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PRINCÍPIOS

Devido Processo Legal: é possível identificar o princípio da finalidade social específica, no


sentido de que a prestação jurisdicional encontra-se orientada a buscar a paz social
específica entre as categorias de produção, de modo que nenhum interesse individual ou de
categoria prevaleça sobre o interesse público.

Princípio do juiz e do promotor natural: tal princípio indica que deve existir, previamente,
uma definição quanto ao juízo competente para apreciar determinada demanda, que esse
juízo deve ser imparcial e que não se pode constituir tribunal ad hoc, ou seja, de exceção.

Princípio do contraditório e do amplo direito de defesa: visando conferir máxima eficácia


ao conteúdo do princípio do contraditório e ampla defesa, o sistema processual veda a
decisão surpresa, seja no tocante a aspectos de fato ou a aspectos jurídicos. Ou seja, a fim
de permitir o efetivo contraditório e ampla defesa deve ser assegurada às partes paridade
de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz
zelar pelo efetivo contraditório.

Princípio da isonomia: Deve-se respeitar a equidistância entre as partes e o juiz, a


igualdade no acesso à justiça, sem discriminação, a redução de desigualdades que
dificultem o acesso à justiça, como a financeira e a igualdade no acesso às informações
necessárias ao exercício do contraditório. É justamente nessa igualdade, a de paridade de
armas, a de influenciar o Judiciário em seu pronunciamento sobre a questão que lhe é
posta, que se assenta a aludida isonomia. Todavia, é preciso que se observe que o direito
processual do trabalho possui como objeto, majoritariamente, o direito material do trabalho,
forjado na necessária distinção entre as partes. Daí se poderia falar em empenamentos no
referido preceito, para que sejam tratados de modo diferente aqueles que possuem
situações econômicas distintas, o que não retiraria o caráter isonômico da relação
processual.

Princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário: nem a lei pode excluir da apreciação


do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Princípio da motivação de decisões: o legislador definiu a fundamentação como a parte


mais importante da sentença. A atividade jurisdicional se legitima na medida em que se
evidencia ao jurisdicionado que foram seguidos critérios racionais, objetivos, previamente
fixados, para a obtenção da solução do conflito.

Princípio da revisibilidade das decisões (duplo grau de jurisdição): indica a


possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro
grau (ou primeira instância), que corresponde à denominada jurisdição inferior.
Princípio da proteção: a legislação trabalhista visa assegurar superioridade jurídica ao
empregado, em razão da sua inferioridade econômica. A proteção é feita pela LEI, não é a
justiça do trabalho que é protecionista; protecionista é o sistema.

Princípio da Conciliabilidade: manifestação do Estado no sentido de intervir minimamente


junto aos envolvidos nos conflitos a fim de viabilizar o equacionamento das questões postas
em juízo. Isso porque se deve buscar, sempre que possível, uma solução negociada do
conflito. Assim, imaginar uma solução direta, por meio de sua manifestação de vontade e
que não agrida as partes, é algo desejável em todos os sistemas do mundo, não só no
Brasil.

Instauração ex officio de instância: exceção à regra da inércia da jurisdição, ao posto


que, pela tamanha relevância social, algumas questões podem ser instauradas pelo próprio
julgador. Ao se prever que a instância será instaurada mediante representação escrita ao
presidente do tribunal – que também poderá instaurá-la por iniciativa própria, conforme a
disposição do art. 856 da CLT –, consagra-se o aludido princípio.

Triplo grau de jurisdição e instância única: há uma estrutura hierarquizada desse ramo
especializado, qual seja, em 1ª instância as Varas do Trabalho ou, excepcionalmente, juízes
de Direito, em 2ª instância os Tribunais Regionais do Trabalho, e em uma instância
Superior, embora igualmente especializada, o Tribunal Superior do Trabalho. Embora
estruturado em três graus de jurisdição, ao prever que salvo se versar sobre matéria
constitucional nenhum recurso será cabível das sentenças proferidas nos dissídios de
alçada (quando o valor fixado para a causa não exceder de duas vezes o salário mínimo), o
§ 4º do art. 2º da Lei n. 5.584/70 evidencia a existência do princípio da instância única, no
âmbito das demandas sujeitas ao Judiciário Trabalhista.

