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Luísa Aguiar
140 (2018.1)
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
• A mãe vem com a queixa clássica de EDEMA, cabe a nós fazer diagnostico diferenciais, como processos alérgicos,
se ela tem hepatopatia, desnutrida, ICC....
• Então, checamos a proteinúria, nem que seja a olho nu (urina estaria espumosa com grânulos de decantação).
→ Na síndrome nefrótica a gente vai ter uma disfunção do glomérulo, seja primaria ou secundaria, que gera uma
perda de proteínas maciça → hipoalbulinemia → para tentar produzir mais albumina, passa a produzir mais lipídeos
→ hiperlipidemia e edema = SÍNDROME NEFRÓTICA
• Com essa perda de ptns, temos uma perda do volume plasmático, começa a sair liquido para o interstício,
gerando hipovolemia arterial, que estimula o SRAA, a reter água e sódio, aumenta assim, o edema
• A maioria dos pacientes possuem queixa anterior de virose, o que nos deixa alerta por resposta autoimune
mediada por linfócitos estar relacionada com a SN por Lesão Mínima.
MECANISMO DO EDEMA
Começa quando temos uma QUEDA DA ALBUMINA, menor que 2,5
→ causando uma REDUÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA dentro dos
vasos → TRANSUDA LIQUIDO para o espaço intersticial → EDEMA
INICIAL (confunde com ganho de peso, melhora ao longo do dia) →
REDUZ VOLUME intravascular → Aumenta a RETENÇÃO DE ÁGUA E
SÓDIO pelo SRAA → causando MAIS EDEMA
MECANISMO DA HIPERLIPIDEMIA
com a queda da albumina, temos um AUMENTO da síntese hepática de PROTEÍNAS E LIPOPROTEÍNAS, como
mecanismo de produzir mais albuminas → QUEDA da atividade lipase e do catabolismo lipídico → HIPERLIPIDEMIA
!!! CUIDADO !!! Muitas pessoas veem edema e prescrevem diurético, se você der diurético para paciente com SN,
ele vai perder mais liquido, podendo até chocar
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
URINA
• Proteinúria maciça: > 50 mg/ kg/ dia ou > 1g/ m2/ dia
• Índice proteinúria/ creatinúria > 2 (na primeira urina do
dia)
• leucocitúria, cilindrúria, gotículas de gordura
• hematúria microscopia em 20% dos casos → se tiver
urinando escuro, com sinais de hematúria grave, não é
por lesão mínima, geralmente é nefrite associada a
síndrome nefrotica
• Geralmente com 4 cruzes é o padrão nefrótico
SANGUE
❖ Se você quiser fazer diag dif com outras doenças nefróticas, você tem que pedir creatinina, ureia e complemento
• Síndrome nefrótica não tem dificuldade de eliminar liquido, então não precisa reduzir, a menos que ele tenha
uma lesão renal
• Não adianta fornecer ptns porque ele só vai eliminar, não adianta muito
TRATAMENTO GERAL:
Informar os pais sobre a doença, porque não entendem, mostrar a eles a possível evolução e riscos das recidivas,
comentar que o prognostico por lesão mínima tende a ir para a cura ou então que terá que acompanhar por um
nefro durante um tempo, explicar a necessidade de duplo cuidado com infecções a essa criança pós hospitalização.
TRATAMENTO IMUNOSSUPRESSIVO
Prednisona
• 40mg/ m2/ dia (máx. 60-80mg/dia) – até remissão ou por 4-6 semanas
• 40mg/ m2/ dia – em dias alternados (2-5 meses) diminuir 10mg/semana até suspender
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TRATAMENTO DO EDEMA
EM EDEMAS INTENSOS
• Hidroclorotiazida: 1-3mg/kg/dia (ação no túbulo distal) – geralmente diminui a furosemida e usa junto
• Espironolactona: 1-3mg/kg/dia para manter os níveis de K+
❖ O que melhora o edema mesmo, é a membrana basal do glomérulo voltar para sua forma integra, ou seja,
corticoterapia
EM EDEMAS INTENSOS COM ANASARCA, FALTA DE AR, ASCITE, BOLSA ESCROTAL GRANDE
• DIURÉTICO + ALBUMINA: MEDIDA HEROICA – albumina humana IV (0,5 a 1g/kg/dia) em uma hora, com
Furosemida 1-2mg/kg/dose a cada 30min.
