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Clara C. Cerqueira
SUMÁRIO
Módulo I: Sistêmica............................................................................................................................................................ 3
Esqueleto axial ......................................................................................................................................................................................... 3
Músculos e sistema articular ................................................................................................................................................................ 13
Sistema cardiovascular .......................................................................................................................................................................... 15
Sistema respiratório .............................................................................................................................................................................. 21
Sistema digestório ................................................................................................................................................................................. 25
Sistema genitourinário .......................................................................................................................................................................... 36
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MÓDULO I: SISTÊMICA
Neurocrânio
Caixa óssea do encéfalo, é composto por 8 ossos:
Frontal
Parietais
Temporais
Esfenoide
Etmoide
Occipital
Viscerocrânio
Esqueleto da face, é composto por 15 ossos:
Maxilas
Mandíbula
Etmoide*
Vômer
Zigomáticos
Nasais
Lacrimais
Conchas nasais inferiores
Palatinos
Suturas do crânio
A vista frontal/facial do crânio é formada por: osso frontal, osso zigomático, órbitas, região nasal, maxila e mandíbula
Osso frontal
Forma o esqueleto da fronte, principalmente sua parte plana (escama)
Possui uma pequena depressão entre os arcos superciliares, a glabela
O osso frontal fetal é divido pela sutura frontal
Persiste em alguns adultos como uma sutura metópica
A interseção do osso frontal com o osso nasal é o násio, um dos pontos craniométricos
O násio situa-se na ponte do nariz
O osso frontal possui uma porção lisa mais horizontalizada que forma o teto da órbita, a face orbital
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No limite entre a face orbital e a escama do osso frontal fica a margem supraorbital
Essa margem costuma apresentar uma incisura ou um forame supraorbital, que dá passagem a nervo
e vasos supraorbitais
Superiormente à margem supraorbital existe uma crista, o arco superciliar, que se estende
lateralmente a partir da glabela
Geralmente é mais proeminente em homens
Ossos zigomáticos
Formam as proeminências das bochechas e situam-se inferolateralmente a cada órbita, estando apoiados
sobre as maxilas
Na face lateral de cada zigomático fica o forame zigomaticofacial
Esse osso possui um processo frontal, uma face orbital, que participa da formação da órbita, e um processo
temporal, que se estende lateralmente
Maxilas
Formam o esqueleto do arco dental superior, onde sustentam os dentes maxilares através dos processos
alveolares
Possuem processos laterais, os processos zigomáticos
Os ossos maxilares são unidos inferiormente à abertura piriforme pela sutura intermaxilar
As maxilas circundam boa parte da abertura piriforme, que, inferiormente, possui uma espinha nasal anterior
Possuem uma face orbital formando a margem inferomedial da órbita
Possuem uma continuação superior, o processo frontal das maxilas
Inferiormente à órbita, possuem um forame infraorbital, que dá passagem a nervo e vasos infraorbitais
Mandíbula
Forma o esqueleto do arco dental inferior, onde sustenta os dentes mandibulares através dos processos
alveolares
É formada por:
Um corpo, porção horizontal
Um ramo, porção vertical
No lactente, é formada por duas metades unidas na linha mediana pela sínfise da mandíbula, que desaparece
com o crescimento
Inferiormente ao local da sínfise, existe a protuberância mentual, que forma a protuberância do
queixo
Lateralmente a ela, ficam os tubérculos mentuais
Inferiormente aos processos alveolares dos segundos pré-molares ficam os forames mentuais, que dão
passagem a nervo e vasos mentuais
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Região orbital
Margem e assoalho superiores: osso frontal
Margem e assoalho inferolaterais: zigomáticos
Margem e assoalho inferomediais: maxilas
Na face orbital da maxila fica o sulco infraorbital
Formam a parte posterior da órbita:
Face orbital da asa maior
Superiormente a ela fica a fissura orbital superior
Inferiormente a ela fica a fissura orbital inferior
Face orbital da assa menor
Na sua parte mais anterior fica o canal óptico (forame)
Osso lacrimal
Medialmente, fica a fossa do saco lacrimal
Lâmina orbital do osso etmoide
Processo orbital do osso palatino
Vista lateral
Fossa temporal
É a região limitada pelas linhas temporais superior e inferior, presentes do osso temporal, superior e
A fossa infratemporal é posteriormente; pelo osso frontal e o zigomático, anteriormente, e pelo arco zigomático, inferiormente
um espaço situado O arco zigomático é formado pela união do processo temporal do zigomático com o processo
inferior e profundamente
zigomático do temporal
ao arco zigomático e à
Na parte mais anterior da fossa temporal fica o ptério, um ponto craniométrico representado pela união em
mandíbula
H de suturas associadas aos ossos: frontal, parietal, temporal e esfenoide (asa maior)
Osso temporal
Em sua parte escamosa, localiza-se o sulco da artéria temporal profunda posterior
Inferiormente ao processo zigomático, fica o poro acústico externo. Ele é a entrada para o meato acústico
externo, que leva até a membrana timpânica
Posteroinferiormente ao poro acústico externo, fica o grande processo mastoide
Anteroinferiormente ao poro acústico externo, fica o processo estiloide, fino e pontiagudo
No ponto médio do processo zigomático, fica o tubérculo articular, e posteriormente a esse processo, a crista
supramastóidea
Mandíbula
Na extremidade do ramo da mandíbula, fica a cabeça da mandíbula, posteriormente, e o processo coronoide,
anteriormente
Entre eles fica a incisura da mandíbula
Na transição entre o corpo e o ramo da mandíbula, fica a linha oblíqua
Vista occipital/posterior
É formada pelo occipital, pelos parietais e pelas partes mastoideas dos temporais
Osso occipital
Possui num ponto mais inferior e mediano de sua superfície externa a protuberância occipital externa, que
define um ponto craniométrico, o ínio
De cada lado da protuberância occipital externa estendem-se a linha nucal superior e a linha nucal
inferior
Estendendo-se da protuberância occipital externa até o forame magno, fica a crista occipital externa
O forame magno é a grande abertura basilar no osso occipital
Na transição entre os ossos parietais e o occipital, localiza-se o lambda, ponto craniométrico da interseção
entre as suturas sagital e lambdoidea
Ossos parietais
Lateralmente à sutura sagital, ficam os forames parietais, que dão passagem a veias emissárias (conexão entre
veias do couro cabeludo e seios da dura-máter)
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Pontos craniométricos
Palato duro
É formado por:
Processo palatino das maxilas
Anteriormente nesse processo, fica a fossa incisiva, uma depressão na qual se abrem os
canais incisivos
Lâmina horizontal do osso palatino
Em sua porção mais lateral, estão presentes o forame palatino maior e os forames
palatinos menores (situados no processo piramidal do osso palatino)
Sua margem posterior livre forma a espinha nasal posterior
Unindo as duas metades do palato duro fica a sutura palatina mediana
Osso esfenoide
É formado por um corpo e três pares de processos: asas maiores, asas menores e processos pterigoides
As asas estendem-se lateralmente a partir do corpo
Asa maior
Na asa maior, parte inferior e lateral, é possível ver o forame oval. Lateralmente a ele, o forame
espinhoso
Processo pterigoide
É formado por duas lâminas e se localiza na transição entre o corpo e a asa maior
Lâmina medial do osso pterigoide
Anteriormente nessa lâmina, fica o hámulo
Está em contato com a asa do vômer
Lâmina lateral do osso pterigoide
Possui uma fossa pterigoidea, anteriormente, e uma fossa escafóidea, posteriormente
Na transição entre a asa maior e a parte petrosa do temporal fica a espinha do esfenoide
Medialmente a essa espinha, fica o sulco da tuba auditiva, para a parte cartilagínea da tuba
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Osso temporal
Em sua parte escamosa, existem depressões chamadas de fossas mandibulares, para articulação com os
côndilos da mandíbula
Posteriormente ao processo mastoide, identificam-se, de anterior para posterior: a incisura mastoidea (do
músculo digástrico), o sulco da artéria occipital e o forame mastóideo
Na região de transição da parte petrosa do osso temporal para o osso occipital, fica o forame jugular
Anteriormente ao forame jugular, fica o canal carótico
Entre o canal carótico e o forame jugular, ficam dois canalículos: o canalículo mastoideo (para o ramo
auricular do NCX), posterolateralmente, e o canalículo timpânico (para o ramo timpânico do NCIX)
Entre os processos mastoide e o processo pterigoide, fica o forame estilomastóideo, que dá passagem ao
NCVII e à artéria estilomastóidea
É marcada pela presença de três grandes depressões: as fossas anterior, média e posterior
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Fossa posterior do crânio
Formada principalmente pelo osso occipital
Posteriormente ao dorso da sela, fica o clivo, inclinação que leva ao
forame magno
Posteriormente ao forame magno, existe a crista occipital interna, que
leva à protuberância occipital interna, formada em relação à
confluência dos seios
Na fossa posterior, é possível identificar sulcos dos vários seios da
dura-máter
Osso temporal
Sulco do seio sigmóideo: posterolateral ao forame
jugular
Sulco do seio petroso superior: na margem superior
da parte petrosa do osso temporal
Osso occipital
Sulco do seio occipital: inferior ao forame magno,
na linha mediana
Sulco do seio sagital superior: posterior à protuberância occipital interna
Sulco do seio transverso: estende-se lateralmente da crista occipital interna
VÉRTEBRAS
Considerações gerais
A coluna vertebral abriga a medula espinhal, confere movimento ao dorso, permite a locomoção e é um eixo de
sustentação para o corpo. Ela possui relativa flexibilidade por ser formada pelas vértebras
Existem 33 vértebras, agrupadas em 5 segmentos:
7 cervicais
12 torácicas
5 lombares
5 sacrais – nos adultos, estão fundidas para formar o sacro
4 coccígeas – fundem-se completamente aos 30 anos para formar o cóccix
As vértebras tornam-se progressivamente maiores até o sacro por conta do aumento do peso a ser suportado por
elas. O sacro transfere esse peso ao cíngulo do membro inferior por meio das articulações sacroilíacas
Uma vértebra típica é formada por um corpo, um arco e sete processos. (Vértebras atípicas: CI, CII, CVII
Corpo vertebral
Consiste na parte anterior e aproximadamente cilíndrica da vértebra.
É a parte responsável pela sustentação de peso, portanto aumenta progressivamente
até o sacro
Formado por osso esponjoso circundado por osso compacto
A parte mais externa do corpo é a margem epifisial, derivada da epífise anular de cartilagem hialina
Arco vertebral
Situa-se posteriormente ao corpo vertebral
É formado por dois pedículos, que emergem do corpo, e por duas lâminas, que se unem aos pedículos
anteriormente e se fundem na linha mediana posterior
Entre o corpo e o arco vertebrais situa-se o forame vertebral. A sucessão de forames de todas as vértebras
forma o canal vertebral, que abriga a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, principalmente
Em vista lateral, é possível ver duas incisuras superior e inferiormente aos pedículos: as incisuras vertebrais
superior e inferior
Quando as vértebras adjacentes se articulam, essas incisuras formam um espaço chamado de
forame intervertebral. Dele, emergem os nervos espinais
No forame intervertebral, localiza-se o gânglio espinal da raiz sensitiva (posterior)
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Processos vertebrais
1 processo espinhoso – origina-se posteriormente a partir da junção das lâminas do arco vertebral
Geralmente, volta-se inferiormente e superpõe-se à vértebra adjacente
Local de fixação muscular
2 processos transversos – projetam-se posterolateralmente a partir das junções dos pedículos com as lâminas
do arco vertebral
Local de fixação muscular
4 processos articulares – são dois processos articulares superiores e dois inferiores. Projetam-se a partir das
junções dos pedículos com as lâminas do arco vertebral, superior e inferiormente
Determinam a formação das articulações entre vértebras adjacentes: articulações dos processos
articulares / articulações zigapofisárias
O formato dos processos articulares determina o tipo de movimento do segmento vertebral
Vértebras cervicais
São as menores dentre as vértebras móveis. Principal característica: forames transversários
Corpo vertebral:
Pequeno e mais largo laterolateralmente
Face superior côncava, com uncos esquerdo e direito do corpo
Forame vertebral:
Grande e triangular – para acomodar a intumescência cervical da medula
Processos transversos:
Curtos
Formados por um tubérculo anterior e um tubérculo posterior
Os únicos dotados de um forame transversário
Dá passagem à artéria vertebral (exceto CVII)
As raízes anteriores dos nervos espinhais cervicais emergem do canal vertebral apoiando-se sobre o processo
transverso no sulco do nervo espinal, entre os tubérculos
Os tubérculos anteriores da
Processo espinhoso: vértebra CVI são chamados
Curto e bífido de tubérculos caróticos – as
Exceção: CVII possui um processo espinhoso longo artérias carótidas comuns
Processos articulares: podem ser comprimidas
Faces articulares horizontalizadas – permitem flexão e extensão, principalmente nesse local
CI – atlas
Responsável por sustentar o crânio
Não possui corpo vertebral, mas sim grande massas laterais
A face superior das massas laterais abriga uma face articular superior para o
côndilo occipital
A face inferior abriga a face articular inferior, para o áxis (CII)
Na face interna das massas laterais, ficam os tubérculos para o ligamento
transverso do atlas
Das massas laterais, estendem-se os curtos processos transversos, com seus forames transversário
Não possui processo espinhoso
Unindo as massas laterais estão o arco anterior e o arco posterior
O arco anterior possui um tubérculo anterior em sua face externa e a fóvea
do dente (para articulação com o áxis) em sua face interna
O arco posterior possui um tubérculo posterior em sua face externa e,
superiormente, um sulco da artéria vertebral
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CII – áxis
Articula-se como atlas por meio das faces articulares superiores, permitindo a rotação
da cabeça
A rotação ocorre em torno de um eixo fornecido pelo grande dente do áxis (ou processo
odontoide), que emerge do corpo vertebral, anteriormente, e é a característica mais
marcante de CII
O dente articula-se com a fóvea do dente, na face posterior do arco anterior do atlas
Articulação feita com a face articular anterior do dente
Localiza-se anteriormente à medula espinhal no forame vertebral de CI
É mantido no lugar pelo ligamento transverso do atlas, que se estende entre as
duas massas laterais de CI
Articulação feita com a face articular posterior do dente
Possui um grande processo espinhoso bífido, posteriormente
Vértebras torácicas
Principal característica: fóveas costais
Corpo vertebral:
Em forma de coração
Possui uma ou duas fóveas costais
Para articulação com a cabeça da costela
Forame vertebral:
Circular
Menor do que o das vértebras cervicais e lombares
Processos transversos:
Longos e fortes
Possuem fóveas costais
Para articulação com o tubérculo da costela
Processo espinhoso:
Grande e inclinado inferiormente
Superpõem-se à vértebra inferior
Processos articulares:
Faces articulares verticalizadas – permitem rotação e flexão lateral, principalmente
As vértebras TI e TXII têm características transitórias
TI – possui processo espinhoso mais horizontal, uma fóvea completa superiormente e uma hemifóvea
inferiormente
TXII – possui uma única fóvea, processo espinhoso mais horizontal e um corpo vertebral maior
Vértebra mais comumente fraturada
Vértebras lombares
Corpo vertebral:
Grande e reniforme
Forame vertebral:
Triangular
Maior que o das vértebras torácicas
Acomodar a intumescência lombar da medula
Menor que o das vértebras cervicais
Processos transversos:
Longos e delgados
Dotados de um processo acessório em sua face posterior, para fixação muscular
Processo espinhoso:
Curto, forte e espesso – em forma “de machadinha”
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Processos articulares:
Faces articulares verticalizadas e “voltadas para dentro”
Dotados de um processo mamilar em sua face posterior, para fixação muscular
A vértebra LV é a responsável por transferir o peso para o sacro e, por ter um corpo maior anteriormente, é a principal
responsável pelo ângulo lombossacral
Sacro
É formado por 5 vértebras sacrais fundidas em adultos e foram a parede posterossuperior da cavidade pélvica
Possui uma base do sacro, formada pela face superior da vértebra SI e um ápice do sacro, formado pela face inferior
de SV
Na base ficam os processos articulares superiores, para articulação com LV
Da base, emerge anteriormente o promontório do sacro, ponto de referência obstétrico
A continuação do canal vertebral no sacro é o canal sacral
Ele contém a cauda equina, originada em LI
Possui três faces:
Uma face pélvica (anterior), lisa e côncava
Possui 4 pares de forames sacrais anterior
Estendendo-se de um forame a outro ficam as linhas transversas
São marcas de fusão das vértebras sacrais
Uma face dorsal (posterior), rugosa e convexa
Possui 4 pares de forames sacrais posteriores
É caracterizada pela presença de 5 cristas:
Crista sacral mediana – processos espinhosos das 4 vértebras sacrais
superiores fundidos
Cristas sacrais mediais – processos articulares fundidos
Cristas sacrais laterais – processos transversos fundidos
A vértebra SV não possui processo espinhoso. Quando a fusão das vértebras
ocorre, o local em que seria esse processo fica vazio, originando o hiato sacral
na extremidade inferior do sacro
Lateralmente ao hiato sacral, estendem-se dois cornos sacrais, importantes para sua
localização
O hiato sacral é fechado pelo ligamento sacrococcígeo
Uma face auricular (lateral), para articulação com o ílio
Cóccix
Osso triangular remanescente da eminência caudal embrionária
Possui uma face pélvica côncava e lisa
A vértebra CoI é a maior e possui processos transversos rudimentares, que se estendem lateralmente. Possui também
processos articulares rudimentares, os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais, posteriormente
COSTELAS
Ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica
Tipos de costelas
Costelas verdadeiras: vertebroesternais
Fixam-se diretamente ao esterno
Têm suas próprias cartilagens costais
Vértebras I a VII
Costelas falsas: vertebrocondrais
Fixam-se às cartilagens costais das vértebras superiores
Fixação indireta ao esterno
Vértebras VII a X
Costelas flutuantes: vertebrais ou livres
Não estão fixadas ao esterno
Terminam na musculatura abdominal
Vértebras XI a XII (às vezes a X)
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O espaço inferior à costela XII
não é chamado de intercostal,
Componentes das costelas típicas mas de espaço subcostal
Cabeça:
Cuneiforme, possui duas faces articulares, separadas pela crista da cabeça da costela
Uma face articula-se com o corpo da vértebra de mesmo número, enquanto a outra articula-se com
o corpo da vértebra superior
Colo:
Une a cabeça ao corpo, ao nível do tubérculo
Tubérculo:
Proeminência na região de união da cabeça com o corpo
Possui uma face articular, para articulação com o processo transverso vertebral
Corpo:
Parte lisa e curva
A curva inicia-se no ângulo da costela
A face interna é côncava e abriga o sulco da costela, que protege nervo e vasos intercostais
Costelas atípicas
Costela I:
A mais larga, mais curta e mais curva
Possui apenas uma face articular na cabeça
Possui dois sulcos transversais em sua face superior para os vasos subclávios
Os sulcos da veia (medialmente) e da artéria (lateralmente) são separados pelo tubérculo do
músculo escaleno anterior
Costela II:
Possui em sua face superior o tubérculo do músculo serrátil anterior
ESTERNO
Osso longo que forma a parte mediana anterior da caixa torácica
Partes do esterno:
Manúbrio
Parte mais larga e proximal do esterno
É marcada em sua margem superior pela incisura jugular (ou incisura supraesternal)
Lateralmente à incisura jugular, ficam as duas incisuras claviculares, para as articulações
esternoclaviculares
A união do manúbrio com o corpo do esterno é marcada pelo ângulo esternal
Corpo
Mais longo e mais fino que o manúbrio
Possui em sua margem lateral incisuras costais, para as articulações esternocostais
A união do corpo com o processo xifoide ocorre na articulação xifoesternal
Esse local indica o limite inferior da cavidade torácica
É o local do ângulo infraesternal, que marca a abertura inferior do tórax
Termina no nível de TIX
Processo xifoide
Menor e mais variável parte do esterno
Sua extremidade inferior está no nível de TX
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MÚSCULOS E SISTEMA
ARTICULAR
ARTICULAÇÕES
São uniões ou junções entre dois ossos, que podem permitir níveis variáveis de movimentação
Articulações fibrosas: são aquelas em que os ossos estão unidos por tecido fibroso, sendo que o nível de movimentação
da articulação depende do tamanho dessas fibras
Ex.: suturas do crânio
As sindesmoses são um tipo de articulação fibrosa de mobilidade parcial, em que uma lâmina de tecido
fibroso une os ossos
Ex.: membrana interóssea; sindesmose dentoalveolar (gonfose)
Articulações cartilagíneas: são formadas por fibrocartilagem ou por cartilagem hialina. Assim, existem dois tipos:
Articulações cartilagíneas primárias ou sincondroses:
São formadas por cartilagem hialina
Ex.: lâminas epifisiais dos ossos longos
Articulações cartilagíneas secundárias ou sínfises:
São formadas por fibrocartilagem
Ex.: discos intervertebrais
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Tipos de articulação sinovial
Planas
Ocorre entre faces articulares planas, são geralmente uniaxiais
Permite movimentos de deslizamento
Ex.: articulação acromioclavicular
Gínglimos
Articulações que permitem apenas flexão e extensão – são uniaxiais
Costumam ser reforçadas por ligamentos colaterais fortes
Ex.: articulação do cotovelo
Selares
Ocorre entre faces articulares opostas com forma semelhante a uma sela – são biaxiais
Permitem flexão, extensão, adução, abdução e circundução
Ex.: articulação carpometacarpal do polegar
Elipsóideas
Ocorre entre uma face articular convexa e outra mais plana – são biaxiais
Permitem flexão, extensão, adução, abdução e circundução (em menor amplitude)
Ex.: articulações metacarpofalângicas
Esferóideas
Ocorre entre uma face articular circular de um osso e a cavidade de outro – são multiaxiais
Permitem flexão, extensão, adução, abdução, rotações lateral e medial e circundução
Ex.: articulação do quadril
Trocóideas
Ocorre entre um processo arredondado de um osso e um anel de outro – são uniaxiais
Permitem rotação em torno de um eixo central
Ex.: articulação atlantoaxial
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SISTEMA
CARDIOVASCULAR
TÓRAX
Diz respeito à parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome e abriga os principais órgãos dos sistemas respiratório e
circulatório.
Cavidade torácica: é dividida em três compartimentos, um central, ou mediastino (que abriga o coração e outras vísceras) e dois
laterais, as cavidades pulmonares direita e esquerda
MEDIASTINO
Compartimento central da cavidade torácica, contém todas as vísceras torácicas, exceto os pulmões. Cobre-se de cada lado pela
parte mediastinal da pleura parietal.
Pericárdio
O pericárdio consiste em uma membrana que cobre o
coração e o início de seus grandes vasos.
Possui duas camadas:
Pericárdio fibroso: mais externo, é contínuo superiormente com a adventícia dos grandes vasos e
inferiormente com o centro tendíneo do diafragma. Fixa-se anteriormente à face posterior do esterno pelos
ligamentos esternopericárdicos.
Pericárdio seroso: encontra-se aderido internamente ao pericárdio fibroso O local de continuidade entre o
por meio da lâmina parietal do pericárdio seroso e aderido ao coração por pericárdio fibroso e o centro
meio da lâmina visceral do pericárdio seroso (epicárdio) tendíneo do diafragma é chamado
A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre as duas lâminas do pericárdio de ligamento pericardicofrênico
seroso, preenchida por líquido, que permite que o coração se movimente sem realizar
atrito
As reflexões da lâmina visceral ao redor da base dos grandes vasos para dar origem à lâmina parietal do pericárdio
seroso levam à formação de espaços, ou passagens, dentro da cavidade pericárdica. São eles:
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A irrigação e drenagem do pericárdio são feitas, principalmente, pelas artéria e veia pericardicofrênicas. A artéria é um
ramo fino da torácica interna, enquanto a veia é tributária da braquiocefálica.
A inervação do pericárdio provém do nervo frênico, vago e de ramos do tronco simpático.
A lâmina parietal do pericárdio seroso é sensível e os impulsos álgicos originados nela e conduzidos pelo
nervo frênico resultam em sensações de dor referida
Derrame pericárdico
Consiste no acúmulo de líquido na cavidade pericárdica, que pode ser proveniente dos capilares pericárdicos ou até mesmo pus. Pode ser causado por algumas
doenças inflamatórias e compromete o funcionamento do coração por limitar sua capacidade expansiva. Se o derrame é significativo, o coração fica comprimido
(quadro de tamponamento cardíaco). Se ocorre devido ao derramamento de sangue, tem-se um hemopericárdio, estágio que normalmente evolui rapidamente
e pede uma intervenção rápida, como a drenagem do líquido acumulado (pericardiocentese).
