrigar os equipamentos de


transformação, como os transformadores de corrente e de potência. Caso a
subestação não seja parte integrante da edificação, podem-se utilizar os
transformadores a óleo, conforme a NBR 14039 (ABNT, 2005).
Suas dimensões são determinadas aplicando a Equação 05 e também
observando as exigências da concessionária local (MAMEDE FILHO, 2017).

Dpt = Dt + 1,00 (05)

Onde:
Dpt – Dimensão do posto de transformação, comprimento ou largura (m);
Dt – Dimensão do transformador de potência (m).

2.4.3 Cálculo de demanda de unidades do grupo B

Para o presente projeto será necessário calcular a carga demandada total da


edificação. A demanda das edificações individuais deve ser calculada pelo método da
Carga Instalada, utilizando-se a Equação 6 (COELBA, 2017a).

De = a + b + c + d + e + f + g (06)

Onde:
a – Demandas referentes à iluminação e tomadas de uso geral;
b – Demandas dos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento;
c – Demanda dos aparelhos de ar condicionado;
d – Demanda dos motores monofásicos e trifásicos;
e – Demanda das máquinas de solda a transformador;
f – Demanda dos aparelhos de raios X;
35

g – Demanda para bombas e banheiras de hidromassagem.

Das parcelas necessárias para o cálculo da demanda, não se aplica a parcela


f, devido a inexistência de aparelhos de raio X. Mais detalhes sobre cada parcela
apresentada anteriormente é apresentada no Anexo II da norma NOR.DISTRIBU-
ENGE-0021 (COELBA, 2017a).

2.5 Normas aplicáveis

O Brasil possui várias normas técnicas que são aplicadas às instalações


elétricas, sendo as principais, as elaboradas pela a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). No entanto, em alguns casos, e diante da omissão dessas, se faz
necessário o uso de normas internacionais.
As normas que são essenciais para um projeto de subestação, detalhadas na
presente seção, são: NBR 5410 (ABNT, 2005a), a NBR 14039 (ABNT, 2005) e a
NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), sendo as primeiras de abrangência
nacional e esta última de abrangência estadual. Além das normas nacionais a norma
internacional IEC 60364 (IEC, 2006), que trata de instalações elétricas de baixa
tensão, também é aplicada às instalações elétricas (SILVA, 2013). É imprescindível
ainda o atendimento à Norma Regulamentadora nº 10 - NR10 (BRASIL, 2016), criada
e fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No geral, para saber qual a norma a ser utilizada na elaboração de um projeto
elétrico, quer seja ele de baixa ou de média tensão, é preciso saber a carga instalada
do consumidor. Com isso determina-se a tensão de atendimento (que será em baixa
ou em média tensão).
Além disso, é importante mencionar que, conforme resolução normativa n°
414/2010 (ANEEL, 2010b), consumidores com carga instalada acima de 75 kW terão
seu fornecimento de energia elétrica em média tensão, intitulados consumidores
grupo A e tarifa binômia.

2.5.1 ABNT NBR 5410

A NBR 5410 é uma norma de grande importância para o setor elétrico, tanto do
ponto de vista técnico como de segurança, uma vez que tem como função propiciar a
segurança dos usuários e manter o correto funcionamento de toda instalação elétrica
36

de baixa tensão. Sua aplicação não distingue quanto ao tipo instalação, incluindo
assim, áreas descobertas (ABNT, 2005a).
Assim como outras normas brasileiras, a NBR 5410 tem como alicerce
atualmente uma norma internacional a IEC 60364 - Low-voltage electrical installations.
Inicialmente em sua primeira edição, no ano de 1941, tinha como base o extinto
Código de Instalação Elétrica. A partir do ano de 1960, o texto vigente era uma
adaptação da norma americana NEC (National Electrical Code) e, em 1980, sua
revisão tornou a NBR 5410 similar a IEC 60364. Apesar de suas semelhanças, as
duas normas contêm muitas diferenças no conteúdo e na estrutura (ALVES DE
SOUZA; MORENO, 2001).
No Encontro Nacional de Instalações Elétricas (ENIE), na sua 13° edição, foram
divulgados alguns resultados referentes à necessidade de revisão da NBR 5410. O
processo de revisão teve início em 2012, através da CE-03:64.01, pertencente ao
Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei).
A principal motivação para a revisão do texto da norma é as modificações que foram
feitas na IEC 60364, em 2009 (ARANDANET, 2017).
Na coluna da revista O Setor Elétrico, Daniel (2015) relata algumas das
motivações para a atualização do texto da NBR 5410.

Com a publicação de edições mais recentes dos documentos da IEC, foi


necessário iniciar também a revisão da versão brasileira. Para dar início a
este trabalho, a Comissão de Estudos 03:64-001 de instalações elétricas de
baixa tensão da ABNT foi reativada em março de 2012. O primeiro tema
discutido foi a adoção de um texto base para a revisão, uma vez que os
documentos da IEC haviam sofrido alterações de forma, separação em vários
documentos básicos, diferente da estrutura da NBR 5410:2004. (DANIEL,
2015).

Ressalta-se ainda que a aplicação da NBR 5410 tem grande abrangência, pois
até mesmo instalações de média ou alta tensão, possuem componentes que são
atendidos em baixa tensão, como equipamentos de medição e proteção.

