Você está na página 1de 5

Álgebra Linear II

Exercícios Programados 12 – EP12 - Tutor

Este EP12 é relativo às aulas 24 e 25. O objetivo destas aulas é compreender o


significado dos operadores auto adjuntos, de forma bilinear e aplicar esses conceitos
em exemplos importantes.

Regina Moreth

1- Verifique se o operador T: ℜ 3 → ℜ 3 , definido por T(x, y, z) = (-y-z, -x-z, -x-y) é


auto-adjunto. Se for, determine uma base ortonormal formada pelos autovetores deste
operador T e a matriz que representa T nesta base.

Solução: A matriz que representa o operador T com respeito à base canônica é:

0 −1 −1
A = −1 0 −1
−1 −1 0

Como A é uma matriz simétrica, segue que o operador T é autoadjunto. Como a matriz
A é simétrica, temos pelo Teorema 3, que A é diagonalizável por uma matriz ortogonal.
Precisamos agora determinar primeiro os autovetores e a partir deles os autovetores de
A (que vai ser uma base ortogonal) e a partir desses autovetores vamos determinar a
base ortonormal.

O polinômio característico de A é dado por det( xI3 – A), logo teremos:

λ 1 1
1 λ 1 = (λ ) (( λ 2-1)) – ( λ - 1) + (1 - λ ) = (λ ) (( λ 2-1)) – 2 λ + 2 =
1 1 λ
(λ ) ( λ - 1) ( λ + 1) – 2( λ - 1) = ( λ - 1) ( λ ( λ + 1)- 2) = ( λ - 1) ( λ - 1) ( λ + 2)

Os autovalores de A são 1 e -2.

Cálculo dos autovetores a partir da equação: ( λ I3 – A) v = 0 ( Podemos observar que


esse 0 aqui é o vetor nulo de ℜ 3

Se λ = 1, teremos:
1 1 1 0 1 1 10
1 1 −1 0 por meio das operações elementares obtemos 0 0 00
1 1 1 0 0 0 00

Daí, temos que S λ =1 = {(x, y, z) / x + y + = 0}. Para escolhermos os autovetores


ortogonais para λ = 1, temos que determinar os vetores ortogonais que pertencem ao
plano x + y + z = 0. Facilmente determinamos v2 = (-1, 1, 0), agora para determinar o v3
temos que encontrar um vetor deste plano que seja ortogonal ao v2 encontrado. Ou seja
v3 = ( a, b c) tal que <v3 . v2> = 0 e v3 pertence ao plano .
Logo temos que:

a+b+c=0 e -a+b=0

Daí obtemos v3 = ( 1, 1, -2)

Para λ = 1 obtemos v2 = (-1, 1, 0) e v3 = ( 1, 1, -2). Logo u2 = (- 1 , 1 , 0) e u3 =


2 2
( 1 , 1 , −2 )
6 6 6

Se λ = -2, teremos:

−2 1 1 0 1 0 −1 0
1 −2 1 0 por meio das operações elementares obtemos 0 −1 1 0
1 1 −2 0 0 0 0 0

Daí, temos que S λ =-3 = {(x, y, z) / x = z e y = z} ou seja v3 = (1, 1, 1 ). Logo u3 =


( 1 , 1 , 1 )
3 3 3

1 1 1
0 0 0 2 6 3
RESPOSTA: D = 0 3 0 eP= 1 1 1
2 6 3
0 0 6 0 −2 1
6 3
2- Seja F uma forma bilinear no espaço vetorial V e A a matriz que representa F numa
base α de V. Mostre que F é uma forma bilinear simétrica se e somente se A é uma
matriz simétrica.

Prova:

Se F é uma forma bilinear em V, temos que:

F(u, v) = utA v ( que é um escalar, logo utA v = (utA v )t )

Logo, F(u, v) = (utA v )t = vt At u

Pela definição 2 temos que se F é bilinear F(u,v) = F(v, u) , assim:

vt A u = F(u, v) = F(v, u) = vt A u,

Logo,

v t At u = v t A u

Daí, At = A, ou seja, A é uma matriz simétrica.

Reciprocamente, se A é uma matriz simétrica, então At = A, então pois

F(u,v) = utA v = (utA v )t = vt At u = vt A u = F(v, u)

Logo, a forma bilinear F também é simétrica.