CORAÇÃO
Características gerais
Trata-se de uma bomba dupla. Seu lado direito recebe sangue pouco oxigenado das veias cavas superior e inferior e
o direciona para o pulmão por meio do tronco e das artérias pulmonares. Seu lado esquerdo recebe sangue oxigenado
dos pulmões através das veias pulmonares e o direciona para todo o corpo através da aorta.
Possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos
Átrios: câmaras de recepção
Ventrículos: câmaras de ejeção
Ciclo cardíaco: consiste nas ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares cardíacas: câmara direita, bomba do
circuito pulmonar e câmara esquerda, bomba do circuito sistêmico
Início: DIÁSTOLE – período de alongamento e enchimento ventricular
Término: SÍSTOLE – período de encurtamento e esvaziamento ventricular
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As funções do esqueleto fibroso do coração incluem:
Fornecer fixação para as válvulas AV e arteriais do coração
Fornecer fixação para o miocárdio
Atuar como um isolante elétrico, permitindo a condução correta dos estímulos e a contração independente
dos átrios e ventrículos
Os átrios são separados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados entre
si pelos sulcos interventriculares anterior e posterior
Forma e orientação
A forma tridimensional do coração se assemelha a uma pirâmide, com um ápice, uma base e quatro faces
Ápice do coração
Formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo
Situa-se posteriormente ao 5º espaço intercostal, a cerca de 9cm da linha mediana
Não se move durante o ciclo cardíaco
Consiste em um local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva mitral (AV esquerda)
Base do coração
Face posterior do coração, oposta ao ápice
Formada pelo átrio esquerdo (principalmente) e pelo átrio direito
Estende-se da bifurcação do tronco pulmonar até o sulco coronário
Faces do coração
Face esternocostal (anterior): formada principalmente pelo ventrículo direito
Face diafragmática (inferior): formada pelo ventrículo direito e pelo ventrículo esquerdo (principalmente)
Face pulmonar direita: formada pelo átrio direito
Face pulmonar esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, forma a impressão cardíaca do
pulmão esquerdo
As câmaras
Átrio direito
Tem a função de receber o sangue pouco oxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio coronário
Possui uma bolsa muscular cônica, a aurícula direita
A parte posterior da sua face interna é lisa e contém os óstios das veias cavas e o óstio do seio coronário.
Pode ser chamada de seio das veias cavas
A parte anterior da face interna é muscular e rugosa, sendo formada pelos músculos pectíneos
As partes lisas e rugosas são separadas uma da outra pelo sulco terminal, externamente, e pela crista terminal,
internamente
No septo interatrial, existe um remanescente do forame oval embrionário, a fossa oval
Ao redor da fossa oval, existe uma proeminência chamada limbo da fossa oval
Ventrículo direito
É a câmara de saída do sangue em direção aos pulmões. Superiormente, afila-se para formar o cone arterial,
que conduz ao tronco pulmonar
Possui elevações musculares irregulares em boa parte da sua parede, as trabéculas cárneas. Essa parte rugosa
separa-se da porção lisa do cone arterial por meio da crista supraventricular
A passagem de sangue do átrio para o ventrículo direito ocorre através do óstio AV direito, o qual contém a
valva tricúspide (AV direita), fixada ao anel fibroso direito e também às cordas tendíneas
A valva tricúspide é formada por três válvulas
Válvula anterior
Válvula posterior
Válvula septal
As cordas tendíneas são estruturas fixadas a projeções musculares da parede ventricular, os músculos
papilares, e sua função é impedir o prolapso da valva atrioventricular durante a sístole e, portanto, impedir o
refluxo de sangue em direção ao átrio
São três os músculos papilares (anterior, posterior e septal), e cada um deles está fixado a duas
válvulas
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O septo interventricular é uma divisória entre os dois ventrículos e compõe-se de uma porção muscular forte
e outra porção membranosa, do esqueleto fibroso
Conectando o septo IV ao músculo papilar anterior, encontra-se a trabécula septomarginal (banda
moderadora), importante por ser um canal de passagem para o ramo direito do fascículo AV (parte do sistema
de condução de impulsos do coração)
O óstio de saída do ventrículo direito conduz ao tronco pulmonar e nele se localiza a valva do tronco
pulmonar, formada por três válvulas semilunares
Átrio esquerdo
Recebe o sangue oxigenado proveniente dos pulmões através das quatro veias pulmonares, avalvulares
A maior parte do seu interior é lisa, mas existe uma porção muscular no interior da aurícula esquerda
No septo interatrial encontra-se o assoalho da fossa oval, ao redor do qual fica a valva da fossa oval
Ventrículo esquerdo
Suas paredes são duas a três vezes mais espessas que as paredes do ventrículo direito
Também possui trabéculas cárneas
Possui uma pequena parte lisa que conduz à aorta, o vestíbulo da aorta
Seu óstio AV é preenchido pela valva mitral (atrioventricular esquerda, ou bicúspide)
A mitral é composta por duas válvulas:
Válvula anterior
Válvula posterior
As válvulas da valva mitral também estão fixadas em cordas tendíneas, as quais projetam de músculos
papilares (um anterior e outro posterior)
O óstio de saída do ventrículo esquerdo conduz à aorta e nele se localiza a valva da aorta, formada por três
válvulas semilunares
As artérias coronárias direita e esquerda se originam, respectivamente, dos seios aórticos direito e
esquerdo, espaços formados pelas válvulas semilunares
Irrigação arterial
É feita pelas artérias coronárias, primeiros ramos da aorta, que irão suprir o miocárdio e o epicárdio
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Artéria coronária esquerda (ACE)
Origina-se no seio aórtico esquerde e segue pelo sulco coronário O domínio do sistema arterial
Divide-se em dois ramos: o ramo interventricular anterior (artéria coronário é definido pela artéria que
descendente anterior esquerda, ou DAE) e o ramo circunflexo, que dá origem ao ramo IV posterior. Em
continua pelo sulco coronário 67% dos casos, o domínio é da ACD
Do ramo interventricular anterior, sai o ramo lateral (artéria diagonal)
Do ramo circunflexo, sai o ramo marginal esquerdo
Variações de distribuição
Drenagem venosa
A principal veia do coração é o seio coronário. Ele recebe sangue de diversas tributárias
Veia cardíaca magna: se forma na região do septo IV anterior, surgindo como veia interventricular anterior.
Esta segue acompanhando o ramo IV anterior da ACE e depois seu ramo circunflexo (agora como cardíaca
magna). Nela geralmente acaba a veia oblíqua do átrio esquerdo (de Marshall), que marcará o final da cardíaca
magna e o início do seio coronário
Veia cardíaca parva: surge acompanhando o ramo marginal direito da ACD e segue pelo sulco coronário até
desembocar no seio coronário
Veia interventricular posterior: surge acompanhando o ramo IV posterior da ACD e segue em direção ao seio
coronário, no qual desemboca
Veia posterior do ventrículo esquerdo: surge na face posterior do VE e desemboca diretamente no seio
coronário
Algumas veias não drenam via seio coronário. É o caso de algumas pequenas veias anteriores do ventrículo direito, que
drenam diretamente para o átrio direito e de veias cardíacas mínimas, que se abrem diretamente nas câmaras
cardíacas.
Valvopatias cardíacas
São distúrbios das valvas cardíacas que comprometem o bombeamento de sangue. Podem ser do tipo estenose ou insuficiência/regurgitação
Estenose: consiste na incapacidade da valva de abrir completamente, um estreitamento, o que torna o fluxo sanguíneo mais lento
Insuficiência/regurgitação: consiste na incapacidade da valva de fechar completamente, o que permite um refluxo de sangue para câmara da qual foi ejetado
As valvopatias podem ser congênitas ou adquiridas, agudas ou crônicas. Como são processos normalmente mecânicos, as valvas defeituosas costumam ser
substituídas por meio de uma valvoplastia usando, por exemplo, xenoenxertos de porco
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GRANDES VASOS
Veias
Veia cava inferior
Veia cava superior
Formada a partir da união das veias braquiocefálica esquerda e braquiocefálica direita
As veias braquiocefálicas são formadas a partir da união da veia subclávia com a jugular interna
Aorta
Parte ascendente
Arco da aorta
Tronco braquiocefálico, que se divide em artéria subclávia direita e carótida comum direita
Artéria carótida comum esquerda
Artéria subclávia esquerda
Ligamento arterial: remanescente do canal arterial fetal, vai do arco da aorta até a artéria pulmonar esquerda
Aneurismas
Aneurismas são dilatações localizadas de artérias. Pode acontecer com a porção ascendente da aorta, por exemplo, por conta do grande impulso sanguíneo ao
qual ela é submetida. Nesse caso, pode ocorrer compressão da traqueia, do esôfago e do nervo laríngeo recorrente, ocasionando dificuldades respiratórias e de
deglutição
Coartação da aorta
Consiste em uma diminuição do lume do arco da aorta ou de sua parte torácica (estreitamento, ou estenose). Caso ocorra distal ao ligamento arterial, o
organismo consegue desenvolver uma circulação colateral suficiente – através das artérias intercostais e torácicas internas – para manter seu bom
funcionamento
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SISTEMA
RESPIRATÓRIO
NARIZ
O nariz é o órgão do sistema respiratório situado acima do palato duro, compreendendo uma parte externa e as cavidades nasais.
Suas funções incluem olfação e respiração, além da eliminação de secreções dos seios paranasais e dos ductos lacrimonasais
Esqueleto do nariz
Parte óssea: compreende os ossos nasais, os processos frontais das maxilas, a parte nasal do osso frontal (com sua
espinha nasal) e as partes ósseas do septo nasal
Parte cartilagínea: compreende um grupo de 5 cartilagens hialinas
Septo nasal
Divide a câmara do nariz em duas cavidades nasais e é composto por uma porção óssea e outra cartilaginosa
Os ossos que participam da formação do septo são: lâmina perpendicular do etmoide, vômer e, em menor nível, as
cristas nasais dos ossos palatino e maxila
Cavidades nasais
Estendem-se desde as narinas, sua abertura anterior, até os cóanos, sua abertura posterior, de comunicação com a
nasofaringe
Os limites da cavidade nasal são:
Teto: formado por três partes – frontonasal, etmoidal e esfenoidal
Assoalho: formado pelos processos palatinos das maxilas e pelas lâminas horizontais dos palatinos
Parede medial: formada pelo septo
Parede lateral: limite irregular em função de três projeções ósseas cobertas por mucosa, as conchas nasais
Conchas nasais
São três em cada parede: conchas nasais superior, média e inferior
As conchas superior e média são processos do osso etmoide, enquanto a concha inferior é formada
por um osso independente de mesmo nome
Determinam a formação de espaços, nos quais se abrem vias nasais
Recesso esfenoetmoidal: acima da concha nasal superior. Drena:
Seio esfenoidal
Meato nasal superior: abaixo da concha superior. Drena: A drenagem do seio
Células etmoidais posteriores frontal acontece por meio
Meato nasal médio: abaixo da concha média. Drena: do ducto frontonasal
Células etmoidais médias (na bulha etmoidal)
Seio maxilar, células etmoidais anteriores e seio frontal (no hiato semilunar)
Meato nasal inferior: abaixo da concha inferior. Drena:
Ducto lacrimonasal
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Rinite
Trata-se da inflamação da mucosa nasal, acompanhada de edema, causa por infecções respiratórias altas e reações alérgicas
Epistaxe
Consiste no aparecimento de hemorragia nasal. É relativamente comum devido à grande vascularização do local, sendo a área mais comumente responsável
uma anastomose no terço anterior da cavidade nasal (área de Kiesselbach)
SEIOS PARANASAIS
Tratam-se de extensões da parte respiratória da cavidade nasal para os ossos: frontal, etmoide, esfenoide e maxila
NASOFARINGE
A parte nasal da faringe tem função respiratório e se estende desde os cóanos até o nível do palato
Características da nasofaringe
Existe no teto da nasofaringe um acúmulo de tecido linfoide, a tonsila faríngea
A tuba auditiva abre-se na nasofaringe por meio do óstio faríngeo da tuba auditiva. A abertura desse óstio é controlada
pelo músculo salpingofaríngeo que, coberto de mucosa, é conhecido como prega salpingofaríngea
Limitando o óstio faríngeo da tuba auditiva superiormente, encontra-se o toro tubário, uma projeção de cartilagem
da tuba auditiva revestida de mucosa
Posteriormente ao toro tubário e à prega salpingofaríngea existe uma espécie de fenda, o recesso faríngeo
LARINGE
Além de ser o órgão de produção da voz, a laringe também é responsável por proteger as vias aéreas durante a deglutição. É
formada por 9 cartilagens, unidas por membranas e ligamentos
Esqueleto da laringe
É formado por 9 cartilagens: 3 ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e 3 pares (aritenóideas, cuneiformes e
corniculadas)
Cartilagem tireóidea:
A maior das cartilagens, possui duas lâminas que se fundem anteriormente para formar a
proeminência laríngea (“pomo de Adão”).
Acima da proeminência, existe um entalhe em V, a incisura tireóidea superior.
A cartilagem cricóidea é o Posteriormente, as lâminas dessa cartilagem emitem projeções, os cornos.
único anel de cartilagem de A margem superior e o corno superior da cartilagem tireóidea estão unidas ao osso hioide por meio
toda via aérea a circundá-la da membrana tireo-hióidea
completamente O corno inferior da cartilagem tireóidea encontra-se unido à cartilagem cricóidea (articulações
cricotireóideas)
Cartilagem cricóidea:
Trata-se de um anel formado por três partes: um arco, anteriormente; uma lâmina, posteriormente;
e uma face articular aritenóidea, superiormente
O espaço formado
Liga-se à margem inferior da cartilagem tireóidea por meio do ligamento
entre as duas pregas
cricotireóideo mediano
vocais é chamado de
Cartilagens aritenóideas rima da glote; entre as
Têm formato piramidal e articulam-se com a margem superior da pregas vestibulares,
cartilagem cricóidea rima do vestíbulo
Em seu ápice localizam-se as cartilagens corniculadas
Em sua base destacam-se um processo vocal e um processo muscular
Estendendo-se da união das lâminas da cartilagem tireóidea até o processo vocal das cartilagens
aritenóideas, estão os ligamentos vocais, esqueletos submucosos das pregas vocais
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Cartilagem epiglótica
Situa-se posteriormente à raiz da língua e anteriormente ao ádito da laringe
Está fixada ao hioide pelo ligamento hioepiglótico e à cartilagem tireóidea pelo ligamento
tireoepiglótico
Estendendo-se desde as faces laterais da cartilagem epiglótica até as faces laterais das cartilagens
aritenóideas, está a membrana quadrangular
A margem superior da membrana quadrangular forma o ligamento ariepiglótico (prega
ariepiglótica, quando coberto por mucosa)
A margem inferior livre da membrana forma o ligamento vestibular que, quando coberto
por mucosa, é conhecido como prega vestibular, localizada acima da prega vocal
Interior da laringe
Estende-se desde a entrada da laringe, ou ádito da laringe (através do qual se comunica com a parte laríngea da
faringe), até a margem inferior da cartilagem cricóidea
Vestíbulo da laringe: desde o ádito até as pregas vestibulares
Parte média da cavidade da laringe: entre as pregas vestibulares e vocais. Lateralmente, existe um recesso entre essas
duas pregas denominado ventrículo da laringe
Cavidade infraglótica: presente desde as pregas vocais até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua
com o lúmen da traqueia
ÁRVORE TRAQUEOBRONQUIAL
Traqueia
Tubo fibrocartilagíneo que se estende desde a laringe até o tórax, onde se divide nos brônquios principais direito e
esquerdo (nível do plano transverso do tórax)
No nível da bifurcação da traqueia, existe uma saliência que a marca, a carina da traqueia
É sustentado por anéis de cartilagem hialina em formato de C. Assim, a traqueia, posteriormente, é lisa, em contato
com o esôfago. Nas regiões em que não há cartilagem, existe um músculo liso, o músculo traqueal.
Brônquios
O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical que o esquerdo. Entra O brônquio principal
diretamente no pulmão direito é o local mais
O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente em direção ao hilo do pulmão esquerdo. provável de destino
Os brônquios principais se ramificam em lobares, segmentares e posteriormente nos de corpos estranhos
bronquíolos e alvéolos (árvore traqueobronquial) aspirados
PULMÕES
Pleuras
Membrana fibrosa que cobre os pulmões. A pleura visceral está aderida aos pulmões, enquanto a pleura parietal forma
a parede da cavidade pulmonar e divide-se em 4 partes:
Parte costal
Parte mediastinal
Parte diafragmática
Cúpula da pleura
A raiz de cada pulmão encontra-se na área de continuidade entre as pleuras visceral e parietal (bainha pleural).
Inferiormente à raiz, essa continuidade forma o ligamento pulmonar, que se estende entra o pulmão e o mediastino
Atelectasia
Os pulmões mantêm-se naturalmente distendidos devido à aderência à parede torácica através da pleura parietal, a qual se faz devido à tensão superficial do
líquido pleural. Caso essa tensão superficial diminua, por algum motivo, o pulmão pode entrar em colapso, processo conhecido como atelectasia.
A atelectasia pode ser primária – caso o pulmão nunca chegue a ser insuflado após o nascimento – ou secundária – colapso de um pulmão previamente
insuflado
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Organização geral
Cada pulmão é formado por um ápice, uma base (apoiada sobre as cúpulas diafragmáticas), lobos e fissuras, faces
(costal, mediastinal e diafragmática) e margens (anterior, posterior e inferior)
Pulmão direito
Possui duas fissuras: uma fissura oblíqua direita e um fissura horizontal
Divide-se em três lobos: superior, médio e inferior
Possui em sua face diafragmática uma impressão maior, devido ao maior tamanho da cúpula direita do diafragma
Impressões/sulcos:
Área do timo
Sulco da 1ª costela
Sulco da veia braquiocefálica
Sulco da veia cava superior
Sulco da veia ázigo
Impressão cardíaca
Sulco da artéria subclávia
Área da traqueia
Área/sulco do esôfago
Configuração geral do hilo: artéria pulmonar é anterior ao brônquio principal direito; veias pulmonares
anteroinferiores às demais estruturas; hilo em forma de “Q”; presença de linfonodos broncopulmonares
Pulmão esquerdo
Possui uma fissura: fissura oblíqua esquerda
Divide-se em dois lobos: superior e inferior
Sua margem anterior é marcada por uma espécie de entalhe causado pelo coração, a incisura cardíaca
A incisura cardíaca determina o aparecimento de um processo no pulmão esquerdo, a língula
Impressões/sulcos:
Área do timo
Sulco da 1ª costela
Sulco da veia braquiocefálica esquerda
Sulco da artéria subclávia
Área da traqueia
Sulco do arco da aorta
Sulco da parte descendente da aorta
Sulco do esôfago
Impressão cardíaca
Configuração geral do hilo: artéria pulmonar é superior ao brônquio principal esquerdo; veias pulmonares
anteroinferiores às demais estruturas; hilo em forma de “P”; presença de linfonodos broncopulmonares
Embolia pulmonar
As artérias pulmonares podem ser obstruídas por um coágulo sanguíneo, glóbulos de gordura ou bolhas de ar provenientes de veias que enviam sangue para o
lado direito do coração e, deste, para os pulmões. A obstrução pode impedir a perfusão sanguínea do órgão, mesmo que a ventilação seja mantida – esse
quadro causa uma angústia respiratória aguda no paciente, devido à diminuição da oxigenação sanguínea
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SISTEMA DIGESTÓRIO
REGIÃO ORAL
Trata-se do local em que o alimento é ingerido e preparada para a digestão nos demais órgão o sistema digestório
Cavidade oral
Vestíbulo da boca: consiste no espaço semelhante a um fenda existente entre os dentes/a gengiva e os lábios/as
bochechas.
Comunica-se com o ambiente externo através da rima da boca, espaço cuja abertura é controlada por
músculo periorais (orbicular da boca, bucinador, risório...)
Cavidade própria da boca: espaço situado entre os arcos dentais (maxilar/superior e mandibular/inferior) e a abertura
posterior da cavidade oral, que se comunica com a orofaringe
Lábios
São pregas de músculo coberto por pele (externamente) e mucosa (internamente), que protege a rima da boca
Na parte intraoral dos lábios, existe uma membrana que se estende desde a gengiva até a parte mediana da
mucosa, são os frênulos labiais (inferior e superior)
Bochechas
São as paredes móveis da cavidade oral, de estrutura quase igual à dos lábios
Presença do músculo bucinador e de coleções encapsuladas de gordura (corpos adiposos da bochecha -
maiores em lactentes)
Gengivas
Tecido fibroso coberto por mucosa, que se firma aos processos alveolares da maxila e da mandíbula e aos dentes
Dentes
Responsáveis por reduzir e misturar o alimento, os dentes estão presos nos
alvéolos dentais
Um dente é identificado como decíduo (primário) ou permanente (secundário)
Crianças costumam ter 20 dentes decíduos, enquanto adultos possuem
32 dentes permanentes
Classificam-se em
Incisivos (central e lateral)
Caninos
Pré-molares
Molares
Palato
Forma o teto da cavidade oral e o assoalho da cavidade nasal, separando esses dois espaços
Palato duro: parte mais anterior do palato, é sustentado por uma estrutura óssea formada pelo processo palatino da
maxila e pela lâmina horizontal do palatino
Os nervos nasopalatinos passam pelos canais incisivos, que se abrem na fossa incisiva, na região medial do
palato duro
Existem na lâmina horizontal do osso palatino dois forames que dão passagem a As fauces são o
nervos e vasos dessa região, os forames palatinos maior e menor espaço entre a
cavidade oral e a
faringe. Os arcos são
Palato mole: terço posterior móvel do palato, une-se ao palato duro por meio da aponeurose
os pilares das fauces e
palatina. Posteriormente a essa parte aponeurótica, fica a parte muscular do palato mole a passagem de uma
Na sua extremidade mais posterior, existe um processo cônico, a úvula cavidade para a outra
O palato mole impede a entrada de alimento na cavidade nasal durante a é o istmo das fauces
deglutição
Ele é contínuo com a faringe em suas partes laterais e une-se à língua e à faringe através do arco palatoglosso
e do arco palatofaríngeo, respectivamente (regiões também de músculo coberto de mucosa)
Entre esses dois arcos fica a tonsila palatina, localizada na fossa tonsilar
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Língua
Órgão muscular móvel situado na cavidade oral e na orofaringe, responsável pela articulação da fala e pela compressão do alimento
durante a deglutição
Músculos extrínsecos da língua: sua ação principal é modificar a posição da língua. São eles:
Genioglosso
Hioglosso
Estiloglosso
Palatoglosso
Músculos intrínsecos da língua: sua ação principal é modificar o formato da língua. São eles:
Longitudinal superior
Longitudinal inferior
Transverso
Vertical
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Inervação da língua
Motora: N. hipoglosso
Sensibilidade geral (2/3 anteriores): N. trigêmeo
Gustação (2/3 anteriores): N. facial
Sensibilidade geral (1/3 posterior): N. glossofaríngeo
Gustação (1/3 posterior): N. glossofaríngeo
OROFARINGE
Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote. Possui função digestória, com participação importante na deglutição
LARINGOFARINGE
Situa-se posteriormente à laringe, com a qual se comunica através do ádito da laringe. Estende-se desde a epiglote até margem
inferior da cartilagem cricóidea, onde se torna contínua com o esôfago
Recesso piriforme: espaço situado de cada lado do ádito da laringe e separado deste por meio das pregas ariepiglóticas.
Internamente à sua mucosa, localizam-se os nervos laríngeo interno e laríngeo recorrente
ESÔFAGO
Tubo fibromuscular que conduz o alimento até o estômago
Constrições: são regiões em que o lume do esôfago é menor devido à presença de determinadas estruturas próximas
Constrição faringoesofágica (cervical): feita pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe
Constrição broncoaórtica (torácica): feita pelo arco da aorta e pelo brônquio principal esquerdo
Constrição diafragmática (esfíncter esofágico inferior): feita no momento em que o esôfago passa pelo hiato esofágico,
no diafragma
Junção esofagogástrica: região de mudança abrupta de mucosa na passagem do esôfago para o estômago – linha Z
Nessa região a constrição diafragmática funciona como um esfíncter fisiológico, impedindo o refluxo de conteúdo
gástrico para o esôfago
Vascularização
A irrigação arterial da porção abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda e pela artéria frênica inferior
esquerda
A drenagem venosa é feita tanto para o sistema porta (através da veia gástrica esquerda) quanto para a circulação
sistêmica (veias esofágicas, que drenam para a veia ázigo)
PERITÔNIO
Considerações gerais
Boa parte dos órgãos alojados na cavidade abdominopélvica cresceram invaginando-se contra o saco peritoneal.
