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Caderno de Anatomia

Clara C. Cerqueira
SUMÁRIO

Módulo I: Sistêmica............................................................................................................................................................ 3
Esqueleto axial ......................................................................................................................................................................................... 3
Músculos e sistema articular ................................................................................................................................................................ 13
Sistema cardiovascular .......................................................................................................................................................................... 15
Sistema respiratório .............................................................................................................................................................................. 21
Sistema digestório ................................................................................................................................................................................. 25
Sistema genitourinário .......................................................................................................................................................................... 36

Módulo II: Membro inferior ............................................................................................................................................. 52


Cíngulo do membro inferior.................................................................................................................................................................. 52
Região glútea ......................................................................................................................................................................................... 55
Coxa ........................................................................................................................................................................................................ 58
Fossa poplítea ........................................................................................................................................................................................ 65
Joelho ..................................................................................................................................................................................................... 66
Perna ...................................................................................................................................................................................................... 69
Tornozelo e pé ....................................................................................................................................................................................... 75

Módulo III: Membro superior ........................................................................................................................................... 84


Cíngulo do membro superior ................................................................................................................................................................ 84
Região peitoral e escapular ................................................................................................................................................................... 87
Axila ........................................................................................................................................................................................................ 91
Braço ...................................................................................................................................................................................................... 97
Fossa cubital......................................................................................................................................................................................... 101
Cotovelo ............................................................................................................................................................................................... 102
Antebraço............................................................................................................................................................................................. 103
Articulação radiocarpal ....................................................................................................................................................................... 112
Mão ...................................................................................................................................................................................................... 113

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MÓDULO I: SISTÊMICA

ESQUELETO AXIAL Posição anatômica do crânio:


margem inferior da órbita
O esqueleto axial compreende o crânio e a coluna vertebral alinhada com a margem superior
do poro acústico externo (plano
CRÂNIO orbitomeático/de Frankfurt)
Diz respeito ao esqueleto da cabeça e é dividido em 2 partes:

 Neurocrânio
 Caixa óssea do encéfalo, é composto por 8 ossos:
 Frontal
 Parietais
 Temporais
 Esfenoide
 Etmoide
 Occipital

 Viscerocrânio
 Esqueleto da face, é composto por 15 ossos:
 Maxilas
 Mandíbula
 Etmoide*
 Vômer
 Zigomáticos
 Nasais
 Lacrimais
 Conchas nasais inferiores
 Palatinos

 Suturas do crânio

 Vista frontal do crânio

A vista frontal/facial do crânio é formada por: osso frontal, osso zigomático, órbitas, região nasal, maxila e mandíbula

 Osso frontal
 Forma o esqueleto da fronte, principalmente sua parte plana (escama)
 Possui uma pequena depressão entre os arcos superciliares, a glabela
 O osso frontal fetal é divido pela sutura frontal
 Persiste em alguns adultos como uma sutura metópica
 A interseção do osso frontal com o osso nasal é o násio, um dos pontos craniométricos
 O násio situa-se na ponte do nariz
 O osso frontal possui uma porção lisa mais horizontalizada que forma o teto da órbita, a face orbital

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 No limite entre a face orbital e a escama do osso frontal fica a margem supraorbital
 Essa margem costuma apresentar uma incisura ou um forame supraorbital, que dá passagem a nervo
e vasos supraorbitais
 Superiormente à margem supraorbital existe uma crista, o arco superciliar, que se estende
lateralmente a partir da glabela
 Geralmente é mais proeminente em homens

 Ossos zigomáticos
 Formam as proeminências das bochechas e situam-se inferolateralmente a cada órbita, estando apoiados
sobre as maxilas
 Na face lateral de cada zigomático fica o forame zigomaticofacial
 Esse osso possui um processo frontal, uma face orbital, que participa da formação da órbita, e um processo
temporal, que se estende lateralmente

 Maxilas
 Formam o esqueleto do arco dental superior, onde sustentam os dentes maxilares através dos processos
alveolares
 Possuem processos laterais, os processos zigomáticos
 Os ossos maxilares são unidos inferiormente à abertura piriforme pela sutura intermaxilar
 As maxilas circundam boa parte da abertura piriforme, que, inferiormente, possui uma espinha nasal anterior
 Possuem uma face orbital formando a margem inferomedial da órbita
 Possuem uma continuação superior, o processo frontal das maxilas
 Inferiormente à órbita, possuem um forame infraorbital, que dá passagem a nervo e vasos infraorbitais

 Mandíbula
 Forma o esqueleto do arco dental inferior, onde sustenta os dentes mandibulares através dos processos
alveolares
 É formada por:
 Um corpo, porção horizontal
 Um ramo, porção vertical
 No lactente, é formada por duas metades unidas na linha mediana pela sínfise da mandíbula, que desaparece
com o crescimento
 Inferiormente ao local da sínfise, existe a protuberância mentual, que forma a protuberância do
queixo
 Lateralmente a ela, ficam os tubérculos mentuais
 Inferiormente aos processos alveolares dos segundos pré-molares ficam os forames mentuais, que dão
passagem a nervo e vasos mentuais

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 Região orbital
 Margem e assoalho superiores: osso frontal
 Margem e assoalho inferolaterais: zigomáticos
 Margem e assoalho inferomediais: maxilas
 Na face orbital da maxila fica o sulco infraorbital
 Formam a parte posterior da órbita:
 Face orbital da asa maior
 Superiormente a ela fica a fissura orbital superior
 Inferiormente a ela fica a fissura orbital inferior
 Face orbital da assa menor
 Na sua parte mais anterior fica o canal óptico (forame)
 Osso lacrimal
 Medialmente, fica a fossa do saco lacrimal
 Lâmina orbital do osso etmoide
 Processo orbital do osso palatino

 Vista lateral

 Fossa temporal
 É a região limitada pelas linhas temporais superior e inferior, presentes do osso temporal, superior e
A fossa infratemporal é posteriormente; pelo osso frontal e o zigomático, anteriormente, e pelo arco zigomático, inferiormente
um espaço situado  O arco zigomático é formado pela união do processo temporal do zigomático com o processo
inferior e profundamente
zigomático do temporal
ao arco zigomático e à
 Na parte mais anterior da fossa temporal fica o ptério, um ponto craniométrico representado pela união em
mandíbula
H de suturas associadas aos ossos: frontal, parietal, temporal e esfenoide (asa maior)

 Osso temporal
 Em sua parte escamosa, localiza-se o sulco da artéria temporal profunda posterior
 Inferiormente ao processo zigomático, fica o poro acústico externo. Ele é a entrada para o meato acústico
externo, que leva até a membrana timpânica
 Posteroinferiormente ao poro acústico externo, fica o grande processo mastoide
 Anteroinferiormente ao poro acústico externo, fica o processo estiloide, fino e pontiagudo
 No ponto médio do processo zigomático, fica o tubérculo articular, e posteriormente a esse processo, a crista
supramastóidea

 Mandíbula
 Na extremidade do ramo da mandíbula, fica a cabeça da mandíbula, posteriormente, e o processo coronoide,
anteriormente
 Entre eles fica a incisura da mandíbula
 Na transição entre o corpo e o ramo da mandíbula, fica a linha oblíqua

 Vista occipital/posterior
 É formada pelo occipital, pelos parietais e pelas partes mastoideas dos temporais
 Osso occipital
 Possui num ponto mais inferior e mediano de sua superfície externa a protuberância occipital externa, que
define um ponto craniométrico, o ínio
 De cada lado da protuberância occipital externa estendem-se a linha nucal superior e a linha nucal
inferior
 Estendendo-se da protuberância occipital externa até o forame magno, fica a crista occipital externa
 O forame magno é a grande abertura basilar no osso occipital
 Na transição entre os ossos parietais e o occipital, localiza-se o lambda, ponto craniométrico da interseção
entre as suturas sagital e lambdoidea
 Ossos parietais
 Lateralmente à sutura sagital, ficam os forames parietais, que dão passagem a veias emissárias (conexão entre
veias do couro cabeludo e seios da dura-máter)

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 Pontos craniométricos

 Base do crânio: vista inferior/externa


 É formada principalmente pelo arco alveolar da maxila, processo palatino da maxila, osso palatino, esfenoide, vômer,
temporal e occipital

 Palato duro
 É formado por:
 Processo palatino das maxilas
 Anteriormente nesse processo, fica a fossa incisiva, uma depressão na qual se abrem os
canais incisivos
 Lâmina horizontal do osso palatino
 Em sua porção mais lateral, estão presentes o forame palatino maior e os forames
palatinos menores (situados no processo piramidal do osso palatino)
 Sua margem posterior livre forma a espinha nasal posterior
 Unindo as duas metades do palato duro fica a sutura palatina mediana

 Osso esfenoide
 É formado por um corpo e três pares de processos: asas maiores, asas menores e processos pterigoides
 As asas estendem-se lateralmente a partir do corpo
 Asa maior
 Na asa maior, parte inferior e lateral, é possível ver o forame oval. Lateralmente a ele, o forame
espinhoso
 Processo pterigoide
 É formado por duas lâminas e se localiza na transição entre o corpo e a asa maior
 Lâmina medial do osso pterigoide
 Anteriormente nessa lâmina, fica o hámulo
 Está em contato com a asa do vômer
 Lâmina lateral do osso pterigoide
 Possui uma fossa pterigoidea, anteriormente, e uma fossa escafóidea, posteriormente
 Na transição entre a asa maior e a parte petrosa do temporal fica a espinha do esfenoide
 Medialmente a essa espinha, fica o sulco da tuba auditiva, para a parte cartilagínea da tuba

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 Osso temporal
 Em sua parte escamosa, existem depressões chamadas de fossas mandibulares, para articulação com os
côndilos da mandíbula
 Posteriormente ao processo mastoide, identificam-se, de anterior para posterior: a incisura mastoidea (do
músculo digástrico), o sulco da artéria occipital e o forame mastóideo
 Na região de transição da parte petrosa do osso temporal para o osso occipital, fica o forame jugular
 Anteriormente ao forame jugular, fica o canal carótico
 Entre o canal carótico e o forame jugular, ficam dois canalículos: o canalículo mastoideo (para o ramo
auricular do NCX), posterolateralmente, e o canalículo timpânico (para o ramo timpânico do NCIX)
 Entre os processos mastoide e o processo pterigoide, fica o forame estilomastóideo, que dá passagem ao
NCVII e à artéria estilomastóidea

 Osso occipital Principais estruturas a


 Abriga a principal estrutura da base do crânio: o forame magno passar pelo forame
 Lateralmente ao forame magno, ficam os côndilos occipitais, para articulação do crânio magno:
com a coluna vertebral - Medula espinal
 Posteriormente aos côndilos, ficam o canal e a fossa condilar - Artérias vertebrais
 Anteriormente aos côndilos, fica o canal do nervo hipoglosso - Artérias espinais
 Anteriormente ao forame magno, fica o tubérculo faríngeo anterior e posterior
- Raiz espinal do NCXI
 Base do crânio: vista superior/interna - Meninges

É marcada pela presença de três grandes depressões: as fossas anterior, média e posterior

 Fossa anterior do crânio


 É formada principalmente pelo osso frontal, sua parte orbital que forma o teto da órbita
 Apoia os lobos frontais do cérebro
 É formada também pelo etmoide: sua crista etmoidal, que se estende posteriormente a partir da crista frontal
e sua lâmina cribriforme, que dá passagem aos ramos do NCI
 É formada também por parte da asa menor e do corpo do esfenoide