Poder normativo dos Tribunais do Trabalho: é possível afirmar que por meio dos
dissídios coletivos se produzem as denominadas sentenças normativas, por intermédio das
quais não se estaria definindo uma norma individualizada, para as partes formalmente
constantes da relação processual, apenas, mas uma norma abstrata, aplicável a qualquer
dos membros de determinada categoria econômica e profissional.

Exercício da capacidade postulatória pelo leigo (jus postulandi): há aquilo que se


denomina jus postulandi, ou o direito de postular diretamente pela parte, ainda que leiga na
ciência do Direito, mas somente ao empregado e ao empregador. Os empregados e os
empregadores poderão acompanhar suas reclamações pessoalmente no âmbito da
instância ordinária, compreendido como tal o trâmite procedimental até o Tribunal Regional
do Trabalho. Todavia, segundo o E. TST, o jus postulandi das partes, estabelecido no art.
791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho, segundo a Súmula 425 do mesmo TST.
Desse modo, é possível o exercício

Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva: A partir da Lei n.


13.467/2017, estabeleceu-se que, no exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, a Justiça do Trabalho balizaria sua atuação pelo princípio da intervenção mínima
na autonomia da vontade coletiva.
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TST – Tribunal Superior do Trabalho: O Tribunal Superior do Trabalho é composto por


vinte e sete ministros togados. O Tribunal Superior do Trabalho é composto por vinte e sete
ministros togados. A competência do TST, de acordo com § 1º do art. 111-A da CF/88, é
definida em lei. A Lei n. 7.701/88 a define. De todo modo, pode-se dizer que cumpre ao
mesmo TST o julgamento, em grau extraordinário, dos recursos de revista e demais
recursos previstos em lei interpostos contra as decisões dos TRTs, enquanto em grau
ordinário, os recursos em dissídio coletivo e demais decisões originárias dos TRTs. Segundo
o art. 59, são órgãos do Tribunal Superior do Trabalho o Tribunal Pleno, o Órgão Especial, a
Seção Especializada em Dissídios Coletivos, a Seção Especializada em Dissídios
Individuais, dividida em duas subseções, e as Turmas. Além desses, segundo o mesmo
dispositivo, existem órgãos que funcionam junto ao Tribunal Superior do Trabalho, que são a
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) e o
Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).

TRTs –Tribunais Regionais do Trabalho: Os TRTs compõem a segunda instância do


Poder Judiciário do Trabalho, sendo integrados por, no mínimo, sete desembargadores. Em
todo o território nacional existem vinte e quatro TRTs, cada qual responsável por uma
Região, na forma do art. 674 da CLT. O mesmo dispositivo indica que, como regra, temos o
fato de que uma Região equivale à circunscrição de um dos Estados da Federação.
Todavia, excepcionalmente, diante da concentração de querelas relacionadas aos conflitos
entre o capital e o trabalho, há hipóteses em que um mesmo Estado da Federação
concentra mais de uma Região (SP), ou uma Região abrangendo mais de um Estado da
Federação ( 11a). Assim como o Tribunal Superior do Trabalho, os TRTs possuem divisões
internas necessárias ao atendimento das suas competências. É de notar, todavia, que essa
divisão se torna tão mais imperiosa quanto maior for a estrutura burocrática do próprio
Tribunal. Assim como no TST, o Tribunal Pleno é a instância máxima dentro da estrutura
dos Tribunais Regionais. O Pleno é composto pela totalidade dos desembargadores do
Trabalho do Regional. O Tribunal Pleno, além de competências jurisdicionais, também
decide matérias administrativas. Delegam-se ao Órgão Especial atribuições administrativas
e jurisdicionais da competência do Tribunal Pleno. Todavia, é possível notar que nos
Tribunais de maior robustez, ainda que não compostos pelo Órgão Especial, tem-se a
divisão do Pleno em Turmas ou grupos de Turmas, como exemplificativamente define a Lei
n. 7.119/83.