Assim, existem duas lâminas de peritônio, em associação com as vísceras e com a parede abdominal:
Peritônio visceral: em contato com as vísceras abdominais
Peritônio parietal: em contato com a parede abdominal
Entre as lâminas de peritônio fica a cavidade peritoneal, preenchida por líquido peritoneal, o qual permite a livre
movimentação dos órgãos (ex.: peristaltismo intestinal)
Os órgãos são classificados de acordo com sua posição em relação às lâminas de peritônio:
Órgãos intraperitoneais: estão quase completamente cobertos por peritônio visceral. Ex.: estômago, baço
Órgãos retroperitoneais, extraperitoneais e subperitoneais: situam-se externamente ao peritônio parietal e
apresentam no máximo uma face em contato com peritônio. Ex.: rins, bexiga
Obs.: os colos ascendente e descendente são secundariamente retroperitoneais
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Formações peritoneais
Mesentério: trata-se de uma camada dupla de peritônio que se forma quando o órgão invagina para o saco peritoneal.
Essa lâmina dupla permite a comunicação dos órgãos intraperitoneais com a parede do corpo, dando passagem a
vasos e nervos, por exemplo. Pode receber denominações específicas: mesocolo transverso, mesoesôfago
Omento: prega peritoneal que une o estômago e a porção proximal do duodeno a estruturas adjacentes
Omento maior: prega proeminente de quatro camadas que parte da curvatura maior do estômago, volta-se
superiormente e fixa-se ao colo transverso e ao seu mesentério
Pode ser descrito a partir da separação em ligamentos: gastrocólico, gastrofrênico e gastroesplênico
Omento menor: prega menor e dupla, liga a curvatura menor do estômago e a O ligamento falciforme
parte proximal do duodeno ao fígado liga o fígado à parede
A porção membranácea do omento menor é o ligamento hepatogástrico anterior do abdome
A margem livre espessa do omento menor é o ligamento hepatoduodenal, o qual dá passagem à
tríade portal (artéria hepática, veia porta e ducto colédoco)
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ESTÔMAGO
Parte expandida do sistema digestório especializada em digestão enzimática do bolo alimentar, transformando-o em quimo e
enviando-o para o duodeno
Partes do estômago
Cárdia: porção inicial, circunda o óstio cárdico (abertura superior do estômago)
Fundo gástrico: porção superior dilatada que está relacionada à cúpula esquerda do diafragma.
Entre o esôfago e o fundo gástrico situa-se a incisura cárdica
Corpo gástrico: porção principal do estômago, situa-se entre o fundo e o antro pilórico O estômago forma boa
Parte pilórica: porção mais distal de saída do estômago, divide-se em: parte da parede anterior
Antro pilórico: parte mais dilatada, porção inicial da bolsa omental
Canal pilórico: parte mais estreita
Piloro: região de esfíncter (espessamento da túnica circular), que controla a abertura do óstio pilórico e o
trânsito de quimo para o duodeno
Curvaturas
Curvatura menor: curvatura côncava e mais estreita do estômago
Nela se localiza uma marca de passagem do corpo gástrico para o antro pilórico, a incisura angular
Curvatura maior: curvatura convexa e mais longa do estômago.
Vascularização
Irrigação arterial:
Anastomoses ao longo da curvatura menor do estômago entre a artéria gástrica esquerda (do tronco celíaco)
e a artéria gástrica direita (da a. hepática própria ou da a. hepática comum)
Anastomoses ao longo da curvatura maior do estômago entre a artéria gastromental esquerda (da a.
esplênica) e a artéria gastromental direita (da a. gastroduodenal)
Irrigação do fundo gástrico e parte superior do corpo gástrico através das artérias gástricas curtas e
posteriores (da a. esplênica)
Drenagem venosa:
A veia gástrica esquerda e a veia gástrica direita drenam para a veia porta
Para a veia gástrica direita drena uma veia menor chamada de veia pré-pilórica, importante para a
identificação do piloro em procedimentos cirúrgicos
As veias gástricas curtas e a veia gastromental esquerda drenam para a veia esplênica (que se une à
mesentérica superior para formar a veia porta)
A veia gastromental direita drena para a veia mesentérica superior
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INTESTINO DELGADO
Principal local de absorção de nutrientes, estende-se desde o piloro até a junção ileocecal
Duodeno
Primeira parte do intestino delgado, segue um trajeto em forma de C ao redor da cabeça do pâncreas e estende-se
desde o piloro até a junção/flexura duodenojejunal
Sua primeira porção é livre e possui mesentério (região da ampola ou bulbo duodenal), o restante é retroperitoneal
Divide-se em quatro partes:
Parte superior: porção inicial a partir do piloro, é superposta pelo fígado e pela vesícula biliar. Com exceção
da ampola, não possui peritônio em sua parte posterior. Sua parte proximal fixa o ligamento hepatoduodenal
superiormente e o omento maior inferiormente
Parte descendente: segue inferiormente e curva-se ao redor da cabeça do pâncreas. Tem trajeto paralelo à
VCI, à direita dela. É totalmente retroperitoneal
Na parede da porção descendente do duodeno abre-se a ampola hepatopancreática, uma junção do
ducto colédoco com o ducto pancreático principal. O local onde esses ductos se abrem formam uma
papila, a papila maior do duodeno
Existe também uma papila menos constante, a papila menor do duodeno, na qual se abre o ducto
pancreático acessório
Parte inferior/horizontal: segue transversalmente para a esquerda, situando-se inferiormente à cabeça do
pâncreas e a seu processo uncinado. É cruzada pelos vasos mesentéricos superiores
Parte ascendente: segue superiormente até se curvar anteriormente na flexura duodenojejunal.
A flexura é mantida por ação do músculo suspensor do duodeno (Ligamento de
Treitz), uma alça muscular proveniente de fibras do diafragma e fibras lisas do
duodeno. Sua contração aumenta o ângulo da flexura e facilita a passagem do
conteúdo intestinal
Vascularização:
Irrigação arterial: provém de duas fontes:
Artérias pancreatoduodenais superiores – ramos da artéria gastroduodenal,
suprem o duodeno proximal à entrada do ducto colédoco
Artérias pancreatoduodenais inferiores – ramos da artéria mesentérica superior, suprem o duodeno
distal à entrada do ducto colédoco
Drenagem venosa: as veias duodenais acompanham as artérias e drenam para a veia porta hepática (direta
ou indiretamente)
Jejuno e íleo
A segunda parte do intestino delgado, começa na junção duodenojejunal e estende-se até a junção ileocecal
É intraperitoneal
O jejuno ocupa cerca de 2/5 dessa porção do intestino, enquanto o íleo ocupa os outros 3/5. Não há uma transição
marcada entre eles, mas algumas de suas características são bem distintas
Vascularização
Irrigação arterial: é feita pelas artérias jejunais e ileais, ramos da artéria mesentérica superior
As artérias jejunais e ileais dão origem aos arcos arteriais que, por sua vez, originam os vasos retos
Drenagem venosa: é feita por meio da veia mesentérica superior, que se une à veia esplênica para formar a
veia porta hepática
30
Características Jejuno Íleo
INTESTINO GROSSO
Características gerais
O intestino grosso se diferencia do delgado por algumas características marcantes. São elas:
Presença de apêndices omentais do colo – projeções adiposas pequenas semelhantes ao omento
Organização da camada muscular em três faixas longitudinais, as tênias do colo.
As faixas podem servir de fixação para o omento maior (tênia omental), para o mesocolo (tênia
mesocólica), ou não fixar nenhum elemento (tênia livre)
As tênias do colo iniciam-se
Presença de saculações na parede do colo, entre as tênias
no apêndice e se estendem
Calibre maior por todo o intestino grosso,
até terminarem fundindo-
Ceco e apêndice vermiforme se na junção retossigmoide
O ceco é a primeira porção do intestino grosso, sendo uma bolsa intestinal cega contínua para formar uma camada
com o colo ascendente, no quadrante inferior direito do abdome – fossa ilíaca longitudinal contínua ao
Não possui mesentérico, mas se liga à parede abdominal por pregas cecais de peritônio redor do reto
O íleo se abre no ceco, por meio do óstio ileal, que se apresenta por meio da papila ileal dentro do ceco
Ao redor do óstio ileal existem pregas, o lábio ileocólico (superiormente) e o lábio ileocecal (inferiormente),
a partir das quais se estendem os frênulos do óstio ileal (cristas laterais)
31
O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal que contém massas de tecido linfoide. Possui um mesentério
triangular, o mesoapêndice
Vascularização
Irrigação arterial: o ceco e o apêndice são supridos por ramos da artéria ileocólica (último ramo da a.
mesentérica superior)
A artéria ileocólica dá um ramo cólico e um ramo ileal, que contribuem para a formação dos arcos
justacólicos (artéria marginal do colo).
O arco mais próximo ao ceco emite a artéria cecal anterior e a artéria cecal posterior
Do ramo ileal da artéria ileocólica emerge a artéria apendicular, destinada à irrigação do apêndice
Drenagem venosa: é feita por uma veia ileocólica, tributária da mesentérica superior
Colo
Colo ascendente
Localizado ao longo da margem direita do abdome
Ascende do ceco até o lobo hepático direito, onde vira-se para a esquerda na flexura direita do colo (flexura
hepática), para dar origem ao colo transverso
É secundariamente retroperitoneal, possuindo um mesentério curto em apenas 25% das pessoas
Possui um sulco paracólico direito em sua face lateral
Colo transverso
Estende-se desde a flexura direita até a flexura esquerda do colo (flexura esplênica), de onde segue
inferiormente como colo descendente
O mesocolo transverso
A flexura esquerda do colo está ligada ao diafragma por meio do ligamento
fixa-se na margem
frenocólico anterior do pâncreas
Possui mesentério: o mesocolo transverso
Colo descendente
Estende-se desde a flexura esquerda do colo até a fossa ilíaca, onde é contínuo com o colo sigmoide
É secundariamente retroperitoneal
Possui um sulco paracólico esquerdo em sua face lateral
Colo sigmoide
Estende-se desde a fossa ilíaca até a junção retossigmoide, marcada pelo fim das tênias do colo
Possui mesentério: o mesocolo sigmoide
32
Vascularização
Irrigação arterial:
Boa parte do colo é suprida por uma rede anastomótica formada pelos arcos justacólicos (artérias
marginais do colo). Esses arcos são formados a partir de ramos das artérias mesentéricas, de acordo
com a região do colo
No colo ascendente, as artérias responsáveis pela formação dos arcos são ramos da mesentérica
superior: a artéria ileocólica e a artéria cólica direita, principalmente
No colo transverso, a irrigação provém principalmente da artéria cólica média (ramo da a.
mesentérica superior), mas pode ser suprido pelas artérias cólicas direita e esquerda, indiretamente
por ramos anastomóticos
No colo descendente e no colo sigmoide a irrigação é feita por ramos da artéria mesentérica inferior:
a artéria cólica esquerda (com seus ramos ascendente e descendente) e as artérias sigmóideas
Drenagem venosa:
No colo ascendente, é feita por tributárias da veia mesentérica superior: a veia ileocólica e a veia
cólica direita
No colo transverso, é feita por tributárias da mesentérica superior, como a veia cólica média
No colo descendente e no colo sigmoide a drenagem é feita para a veia mesentérica inferior, por
meio de tributárias, como as veias sigmóideas e a veia cólica esquerda
PÂNCREAS
Funções
Função exócrina: produzir as enzimas digestivas do suco pancreático, lançado no duodeno por meio do ducto
pancreático principal e do ducto pancreático acessório
Função endócrina: produção de insulina e glucagon pelas células das ilhotas de Langerhans
Partes
Cabeça
Parte expandida da glândula circundada pela curvatura em C do duodeno
Possui uma projeção inferior e para a esquerda conhecida como processo uncinado, que se localiza
posteriormente aos vasos mesentéricos superiores
O ducto colédoco, durante seu trajeto em direção ao duodeno, passa por um sulco no pâncreas ou até mesmo
insere-se em sua substância
Colo
É curto e situa-se anteriormente aos vasos mesentéricos superiores, que deixam um sulco em sua face
posterior
Na face posterior do colo pancreático ocorre a junção
da veia mesentérica superior à veia esplênica para
formar a veia porta do fígado
Corpo
Prosseguimento do colo, segue à esquerda dos vasos
mesentéricos superiores
Está situado no assoalho da bolsa omental
Cauda
Situa-se anteriormente ao rim esquerdo
Relaciona-se com o hilo esplênico e com a flexura
esquerda do colo
33
Vascularização
Irrigação arterial:
Ramos pancreáticos da artéria esplênica irrigam o corpo e a cauda do pâncreas
A irrigação da cabeça do pâncreas é feita pelas artérias:
Pancreatoduodenal superior anterior e superior posterior – ramos da artéria gastroduodenal
Pancreatoduodenal inferior anterior e inferior posterior – ramos da artéria mesentérica superior
Drenagem venosa:
Acontece por meio das veias pancreáticas correspondentes às artérias, sendo que a maioria drena para a
veia esplênica
FÍGADO
Maior glândula do corpo, o fígado é o primeiro a receber, da veia porta, os nutrientes absorvidos no sistema digestivo (exceto
lipídios) e possui uma grande atividade metabólica. Além disso, o fígado armazena glicogênio e produz bile (emulsificante de
gorduras)
A bile sai do fígado pelos ductos hepáticos direito e esquerdo,
Faces e relações do fígado que se unem para formar o ducto hepático comum. Este une-
Face diafragmática: se ao ducto cístico para formar o ducto colédoco.
Lisa e convexa, relaciona-se com o diafragma
É coberta por peritônio, exceto na região da área nua do fígado, em que ele está em contato direto com o
diafragma
A área nua do fígado é delimitada por reflexões de peritônio, que se apresentam como as lâminas
anterior e posterior do ligamento coronário.
Essas lâminas continuam à direita até convergirem para dar origem ao ligamento triangular
direito e à esquerda até darem origem ao ligamento triangular esquerdo
Na área nua existe um proeminente sulco da veia cava inferior
Ligando o fígado à parede abdominal anterior está o ligamento falciforme
A parte inferior livre do ligamento falciforme é o ligamento redondo do fígado
Impressões
Impressões costais (lobo direito)
Face visceral
Também coberta por peritônio (exceto na região da entrada dos vasos – porta do fígado – e na fossa da
vesícula biliar)
Na porção posterior dessa face fica o ligamento venoso (remanescente do ducto venoso embrionário)
Impressões: O ligamento redondo é
Impressão renal o remanescente fibroso
Impressão suprarrenal da veia umbilical
Impressão cólica
Impressão duodenal
Impressão gástrica
Impressão esofágica
Lobos
Subdivisão macroscópica do fígado em quatro:
Lobo direito
Lobo esquerdo
Lobo quadrado: anterior e inferior
Lobo caudado: posterior e superior
Unindo o lobo caudado ao lobo direito está o processo caudado
34
Vascularização
Mais de 75% do sangue recebido pelo fígado provém da veia porta hepática. Ela leva nutrientes que suprem
principalmente o parênquima. Divide-se em ramos direito e esquerdo próximo à porta do fígado
O sangue da artéria hepática é distribuído principalmente para estruturas não parenquimatosas
Do tronco celíaco emerge a artéria hepática comum que, após emitir a artéria gastroduodenal, passa a ser
chamada de artéria hepática própria. Essa última será dividida em ramos direito e esquerdo
Veias coletoras drenam as veias centrais do fígado e juntam-se para formar a veia hepática esquerda e a veia hepática
direita, que desembocam na veia cava inferior logo abaixo do diafragma
A irrigação da vesícula biliar provém da artéria cística, ramo da artéria hepática direita
Obs.: existem comunicações entre o sistema porta e a circulação sistêmica – as anastomoses portossistêmicas. Elas
acontecem, principalmente, na submucosa do esôfago e do canal anal, na região periumbilical e na face posterior de
vísceras secundariamente retroperitoneais
Varizes
Caso o sangue desviado do sistema porta para a circulação sistêmica seja excessivo, os vasos das anastomoses portossistêmicas podem dilatar-se de forma
anormal, quadro conhecido como varizes. Essa situação pode significar risco à vida
35
SISTEMA
GENITOURINÁRIO
Os rins produzem urina que é conduzida pelos ureteres até a bexiga urinária, na pelve. Separadas deles por uma lâmina fascial fina
estão as glândulas suprarrenais, parte do sistema endócrino. Todas essas estruturas são retroperitoneais
Rins
Relações
Os rins são circundados por uma cápsula adiposa, também chamada de gordura perirrenal
A cápsula envolve o rim e seus vasos e se dirige para os seios renais, cavidades centrais próximas ao
hilo renal
Em torno dos rins, das glândulas suprarrenais e da cápsula adiposa fica a fáscia renal
Ela continua medialmente envolvendo os vasos renais, até que se funde com suas bainhas
vasculares
Inferomedialmente, continua envolvendo os ureteres, sendo então chamada de fáscia periureteral
Externamente à fáscia, fica outra camada de gordura, o corpo adiposo pararrenal (ou gordura
pararrenal)
Gordura extraperitoneal da região lombar
Recebe feixes colágenos vindos da fáscia renal
A fáscia renal está fixada superiormente à fáscia diafragmática
Ou seja, as glândulas suprarrenais estão fixadas
principalmente ao diafragma
Os rins são mantidos relativamente fixos pela cápsula adiposa, pelo corpo
adiposo pararrenal, pela fáscia renal e pelos vasos renais.
