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Objetivos
Ao final do estudo deste capítulo, espera-se que o aluno seja capaz de:
Esquema
2.1 O pêndulo simples
2.2 O pêndulo físico
2.3 Oscilações amortecidas
2.3.1 Movimento subamortecido
2.3.1 Movimento criticamente amortecido
2.3.3 Movimento sobreamortecido
2.3.4 Energia para oscilções amortecidas
2.4 Oscilações forçadas
𝑃𝑦 = 𝑇
𝐹 = 𝑚𝑎 = −𝑃𝑥
𝑚𝑎 = −𝑚𝑔 sen 𝜃
𝑎 = −𝑔 sen 𝜃
Note que a aceleração da partícula depende de sen 𝜃, fato que traz não linearidade ao
seu movimento. Entretanto, podemos fazer uma aproximação do movimento para
ângulos pequenos, de modo que sen 𝜃 ≅ 𝜃 e, portanto,
𝑎 = −𝑔 sen 𝜃 ≅ −𝑔𝜃
𝑔
onde 𝜔0 = √ . A expressão encontrada é semelhante a de um sistema massa-mola e a
𝐿
aceleração é proporcional e oposta ao deslocamento. Desse modo, temos que o
pêndulo simples para pequenas oscilações se comporta por meio de um movimento
harmônico simples.
𝐿 1 𝜃 1 3 2 𝜃
𝑇 = 2𝜋√ (1 + 2 sen ( ) + 2 ( ) sen4 ( ) + ⋯ )
2
𝑔 2 2 2 4 2
Atividade 1
Para que um corpo rígido rotacione é necessário que o torque resultante seja diferente
de zero. Na figura 2 temos representado um pêndulo físico e as forças que atuam sobre
ele. Note que ao ser deslocado da sua posição de equilíbrio a componente Px da força
peso P é responsável por fazê-lo retornar a sua posição de equilíbrio. Assim, pela
segunda lei de Newton para a rotação temos
𝜏 = 𝐼𝛼 = −𝑃𝑥 . 𝑑
𝐼𝛼 = −𝑚𝑔𝑑 sen 𝜃
𝑑2 𝜃 𝑚𝑔𝑑
𝛼= 2 =− sen 𝜃
𝑑𝑡 𝐼
𝑑2 𝜃 𝑚𝑔𝑑 𝑚𝑔𝑑
= − sen 𝜃 = − .𝜃
𝑑𝑡 2 𝐼 𝐼
𝑑2 𝜃
= −𝜔0 2 . 𝜃
𝑑𝑡 2
𝑚𝑔𝑑
onde 𝜔0 = √ 𝐼
. Observe que novamente temos uma equação semelhante ao de um
sistema massa-mola, onde a aceleração é proporcional e oposta ao deslocamento
(nesse caso estamos tratando de quantidades angulares). Desse modo, para pequenos
ângulos o pêdulo físico também apresenta movimento harmônico simples.
A frequência e o período de oscilação para esse sistema são expressos pelas equações
𝜔0 1 𝑚𝑔𝑑
𝑓= = √
2𝜋 2𝜋 𝐼
1 𝐼
𝑇= = 2𝜋√
𝑓 𝑚𝑔𝑑
Atividade 2
Considere um sistema massa-mola que sofra a ação de uma força de resistência que
seja proporcional a velocidade, 𝐹𝑟𝑒𝑠 = −𝑏𝑣. Observe na figura 3 que a força de
resistência é sempre oposta a velocidade. Assim, para a situação descrita na figura 3 e
aplicando a segunda lei de Newton, temos que
𝐹𝑅 = 𝑚𝑎
𝐹𝑒𝑙 − 𝐹𝑟𝑒𝑠 = 𝑚𝑎
−𝑘𝑥 − 𝑏𝑣 = 𝑚𝑎
𝑑𝑥 𝑑2 𝑥
−𝑘𝑥 − 𝑏 =𝑚 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑2 𝑥 𝑑𝑥
𝑚 2
+𝑏 + 𝑘𝑥 = 0
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑥̈ + 2𝛽𝑥̇ + 𝜔0 2 𝑥 = 0
𝑏 𝑘
onde 𝛽 = 2𝑚 é chamado de parâmetro de amortecimento e 𝜔0 = √𝑚.