3- Seja A ∈ Mn(R). Verifique que a aplicação F: Rn x Rn → R, definida por F(u,v) =


ut A v é uma forma bilinear.

Seja u, v, w ∈ Rn e a ∈ R

F(u + a w, v) = (u + a w)t A v = (ut + a wt)A v = ut A v + a wt A v = F(u, v) + a F(w,


v), ou seja F é bilinear na primeira variável.

F(u, v + a w) = u tA (v+ aw) = (ut Av) + (ut A a w) = (ut Av) + a (ut A w) = F(u, v) + a
F(w, v), ou seja, F é bilinear também na segunda variável.

Logo, F é forma bilinear

4- Seja F: R3 X R3 → R definida por F(u,v) = <u,v>, o produto escalar em R3.


a) Determine a matriz A que representa a forma bilinear F com respeito à α , a
base canônica de R3.

F((1, 0, 0), (1, 0, 0)) = 1 F((0, 1, 0), (1, 0, 0)) = 0 F((0, 0, 1), (1, 0, 0))= 0

F((1, 0, 0), (0, 1, 0)) = 0 F((0, 1, 0), (0, 1, 0)) = 1 F((0, 0, 1), ( 0, 1, 0)) = 0

F((1, 0, 0), ( 0, 0, 1)) = 0 F((0, 1, 0), ( 0, 0, 1)) = 0 F((0, 0, 1), ( 0, 0, 1)) = 1

1 0 0
Logo A = 0 1 0
0 0 1

b) Determine a matriz B que representa a forma bilinear F com respeito à base


β = {(1, 1, 0), (-1, 0, 1), (0, 2, 1)}

F((1, 1, 0), (1, 1, 0)) = 2; F((-1, 0, 1), (1, 1, 0)) = -1; F((0, 2, 1), (1, 1, 0))= 0

F((1, 1, 0), (-1, 0, 1)) = -1; F((-1, 0, 1), (-1, 0, 1)) = 2; F((0, 2, 1), ( -1, 0, 1)) = 1

F((1, 1, 0), ( 0, 2, 1)) = 2; F((-1, 0, 1), ( 0, 2, 1)) = 1; F((0, 2, 1), ( 0, 2, 1)) = 5

2 −1 2
Logo B = − 1 2 1
2 1 5

5- Seja F: R2 X R2 → R definida por:

F(u,v) = F((x1, x2), (y1, y2)) = 2x1y1 – 3 x1y2+ x2y2

a. Determine a matriz A que representa a forma bilinear F com respeito à α , a


base canônica de R2.

F((1, 0), ( 1, 0)) = 2 F((1, 0), ( 0, 1)) = -3

F((0, 1), ( 1, 0)) = 0 F((0, 1), ( 0, 1)) = 1

2 −3
Logo A =
0 1

b. Determine a matriz B que representa a forma bilinear F com respeito à base


β = {(1, 0), (1, 1)}

F((1, 0), ( 1, 0)) = 2 F((1, 0), ( 1, 1)) = -1


F((1, 1), ( 1, 0)) = 2 F((1, 1), ( 1, 1)) = 0

2 −1
Logo B =
2 0

c. Determine a matriz C que representa a forma bilinear F com respeito à base


δ = {(2, 1), (1, -1)}

F((2, 1), ( 2, 1)) = 2 F((2, 1), ( 1, 1)) = -1

F((1, -1), ( 2, 1)) = 2 F((1, -1), ( 1, -1)) = 0

3 9
Logo C =
0 6

d. Determine a matriz mudança de base P, da base β para a base δ , e


verifique que B = Pt C P

Observe que, neste caso a matriz P é a matriz mudança de base, da base β para
a base δ , que é definido por δ -1 β ( reveja este conceito no seu livro de
Álgebra Linear I), logo:

1 1 2 1 1 1
β = ; δ = e δ -1
= 3 3
0 1 1 −1 1 −2
3 3

1 1 1 1 1 2
Logo P = δ -1
β = 3 3 = 3 3
1 −2 0 1 1 −1
3 3 3 3

1 1
Pt = 3 3
2 −1
3 3

Logo, B = Pt C P, ou seja:

2 −1 1 1 1 2
= 3 3 . 3 9 . 3 3
2 0 2 −1 0 6 1 −1
3 3 3 3

Você também pode gostar