Possui certa mobilidade (cerca de 3cm no máximo) durante a
respiração e durante as mudanças de posição do corpo (ex.: da
posição em decúbito dorsal para a ortostática)
Localização
Situam-se no retroperitônio sobre a parede posterior do abdome, de cada
lado da coluna vertebral e ao nível das vértebras TXII a LIII
O rim direito é mais baixo que o rim esquerdo (por conta do fígado)
A margem inferior do rim direito está a próximo à crista ilíaca
O rim direito está separado do fígado pelo recesso hepatorrenal
Partes
O rim é formado por faces anterior e posterior, por margens medial e lateral e por polos superior e inferior
A margem medial é côncava e a lateral, convexa
Na margem medial está localizado o hilo renal. Trata-se de uma região de entrada para um espaço no rim, o
seio renal
O seio renal é ocupado pelos vasos renais, pelos cálices renais, pela pelve renal (que leva ao ureter,
já saindo dos rins), por nervos e por uma quantidade variável de gordura
A disposição das estruturas do hilo é:
Veia renal anterior à artéria renal
Artéria renal anterior à pelve renal (e, consequentemente ao ureter)
O ureter possui uma expansão achatada e afunilada, a pelve renal. A porção afunilada que leva ao ureter é o
ápice da pelve renal
A pelve recebe dois ou três cálices maiores, os quais são formados a partir de cálices menores
Os cálices menores possuem um entalhe chamado de papila renal, a qual é o local de recepção da
urina formada pelas pirâmides renais, correspondente à medula do órgão
As pirâmides e o córtex associado formam os lobos renais, os quais são visualizáveis
externamente em rins fetais
36
Vascularização:
Irrigação arterial:
Os rins são drenados pelas artérias renais direita e esquerda, que surgem da aorta abdominal no
nível das vértebras LI/LII
Cada artéria renal se divide em cerca de 5 artérias renais segmentares próximas ao hilo, sendo elas
artérias terminais
Pode ser que existam várias artérias renais, que entram juntas no hilo renal
Artérias extra-hilares, ramos da renal ou da aorta, podem entrar na face externa do rim (algumas
nos polos – “artérias polares”)
A artéria renal direita é mais longa que a esquerda e passa posteriormente à veia cava inferior
Drenagem venosa:
Várias veias drenam os rins, se unindo de forma variável para formar as veias renais direita e
esquerda, que se dirigem para a veia cava inferior
A veia renal esquerda é mais longa que a direita e recebe: veia suprarrenal esquerda, veias gonadais
(testiculares ou ováricas) esquerdas e uma comunicação com a veia lombar ascendente
A veia renal esquerda passa entre a artéria mesentérica superior e a aorta abdominal para
chegar até a VCI
Ureteres
São tubos musculares que conduzem a urina dos rins até a bexiga urinária
Trajeto:
Seguem inferiormente a partir do ápice da pelve renal em um trajeto retroperitoneal e intimamente aderido
ao peritônio parietal
Passam pela margem da abertura superior da pelve, anteriormente à bifurcação da artéria ilíaca
comum
Continuam pela parede da pelve até alcançarem a bexiga urinária
Considerações:
Em exames de imagem, é possível distinguir três constrições relativas nos ureteres:
1. Na região de transição entre a pelve renal e o ureter
2. Na passagem do ureter pela margem da abertura superior da pelve
3. Na região em que passam pela parede da bexiga
Essas constrições podem ser pontos de obstrução dos ureteres por cálculos ureterais
37
Glândulas suprarrenais
Localização:
Situam-se entre a face superomedial dos rins e o diafragma
Estão envoltas por fáscia renal, através da qual se fixam aos pilares do diafragma
A glândula suprarrenal direita tem formato piramidal, enquanto a esquerda possui formato de meia-lua
Veias e vasos linfáticos saem das glândulas através de um hilo, enquanto artérias e nervos entram em locais
diversos das glândulas
Partes:
O córtex suprarrenal, porção mais externa, deriva do mesoderma e secreta corticosteroides e
androgênicos
A medula suprarrenal, porção mais interna, deriva de células da crista neural e secreta
catecolaminas
A adrenalina e a noradrenalina preparam o corpo para uma reação de luta ou fuga
Vascularização:
Irrigação arterial:
Devido à sua atividade endócrina, a glândula suprarrenal possui abundante irrigação
arterial
As mais de 50 artérias que penetram a cápsula suprarrenal provêm de três fontes
principais:
Artérias suprarrenais superiores: originam-se das artérias frênicas inferiores
Artérias suprarrenais médias: originam-se da aorta abdominal, próximo à saída da
mesentérica superior
Artérias suprarrenais inferiores: originam-se das artérias renais
Drenagem venosa:
A drenagem da glândula se faz para veias suprarrenais calibrosas
A veia suprarrenal direita é mais curta e drena para a veia cava inferior
A veia suprarrenal esquerda é mais longa e drena para a veia renal esquerda
Frequentemente, une-se à veia frênica inferior
38
BEXIGA URINÁRIA
A bexiga é um órgão oco de paredes musculares fortes que armazena temporariamente a urina
Localização
O estado de enchimento da bexiga interfere em seu tamanho, forma e posição
A bexiga situa-se na pelve menor, apoiada anteriormente sobre o púbis e posteriormente sobre a vagina
ou sobre a próstata
É separada do púbis e da sínfise púbica pelo espaço retropúbico
Em crianças pequenas e lactentes, a bexiga fica no abdome
Quando cheia, em adultos, entra na pelve maior ascendendo pelo tecido adiposo extraperitoneal
da parede anterior do abdome
Está inferior ao peritônio
Fixação:
A bexiga está relativamente livre no tecido adiposo extraperitoneal
A exceção é o colo da bexiga, que se une firmemente pelas seguintes estruturas:
Ligamentos laterais vesicais
Arco tendíneo da fáscia da pelve
Diretamente por meio do seu componente anterior: o ligamento puboprostático (homens),
ligamento pubovesical (mulheres)
Indiretamente por meio da fixação lateral da vagina ao arco tendíneo da fáscia da pelve
Partes:
A bexiga possui um ápice voltado anteriormente para a margem superior da sínfise púbica
Oposto ao ápice, fica o fundo da bexiga
Nas mulheres, em contato com a parede anterior da vagina
Entre o ápice e o fundo, fica o corpo da bexiga, sua parte principal
As faces inferiores se encontram no colo da bexiga
Suas paredes são formadas principalmente pelo músculo detrusor
Em sua parte interna, é possível visualizar os dois óstios do ureter, além de um óstio interno da uretra
Essas três estruturas delimitam uma região chamada de trígono da bexiga
O trígono possui uma pequena elevação chamada de úvula da bexiga, aumentada em
homens idosos, por conta do usual aumento do lobo posterior da próstata
Entre um óstio do ureter e outro, fica a prega interuretérica
Os óstios dos ureteres são circundados por alças do músculo detrusor, que se contrai
durante o esvaziamento da bexiga para evitar refluxo urinário em direção aos ureteres
Na bexiga masculina, as fibras do músculo detrusor que se encontram em direção ao colo da bexiga formam
o músculo esfíncter interno da uretra, cuja função é contrair-se durante a ejaculação para evitar uma
ejaculação retrógrada
39
- Sistema reprodutor masculino
URETRA*
A uretra masculina é um tubo muscular que vai desde seu óstio interno, na bexiga, até seu óstio externo, na glande do pênis. Conduz
urina e sêmen para o meio externo
Parte prostática:
3 a 4 cm
Desce através da parte anterior da próstata
Trajeto levemente curvo, com concavidade anterior
Em seu assoalho, localiza-se a crista uretral – estria mediana entre sulcos bilaterais (seios prostáticos)
No meio da crista, encontra-se uma elevação arredondada, o colículo seminal
No colículo seminal existe uma abertura central que termina em fundo de saco, o utrículo
prostático. Essa abertura é um remanescente do canal uterovaginal embrionário,
primórdio do útero e da vagina em mulheres
Dos dois lados do utrículo ficam as duas aberturas dos ductos ejaculatórios
Ao lado da crista e do colículo seminal, os dúctulos prostáticos secretores se abrem nos seios
prostáticos
Parte mais larga e mais dilatável
A uretra prostática é o local de união entre os tratos urinário e reprodutivo
Parte esponjosa:
Cerca de 15 cm
Parte mais longa e mais móvel
Atravessa o corpo esponjoso e termina no óstio externo da uretra
Possui dois alargamentos
Um alargamento inicial na região do bulbo do pênis
Nessa parte se abrem os ductos das glândulas bulbouretrais
Outro alargamento, mais distal, na glande do pênis, chamado de fossa
navicular da uretra
Nessa parte da uretra, abrem-se as glândulas uretrais (secretoras de muco), em
pequenas lacunas uretrais que entram em seu lúmen
Na região da glande, fica a inconstante lacuna uretral magna
O ducto ejaculatório é a
união entre os ductos
das glândulas seminais e
o ducto deferente
40
PRÓSTATA
Maior glândula acessória do sistema genital masculino, circunda a parte prostática da uretra
Partes
É circundada pela cápsula fibrosa da próstata
Essa cápsula é envolvida pela fáscia visceral da pelve, que é contínua lateralmente com os ligamentos
puboprostáticos e posteriormente com o septo retovesical
Possui uma base relacionada com o colo da bexiga
Um ápice, oposto à base
Uma face anterior muscular
Uma face posterior, relacionada com o reto
Faces inferolaterais
Descrição em lobos
O istmo da próstata situa-se anterior à uretra, é de constituição fibromuscular e possui pouco tecido glandular
Os lobos direito e esquerdo da próstata são separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco
longitudinal central. Cada um pode ser subdividido em quatro lóbulos:
Lóbulo inferolateral: imediatamente lateral à uretra, forma a maior parte dos lobos direito e esquerdo e está
em contato com o istmo
Lóbulo anteriomedial: situado profundamente ao lóbulo inferolateral
Lóbulo inferoposterior: situado posteriormente à uretra e inferior aos ductos ejaculatórios
Lóbulo superomedial: situado profundamente ao lóbulo inferoposterior, circunda o ducto ejaculatório
ipsilateral
Um lobo médio existente entre a uretra e os ductos ejaculatórios pode sofrer hipertrofia com hormônios na idade
avançada
Alguns médicos dividem a próstata em uma zona periférica e uma zona central
Ductos prostáticos
Produzem cerca de 20% do volume do sêmen e se abrem nos seios prostáticos, lateral ao colículo seminal
41
GLÂNDULAS SEMINAIS
Características
Glândulas acessórias do sistema genital masculino
Têm como função secretar um líquido alcalino rico em frutose (energia para os espermatozoides)
Localização: entre o fundo da bexiga e o reto
Separa-se do reto pelo septo retovesical
Os ductos das glândulas seminais unem-se aos ductos deferentes para formar os ductos ejaculatórios
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS
Características
As glândulas bulbouretrais, também chamadas de glândulas de Cowper possuem um tamanho próximo ao de uma
ervilha e sua secreção mucosa entra na uretra durante a excitação sexual
Localização: posterolateralmente à parte membranácea da uretra, inseridas no músculo esfíncter externo da uretra
Os ductos das glândulas bulbouretrais atravessam a membrana do períneo para se abrir na região proximal da uretra
esponjosa, no bulbo do pênis
FUNÍCULO ESPERMÁTICO
Revestimentos:
O revestimento mais interno do funículo é a fáscia espermática interna, que deriva da fáscia transversal
O intermediário é a fáscia cremastérica, derivada da fáscia do músculo oblíquo interno do abdome
Nessa camada, existem alças do músculo cremaster – músculo que possui uma ação reflexa de tracionamento
do escroto em resposta a baixas temperaturas (uma tentativa de manter a temperatura ideal para a
espermatogênese)
O músculo cremaster costuma atuar em conjunto com o músculo dartos, presente na tela
subcutânea da pele do escroto, que ajuda na tração e enruga a pele em resposta aos mesmos
estímulos
O mais externo é a fáscia espermática externa, que deriva da fáscia e da aponeurose do músculo oblíquo externo do
abdome
Constituintes:
1. Ducto deferente: tubo muscular de cerca de 45 cm que se estende do epidídimo até os ductos ejaculatórios e dá
passagem aos espermatozoides
2. Artéria testicular: ramo da aorta abdominal inferior à saída das artérias renais, irriga o testículo e o epidídimo
3. Artéria do ducto deferente: ramo da artéria vesical inferior
4. Artéria cremastérica: ramo da artéria epigástrica inferior
5. Plexo venoso pampiniforme: rede de veias que convergem superiormente
para formas as veias testiculares
A veia testicular direita drena diretamente para a veia cava inferior,
enquanto a veia testicular esquerda drena para a veia renal esquerda
6. Fibras nervosas: fibras simpáticas e parassimpáticas
7. Ramo genital do nervo genitofemoral: supre o músculo cremaster
8. Vasos linfáticos
9. Vestígio do processo vaginal: filamento fibroso na parte anterior do funículo
espermático
42
ESCROTO
Camadas:
Camada mais externa de pele
Camada mais interna, a túnica dartos
Lâmina fascial sem gordura que contém o músculo dartos (lhe confere o aspecto enrugado)
A túnica dartos emite uma continuação, o septo do escroto, que o divide em compartimentos direito e
esquerdo
Vascularização:
Irrigação arterial:
Ramos escrotais posteriores da artéria perineal, ramo da artéria pudenda interna
Ramos escrotais anteriores da artéria pudenda externa, ramo da artéria femoral
Artéria cremastérica, ramo da artéria epigástrica inferior
Drenagem venosa:
Veias escrotais que acompanham as artérias
TESTÍCULO
São as gônadas masculinas, que produzem espermatozoides e hormônios (principalmente testosterona). O testículo esquerdo, em
geral, é mais baixo que o direito
Cobertura da superfície:
A superfície de cada testículo é coberta pela túnica vaginal – saco peritoneal fechado que circunda parcialmente o
testículo e representa a parte distal final do processo vaginal embrionário
Aderida diretamente à superfície do testículo e do epidídimo, está a lâmina visceral da túnica vaginal
Adjacente à fáscia espermática interna, está a lâmina parietal da túnica vaginal
Essas duas lâminas estão separadas entre si pela cavidade da túnica vaginal, que é preenchida por
um pequeno volume de líquido
Estrutura:
Sua face externa é fibrosa e resistente, a túnica albugínea
Na face interna posterior do testículo, a túnica albugínea se espessa, formando o
mediastino do testículo
Da estria interna formada pelo mediastino, saem septos fibrosos que dividem o
testículo em lóbulos
Os lóbulos são formados por túbulos seminíferos contorcidos, local onde
acontece a produção de espermatozoides
Os túbulos seminíferos contorcidos se reúnem em túbulos seminíferos retos, que
conduzem os espermatozoides até a rede testicular, localizada no mediastino
Da rede testicular, saem dúctulos eferentes, que se dirigem para o epidídimo
Vascularização:
Irrigação arterial: provém da artéria testicular, ramo anterolateral da aorta abdominal
Ela ou algum de seus ramos se anastomosam com a artéria do ducto deferente (ramo da a. vesical inferior)
Drenagem venosa: é feita por meio do plexo pampiniforme
Esse plexo é uma rede de 8 a 12 veias que se localizam anteriormente ao ducto deferente. Ele ascende
circundando a artéria testicular
Converge para formas as veias testiculares direita e esquerda
Faz parte do sistema termorregulador do testículo, juntamente com os músculos cremaster e dartos
43
EPIDÍDIMO
Estrutura alongada na face posterior dos testículos que leva os espermatozoides até o ducto deferente
Formação:
O epidídimo é formado por alças altamente compactadas de um tubo, o ducto do epidídimo
Esse ducto recebe os espermatozoides recém desenvolvidos por meio dos dúctulos
eferentes
Continua como ducto deferente a partir da cauda do epidídimo
Partes:
Possui uma porção expandida, a cabeça do epidídimo, formada pelas extremidades espiraladas dos dúctulos eferentes
A sua maior parte é o corpo do epidídimo, formado pelo ducto do epidídimo contorcido
Sua parte final e mais inferior é a cauda do epidídimo
É contínua com o ducto deferente
PÊNIS
Estrutura:
O pênis é formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil, fáscia, vasos, tecido conjuntivo e pele fina:
Dois corpos cavernosos ocupam posição dorsal
Cada corpo cavernoso possui um revestimento externo fibroso (cápsula), a túnica albugínea
Superficialmente ao revestimento provido pela túnica albugínea, fica a fáscia do pênis (fáscia de
Buck), que forma um revestimento forte responsável por unir os três corpos cilíndricos
Os dois corpos cavernosos estão fundidos na região da linha mediana, exceto na região da raiz do
pênis, onde se separam para formar os ramos do pênis
Internamente, esses corpos estão incompletamente separados pelo septo do pênis
Partes:
O pênis é dividido em três partes: raiz, corpo e glande
A raiz do pênis é a parte fixa e mais posterior, formada por:
Ramos direito e esquerdo do pênis
Massas de tecido erétil
Continuam como os corpos cavernosos
Estão fixados ao ramo isquiático do seu lado correspondente
Bulbo do pênis
É perfurado superiormente pela uretra
Continua como corpo esponjoso
Músculo isquiocavernoso
Circundam os ramos do pênis
Forçam a passagem de sangue dos espaços cavernosos nos ramos
para a porção mais distal dos corpos cavernosos, favorecendo a
ereção
Comprime as tributárias da veia dorsal profunda do pênis, o que dificulta o retorno venoso,
ajudando a manter a ereção
Músculo bulboesponjoso
Constritor que age sobre o bulbo esponjoso, promovendo o esvaziamento da uretra de urina/sêmen
residual
Também comprime a veia dorsal profunda
44
O corpo do pênis é a parte pendular livre
Ligamentos:
O ligamento suspensor do pênis se estende da fáscia profunda do pênis, na região de junção entre raiz e corpo
penianos, até a sínfise púbica
Fixa os corpos eréteis do pênis à sínfise púbica
O ligamento fundiforme do pênis é um conjunto de fibras presente no tecido subcutâneo que se desce na linha
mediana a partir da linha alba
Divide-se e circunda o pênis
Une-se à túnica dartos
Vascularização:
Irrigação arterial:
Artérias dorsais do pênis: originam-se das artérias pudendas internas e seguem de cada lado da veia dorsal
profunda, no sulco entre os corpos cavernosos
Irriga o tecido fibroso ao redor dos corpos eréteis
Artérias profundas do pênis: ramos das artérias pudendas internas, penetram nos ramos do pênis e seguem
distalmente no centro dos corpos cavernosos
Principais responsáveis pelo enchimento dos espaços no tecido erétil
Com o pênis flácido, elas se encontram espiraladas – “artérias helicinas do pênis”
Artérias do bulbo do pênis: ramos das artérias pudendas internas
Irrigam o bulbo, a uretra em seu interior e as glândulas bulbouretrais
Ramos superficiais e profundos das artérias pudendas externas: irrigam a pele do pênis
Drenagem venosa:
O sangue dos espaços cavernosos é drenado pela veia dorsal profunda do pênis
Ela se localiza profundamente à fáscia profunda do pênis
Drena para o plexo venoso prostático
O sangue da pele peniana é drenado pelas veias dorsais superficiais
Essas veias drenam para a veia pudenda externa superficial
45
Inervação:
A inervação sensitiva e simpática é dada pelo nervo dorsal do pênis
Trata-se de um ramo terminal do nervo pudendo
Localiza-se lateralmente à artéria dorsal do pênis
A pele da raiz do pênis é inervada por ramos do nervo ilioinguinal
As artérias helicinas do tecido erétil são inervadas por fibras parassimpáticas dos nervos cavernosos
URETRA*
Características:
Estende-se do óstio interno da uretra até o óstio externo da uretra
O óstio externo da uretra se localiza no vestíbulo da vagina (fenda entre os dois lábios menores), diretamente
anterior ao óstio da vagina
A musculatura que circunda o óstio interno não está organizado em um esfíncter interno
A uretra se localiza anteriormente à vagina (formando uma elevação em sua parede anterior)
Dentro da uretra se abrem diversos óstios das glândulas uretrais
De cada lado do óstio externo da uretra abrem-se dois óstios do ducto parauretral (ductos de glândulas uretrais)
VULVA ou PUDENDO
Funções:
Função sensitiva e erétil para excitação e relação sexual
Orientar o fluxo de urina
Evitar a entrada de material estranho nos sistemas genital e urinário
Constituintes:
Fazem parte da vulva: monte do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores
do pudendo, clitóris, bulbos do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores
Monte do púbis:
Proeminência arredondada anterior à sínfise púbica
Formada por massa de tecido adiposo subcutâneo
A quantidade dessa massa aumenta durante a puberdade e diminui com a menopausa
A superfície do monte é coberta por pelos após a puberdade
É contínuo com a parede anterior do abdome
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Lábios menores do pudendo
Pregas arredondadas de pele sem pelos e sem tecido adiposo situadas na rima do pudendo
Circundam e fecham o vestíbulo da vagina, no qual estão localizados o óstio da vagina e o óstio externo da
uretra
O óstio da vagina é total ou parcialmente ocluído por uma prega de mucosa, o hímen, que altera o
aspecto dessa abertura
Após ruptura do hímen, permanecem as chamadas carúnculas himenais
Anteriormente, os lábios menores formam duas lâminas
As lâminas mediais unem-se e formam o frênulo do clitóris
As lâminas laterais unem-se anteriormente à glande do clitóris para formar o prepúcio do clitóris
Muitas vezes, o prepúcio superpõe-se à glande
Em mulheres jovens, sobretudo as virgens, existe uma união posterior dos lábios menores formada por uma
pequena prega transversal, o frênulo dos lábios do pudendo
Sua face interna contém glândulas sebáceas e terminações nervosas sensitivas
Clitóris:
Órgão erétil localizado no ponto de encontro anterior entre os lábios menores
Consiste em uma raiz e em um corpo cilíndrico
Na extremidade anterior do corpo fica a glande do clitóris
O corpo é coberto pelo prepúcio do clitóris
É formado por dois ramos, que contêm dois corpos cavernosos
Esses ramos se fixam aos ramos inferiores do púbis e à membrana do períneo
Bulbos do vestíbulo:
Duas massas de tecido erétil alongado
Localizam-se lateralmente ao longo do óstio da vagina
Entre os lábios menores do pudendo e a membrana do
períneo
Estão cobertos superficial e lateralmente pelos músculos
bulboesponjosos
São homólogos aos bulbos do pênis
Glândulas vestibulares:
Glândulas vestibulares maiores (de Bartholin):
Estruturas arredondadas ou ovais que secretam muco para o vestíbulo durante a excitação sexual
Localizam-se no espaço superficial do períneo (superficialmente à membrana do períneo),
posteriormente e de cada lado do óstio da vagina
Estão posteriores ao bulbo do vestíbulo, sendo que são parcialmente superpostas por essa
estrutura
São parcialmente circundadas pelos músculos bulboesponjosos
Possuem ductos delgados que seguem profundamente ao bulbo e se abrem no vestíbulo, de cada
lado do óstio da vagina, por meio dos óstios das glândulas vestibulares maiores
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VAGINA
Funções:
Servir de canal para a menstruação
Parte inferior do canal de parto
Recebe o pênis e o ejaculado durante a relação sexual
Características gerais:
A vagina se situa entre a bexiga urinária e o reto
Passa entre as margens mediais do músculo levantador do ânus
A uretra segue sobre sua parede anterior
Apresenta um recesso ao redor do colo do útero, o fórnice da vagina
Ele possui partes anterior, posterior e lateral
A parte posterior é mais profunda e tem relação com a escavação retouterina
Vascularização:
Irrigação arterial:
A parte superior da vagina é irrigada por ramos da artéria uterina
As partes média e inferior são irrigadas por ramos da artéria vaginal e da artéria pudenda interna
Drenagem venosa:
É feita por meio de veias vaginais, que formam plexos venosos vaginais
Eles se situam ao longo da lateral da vagina e na túnica mucosa vaginal
Essas veias são contíguas com o plexo venoso uterino, formando, então, o plexo venoso uterovaginal
Drena para a veia ilíaca interna por meio da veia uterina
ÚTERO
Órgão oco de paredes musculares espessas. Estrutura dinâmica que abriga o feto
Localização e posicionamento:
O útero não grávido está situado na pelve menor, entre a bexiga e o reto
Seu corpo fica apoiado sobre a bexiga, enquanto seu colo está entre a bexiga e o reto
Posicionamento
Antevertido: inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina
Antefletido: curvado anteriormente em relação ao colo
Forma-se, assim, o ângulo de flexão do útero
Essa posição muda de acordo com o grau de enchimento da bexiga, de acordo com o reto e com o estágio
da gravidez
Partes:
O corpo do útero forma os dois terços superiores do útero
Inclui o fundo do útero, parte arredondada situada
superiormente aos dois óstios uterinos
Está situado entre as duas lâminas do ligamento largo
O ligamento largo é o mesentério do
útero e divide-se em mesométrio e
mesovário
Possui uma face anterior, relacionada com a bexiga, e
uma face posterior ou intestinal
Separa-se do colo do útero por uma região estreitada,
o istmo do útero
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O colo do útero é o terço inferior do útero relativamente estreito
É menos muscular que a região do corpo do útero
Consiste principalmente de colágeno com pequena quantidade de músculo liso e elastina
É formado por duas partes:
A porção supravaginal: localiza-se entre o istmo e a vagina
Separa-se do reto por meio da escavação retouterina
A porção vaginal: parte que se projeta em direção à vagina
Essa porção arredondada circunda o óstio (externo) do útero e é circundada pelo fórnice
da vagina
A cavidade do útero, semelhante a uma fenda, estende-se do óstio uterino até a parede do fundo do útero
Sua porção inferior é o canal do colo do útero, que se comunica com o lúmen da vagina
Essa porção possui rugosidades chamadas de pregas palmadas
Os cornos do útero são as porções súperolaterais da cavidade, onde penetram as tubas uterinas
Abrigam os óstios uterinos da tuba uterina
Na região do istmo, fica o óstio anatômico interno do útero
Ligamentos do útero:
O ligamento útero-ovárico fixa-se na face posteroinferior da junção uterotubárica, se estendendo do útero ao ovário
e sendo visível em vistas posteriores dessas estruturas
O ligamento redondo do útero fixa-se na face anteroinferior da junção uterotubárica, se estendendo desde o útero
até a região do lábio maior do pudendo
O ligamento largo do útero consiste em uma dupla lâmina de peritônio que se estende lateralmente a partir do útero
até as paredes laterais e o assoalho pélvicos
Ajuda a manter o útero em posição
Parte dele se estende superiormente, envolvendo os vasos
ováricos e formando o ligamento suspensor do ovário
Entre suas duas lâminas, ficam os ligamentos útero-ovárico e
redondo do útero
Podem ser especificadas três partes constituintes:
Mesométrio – serve como mesentério para o útero
Mesovário – serve como mesentério para os ovários
Mesossalpinge – serve como mesentério para as tubas
uterinas
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TUBAS UTERINAS
Partes:
Parte uterina:
Parte intramural curta que atravessa a parede do útero
Abre-se para a cavidade uterina por meio dos cornos do útero
Istmo:
Região de musculatura mais espessa
Imediatamente lateral à parte uterina
Ampola:
Região mais larga e mais longa da tuba
Começa na extremidade lateral do istmo
Local onde, em geral, ocorre a fertilização
Infundíbulo:
Porção mais distal
Extremidade afunilada que se abre na cavidade abdominal por meio do óstio abdominal
Possui processos digitiformes chamados de fímbrias
Uma dessas fímbrias entra em contato com o polo superior do ovário, a fímbria ovárica
OVÁRIOS
Características gerais:
Cada ovário encontra-se suspenso por um mesovário
Ligado ao útero por meio do ligamento útero-ovárico
Lançam o ovócito na cavidade peritoneal, que é captado pelas fímbrias da tuba uterina
Os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos ovarianos chegam através do ligamento suspensor do ovário
Vascularização:
Irrigação arterial:
As artérias ováricas se originam da aorta abdominal, seguem inferiormente próximo à parede posterior do
abdome, entram na pelve, cruzam os vasos ilíacos externos anteriormente e se aproximam da face lateral
dos ovários e das tubas uterinas
Terminam bifurcando-os em ramos ováricos e ramos tubários
Eles irrigam a extremidade lateral dessas estruturas
As artérias uterinas ascendentes são ramos da ilíaca interna, seguem ao longo da face lateral do útero até se
aproximar da extremidade medial do ovário e da tuba uterina
Irriga essa extremidade e possui anastomoses com a artéria ovárica
Drenagem venosa:
A drenagem do ovário acontece por meio de um plexo venoso pampiniforme, situado no ligamento largo do
útero próximo ao ovário
Esse plexo leva à formação das veias ováricas, que seguem o trajeto das artérias
A veia ovárica direita drena para a veia cava inferior
A veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda
A drenagem da tuba uterina se faz por meio das veias tubáricas, que drenam ou para as veias ováricas ou
para o plexo venosos uterino (intravaginal)
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PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL DA PELVE
Características gerais:
O peritônio parietal que reveste a cavidade abdominal continua para a pelve, mas não chega em seu assoalho
Reflete sobre as vísceras pélvicas, que não estão completamente revestidas por peritônio, mas abaixo dele
A maioria só possui peritônio em suas faces superior e/ou lateral
Exceções:
Tubas uterinas: são intraperitoneais e suspensos por um mesentério
Ovários: estão suspensos na cavidade peritoneal, mas são revestidos por um epitélio de
células cúbicas, o epitélio germinativo
A parte vaginal do colo do útero já é subperitoneal
A reflexão do peritônio da parede abdominopélvica sobre as vísceras faz surgir uma série de pregas e fossas
Pregas e fossas:
Fossa supravesical: existente sobre a reflexão peritoneal na face superior da bexiga
Escavação retouterina: “bolsa” formada entre o útero e o reto
Possui extensões laterais, as fossas pararretais
Limites: pregas retouterinas
Escavação retovesical: “bolsa” entre a bexiga e o reto
Presente em homens e em mulheres histerectomizadas
ARTÉRIAS DA PELVE
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MÓDULO II: MEMBRO INFERIOR
CÍNGULO DO MEMBRO
INFERIOR
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O cíngulo do membro inferior é o anel formado pelo sacro e pelos ossos da bacia, unidos anteriormente na sínfise púbica
OSSO DO QUADRIL
O osso do quadril maduro é formado pela união de três ossos – ílio, ísquio e púbis – separados por uma cartilagem trirradiada na
região do acetábulo até cerca dos 20 anos de idade
Ílio
Forma a maior parte do osso do quadril, sendo constituído de partes mediais espessas (corpo), para sustentação de
peso, e partes posterolaterais mais finas (asas) que servem como ponto de fixação muscular
Do ílio projetam-se espinhas que servem como ponto de fixação para músculos e ligamento do MMI. São quatro –
espinhas ilíacas: anterossuperior (EIAS), anteroinferior (EIAI), posterossuperior (EIPS) e posteroinferior (EIPI).