Varas do Trabalho. Dos juízes do Trabalho: As Varas do Trabalho, na condição de órgãos


de piso, são, consequentemente, as mais numerosas dentro da estrutura judiciária, além de
possuírem competência mais vasta. Isso porque a competência das Varas do Trabalho é
definida residualmente. Dentro das competências do Poder Judiciário Trabalhista, aquilo que
não for competência do TST ou dos TRT será, consequentemente, das Varas do Trabalho.
A criação de Varas do Trabalho depende de lei federal específica, na forma do art. 112 da
CF, cuja iniciativa é do próprio TST, após sugestão do TRT envolvido, observada a efetiva
demanda judicial e a população da localidade. Não é demais reafirmar que nas hipóteses
em que não houver jurisdição da Justiça do Trabalho a competência será do juiz de Direito,
com recurso para o TRT respectivo, na forma do art. 112 do Texto Constitucional. Uma vez
instalada a Vara do Trabalho na localidade, o feito deve seguir para a nova Vara do
Trabalho, conforme entendimento assentado por meio da Súmula 10 do STJ. Embora o
Juízo de Direito faça parte da estrutura do Poder Judiciário dos Estados, aplicará, para a
solução das demandas relacionadas ao trabalho que lhe forem subordinadas, não apenas
as previsões de direito material, mas igualmente as de direito processual aplicáveis aos
litígios trabalhistas, seguindo-se, assim, o rito e peculiaridades definidos na legislação
celetista. Cada Vara possui uma secretaria. Segundo o art. 711 da CLT, competem à
secretaria as seguintes atribuições:
a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos
processos e outros papéis que lhe forem encaminhados,
b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis;
c) o registro das decisões;
d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos
respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará;
e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;
g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da
secretaria;
h) a realização das penhoras e demais diligências processuais;
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da
Junta, para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos.
MPT – MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: O Ministério Público do Trabalho não está
inserido na estrutura judiciária trabalhista. Todavia, o art. 127 da CF/88 o define como
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, a quem incumbe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis. De outro lado, a própria CLT, em seus arts. 736 a 754, prevê a organização
do Ministério Público do Trabalho, além da disciplina da Lei Complementar n. 75/93 (LC
75/93). Em apertada síntese, é possível indicar o Ministério Público do Trabalho como uma
especialização do Ministério Público Federal, ao qual incumbe a defesa dos interesses
sociais relacionados ao trabalho. Suas atribuições são elencadas no art. 83 da LC 75/93. O
Ministério Público do Trabalho é organizado em uma Procuradoria- Geral, que funciona junto
ao TST e em Procuradorias Regionais, que funcionam junto aos TRT de cada uma das
regiões do Brasil. Dentro da estrutura do Ministério Público do Trabalho, o Procurador-Geral
do Trabalho é o chefe do Ministério Público do Trabalho. Existem ainda os denominados
Procuradores Regionais do Trabalho, designados para oficiar junto aos Tribunais Regionais
do Trabalho, e os Procuradores do Trabalho, lotados nos ofícios nas Procuradorias
Regionais do Trabalho nos Estados e no Distrito Federal.

CCP - COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA: têm objetivo da CCP é o de tentar


desafogar o grande número de ações trabalhistas ajuizadas diariamente e as que já
tramitam no Judiciário Trabalhista. Com efeito, tem como importante papel conciliar os
conflitos individuais de trabalho. As principais características a serem memorizadas para as
provas são as seguintes:

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A jurisdição, em simplificada síntese, pode ser apresentada como o poder de dizer o direito,
do latim juris dictio. Trata-se, sob tal visão, daquela definição de soberania por meio da qual
o Estado impõe-se como mecanismo apto a solucionar as querelas entre os sujeitos que lhe
são subordinados. Certamente a questão mais polêmica do tema Comissão de Conciliação
Prévia é a passagem obrigatória ou facultativa do empregado por essa comissão antes do
ajuizamento da reclamatória trabalhista.