Figura 3: Representação do movimento descrito por um sistema massa-mola sob a influência de uma força
dissipativa
Fonte: Elaborada pelo autor.
𝑟 2 + 2𝛽𝑟 + 𝜔0 2 = 0
𝑟1 = −𝛽 + √𝛽 2 − 𝜔0 2
𝑟2 = −𝛽 − √𝛽 2 − 𝜔0 2
Uma vez obtida as raízes da equação característica, podemos escrever a solução geral
da equação diferencial de segunda ordem como
𝑥(𝑡) = 𝐴1 𝑒 𝑟1 𝑡 + 𝐴2 𝑒 𝑟2 𝑡
Assim, para o sistema estudado teremos que a solução geral será dada por
2 −𝜔 2 )𝑡 2 −𝜔 2 )𝑡
𝑥(𝑡) = 𝐴1 𝑒 (−𝛽+√𝛽 0 + 𝐴2 𝑒 (−𝛽−√𝛽 0
2 −𝜔 2 𝑡 2 −𝜔 2 𝑡
𝑥(𝑡) = 𝑒 −𝛽𝑡 (𝐴1 𝑒 √𝛽 0 + 𝐴2 𝑒 −√𝛽 0 )
1) Subamortecimento: 𝜔0 2 > 𝛽 2
2) Amortecimento crítico: 𝜔0 2 = 𝛽 2
3) Sobreamortecimento: 𝜔0 2 < 𝛽 2
𝜔1 2 = 𝜔0 2 − 𝛽 2
Para esse caso, temos que 𝜔0 2 > 𝛽 2 e, portanto, 𝜔1 2 > 0. Como a solução geral
encontrada nessa seção possui o termo √𝛽 2 − 𝜔0 2, no caso subamortecido teremos o
aparecimento de termos imaginários 𝑖. Assim, a solução geral para o caso
subamortecido pode ser escrita como
Pela fórmula de Euler, temos que 2cos(𝑥) = 𝑒 𝑖𝑥 + 𝑒 −𝑖𝑥 e podemos reescrever a solução
geral do movimento como
Observe que essa solução não apresenta uma função periódica do tipo seno ou
cosseno. Assim, o movimento criticamente amortecido não apresenta comportamento
oscilatório e decai monotonicamente até a posição de equilíbrio. Este tipo de
amortecimento ocorre em sistemas como ponteiros de medidores e molas pneumáticas
ou hidráulicas de portas.
Atividade 3
onde 𝜔2 2 = 𝛽 2 − 𝜔0 2. Note que nesse caso o termo 𝜔2 não está relacionado com uma
frequência, pois na solução não temos funções periódicas. Assim como no caso do
movimento criticamente amortecido, o oscilador não apresentará um movimento
oscilatório e o sistema irá lentamente retornar à posição de equilíbrio. Observe na figura
6 o movimento do oscilador em função do tempo para o caso sobreamortecido.
Figura 6: Gráfico da posição em função do tempo do movimento sobreamortecido.
Fonte: Elaborada pelo autor.
1 1
𝐸 = 𝑚𝑣 2 + 𝑘𝑥 2
2 2
𝑑𝐸 𝑑𝑣 𝑑𝑥
= 𝑚𝑣 + 𝑘𝑥
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝐸
= 𝑣(𝑚𝑎 + 𝑘𝑥)
𝑑𝑡
𝑑𝐸
= −𝑏𝑣 2
𝑑𝑡
Atividade 4
𝑥̈ + 2𝛽𝑥̇ + 𝜔0 2 𝑥 = 𝐴cos(𝜔𝑡)
𝑏 𝑘 𝐹
onde 𝛽 = 2𝑚 , 𝜔0 = √𝑚 e 𝐴 = 𝑚0
𝐴
𝐴𝑚á𝑥 =
√(𝜔0 − 𝜔 2 )2 + 4𝜔 2 𝛽2
2
Note pela expressão acima que quando a frequência de vibração da força aplicada
coincide com a frequência natural do sistema, a amplitude de movimento de torna
máxima. Na figura 7 podemos observar através do gráfico de 𝐴𝑚á𝑥 em função de 𝜔/𝜔0
o pico de amplitude que ocorre quando existe essa coincidência entre as frequências.