2.5.2 ABNT NBR 14039

Apesar da grande cobertura da NBR 5410, esta não rege todas as instalações
elétricas. Em especial, uma instalação elétrica em média tensão, requer também uma
norma específica: a NBR 14039 (ABNT, 2005b).
A NBR 14039 tem como um dos objetivos garantir a segurança dos usuários e
37

o funcionamento contínuo do serviço. Os itens nela contida norteiam tanto os projetos


como execução em média tensão (ABNT, 2005b).
A NBR 14039 teve como base inicialmente a NB 79 - Execução de Instalações
Elétricas de Alta Tensão, destinada a instalações de 0,6 kV a 15 kV, cancelada em
1996, principalmente, por não contemplar as diretrizes de projeto para as tensões ao
qual se destinava. Além disso, seu texto não mencionava a atividade de projeto,
fazendo com que as concessionárias elaborassem seus próprios normativos, mas
sem uma norma nacional como base (ENGESAN ENGENHARIA, 2016).
Uma Comissão de Estudo de Instalações Elétricas de Alta e Média Tensão
(CE-03:064.11) foi publicada em 1997, porém, somente na revisão de 1998, onde foi
publicada como NBR 14039:2000, aconteceu uma revisão aprofundada. Sua última
versão é do ano de 2005 (ENGESAN ENGENHARIA, 2016).

2.5.3 NR – 10

A Norma Regulamentadora 10 (NR – 10) é uma norma com o intuito principal


de garantir a segurança e saúde dos trabalhadores, possuindo caráter regulamentador
dos serviços que envolvam eletricidade e seus riscos, assegurando a segurança de
todos que se encontram envolvidos nas atividades, diretamente ou indiretamente
(MOVIMOC, 2017).
Santos (2011) acrescenta o nível de atuação da NR – 10 quanto aos
trabalhadores.

Os trabalhadores que interagem, direta ou indiretamente, em instalações


elétricas e serviços com eletricidade estão expostos a sérios riscos, que
podem acarretar desde uma queimadura de 1º grau até a sua morte. No
intuito de garantir a segurança e a saúde desses trabalhadores, o MTE
publicou, em 1978, a NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade (SANTOS, 2011).

A NR – 10 foi publicada pelo o MTE pela Portaria nº 3.214, em 08 de Junho de


1978. Em 2004 foi publicada uma nova versão intitulada de norma regulamentadora
Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. A versão atual vigente
da NR – 10 é a de 2004 (MTE, 2004).
Após a sua revisão em 2004, estudos apontaram uma diminuição no número
de acidentes em instalações elétricas (FUNDAÇÃO COGE, 2013).
38

2.5.4 IEC 60364

A IEC 60364 - Low-Voltage Electrical Installations é a norma que foi utilizada


como base para o texto da NBR 5410. É uma norma internacional que auxilia as
normas nacionais para estabelecer os requisitos mínimos de segurança e de
funcionalidade de uma instalação elétrica (IEC, 2006). Esta é dividida em várias
partes, no qual a parte 6 estabelece os requisitos mínimos para a verificação inicial e
periódica de uma instalação elétrica (IEC, 2006).

2.5.5 Normas locais da concessionária de energia elétrica

As normas da ABNT são de âmbito nacional, no entanto, as concessionárias


de energia elétrica possuem suas próprias normas que delimitam os tipos de
fornecimento e faturamento.
A COELBA é a concessionária responsável pelo fornecimento e faturamento
de energia elétrica no estado da Bahia. Para a concepção de um projeto de
subestação, o projetista deve seguir dois normativos principais da COELBA: A
NOR.DISTRIBU-ENGE-0021 (COELBA, 2017a), que estabelece as condições de
fornecimento de energia elétrica para unidades consumidoras atendidas em baixa
tensão e a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), que estabelece as
condições de fornecimento de energia elétrica para unidades consumidoras atendidas
em média tensão.

2.5.6 Subestação do IFBA - campus de Paulo Afonso

A edificação é composta por um prédio principal e anexo. Ambos são


alimentados por uma subestação aérea de 13,8 kV/220 V – 150 kVA. Toda instalação
é suprida pela rede da concessionária de energia elétrica local: COELBA.
A nova subestação terá uma alimentação subterrânea, em 13,8 kV e reduzida
para 220 V, com a finalidade de alimentar os equipamentos do campus.
A rede da COELBA, que alimenta a edificação tem as seguintes características:

 Tensão de operação máxima: 15 kV;


 Tensão nominal: 13,8 kV;
 Frequência: 60 Hz;
39

 Corrente de curto-circuito no ponto de entrega da concessionária: 16 kA.


40

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo é destinado à apresentação dos processos metodológicos


adotados no desenvolvimento do presente trabalho.

3.1 Metodologia adotada

O processo metodológico é de grande importância para a obtenção dos


resultados esperados. Para conceituar metodologia, podemos citar as autoras Engel
e Corrêa (2009), que registram:

Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos métodos


empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com
as teorias científicas. Em geral, o método científico compreende basicamente
um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações ordenadas
adequado para a formulação de conclusões, de acordo com certos objetivos
predeterminados (ENGEL; CORRÊA, 2009).