A albumina vai aumentar a pressão oncótica dentro do vaso, que vai puxar a água e assim o paciente
consegue urinar
• Baixa ingesta de gordura (monos de 30% das calorias com < 10% de gordura saturada)
• Ingesta de colesterol limitada (<300mg/dia)
• ESTATINAS – não são muito usadas rotineiramente em crianças
➢ PERITONITE E SEPSE
• Peritonite primaria por Strep. pneumoniae ou por E. coli
• Avaliar Ceftriaxone
➢ CELULITE
• Por estafilococos (devido a ruptura da pele)
• Oxacilina ou Cefalosporinas de 1ª G.
➢ VARICELA
• Se tiver fazendo uso de corticoides, pode fazer uma varicela disseminada e grave
• Usa Aciclovir ou Imunoglobulina contra VZ
➢ TUBERCULOSE
• PPD e avaliar quimioprofilaxia
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• Lembrando que é muito difícil fazer biopsia visto que a maioria melhora com o tto com corticoides
• Acima de 12 anos faz pelo risco de ser SN Focal
• Doença Hepática
• Insuficiência Cardíaca
• Síndrome Nefrítica
• Kwashiorkor
• Alergia
• Enteropatia perdedora de ptn
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
• Também chega com queixa de edema, guia a anamnese como na síndrome nefrótica
• Lembrar que hematúria é muito característico de Glomerulonefrite Estreptocócica
DEFINIÇÃO
• Caracterizada por início relativamente abrupto de EDEMA, HIPERTENSÃO, HEMATÚRIA e disfunção renal (a mãe
não consegue perceber sempre)
• A criança acorda já com muito edema e uma pressão muito elevada
Não é toda doença estreptocócica que dará uma Sin. Nefrítica → somente esses sorotipos
PATOGÊNESE:
→ Os anticorpos circulantes contra os estreptococos reagem com antígenos glomerulares normais (devido ao
mimetismo molecular dos estreptos) → ocorre combate imune contra os imunocomplexos in situ da membrana
basal dos glomérulos → resposta inflamatória → ativação do sistema complemento e do plasminogênio → cascata
inflamatória na membrana basal (células mesangiais, edoteliais e epiteliais + acumulo e exsudação de
polimorfonucleares)
→ A membrana basal inflamada e congesta, passa a ter dificuldade na filtração glomerular, acaba passando
hemácias e polimorfonucleares
→ A REAÇÃO INFLAMATÓRIA é a causa IMUNOLÓGICA e produz lesão renal por vários mecanismos
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
• IMPORTÂNCIA da anamnese, exame clinico inicial e evolutivo (De tarde edemas de parede abdominal, pela
manhã – periorbicular) (avaliar todos os dias: peso, diurese e pressão)
DIAGNÓSTICO CLINICO
Tríade Nefrítica:
COMPLICAÇÕES
• Encefalopatia Hipertensiva (pode evoluir com convulsão) e Insuficiência Cardíaca (ritmo de galope, estertores
crepitantes, edema agudo de pulmão, dispneia)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
• Temos que confirmar se o paciente teve contato com o estreptococo, pelo ASO para infecção de garganta o
exame é ótimo, para pele, não tanto porque o colesterol impede o ASO de se formar.
• Se for em particular, pode fazer o Painel
• Medir complemento também é muito bom, para verificar o grau da inflamação, bom para acompanhar evolução
também
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
→ Paciente chega com mãe relatando infecção de garganta a 2 dias, paciente urinando coágulos de sangue ou
sangue vivo, ou ainda com sangue na microscopia por EAS, no exame também vemos as hemácias dismórfica e de
origem renal.