Competência em razão da matéria (ratione materiae): É a chamada competência em


razão da natureza da relação jurídica ou objetiva, e tem por parâmetro a natureza da relação
jurídica controvertida. São fundamentos legais da competência material da Justiça do
Trabalho os arts. 114 da CF e 652 da CLT., cabendo à Justiça do Trabalho a apreciação dos
dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores e, na forma da lei,
outras controvérsias oriundas da relação de trabalho.

Competência em razão da pessoa (ratione personae): Conhecida também por


competência em razão da qualidade das partes envolvidas na relação jurídica controvertida,
é aquela que tem por parâmetro certas qualidades das pessoas litigantes. Mesmo com a
Reforma do Judiciário pela EC n. 45/2004, o art. 114 da Constituição Federal de 1988 prevê
algumas hipóteses de competência em razão da pessoa da Justiça do Trabalho.
Competência funcional: É aquela que tem por parâmetro a natureza das funções
exercidas pelo magistrado no processo, bem como das respectivas exigências especiais
dessas funções. Também chamada de interna. Trata-se das atribuições de cada um dos
órgãos, que, quais, basicamente, estão estruturados segundo uma disciplina legal ou
regimental. A competência das Varas do Trabalho encontra-se descrita nos arts. 652 e 653
da CLT,

Competência territorial (ratione loci): Também chamada de competência em razão do


lugar, é aquela que tem por parâmetro a porção territorial conferida ao magistrado para que
ele exerça a sua competência e, assim, solucione os respectivos conflitos de interesses. A
Justiça do Trabalho tem a sua competência territorial prevista no art. 651 da CLT, cuja regra
é o local de prestação dos serviços, sendo o empregado reclamante ou reclamado,
independentemente do local da contratação. O Diploma Consolidado elegeu o local de
prestação dos serviços tendo em vista os seguintes fundamentos: facilitar o acesso do
trabalhador ao Judiciário Trabalhista e facilitar a colheita de provas.

Competência em razão do valor da causa: É aquela que tem por parâmetro o valor do
pedido ou pedidos, ou seja, toma por base o montante pecuniário da pretensão. No Direito
Processual do Trabalho, o valor da causa é utilizado para a fixação dos procedimentos
(ritos) trabalhistas, abaixo apontados:
➢ procedimento comum (ordinário) – previsto na CLT, abrangendo os dissídios cujo
valor da causa seja acima de 40 (quarenta) salários mínimos;
➢ procedimento sumário (dissídio de alçada) – previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º, da Lei n.
5.584/70, abrangendo os dissídios cujo valor da causa seja até 2 (dois) salários
mínimos;
➢ procedimento sumaríssimo – fruto da Lei n. 9.957/2000, que incluiu os arts. 852-A a
852-H da CLT, abrange os dissídios cujo valor da causa seja superior a 2 (dois) e até
40 (quarenta) salários mínimos.

Vale ressaltar que a competência em razão do valor da causa, para o Direito Processual do
Trabalho, não tem a mesma importância quando comparada com o Direito Processual Civil.
Assim, o juiz do trabalho processa e julga os dissídios trabalhistas de ritos ordinário,
sumário, sumaríssimo e especial. Portanto, no Processo do Trabalho, não há a classificação
da competência em razão do valor da causa.

Após apontarmos a classificação da competência na seara do Processo do Trabalho, é


importante consignar sobre:
a) competência absoluta: dá-se em razão da matéria, da pessoa e da função;
b) competências relativa: dá-se em razão do lugar e do valor

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