O trabalho foi iniciado com uma pesquisa bibliográfica para o embasamento


teórico acerca do tema. Para esta primeira etapa foram realizadas consultas em
normas, livros, dissertações, artigos, entre outros. Na segunda etapa, realizou-se uma
ampliação ao trabalho realizado por ARAÚJO (2016) que analisou as instalações
elétricas do IFBA – Campus de Paulo Afonso e realizou estudo de adequação às
normas vigentes. Na terceira e última etapa foi feito o cálculo de demanda, conforme
recomendações previstas na norma da concessionária local e a consequente
elaboração do projeto da nova subestação.
Quanto aos procedimentos utilizados na pesquisa, dentre as inúmeras
classificações dadas à metodologia da pesquisa, este trabalho pode ser caracterizado
como um estudo de caso. Para mais, e objetivando fins didáticos, a metodologia
adotada em cada etapa deste trabalho será apresentada nos tópicos a seguir:

3.1.1 Atualização da carga instalada do IFBA – campus de Paulo Afonso

Na etapa de ampliação ao estudo realizado por Araújo (2016) foi realizada a


atualização das informações da planta arquitetônica e considerada a inserção das
cargas elétricas do prédio anexo ao campus. As informações referentes à potência
das cargas do prédio anexo foram fornecidas pela Comissão de Gestão Energética
do campus.
41

A previsão de novas cargas foi considerada nesse levantamento, como a


instalação de aparelhos de ar condicionado nas salas de aula do prédio anexo. O
somatório da potência do prédio antigo, do prédio anexo e as cargas futuras definiram
a potência total instalada da edificação.
Nesta etapa também foi verificado o local provável para instalação da nova
subestação, que deverá ser adequado para não oferecer riscos aos usuários da
instalação.

3.1.2 Cálculo de demanda e escolha dos transformadores

Para se determinar a potência dos transformadores que serão utilizados na


nova configuração da subestação é necessário saber a carga total que é demandada
da edificação. De posse do cálculo da potência instalada na etapa anterior, foi utilizada
a norma NOR.DISTRIBU-ENGE-0021 (COELBA, 2017a), da COELBA, que delimita
os fatores de demanda a serem aplicados para cada grupo de equipamentos.
Com o valor da carga demandada, calculada de acordo com os critérios
exigidos pela concessionária, classificou-se a subestação quanto ao seu tipo de
medição, de acordo com a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), também
da COELBA. Após o enquadramento com relação ao sistema de medição, foi
determinada a potência e a quantidade de transformadores necessários.

3.1.3 Dimensionamento do espaço físico e equipamentos da subestação

O dimensionamento físico e especificações dos equipamentos das


subestações que são alimentadas pela rede de distribuição da COELBA devem
obedecer a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), que específica os
componentes de medição, proteção e demais equipamentos a serem utilizados na
instalação.
Além dos padrões da concessionária, deve-se levar em conta as peculiaridades
comerciais dos equipamentos, isto é, catálogos disponibilizados por fabricantes foram
utilizados para a escolha dos equipamentos.
42

3.1.4 Desenho do arranjo físico da nova subestação e demais considerações

Para execução desta etapa foi utilizada a versão 2015 do software AutoCAD
(CAD= Computer Aided Desing), que está disponível para download no site oficial da
Autodesk, nas versões educacionais 2015, 2016, 2017 e 2018 (AUTODESK, 2017).
Foi realizado o desenho arquitetônico do arranjo físico da subestação a partir
do levantamento realizado por Araújo (2016) e confeccionados os detalhes exigidos
pela norma da concessionária, conforme será apresentado no capítulo posterior.
Para projetar o arranjo físico da subestação, foi necessário também seguir os
requisitos mínimos da NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), que balizam
as subestações de média tensão.
Destaca-se também que para se determinar a área que a subestação ocupará,
é necessário o dimensionamento dos equipamentos e do(s) transformador(es), que
variam de acordo com sua potência nominal.
De posse dos dados necessários, iniciou-se a elaboração do projeto. Portanto,
seguindo a ordem cronológica de realização do projeto, primeiramente foi calculado a
demanda da edificação, utilizando a norma exigida pela a concessionária de energia
elétrica da local – COELBA –, que é a NOR.DISTRIBU-ENGE-0021 (COELBA,
2017a), destinada a consumidores de baixa tensão. Apesar da instalação ser de
média tensão, se faz necessário recorrer a uma norma de tensão secundária, por
orientação da COELBA (COELBA, 2017b).
43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos em cada uma das


etapas realizadas para a elaboração do projeto de ampliação da subestação do IFBA
– campus Paulo Afonso. A subestação, que foi caracterizada como de média tensão,
deverá ser constituída de um cubículo de entrada, proteção, transformação e medição,
obedecendo todos os requisitos da NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b) e
demais normas cabíveis. Para fins didáticos, os resultados serão apresentados
conforme tópicos abaixo.

4.1 Cálculo de demanda

Para o dimensionamento dos equipamentos da subestação é preciso saber as


propriedades elétricas da instalação, como: potência aparente instalada (Si), potência
ativa instalada (Pi), fator de demanda (Fd), potência aparente demandada (Sp),
potência ativa demandada (Pd) e fator de potência (Fp). Tais informações foram
obtidas no trabalho de Araújo (ARAÚJO, 2016) e por meio das informações fornecidas
pela Comissão de Gestão Energética do campus, onde foram obtidas as cargas
aparente e ativa do prédio principal e anexo.
Utilizando a Equação 6, obtida e detalhada no Anexo II da NOR.DISTRIBU-
ENGE-0021 (COELBA, 2017a), calcula-se a carga demandada total da edificação,
conforme a Tabela 3.