 Fossa média do crânio


 É formada principalmente pelo osso esfenoide
 Separa-se da fossa anterior por meio das cristas esfenoidais, margens posteriores das asas menores
 O limite posterior das cristas esfenoidais consiste nos processos clinoides anteriores
 Medialmente aos processos clinoides anteriores ficam os canais ópticos. Transversalmente no corpo do
esfenoide, estendendo-se de um canal óptico a outro, está o sulco pré-quiasmático
 Marcando a fossa média, no corpo do esfenoide, está a sela turca, leito da hipófise circundada pelos
processos clinoides (anteriores e posteriores) e formada por três partes:
 Tubérculo da sela: limite anterior da sela
 Fossa hipofisial: abriga a hipófise
 Dorso da sela: limite posterior da sela, o qual possuem em suas extremidades laterais os processos
clinoides posteriores
 Lateralmente à sela turca, passa o sulco carótico, para a artéria carótida interna
 A asa maior do esfenoide é marcada por uma meia lua de forames:
 Fissura orbital superior: o mais anterior, situa-se profundamente ao processo clinoide anterior
 Forame redondo: posterior à fissura orbital superior
 Forame oval: posterolateral ao forame redondo, abre-se na fossa infratemporal
 Forame espinhoso: posterolateral ao forame oval, também se abre na fossa infratemporal
 Outro forame importante na asa maior é o forame lacerado, posterolateral à fossa hipofisial
 Estendendo-se posterolateralmente do forame lacerado, fica o sulco do nervo petroso maior

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 Fossa posterior do crânio
 Formada principalmente pelo osso occipital
 Posteriormente ao dorso da sela, fica o clivo, inclinação que leva ao
forame magno
 Posteriormente ao forame magno, existe a crista occipital interna, que
leva à protuberância occipital interna, formada em relação à
confluência dos seios
 Na fossa posterior, é possível identificar sulcos dos vários seios da
dura-máter
 Osso temporal
 Sulco do seio sigmóideo: posterolateral ao forame
jugular
 Sulco do seio petroso superior: na margem superior
da parte petrosa do osso temporal
 Osso occipital
 Sulco do seio occipital: inferior ao forame magno,
na linha mediana
 Sulco do seio sagital superior: posterior à protuberância occipital interna
 Sulco do seio transverso: estende-se lateralmente da crista occipital interna

VÉRTEBRAS
 Considerações gerais
 A coluna vertebral abriga a medula espinhal, confere movimento ao dorso, permite a locomoção e é um eixo de
sustentação para o corpo. Ela possui relativa flexibilidade por ser formada pelas vértebras
 Existem 33 vértebras, agrupadas em 5 segmentos:
 7 cervicais
 12 torácicas
 5 lombares
 5 sacrais – nos adultos, estão fundidas para formar o sacro
 4 coccígeas – fundem-se completamente aos 30 anos para formar o cóccix
 As vértebras tornam-se progressivamente maiores até o sacro por conta do aumento do peso a ser suportado por
elas. O sacro transfere esse peso ao cíngulo do membro inferior por meio das articulações sacroilíacas

 Estrutura geral das vértebras

Uma vértebra típica é formada por um corpo, um arco e sete processos. (Vértebras atípicas: CI, CII, CVII

 Corpo vertebral
 Consiste na parte anterior e aproximadamente cilíndrica da vértebra.
 É a parte responsável pela sustentação de peso, portanto aumenta progressivamente
até o sacro
 Formado por osso esponjoso circundado por osso compacto
 A parte mais externa do corpo é a margem epifisial, derivada da epífise anular de cartilagem hialina

 Arco vertebral
 Situa-se posteriormente ao corpo vertebral
 É formado por dois pedículos, que emergem do corpo, e por duas lâminas, que se unem aos pedículos
anteriormente e se fundem na linha mediana posterior
 Entre o corpo e o arco vertebrais situa-se o forame vertebral. A sucessão de forames de todas as vértebras
forma o canal vertebral, que abriga a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, principalmente
 Em vista lateral, é possível ver duas incisuras superior e inferiormente aos pedículos: as incisuras vertebrais
superior e inferior
 Quando as vértebras adjacentes se articulam, essas incisuras formam um espaço chamado de
forame intervertebral. Dele, emergem os nervos espinais
 No forame intervertebral, localiza-se o gânglio espinal da raiz sensitiva (posterior)

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 Processos vertebrais
 1 processo espinhoso – origina-se posteriormente a partir da junção das lâminas do arco vertebral
 Geralmente, volta-se inferiormente e superpõe-se à vértebra adjacente
 Local de fixação muscular
 2 processos transversos – projetam-se posterolateralmente a partir das junções dos pedículos com as lâminas
do arco vertebral
 Local de fixação muscular
 4 processos articulares – são dois processos articulares superiores e dois inferiores. Projetam-se a partir das
junções dos pedículos com as lâminas do arco vertebral, superior e inferiormente
 Determinam a formação das articulações entre vértebras adjacentes: articulações dos processos
articulares / articulações zigapofisárias
 O formato dos processos articulares determina o tipo de movimento do segmento vertebral

 Vértebras cervicais
 São as menores dentre as vértebras móveis. Principal característica: forames transversários
 Corpo vertebral:
 Pequeno e mais largo laterolateralmente
 Face superior côncava, com uncos esquerdo e direito do corpo
 Forame vertebral:
 Grande e triangular – para acomodar a intumescência cervical da medula
 Processos transversos:
 Curtos
 Formados por um tubérculo anterior e um tubérculo posterior
 Os únicos dotados de um forame transversário
 Dá passagem à artéria vertebral (exceto CVII)
 As raízes anteriores dos nervos espinhais cervicais emergem do canal vertebral apoiando-se sobre o processo
transverso no sulco do nervo espinal, entre os tubérculos
Os tubérculos anteriores da
 Processo espinhoso: vértebra CVI são chamados
 Curto e bífido de tubérculos caróticos – as
 Exceção: CVII possui um processo espinhoso longo artérias carótidas comuns
 Processos articulares: podem ser comprimidas
 Faces articulares horizontalizadas – permitem flexão e extensão, principalmente nesse local

 CI – atlas
 Responsável por sustentar o crânio
 Não possui corpo vertebral, mas sim grande massas laterais
 A face superior das massas laterais abriga uma face articular superior para o
côndilo occipital
 A face inferior abriga a face articular inferior, para o áxis (CII)
 Na face interna das massas laterais, ficam os tubérculos para o ligamento
transverso do atlas
 Das massas laterais, estendem-se os curtos processos transversos, com seus forames transversário
 Não possui processo espinhoso
 Unindo as massas laterais estão o arco anterior e o arco posterior
 O arco anterior possui um tubérculo anterior em sua face externa e a fóvea
do dente (para articulação com o áxis) em sua face interna
 O arco posterior possui um tubérculo posterior em sua face externa e,
superiormente, um sulco da artéria vertebral
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 CII – áxis
 Articula-se como atlas por meio das faces articulares superiores, permitindo a rotação
da cabeça
 A rotação ocorre em torno de um eixo fornecido pelo grande dente do áxis (ou processo
odontoide), que emerge do corpo vertebral, anteriormente, e é a característica mais
marcante de CII
 O dente articula-se com a fóvea do dente, na face posterior do arco anterior do atlas
 Articulação feita com a face articular anterior do dente
 Localiza-se anteriormente à medula espinhal no forame vertebral de CI
 É mantido no lugar pelo ligamento transverso do atlas, que se estende entre as
duas massas laterais de CI
 Articulação feita com a face articular posterior do dente
 Possui um grande processo espinhoso bífido, posteriormente

 CVII – vértebra proeminente


 Sua característica principal é o processo espinhoso longo
 Por seu forame transversário, não passa a artéria vertebral

 Vértebras torácicas
 Principal característica: fóveas costais
 Corpo vertebral:
 Em forma de coração
 Possui uma ou duas fóveas costais
 Para articulação com a cabeça da costela
 Forame vertebral:
 Circular
 Menor do que o das vértebras cervicais e lombares
 Processos transversos:
 Longos e fortes
 Possuem fóveas costais
 Para articulação com o tubérculo da costela
 Processo espinhoso:
 Grande e inclinado inferiormente
 Superpõem-se à vértebra inferior
 Processos articulares:
 Faces articulares verticalizadas – permitem rotação e flexão lateral, principalmente
 As vértebras TI e TXII têm características transitórias
 TI – possui processo espinhoso mais horizontal, uma fóvea completa superiormente e uma hemifóvea
inferiormente
 TXII – possui uma única fóvea, processo espinhoso mais horizontal e um corpo vertebral maior
 Vértebra mais comumente fraturada

 Vértebras lombares
 Corpo vertebral:
 Grande e reniforme
 Forame vertebral:
 Triangular
 Maior que o das vértebras torácicas
 Acomodar a intumescência lombar da medula
 Menor que o das vértebras cervicais
 Processos transversos:
 Longos e delgados
 Dotados de um processo acessório em sua face posterior, para fixação muscular
 Processo espinhoso:
 Curto, forte e espesso – em forma “de machadinha”
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 Processos articulares:
 Faces articulares verticalizadas e “voltadas para dentro”
 Dotados de um processo mamilar em sua face posterior, para fixação muscular
 A vértebra LV é a responsável por transferir o peso para o sacro e, por ter um corpo maior anteriormente, é a principal
responsável pelo ângulo lombossacral

 Sacro
 É formado por 5 vértebras sacrais fundidas em adultos e foram a parede posterossuperior da cavidade pélvica
 Possui uma base do sacro, formada pela face superior da vértebra SI e um ápice do sacro, formado pela face inferior
de SV
 Na base ficam os processos articulares superiores, para articulação com LV
 Da base, emerge anteriormente o promontório do sacro, ponto de referência obstétrico
 A continuação do canal vertebral no sacro é o canal sacral
 Ele contém a cauda equina, originada em LI
 Possui três faces:
 Uma face pélvica (anterior), lisa e côncava
 Possui 4 pares de forames sacrais anterior
 Estendendo-se de um forame a outro ficam as linhas transversas
 São marcas de fusão das vértebras sacrais
 Uma face dorsal (posterior), rugosa e convexa
 Possui 4 pares de forames sacrais posteriores
 É caracterizada pela presença de 5 cristas:
 Crista sacral mediana – processos espinhosos das 4 vértebras sacrais
superiores fundidos
 Cristas sacrais mediais – processos articulares fundidos
 Cristas sacrais laterais – processos transversos fundidos
 A vértebra SV não possui processo espinhoso. Quando a fusão das vértebras
ocorre, o local em que seria esse processo fica vazio, originando o hiato sacral
na extremidade inferior do sacro
 Lateralmente ao hiato sacral, estendem-se dois cornos sacrais, importantes para sua
localização
 O hiato sacral é fechado pelo ligamento sacrococcígeo
 Uma face auricular (lateral), para articulação com o ílio

 Cóccix
 Osso triangular remanescente da eminência caudal embrionária
 Possui uma face pélvica côncava e lisa
 A vértebra CoI é a maior e possui processos transversos rudimentares, que se estendem lateralmente. Possui também
processos articulares rudimentares, os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais, posteriormente

COSTELAS
Ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica

 Tipos de costelas
 Costelas verdadeiras: vertebroesternais
 Fixam-se diretamente ao esterno
 Têm suas próprias cartilagens costais
 Vértebras I a VII
 Costelas falsas: vertebrocondrais
 Fixam-se às cartilagens costais das vértebras superiores
 Fixação indireta ao esterno
 Vértebras VII a X
 Costelas flutuantes: vertebrais ou livres
 Não estão fixadas ao esterno
 Terminam na musculatura abdominal
 Vértebras XI a XII (às vezes a X)