Associamos esse pico de amplitude ao fenômeno da ressonância. Quando ocorre em
sistemas mecânicos as altas amplitudes de movimento devido a esse fenômeno pode
gerar destruição. Esse é o caso de uma ponte que foi destruída devido a marcha de
uma tropa de soltados. A frequência com que eles marchavam coincidiu com a
frequência natural da ponte (YOUNG; FREEDMAN, 2009, p.56).
Figura 7: Gráfico da amplitude do movimento de um sistema que sofre a ação de uma força oscilatória em
função da frequência 𝜔.
Fonte: Adaptado de Ressonância (2013)
Agora é a sua vez!
Atividade 5
2.5 Conclusão
Resumo
Neste capítulo continuamos nossos estudos sobre oscilações. Discutimos os aspectos
relacionados ao movimento do pêndulo simples e do pêndulo físico. Além disso,
descrevemos o comportamento apresentado por oscilações amortecidas e forçadas.
Por fim, analisamos o fenômeno da ressonância. Dentre os tópicos discutidos, podemos
destacar os seguintes pontos:
• Pêndulo simples:
𝜔0 1 𝑔
𝑓= = √
2𝜋 2𝜋 𝐿
1 𝐿
𝑇= = 2𝜋√
𝑓 𝑔
• Pêndulo físico:
𝜔0 1 𝑚𝑔𝑑
𝑓= = √
2𝜋 2𝜋 𝐼
1 𝐼
𝑇= = 2𝜋√
𝑓 𝑚𝑔𝑑
• Oscilações amortecidas:
2 −𝜔 2 𝑡 2 −𝜔 2 𝑡
𝑥(𝑡) = 𝑒 −𝛽𝑡 (𝐴1 𝑒 √𝛽 0 + 𝐴2 𝑒 −√𝛽 0 )
• Tipos de amortecimento:
- Subamortecimento: 𝜔0 2 > 𝛽 2
- Amortecimento crítico: 𝜔0 2 = 𝛽 2
- Sobreamortecimento: 𝜔0 2 < 𝛽 2
• Movimento subamortecido:
𝜔1 2 = 𝜔0 2 − 𝛽 2
• Movimento sobreamortecido:
𝜔2 2 = 𝛽 2 − 𝜔0 2
• Oscilações forçada:
𝑥̈ + 2𝛽𝑥̇ + 𝜔0 2 𝑥 = 𝐴cos(𝜔𝑡)
𝑏 𝑘 𝐹
onde 𝛽 = 2𝑚 , 𝜔0 = √𝑚 e 𝐴 = 𝑚0
𝐴
𝐴𝑚á𝑥 =
√(𝜔0 − 𝜔 2 )2 + 4𝜔 2 𝛽2
2
Referencial de respostas
Atividade 1
𝐿
𝑇 = 2𝜋√
𝑔
0,35
1,2 = 2𝜋√
𝑔
1,2 2 0,35
( ) =
2𝜋 𝑔
𝑔 = 9,59m/s2
Atividade 2
1 𝑚𝑔𝑑
𝑓= √
2𝜋 𝐼
𝑚𝑔𝑑
= (2𝜋𝑓)2
𝐼
𝑑 (2𝜋𝑓)2
=
𝐼 𝑚𝑔
𝑑 (2𝜋. 0,4)2
= = 3,22(kg. m)−1
𝐼 0,2.9,8
Atividade 3
𝛽 2 = 𝜔0 2
𝑏
𝛽= = 𝜔0
2𝑚
Atividade 4
1
𝐸 = 𝑘𝐴2
2
1 𝐴 2 1 𝐴2 𝐸
𝐸´ = 𝑘 ( ) = 𝑘 =
2 4 2 16 16
𝐸 15
A energia perdida nesse caso será ∆𝐸 = 𝐸 − 𝐸´ = 𝐸 − 16 = 16 𝐸 = 0,9375𝐸. Portanto a
porcentagem da energia perdida foi 93,75%.
Atividade 5
Nessa atividade o aluno deve pesquisar sobre uma forma simples de demonstrar o
fenômeno da ressonância dentro de sala de aula. Um exemplo pode ser encontrado na
referência HEWITT, 2015, página 383, onde através de um par de diapasões torna-se
possível demonstrar tal fenômeno.
Referências
HEWITT, Paul G. Física Conceitual, 12. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Sears & Zemansky Física II: Termodinâmica
e Ondas, 12ª ed. São Paulo: Addison Wesley, 2009.