Tabela 3 - Quadro de resumo do cálculo de demanda.


Item Pi (kW) Si (kVA) Fp Fd Sd (kVA)

Iluminação e pequenas
34,97 38,02 0,92 0,66 25,09
tomadas

Aparelhos
203,80 232,31 0,92 0,38 88,27
Eletroeletrônicos
Aparelhos de ar
168,17 191,97 0,92 0,78 149,74
condicionado
Total 406,94 462,30 0,92 0,61 263,10
44

4.2 Cálculo da área da subestação

A Figura 13 mostra o local da subestação existente, que é do tipo aérea. A


configuração aérea é a mais simples para uma subestação. Grande parte dos
projetistas optam em utilizar as subestações aéreas em instalações com carga de até
150 kVA, por conta do seu pequeno impacto na arquitetura das edificações. Outra
vantagem é a facilidade na manutenção e montagem.

Figura 13 - Local da subestação existente.

Fonte: ARAUJO, 2016, p. 56.

A Figura 14 apresenta um croqui da área a ser ocupada pela nova subestação.


A configuração física escolhida para a nova subestação é do tipo abrigada. A área
ocupada pela a subestação existente é de aproximadamente 0,47 m², já a subestação
projetada ocupará 67,20 m². Tal área foi calculada utilizando-se da ferramenta de
seleção de área (AA) do AutoCAD.

Figura 14 - Área da nova subestação.


45

Subestações do tipo abrigada tem um impacto maior na estrutura física das


edificações, mas esta deve ser utilizada no presente projeto devido as limitações
técnicas das subestações aéreas para instalações com carga superior a 150 kVA.

4.3 Dimensionamento dos equipamentos

A seguir serão apresentados os resultados do dimensionamento e


especificação dos equipamentos da subestação, obedecendo aos requisitos das
normas e padrões aplicáveis e de acordo com o embasamento teórico apresentado
no capítulo 2.

4.3.1 Muflas

Os cabos de média tensão deverão entrar no cubículo de entrada da


subestação de forma subterrânea. Por conta desta característica a NOR.DISTRIBU-
ENGE-0023 (COELBA, 2017b) e a NBR 14039 (ABNT, 2005b), determinam que
devem ser utilizadas muflas terminais em cada fase. As muflas a serem utilizadas
devem possuir as características apresentadas na Tabela 4, conforme exigência da
COELBA.

Tabela 4 - Folha de dados mufla.


Característica Parâmetro
Método de instalação Interna/externo
Classe de tensão (kV) 15
Nível básico de impulso (kV) 95
Seção do cabo unipolar (mm²) 50
Altura (mm) 270
Fonte: PRYSMIAM, 2017.

4.3.2 Para-raios

Junto as muflas de entrada do cubículo da subestação, serão instalados para-


raios com a finalidade de proteger os acessórios e equipamentos pertencentes a
instalação contra sobretensões e descargas atmosféricas. Devem ser de invólucro
46

polimérico, sem centelhador e com desligamento automático, para isolar eletricamente


a subestação em caso de falha. Suas características são indicadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Folha de dados para-raios.


Característica Parâmetro
Método de instalação Externo
Tipo construtivo ZnO
Classe de tensão (kV) 15
Corrente de descarga (A) 10
Tensão disruptiva (kV) 40
Fonte: RAYCHEM, 2017.

4.3.3 Isoladores

Nos trechos em tensão primária, em que for necessária a passagem dos


barramentos entre os cubículos, serão utilizados isoladores do tipo pedestal em
porcelana, conforme exigência da NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b). A
Tabela 6 traz suas características.

Tabela 6 - Folha de dados isoladores.


Característica Parâmetro
Tipo construtivo Pedestal
Método de instalação Interna
Material de isolação Porcelana
Classe de tensão (kV) 15
Nível básico de impulso (kV) 95
Altura (mm) 200
Fonte: SCHAK, 2017.

4.3.4 Cabos de média tensão

Para o dimensionamento dos condutores de média tensão deve-se observar as


exigências previstas na norma da concessionária. A NOR.DISTRIBU-ENGE-0023
(COELBA, 2017b) traz os condutores padronizados para cada tipo de ramal.
Portanto, os condutores a serem utilizados são de cobre, com seção de 50mm²,
classe de tensão 15 kV e do tipo EPR 90 °C. Conforme exigido em norma, o neutro
47

será aterrado com a mesma seção dos condutores de fase. Sendo assim, os
condutores de média tensão terão as características apresentadas na Tabela 7.

Tabela 7 - Folha de dados de cabos de média tensão.


Característica Parâmetros
Material de isolação EPR
Tipo Unipolar
Maneira de instalação Banco de dutos
Clase de tensão (kV) 12/20
Seção nominal do condutor por
3x50
fase (mm²)
Seção nominal do neutro (mm²) 1x50
Capacidade de condução de
160
corrente (A)
Fonte: PRYSMIAM, 2017.