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O espaço inferior à costela XII
não é chamado de intercostal,
 Componentes das costelas típicas mas de espaço subcostal
 Cabeça:
 Cuneiforme, possui duas faces articulares, separadas pela crista da cabeça da costela
 Uma face articula-se com o corpo da vértebra de mesmo número, enquanto a outra articula-se com
o corpo da vértebra superior
 Colo:
 Une a cabeça ao corpo, ao nível do tubérculo

 Tubérculo:
 Proeminência na região de união da cabeça com o corpo
 Possui uma face articular, para articulação com o processo transverso vertebral

 Corpo:
 Parte lisa e curva
 A curva inicia-se no ângulo da costela
 A face interna é côncava e abriga o sulco da costela, que protege nervo e vasos intercostais

 Costelas atípicas
 Costela I:
 A mais larga, mais curta e mais curva
 Possui apenas uma face articular na cabeça
 Possui dois sulcos transversais em sua face superior para os vasos subclávios
 Os sulcos da veia (medialmente) e da artéria (lateralmente) são separados pelo tubérculo do
músculo escaleno anterior
 Costela II:
 Possui em sua face superior o tubérculo do músculo serrátil anterior

ESTERNO
Osso longo que forma a parte mediana anterior da caixa torácica

 Partes do esterno:
 Manúbrio
 Parte mais larga e proximal do esterno
 É marcada em sua margem superior pela incisura jugular (ou incisura supraesternal)
 Lateralmente à incisura jugular, ficam as duas incisuras claviculares, para as articulações
esternoclaviculares
 A união do manúbrio com o corpo do esterno é marcada pelo ângulo esternal

 Corpo
 Mais longo e mais fino que o manúbrio
 Possui em sua margem lateral incisuras costais, para as articulações esternocostais
 A união do corpo com o processo xifoide ocorre na articulação xifoesternal
 Esse local indica o limite inferior da cavidade torácica
 É o local do ângulo infraesternal, que marca a abertura inferior do tórax
 Termina no nível de TIX

 Processo xifoide
 Menor e mais variável parte do esterno
 Sua extremidade inferior está no nível de TX

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MÚSCULOS E SISTEMA
ARTICULAR

CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO AO FORMATO


 Músculos planos
 Possuem fibras paralelas e frequentemente estão associados a fixações aponeurótica
 Ex.: sartório; oblíquo externo do abdome
 Músculos peniformes
 Seus fascículos organizam-se de forma semelhante a uma pena. Podem ser:
 Semipeniformes: extensor longo dos dedos
 Peniformes: reto femoral
 Multipeniformes: deltoide
 Músculos fusiformes
 Formato de fuso, com um ou mais ventres espessos e redondos
 Ex.: bíceps braquial
 Músculos quadrados
 Possuem quatro lados iguais
 Ex.: músculo reto abdominal entre suas interseções tendíneas
 Músculos triangulares/convergentes
 Originam-se em uma área larga e depois inserem-se a partir de
um único tendão
 Ex.: peitoral maior
 Músculos circulares/esfincterianos
 Situam-se ao redor de orifícios do corpo
 Ex.: orbicular dos olhos

ARTICULAÇÕES
São uniões ou junções entre dois ossos, que podem permitir níveis variáveis de movimentação

 Classificação das articulações:

 Articulações fibrosas: são aquelas em que os ossos estão unidos por tecido fibroso, sendo que o nível de movimentação
da articulação depende do tamanho dessas fibras
 Ex.: suturas do crânio
 As sindesmoses são um tipo de articulação fibrosa de mobilidade parcial, em que uma lâmina de tecido
fibroso une os ossos
 Ex.: membrana interóssea; sindesmose dentoalveolar (gonfose)

 Articulações cartilagíneas: são formadas por fibrocartilagem ou por cartilagem hialina. Assim, existem dois tipos:
 Articulações cartilagíneas primárias ou sincondroses:
 São formadas por cartilagem hialina
 Ex.: lâminas epifisiais dos ossos longos
 Articulações cartilagíneas secundárias ou sínfises:
 São formadas por fibrocartilagem
 Ex.: discos intervertebrais

 Articulações sinoviais: são caracterizadas pela presença de uma cápsula articular


 A cápsula articular é formada por uma camada fibrosa externa (fundida com o
periósteo dos ossos que participam da articulação), a qual é revestida
internamente por membrana sinovial
 A membrana sinovial reveste toda a articulação internamente, exceto
nas faces articulares dos ossos, que são revestidas por cartilagem
 Dentro da cápsula articular existe um espaço potencial chamado de cavidade articular, que é preenchido por
líquido sinovial, secretado pela membrana sinovial
 São articulações que permitem livre movimento dos ossos, e existem em 6 tipos

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 Tipos de articulação sinovial

 Planas
 Ocorre entre faces articulares planas, são geralmente uniaxiais
 Permite movimentos de deslizamento
 Ex.: articulação acromioclavicular

 Gínglimos
 Articulações que permitem apenas flexão e extensão – são uniaxiais
 Costumam ser reforçadas por ligamentos colaterais fortes
 Ex.: articulação do cotovelo

 Selares
 Ocorre entre faces articulares opostas com forma semelhante a uma sela – são biaxiais
 Permitem flexão, extensão, adução, abdução e circundução
 Ex.: articulação carpometacarpal do polegar

 Elipsóideas
 Ocorre entre uma face articular convexa e outra mais plana – são biaxiais
 Permitem flexão, extensão, adução, abdução e circundução (em menor amplitude)
 Ex.: articulações metacarpofalângicas

 Esferóideas
 Ocorre entre uma face articular circular de um osso e a cavidade de outro – são multiaxiais
 Permitem flexão, extensão, adução, abdução, rotações lateral e medial e circundução
 Ex.: articulação do quadril
 Trocóideas
 Ocorre entre um processo arredondado de um osso e um anel de outro – são uniaxiais
 Permitem rotação em torno de um eixo central
 Ex.: articulação atlantoaxial

14
SISTEMA
CARDIOVASCULAR

TÓRAX
Diz respeito à parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome e abriga os principais órgãos dos sistemas respiratório e
circulatório.

 Cavidade torácica: é dividida em três compartimentos, um central, ou mediastino (que abriga o coração e outras vísceras) e dois
laterais, as cavidades pulmonares direita e esquerda

MEDIASTINO
Compartimento central da cavidade torácica, contém todas as vísceras torácicas, exceto os pulmões. Cobre-se de cada lado pela
parte mediastinal da pleura parietal.

O mediastino é subdividido em compartimentos. Inicialmente, têm-se um


mediastino superior e um mediastino inferior, separados um do outro
pelo plano transverso do tórax (que consiste em um plano horizontal
imaginário no nível do ângulo do esterno).

O mediastino inferior é ainda dividido pelo pericárdio em três partes, os


mediastinos anterior, médio e posterior. O mediastino médio é composto
pelo pericárdio e seu conteúdo.

 Pericárdio
 O pericárdio consiste em uma membrana que cobre o
coração e o início de seus grandes vasos.
 Possui duas camadas:
 Pericárdio fibroso: mais externo, é contínuo superiormente com a adventícia dos grandes vasos e
inferiormente com o centro tendíneo do diafragma. Fixa-se anteriormente à face posterior do esterno pelos
ligamentos esternopericárdicos.
 Pericárdio seroso: encontra-se aderido internamente ao pericárdio fibroso O local de continuidade entre o
por meio da lâmina parietal do pericárdio seroso e aderido ao coração por pericárdio fibroso e o centro
meio da lâmina visceral do pericárdio seroso (epicárdio) tendíneo do diafragma é chamado
 A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre as duas lâminas do pericárdio de ligamento pericardicofrênico
seroso, preenchida por líquido, que permite que o coração se movimente sem realizar
atrito
 As reflexões da lâmina visceral ao redor da base dos grandes vasos para dar origem à lâmina parietal do pericárdio
seroso levam à formação de espaços, ou passagens, dentro da cavidade pericárdica. São eles:

 Seio transverso do pericárdio: localizado


entre as artérias (aorta e tronco pulmonar) e
as veias (cava superior, cava inferior e veias
pulmonares)

 Seio oblíquo do pericárdio: localizado


inferiormente às artérias, sendo seu limite
lateral as reflexões de pericárdio ao redor da
veia cava inferior e das veias pulmonares.

15
 A irrigação e drenagem do pericárdio são feitas, principalmente, pelas artéria e veia pericardicofrênicas. A artéria é um
ramo fino da torácica interna, enquanto a veia é tributária da braquiocefálica.
 A inervação do pericárdio provém do nervo frênico, vago e de ramos do tronco simpático.
 A lâmina parietal do pericárdio seroso é sensível e os impulsos álgicos originados nela e conduzidos pelo
nervo frênico resultam em sensações de dor referida

Derrame pericárdico

Consiste no acúmulo de líquido na cavidade pericárdica, que pode ser proveniente dos capilares pericárdicos ou até mesmo pus. Pode ser causado por algumas
doenças inflamatórias e compromete o funcionamento do coração por limitar sua capacidade expansiva. Se o derrame é significativo, o coração fica comprimido
(quadro de tamponamento cardíaco). Se ocorre devido ao derramamento de sangue, tem-se um hemopericárdio, estágio que normalmente evolui rapidamente
e pede uma intervenção rápida, como a drenagem do líquido acumulado (pericardiocentese).

CORAÇÃO

 Características gerais
 Trata-se de uma bomba dupla. Seu lado direito recebe sangue pouco oxigenado das veias cavas superior e inferior e
o direciona para o pulmão por meio do tronco e das artérias pulmonares. Seu lado esquerdo recebe sangue oxigenado
dos pulmões através das veias pulmonares e o direciona para todo o corpo através da aorta.
 Possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos
 Átrios: câmaras de recepção
 Ventrículos: câmaras de ejeção
 Ciclo cardíaco: consiste nas ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares cardíacas: câmara direita, bomba do
circuito pulmonar e câmara esquerda, bomba do circuito sistêmico
 Início: DIÁSTOLE – período de alongamento e enchimento ventricular
 Término: SÍSTOLE – período de encurtamento e esvaziamento ventricular

 A parede de cada câmara cardíaca é formada por três camadas:


 Endocárdio: camada mais interna, composta por endotélio e tecido conjuntivo adjacente
 Miocárdio: camada intermediária e espessa de músculo estriado cardíaco
 Epicárdio: camada externa fina (mesotélio), a lâmina visceral do pericárdio seroso
 As fibras do músculo cardíaco apoiam-se no esqueleto fibroso do coração, estrutura de colágeno denso formada por:

 Quatro anéis fibrosos, que circundam os óstios das valvas cardíacas

 Dois trígonos fibrosos, um direito e outro esquerdo, que unem os anéis

 Partes membranáceas dos septos: interatrial e interventricular

16
 As funções do esqueleto fibroso do coração incluem:
 Fornecer fixação para as válvulas AV e arteriais do coração
 Fornecer fixação para o miocárdio
 Atuar como um isolante elétrico, permitindo a condução correta dos estímulos e a contração independente
dos átrios e ventrículos
 Os átrios são separados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados entre
si pelos sulcos interventriculares anterior e posterior

 Forma e orientação

A forma tridimensional do coração se assemelha a uma pirâmide, com um ápice, uma base e quatro faces