→ Paciente chega com quadro de vermelhidão generalizada, gravitacional, com muitas púrpuras, mais fácil
diagnóstico.
GN Secundária a LES
GNPE - TRATAMENTO
• Saber se teve infecção por estrepto e se foi tratado com benzetacil, se sim, não precisa dar antb. Se não,
penicilina benzatina.
• Restringir líquido, por conta da disfunção renal – diurético. Restringe sal, para não reter mais líquido
• Hipertensão, pode ser que o diurético já ajude, se não, hipertensivos.
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
FATORES DE RISCO
• Gênero feminino – tamanho da uretra mais curto e higiene mais difícil, acumulo de fezes por exemplo
• Menino não circuncisado – acumulo de bactérias no prepúcio
• Refluxo vesicoureteral – facilita estase da urina, facilitando infecção
• Treinamento de ir ao banheiro – a criança não sabe se limpar de forma adequada, seja acumulando os dejetos,
seja utilizando sabão demais
• Disfunção da micção – retem urina, acumula bactérias também
• Uropatia obstrutiva – também por reter urina
• Instrumentação uretral – se não for asséptica, pode levar bactérias pra onde não tinha
• Fontes de irritação externa, como roupas justas, roupas de nylon, ou com oxiuríase
• Constipação – com isso, ela tem a capacidade de deslocar a bexiga para o lado, pode levar áreas de estase de
urina
• Anormalidades anatômicas, como sinequia de pequenos lábios nas meninas – acumulo de bactérias
• Bexiga Neurogênica – não consegue eliminar toda a urina
• Atividade sexual e Gravidez
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TRATAMENTO
➢ ORIENTAÇÕES GERAIS
• Ingerir mais líquidos; ter melhor higiene da vagina e do prepúcio; Cuidados com uso exacerbado de sabão
na vagina, por conta do pH; Sair da piscina e remover água de cloro, também devido ao pH.
2) SINTOMAS GRAVES OU IMPOSSIBILIDADE DE VIA ORAL (recém nascidos, sépticos, pielonefrite, vômitos)
• Após colher urinocultura → iniciar VIA PARENTERAL (importante o paciente estar hidratado, para
chegada do antibiótico nos rins e afins)
• Curso do antibiótico de 7-14 dias (doses variadas de acordo com faixa etária)
↘ Ceftriaxone / Cefotaxima
↘ Ampicilina associada a Aminoglicosídeo
↘ Gentamicina
↘ Amicacina
↘ Cefepime
• PIELONEFRITE AGUDA – tem que pedir, pois pode ter sequelas renais, pode causar cicatriz e mau funcionamento
renal
• Toda criança com ITU FEBRIL TÍPICA com menos de 2 anos
• Com ITU atípica, se:
↘ Falha em responder por imediato a terapia em 48h, continua com febre ou quadro sepsêmico
↘ Padrão miccional anormal – para de urinar, urina muito
↘ Massa supra-púbica ou no flanco – bexiga palpável
↘ Patógeno não E. coli – comum meninos com Proteus
↘ Urossepse
↘ Anormalidade na triagem pré natal
↘ Creatinina sérica elevada – algum grau de insuficiência renal
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ANORMALIDADE DO TU
❖ OBSTRUÇÃO – estenose
REFLUXO VESICOURETERAL
GRAU 4
RECOMENDAÇÕES
↘ Uropatias obstrutivas
↘ Refluxo de alto grau
CIRCUNCISÃO (avaliar)
DIAGNÓSTICO
O QUE VALORIZAR?
QUANDO SUSPEITRAR?