4.3.5 Barramentos primários

Os barramentos de média tensão para subestação abrigada devem ser de


cobre. Quanto à forma pode ser tubo, vergalhão ou barra de cobre, conforme o item
4.18.3 da NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b). Para o projeto será
utilizado o barramento tipo vergalhão, com diâmetro 8,5 mm, e instalados sobre
isoladores, conforme Tabela 01. Também devem ser respeitadas as distâncias
mínimas e as cores padronizadas, de acordo com a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023
(COELBA, 2017b).
Os afastamentos mínimos a serem respeitados são:
 200 mm - entre fases;
 150 mm - fase neutro/terra.

As cores padronizadas pela COELBA para identificação dos barramentos são:


 Fase A - vermelha;
 Fase B - branca;
 Fase C - marrom.
48

4.3.6 Dimensionamento do transformador

Os transformadores que serão utilizados foram dimensionados a partir da


NOR.DISTRIBU-ENGE-0021 (COELBA, 2017a) e NBR 14039 (ABNT, 2005b). Foi
considerada a reutilização do transformador existente de 150 kVA, idealizando uma
economia no custo final de montagem da subestação. Desta forma, os
transformadores a serem utilizados apresentam as especificações conforme a Tabela
8.

Tabela 8 - Folha de dados transformador de 150 kVA e 225 kVA.


Parâmetro Parâmetro
Característica
Transformador 1 Transformador 2
Potência nominal (kVA) 150 225
Tipo a óleo a óleo
Tensão primária (kV) 13,8 13,8
Tensão secundária (kV) 0,380/0,220 0,380/0,220
Ligação primária Triângulo Triângulo
Ligação secundária Estrela com neutro Estrela com neutro
Impedância percentual (%) 3,5 4,5
Grau de proteção IP-21 IP-21
Frequência (Hz) 60 60
Nível básico de impulso (kV) 95 95
Altura (mm) 1010 1370
Largura (mm) 950 1000
Profundidade (mm) 1195 1305
Fonte: WEG, 2017.

Conforme apresenta a Tabela 8 anterior, os transformadores escolhidos foram


um de 150 kVA, já existente, e um de 225 kVA, pois o valor final da demanda foi de
263,11 kVA, conforme apresentado na seção 4.1 (Tabela 3). Ressalta-se, que a carga
demanda poderia ser suprida por dois transformadores de 150 kVA, porém o custo do
transformador de 225 kVA é próximo ao de 150 kVA. Além disso, a escolha de um
transformador maior evita uma nova reforma na subestação por sobrecarga do
transformador. Desta forma, além de diminuir o valor de todo o projeto, os
transformadores funcionarão com carga abaixo da sua nominal.
49

Para mais, menciona-se ainda que todos os transformadores serão


refrigerados a óleo, pois a subestação não faz parte integrante da edificação,
conforme regulamenta a NBR 14039 (ABNT, 2005b).

4.3.7 Dimensionamento do disjuntor de potência

O disjuntor de potência deve suportar a corrente primária do transformador de


potência, logo, se faz necessário saber o valor desta corrente. Também é preciso
saber a corrente de curto-circuito no ponto de entrega da concessionária, que é de 16
kA, valor mínimo a ser adotado (COELBA, 2017b).
Através da Equação 01 (seção 02, subseção 2.4.1) e dos dados de potência
nominal (STOTAL = 375 kVA) e tensão primária (Vnp = 13,8 kV) presentes na Tabela 8,
calcula-se a corrente primária dos transformadores. O resultado obtido é apresentado
a seguir na Resposta 01.

375kVA
Inp = = 15,69 𝐴 R.01
√3∗13,8kV

Para mais, os disjuntores de potência têm seu funcionamento atrelado aos


relés de proteção. Conforme a NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), os
relés de proteção para subestações de média tensão devem possuir no mínimo a
função instantânea de fase ANSI 50 e com a função temporizada de fase ANSI 51.
Essas duas funções atuam em caso de sobrecorrente nas fases ou no neutro. O relé
de proteção escolhido terá as seguintes funções conforme a tabela ANSI:

 50/51: proteção contra sobrecorrente instantâneo e temporizado;


 50/51N: proteção contra sobrecorrente no neutro instantâneo e
temporizado

De posse dos dados anteriores, observando os disjuntores disponíveis no


mercado - que são na sua maioria para elevadas correntes – e sabendo que
comercialmente não é possível encontrar o equipamento com valor exato para os
parâmetros elétricos do projeto, procurou-se por disjuntores de potência com valores
os mais próximos do necessário.
Destarte, o disjuntor especificado foi o do tipo a vácuo, por apresentar o melhor
custo-benefício, e com confiabilidade equiparada a um disjuntor de SF6. Outras
50

informações quanto as especificações do disjuntor de potência são mostradas na


Tabela 9.

Tabela 9. Folhas de dados do disjuntor de potência de média tensão.


Característica Parâmetro
Tipo construtivo Vácuo
Tipo de montagem Fixo
Comando Motorizado
Mecanismo Mola
Classe de tensão (kV) 15
Tensão de operação (kV) 13,8
Frequência nominal (Hz) 60
Corrente nominal (A) 630
Capacidade de interrupção
250
simétrica (MVA)
Tempo de abertura (ms) 45
Tempo de interrupção (ms) 60
Tempo de fechamento (ms) 62
Altura (mm) 1100
Largura (mm) 592
Profundidade (mm) 577
Fonte: SCHNEIDER-ELECTRIC, 2017.