 Ápice do coração
 Formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo
 Situa-se posteriormente ao 5º espaço intercostal, a cerca de 9cm da linha mediana
 Não se move durante o ciclo cardíaco
 Consiste em um local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva mitral (AV esquerda)
 Base do coração
 Face posterior do coração, oposta ao ápice
 Formada pelo átrio esquerdo (principalmente) e pelo átrio direito
 Estende-se da bifurcação do tronco pulmonar até o sulco coronário
 Faces do coração
 Face esternocostal (anterior): formada principalmente pelo ventrículo direito
 Face diafragmática (inferior): formada pelo ventrículo direito e pelo ventrículo esquerdo (principalmente)
 Face pulmonar direita: formada pelo átrio direito
 Face pulmonar esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, forma a impressão cardíaca do
pulmão esquerdo
 As câmaras
 Átrio direito
 Tem a função de receber o sangue pouco oxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio coronário
 Possui uma bolsa muscular cônica, a aurícula direita
 A parte posterior da sua face interna é lisa e contém os óstios das veias cavas e o óstio do seio coronário.
Pode ser chamada de seio das veias cavas
 A parte anterior da face interna é muscular e rugosa, sendo formada pelos músculos pectíneos
 As partes lisas e rugosas são separadas uma da outra pelo sulco terminal, externamente, e pela crista terminal,
internamente
 No septo interatrial, existe um remanescente do forame oval embrionário, a fossa oval
 Ao redor da fossa oval, existe uma proeminência chamada limbo da fossa oval

 Ventrículo direito
 É a câmara de saída do sangue em direção aos pulmões. Superiormente, afila-se para formar o cone arterial,
que conduz ao tronco pulmonar
 Possui elevações musculares irregulares em boa parte da sua parede, as trabéculas cárneas. Essa parte rugosa
separa-se da porção lisa do cone arterial por meio da crista supraventricular
 A passagem de sangue do átrio para o ventrículo direito ocorre através do óstio AV direito, o qual contém a
valva tricúspide (AV direita), fixada ao anel fibroso direito e também às cordas tendíneas
 A valva tricúspide é formada por três válvulas
 Válvula anterior
 Válvula posterior
 Válvula septal
 As cordas tendíneas são estruturas fixadas a projeções musculares da parede ventricular, os músculos
papilares, e sua função é impedir o prolapso da valva atrioventricular durante a sístole e, portanto, impedir o
refluxo de sangue em direção ao átrio
 São três os músculos papilares (anterior, posterior e septal), e cada um deles está fixado a duas
válvulas

17
 O septo interventricular é uma divisória entre os dois ventrículos e compõe-se de uma porção muscular forte
e outra porção membranosa, do esqueleto fibroso
 Conectando o septo IV ao músculo papilar anterior, encontra-se a trabécula septomarginal (banda
moderadora), importante por ser um canal de passagem para o ramo direito do fascículo AV (parte do sistema
de condução de impulsos do coração)
 O óstio de saída do ventrículo direito conduz ao tronco pulmonar e nele se localiza a valva do tronco
pulmonar, formada por três válvulas semilunares

 Átrio esquerdo
 Recebe o sangue oxigenado proveniente dos pulmões através das quatro veias pulmonares, avalvulares
 A maior parte do seu interior é lisa, mas existe uma porção muscular no interior da aurícula esquerda
 No septo interatrial encontra-se o assoalho da fossa oval, ao redor do qual fica a valva da fossa oval

 Ventrículo esquerdo
 Suas paredes são duas a três vezes mais espessas que as paredes do ventrículo direito
 Também possui trabéculas cárneas
 Possui uma pequena parte lisa que conduz à aorta, o vestíbulo da aorta
 Seu óstio AV é preenchido pela valva mitral (atrioventricular esquerda, ou bicúspide)
 A mitral é composta por duas válvulas:
 Válvula anterior
 Válvula posterior
 As válvulas da valva mitral também estão fixadas em cordas tendíneas, as quais projetam de músculos
papilares (um anterior e outro posterior)
 O óstio de saída do ventrículo esquerdo conduz à aorta e nele se localiza a valva da aorta, formada por três
válvulas semilunares
 As artérias coronárias direita e esquerda se originam, respectivamente, dos seios aórticos direito e
esquerdo, espaços formados pelas válvulas semilunares

 Irrigação arterial
 É feita pelas artérias coronárias, primeiros ramos da aorta, que irão suprir o miocárdio e o epicárdio

 Artéria coronária direita (ACD)


 Origina-se no seio aórtico direito e segue pelo sulco coronário.
 Seu primeiro ramo é o ramo do nó sinoatrial
 No seu trajeto pelo sulco coronário, emite o ramo marginal direito
 Segue para a face diafragmática do coração, de onde emite o ramo do
nó atrioventricular e, logo depois, segue como ramo interventricular
posterior (artéria descendente posterior)

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 Artéria coronária esquerda (ACE)
 Origina-se no seio aórtico esquerde e segue pelo sulco coronário O domínio do sistema arterial
 Divide-se em dois ramos: o ramo interventricular anterior (artéria coronário é definido pela artéria que
descendente anterior esquerda, ou DAE) e o ramo circunflexo, que dá origem ao ramo IV posterior. Em
continua pelo sulco coronário 67% dos casos, o domínio é da ACD
 Do ramo interventricular anterior, sai o ramo lateral (artéria diagonal)
 Do ramo circunflexo, sai o ramo marginal esquerdo

 Variações de distribuição

 Drenagem venosa
 A principal veia do coração é o seio coronário. Ele recebe sangue de diversas tributárias
 Veia cardíaca magna: se forma na região do septo IV anterior, surgindo como veia interventricular anterior.
Esta segue acompanhando o ramo IV anterior da ACE e depois seu ramo circunflexo (agora como cardíaca
magna). Nela geralmente acaba a veia oblíqua do átrio esquerdo (de Marshall), que marcará o final da cardíaca
magna e o início do seio coronário
 Veia cardíaca parva: surge acompanhando o ramo marginal direito da ACD e segue pelo sulco coronário até
desembocar no seio coronário
 Veia interventricular posterior: surge acompanhando o ramo IV posterior da ACD e segue em direção ao seio
coronário, no qual desemboca
 Veia posterior do ventrículo esquerdo: surge na face posterior do VE e desemboca diretamente no seio
coronário
 Algumas veias não drenam via seio coronário. É o caso de algumas pequenas veias anteriores do ventrículo direito, que
drenam diretamente para o átrio direito e de veias cardíacas mínimas, que se abrem diretamente nas câmaras
cardíacas.

 Complexo estimulante do coração


 Responsável por gerar os impulsos que coordenam o ciclo cardíaco, é composto por tecido nodal e por fibras
condutoras
 Nó sinoatrial: localizado próximo à VCS, é o responsável por iniciar os estímulos de contração. Responde ao
SNA simpático com aumento das contrações e ao SNA parassimpático com retorno do ritmo ao nível basal
 Nó atrioventricular: localizado no septo interatrial, conduz os impulsos para os ventrículos por meio do
fascículo atrioventricular (feixe de His), que se divide em ramos direito e esquerdo, que então se ramificam
nas fibras de Purkinje (ramos subendocárdicos)

Valvopatias cardíacas

São distúrbios das valvas cardíacas que comprometem o bombeamento de sangue. Podem ser do tipo estenose ou insuficiência/regurgitação
Estenose: consiste na incapacidade da valva de abrir completamente, um estreitamento, o que torna o fluxo sanguíneo mais lento
Insuficiência/regurgitação: consiste na incapacidade da valva de fechar completamente, o que permite um refluxo de sangue para câmara da qual foi ejetado
As valvopatias podem ser congênitas ou adquiridas, agudas ou crônicas. Como são processos normalmente mecânicos, as valvas defeituosas costumam ser
substituídas por meio de uma valvoplastia usando, por exemplo, xenoenxertos de porco

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GRANDES VASOS
 Veias
 Veia cava inferior
 Veia cava superior
 Formada a partir da união das veias braquiocefálica esquerda e braquiocefálica direita
 As veias braquiocefálicas são formadas a partir da união da veia subclávia com a jugular interna
 Aorta
 Parte ascendente
 Arco da aorta
 Tronco braquiocefálico, que se divide em artéria subclávia direita e carótida comum direita
 Artéria carótida comum esquerda
 Artéria subclávia esquerda
 Ligamento arterial: remanescente do canal arterial fetal, vai do arco da aorta até a artéria pulmonar esquerda

Aneurismas

Aneurismas são dilatações localizadas de artérias. Pode acontecer com a porção ascendente da aorta, por exemplo, por conta do grande impulso sanguíneo ao
qual ela é submetida. Nesse caso, pode ocorrer compressão da traqueia, do esôfago e do nervo laríngeo recorrente, ocasionando dificuldades respiratórias e de
deglutição

Coartação da aorta

Consiste em uma diminuição do lume do arco da aorta ou de sua parte torácica (estreitamento, ou estenose). Caso ocorra distal ao ligamento arterial, o
organismo consegue desenvolver uma circulação colateral suficiente – através das artérias intercostais e torácicas internas – para manter seu bom
funcionamento

20
SISTEMA
RESPIRATÓRIO

NARIZ
O nariz é o órgão do sistema respiratório situado acima do palato duro, compreendendo uma parte externa e as cavidades nasais.
Suas funções incluem olfação e respiração, além da eliminação de secreções dos seios paranasais e dos ductos lacrimonasais

 Parte externa do nariz


 A maior parte é cartilaginosa
 Inclui um dorso e uma face inferior, marcada por duas aberturas piriformes, as narinas, limitadas lateralmente pelas
asas do nariz
 Internamente às narinas, fica o vestíbulo do nariz, marcado pela presença de pelos rígidos (vibrissas)

 Esqueleto do nariz
 Parte óssea: compreende os ossos nasais, os processos frontais das maxilas, a parte nasal do osso frontal (com sua
espinha nasal) e as partes ósseas do septo nasal
 Parte cartilagínea: compreende um grupo de 5 cartilagens hialinas

 Septo nasal
 Divide a câmara do nariz em duas cavidades nasais e é composto por uma porção óssea e outra cartilaginosa
 Os ossos que participam da formação do septo são: lâmina perpendicular do etmoide, vômer e, em menor nível, as
cristas nasais dos ossos palatino e maxila

 Cavidades nasais
 Estendem-se desde as narinas, sua abertura anterior, até os cóanos, sua abertura posterior, de comunicação com a
nasofaringe
 Os limites da cavidade nasal são:
 Teto: formado por três partes – frontonasal, etmoidal e esfenoidal
 Assoalho: formado pelos processos palatinos das maxilas e pelas lâminas horizontais dos palatinos
 Parede medial: formada pelo septo
 Parede lateral: limite irregular em função de três projeções ósseas cobertas por mucosa, as conchas nasais
 Conchas nasais
 São três em cada parede: conchas nasais superior, média e inferior
 As conchas superior e média são processos do osso etmoide, enquanto a concha inferior é formada
por um osso independente de mesmo nome
 Determinam a formação de espaços, nos quais se abrem vias nasais
 Recesso esfenoetmoidal: acima da concha nasal superior. Drena:
 Seio esfenoidal
 Meato nasal superior: abaixo da concha superior. Drena: A drenagem do seio
 Células etmoidais posteriores frontal acontece por meio
 Meato nasal médio: abaixo da concha média. Drena: do ducto frontonasal
 Células etmoidais médias (na bulha etmoidal)
 Seio maxilar, células etmoidais anteriores e seio frontal (no hiato semilunar)
 Meato nasal inferior: abaixo da concha inferior. Drena:
 Ducto lacrimonasal

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Rinite

Trata-se da inflamação da mucosa nasal, acompanhada de edema, causa por infecções respiratórias altas e reações alérgicas

Epistaxe
Consiste no aparecimento de hemorragia nasal. É relativamente comum devido à grande vascularização do local, sendo a área mais comumente responsável
uma anastomose no terço anterior da cavidade nasal (área de Kiesselbach)