Entre as espinhas ilíacas anterossuperior e posterossuperior estende-se a crista ilíaca,
curva longa e espessa da asa do ílio Para colocar o osso
do quadril em
A crista ilíaca é formada por um lábio interno, um lábio externo e uma linha
posição anatômica, a
intermediária EIAS fica no mesmo
No lábio externo da crista ilíaca localiza-se uma proeminência – o tubérculo ilíaco plano frontal que a
A espinha ilíaca posterossuperior forma o limite superior da incisura isquiática maior face anterossuperior
Face lateral: do púbis; a face
Possui 3 linhas de fixação muscular: linhas glúteas posterior, anterior e inferior sinfisial fica paralela
Também é chamada de face externa ou face glútea ao plano mediano
Face medial:
A região da asa ilíaca é marcada por uma depressão lisa, a fossa ilíaca
Inferiormente à fossa ilíaca, há uma linha proeminente, a linha arqueada, contínua com a linha
pectínea do púbis, ao passar pela eminência iliopúbica
Posteriormente, na face medial do ílio, existem duas regiões de articulação com o sacro: a face auricular e a
tuberosidade ilíaca
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Ísquio
Forma a porção posteroinferior do osso do quadril, sendo formado por um corpo (porção que se une ao ílio e ao púbis
na região do acetábulo) e por um ramo (porção mais fina e anterior que se une ao púbis)
Corpo do ísquio:
Porção mais proeminente
Na sua porção posterior, emerge a espinha isquiática
Superiormente à espinha, encontra-se a incisura isquiática maior
Inferiormente à espinha, encontra-se a incisura isquiática menor
Ramo do ísquio
Une-se ao corpo por meio da transição feita pelo túber isquiático, uma projeção óssea áspera
É contínuo com o púbis por meio do ramo isquiopúbico
Púbis
Parte anteromedial do osso do quadril, contribui para a porção anterior do acetábulo
É composto por um corpo medial e achatado e por dois ramos: o ramo superior do púbis e o ramo inferior do púbis,
que se projetam lateralmente do corpo
Na face interna do ramo superior do púbis, localiza-se a linha pectínea do púbis
Na face medial do púbis fica a face sinfisial
A face sinfisial de um púbis articula-se com a face sinfisial do púbis contralateral por meio da sínfise púbica
Superiormente à articulação dos dois púbis, forma-se a crista púbica, margem anterossuperior dos
corpos unidos e da sínfise
Nas margens laterais da crista púbica, ficam os tubérculos púbicos (local de fixação do
ligamento inguinal)
Estendendo-se dos tubérculos púbicos até o acetábulo, localiza-se a crista obturatória
Forame obturado
Abertura oval no osso do quadril limitada pelo ísquio e pelo púbis
É completamente fechada pela membrana obturadora, exceto pelo canal obturatório, pequena passagem para o nervo
e os vasos obturatório
A membrana obturadora é um local importante de fixação muscular
Acetábulo
Trata-se de uma cavidade na face lateral do osso do quadril que se articula com o fêmur na articulação do quadril
É formado por contribuições dos três ossos primários do osso do quadril
Possui uma depressão central em seu assoalho, a fossa do acetábulo, contornada pela face semilunar do acetábulo.
Margeando essas formações está o limbo do acetábulo, interrompido inferiormente pela incisura do acetábulo
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ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Conexão entre o membro inferior e o cíngulo
Características gerais
É uma articulação sinovial do tipo esferóidea
Segunda articulação de maior mobilidade do corpo
Faces articulares:
Cabeça do fêmur
Acetábulo
Possui, na região do seu limbo, uma orla fibrocartilaginosa, o lábio do acetábulo, que aumenta a área
articular do acetábulo
Inferiormente, o lábio transpõe a incisura acetabular, originando o ligamento transverso do
acetábulo
Movimentos:
Flexão/extensão
Abdução/adução
Rotação lateral e medial
Ligamentos:
Ligamento iliofemoral:
Posição anterior e superior
Forte ligamento em formato de Y
Estende-se da espinha ilíaca anteroinferior e limbo do acetábulo até a linha intertrocantérica
Impede a hiperextensão do quadril
Considerado o ligamento mais forte do corpo
Ligamento pubofemoral:
Posição anterior e inferior
Estende-se da crista obturatória do púbis até a camada fibrosa da cápsula articular
Impede a hiperabdução do quadril
Ligamento isquiofemoral:
Posição posterior
Estende-se da parte isquiática do acetábulo até o colo do fêmur
É o mais fraco dos três ligamentos
Irrigação arterial:
Feita pelas artérias circunflexas femorais medial e lateral
Dão origem às artérias retinaculares, sendo que o campo de alcance da circunflexa medial é maior
Também pelo ramo acetabular da artéria obturatória, que ocupa o ligamento da cabeça do fêmur
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REGIÃO GLÚTEA
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Trata-se de uma grande região de transição entre o tronco e o membro inferior, posteriormente
Extensão
Compreende as nádegas e a região dos quadris, então limita-se superiormente pelas cristas ilíacas, inferiormente pelo
sulco infraglúteo e lateralmente pela margem anterior do trocanter maior
Separando as duas nádegas, está a fenda interglútea
LIGAMENTOS DA REGIÃO
Ligamento sacroilíaco posterior
Estende-se do sacro até o ílio
É contínuo inferiormente com o ligamento sacrotuberal
Ligamento sacrotuberal
Estende-se do sacro até o túber isquiático
Faz surgir um grande forame, que será subdividido por conta do
ligamento sacroespinal
Ligamento sacroespinal
Estende-se do sacro até a espinha isquiática
Divide o forame criado pelo ligamento sacrotuberal em dois:
Forame isquiático maior: dá passagem a estruturas da pelve,
como nervos, vasos e o músculo piriforme
Forame isquiático maior: dá passagem a estruturas do
períneo, como o nervo pudendo
Cabeça do fêmur
Região arredondada e lisa, exceto por uma depressão em sua parte medial, a fóvea da cabeça
do fêmur
Na fóvea da cabeça do fêmur fixa-se o ligamento da cabeça do fêmur, que, no início
da vida, dá passagem a uma artéria
Colo
Trapezoide, liga a cabeça do fêmur ao corpo
Trocanteres
São duas grandes elevações arredondadas na região de união entre o colo e o corpo do fêmur
O trocanter maior é uma grande massa óssea de posição lateral
Medialmente ao trocanter maior, fica a fossa trocantérica
O trocanter menor estende-se medialmente da parte posteromedial do fêmur
Unindo os dois trocanteres, anteriormente, está a linha intertrocantérica
Unindo os dois trocanteres, posteriormente, está a crista intertrocantérica
Nessa crista, existe uma eminência arredondada, o tubérculo quadrado
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MÚSCULOS DA REGIÃO
Considerações gerais
Os músculos da região glútea estão organizados num mesmo compartimento, mas em duas camadas:
Músculos da camada superficial: são os grandes glúteos (máximo, médio e mínimo) e o tensor da fáscia lata
– são, principalmente, extensores, abdutores e rotadores mediais da coxa
Músculos da camada profunda: são músculos menores: piriforme, obturador interno, gêmeos superior e
inferior e quadrado femoral – são rotadores laterais da coxa e também atuam estabilizando o quadril
Músculo piriforme
O músculo piriforme passa através do forame isquiático maior para deixar a pelve em direção à região glútea
É uma importante referência na região pois, superiormente a ele, emergem os nervos e vasos glúteos superiores e,
inferiormente a ele, emergem os nervos e vasos glúteos inferiores
Inserção proximal: face anterior do sacro (parte no ligamento sacrotuberal)
Inserção distal: trocanter maior
Inervação: ramos sacrais
Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa
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Músculo obturador interno
O músculo obturador interno deixa a pelve através do forame isquiático menor Os músculos gêmeos e o
Inserção proximal: face pélvica (interna) da membrana obturadora obturador interno podem ser
Inserção distal: trocanter maior considerados um único músculo
Inervação: nervo para o m. obturador interno tricipital, o tríceps do quadril
Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa
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COXA
FÊMUR
Osso mais longo do corpo, compõe-se de um corpo e duas extremidades: proximal (superior) e distal (inferior)
Corpo do fêmur
É convexo anteriormente
Vista posterior: O raquitismo, doença
Estendendo-se pelo corpo do fêmur existe uma linha áspera, que em sua porção causada por deficiência
proximal é dividida em um lábio medial e um lábio lateral de vit. D, aumenta a
O lábio lateral da linha áspera funde-se superiormente com a convexidade natural do
tuberosidade glútea fêmur
Na região entre os dois lábios da linha áspera emergia uma proeminência que se estende até o
trocanter menor, a linha pectínea
A linha áspera termia dividindo-se na linha supracondilar medial e na linha supracondilar lateral, que levam
aos respectivos côndilos
COMPARTIMENTO ANTERIOR
É formado por flexores do quadril e por extensores da perna
Devido à inervação e à ação
Músculo pectíneo
duplas, o músculo pectíneo
Inserção proximal: ramo superior do púbis
pode ser considerado um
Inserção distal: linha pectínea (inferior ao trocanter menor) músculo de transição entre
Inervação: nervo femoral (e alguns ramos do n. obturatório) os compartimentos anterior
Principal ação: adução e flexão da coxa e medial
Músculo iliopsoas
Inserção distal: trocanter menor
Ação: flexão da coxa
Partes:
Psoas maior
Inserção proximal: laterais das vértebras LXII a LV
Inervação: ramos lombares
Psoas menor
Inserção proximal: laterais das vértebras LXII a LI
Inervação: ramos lombares
Ilíaco
Inserção proximal: crista e fossa ilíacas
Inervação: nervo femoral
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Músculo sartório
Inserção proximal: espinha ilíaca anterossuperior
Inserção distal: face medial da tíbia
Fixação tendínea comum com os músculos grácil e semitendíneo (pata de ganso)
Inervação: nervo femoral
Principal ação:
Flexão, abdução e rotação lateral da coxa
Flexão da perna
COMPARTIMENTO MEDIAL
Esses músculos formam o compartimento adutor da coxa e são majoritariamente inervados pelo nervo
obturatório
Músculo grácil
Inserção proximal: corpo e ramo inferior do púbis
Inserção distal: face medial da tíbia
Fixação tendínea comum com os músculos sartório e semitendíneo (pata de ganso)
Essa fixação serve também para estabilizar a face medial do joelho estendido, de forma semelhante
ao trato iliotibial na face lateral do joelho
Inervação: nervo obturatório
Principal ação: adução da coxa
COMPARTIMENTO POSTERIOR
Os músculos semitendíneo, semimembranáceo e a cabeça longa do bíceps femoral são, em conjunto, denominados músculos
isquiotibiais. Isso porque eles possuem 4 características em comum:
Esses músculos representam ¾ dos músculos do compartimento posterior (o outro quarto consiste na cabeça curta do bíceps
femoral)
Músculo semitendíneo
Inserção proximal: túber isquiático
Inserção distal: face medial da tíbia
Fixação tendínea comum com os músculos grácil e sartório (pata de ganso)
Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna
Músculo semimembranáceo
Inserção proximal: túber isquiático
Inserção distal: divide-se em três:
Uma fixação direta na parte posterior do côndilo medial da tíbia
Uma parte que se funde à fáscia poplítea
Uma porção refletida que reforça a porção intercondilar da cápsula articular do joelho e que leva o nome de
ligamento poplíteo oblíquo
Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna
60
Músculo bíceps femoral
Cabeça longa
Inserção proximal: túber isquiático
Inserção distal: face lateral da cabeça da fíbula
Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna
Cabeça curta
Inserção proximal: linha áspera e linha supracondilar lateral do fêmur
Inserção distal: face lateral da cabeça da fíbula
Inervação: divisão fibular comum do nervo isquiático
Principal ação: flexão da perna
O espaço retroinguinal
É dividido em dois compartimentos devido a um espessamento da fáscia ilíaca, o arco iliopectíneo.
Compartimento muscular: lateral ao arco, contém o músculo iliopectíneo e o nervo femoral
Compartimento vascular: medial ao arco, contém os vasos femorais e linfonodos inguinais profundos
O compartimento vascular é revestido por um prolongamento de fáscia, a bainha femoral. Ela termina
fundindo-se à túnica adventícia dos vasos distalmente
A bainha femoral emite septos que dividem o compartimento vascular em três:
Compartimento lateral: contém a artéria femoral
Compartimento intermédio: contém a veia femoral
Compartimento medial: é o canal femoral, podendo conter linfonodos
Os vasos femorais seguem inferiormente (revestidos pela bainha femoral) através do canal dos adutores, uma
passagem intermuscular localizada profundamente ao músculo sartório, que termina distalmente no hiato
dos adutores
61
Nervo femoral
É o maior ramo do plexo lombar
Origina-se no abdome dentro do músculo psoas maior, segue inferiormente pela pelve até passar pelo trígono
femoral, pelo compartimento muscular.
Ao passar pelo trígono femoral, emite diversos ramos para os músculos do compartimento anterior da coxa, além de
ramos articulares e cutâneos
Seu ramo cutâneo terminal é o nervo safeno, que acompanha os vasos femorais pelo canal dos adutores, lateralmente
a eles.
No momento em que os vasos femorais atravessam o hiato safeno, o nervo safeno torna-se superficial,
passando entre os músculos sartório e grácil, e supre a pele da região anteromedial do joelho, perna e pé
Hérnia femoral
Acontece quando há protrusão de alguma víscera abdominal para o canal femoral, através do anel femoral – normalmente, de alguma alça do intestino delgado.
Apresenta-se como uma massa dolorosa no trígono femoral. Pode ocorrer estrangulamento da hérnia, o que pode ocasionar necrose do tecido protraído,
devido a comprometimentos vasculares
Artéria femoral
Principal artéria do membro inferior, é continuação da artéria ilíaca externa
Seus primeiros ramos são: artéria epigástrica superficial, artérias circunflexas ilíacas superficiais e artérias pudendas
externas (superficiais e profundas)
Seu maior e principal ramo é a artéria femoral profunda, que emerge de sua porção
posterolateral
A artéria femoral profunda emite a artéria circunflexa femoral medial e a artéria
circunflexa femoral lateral, que irão suprir músculos da coxa e a extremidade
proximal do fêmur
A artéria circunflexa femoral lateral possui três ramos:
Ramo ascendente
Ramo transverso
Ramo descendente
A artéria circunflexa femoral medial é responsável pela maior parte da irrigação da cabeça e do colo
do fêmur, através das artérias retinaculares posteriores
A artéria femoral profunda termina emitindo de 3 a 4 ramos perfurantes, que se dirigem lateralmente
passando ao redor da face posterior do fêmur
Essas artérias ganham o compartimento posterior passando A artéria obturatória ajuda a a. femoral
pela parte aponeurótica da fixação do músculo adutor magno a suprir os músculos adutores por meio
Participam de uma grande rede anastomótica que se estende de seus ramos anteriores e posteriores.
Além disso, emite um ramo acetabular
da região glútea à poplítea
que se localiza dentro do ligamento da
cabeça do fêmur e supre esse local
Veia femoral
Continuação da veia poplítea após passar pelo hiato dos adutores
Entra na bainha femoral entre a artéria femoral (lateralmente) e o canal femoral (medialmente) e termina
posteriormente ao ligamento inguinal tornando-se veia ilíaca externa
Recebe, na parte inferior do trígono femoral, a veia femoral profunda, a veia safena magna e outras tributárias
Nervos clúnios
Originam-se do plexo sacral e inervam a pele da região glútea
São três grupos: nervos clúnios superiores, médios e inferiores
62
Nervos glúteos profundos
Trata-se de um grupo de 7 nervos. Todos emergem do plexo sacral e saem da pelve através do forame isquiático
maior.
A lesão do nervo glúteo superior acarreta falha na ação dos músculos glúteos médio e mínimo. Clinicamente, alguns sinais podem ser vistos nesse caso – um
paciente que tenta apoiar-se em um pé só não consegue manter o nível da pelve caso o nervo do lado de apoio esteja lesado. Essa queda da pelve para o lado
sem apoio é chamada de sinal de Trendelenburg positivo (sinal causado também por luxação da articulação do quadril ou por fratura do trocanter menor)
Outro sinal consiste nas marchas características. Como o paciente não consegue manter o nível da pelve, ele faz movimentos compensatórios para conseguir
caminhar. Por exemplo, inclina-se para o lado com apoio, para elevar a pelve e dar espaço para a movimentação do pé – marcha glútea; levanta o pé mais alto
durante o avanço – marcha escarvante; balança o pé lateralmente – marcha com balanço lateral; essas marchas também são características do quadro de pé em
gota, decorrente da lesão do nervo fibular comum
Nervo isquiático
Maior nervo do corpo, é a estrutura mais lateral a emergir do forame isquiático maior
Não inerva estruturas da região glútea, mas sim músculos posteriores da coxa, músculos da perna e do pé e
a pele da maior parte da perna e do pé
É na verdade formado por dois nervos unidos na mesma bainha conjuntiva (nervo tibial e nervo fibular
comum). Esses nervos normalmente se separam na porção distal da coxa
Em alguns indivíduos, os nervos separam-se ao emergir da pelve, podendo o nervo fibular comum
passar superiormente ao músculo piriforme ou entre suas fibras
63
Nervo pudendo
Estrutura mais medial a emergir do forame isquiático maior
Segue posteriormente ao ligamento sacroespinal e entra no períneo através do forame isquiático menor para
suprir estruturas nessa região
64
FOSSA POPLÍTEA
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Consiste em um espaço posterior à articulação do joelho que dá passagem a estruturas neurovasculares importantes e é
preenchido principalmente por gordura.
Seus limites superficiais são:
Superolateral: músculo bíceps femoral
Superomedial: músculo semimembranáceo
Inferiores: cabeças medial e lateral do músculo gastrocnêmio
Seus limites profundos são:
Superiores: linhas supracondilares medial e lateral do fêmur
Inferior: linha para o músculo sóleo da tíbia
Conteúdo da fossa poplítea:
Extremidade da veia safena parva
Artéria e veia poplíteas e seus ramos e tributárias
Nervos tibial, fibular comum e outros ramos cutâneos
Nervo cutâneo femoral posterior
Linfonodos e vasos linfáticos poplíteos
O assoalho da fossa é feito pela face poplítea do fêmur, pela cápsula articular do joelho e pela fáscia do músculo poplíteo
Vascularização
A artéria poplítea começa quando a artéria femoral passa pelo hiato dos adutores. Ela segue profundamente pela fossa
poplítea até a margem inferior do músculo poplíteo, onde divide-se na artéria tibial anterior e na artéria tibial posterior
A veia poplítea surge no nível da margem distal do músculo poplíteo como uma continuação da veia tibial posterior.
Ela ascende próxima e superficialmente à artéria poplítea, transformando-se em veia femoral ao passar pelo hiato dos
adutores
A veia poplítea recebe a veia safena parva, que perfura a fáscia poplítea após ascender da face posterior do
maléolo lateral para entrar na fossa poplítea
65
JOELHO
Maior articulação, classifica-se como sinovial do tipo gínglimo, permitindo basicamente flexão e extensão.
A PATELA
Características gerais:
Maior osso sesamoides do corpo, possui duas faces, três bordas e um ápice
Faces:
Face anterior
Face convexa e subcutânea
Ponto de inserção do tendão do músculo quadríceps femoral
Face articular
Dividida por uma crista longitudinal:
o Parte medial
o Parte lateral
Geralmente, a parte lateral é maior
O ápice da patela é sua extremidade distal afilada
ARTICULAÇÕES E ESTABILIDADE
A articulação do joelho é formada, na verdade, por três articulações:
Duas articulações femorotibiais (uma medial e outra lateral), entre os côndilos do fêmur e da tíbia
Uma articulação femoropatelar, intermediária
A estabilidade do joelho depende: A fíbula não participa da
articulação do joelho
Dos músculos e fixações adjacentes, sendo o mais importante o quadríceps femoral
Dos ligamentos que unem o fêmur à tíbia
LIGAMENTOS INTRA-ARTICULARES
Ligamentos cruzados
Os ligamentos cruzam-se dentro da cápsula articular, mas fora da cavidade sinovial, no centro da articulação
Durante a rotação medial da tíbia sobre o fêmur, eles espiralam-se; durante a rotação lateral, eles se desenrolam. Por
isso, a rotação lateral tem maior amplitude possível do que a rotação medial, sendo limitada pelo LCT
Meniscos
São discos de fibrocartilagem em forma de meia-lua, que se encontram nas faces articulares da tíbia e cuja função é
aprofundar essas faces e absorver o choque
Suas margens externas são mais espessas do que a porção interna do menisco. Essas margens estão ligadas à periferia
dos côndilos da tíbia por meio dos ligamentos coronários, parte da cápsula articular
Os dois meniscos são conectados um ao outro anteriormente pelo ligamento transverso do joelho, que atravessa a
área intercondilar anterior
Menisco medial
Tem formato de “C” e sua face posterior é mais larga que a anterior
Sua extremidade (corno) anterior é fixado à área intercondilar anterior, anteriormente à fixação do LCA
Sua extremidade (corno) posterior está fixada à área intercondilar posterior,
anteriormente à fixação do LCP
Está firmemente aderido à face profunda do LCT
É menos móvel sobre o platô tibial do que o menisco lateral
Menisco lateral
Tem formato quase circular e é menor e mais móvel do que o menisco medial
Parte do tendão do músculo poplíteo está fixado ao menisco lateral
Encontra-se unido ao LCP e ao côndilo medial do fêmur pelo ligamento meniscofemoral
posterior
67
REDE ARTICULAR DO JOELHO
A irrigação arterial do joelho provém principalmente da artéria poplítea, que emite cinco ramos
geniculares:
Artéria superior lateral do joelho
Artéria superior medial do joelho
Artéria média do joelho
Artéria inferior lateral do joelho
Artéria inferior medial do joelho
Artéria fibular recorrente
Outras artérias também contribuem para a rede articular do joelho:
Artéria descendente do joelho – ramo superomedial da artéria femoral - emite um ramo
articular, para o joelho, e um ramo safeno
Ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral
Artéria recorrente tibial anterior
A posição do fêmur na coxa é diagonal, enquanto que a posição da tíbia é praticamente vertical. Essa disposição gera uma angulação normal no joelho chamada
de ângulo Q. Ele é medido com relação a duas linhas imaginárias, uma passando da EIAS até o centro da patela e outra que atravessa o meio da patela
verticalmente. Existem distúrbios de angulação associados a essa disposição que prejudicam a articulação do joelho:
Joelho varo – nesse quadro, o ângulo Q é menor do que o normal, causando um desvio lateral do joelho. Pode ocorrer artrose, o ligamento colateral fibular fica
excessivamente tensionado e o menisco medial é desgastado (sustentação desigual do peso)
Joelho valgo – nesse quadro, o ângulo Q é maior do que o normal, causando um desvio medial do joelho. Pode ocorrer artrose, o ligamento colateral tibial fica
excessivamente tensionado e o menisco lateral é desgastado
68
PERNA
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O esqueleto da perna é composto pela tíbia e pela fíbula
A tíbia articula-se com o fêmur, superiormente, e com o tálus, inferiormente, tendo a função de transferência do peso.
A fíbula tem função principal de fixação muscular.
Esses dois ossos estão unidos entre si pela membrana interóssea
A perna é dividida em 3 compartimentos:
Compartimento anterior: também chamado do compartimento dorsiflexor (extensor), situa-se entre a face lateral da
tíbia e a face medial da fíbula, anteriormente à membrana interóssea
Inferiormente, esse compartimento é marcado por dois espessamentos de fáscia, que unem os tendões dos
músculos anterior da perna e evitam seu estrangulamento durante a dorsiflexão:
Retináculo superior dos músculos extensores: faixa proximal aos maléolos que segue da tíbia até a
fíbula
Retináculo inferior dos músculos extensores: faixa em Y depois do cruzamento da articulação
talocrural
Compartimento lateral: também chamado de compartimento eversor, é o menor da perna. O compartimento termina
inferiormente no retináculo superior dos músculos fibulares
Os tendões dos músculos fibulares passam profundamente ao retináculo e posteriormente ao maléolo
lateral, que é utilizado como tróclea para seu cruzamento para a articulação talocrural
Compartimento posterior: o maior dentre os três compartimentos, é divido em grupos superficial e profundo pelo
septo intermuscular transverso
O septo intermuscular transverso termina distalmente como o retináculo dos músculos flexores
TÍBIA
A tíbia se localiza anteromedialmente na perna, sendo o segundo maior osso do corpo
Extremidade proximal
A extremidade superior da tíbia alarga-se para formar os côndilos lateral e medial, os quais, juntos, formam
uma área conhecida como face articular superior ou platô tibial, para articulação com o fêmur
As faces articulares de cada côndilo tibial são separadas por uma eminência intercondilar, formada pelos
tubérculos intercondilares medial e lateral
Anterior e posteriormente à eminência intercondilares ficam as áreas intercondilares anterior e
posterior
Os tubérculos intercondilares encaixam-se na fossa intercondilar do fêmur
Anterolateralmente ao côndilo lateral da tíbia existe um ponto de fixação para o trato iliotibial, conhecido
como tubérculo de Gerdy
Posterolateralmente ao tubérculo de Gerdy, fica a face articular fibular da tíbia, para articulação
com a cabeça da fíbula
Posteriormente ao maléolo medial existe o sulco para o tendão do músculo semimembranáceo
Corpo da tíbia
É formado por três margens e três faces
A margem anterior é a mais proeminente e, adjacente a ela, localizam-se a face medial e a face lateral
O prolongamento proximal da margem anterior é marcado pela tuberosidade da tíbia, local de
fixação do ligamento patelar
Toda a margem anterior e a face medial são subcutâneos (senso comum: “canela”)
A segunda margem é a margem interóssea, aguda em todo o percurso de fixação da membrana interóssea.