• Técnica de aplicação
• Idade – muito pequenos, a resposta não é 100%
• Estado nutricional – tabela que indica os percentis, se menos nutrida, altera o teste tuberculínico
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
• Imunossupressão
• Quadros virais (Sarampo e Varicela)
• Imunizações com vírus vivo – deve repetir 8 semanas depois a prova tuberculínica
• Tuberculose disseminada – normalmente não tem reatividade compatível, somente positiva a prova quando o
paciente vai melhorando.
BACTERIOSCOPIA (BAR)
• Em crianças, a partir de um lavado gástrico
• Pode pedir um lavado brônquico dependendo da situação, mas a criança precisa ser sedada, tem que pesar se
vale ou não
• É fundamental pois permite descobrir as fontes de infecção
CULTURA-IDENTIFICAÇÃO DE MICOBACTÉRIAS
• Serve para descobrir o micobacterio e a sensibilidade a drogas
• Lesões iniciais e paubacilares
• Avalia sensibilidade a quimioterápicos empregados
• Desvantagem: tempo de crescimento de 4-6 semanas, em meio sólido, em meio liquido sai em 15 dias
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BACTEC
• O exame pode ser realizado em qualquer espécime clinico ou fragmento de biopsia
• 15-20 dias para M. tuberculosis e 7 dias para outras
• Perfil de sensibilidade de 96,4%
• Aumenta o rendimento de cultura
• Rápido teste de sensibilidade as drogas após a detecção das micobactéria
• Bom para HIV/AIDS
• DESVANTAGENS: Custo elevado de equipamentos e insumos; Melhor em paciente com tuberculose disseminada;
Falta de segurança para o pessoal técnico; Podia ter contaminação cruzada entre as amostras devido aos
sistemas de agulhas empregados; tinha certo grau de radioatividade
• Deixou de ser usado hoje em dia por conta dos riscos
ELISA – DIAGNOSTICO
• Mostram A heterogeneidade de resposta humoral dos pacientes com tuberculose para os diferentes antígenos
• Antígenos recombinantes
NOVOS MÉTODOS
DEFINIÇÃO
→ TUBERCULOSE GANGLIONAR
→ TUBERCULOSE DO SNC
o Líquor: claro, predomínio de linfócitos, aumento das proteínas (200 a 400 mg/ml), diminuição da glicose e de
cloretos → nem sempre são vistos, geralmente em meningites bacterianas semi-tratadas, deve ser feito antb
de largo espectro e nova punção em 72h → se for MTB, terá piora do caso
o Deve-se procurar outro sitio de TB, principalmente foco pulmonar → RX de tórax e teste tuberculínico
o Fase muito inicial: aumento de polimorfonucleares, dissociação albumino citológica, hipercelularidade >
1000 cel/mm → mais de um exame liquórico com intervalo de 72h - 1 semana
o Imagem: tuberculoma, hidrocefalia com ou sem dilatação periventricular, infarto em diferentes áreas –
principalmente gânglios da base
o TC de crânio normal, não afasta diag
o O tuberculoma pode ser devido ao quadro de meningite tuberculosa → comum em crianças maiores,
adolescentes e adultos
o Abre o quadro com: convulsão focal → faz TC, vê se não tem HIC OU HIDROCEFALIA e, só depois, se faz a
punção lombar
o A RM com espectroscopia ajuda no diagnostico através do pico de lipídeos detectados → não é feita com
muita frequência
o Dosagem da ADA pode ser realizada no Líquor, mas deve ser associada aos outros dados clínicos e
epidemiológicos → além de afastar diag dif de linfoma e fungos
o PCR real time é sempre promissor
→ TUBERCULOSE RENAL
→ OTITE TUBERCULOSA
→ TUBERCULOSE LARÍNGEA
→ TUBERCULOSE OSTEOARTICULAR
→ TUBERCULOSE OCULAR
→ TUBERCULOSE CUTÂNEA
CONCLUSÃO:
❖ A Tuberculose Extrapulmonar deve sempre ser pensada entre os casos de difícil diagnóstico na criança →
Principalmente em imunodeprimidos (se está fazendo tratamento para neoplasias ou possui doença de
base)
❖ As formas graves → GANGLIONAR E DISSEMINADA → Tem forte associação com SIDA (AIDS)
❖ O cultivo em meio líquido é uma opção diagnóstica e hoje a melhor delas
❖ ELISA com antigenos utilizado de forma combinada, é um exame promissor
❖ ADA deve ser sempre um exame associado a cultura em meio líquido para as tuberculoses em: SN, PLEURA,
PERITÔNIO E PERICÁRDIO
❖ PCR real time é uma alternativa rápida 12-24h nos casos de TB disseminada e em imunosuprimidos →
facilita o diagnotico e o início da terapeutica
❖ Em áreas sem acesso aos meio de cultura e testes rapidos, lembrar da tabela de pontuação
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
VACINAÇÃO BCG
TRATAMENTO
EPIDEMIOLOGIA
CASO CLÍNICO 1
A presença de retrações intercostais não deve ser traduzida como sinônimo de gravidade.