SEIOS PARANASAIS
Tratam-se de extensões da parte respiratória da cavidade nasal para os ossos: frontal, etmoide, esfenoide e maxila

NASOFARINGE
A parte nasal da faringe tem função respiratório e se estende desde os cóanos até o nível do palato

 Características da nasofaringe
 Existe no teto da nasofaringe um acúmulo de tecido linfoide, a tonsila faríngea
 A tuba auditiva abre-se na nasofaringe por meio do óstio faríngeo da tuba auditiva. A abertura desse óstio é controlada
pelo músculo salpingofaríngeo que, coberto de mucosa, é conhecido como prega salpingofaríngea
 Limitando o óstio faríngeo da tuba auditiva superiormente, encontra-se o toro tubário, uma projeção de cartilagem
da tuba auditiva revestida de mucosa
 Posteriormente ao toro tubário e à prega salpingofaríngea existe uma espécie de fenda, o recesso faríngeo

LARINGE
Além de ser o órgão de produção da voz, a laringe também é responsável por proteger as vias aéreas durante a deglutição. É
formada por 9 cartilagens, unidas por membranas e ligamentos

 Esqueleto da laringe
 É formado por 9 cartilagens: 3 ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e 3 pares (aritenóideas, cuneiformes e
corniculadas)
 Cartilagem tireóidea:
 A maior das cartilagens, possui duas lâminas que se fundem anteriormente para formar a
proeminência laríngea (“pomo de Adão”).
 Acima da proeminência, existe um entalhe em V, a incisura tireóidea superior.
A cartilagem cricóidea é o  Posteriormente, as lâminas dessa cartilagem emitem projeções, os cornos.
único anel de cartilagem de  A margem superior e o corno superior da cartilagem tireóidea estão unidas ao osso hioide por meio
toda via aérea a circundá-la da membrana tireo-hióidea
completamente  O corno inferior da cartilagem tireóidea encontra-se unido à cartilagem cricóidea (articulações
cricotireóideas)
 Cartilagem cricóidea:
 Trata-se de um anel formado por três partes: um arco, anteriormente; uma lâmina, posteriormente;
e uma face articular aritenóidea, superiormente
O espaço formado
 Liga-se à margem inferior da cartilagem tireóidea por meio do ligamento
entre as duas pregas
cricotireóideo mediano
vocais é chamado de
 Cartilagens aritenóideas rima da glote; entre as
 Têm formato piramidal e articulam-se com a margem superior da pregas vestibulares,
cartilagem cricóidea rima do vestíbulo
 Em seu ápice localizam-se as cartilagens corniculadas
 Em sua base destacam-se um processo vocal e um processo muscular
 Estendendo-se da união das lâminas da cartilagem tireóidea até o processo vocal das cartilagens
aritenóideas, estão os ligamentos vocais, esqueletos submucosos das pregas vocais

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 Cartilagem epiglótica
 Situa-se posteriormente à raiz da língua e anteriormente ao ádito da laringe
 Está fixada ao hioide pelo ligamento hioepiglótico e à cartilagem tireóidea pelo ligamento
tireoepiglótico
 Estendendo-se desde as faces laterais da cartilagem epiglótica até as faces laterais das cartilagens
aritenóideas, está a membrana quadrangular
 A margem superior da membrana quadrangular forma o ligamento ariepiglótico (prega
ariepiglótica, quando coberto por mucosa)
 A margem inferior livre da membrana forma o ligamento vestibular que, quando coberto
por mucosa, é conhecido como prega vestibular, localizada acima da prega vocal

 Interior da laringe
 Estende-se desde a entrada da laringe, ou ádito da laringe (através do qual se comunica com a parte laríngea da
faringe), até a margem inferior da cartilagem cricóidea
 Vestíbulo da laringe: desde o ádito até as pregas vestibulares
 Parte média da cavidade da laringe: entre as pregas vestibulares e vocais. Lateralmente, existe um recesso entre essas
duas pregas denominado ventrículo da laringe
 Cavidade infraglótica: presente desde as pregas vocais até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua
com o lúmen da traqueia

ÁRVORE TRAQUEOBRONQUIAL
 Traqueia
 Tubo fibrocartilagíneo que se estende desde a laringe até o tórax, onde se divide nos brônquios principais direito e
esquerdo (nível do plano transverso do tórax)
 No nível da bifurcação da traqueia, existe uma saliência que a marca, a carina da traqueia
 É sustentado por anéis de cartilagem hialina em formato de C. Assim, a traqueia, posteriormente, é lisa, em contato
com o esôfago. Nas regiões em que não há cartilagem, existe um músculo liso, o músculo traqueal.
 Brônquios
 O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical que o esquerdo. Entra O brônquio principal
diretamente no pulmão direito é o local mais
 O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente em direção ao hilo do pulmão esquerdo. provável de destino
 Os brônquios principais se ramificam em lobares, segmentares e posteriormente nos de corpos estranhos
bronquíolos e alvéolos (árvore traqueobronquial) aspirados

PULMÕES
 Pleuras
 Membrana fibrosa que cobre os pulmões. A pleura visceral está aderida aos pulmões, enquanto a pleura parietal forma
a parede da cavidade pulmonar e divide-se em 4 partes:
 Parte costal
 Parte mediastinal
 Parte diafragmática
 Cúpula da pleura
 A raiz de cada pulmão encontra-se na área de continuidade entre as pleuras visceral e parietal (bainha pleural).
Inferiormente à raiz, essa continuidade forma o ligamento pulmonar, que se estende entra o pulmão e o mediastino

Atelectasia

Os pulmões mantêm-se naturalmente distendidos devido à aderência à parede torácica através da pleura parietal, a qual se faz devido à tensão superficial do
líquido pleural. Caso essa tensão superficial diminua, por algum motivo, o pulmão pode entrar em colapso, processo conhecido como atelectasia.

A atelectasia pode ser primária – caso o pulmão nunca chegue a ser insuflado após o nascimento – ou secundária – colapso de um pulmão previamente
insuflado

O acúmulo de ar na cavidade pleural – pneumotórax – pode causa atelectasia

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 Organização geral
 Cada pulmão é formado por um ápice, uma base (apoiada sobre as cúpulas diafragmáticas), lobos e fissuras, faces
(costal, mediastinal e diafragmática) e margens (anterior, posterior e inferior)

 Pulmão direito
 Possui duas fissuras: uma fissura oblíqua direita e um fissura horizontal
 Divide-se em três lobos: superior, médio e inferior
 Possui em sua face diafragmática uma impressão maior, devido ao maior tamanho da cúpula direita do diafragma
 Impressões/sulcos:
 Área do timo
 Sulco da 1ª costela
 Sulco da veia braquiocefálica
 Sulco da veia cava superior
 Sulco da veia ázigo
 Impressão cardíaca
 Sulco da artéria subclávia
 Área da traqueia
 Área/sulco do esôfago
 Configuração geral do hilo: artéria pulmonar é anterior ao brônquio principal direito; veias pulmonares
anteroinferiores às demais estruturas; hilo em forma de “Q”; presença de linfonodos broncopulmonares

 Pulmão esquerdo
 Possui uma fissura: fissura oblíqua esquerda
 Divide-se em dois lobos: superior e inferior
 Sua margem anterior é marcada por uma espécie de entalhe causado pelo coração, a incisura cardíaca
 A incisura cardíaca determina o aparecimento de um processo no pulmão esquerdo, a língula
 Impressões/sulcos:
 Área do timo
 Sulco da 1ª costela
 Sulco da veia braquiocefálica esquerda
 Sulco da artéria subclávia
 Área da traqueia
 Sulco do arco da aorta
 Sulco da parte descendente da aorta
 Sulco do esôfago
 Impressão cardíaca
 Configuração geral do hilo: artéria pulmonar é superior ao brônquio principal esquerdo; veias pulmonares
anteroinferiores às demais estruturas; hilo em forma de “P”; presença de linfonodos broncopulmonares

Embolia pulmonar

As artérias pulmonares podem ser obstruídas por um coágulo sanguíneo, glóbulos de gordura ou bolhas de ar provenientes de veias que enviam sangue para o
lado direito do coração e, deste, para os pulmões. A obstrução pode impedir a perfusão sanguínea do órgão, mesmo que a ventilação seja mantida – esse
quadro causa uma angústia respiratória aguda no paciente, devido à diminuição da oxigenação sanguínea

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SISTEMA DIGESTÓRIO

REGIÃO ORAL
Trata-se do local em que o alimento é ingerido e preparada para a digestão nos demais órgão o sistema digestório

 Cavidade oral

É formada pelo vestíbulo da boca e pela cavidade própria da boca

 Vestíbulo da boca: consiste no espaço semelhante a um fenda existente entre os dentes/a gengiva e os lábios/as
bochechas.
 Comunica-se com o ambiente externo através da rima da boca, espaço cuja abertura é controlada por
músculo periorais (orbicular da boca, bucinador, risório...)
 Cavidade própria da boca: espaço situado entre os arcos dentais (maxilar/superior e mandibular/inferior) e a abertura
posterior da cavidade oral, que se comunica com a orofaringe

 Lábios
 São pregas de músculo coberto por pele (externamente) e mucosa (internamente), que protege a rima da boca
 Na parte intraoral dos lábios, existe uma membrana que se estende desde a gengiva até a parte mediana da
mucosa, são os frênulos labiais (inferior e superior)

 Bochechas
 São as paredes móveis da cavidade oral, de estrutura quase igual à dos lábios
 Presença do músculo bucinador e de coleções encapsuladas de gordura (corpos adiposos da bochecha -
maiores em lactentes)

 Gengivas
 Tecido fibroso coberto por mucosa, que se firma aos processos alveolares da maxila e da mandíbula e aos dentes

 Dentes
 Responsáveis por reduzir e misturar o alimento, os dentes estão presos nos
alvéolos dentais
 Um dente é identificado como decíduo (primário) ou permanente (secundário)
 Crianças costumam ter 20 dentes decíduos, enquanto adultos possuem
32 dentes permanentes
 Classificam-se em
 Incisivos (central e lateral)
 Caninos
 Pré-molares
 Molares
 Palato

Forma o teto da cavidade oral e o assoalho da cavidade nasal, separando esses dois espaços

 Palato duro: parte mais anterior do palato, é sustentado por uma estrutura óssea formada pelo processo palatino da
maxila e pela lâmina horizontal do palatino
 Os nervos nasopalatinos passam pelos canais incisivos, que se abrem na fossa incisiva, na região medial do
palato duro
 Existem na lâmina horizontal do osso palatino dois forames que dão passagem a As fauces são o
nervos e vasos dessa região, os forames palatinos maior e menor espaço entre a
cavidade oral e a
faringe. Os arcos são
 Palato mole: terço posterior móvel do palato, une-se ao palato duro por meio da aponeurose
os pilares das fauces e
palatina. Posteriormente a essa parte aponeurótica, fica a parte muscular do palato mole a passagem de uma
 Na sua extremidade mais posterior, existe um processo cônico, a úvula cavidade para a outra
 O palato mole impede a entrada de alimento na cavidade nasal durante a é o istmo das fauces
deglutição
 Ele é contínuo com a faringe em suas partes laterais e une-se à língua e à faringe através do arco palatoglosso
e do arco palatofaríngeo, respectivamente (regiões também de músculo coberto de mucosa)
 Entre esses dois arcos fica a tonsila palatina, localizada na fossa tonsilar

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 Língua

Órgão muscular móvel situado na cavidade oral e na orofaringe, responsável pela articulação da fala e pela compressão do alimento
durante a deglutição

 Partes da língua: são três:


 Raiz: parte mais posterior e fixa da língua
 Corpo: aproximadamente os dois terços anteriores, entre a raiz e o ápice. É bastante móvel
 Ápice: ponta da língua, que repousa sobre os dentes incisivos. É bastante móvel

 Faces da língua: são duas:


 Dorso da língua: face mais extensa, inferior e posterior
 Nele se localiza o sulco terminal da língua, cujo ângulo aponta para o forame cego, remanescente
do ducto tireoglosso embrionário. Esse sulco separa a língua em partes pré-sulcal e pós-sulcal
 Na parte pré-sulcal, existe uma divisão em duas metades feita pelo sulco mediano da língua
 Possui textura áspera devido às papilas linguais, que são dos tipos:
 Filiformes
 Fungiformes
 Folhadas
 Circunvaladas
 Na parte pós-sulcal não existem papilas, mas há um conjunto de nódulos linfoides conhecidos
coletivamente como tonsila lingual
 Face inferior da língua: normalmente repousa sobre o assoalho da boca
 Ligando essa face ao assoalho da boca, encontra-se o frênulo da língua. De cada lado desse frênulo,
é possível visualizar a veia profunda da língua
 Na parte inferior da língua, abrem-se os ductos das glândulas sublingual e submandibular
 A glândula submandibular se abre em óstios presentes de cada lado do frênulo da língua,
conhecidos como carúnculas (papilas) sublinguais

 Músculos extrínsecos da língua: sua ação principal é modificar a posição da língua. São eles:
 Genioglosso
 Hioglosso
 Estiloglosso
 Palatoglosso

 Músculos intrínsecos da língua: sua ação principal é modificar o formato da língua. São eles:
 Longitudinal superior
 Longitudinal inferior
 Transverso
 Vertical

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 Inervação da língua
 Motora: N. hipoglosso
 Sensibilidade geral (2/3 anteriores): N. trigêmeo
 Gustação (2/3 anteriores): N. facial
 Sensibilidade geral (1/3 posterior): N. glossofaríngeo
 Gustação (1/3 posterior): N. glossofaríngeo

 Glândulas salivares principais


 Parótida: situada posterior e lateralmente aos ramos da mandíbula, essa glândula drena para as papilas do ducto
parotídeo, diante dos segundos molares maxilares
 Submandibular: situada ao longo do corpo da mandíbula, drena para a face inferior da língua (carúnculas sublinguais)
 Sublingual: situada no assoalho da boca, drena para as pregas sublinguais, na face inferior da língua

OROFARINGE
Estende-se do palato mole até a margem superior da epiglote. Possui função digestória, com participação importante na deglutição

LARINGOFARINGE
Situa-se posteriormente à laringe, com a qual se comunica através do ádito da laringe. Estende-se desde a epiglote até margem
inferior da cartilagem cricóidea, onde se torna contínua com o esôfago

 Recesso piriforme: espaço situado de cada lado do ádito da laringe e separado deste por meio das pregas ariepiglóticas.
Internamente à sua mucosa, localizam-se os nervos laríngeo interno e laríngeo recorrente

ESÔFAGO
Tubo fibromuscular que conduz o alimento até o estômago

 Constrições: são regiões em que o lume do esôfago é menor devido à presença de determinadas estruturas próximas
 Constrição faringoesofágica (cervical): feita pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe
 Constrição broncoaórtica (torácica): feita pelo arco da aorta e pelo brônquio principal esquerdo
 Constrição diafragmática (esfíncter esofágico inferior): feita no momento em que o esôfago passa pelo hiato esofágico,
no diafragma

 Junção esofagogástrica: região de mudança abrupta de mucosa na passagem do esôfago para o estômago – linha Z
 Nessa região a constrição diafragmática funciona como um esfíncter fisiológico, impedindo o refluxo de conteúdo
gástrico para o esôfago

 Vascularização
 A irrigação arterial da porção abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda e pela artéria frênica inferior
esquerda
 A drenagem venosa é feita tanto para o sistema porta (através da veia gástrica esquerda) quanto para a circulação
sistêmica (veias esofágicas, que drenam para a veia ázigo)

PERITÔNIO
 Considerações gerais
 Boa parte dos órgãos alojados na cavidade abdominopélvica cresceram invaginando-se contra o saco peritoneal.
Assim, existem duas lâminas de peritônio, em associação com as vísceras e com a parede abdominal:
 Peritônio visceral: em contato com as vísceras abdominais
 Peritônio parietal: em contato com a parede abdominal
 Entre as lâminas de peritônio fica a cavidade peritoneal, preenchida por líquido peritoneal, o qual permite a livre
movimentação dos órgãos (ex.: peristaltismo intestinal)
 Os órgãos são classificados de acordo com sua posição em relação às lâminas de peritônio:
 Órgãos intraperitoneais: estão quase completamente cobertos por peritônio visceral. Ex.: estômago, baço
 Órgãos retroperitoneais, extraperitoneais e subperitoneais: situam-se externamente ao peritônio parietal e
apresentam no máximo uma face em contato com peritônio. Ex.: rins, bexiga
 Obs.: os colos ascendente e descendente são secundariamente retroperitoneais

27
 Formações peritoneais
 Mesentério: trata-se de uma camada dupla de peritônio que se forma quando o órgão invagina para o saco peritoneal.
Essa lâmina dupla permite a comunicação dos órgãos intraperitoneais com a parede do corpo, dando passagem a
vasos e nervos, por exemplo. Pode receber denominações específicas: mesocolo transverso, mesoesôfago
 Omento: prega peritoneal que une o estômago e a porção proximal do duodeno a estruturas adjacentes
 Omento maior: prega proeminente de quatro camadas que parte da curvatura maior do estômago, volta-se
superiormente e fixa-se ao colo transverso e ao seu mesentério
 Pode ser descrito a partir da separação em ligamentos: gastrocólico, gastrofrênico e gastroesplênico
 Omento menor: prega menor e dupla, liga a curvatura menor do estômago e a O ligamento falciforme
parte proximal do duodeno ao fígado liga o fígado à parede
 A porção membranácea do omento menor é o ligamento hepatogástrico anterior do abdome
 A margem livre espessa do omento menor é o ligamento hepatoduodenal, o qual dá passagem à
tríade portal (artéria hepática, veia porta e ducto colédoco)

 Subdivisões da cavidade abdominal:


 O mesocolo transverso divide a cavidade abdominal em dois compartimentos:
 Compartimento supracólico: contém o estômago, o fígado e o baço
 Compartimento infracólico: contém o intestino delgado e os colos ascendente e descendente
 A comunicação entre esses dois compartimentos existe por meio dos sulcos paracólicos (laterais aos
colos ascendente e descendente)
 Existe ainda a bolsa omental, uma cavidade posterior ao estômago e ao omento maior que permite a livre
movimentação desse órgão. Comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental (de Winslow)

28
ESTÔMAGO
Parte expandida do sistema digestório especializada em digestão enzimática do bolo alimentar, transformando-o em quimo e
enviando-o para o duodeno

 Partes do estômago
 Cárdia: porção inicial, circunda o óstio cárdico (abertura superior do estômago)
 Fundo gástrico: porção superior dilatada que está relacionada à cúpula esquerda do diafragma.
 Entre o esôfago e o fundo gástrico situa-se a incisura cárdica
 Corpo gástrico: porção principal do estômago, situa-se entre o fundo e o antro pilórico O estômago forma boa
 Parte pilórica: porção mais distal de saída do estômago, divide-se em: parte da parede anterior
 Antro pilórico: parte mais dilatada, porção inicial da bolsa omental
 Canal pilórico: parte mais estreita
 Piloro: região de esfíncter (espessamento da túnica circular), que controla a abertura do óstio pilórico e o
trânsito de quimo para o duodeno

 Curvaturas
 Curvatura menor: curvatura côncava e mais estreita do estômago
 Nela se localiza uma marca de passagem do corpo gástrico para o antro pilórico, a incisura angular
 Curvatura maior: curvatura convexa e mais longa do estômago.

 Vascularização
 Irrigação arterial:
 Anastomoses ao longo da curvatura menor do estômago entre a artéria gástrica esquerda (do tronco celíaco)
e a artéria gástrica direita (da a. hepática própria ou da a. hepática comum)
 Anastomoses ao longo da curvatura maior do estômago entre a artéria gastromental esquerda (da a.
esplênica) e a artéria gastromental direita (da a. gastroduodenal)
 Irrigação do fundo gástrico e parte superior do corpo gástrico através das artérias gástricas curtas e
posteriores (da a. esplênica)

 Drenagem venosa:
 A veia gástrica esquerda e a veia gástrica direita drenam para a veia porta
 Para a veia gástrica direita drena uma veia menor chamada de veia pré-pilórica, importante para a
identificação do piloro em procedimentos cirúrgicos
 As veias gástricas curtas e a veia gastromental esquerda drenam para a veia esplênica (que se une à
mesentérica superior para formar a veia porta)
 A veia gastromental direita drena para a veia mesentérica superior

29
INTESTINO DELGADO

Principal local de absorção de nutrientes, estende-se desde o piloro até a junção ileocecal

 Duodeno
 Primeira parte do intestino delgado, segue um trajeto em forma de C ao redor da cabeça do pâncreas e estende-se
desde o piloro até a junção/flexura duodenojejunal
 Sua primeira porção é livre e possui mesentério (região da ampola ou bulbo duodenal), o restante é retroperitoneal
 Divide-se em quatro partes:
 Parte superior: porção inicial a partir do piloro, é superposta pelo fígado e pela vesícula biliar. Com exceção
da ampola, não possui peritônio em sua parte posterior. Sua parte proximal fixa o ligamento hepatoduodenal
superiormente e o omento maior inferiormente
 Parte descendente: segue inferiormente e curva-se ao redor da cabeça do pâncreas. Tem trajeto paralelo à
VCI, à direita dela. É totalmente retroperitoneal
 Na parede da porção descendente do duodeno abre-se a ampola hepatopancreática, uma junção do
ducto colédoco com o ducto pancreático principal. O local onde esses ductos se abrem formam uma
papila, a papila maior do duodeno
 Existe também uma papila menos constante, a papila menor do duodeno, na qual se abre o ducto
pancreático acessório
 Parte inferior/horizontal: segue transversalmente para a esquerda, situando-se inferiormente à cabeça do
pâncreas e a seu processo uncinado. É cruzada pelos vasos mesentéricos superiores
 Parte ascendente: segue superiormente até se curvar anteriormente na flexura duodenojejunal.
 A flexura é mantida por ação do músculo suspensor do duodeno (Ligamento de
Treitz), uma alça muscular proveniente de fibras do diafragma e fibras lisas do
duodeno. Sua contração aumenta o ângulo da flexura e facilita a passagem do
conteúdo intestinal
 Vascularização:
 Irrigação arterial: provém de duas fontes:
 Artérias pancreatoduodenais superiores – ramos da artéria gastroduodenal,
suprem o duodeno proximal à entrada do ducto colédoco
 Artérias pancreatoduodenais inferiores – ramos da artéria mesentérica superior, suprem o duodeno
distal à entrada do ducto colédoco

 Drenagem venosa: as veias duodenais acompanham as artérias e drenam para a veia porta hepática (direta
ou indiretamente)
 Jejuno e íleo
 A segunda parte do intestino delgado, começa na junção duodenojejunal e estende-se até a junção ileocecal
 É intraperitoneal
 O jejuno ocupa cerca de 2/5 dessa porção do intestino, enquanto o íleo ocupa os outros 3/5. Não há uma transição
marcada entre eles, mas algumas de suas características são bem distintas