Adjacente a ela estão a face lateral e a face posterior
A margem medial da tíbia situa-se entre a face medial e a face posterior
Na porção proximal da face posterior existe uma crista áspera chamada de linha para o músculo
sóleo, que se estende inferiormente do local de articulação com a cabeça da fíbula até a margem
medial
69
Extremidade distal
A extremidade distal da tíbia é mais fina que a proximal, expandindo-se apenas medial para formar o maléolo medial
A margem interóssea da tíbia deixa de ser aguda na extremidade inferior do osso e passa a ter um sulco para
articulação da porção distal da fíbula, sulco este chamado de incisura fibular da tíbia
A tíbia possui ainda uma face articular inferior e uma face articular do maléolo medial para articulação com o tálus
Na face posterior da extremidade distal existe um sulco maleolar, lateralmente ao maléolo medial, que serve como
sulco dos tendões dos músculos tibial posterior e flexor longo dos dedos
FÍBULA
Localiza-se posterolateralmente à tíbia
Extremidade proximal
Compõe-se de uma cabeça arredondada, na qual existe um ápice da cabeça da fíbula, e um curto colo que segue a
cabeça
A cabeça da fíbula articula-se com a face articular fibular, no côndilo lateral da tíbia
Os dois maléolos formam
Corpo um encaixe que é o
Possui três margens – anterior, interóssea e posterior –, e três faces – lateral, medial e posterior componente superior da
articulação talocrural
Extremidade distal
Alarga-se e prolonga-se lateralmente para formar o maléolo lateral, mais proeminente que o medial
A face posterior do maléolo medial possui um entalhe conhecido como fossa do maléolo lateral
Possui uma face articular do maléolo lateral
COMPARTIMENTO ANTERIOR
Composto por quatro músculos cuja ação principal está relacionada à dorsiflexão (extensão) do tornozelo
70
Músculo fibular terceiro
Inserção proximal: terço inferior da face medial da fíbula
Inserção contínua com a do extensor longo dos dedos, do qual é parte
Inserção distal: base do 5º metatarsal
Inervação: nervo fibular profundo
Principal ação: dorsiflexão do tornozelo e auxílio na eversão do pé
COMPARTIMENTO LATERAL
Músculo fibular longo
Inserção proximal: parte superior da face lateral da fíbula
Inserção distal: base da face inferior do cuneiforme medial e 1º metatarsal
O tendão do músculo fibular longo passa profundamente ao retináculo inferior dos músculos fibulares. Depois
segue inferiormente à tróclea fibular do calcâneo e passa por um sulco no osso cuboide até chegar em sua
fixação distal
Inervação: nervo fibular superficial O tendão do músculo
Principal ação: eversão do pé fibular longo é posterior ao
tendão do músculo fibular
Músculo fibular curto curto na passagem pelo
Inserção proximal: parte inferior da face lateral da fíbula maléolo lateral
Inserção distal: tuberosidade do 5º metatarsal
O tendão do músculo fibular curto para superiormente à tróclea fibular do calcâneo para então chegar em
sua fixação distal
Inervação: nervo fibular superficial
Principal ação: eversão do pé
COMPARTIMENTO POSTERIOR
- Grupo superficial
Músculo gastrocnêmio
Inserção proximal:
Cabeça lateral: face lateral do côndilo lateral do fêmur
O sóleo e o gastrocnêmio
Cabeça medial: face poplítea, superiormente ao côndilo medial do fêmur
são, juntos, chamados de
Inserção distal: calcâneo, por meio da fixação comum do tendão do calcâneo tríceps sural
Inervação: nervo tibial
Principal ação:
Flexão do tornozelo
Elevação do calcanhar
Flexão da perna
Músculo sóleo
Inserção proximal:
Cabeça e face posterior da fíbula
Linha para o músculo sóleo, na face posterior da tíbia
Arco tendíneo do músculo sóleo, entre as duas fixações anteriores
Por esse arco passam a artéria poplítea e o nervo tibial ao saírem da fossa
poplítea
Inserção distal: calcâneo (tendão do calcâneo)
Inervação: nervo tibial
Principal ação: flexão do tornozelo
Principalmente recrutado na caminhada, também auxilia na manutenção do equilíbrio
71
Músculo plantar
Inserção proximal: linha supracondilar lateral do fêmur e ligamento poplíteo oblíquo
Inserção distal: calcâneo (tendão do calcâneo)
Seu tendão longo segue distalmente entre os músculos sóleo e gastrocnêmio, e une-se ao tendão do calcâneo
através de sua margem medial
Inervação: nervo tibial
Principal ação: auxilia na flexão do tornozelo
72
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
Irrigação arterial
A artéria poplítea divide-se, ao passar pela margem inferior do músculo poplíteo (ao
atravessar pelo arco tendíneo do músculo sóleo), em dois ramos:
A artéria tibial anterior emerge da artéria poplítea e imediatamente passa ao
compartimento anterior da perna através de uma abertura na parte superior
da membrana interóssea
A artéria tibial anterior desce pela face anterior da membrana
O compartimento lateral interóssea, entre os músculos tibial anterior e extensor longo dos
é suprido por ramos dedos, acompanhada pelo nervo fibular profundo
perfurantes das artérias
Geralmente dá origem à artéria circunflexa fibular, que circunda o colo
tibial anterior e fibular
da fíbula e segue para as anastomoses do joelho
Dá origem a duas artérias que seguem para as anastomoses do joelho:
A artéria recorrente tibial posterior, antes de passar para o
compartimento anterior
A artéria recorrente tibial anterior, depois de passar pela
membrana interóssea
A artéria tibial posterior, segundo ramo da artéria poplítea, segue inferiormente
acompanhada do nervo e veias tibiais
A artéria tibial posterior emite um ramo lateral, a artéria fibular, que
desce em direção à fíbula, em geral dentro do músculo FLH, dando
origem à artéria nutrícia da fíbula
A artéria tibial posterior segue posteriormente ao maléolo medial,
posteriormente aos tendões do TP e do FLD e anteriormente ao
tendão do FLH
Inervação
O nervo isquiático divide-se ao nível do ângulo superior da fossa poplítea em dois ramos:
O nervo tibial supre todos os músculos do compartimento posterior.
Segue inferiormente pela fossa poplítea, acompanhando a artéria poplítea, e passa profundamente
ao arco tendíneo do músculo sóleo. Passa então a acompanhar a artéria tibial posterior
Passa posteriormente ao maléolo medial, entre os tendões dos músculos FLD e FLH
O nervo fibular comum é o segundo ramo do nervo isquiático e segue em direção ao compartimento anterior.
Depois de dar a volta em torno do colo da fíbula, origina seus dois ramos terminais
O nervo fibular superficial, mais lateral, supre os músculos do compartimento lateral.
Segue entre os músculos fibular longo e fibular curto e depois continua como um nervo
cutâneo da região
O nervo fibular profundo, mais medial, supre os músculos do compartimento anterior
Segue inferomedialmente acompanhado da artéria tibial anterior (primeiro entre os
músculos ELD e TA e depois entre os músculos ELH e TA)
73
O nervo sural origina-se de ramos dos nervos tibial e fibular comum e segue entre as cabeças do músculo gastrocnêmio
e, depois, lateralmente ao tendão do calcâneo
Supre a pele da região posterolateral da perna e do pé
O nervo safeno origina-se do nervo femoral e, na perna, seu trajeto consiste em acompanhar a veia safena magna
A lesão do nervo fibular comum é relativamente mais frequente devido à sua posição vulnerável em torno do colo da fíbula. Essa lesão causa paralisia flácida dos
músculos dos compartimentos anterior e lateral da perna, o que causa perda da dorsiflexão e da eversão do pé, resultando em um sinal clínico conhecido como
“pé em gota”
74
TORNOZELO E PÉ
OSSOS DO PÉ
O esqueleto do pé é composto pelos ossos tarsais (7), metatarsais (5) e as falanges (14)
Falanges
O hálux possui duas falanges: distal e proximal
Os demais dedos possuem três falanges cada: proximal, média e distal
Cada falange possui uma base, proximal, um corpo e uma cabeça, distal
75
ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
A articulação do tornozelo é sinovial do tipo gínglimo, envolve a tíbia, a fíbula e o tálus
Faces articulares
As extremidades distais da tíbia e da fíbula formam o encaixe maleolar ao qual se articula a tróclea do tálus
Os maléolos seguram o tálus durante os movimentos da articulação
Ligamentos
Reforçando a articulação lateralmente, existe o ligamento colateral lateral, formado por três ligamentos:
Ligamento talofibular anterior: do maléolo lateral ao colo do tálus
O ligamento colateral lateral
Ligamento talofibular posterior: da fossa do maléolo lateral até o tubérculo lateral
é o mais frequentemente
do tálus distendido do corpo
Ligamento calcaneofibular: do maléolo lateral até a face lateral do calcâneo
Reforçando a articulação medialmente, existe o ligamento colateral medial (deltoideo), formado por quatro partes:
Parte tibionavicular
Parte tibiocalcânea
Parte tibiotalar anterior
Parte tibiotalar posterior
ARTICULAÇÕES DO PÉ
Articulações intertarsais
As mais importantes são: articulação talocalcânea e a articulação transversa do tarso (calcaneocuboidea e
talocalcaneonavicular)
A inversão e eversão do pé são os principais movimentos dessas articulações
Articulação talocalcânea
É do tipo sinovial plana e é sustentada pelos ligamentos:
Talocalcâneo medial
Talocalcâneo lateral
Talocalcâneo posterior
Talocalcâneo interósseo
Articulação talocalcaneonavicular
Do tipo sinovial esferóidea, envolve a cabeça do tálus com o calcâneo e o navicular
É sustentada pelo ligamento calcaneonavicular plantar (“em mola”)
Estende-se do sustentáculo do tálus à face posterior do navicular, preenchendo esse espaço
Possui funções importantes na transferência de peso e na manutenção do arco longitudinal do pé
Articulação calcaneocuboidea
Articulação sinovial do tipo plana formada pelos ligamentos:
Calcaneocuboideo dorsal
Calcaneocuboideo plantar (“plantar curto”)
Situado entre os ligamentos calcaneonavicular plantar e plantar longo
Participa da manutenção do arco longitudinal
Plantar longo
Segue da face plantar do calcâneo até o sulco no cuboide
Algumas de suas fibras seguem para a base dos metatarsais, formando, assim, um “túnel”
para o tendão do músculo fibular longo
Importante para a manutenção do arco longitudinal
Articulação cuneonavicular
Articulação entre a face anterior do navicular e as faces posteriores dos cuneiformes
Sustentada pelos ligamentos cuneonaviculares dorsal e plantar
76
Articulação tarsometatarsal
Entre os ossos tarsais anteriores e as bases dos metatarsais
Sustentada pelos ligamentos: tarsometatarsais dorsais, plantares e interósseos
Articulação intermetatarsal
Os quatro metatarsais laterais são unidos na base pelos ligamentos metatarsais dorsais, plantares e
interósseos
Os metatarsais mais distalmente pelos ligamentos:
Metatarsais transversos superficiais
Metatarsais transversos profundos
ARCOS DO PÉ
Para que o pé não transmita grandes impactos para o sistema esquelético ao tocar o solo, existem algumas estratégias para
aumentar sua resiliência. Por exemplo, o fato de ser formado por vários ossos unidos por ligamentos aumenta sua flexibilidade e
capacidade de deformação. Além disso, esses ossos estão dispostos em arcos
Arco longitudinal do pé
É formado pelas partes medial e lateral, que atuam, do ponto de vista funcional, como uma unidade e em conjunto
com o arco transverso na distribuição do peso
Arco longitudinal medial
É mais alto e mais importante
É formado por: calcâneo, tálus, navicular, os três cuneiformes e os três metatarsais mediais
A cabeça do tálus é o componente mais importante do arco
O tendão do músculo tibial anterior, que se fixa ao metatarsal I, ajuda na sustentação do arco
O tendão do músculo fibular longo, que cruza da face lateral para se fixar ao cuneiforme medial e ao
metatarsal I, também auxilia na sustentação do arco
Arco longitudinal lateral
É mais plano
Apoia-se no chão na posição de pé
É formado por: calcâneo, cuboide e os dois metatarsais laterais
Arco transverso do pé
Segue de um lado a outro
Os arcos longitudinais lhe servem como
pilares
É formado por: cuboide, cuneiformes,
bases dos metatarsais
Os tendões dos músculos tibial posterior
e fibular longo contribuem para sua
sustentação
77
Integridade dos arcos
É mantida por fatores passivos e dinâmicos
Fatores passivos:
Formato dos ossos unidos
Camadas sucessivas de tecido fibroso:
Aponeurose plantar
Ligamento plantar longo
Ligamento calcaneocuboideo plantar
Ligamento calcaneonavicular plantar
Fatores dinâmicos:
Ações reflexas dos músculos intrínsecos do pé
Contrações ativas dos músculos com tendões longos que se estendem até o pé
Fáscia muscular
A fáscia do dorso do pé é contínua com o retináculo inferior dos músculos extensores, mais espesso que a fáscia
Na parte posterior e lateral do pé, a fáscia muscular é contínua com a fáscia plantar, que reveste toda a planta
A fáscia plantar possui uma região central mais espessa, a aponeurose plantar
Segue distalmente do calcâneo até se dividir em 5 faixas até os dedos
É reforçada na região da cabeça dos metatarsais pelas fibras que formam o ligamento metatarsal
transverso superficial
Emite septos que dividem a planta em três compartimentos
Compartimentos
Compartimento dorsal: estende-se da fáscia dorsal até os ossos tarsais (mais
posteriormente) e até a fáscia interóssea dorsal
Compartimento interósseo: está presente apenas na parte anterior do pé e
estende-se da fáscia interóssea dorsal à fáscia interóssea plantar, contendo
os ossos metatarsais
Compartimento plantar medial: coberto pela fina fáscia plantar medial
Compartimento plantar central: coberto pela aponeurose plantar
Compartimento plantar lateral: coberto pela fina fáscia plantar lateral
DORSO DO PÉ
Músculo extensor curto dos dedos
Inserção proximal: calcâneo (assoalho do seio do tarso)
Inserção distal: tendões do músculo extensor longo dos dedos
O seio tarsal é um espaço
Inervação: nervo fibular profundo existente lateralmente entre
Principal ação: extensão do 2º ao 4º dedos o calcâneo e tálus
78
Músculo extensor curto do hálux
Inserção proximal: comum com o extensor curto dos dedos
Inserção distal: base da falange proximal do hálux
Inervação: nervo fibular profundo
Principal ação: extensão do hálux
1ª CAMADA DA PLANTA
Músculo flexor curto dos dedos
Inserção proximal: processo medial da tuberosidade do calcâneo
Inserção distal: divide-se para se fixar aos dois lados das falanges médias dos quatro dedos laterais
Inervação: nervo plantar medial
Principal ação: flexão dos quatro dedos laterais
2ª CAMADA DA PLANTA
Músculo quadrado plantar
Inserção proximal: face plantar do calcâneo
Inserção distal: face lateral do tendão do músculo flexor longo dos dedos
Inervação: nervo plantar lateral
Principal ação: flexão dos quatro dedos laterais
3ª CAMADA DA PLANTA
Músculo flexor curto do hálux
Inserção proximal: face plantar do cuboide e do cuneiforme lateral
Inserção distal: os dois lados da base da falange proximal do hálux (divide-se em cabeça lateral e cabeça medial)
Inervação: nervo plantar medial
Principal ação: flexão da falange proximal do hálux
79
Músculo adutor do hálux
Inserção proximal:
Cabeça transversa: ligamentos plantares das articulações metatarsofalângicas
Cabeça oblíqua: bases do 2º ao 4º metatarsais
Inserção distal: face lateral da falange proximal do hálux
Inervação: ramo profundo do nervo plantar lateral
Principal ação:
Adução do hálux
Manutenção do arco transverso
4ª CAMADA DA PLANTA
Músculo interósseos plantares (3 músculos)
Inserção proximal: faces mediais do 3º ao 5º metatarsais
Inserção distal: faces mediais das falanges proximais do 3º ao 5º dedo
Inervação: nervo plantar lateral
Principal ação: adução dos 3 dedos laterais e flexão das articulações metatarsofalângicas
80
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
Irrigação arterial
A artéria tibial anterior é responsável pela irrigação do dorso do pé. Ao passar pelo nível dos dois maléolos, transforma-
se na artéria dorsal do pé, que segue profundamente ao retináculo inferior dos músculos extensores
Depois dos ramos maleolares, a artéria dorsal do pé emite a artéria tarsal lateral e ramos menores, ou artérias
tarsais mediais.
A artéria tarsal lateral segue sob o músculo ECD
Depois de emitir as artérias tarsais, a artéria dorsal do pé continua seu trajeto até originar seus ramos
terminais:
A artéria dorsal do pé dá origem à artéria arqueada, que segue lateralmente pela região das bases
dos metatarsais, podendo unir-se à artéria tarsal lateral, formando uma alça arterial
Da artéria arqueada, emergem ramos perfurantes, que se dirigem à face plantar para se
unir ao arco plantar profundo
Dá origem também às 2ª, 3ª, 4ª e 5º artérias metatarsais dorsais, as quais dão origem a
artérias digitais dorsais, que se dirigem aos 3º, 4º e 5º dedos e à face lateral do 2º dedo
A artéria plantar profunda emerge depois da artéria arqueada, entre as bases do 1º e 2º metatarsais.
Passa entre as cabeças do 1º interósseo dorsal para ganhar a face plantar do pé. Lá, une-se com a
artéria plantar lateral para originar o arco plantar profundo
A artéria dorsal do pé termina finalmente como a 1ª artéria metatarsal dorsal, responsável por irrigar
as duas faces do hálux e a face medial do 2º dedo, através de artérias digitais dorsais
A irrigação da planta do pé provém da artéria tibial posterior. Depois de passar posteriormente ao maléolo medial e
profundamente ao retináculo dos músculos flexores, a artéria segue para a planta do pé e, profundamente ao músculo
abdutor do hálux, divide-se em seus ramos terminais: a artéria plantar medial e a artéria plantar lateral
A artéria plantar medial é o ramo menor da artéria tibial posterior, acompanha a margem medial da planta
Dá origem a ramos profundos da artéria plantar medial, que se destinam à irrigação de músculos,
principalmente
Dá origem a um ramo superficial da artéria plantar medial, que supre a pele da face medial da planta,
além de dar origem a artérias digitais plantares próprias, que suprem o hálux e a face medial do 2º
dedo
Às vezes, o ramo superficial se anastomosa com o arco plantar profundo ou com a artéria
plantar lateral, dando origem a um arco plantar superficial
A artéria plantar lateral é maior que a medial e segue entre os músculos flexor curto dos dedos (1ª camada)
e quadrado plantar (2ª camada), acompanhada do nervo plantar lateral
Ao chegar na base dos metatarsais, a artéria plantar lateral curva-se medialmente e cruza a planta
até se anastomosa com a artéria plantar profunda (da artéria dorsal do pé), dando origem ao arco
plantar profundo
Desse arco emergem ramos perfurantes e outros ramos para a pele, fáscia e músculos
Emergem também as artérias metatarsais plantares, que logo dão origem às artérias digitais
plantares comuns. Estas dividem-se nas artérias plantares digitais próprias, que irão irrigar
os 3º, 4º e 5ºdedos e a face lateral do 2º dedo
81
Drenagem venosa
É feita principalmente por veias superficiais, que se comunicam durante seu trajeto ascendente pelo membro inferior
com veias profundas
As veias profundas ocorrem geralmente aos pares, acompanhando artérias
As veias digitais dorsais continuam proximalmente como veias metatarsais dorsais. Estas veias também recebem ramos
de suas tributárias plantares, as veias digitais plantares.
As veias metatarsais dorsais drenam então para o arco venoso dorsal do pé, o qual faz a drenagem juntamente com a
rede venosa do pé, proximal ao arco e que cobre o restante do dorso. Dessa rede, emergem duas veias principais:
Veia marginal medial – dá origem à veia safena magna, que segue pela tela subcutânea da face medial do
membro inferior até desembocar na veia femoral
Veia marginal lateral – dá origem à veia safena parva, que segue pela face posterior da perna e desemboca
na veia poplítea
Inervação
O ramo cutâneo mais longo do nervo femoral, o nervo safeno, segue anteriormente ao maléolo medial até o dorso do
pé, onde emite ramos para a articulação talocrural e para a pele da face medial do pé – inervação cutânea
O nervo sural, que acompanha a veia safena parva, entra no pé passando posteriormente ao maléolo lateral e emite
ramos para a articulação talocrural e para a pele da face lateral do pé (nervo cutâneo dorsal lateral) – inervação cutânea
Depois de suprir os músculos do compartimento lateral da perna, o nervo fibular superficial emerge como um nervo
cutâneo.
Supre a maior parte do dorso do pé, emitindo como ramos terminais os nervos digitais dorsais comuns e
próprios, cujo território de inervação são os 3 dedos lateral, a face lateral do 2º dedo e a face medial do 1º
dedo
Depois de suprir os músculos do compartimento anterior da perna, o nervo fibular profundo passa profundamente ao
retináculo dos músculos extensores e supre os músculos intrínsecos do dorso do pé (ECD e ECH) e algumas
articulações.
Depois emerge como um nervo cutâneo e emite nervos dorsais comuns e próprios, cujo território de
inervação se restringe à face medial do 2º dedo e à face lateral do 1º dedo
O nervo tibial passa posteriormente ao maléolo medial e profundamente ao retináculo dos músculos flexores,
destinando-se à planta. Lá, profundamente ao músculo AH, divide-se em seus ramos terminais: nervo plantar medial
e nervo plantar lateral
O nervo plantar medial segue lateralmente à artéria plantar medial, entrando na planta profundamente ao
músculo AH e depois entre este e o músculo FCD, suprindo ambos
O nervo plantar medial segue anteriormente e emite ramos para os músculos FCH e para o 1º
lumbrical
Supre parte da pele plantar medial
Termina como 3 nervos digitais comuns, que logo dividem-se em nervos digitais próprios, cujo
território de inervação são os 1º, 2º e 3º dedos, além da face medial do 4º dedo
O nervo plantar lateral também entra na planta profundamente ao músculo AH, mas segue
anterolateralmente por ela, acompanhando a artéria plantar lateral por sua face medial
Esse nervo termina dividindo-se em dois ramos:
O ramo superficial do nervo plantar lateral emite ramos musculares, mas termina como
nervos cutâneos – um nervo digital plantar comum (que se divide em próprios para suprir
o 5º dedo) e um nervo digital plantar próprio (para a face lateral do 4º dedo)
O ramo profundo do nervo plantar lateral segue entre a 3ª e a 4ª camadas musculares da
planta, acompanhando o arco arterial plantar
O nervo plantar lateral supre todos os músculos que o plantar medial deixou de suprir
82
Extra: inserções musculares
83
MÓDULO III: MEMBRO SUPERIOR
CÍNGULO DO MEMBRO
SUPERIOR
O cíngulo do membro superior é formado pelas clavículas e pelas escápulas, que estão unidas ao esqueleto axial por meio do esterno
OSSOS DO CÍNGULO
Clavícula
Osso responsável por fazer a ligação do membro superior com o tronco
A face superior da clavícula é lisa e está subjacente à pele e ao músculo platisma (na tela subcutânea)
A face inferior da clavícula está em contato com a 1ª costela e é dotada de acidentes ósseos
Próximo à extremidade esternal, fica a impressão do ligamento costoclavicular
Esse ligamento une a 1ª costela à clavícula, limitando a elevação do ombro
Em sua parte média, fica o sulco do músculo subclávio, local de inserção proximal do músculo subclávio
Lateralmente ao sulco do músculo subclávio, fica o tubérculo conoide
Esse acidente ósseo é o ponto de fixação do ligamento conoide, a porção medial do ligamento
coracoclavicular
Lateralmente ao tubérculo conoide, fica a linha trapezóidea
Trata-se do ponto de fixação do ligamento trapezoide, a porção lateral do ligamento
coracoclavicular
Funções da clavícula:
Funciona como um guindaste, mantendo os ossos do membro afastados do tronco e permitindo uma maior
amplitude de movimento.