São sinais de desconforto moderado ou grave: Cianose, Gemencia ao balançar da cabeça, Retração subcostais ou de
Fúrcula esternal, Batimento de asa de nariz
ATENÇÃO
importante com Linfocitose, aspecto radiologico mais grosseiro, bilateral, central, perihilar, aspecto de
bicho de pelúcia ou coração felpudo
↘ No caso do Pneumocystis jiroveci, em crinaças com AIDS é a mais comum, normalmente com dissociação
clínica-radiologica, pouca expressão radiológica com hipoxemia importante
CASO CLÍNICO 2
• Leve taquipneia
• Não tem sinais de desconforto respiratório importante
• Estavél hemodinâmicamente – não tinha apatia, prostração, palidez cutâneo-mucosa, não tinha diarreia...
• Hemograma sem anemia
• Aumento de células jovens e Neutrofilia
• Na imagem: hipotransparencia homogênea, ocupando a metade superior de hemi-tórax direito, que chega até a
periferia → verificar se já há derrame pleural (complicação mais comum), nesse caso não há
• Fez diagnóstico de pneumonia comunitária, pneumonia de consolidação, pneumonia lobar, principalemnte lobo
superior
• Interna ou não? não tem sinais clínicos que indiquem internação, entretanto, temos que levar em consideração
os fatores socio-economicos → mora perto da clinica de saude, o nucleo familiar é organizado caso tenha piora e
necessite retornar, logo não precisa internar
↘ ou seja, FATORES CLÍNICOS + FATORES RADIOLÓGICOS + FATORES SOCIO-ECONÔMICOS
• Importante orientar os pais sobre os sinais de piora, eles devem retornar ao serviço após 48h do diagnóstico
para reavaliação
PNEUMONIAS NA INFÂNCIA
• QUADRO CLÍNICO
↘ Bacteriana: Febre > 38,5º C, FR > 50 IRPM, Retração torácica, Sinais clínicos de consolidação pulmonar
↘ Viral: Sibilância, Febre de 38º C (mais baixa), Retraçoes importantes, Hiperinsuflação pulmonar, FR alterada,
Sinais de colapso pulmonar
↘ As diretrizes brasileiras não usam esses parâmetros de diferenciação, deve ser analisado caso a caso,
levando em consideração o ambiente domiciliar, os sinais de complicação
↘ Mycoplasma: idade escolar, tosse, sibilos e pneumonia
• Programa IRA: diferenciar pneumonia x não pneumonia e caracterizar formas graves, não se preocupam nas
etiologias, se utiliza de parâmetros clínicos
• A radiologia pode muitas vezes não nos ajudar, nem para inferir gravidade, nem para etiologia
• RADIOLOGIA
↘ Não deve ser realizado como rotina em crianças com doença febril aguda sem sintomas respiratórios
↘ Radiologia não diferencia a etiologia
↘ Follow-up deve ser feito nos casos graves, com pouca melhora e nos casos de colapso alveolar, nos casos
que a radiografia mostra atelectasias
• EXAMES COMPLEMENTARES
↘ Oximetria de pulso
↘ Hemograma completo
↘ Métodos microbiológicos para identificação do agente
↘ Isso não é para diagnóstico, nem mesmo para descoberta etiológica
↘ Sim para avaliar gravidade do paciente
• METODOS MICROBIOLÓGICOS PARA ETIOLOGIA
↘ Somente para crianças graves, imunossuprimidas, pouca resposta ao tto amplo, suspeita de um agente
específico cujo tto tem efeitos colaterais significativos na infância.