 Vascularização
 Irrigação arterial: é feita pelas artérias jejunais e ileais, ramos da artéria mesentérica superior
 As artérias jejunais e ileais dão origem aos arcos arteriais que, por sua vez, originam os vasos retos
 Drenagem venosa: é feita por meio da veia mesentérica superior, que se une à veia esplênica para formar a
veia porta hepática

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Características Jejuno Íleo

Cor Vermelho-vivo Rosa claro

Parede Mais espessa e pesada Fina e leve

Vasos retos Mais longos Mais curtos

Arcos Algumas alças grandes Muitas alças curtas

Pregas Muito pregueado Pouco pregueado

Nódulos linfoides Poucos Muitos

INTESTINO GROSSO

Local de reabsorção de água e depósito temporário de fezes até o momento da defecação

 Características gerais
 O intestino grosso se diferencia do delgado por algumas características marcantes. São elas:
 Presença de apêndices omentais do colo – projeções adiposas pequenas semelhantes ao omento
 Organização da camada muscular em três faixas longitudinais, as tênias do colo.
 As faixas podem servir de fixação para o omento maior (tênia omental), para o mesocolo (tênia
mesocólica), ou não fixar nenhum elemento (tênia livre)
As tênias do colo iniciam-se
 Presença de saculações na parede do colo, entre as tênias
no apêndice e se estendem
 Calibre maior por todo o intestino grosso,
até terminarem fundindo-
 Ceco e apêndice vermiforme se na junção retossigmoide
 O ceco é a primeira porção do intestino grosso, sendo uma bolsa intestinal cega contínua para formar uma camada
com o colo ascendente, no quadrante inferior direito do abdome – fossa ilíaca longitudinal contínua ao
 Não possui mesentérico, mas se liga à parede abdominal por pregas cecais de peritônio redor do reto
 O íleo se abre no ceco, por meio do óstio ileal, que se apresenta por meio da papila ileal dentro do ceco
 Ao redor do óstio ileal existem pregas, o lábio ileocólico (superiormente) e o lábio ileocecal (inferiormente),
a partir das quais se estendem os frênulos do óstio ileal (cristas laterais)

31
 O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal que contém massas de tecido linfoide. Possui um mesentério
triangular, o mesoapêndice

 Vascularização
 Irrigação arterial: o ceco e o apêndice são supridos por ramos da artéria ileocólica (último ramo da a.
mesentérica superior)
 A artéria ileocólica dá um ramo cólico e um ramo ileal, que contribuem para a formação dos arcos
justacólicos (artéria marginal do colo).
 O arco mais próximo ao ceco emite a artéria cecal anterior e a artéria cecal posterior
 Do ramo ileal da artéria ileocólica emerge a artéria apendicular, destinada à irrigação do apêndice

 Drenagem venosa: é feita por uma veia ileocólica, tributária da mesentérica superior

 Colo

Divide-se em quatro partes e circunda o intestino delgado

 Colo ascendente
 Localizado ao longo da margem direita do abdome
 Ascende do ceco até o lobo hepático direito, onde vira-se para a esquerda na flexura direita do colo (flexura
hepática), para dar origem ao colo transverso
 É secundariamente retroperitoneal, possuindo um mesentério curto em apenas 25% das pessoas
 Possui um sulco paracólico direito em sua face lateral

 Colo transverso
 Estende-se desde a flexura direita até a flexura esquerda do colo (flexura esplênica), de onde segue
inferiormente como colo descendente
O mesocolo transverso
 A flexura esquerda do colo está ligada ao diafragma por meio do ligamento
fixa-se na margem
frenocólico anterior do pâncreas
 Possui mesentério: o mesocolo transverso

 Colo descendente
 Estende-se desde a flexura esquerda do colo até a fossa ilíaca, onde é contínuo com o colo sigmoide
 É secundariamente retroperitoneal
 Possui um sulco paracólico esquerdo em sua face lateral

 Colo sigmoide
 Estende-se desde a fossa ilíaca até a junção retossigmoide, marcada pelo fim das tênias do colo
 Possui mesentério: o mesocolo sigmoide

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 Vascularização
 Irrigação arterial:
 Boa parte do colo é suprida por uma rede anastomótica formada pelos arcos justacólicos (artérias
marginais do colo). Esses arcos são formados a partir de ramos das artérias mesentéricas, de acordo
com a região do colo
 No colo ascendente, as artérias responsáveis pela formação dos arcos são ramos da mesentérica
superior: a artéria ileocólica e a artéria cólica direita, principalmente
 No colo transverso, a irrigação provém principalmente da artéria cólica média (ramo da a.
mesentérica superior), mas pode ser suprido pelas artérias cólicas direita e esquerda, indiretamente
por ramos anastomóticos
 No colo descendente e no colo sigmoide a irrigação é feita por ramos da artéria mesentérica inferior:
a artéria cólica esquerda (com seus ramos ascendente e descendente) e as artérias sigmóideas

 Drenagem venosa:
 No colo ascendente, é feita por tributárias da veia mesentérica superior: a veia ileocólica e a veia
cólica direita
 No colo transverso, é feita por tributárias da mesentérica superior, como a veia cólica média
 No colo descendente e no colo sigmoide a drenagem é feita para a veia mesentérica inferior, por
meio de tributárias, como as veias sigmóideas e a veia cólica esquerda

 Reto e canal anal


 Parte terminal fixa do intestino grosso
 É basicamente retroperitoneal e subperitoneal
 Contínuos com o colo sigmoide ao nível de SIII

PÂNCREAS

Glândula acessória da digestão, de localização retroperitoneal

 Funções
 Função exócrina: produzir as enzimas digestivas do suco pancreático, lançado no duodeno por meio do ducto
pancreático principal e do ducto pancreático acessório
 Função endócrina: produção de insulina e glucagon pelas células das ilhotas de Langerhans

 Partes
 Cabeça
 Parte expandida da glândula circundada pela curvatura em C do duodeno
 Possui uma projeção inferior e para a esquerda conhecida como processo uncinado, que se localiza
posteriormente aos vasos mesentéricos superiores
 O ducto colédoco, durante seu trajeto em direção ao duodeno, passa por um sulco no pâncreas ou até mesmo
insere-se em sua substância
 Colo
 É curto e situa-se anteriormente aos vasos mesentéricos superiores, que deixam um sulco em sua face
posterior
 Na face posterior do colo pancreático ocorre a junção
da veia mesentérica superior à veia esplênica para
formar a veia porta do fígado
 Corpo
 Prosseguimento do colo, segue à esquerda dos vasos
mesentéricos superiores
 Está situado no assoalho da bolsa omental
 Cauda
 Situa-se anteriormente ao rim esquerdo
 Relaciona-se com o hilo esplênico e com a flexura
esquerda do colo

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 Vascularização
 Irrigação arterial:
 Ramos pancreáticos da artéria esplênica irrigam o corpo e a cauda do pâncreas
 A irrigação da cabeça do pâncreas é feita pelas artérias:
 Pancreatoduodenal superior anterior e superior posterior – ramos da artéria gastroduodenal
 Pancreatoduodenal inferior anterior e inferior posterior – ramos da artéria mesentérica superior
 Drenagem venosa:
 Acontece por meio das veias pancreáticas correspondentes às artérias, sendo que a maioria drena para a
veia esplênica

FÍGADO

Maior glândula do corpo, o fígado é o primeiro a receber, da veia porta, os nutrientes absorvidos no sistema digestivo (exceto
lipídios) e possui uma grande atividade metabólica. Além disso, o fígado armazena glicogênio e produz bile (emulsificante de
gorduras)
A bile sai do fígado pelos ductos hepáticos direito e esquerdo,
 Faces e relações do fígado que se unem para formar o ducto hepático comum. Este une-
 Face diafragmática: se ao ducto cístico para formar o ducto colédoco.
 Lisa e convexa, relaciona-se com o diafragma
 É coberta por peritônio, exceto na região da área nua do fígado, em que ele está em contato direto com o
diafragma
 A área nua do fígado é delimitada por reflexões de peritônio, que se apresentam como as lâminas
anterior e posterior do ligamento coronário.
 Essas lâminas continuam à direita até convergirem para dar origem ao ligamento triangular
direito e à esquerda até darem origem ao ligamento triangular esquerdo
 Na área nua existe um proeminente sulco da veia cava inferior
 Ligando o fígado à parede abdominal anterior está o ligamento falciforme
 A parte inferior livre do ligamento falciforme é o ligamento redondo do fígado
 Impressões
 Impressões costais (lobo direito)

 Face visceral
 Também coberta por peritônio (exceto na região da entrada dos vasos – porta do fígado – e na fossa da
vesícula biliar)
 Na porção posterior dessa face fica o ligamento venoso (remanescente do ducto venoso embrionário)
 Impressões: O ligamento redondo é
 Impressão renal o remanescente fibroso
 Impressão suprarrenal da veia umbilical
 Impressão cólica
 Impressão duodenal
 Impressão gástrica
 Impressão esofágica

 Lobos
 Subdivisão macroscópica do fígado em quatro:
 Lobo direito
 Lobo esquerdo
 Lobo quadrado: anterior e inferior
 Lobo caudado: posterior e superior
 Unindo o lobo caudado ao lobo direito está o processo caudado

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 Vascularização
 Mais de 75% do sangue recebido pelo fígado provém da veia porta hepática. Ela leva nutrientes que suprem
principalmente o parênquima. Divide-se em ramos direito e esquerdo próximo à porta do fígado
 O sangue da artéria hepática é distribuído principalmente para estruturas não parenquimatosas
 Do tronco celíaco emerge a artéria hepática comum que, após emitir a artéria gastroduodenal, passa a ser
chamada de artéria hepática própria. Essa última será dividida em ramos direito e esquerdo
 Veias coletoras drenam as veias centrais do fígado e juntam-se para formar a veia hepática esquerda e a veia hepática
direita, que desembocam na veia cava inferior logo abaixo do diafragma
 A irrigação da vesícula biliar provém da artéria cística, ramo da artéria hepática direita

 Obs.: existem comunicações entre o sistema porta e a circulação sistêmica – as anastomoses portossistêmicas. Elas
acontecem, principalmente, na submucosa do esôfago e do canal anal, na região periumbilical e na face posterior de
vísceras secundariamente retroperitoneais

Varizes

Caso o sangue desviado do sistema porta para a circulação sistêmica seja excessivo, os vasos das anastomoses portossistêmicas podem dilatar-se de forma
anormal, quadro conhecido como varizes. Essa situação pode significar risco à vida

35
SISTEMA
GENITOURINÁRIO

RINS, URETERES E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS

Os rins produzem urina que é conduzida pelos ureteres até a bexiga urinária, na pelve. Separadas deles por uma lâmina fascial fina
estão as glândulas suprarrenais, parte do sistema endócrino. Todas essas estruturas são retroperitoneais

 Rins

 Relações
 Os rins são circundados por uma cápsula adiposa, também chamada de gordura perirrenal
 A cápsula envolve o rim e seus vasos e se dirige para os seios renais, cavidades centrais próximas ao
hilo renal
 Em torno dos rins, das glândulas suprarrenais e da cápsula adiposa fica a fáscia renal
 Ela continua medialmente envolvendo os vasos renais, até que se funde com suas bainhas
vasculares
 Inferomedialmente, continua envolvendo os ureteres, sendo então chamada de fáscia periureteral
 Externamente à fáscia, fica outra camada de gordura, o corpo adiposo pararrenal (ou gordura
pararrenal)
 Gordura extraperitoneal da região lombar
 Recebe feixes colágenos vindos da fáscia renal
 A fáscia renal está fixada superiormente à fáscia diafragmática
 Ou seja, as glândulas suprarrenais estão fixadas
principalmente ao diafragma
 Os rins são mantidos relativamente fixos pela cápsula adiposa, pelo corpo
adiposo pararrenal, pela fáscia renal e pelos vasos renais.
 Possui certa mobilidade (cerca de 3cm no máximo) durante a
respiração e durante as mudanças de posição do corpo (ex.: da
posição em decúbito dorsal para a ortostática)