Suporte móvel para a escápula: permite a realização de movimentos na “articulação escapulotorácica” –
elevação-depressão, retração-protração e rotação
É um dos limites ósseos do canal cervicoaxilar, fornecendo proteção a estruturas que vão do pescoço para o
membro superior
Transmite choques do membro para o esqueleto axial
Escápula
É formada por uma cabeça, um colo e um corpo
O corpo da escápula tem um formato triangular e é formado por duas faces, três margens e três ângulos
A face posterior da escápula é convexa e dividida pela espinha da escápula: acima da espinha, fica a fossa
supraespinal; abaixo da espinha, fica a fossa infraespinal
A espinha da escápula possui um processo em seu terço médio, o tubérculo deltoide da espinha,
ponto de inserção do músculo deltoide
84
A espinha da escápula continua lateralmente até dar uma volta, formando o ângulo do acrômio.
A extremidade plana e expandida da espinha, que se articula com a clavícula e forma o
ponto subcutâneo do ombro, é o acrômio
A face costal é côncava e forma uma grande fossa subescapular
A margem medial da escápula está alinhada com os processos espinhosos das vértebras e também pode ser
chamada de margem vertebral
A margem lateral segue em direção superolateral e também pode ser chamada de margem axilar
Nela fica o sulco dos vasos circunflexos da escápula
A margem superior é a menor e possui dois processos importantes
Em sua extremidade lateral, emerge o processo coracoide, que se dirige superolateralmente em
direção à cavidade glenoidal, e se articula com a clavícula
Medialmente ao processo coracoide, fica um entalhe na margem superior da escápula, a incisura da
escápula
Os três ângulos da escápula são:
Ângulo superior
Ângulo inferior
Ângulo lateral
Ligamentos da articulação:
A articulação esternoclavicular é reforçada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior. Eles
consistem em espessamentos da membrana fibrosa da cápsula articular
Também participa da articulação o ligamento interclavicular, que se estende entre as extremidades esternais
das clavículas, passando pela margem superior do manúbrio, na incisura jugular
O ligamento costoclavicular, que segue da 1ª costela até a impressão na face inferior da clavícula, também
faz parte
Vascularização e inervação:
A articulação EC é suprida pela artéria torácica interna e pela artéria supraescapular
É inervada pelo nervo para o músculo subclávio e pelo nervo supraclavicular medial
Articulação acromioclavicular
É do tipo sinovial plana, contendo um disco articular incompleto
Ligamentos da articulação:
O ligamento acromioclavicular é uma faixa fibrosa que fortalece a cápsula articular superiormente
O ligamento coracoclavicular aumenta a articulação e fornece um meio passivo de transferência do
movimento clavicular à escápula e ao membro superior. Parte do processo coracoide e é formado por dois
ligamentos:
85
Vascularização e inervação:
A articulação AC é suprida pela artéria supraescapular e pela artéria toracoacromial
É inervada pelo nervo peitoral lateral, pelo nervo axilar e por ramos do nervo supraclavicular
Articulação do ombro
É sinovial do tipo esferoidea, com grande mobilidade, mas instável
É feita entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidal da escápula
A cavidade é aprofundada pelo lábio glenoidal, que melhora a acomodação do úmero na articulação
Os músculos do manguito rotador são os mais efetivos na manutenção da cabeça do úmero na articulação
A região inferior da cápsula articular não é reforçada pelos tendões dos músculos do manguito – é
uma área mais fraca e forma uma prega quando o braço é aduzido, o recesso axilar
Ligamentos da articulação:
Os ligamentos glenoumerais são ligamentos intrínsecos (fazem parte da cápsula articular) na forma de três
faixas fibrosas que reforçam a articulação anteriormente
O ligamento coracoumeral parte da base do processo coracoide até o tubérculo maior do úmero e reforça a
articulação superiormente. Também é um ligamento intrínseco
O ligamento transverso do úmero segue entre os dois tubérculos do úmero, transpondo o sulco
intertubercular
O ligamento transverso do úmero converte o sulco intertubercular em um canal para a passagem
do tendão do músculo bíceps braquial
O arco coracoacromial evita a luxação superior do úmero e é formado pelo acrômio e pelo processo
coracoide, unidos pelo ligamento coracoacromial
O tendão do músculo supraespinal passa inferiormente ao arco
Vascularização e inervação:
A articulação glenoumeral é irrigada pelas artérias circunflexas umerais anterior e posterior, além de ramos
da artéria supraescapular
É inervada pelos nervos axilar, supraescapular e peitoral lateral
86
REGIÕES PEITORAL E
ESCAPULAR
Músculo subclávio
Inserção proximal: 1ª costela
Inserção distal: face inferior da clavícula
Inervação: nervo para o músculo subclávio
Principal ação: fixação e depressão da escápula
Síndrome de Poland
Consiste na ausência dos músculos peitorais (com consequente ausência da prega axilar anterior), além de hipoplasia da mama e ausência de segmentos costais
Escápula alada
A paralisia do músculo serrátil anterior, em decorrência da lesão do nervo torácico longo, causa afastamento da escápula da parede torácica, sinal clínico
conhecido como escápula alada. O paciente também tem dificuldade para abduzir o membro acima da linha horizontal, já que o músculo serrátil anterior
também atua girando a escápula superiormente
87
MÚSCULOS TORACOAPENDICULARES POSTERIORES (extrínsecos do dorso)
- Camada superficial
Músculo trapézio
Inserção proximal:
Linha nucal superior
Protuberância occipital externa
Ligamento nucal
Processos espinhosos das vértebras CVII a TXII
Inserção distal:
Face lateral da clavícula As partes ascendente e
Acrômio descendente do trapézio
Espinha da escápula atuam juntas para a
Inervação: rotação da escápula
Nervo acessório (NCXI)
Nervos espinhais cervicais (C3 e C4)
Principal ação:
Parte descendente: elevação da escápula
Parte ascendente: depressão da escápula
Parte transversa: retração da escápula
88
MÚSCULOS ESCAPULOUMERAIS (intrínsecos do ombro)
Músculo deltoide
Inserção proximal:
Face lateral da clavícula
Acrômio
Espinha da escápula
Inserção distal: tuberosidade para o músculo deltoide do úmero
Inervação: nervo axilar
Principal ação:
Parte clavicular (anterior): flexão e rotação medial do braço
Parte acromial (média): abdução do braço (depois dos primeiros 15º)
Parte espinal (posterior): extensão e rotação lateral do braço
O manguito rotador – conjunto dos tendões de 4 dos 6 músculos escapuloumerais reforçando a cápsula articular da articulação do ombro em suas
inserções distais. É formado pelos músculos Supraespinal, Infraespinal, Redondo menor e Subescapular – SIRS e ajuda a manter a cabeça do úmero
na cavidade glenoidal, relativamente rasa, por meio da contração tônica dos músculos. Os músculos do manguito atuam na rotação do úmero
(exceto o supraespinal)
Músculo supraespinal
Inserção proximal: fossa supraespinal da escápula
Inserção distal: tubérculo maior do úmero
Inervação: nervo supraescapular
Principal ação:
Primeiros 15º de abdução do braço
Parte do manguito rotador
Músculo infraespinal
Inserção proximal: fossa infraespinal da escápula
Inserção distal: tubérculo maior do úmero
Inervação: nervo supraescapular
Principal ação:
Rotação lateral do braço
Parte do manguito rotador
Músculo subescapular
Inserção proximal: fossa subescapular da escápula
Inserção distal: tubérculo menor do úmero
Inervação:
Nervo subescapular superior
Nervo subescapular inferior
Principal ação:
Rotação medial do braço
Parte do manguito rotador
89
ESPAÇOS DA REGIÃO ESCAPULOUMERAL
Espaço quadrangular
Limites:
Redondo menor
Face medial do úmero
Cabeça longa do tríceps braquial
Redondo maior
Conteúdo:
Nervo axilar
Artéria circunflexa posterior do úmero
Espaço triangular:
Limites:
Redondo menor
Cabeça longa do tríceps braquial
Redondo maior
Conteúdo:
Artéria circunflexa da escápula
Obs.: não passa através do espaço, mas é visualizável nele
90
AXILA
Comunicações
Superiormente, através do canal cervicoaxilar – com o pescoço
Inferior e lateralmente – com o próprio membro
Inferior e medialmente, ao longo da parede torácica – com os músculos toracoapendiculares serrátil anterior e
latíssimo do dorso
Anteriormente, através do trígono clavipeitoral – com a região peitoral
Posteriormente, através do espaço quadrangular – com a região escapular
Formato/tamanho
São variáveis, sendo que a axila praticamente desaparece quando o braço está abduzido
Nesse caso, as estruturas que passam por esse espaço ficam vulneráveis, o que dá ao reflexo de cócegas uma
função protetora.
Em geral, a axila possui uma base, um ápice e quatro paredes:
91
ARTÉRIAS DA REGIÃO AXILAR
A artéria axilar é uma continuação da artéria subclávia (que dá alguns ramos para a região do membro superior) e continua
distalmente como a artéria braquial
Artéria subclávia
A artéria subclávia direita emerge do tronco braquiocefálico, enquanto a subclávia esquerda emerge diretamente do
arco da aorta
2ª parte da artéria subclávia: emerge posteriormente ao músculo escaleno anterior, e possui 1 ramo:
Tronco costocervical: 4º ramo da subclávia, dá origem a duas outras artérias:
Artéria cervical profunda: segue superiormente para suprir músculos cervicais profundos
Artéria intercostal suprema: segue inferiormente para suprir os dois primeiros espaços intercostais
Artéria axilar
Surge depois da margem lateral da 1ª costela como continuação da artéria subclávia. Segue posteriormente ao
músculo peitoral menor e, quando passa pela margem inferior de músculo redondo maior, torna-se a artéria braquial
O músculo peitoral menor “divide” a artéria axilar em três partes:
1ª parte da artéria axilar: situa-se entre a margem lateral da 1ª costela e a margem medial do músculo peitoral menor.
Possui 1 ramo:
Artéria torácica superior: segue inferiormente pela margem superior do peitoral menor, entre ele o músculo
peitoral menor e em direção à parede torácica. Supre músculos intercostais e parte do serrátil anterior
Costuma anastomosar-se com artérias intercostais e/ou com a artéria torácica interna
2ª parte da artéria axilar: situa-se posteriormente ao músculo peitoral menor e possui 2 ramos:
Artéria toracoacromial: um tronco curto que segue medialmente ao peitoral menor até perfurar a fáscia
clavipeitoral, de onde emite quatro ramos:
Ramo peitoral
Ramo deltoideo
Segue junto da veia cefálica no sulco deltopeitoral
Ramo acromial
Ramo clavicular
92
Artéria torácica lateral: segue pela margem lateral do músculo peitoral menor, acompanhando-o até a parede
torácica. Irriga os músculos peitorais, serrátil anterior e interósseos, além de linfonodos axilares e a face
lateral da mama
Possui trajeto próximo ao do nervo torácico longo
3ª parte da artéria axilar: situa-se entre a margem lateral do músculo peitoral menor e a margem inferior do músculo
redondo maior. Possui 3 ramos:
Artéria subescapular: tem trajeto inferior curto e dá origem a duas outras artérias:
Artéria circunflexa da escápula: ao emergir da artéria subescapular, curva-se posteriormente ao
redor da margem lateral da escápula, seguindo entre os músculos subescapular e redondo maior.
Surge então na porção lateral da fossa infraespinal
Participa das anastomoses ao redor da escápula, emitindo ramos na região de sua margem
inferolateral
Artérias toracodorsal: segue inferiormente acompanhando o nervo toracodorsal, e destina-se
principalmente para o músculo latíssimo do dorso
Artéria circunflexa anterior do úmero: segue lateralmente sobre o colo cirúrgico do úmero, profundamente
aos músculos coracobraquial e bíceps braquial
Emite um ramo ascendente para o ombro
Artéria circunflexa posterior do úmero: também circunda o colo cirúrgico do úmero, mas é maior que a
anterior e segue posteriormente através do espaço quadrangular (juntamente com o nervo axilar)
Irriga a articulação do ombro e músculos adjacentes
Anastomoses periescapulares
A região escapular é rica em anastomoses, por intermédio das artérias supraescapular, dorsal da escápula e circunflexa da escápula (ramo da artéria
subescapular). Essa rede pode ser uma importante fonte de circulação colateral em caso de oclusões (principalmente nas de evolução lenta) ou de necessidade
de ligadura cirúrgica. Por exemplo, uma ligação da artéria axilar proximal à origem da artéria subescapular não causa interrupção grave de fluxo sanguíneo para
o membro superior. Isso porque o sangue que chega às anastomoses periescapulares pelas artérias dorsal da escápula e supraescapular é capaz de dirigir-se
para a 3ª porção da artéria axilar seguindo um fluxo invertido na artéria subescapular e, de lá, seguir para a artéria braquial para irrigar braço, antebraço e mão
VEIA AXILAR
Características
A veia axilar é formada pela união entre a veia braquial e a veia basílica, na margem inferior do músculo redondo maior
Segue anteromedialmente à artéria axilar e possui 3 segmentos, correspondente aos três segmentos das artérias
As tributárias da veia axilar são mais numerosas e mais variáveis que os ramos da artéria axilar, mas
geralmente os acompanham.
Exceção: as veias correspondentes aos ramos da artéria toracoacromial não retornam em um tronco
comum
Termina no nível da margem lateral da 1ª costela, seguindo como veia subclávia
PLEXO BRAQUIAL
93
Importante rede nervosa responsável por suprir o membro superior
Caracterização:
O plexo braquial é formado pelos ramos anteriores dos nervos espinais C5 a TI, que constituem as raízes do plexo
braquial
O plexo é formado por raízes, que se unem para formar os troncos, que formam as divisões, as quais se unem para
formam os fascículos, que acabam como os ramos terminais
Organização do plexo:
Raízes: as raízes consistem nos ramos anteriores dos nervos: C5, C6, C7, C8 e TI
Da raiz de C5 sai o nervo dorsal da escápula
O nervo torácico longo é formado por ramos das raízes de C5, C6 e C7
Troncos: os troncos surgem a partir da união entre as raízes, na entrada do canal cervicoaxilar, posteriormente à
clavícula
Tronco superior: união entre as raízes de C5 e C6
Do tronco superior emergem o nervo supraescapular e o nervo para o músculo subclávio
O nervo supraescapular chega à face posterior da escápula passando abaixo do ligamento
transverso superior da escápula
Tronco médio: continuação da raiz de C7
Tronco inferior: união entre as raízes de C8 e TI
Divisões: as divisões surgem como ramificações dos troncos. Cada tronco dá origem a uma divisão anterior e a uma
divisão posterior
Fascículos: surgem a partir da união entre as divisões e seus nomes indicam sua relação (lateral, posterior ou medial)
com a segunda parte da artéria axilar
Fascículo lateral: surge a partir da união entre a divisão anterior do tronco superior e a divisão anterior do
tronco médio
Do fascículo lateral emerge o nervo peitoral lateral
Fascículo posterior: surge a partir da união entre as divisões posteriores dos três troncos
Do fascículo posterior, emergem, de proximal para distal:
Nervo subescapular superior
Nervo toracodorsal
Nervo subescapular inferior
Fascículo medial: surge como continuação da divisão anterior do tronco inferior
94
Do fascículo medial, emergem, de proximal para distal:
O nervo peitoral lateral comunica-
Nervo peitoral medial
se com o nervo peitoral medial
Nervo cutâneo medial do braço através de uma “alça peitoral”
Nervo cutâneo medial do antebraço
Ramos terminais:
Nervo musculocutâneo: surge como ramo terminal do fascículo lateral
Recebe fibras de C5 a C7
Trajeto: sai da axila perfurando o músculo coracobraquial e segue inferiormente entre os músculos
bíceps braquial e braquial. Termina como o nervo cutâneo lateral do antebraço
Nervo axilar: surge como parte menor e lateral do ramo terminal do fascículo posterior
Recebe fibras de C5 e C6
Trajeto: sai da axila em direção posterior pelo espaço quadrangular, juntamente com a artéria
circunflexa posterior do úmero. Emite o nervo cutâneo lateral superior do braço e depois espirala-se
em torno do colo do úmero, profundamente ao músculo deltoide.
Nervo radial: surge como parte maior e medial do ramo terminal do fascículo posterior. É também o maior
ramo do plexo
Recebe fibras de C5 a TI
Trajeto: sai da axila em direção à face posterior do úmero, onde segue no sulco do nervo radial
acompanhando a artéria braquial profunda, entre as cabeças lateral e medial do músculo tríceps
braquial
Dá origem aos seguintes nervos cutâneos:
Nervo cutâneo lateral inferior do braço
Nervo cutâneo posterior do braço
Nervo cutâneo posterior do antebraço
Nervo mediano: surge a partir da união de ramos terminais provenientes dos fascículos lateral e medial
Recebe fibras de C6 a TI
Trajeto: forma-se anteriormente à artéria axilar, desce pelo braço lateralmente à artéria braquial.
Ao aproximar-se da fossa cubital, cruza e passa a posicionar-se medialmente à artéria braquial.
95
Lesões do plexo braquial
Lesão das partes superiores do plexo (C5 e C6): também conhecida como paralisia de Erb-Duchenne, causa incapacidade de ação de músculos supridos em
grande parte por fibras provenientes dos nervos espinais C5 e C6. A posição clínica característica é: ombro aduzido, em rotação medial, cotovelo estendido e
punho fletido. Também pode haver perda de sensibilidade na região lateral do antebraço. As causas dessa paralisia estão associadas a uma grande separação do
ombro em relação ao pescoço – por em exemplo, em neonatos que sofreram estiramento excessivo do pescoço durante o parto
Lesão das partes inferiores do plexo (C8 e T1): também conhecida como paralisia de Klumpke, é menos comum. Pode ser causada quando o membro superior é
subitamente puxado para cima. Causa incapacidade de ação de músculos supridos em grande parte por fibras provenientes de C8 e T1, como os músculos curtos
da mão. O sinal clínico característico é a “mão em garra”, no momento em que se tenta cerrar o punho
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BRAÇO
ÚMERO
O maior osso do membro inferior, articula-se com a escápula na articulação glenoumeral e com a ulna e o rádio na articulação do
cotovelo
Extremidade proximal
Possui cabeça, colos cirúrgico e anatômico e tubérculos maior e menor
A cabeça do úmero é a parte arredondada que se articula diretamente com a escápula na cavidade glenoidal
O colo anatômico do úmero diz respeito ao sulco que circunda a cabeça distalmente
O colo cirúrgico do úmero é um estreitamento distal à cabeça e aos tubérculos
A junção da cabeça e do colo anatômico com o corpo do úmero é marcada por duas proeminências, os tubérculos.
Entre os dois tubérculos, fica o sulco intertubercular do úmero
O tubérculo maior do úmero projeta-se lateralmente
Segue inferiormente a partir do tubérculo maior a crista do tubérculo maior, que serve como o lábio
lateral do sulco intertubercular
O tubérculo menor do úmero projeta-se anteriormente
Segue inferiormente a partir do tubérculo menor a crista do tubérculo menor, que serve como o
lábio medial do sulco intertubercular
Corpo do úmero
Possui dois acidentes ósseos importantes
Em sua face lateral se localiza a tuberosidade para o músculo deltoide, local de fixação distal do deltoide
Em sua face posterior, estende-se obliquamente o sulco do nervo radial, passagem para o nervo radial e para
a artéria braquial profunda em seu trajeto entre as cabeças do tríceps braquial
Extremidade distal
Alarga-se distalmente a partir do corpo, quando se formam as cristas supraepicondilares medial e lateral
As cristas terminam distalmente nos epicôndilos medial e lateral
O epicôndilo medial é mais proeminente que o lateral
São locais de fixação muscular
A parte mais distal da extremidade inferior do úmero é o côndilo do úmero, processo formado por duas faces
articulares:
A face articular medial é a tróclea, que se articula com a ulna no local da incisura troclear
A face articular lateral é o capítulo, que se articula com a cabeça do rádio
Superiormente ao côndilo do úmero, entre os epicôndilos, existem 3 fossas que recebem partes dos ossos do
antebraço durante a flexão e extensão do antebraço
Anteriormente e acima da tróclea (medialmente) fica a fossa coronóidea, que recebe o processo coronoide
da ulna durante a flexão total do antebraço
Anteriormente e acima do capítulo (lateralmente) fica a fossa radial, que recebe a cabeça do rádio durante a
flexão total do antebraço
Posteriormente, estende-se a fossa do olécrano, que recebe o olecrano da ulna durante a extensão total do
antebraço
97
COMPARTIMENTO ANTERIOR
Músculo bíceps braquial
Inserção proximal:
Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal da escápula
O tendão da cabeça longa do bíceps segue pelo sulco intertubercular, protegido pelo ligamento
transverso do úmero
A ação flexora do músculo bíceps braquial ocorre
Cabeça curta: processo coracoide da escápula
principalmente com o antebraço em supinação.
Inserção distal: O músculo braquial, por outro lado, flete bem o
Tuberosidade do rádio antebraço seja qual for sua posição
Fáscia do antebraço – através da aponeurose do músculo bíceps
braquial
Essa aponeurose cobre a artéria braquial e o nervo mediano, medialmente. Ajuda a proteger essas
e outras estruturas na fossa cubital
Inervação: nervo musculocutâneo
Principal ação: supinação e flexão do antebraço
Músculo coracobraquial
Inserção proximal: processo coracoide da escápula
Inserção distal: terço médio da face medial do úmero
Inervação: nervo musculocutâneo
Principal ação: flexão e adução do braço
O ventre do músculo coracobraquial é perfurado pelo nervo musculocutâneo em seu trajeto
Músculo braquial
Inserção proximal: face anterior do úmero, abaixo da tuberosidade para o músculo deltoide
Inserção distal: tuberosidade e processo coronoide da ulna
Inervação: nervo musculocutâneo
Principal ação: flexão do antebraço
COMPARTIMENTO POSTERIOR
Músculo tríceps braquial
Inserção proximal:
Cabeça longa: tubérculo infraglenoidal da escápula
Cabeça curta ou lateral: face posterior do úmero, superiormente ao sulco do nervo radial
Cabeça medial: face posterior do úmero, inferiormente ao sulco do nervo radial
Inserção distal: olécrano da ulna
Inervação: nervo radial
Principal ação: extensão do antebraço
Músculo ancôneo
Inserção proximal: face posterior do epicôndilo lateral do úmero
Inserção distal: face lateral do olécrano
Inervação: nervo radial
Principal ação:
Auxílio ao tríceps braquial na extensão do antebraço
Estabilização da articulação do cotovelo
Abdução da ulna durante a pronação
98
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
Irrigação arterial
A irrigação principal do braço é feita pela artéria braquial
Ela começa como uma continuação da artéria axilar, a partir da margem inferior do músculo bíceps braquial
Termina na região da fossa cubital, onde, sob a aponeurose do músculo bíceps braquial, divide-se nas artérias
radial e ulnar
Trajeto:
Segue anteriormente aos músculos tríceps braquial e coracobraquial.