↘ Normalmente a opnião para realizar deve ser compartilhada a equipe de saude, nunca individual.
Principalmente com a opnião de um especialista
↘ Biopsia por toracotomia → pacientes graves, imunossuprimidos
↘ Biopsia tranbronquica: complicações significativas, não chega até a periferia, menor quantidade de tecido
↘ Punção aspirativa: positividade de até 50-60% dos casos
↘ Líquido pleural: positividade de até 50%
↘ Hemocultura: 10-35% de positividade
• AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE – INDICAÇÃO PARA INTERNAÇÃO HOSPITALAR
↘ Lactentes: saturação < 92%, FR < 70 IRPM, dificulade de respirar, apnéia ou gemido, dificuldade em
alimentar, condiçoes sociais → Internação Hospitalar em unidades de menor complexidade
↘ Crianças mais velhas: Saturação < 92% e cianose, FR > 50 IRPM, dificuldade de respirar, gemido,
desidratação, condições sociais → Internação Hospitalar em unidades de menor complexidade
↘ Segundo programa IRA – recomenda hospitalização em casos de tosse ou dificuldade para respirar,
taquipneia e sinais de desconforto respiratório
• AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE – INDICAÇÃO PARA UTI
↘ Saturação < 92% com FlO2 > 0.60
↘ Choque
↘ Falência respiratória
↘ Apnéia ou bradpnéia importante
• A avaliação de gravidade é importante, principalmente em locais em que a quantidade de leitos pediátricos
disponíveis é menor que a pop pediátrica
• TRATAMENTO
↘ Medidas de suporte: alimentação, oxigênio, suporte ventilatório, hidratação
↘ Antibióticoterapia
↘ Tratamento específico após causa esclarecida, caso consiga
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
CAS CLÍNICO 3
PNEUMONIAS COMPLICADAS
O QUE É?
‘’Doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica de vias aéreas. Definida pela história de
sintomas respiratórios tais como: sibilos, falta de ar, aperto no peito e tosse, que variam de intensidade ao longo do
tempo, além de limitação variável na função pulmonar.”
PREVALÊNCIA E IMPACTO
FISIOPATOLOGIA
A INFLAMAÇÃO
• Pode ser de diversos tipos, por ser uma doença multifatorial, pode ter
diferentes desencadiantes → ALÉRGENOS, INFECÇÕES, MICROBIOTA DO
PACIENTE, ESTADO METABÓLICO
• Nas crianças, temos a prevalencia da asma eosinofílica
• Fisiopatologia da Asma não Alérgica (causada por poluentes, como fumaça de cigarro, ou infecções virais)
↘ Dano tecidual → produção de IL-33 → Resposta Th-2 → mesmas alterações da alégica
Asma alégica: início na infância, associada a história pessoal ou familiar de atopia (ex: alergia alimentar, rinite,
dermatite atópica). Inflamação predominantemente eosinofílica. Geralmente responde bem aos corticóides inalados
(CI).
Asma Não Alérgica: Asma não associada a alergia. Inflamação neutrofílica, eosinofílica ou paucigranulocítica.
Responde pior aos CI.
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Asma Tardia: Início na idade adulta, especialmente em mulheres. Tende a não ser alérgica e geralmente necessita de
doses maiores de CI.