4.3.8 Dimensionamento dos transformadores de corrente

Para acionar o sistema de relés secundários de proteção é necessário instalar


transformadores de corrente (um por fase), que detectam panes na rede. Estes
equipamentos devem possuir corrente nominal compatível com a corrente primária do
transformador de potência.
Os transformadores de corrente destinados a proteção devem ter uma potência
nominal de 25 VA e classe de exatidão 10%, conforme a NBR 14039 (ABNT, 2005b).
A especificação dos transformadores de corrente dimensionado será conforme
os dados disponibilizados pelo fabricante, conforme mostrado na Tabela 10 a seguir.
51

Tabela 10 - Folha de dados transformador de corrente.


Característica Parâmetro
Classe de tensão Proteção
Tipo construtivo Barra
Classe de tensão (kV) 15
Nível básico de impulso (kV) 95
Frequência (Hz) 60
Corrente primária nominal (A) 40
Corrente secundária nominal (A) 5
Fator térmico nominal 1,2 In
Classe de exatidão 10B100
Fonte: SIEMENS, 2017.

4.3.9 Dimensionamento do transformador de potencial

Assim como os transformadores de corrente, os transformadores de potencial


são destinados a alimentação do sistema de proteção. Serão instalados entre as
fases, diferentemente dos TC´s.
Os transformadores de potencial destinados a proteção devem ter uma
potência nominal de 200 VA e classe de exatidão 6%, conforme a NBR 14039 (ABNT,
2005b).
A especificação dos transformadores de potencial dimensionado, será
conforme os dados disponibilizados pelo fabricante (SIEMENS, 2017), mostrado na
Tabela 11.

Tabela 11 - Folhas de dados dos transformadores de potencial.


Característica Parâmetro
Classe de tensão (kV) 15
Nível básico de impulso (kV) 95
Frequência nominal (Hz) 60
Tensão primária nominal (kV) 13,80
Tensão secundária nominal (V) 115
Classe de exatidão 6P200
Fusíveis na média tensão 2x0,5A
Fonte: SIEMENS, 2017.
52

4.3.10 Dimensionamento chave seccionadora

Conforme exigido na NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b), deve ser


instalada chave seccionadora tripolar com alavanca de manobra após a medição e
antes do disjuntor geral, destinada a identificação visual do desligamento em caso de
manutenção nos equipamentos de medição. Sua operação será em vazio, portanto a
corrente solicitada pela a carga no momento da operação deverá ser nula.
A corrente que a chave seccionadora deverá suportar é a corrente nominal do
circuito primário do transformador de potência, de 15,69 A, anteriormente calculada
(R.01). Ressalta-se ainda que, assim como os disjuntores, deve-se escolher o valor
comercial mais próximo da corrente nominal do circuito. Além da corrente nominal do
primário do transformador a chave seccionadora também deverá suporta a corrente
de curto-circuito simétrica, que é de 16 kA.
A especificação da chave seccionadora dimensionada, será conforme os dados
disponibilizados pelo fabricante, apresentados na Tabela 12.

Tabela 12 - Folha de dados chave seccionadora.


Característica Parâmetro
Operação Sem carga
Acionamento Manual
Mecanismo Mola
Classe de tensão (kV) 15
Tensão de operação (kV) 13,8
Frequência nominal (Hz) 60
Corrente nominal (A) 400
Capacidade de interrupção
250
Simétrica (MVA)
Tempo de abertura (ms) 45
Tempo de interrupção (ms) 60
Tempo de fechamento (ms) 62
Altura (mm) 600
Largura (mm) 895
Profundidade (mm) 230
Fonte: SCHAK, 2017.
53

4.3.11 Diagrama unifilar

Após o dimensionamento e especificação de todos os equipamentos da


subestação e obedecendo as normas da concessionária, foi desenhado o diagrama
unifilar geral da subestação de média tensão, conforme Figura 15. A função deste é
representar, na forma unifilar, todos os dispositivos de proteção, medição e
transformação da instalação.
É possível perceber no diagrama unifilar que a instalação será alimentada por
ramal de entrada subterrâneo, opção que apresentou maior nível de segurança para
a edificação. A interligação entre a rede da COELBA, com tensão de 13,8 kV, e o
ramal de entrada é feita através das muflas, já especificadas. Posteriormente o
barramento primário é formado por vergalhão de cobre, que interliga todos os
sistemas: medição, proteção de média tensão e transformação.
No cubículo de transformação, dois transformadores reduzem a tensão para
220 V, para alimentação em baixa tensão, que podem ser divididos na alimentação
do prédio principal e no prédio anexo. Também foi deixado um espaço reserva para
instalação de outro transformador, em caso de aumento de carga.
A Figura 15 apresenta o diagrama unifilar completo da subestação, conforme
especificações anteriormente obtidas.
54

Figura 15 - Diagrama unifilar completo da subestação.