Ao descer pelo braço, é palpável na face medial do membro, já que se localiza no sulco bicipital
medial
Distalmente, passa anteriormente à crista supraepicondilar medial do úmero e à tróclea do úmero
É acompanhada pelo nervo mediano – inicialmente, situa-se lateral a ela, mas cruza próximo à fossa
cubital, passando a localizar-se medialmente à artéria
Principais ramos:
A artéria braquial dá vários ramos musculares não nomeados durante seu trajeto, além de uma
artéria nutrícia para o úmero, mas seus principais ramos saem de sua face medial e são 3:
Artéria braquial profunda: o maior ramo da artéria braquial, é também o mais alto. Ganha
o compartimento posterior e segue pelo sulco do nervo radial, entre as cabeças medial e
lateral do tríceps braquial. Termina bifurcando-se nas artérias colateral radial e colateral
média
Artéria colateral ulnar superior: 2º ramo da artéria braquial, origina-se perto do meio do
braço. Acompanha o nervo ulnar em seu trajeto mais distal, passando posteriormente ao
epicôndilo medial do úmero
Drenagem venosa:
Veias superficiais do braço:
A veia cefálica se forma no arco venoso dorsal da mão e ascende pela face lateral do antebraço. Na região da
fossa cubital, comunica-se com a veia intermédia do cotovelo, que tem trajeto oblíquo e se une à veia basílica,
medialmente. Ascende pelo braço no sulco deltopeitoral até chegar no trígono clavipeitoral, onde perfura a
membrana costocoracóidea para desembocar na veia axilar
A veia basílica se forma a partir do arco venoso dorsal e ascende pela face medial do antebraço. No braço,
acompanha parte do trajeto do nervo cutâneo do antebraço. Perfura a fáscia do braço e segue paralelamente
à artéria braquial até a axila, onde se fundo com os ramos acompanhantes da artéria axilar para formar a veia
axilar
A veia intermédia do antebraço é muito variável e ascende pela face anterior do antebraço, entre as veias
cefálica e basílica. Pode dar uma veia intermédia basílica, que se une à veia basílica, e uma veia intermédia
cefálica, que se une à veia cefálica
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Inervação
Nervo musculocutâneo
Surge do fascículo lateral, depois da margem inferior do músculo peitoral menor
Segue distalmente, após passar através do músculo coracobraquial, entre os músculos bíceps braquial e
braquial
Depois de enviar ramos para os músculos do compartimento anterior, emerge lateralmente ao músculo
bíceps braquial como o nervo cutâneo lateral do antebraço e ganha a tela subcutânea, próximo à veia cefálica
Nervo radial
Surge do fascículo posterior, posteriormente à artéria braquial
Ganha o compartimento posterior do braço, seguindo junto à artéria braquial profunda no sulco do nervo
radial do úmero
Emite ramos para os músculos do compartimento posterior do braço
Perfura o septo intermuscular lateral do braço, ganhando o compartimento anterior, onde segue entre os
músculos braquial e braquiorradial até o epicôndilo lateral do úmero
Anteriormente ao epicôndilo lateral do úmero, divide-se no ramo profundo do nervo radial e no ramo
superficial do nervo radial
Nervo mediano
Surge de ramos dos fascículos medial e lateral
Não envia ramos para a axila nem para o braço
Segue lateralmente à artéria braquial, depois cruza e fica medialmente a ela próximo à fossa cubital
Nervo ulnar
Surge do fascículo medial
Não envia ramos para a axila nem para o braço
Segue medialmente à artéria braquial até a altura do meio do braço
No meio do braço, perfura o septo intermuscular medial, ganhando o compartimento posterior
Segue entre o septo intermuscular medial e a cabeça medial do tríceps braquial e, junto com a artéria
colateral ulnar superior, passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero, de onde segue para o
antebraço
100
FOSSA CUBITAL
Características gerais
Trata-se de uma depressão visível na face anterior do cotovelo
Limites da fossa cubital:
Superior – linha imaginária unindo os epicôndilos medial e lateral do úmero
Medial – massa de músculos flexores do antebraço, em sua fixação comum no epicôndilo medial
Mais especificamente, o músculo pronador redondo
Lateral – massa de músculos extensores do antebraço, em sua fixação no epicôndilo lateral e na linha
supraepicondilar lateral do úmero
Mais especificamente, o músculo braquiorradial
Assoalho da fossa cubital:
Formado pelos músculos braquial e supinador
Teto da fossa cubital:
Formado pelas fáscias do braço e do antebraço (reforçadas pela aponeurose do músculo bíceps braquial),
tela subcutânea e pele
101
COTOVELO
A articulação do cotovelo é sinovial do tipo gínglimo
Faces articulares
A articulação do cotovelo acontece entre o úmero e os ossos do antebraço
A tróclea do úmero articula-se com a incisura troclear da ulna
O capítulo do úmero articula-se com a face ligeiramente côncava da cabeça do rádio
Ligamentos
O ligamento colateral ulnar se estende do epicôndilo medial do úmero até a ulna, em seu processo coronoide e no
olécrano
É formado por três faixas, uma anterior, uma posterior e uma oblíqua
O ligamento colateral radial se estende do epicôndilo lateral do úmero até o nível do rádio, onde se fundo com o
ligamento anular do rádio, uma faixa que circunda e mantém a cabeça do rádio na incisura radial da ulna (articulação
radioulnar proximal)
Inervação
A articulação é suprida pelos nervos musculocutâneo, radial e ulnar
102
ANTEBRAÇO
ULNA
Osso medial que estabiliza o antebraço
Extremidade proximal
Especializada para articulação com o úmero e com o rádio
Possui duas especializações para a articulação com o úmero:
O olécrano é a projeção posterior da ulna, que ocupa a fossa do olécrano do úmero durante a extensão do
cotovelo
O processo coronoide é a projeção anterior da ulna, que ocupa a fossa coronoide, medialmente no úmero,
durante a flexão do cotovelo
O olécrano e o processo coronoide formam as paredes da incisura troclear da ulna, que “abraça” a
tróclea do úmero, permitindo os movimentos de extensão e flexão característicos dessa articulação
Inferiormente ao processo coronoide, fica a tuberosidade da ulna, local de fixação distal do tendão do músculo braquial
Lateralmente ao processo coronoide, fica a incisura radial da ulna, para articulação com a cabeça do rádio
Abaixo da incisura radial da ulna, ainda na face lateral, fica a crista do músculo supinador. Entre a crista e a porção
distal da tuberosidade da ulna, fica uma concavidade, a fossa do músculo supinador
Esses dois locais são pontos de fixação do músculo supinador
Corpo da ulna
É espesso em sua parte proximal, mas afila-se em sentido distal
É formado por três margens e três faces
Margens:
Margem anterior
Margem posterior
Margem interóssea
Faces:
Face anterior
Face posterior
Face medial
Extremidade distal
O alargamento pequeno na extremidade distal da ulna é a cabeça da ulna
Inferomedialmente à cabeça da ulna, se estende o processo estiloide da ulna
RÁDIO
Localiza-se lateralmente à ulna
Extremidade proximal
Possui uma face superior lisa, a cabeça do rádio, que é ligeiramente côncava para articular-se com o capítulo do úmero
Também se articula com a face lateral da ulna, na incisura radial da ulna
Distal à cabeça do rádio, fica uma constrição, o colo do rádio
Da face medial do colo, projeta-se a tuberosidade do rádio, em sentido distal. Nela, fixa-se o tendão do
músculo bíceps braquial
A tuberosidade do rádio marca a transição entre colo e corpo do rádio
Corpo do rádio
É fino em sua parte proximal, mas aumenta em sentido distal
Também possui 3 margens e 3 faces
Margens:
Margem anterior
Margem posterior
Margem interóssea
Faces:
103
Face anterior
Face posterior
Face lateral
Extremidade distal
A face medial da extremidade distal do rádio possui uma concavidade, a incisura ulnar do rádio, que acomoda a cabeça
da ulna
A face lateral assemelha-se cada vez mais a uma crista, terminando distalmente como o processo estiloide do rádio
O processo estiloide do rádio é maior e mais distal que o processo estiloide da ulna
Na face dorsal, fica o tubérculo dorsal do rádio. Ele se situa entre sulcos de tendões dos músculos do antebraço
Lateralmente ao tubérculo dorsal, fica o sulco dos músculos extensores radiais longo e curto do carpo
Imediatamente medial ao tubérculo dorsal, fica o sulco do músculo extensor longo do polegar
Medial a esse sulco, fica o sulco dos músculos extensor dos dedos e extensor do indicador
A face articular inferior (ou carpal) do rádio possui duas faces para articulação com ossos da mão:
Medialmente, fica a face articular carpal do osso semilunar
Lateralmente, fica a face articular carpal do osso escafoide
ARTICULAÇÕES RADIOULNARES
Articulação radioulnar proximal
Articulação sinovial do tipo trocóidea
Faces articulares: a cabeça do rádio se articula com a incisura radial da ulna
Ligamentos: a cabeça do rádio é mantida no lugar pelo ligamento anular do rádio, que se fixa à ulna anterior e
posteriormente à sua incisura radial
Movimentos: a cabeça do rádio gira dentro do anel criado pelo ligamento anular e a incisura radial, durante os
movimentos de supinação e pronação do antebraço
Vascularização: provém da parte radial das anastomoses periarticulares do cotovelo
Inervação: nervos musculocutâneo, mediano e radial
104
MUSCULATURA DO ANTEBRAÇO: CONSIDERAÇÕES GERAIS
Organização
O antebraço possui dois compartimentos
Compartimento anterior: contém os músculos flexores/pronadores, que se fixam principalmente no
epicôndilo e linha supraepicondilar mediais do úmero
Divide-se em 3 partes: camada superficial, intermediária e profunda
Os músculos da camada superficial possuem uma fixação proximal comum no epicôndilo
O músculo braquiorradial medial do úmero
consiste em uma exceção, São supridos pelos nervos mediano (principalmente) e ulnar
já que é um flexor do Comunica-se com o compartimento anterior da palma através do túnel do carpo
antebraço, mas situa-se no
A maioria dos tendões dos músculos desse compartimento atravessam o punho contidos pelo
compartimento posterior
ligamento carpal transverso, que é contínuo com o retináculo dos músculos flexores. Esse ligamento
forma o teto do túnel do carpo
Superficialmente a ele, fica o ligamento carpal palmar, que é um espessamento da fáscia
do antebraço
Compartimento posterior: contém os músculos extensores/supinadores, que se fixam principalmente no
epicôndilo e linha supraepicondilar laterais do úmero
Divide-se em 2 partes: camada superficial e profunda
Parte dos músculos superficiais possuem uma fixação proximal comum no epicôndilo
lateral do úmero
São supridos pelo nervo radial
Os tendões dos músculos extensores são contidos pelo retináculo dos músculos extensores ao passar
pelo punho
Pronador redondo
CAMADA Flexor radial do carpo
SUPERFICIAL Palmar longo
COMPARTIMENTO Flexor ulnar
ANTERIOR CAMADA INTERMEDIÁRIA Flexor superficial dos dedos
Flexor profundo dos dedos
CAMADA PROFUNDA Flexor longo do polegar
Pronador quadrado
Braquiorradial
Extensor radial longo do carpo
CAMADA Extensor radial curto do carpo
SUPERFICIAL Extensor dos dedos
COMPARTIMENTO Extensor do dedo mínimo
POSTERIOR Extensor ulnar do carpo
Supinador
Extensor do indicador
CAMADA PROFUNDA Abdutor longo do polegar
Extensor longo do polegar
Extensor curto do polegar
105
COMPARTIMENTO ANTERIOR
- Camada superficial
Músculo pronador redondo
Inserção proximal:
Cabeça ulnar: lateralmente à tuberosidade da ulna
Cabeça umeral: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
Inserção distal: terço médio da face lateral do rádio
Inervação: nervo mediano
Principal ação: pronação e flexão do antebraço
É o mais lateral dos músculos superficiais, formando o limite medial da fossa
cubital
106
- Camada intermediária
- Camada profunda
Músculo flexor profundo dos dedos
Inserção proximal:
Faces medial e anterior da ulna
Face anterior da membrana interóssea
Inserção distal:
Parte medial: bases das falanges distais dos 4º e 5º dedos
Parte lateral: bases das falanges distais dos 2º e 3º dedos
Inervação:
Parte medial: nervo ulnar
Parte lateral: nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano)
Principal ação: flexão das falanges médias e distais dos quatro dedos mediais
107
COMPARTIMENTO POSTERIOR
- Camada superficial
Músculo braquiorradial
Inserção proximal: dois terços proximais da linha supraepicondilar lateral do úmero
Inserção distal: face lateral do rádio, antes do processo estiloide
Inervação: nervo radial
Principal ação: flexão do antebraço (maior ação em pronação média)
Forma o limite lateral da fossa cubital
Enquanto segue distalmente, situa-se sobre o nervo e a artéria radiais
Tabaqueira anatômica
Trata-se de um espaço triangular visível quando o polegar está completamente estendido. Esse espaço é limitado anterolateralmente pelos tendões dos
músculos abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. É limitado posteromedialmente pelo tendão do músculo extensor longo do polegar.
A artéria radial passa pelo assoalho da tabaqueira anatômica, o qual é formado pelo processo estiloide do rádio, pelos ossos escafoide e trapézio e pela base do
metacarpal I (de proximal para distal)
109
Músculo extensor do indicador
Inserção proximal: face posterior do terço distal da ulna e da membrana interóssea
Inserção distal: expansão extensora do 2º dedo
Inervação: nervo interósseo posterior
Principal ação: extensão do indicador (permite sua extensão independente)
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
Irrigação arterial
Depois de emitir os ramos para as anastomoses periarticulares do cotovelo, a artéria ulnar segue distalmente junto ao
nervo ulnar, ambos protegidos pelo músculo flexor ulnar do carpo
Na região do punho, a artéria ulnar situa-se lateralmente ao tendão do músculo FUC
Ela emite ramos musculares para a parte medial do antebraço, principalmente para os músculos do grupo
flexor/pronador
A artéria ulnar emite a artéria interóssea comum de sua face medial, que se divide em dois ramos
A artéria interóssea anterior segue em sentido distal, diretamente sobre a face anterior da
membrana interóssea, junto ao nervo interósseo anterior
Ao chegar próximo à extremidade distal, entre os processos estiloides, perfura a membrana
interóssea e segue para o compartimento posterior, para suprir essa região distal
A artéria interóssea posterior segue em sentido distal, entre as camadas profunda e superficial dos
músculos do compartimento posterior, junto ao nervo interósseo posterior
Segue pelo punho superficialmente ao retináculo dos músculos flexores, na loja de Guyon, juntamente com
o nervo ulnar
A artéria radial, depois de emitir a artéria recorrente radial, segue protegida pelo músculo braquiorradial
Na porção distal do antebraço, encontra-se sobre a face anterior do rádio, coberta apenas por pele e fáscia
Sai do antebraço espiralando-se em torno da face lateral do punho, passando pela região da tabaqueira
anatômica
Inervação
O principal nervo do compartimento anterior é o nervo mediano. Ele se localiza medialmente à artéria braquial na
fossa cubital
Segue pelo antebraço entre os músculos flexor profundo dos dedos e flexor superficial dos dedos
Responsável pela inervação de todos os músculos do compartimento anterior
Exceções: músculo flexor ulnar do carpo e parte medial do flexor profundo dos dedos
O principal ramo do nervo mediano é o nervo interósseo anterior, que segue o trajeto a artéria interóssea
anterior, até acabar como ramos para a articulação radiocarpal
Antes de passar pelo túnel do carpo, emite o ramo palmar do nervo mediano, que segue superficialmente ao
ligamento carpal palmar e inerva a pele da região central da palma
O nervo ulnar segue entre o músculo flexor ulnar do carpo e a metade medial do flexor profundo dos dedos, os quais
inerva
Passa pelo punho superiormente ao retináculo dos músculos flexores, por meio de um túnel ulnar (loja de
Guyon), juntamente com a artéria ulnar
Antes de passar pelo punho, emite dois ramos cutâneos importantes
O ramo cutâneo palmar do nervo ulnar, que supre a pele da palma medial ao eixo do 4º dedo
O ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar, que supre a pele do dorso da mão medial ao eixo do 4º dedo
O nervo radial passa pela fossa cubital entre os músculos braquial e braquiorradial, e logo divide-se em dois ramos
O ramo superficial do nervo radial é sensitivo e desce protegido pelo músculo braquiorradial. Depois, emerge
dele e se ramifica, passando pelo teto da tabaqueira anatômica e inervando a pele do dorso lateralmente ao
eixo do 4º dedo
O ramo profundo do nervo radial é motor e passa para o compartimento posterior do antebraço espiralando-
se em torno do colo do rádio e perfurando o músculo supinador. Depois de passar a margem inferior desse
músculo, passa a se chamar nervo interósseo posterior, que desce seguindo a artéria interóssea posterior,
entre as camadas superficial e profunda do compartimento posterior
110
Resumo da inervação cutânea do membro superior:
111
ARTICULAÇÃO
RADIOCARPAL
Faces articulares
A ulna não participa da articulação radiocarpal
Ela acontece entre a face articular carpal do rádio, o disco articular da articulação radioulnar distal e a fileira proximal
de ossos carpais (com exceção do osso pisiforme)
Ligamentos
A cápsula articular é reforçada anteriormente pelos ligamentos radiocarpais palmares que se estendem do rádio até
as duas fileiras de ossos carpais
É reforçada posteriormente pelos ligamentos radiocarpais dorsais
É reforçada medialmente pelo ligamento colateral ulnar do carpo, que se estende do processo estiloide da ulna até o
osso piramidal
É reforçada lateralmente pelo ligamento colateral radial do carpo, que se estende do processo estiloide do rádio até o
osso escafoide
Vascularização
Provém de ramos dos arcos carpal dorsal e palmares, que se formam a partir de ramos carpais dorsais e palmares das
artérias radial e ulnar
Inervação
Nervos mediano, radial e ulnar
112
MÃO
OSSOS DA MÃO
Carpo ou punho
Trata-se de um conjunto de 8 ossos organizados em duas fileiras. O carpo é côncavo anteriormente
Metacarpo
Formado por cinco ossos metacarpais, numerados a partir do polegar
Cada um possui uma base, proximal, um corpo e uma cabeça, distal
Articulam-se com os ossos do carpo proximalmente e com as falanges distalmente
Falanges
Cada dedo possui 3 falanges: proximal, média e distal
O polegar é exceção por possuir apenas duas: proximal e distal
Cada falange é formada por uma base, um corpo e uma cabeça
ARTICULAÇÕES DA MÃO
Articulações do carpo
São articulações sinoviais do tipo planas
Podem ser resumidas como:
Articulações entre os ossos carpais da fileira proximal
Articulações entre os ossos carpais da fileira distal
A articulação mediocarpal, entre as fileiras proximal e distal
A articulação do pisiforme, entre o pisiforme e o piramidal
A cápsula articular dessas articulações são comuns e contínuas entre si e entre elas e as articulações carpometacarpais
(com exceção da carpometacarpal do polegar, que possui uma cápsula independente)
Ligamentos:
Unem os ossos carpais ligamentos anteriores, posteriores e interósseos
Vascularização:
Deriva das redes carpais dorsal e palmar
Inervação:
Provém dos nervos mediano (interósseo anterior) e ulnar (dorsal e profundo)
113
Articulações carpometacarpais e intermetacarpais
São sinoviais do tipo plana
À exceção da articulação CMC do polegar, que é sinovial do tipo selar e ocorre entre a base do metacarpal I
e o osso trapézio
As articulações CMC aconteces entre os ossos da fileira distal do carpo e a base dos metacarpais. As articulações IMC
acontecem entre os ossos metacarpais adjacentes
A cápsula articular dessas articulações é comum, estando separada apenas a CMC do polegar
Ligamentos
Os ligamentos carpometacarpais dorsais e palmares participam das articulações CMC
Os ligamentos metacarpais dorsais e palmares participam das articulações IMC em sua porção proximal, perto
da base dos metacarpais
Os ossos metacarpais também são unidos por ligamentos metacarpais interósseos
O afastamento dos ossos metacarpais é limitado pelos ligamentos metacarpais transversos profundo
e superficial
Esses ligamentos se estendem na região da cabeça dos metacarpais, limitando sua
separação
114
COMPARTIMENTO TENAR
Músculo abdutor curto do polegar
Inserção proximal:
Retináculo dos músculos flexores
Tubérculo do trapézio
Tubérculo do escafoide
Inserção distal: face lateral da base da falange proximal do polegar
Inervação: ramo recorrente do nervo mediano
Principal ação: abdução do polegar
COMPARTIMENTO ADUTOR
Músculo adutor do polegar
Inserção proximal:
Cabeça oblíqua:
Base dos metacarpais II e III
Capitato e carpais adjacentes
Cabeça transversa: face anterior do corpo do metacarpal III
Inserção distal: face medial da base da falange proximal do polegar
Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
Principal ação: adução do polegar
COMPARTIMENTO HIPOTENAR
Músculo abdutor do dedo mínimo
Inserção proximal: osso pisiforme
Inserção distal: face medial da base da falange proximal do dedo mínimo
Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
Principal ação: adução do dedo mínimo
O mais superficial dos músculos que ajudam a formar a eminência hipotenar
115
Músculo flexor do dedo mínimo
Inserção proximal:
Hâmulo do osso hamato
Retináculo dos músculos flexores
Inserção distal: face medial da base da falange proximal do dedo mínimo
Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
Principal ação: flexão do dedo mínimo
Situa-se lateralmente ao abdutor do dedo mínimo
COMPARTIMENTO CENTRAL
Músculos lumbricais
Inserção proximal:
1º e 2º lumbricais: dois tendões laterais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos
semipeniformes)
3º e 4º lumbricais: três tendões mediais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos peniformes)
Inserção distal: faces laterais das expansões extensores do 2º a 5º dedos
Inervação:
1º e 2º lumbricais: nervo mediano
3º e 4º lumbricais: ramo profundo do nervo ulnar
Principal ação:
Flexão das articulações metacarpofalângicas
Extensão das articulações interfalângicas
COMPARTIMENTO INTERÓSSEO
Músculos interósseos dorsais (4)
Inserção proximal: faces adjacentes de dois ossos metacarpais (como músculos peniformes)
Inserção distal: falanges proximais e expansões extensoras do 2º a 4º dedos
Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
Principal ação:
Abdução dos dedos em relação à linha axial
Auxílio à ação dos músculos lumbricais
116
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
Irrigação arterial
A artéria ulnar entre na mão superiormente ao retináculo dos músculos flexores, pelo túnel ulnar (loja de Guyon)
Situa-se lateralmente ao nervo ulnar
A artéria ulnar divide-se em dois ramos terminais:
O arco palmar superficial, seu principal término, dá origem a três artérias digitais palmares comuns
As artérias digitais palmares comuns se anastomosa com as artérias metacarpais palmares,
do arco palmar profundo
De cada artéria digital palmar comum, origina-se um par de artérias digitais palmares
próprias, as quais seguem pelas laterais dos dedos
O ramo palmar profundo da artéria ulnar, que segue para contribuir com a formação do arco palmar
profundo
A artéria radial segue para a mão espiralando-se pela face lateral do carpo, ocupando o assoalho da tabaqueira
anatômica
Ainda na face anterior do punho, emite o ramo palmar superficial da artéria radial, que se une à artéria ulnar
para dar origem ao arco palmar superficial
Depois de sair da tabaqueira anatômica, entra na palma passando entre as cabeças do 1º interósseo dorsal.
Então, curva-se medialmente na região entre as cabeças do músculo adutor do polegar para se unir ao ramo
palmar profundo da artéria ulnar e dar origem ao arco palmar profundo
Do arco palmar profundo, originam-se as artérias metacarpais palmares, que se anastomosam com
as artérias digitais palmares comuns, do arco superficial
A artéria radial, antes de dar origem ao arco palmar profundo, emite a artéria principal do polegar, que supre
o 1º dedo, e a artéria radial do indicador (a qual pode sair da própria artéria radial ou ser um ramo da artéria
principal do polegar)
As artérias radial e ulnar emitem ramos carpais dorsais, que se unem para formar uma rede sobre a face dorsal da mão
(com participação da artéria interóssea anterior). Dessa rede, originam-se as artérias metacarpais dorsais, que se
dividem em artérias digitais dorsais, responsáveis por suprir a face dorsal dos dedos
Drenagem venosa
As veias acompanhantes das artérias associadas à face palmar drenam para as veias profundas do antebraço
As veias acompanhantes das artérias associadas à face dorsal formam uma rede venosa dorsal
Da face lateral dessa rede, emerge a veia cefálica
Da face medial dessa rede, emerge a veia basílica
Inervação
O nervo mediano entra na mão atravessando o túnel do carpo
Antes de atravessar o túnel do carpo, o nervo mediano emite o ramo palmar do nervo mediano, que segue
superiormente ao retináculo dos músculos flexores, para inervar a pele do centro da palma
Depois de passar pelo túnel do carpo, ele emite o ramo recorrente do nervo mediano, que se volta
lateralmente para inervar músculos da iminência tenar: abdutor curto do polegar, oponente do polegar e a
cabeça superficial do flexor curto do polegar
Emite ramos que seguem para inervar o 1º e 2º lumbricais
Emite nervos digitais palmares comuns, que logo se dividem em nervos digitais palmares próprios
Esses ramos suprem:
Pele da face palmar do 1º, 2º e 3º dedos
Pele da face palmar da metade lateral do 4º dedo
Dorso da metade distal do 1º, 2º e 3º dedos
Metade lateral do dorso da metade distal do 4º dedo
117
O ramo dorsal do nervo ulnar espirala-se pela face medial da porção distal do antebraço e se destina
à face dorsal da mão, onde inerva:
A pele da metade medial do dorso da mão
A face dorsal do 5º dedo
A metade medial do dorso do 4º dedo
Depois que passa pelo túnel ulnar, o nervo ulnar se divide em dois ramos
O ramo superficial do nervo ulnar é cutâneo, e dá origem a um nervo digital palmar comum, que se
divide em nervos digitais palmares próprios. Eles são responsáveis por suprir a face palmar do 5º
dedo e a metade medial da palma do 4º dedo
O ramo profundo do nervo ulnar é motor, e supre os músculos hipotenares os 3º e 4º lumbricais, a
cabeça profunda do flexor curto do polegar, o adutor do polegar e todos os interósseos
118
Extra: fixações musculares
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REFERÊNCIAS
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