Asma com Limitação persistente do fluxo aéreo: Limitações no fluxo respiratório persistente ou não
completamente reversível. Provavelmente pelo remodelamento
Asma associada a Obesidade: Asma em paciente obeso com sintomas respiratórios, com pouca inflamação
eosinofílica em vias aéreas.
DIAGNÓSTICO
• Procurar sintomas: Sibilos, Falta de ar, Aperto no peito, Tosse, Limitação variável da função pulmonar
• Lembrar e ficar atento com sintomas que variam de intensidade ao longo do tempo
• Sitomas pioram pela manhã e à noite?
• Variam de intensidade ao longo do tempo?
• Desencadeados por infecções virais, alérgenos, mudança de tempo ou irritantes como a fumaça de cigarro?
• Avaliar função pulmonar: pela Espirometria (dificíl de fazer em crianças e dificil de achar) e pelo Pico de fluxo
expiratório (pode ser feito a cada consulta, nivel ambulatorial; paciente pode ser orientado a fazer em casa)
Sibilância transitória (viral): Sibilos por curtos períodos, geralmente associados a sintomas característicos de
infecção viral, sem sibilos entre os episódios, maior chance de reduzir sintomas ao longo dos anos
Sibilância por múltiplos desencadeantes (multi-trigger): Sibilos desencadeados por diferentes agentes, sintomático
entre as crises e com mais sinais preditivos da asma.
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• DAGNÓSTICO:
↘ Mais de 3 episódios de sibilância ao ano na ausência de infecções
↘ Pais e/ou irmãos já usaram medicações inalatórias (corticoides ou broncodilatadores) no passado
↘ Dispneia, sibilância ou tosse noturna desencadeada por exercício, gargalhada ou aeroalérgenos na ausência
de infecções virais (acorda muito durante a noite, ‘’barriguinha entrando e saindo’’ – tiragem intercostal; sai
do pula pula ou para de brincar porque está cansada)
↘ Resposta ao broncodilatador inalatório durante as crises, comprovada por médico (foi na emergencia,
usaram broncod e ela teve uma melhora)
↘ Controle dos sintomas após corticoide inalatório por 2 a 3 meses e piora após a suspensão
EXAMES COMPLEMENTÁRES
TRATAMENTO
• OBJETIVOS
↘ Controle da asma – diminuir os sitomas
↘ Minimizar o risco de mortalidade
↘ Minimizar as exacerbações e limitações persistentes do fluxo
aéreo – evitar o remodelamento
• MEDICAÇÃO
↘ Manutenção: Tem como objetivo controlar os sintomas e
diminuir a inflamação
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• Mesmo com a medicação, esse paciente deve ser constantemente avaliado, verificar os sintomas, se teve efeito
colateral a medicação, se a criança e os pais se adaptaram bem. Teve controle dos fatores desencadeantes? pais
pararam de fumar?
• Verificar se estao usando de forma adequada a medicação → a maioria dos pacientes que não apresentam
melhora, é devido ao mau uso.