55

4.3.12 Sistema de aterramento

O sistema de aterramento da subestação, seja ela de média ou alta tensão, é


de grande importância para o funcionamento correto e seguro da instalação. A
NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 não determina obrigatoriamente nenhum sistema de
aterramento, no entanto orienta a utilização de um aterramento dentro dos previstos
na NBR 14039. O sistema escolhido para a instalação foi o TNR (ABNT, 2005b;
COELBA, 2017b), por ser o sistema que torna mais eficaz os sistema de proteção.
Escolhido o tipo de aterramento, a COELBA exige que o sistema de
aterramento seja confeccionado para garantir no máximo 10 Ω de resistência de
aterramento, sendo tolerável até 12,5 Ω (COELBA, 2017b). Outras exigências são:
sistema de aterramento do tipo malha, hastes de aterramento de 5/8” x 2400 mm,
interligação entre as hastes com cabo de 50 mm², conexões entre cabos com solda
exotérmica e conexão entre cabo/haste com conector tipo cunha. Além disso, todas
as partes metálicas deverão ser interligadas ao sistema de aterramento com cabo de
cobre com seção mínima de 35 mm² (COELBA, 2017b).

4.4 Dimensionamento físico da subestação

4.4.1 Altura da subestação

Utilizando a Equação 02 (seção 02, subseção 2.4.2, item a) determina-se a


altura mínima da subestação.

Hse = 1370 + 900 + 600 + 200 + 200 = 3270 mm R.02

Onde,
Ht = 1370 mm (Tabela 7);
Hac = 900 mm (Tabela 11);
Hc = 600 mm (Tabela 13);
Hi = 200 mm (Tabela 4);
Hab = 200 mm (COELBA, 2017b).

Logo a altura da subestação será de 3,30 m, atendendo os requisitos mínimos


da NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b).
56

4.4.2 Porta de entrada da subestação

A determinação da largura mínima da porta de entrada é feita aplicando a


Equação 03 (vide seção 02, subseção 2.4.2, item b) e utilizando os dados da Tabela
8.

Lp = 1,00 + 0,60 = 1,60 m R.03

Onde,
Dt = 1,00 m (Tabela 8).

O transformador de 225 kVA é o equipamento com as maiores dimensões a


ser instalado na subestação, com 1,00 m x 1,37 m. Logo, as dimensões da porta de
acesso a subestação será de 1,60 m x 2,10 m, conforme recomendação da COELBA
(COELBA, 2017b). Por exigência da concessionária de energia (COELBA), a abertura
da porta de cesso deve ser para fora.

4.4.3 Cubículo de proteção

A determinação das dimensões mínimas do cubículo de proteção é feita


utilizando a Equação 04 (seção 02, subseção 2.4.2, item f) e aplicando os dados do
disjuntor de potência, encontrados na Tabela 9.

Dpp = 0,59 + 1,00 = 1,59 m R.04

Onde,
Dd = 0,592 mm = 0,59 m (Tabela 9).

O valor encontrado através da Equação 04 foi de 1,59 m, no entanto a


concessionária local COELBA (COELBA, 2017b), exige um comprimento mínimo de
1,20 m para os relés de proteção e 2,5 m para o disjuntor de potência. A Figura 16
ilustra o cubículo de proteção, suas dimensões e seus equipamentos realizados
através do AutoCAD.
57

Figura 16 - Arranjo físico cubículo de proteção.

4.4.4 Cubículo de transformação

A determinação do cubículo de transformação é feita utilizando-se a Equação


05 (vide seção 02, subseção 2.4.2, item g) e através dos dados da Tabela 8,
escolhendo-se o maior transformador a ser utilizado na subestação (Transformador
de 225 kVA). Desta forma,

 Profundidade mínima:

Dpt = 1,31 + 1,00 = 2,31 m R.05

Onde,
Dt (profundidade) = 1305 mm = 1,31 m (Tabela 8).

 Largura mínima:

Dpt = 1,00 + 1,00 = 2,00 m R.06

Onde,
Dt (largura) = 1000 mm = 1,00 m (Tabela 8).
58

Como os demais cubículos possuem largura mínima de 3,10 m, o cubículo de


transformação terá 2,50 m de profundidade por 3,10 m de largura. Ressalta-se que a
COELBA não exige nenhuma dimensão mínima para este cubículo. Portanto, a Figura
17 mostra o cubículo de transformação, com suas medidas em metros.

Figura 17 - Arranjo físico cubículo de transformação.

4.4.5 Área de circulação

Para a determinação da área de circulação do corredor da subestação, citado


anteriormente na seção 2.4.2 (item c), avalia-se a pior condição possível, ou seja,
quando a grade metálica do cubículo de transformação estiver aberta. No entanto,
para reduzir as dimensões totais da subestação, a largura do corredor adotada será
de 2,00 m, que atende as distâncias mínimas e segurança exigidas pela a
concessionária.
59

4.4.6 Cubículo de entrada e medição

A NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 (COELBA, 2017b) permite que os


equipamentos de entrada e medição compartilhem o mesmo cubículo. Conforme a
mesma determina, os transformadores de corrente e potencial destinados a medição
serão instalados em prateleiras metálicas, com as dimensões já determinadas. Essas
dimensões do cubículo terão, portanto, 2,20 m de profundidade e 3,10 m de largura.
A Figura 18 ilustra o arranjo do cubículo de entrada e medição.

Figura 18 - Arranjo físico cubículo de entrada e medição.

4.4.7 Arranjo físico completo da subestação

Denomina-se arranjo físico completo da subestação a composição dos


cubículos de entrada, medição, proteção e transformação. A nova configuração física
de subestação terá 12,00 m de comprimento, 5,60 m de largura e 3,30 m de altura.
Aa Figura 19-A e 19-B apresentam a vista em planta e lateral completa da subestação.
60

Figura 19 - Arranjo físico da subestação (A) em planta e (B) vista lateral.

4.5 Especificação e orçamento

Nesta seção apresenta-se um resumo, conforme Tabela 13, das especificações


dos equipamentos dimensionados no presente trabalho associado aos custos de cada
um deles (orçamento do projeto), obtido no Sistema Nacional de Preços e Índices para
a Construção Civil (SINAPI, 2017). Levou-se em consideração também os custos com
mão de obra. Como resultado, verifica-se um orçamento necessário de R$ 60.739,28
para a nova subestação.
61

Tabela 13 - Especificação completa e orçamento.


Item Descrição Quantidade Unidade Preço unitário Preço total
01 Mufla para instalação externa 15 kV 03 uni R$308,00 R$924,00
02 Mufla para instalação interna 15 kV 03 uni R$215,00 R$645,00
03 Para-raios ZnO 15 Kv 03 uni R$252,00 R$756,00
04 Isolador tipo pedestal 15 Kv 27 uni R$62,64 R$1.691,28
05 Cabo de cobre 50mm² 10/20 Kv 30 m R$55,20 R$1.656,00
06 Barramento de cobre tipo vergalhão 8,5 mm 21 barra R$155,00 R$3.255,00
07 Transformador 225 kVA - 0,220/0,127 Kv 01 uni R$12.000,00 R$12.000,00
08 Disjuntor de potência 15 kV a vácuo 01 uni R$10.000,00 R$10.000,00
09 TC 40/5 A - 15 Kv 03 uni R$1.199,00 R$3.597,00
10 TP 15/0,115 Kv 02 uni R$550,00 R$1.100,00
11 Chave seccionadora a seco 15 Kv 01 uni R$699,00 R$699,00
12 Cabo de cobre nu 50 mm² 70 m R$16,00 R$1.120,00
13 Cabo de cobre nu 35 mm ² 10 m R$11,00 R$110,00
14 Haste de aterramento 16x2400 mm 08 uni R$50,00 R$400,00
15 Conector tipo cunha 08 uni R$12,00 R$96,00
16 Construção civil com mão de obra 01 uni R$8.340,00 R$8.340,00
17 Mão de obra para montagem 01 uni R$14.350,00 R$14.350,00
Total R$60.739,28
Fonte: SINAPI, 2017.
62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito do trabalho foi verificar a atual situação da subestação do IFBA -


campus de Paulo Afonso, utilizando os trabalhos já realizados anteriormente sobre a
infraestrutura elétrica, e a partir dos seus dados elaborar um projeto de uma nova
subestação que seja economicamente viável e atenda todas a normas cabíveis para
subestações consumidoras.
Através do estudo realizado por Araújo (ARAÚJO, 2016), foi constatado que a
atual subestação está operando com 97% da sua capacidade nominal. A preocupação
se inicia devido à crescente demanda energética do campus, podendo assim, em um
futuro próximo, causar sobrecarga e danificar equipamentos ou deixar o instituto sem
energia, causando transtornos.
A demanda total instalada e com utilização eminente das edificações foi
calculada em 263,10 kVA. Isso significa que pelas normas da concessionária local de
energia elétrica, a nova subestação deverá ser abrigada e que requer um projeto
elétrico que obedeça todas as normas técnicas aplicáveis.
Com esse novo valor de demanda a subestação terá um sistema de medição
em alta tensão, o que altera bastante sua estrutura física, pois a subestação existente
possui sua medição em baixa tensão, classificada como subestação simplificada pela
COELBA; e, com a nova demanda, passará a ter um sistema de medição em média
tensão, tornando-se uma subestação plena.
Quanto à adequação da subestação, esta acarretará um investimento imediato
de R$60.739,28 reais, um valor relativamente alto para uma instituição que vem
reiteradamente sofrendo cortes no orçamento.
Sendo assim, no contexto geral, o presente trabalho é uma importante
ferramenta na prevenção de danos elétricos a instalação do IFBA, caso haja uma
sobrecarga elétrica e a subestação não posso mais suprir a instalação, tem-se um
plano de ação emergencial que diminui consideravelmente o tempo para a resolução
do problema, que depende de processos que levam um período considerável de
tempo para serem despachados pelos órgãos competentes, e também promove uma
economia financeira ao campus de médio a longo prazo.
Desta forma, além de uma importante ferramenta na atuação preventiva e no
planejamento de ampliação das cargas elétricas, pode subsidiar as decisões técnico-
administrativas e de infraestrutura do IFBA - campus de Paulo Afonso.
63

Para mais, sugere-se como trabalhos futuros um estudo de eficiência


energética e retrofit de equipamentos no campus para readequação da carga
instalada, até que seja viável a execução do projeto de subestação.
64

REFERÊNCIAS

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COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA. NOR.DISTRIBU -


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67

ANEXO A – CAIXA DE MEDIÇÃO

Figura 20 - Caixa para medição em média tensão para uso externo.

Fonte: COELBA, 2017b.


68

ANEXO B – RAMAL DE ENTRADA

Figura 21 - Ramal de entrada subterrâneo.

Fonte: COELBA, 2017b.


69

APÊNDICE A – PROJETO ELÉTRICO SE ABRIGADA 375 KVA

(Arquivo disponível em:


https://drive.google.com/open?id=1LDxNIVTK3XmrjpwMFjSSAg0TvjkvllA0)

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