GERENCIAMENTO DA CRISE
• História:
↘ Aumento da sibilância e a respiração mais curta
↘ Aumento da tosse
↘ Letargia ou redução da tolerância ao exercício
↘ Incapacidade de executar atividades rotineiras
↘ Resposta insatisfatória às medicações de alívio
• Exames Complementares
↘ RX tórax – avaliar sinais sugestivos de pneumotórax, pneumonia, atelectasia ou aspiração de corpo estranhi
↘ Hemograma completo – corticoterapia sistêmica pode causar leucocitose discreta a moderada com desvio a
esquerda
↘ PFE – gravidade da asma
↘ Gasometria arterial – quadro grave → PFE < 30% OU sPo2 < 93%
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FR PARA CRIANÇAS
6 A 8 ANOS – 30 IRPM
• Água e proteínas
• Celularidade baixa
• Sinais incipientes – tanto na RX quanto na semiologia – de infiltração pulmonar → basicamente, apagamento do
seio costo-frenico, as vezes formando o sinal da parábola (Parábola de Damoiseau)
• Derrame pelural livre – não retido em lojas, em decubito ele se movimenta
• Redução do murmurio vesicular nas bases pulmonares, alteração de frêmito, macicez a percussão
• Apagamento da cúpula diafragmática e dos seios costo-frenico
➢ ETIOLOGIA
• Streptococcus pneumoniae
• H. influenzae e S. aureus
• S. aureus meticilino resistente – MRSA / Ca MRSA
• Outros; Enterobactérias, Mycoplasma pneumoniae (crescente, principalmente relacionado a COVID 19),
Chlamydia pneumoniar, Fungos (Aspergilus fumigatus), Vírus (Adenovírus)
➢ DIAGNÓSTICO
• Achados clínicos – anamnese e exames físicos
• RX de tórax x Tomografia computadorizada
• Ultrassonografia de toráx
• Análise do líquido pleural – deve ser sempre incentivada e realizada o mais precoce possível
• Biópsia pleural
• Exame do latex – Pneumoccoco e HiB
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➢ ANAMNESE
• Tosse, Febre, Dispneia, Dor torácica – dados
prevalentes na infância, pode ter distenção
abdominal, enjoo → sinais sintêmicos
PALPAÇÃO
• Inicio dos sintomas, tempo de evolução – para
saber que fase do derrame pleural está PERCUSSÃO
• Uso de antimicrobiano prévio, Estado vacinal,
Contato com bacilífero
• Dor abdominal – Pneumonia e DP em bases – por
irritação da cúpula diafragmática
• História de doença crônica pessoal e familiar, sintomas de vias aéreas superiores que precederam ou que
ocorrem em concomitância
• A palpação e a percussão ajudam a diferenciação do componente de consolidação (aumenta a frêmito) para o de
derrame pleural (diminui o frêmito)
➢ ULTRASSONOGRAFIA DE TÓRAX
• Define a presença de derrame pleural
• Exame não invasivo, pode ser feito a beira do leito, não precisa de jejum, é acompanhada de responsável, muito
tranquilo
• Estima volume, localização e estágio do derrame
• Verifica se há loculações
• Determina melhor o local de punção, caso necessário
• Muito importante na avaliação do derrame pelural na infânica, entretanto é examinador-dependente
➢ TOMOGRAFIA DE TÓRAX
• Muito cuidado na hora de indicar para crianças, no diagnóstico de derrame pleural – não é indicada
• Não é o primeiro exame e não deve ser incentivada
• Antes de realiza-lo, discuta com um especialista a necessidade real de ser feito
• Não deve ser pedido na fase aguda da doença – não ajuda
• Tem que ter contraste, não precisa de janelas específicas, pode ser a convêncional de tórax
• Pelo contraste, precisa de jejum
• Um exame complexo e demorado
• Ajuda na diferenciação de pleura espessada, espaço extrapleural, edema de parede torácica adjacente, o que é
líquido e o que é consolidação
• Boa para quando o paciente não melhora com drenagem
• Crianças que mesmo tratadas, possuem resposta inflamatória muito intensa
• Importante pré-operatorio, mostrar até onde vai a consolidação, se há necrose
• Baixa acurácia para volume de derrame pleural
➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Toracocentese
• Drenagem tubular fechada – terapêutico, que pode ou não seguir para toracoscopia com debridamento
• Toracoscopia com debridamento pleural
• Toracotomia com debridamento pleural
• Drenagem aberta
• Uso de enzimas intrapleurais – para lise das pontes de fibrina, facilita a drenagem e eliminação do derrame
• Decorticação pulmonar
• Mesmo com todas as medidas realizadas de forma adequada e de forma precoce, os indivíduos podem evoluir
para a fase de organização e ainda sim, precisam de tto cirúrgico
CLÍNICA PEDIÁTRICA Luísa Aguiar - 140
Pneumoccoco, MRSA