 Localização
 Situam-se no retroperitônio sobre a parede posterior do abdome, de cada
lado da coluna vertebral e ao nível das vértebras TXII a LIII
 O rim direito é mais baixo que o rim esquerdo (por conta do fígado)
 A margem inferior do rim direito está a próximo à crista ilíaca
 O rim direito está separado do fígado pelo recesso hepatorrenal

 Partes
 O rim é formado por faces anterior e posterior, por margens medial e lateral e por polos superior e inferior
 A margem medial é côncava e a lateral, convexa
 Na margem medial está localizado o hilo renal. Trata-se de uma região de entrada para um espaço no rim, o
seio renal
 O seio renal é ocupado pelos vasos renais, pelos cálices renais, pela pelve renal (que leva ao ureter,
já saindo dos rins), por nervos e por uma quantidade variável de gordura
 A disposição das estruturas do hilo é:
 Veia renal anterior à artéria renal
 Artéria renal anterior à pelve renal (e, consequentemente ao ureter)
 O ureter possui uma expansão achatada e afunilada, a pelve renal. A porção afunilada que leva ao ureter é o
ápice da pelve renal
 A pelve recebe dois ou três cálices maiores, os quais são formados a partir de cálices menores
 Os cálices menores possuem um entalhe chamado de papila renal, a qual é o local de recepção da
urina formada pelas pirâmides renais, correspondente à medula do órgão
 As pirâmides e o córtex associado formam os lobos renais, os quais são visualizáveis
externamente em rins fetais

36
 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 Os rins são drenados pelas artérias renais direita e esquerda, que surgem da aorta abdominal no
nível das vértebras LI/LII
 Cada artéria renal se divide em cerca de 5 artérias renais segmentares próximas ao hilo, sendo elas
artérias terminais
 Pode ser que existam várias artérias renais, que entram juntas no hilo renal
 Artérias extra-hilares, ramos da renal ou da aorta, podem entrar na face externa do rim (algumas
nos polos – “artérias polares”)
 A artéria renal direita é mais longa que a esquerda e passa posteriormente à veia cava inferior
 Drenagem venosa:
 Várias veias drenam os rins, se unindo de forma variável para formar as veias renais direita e
esquerda, que se dirigem para a veia cava inferior
 A veia renal esquerda é mais longa que a direita e recebe: veia suprarrenal esquerda, veias gonadais
(testiculares ou ováricas) esquerdas e uma comunicação com a veia lombar ascendente
 A veia renal esquerda passa entre a artéria mesentérica superior e a aorta abdominal para
chegar até a VCI

 Ureteres
 São tubos musculares que conduzem a urina dos rins até a bexiga urinária
 Trajeto:
 Seguem inferiormente a partir do ápice da pelve renal em um trajeto retroperitoneal e intimamente aderido
ao peritônio parietal
 Passam pela margem da abertura superior da pelve, anteriormente à bifurcação da artéria ilíaca
comum
 Continuam pela parede da pelve até alcançarem a bexiga urinária

 Considerações:
 Em exames de imagem, é possível distinguir três constrições relativas nos ureteres:
 1. Na região de transição entre a pelve renal e o ureter
 2. Na passagem do ureter pela margem da abertura superior da pelve
 3. Na região em que passam pela parede da bexiga
 Essas constrições podem ser pontos de obstrução dos ureteres por cálculos ureterais

37
 Glândulas suprarrenais
 Localização:
 Situam-se entre a face superomedial dos rins e o diafragma
 Estão envoltas por fáscia renal, através da qual se fixam aos pilares do diafragma
 A glândula suprarrenal direita tem formato piramidal, enquanto a esquerda possui formato de meia-lua
 Veias e vasos linfáticos saem das glândulas através de um hilo, enquanto artérias e nervos entram em locais
diversos das glândulas

 Partes:
 O córtex suprarrenal, porção mais externa, deriva do mesoderma e secreta corticosteroides e
androgênicos
 A medula suprarrenal, porção mais interna, deriva de células da crista neural e secreta
catecolaminas
 A adrenalina e a noradrenalina preparam o corpo para uma reação de luta ou fuga

 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 Devido à sua atividade endócrina, a glândula suprarrenal possui abundante irrigação
arterial
 As mais de 50 artérias que penetram a cápsula suprarrenal provêm de três fontes
principais:
 Artérias suprarrenais superiores: originam-se das artérias frênicas inferiores
 Artérias suprarrenais médias: originam-se da aorta abdominal, próximo à saída da
mesentérica superior
 Artérias suprarrenais inferiores: originam-se das artérias renais

 Drenagem venosa:
 A drenagem da glândula se faz para veias suprarrenais calibrosas
 A veia suprarrenal direita é mais curta e drena para a veia cava inferior
 A veia suprarrenal esquerda é mais longa e drena para a veia renal esquerda
 Frequentemente, une-se à veia frênica inferior

38
BEXIGA URINÁRIA

A bexiga é um órgão oco de paredes musculares fortes que armazena temporariamente a urina

 Localização
 O estado de enchimento da bexiga interfere em seu tamanho, forma e posição
 A bexiga situa-se na pelve menor, apoiada anteriormente sobre o púbis e posteriormente sobre a vagina
ou sobre a próstata
 É separada do púbis e da sínfise púbica pelo espaço retropúbico
 Em crianças pequenas e lactentes, a bexiga fica no abdome
 Quando cheia, em adultos, entra na pelve maior ascendendo pelo tecido adiposo extraperitoneal
da parede anterior do abdome
 Está inferior ao peritônio

 Fixação:
 A bexiga está relativamente livre no tecido adiposo extraperitoneal
 A exceção é o colo da bexiga, que se une firmemente pelas seguintes estruturas:
 Ligamentos laterais vesicais
 Arco tendíneo da fáscia da pelve
 Diretamente por meio do seu componente anterior: o ligamento puboprostático (homens),
ligamento pubovesical (mulheres)
 Indiretamente por meio da fixação lateral da vagina ao arco tendíneo da fáscia da pelve
 Partes:
 A bexiga possui um ápice voltado anteriormente para a margem superior da sínfise púbica
 Oposto ao ápice, fica o fundo da bexiga
 Nas mulheres, em contato com a parede anterior da vagina
 Entre o ápice e o fundo, fica o corpo da bexiga, sua parte principal
 As faces inferiores se encontram no colo da bexiga
 Suas paredes são formadas principalmente pelo músculo detrusor
 Em sua parte interna, é possível visualizar os dois óstios do ureter, além de um óstio interno da uretra
 Essas três estruturas delimitam uma região chamada de trígono da bexiga
 O trígono possui uma pequena elevação chamada de úvula da bexiga, aumentada em
homens idosos, por conta do usual aumento do lobo posterior da próstata
 Entre um óstio do ureter e outro, fica a prega interuretérica
 Os óstios dos ureteres são circundados por alças do músculo detrusor, que se contrai
durante o esvaziamento da bexiga para evitar refluxo urinário em direção aos ureteres
 Na bexiga masculina, as fibras do músculo detrusor que se encontram em direção ao colo da bexiga formam
o músculo esfíncter interno da uretra, cuja função é contrair-se durante a ejaculação para evitar uma
ejaculação retrógrada

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- Sistema reprodutor masculino

URETRA*

A uretra masculina é um tubo muscular que vai desde seu óstio interno, na bexiga, até seu óstio externo, na glande do pênis. Conduz
urina e sêmen para o meio externo

 Partes da uretra masculina


 São duas partes proximais (intramural e prostática) e duas distais (membranácea e esponjosa)

 Parte intramural (pré-prostática):


 0,5 a 1,5 cm
 Estende-se quase verticalmente no colo da bexiga
 É circundada pelo músculo esfíncter interno da uretra
 Seu diâmetro e comprimento variam dependendo se a bexiga está esvaziando ou enchendo

 Parte prostática:
 3 a 4 cm
 Desce através da parte anterior da próstata
 Trajeto levemente curvo, com concavidade anterior
 Em seu assoalho, localiza-se a crista uretral – estria mediana entre sulcos bilaterais (seios prostáticos)
 No meio da crista, encontra-se uma elevação arredondada, o colículo seminal
 No colículo seminal existe uma abertura central que termina em fundo de saco, o utrículo
prostático. Essa abertura é um remanescente do canal uterovaginal embrionário,
primórdio do útero e da vagina em mulheres
 Dos dois lados do utrículo ficam as duas aberturas dos ductos ejaculatórios
 Ao lado da crista e do colículo seminal, os dúctulos prostáticos secretores se abrem nos seios
prostáticos
 Parte mais larga e mais dilatável
 A uretra prostática é o local de união entre os tratos urinário e reprodutivo

 Parte membranácea (intermédia):


 1 a 1,5 cm
 Parte estreita e menos distensível
 Atravessa o espaço profundo do períneo, circundada por fibras do músculo
esfíncter externo da uretra
 Penetra a membrana do períneo para passar a ser a parte esponjosa da uretra
 Posterolateralmente a essa parte, estão as pequenas glândulas bulbouretrais, que
se abrem na parte esponjosa

 Parte esponjosa:
 Cerca de 15 cm
 Parte mais longa e mais móvel
 Atravessa o corpo esponjoso e termina no óstio externo da uretra
 Possui dois alargamentos
 Um alargamento inicial na região do bulbo do pênis
 Nessa parte se abrem os ductos das glândulas bulbouretrais
 Outro alargamento, mais distal, na glande do pênis, chamado de fossa
navicular da uretra
 Nessa parte da uretra, abrem-se as glândulas uretrais (secretoras de muco), em
pequenas lacunas uretrais que entram em seu lúmen
 Na região da glande, fica a inconstante lacuna uretral magna

O ducto ejaculatório é a
união entre os ductos
das glândulas seminais e
o ducto deferente
40
PRÓSTATA

Maior glândula acessória do sistema genital masculino, circunda a parte prostática da uretra

 Partes
 É circundada pela cápsula fibrosa da próstata
 Essa cápsula é envolvida pela fáscia visceral da pelve, que é contínua lateralmente com os ligamentos
puboprostáticos e posteriormente com o septo retovesical
 Possui uma base relacionada com o colo da bexiga
 Um ápice, oposto à base
 Uma face anterior muscular
 Uma face posterior, relacionada com o reto
 Faces inferolaterais

 Descrição em lobos
 O istmo da próstata situa-se anterior à uretra, é de constituição fibromuscular e possui pouco tecido glandular
 Os lobos direito e esquerdo da próstata são separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco
longitudinal central. Cada um pode ser subdividido em quatro lóbulos:
 Lóbulo inferolateral: imediatamente lateral à uretra, forma a maior parte dos lobos direito e esquerdo e está
em contato com o istmo
 Lóbulo anteriomedial: situado profundamente ao lóbulo inferolateral
 Lóbulo inferoposterior: situado posteriormente à uretra e inferior aos ductos ejaculatórios
 Lóbulo superomedial: situado profundamente ao lóbulo inferoposterior, circunda o ducto ejaculatório
ipsilateral
 Um lobo médio existente entre a uretra e os ductos ejaculatórios pode sofrer hipertrofia com hormônios na idade
avançada
 Alguns médicos dividem a próstata em uma zona periférica e uma zona central

 Ductos prostáticos
 Produzem cerca de 20% do volume do sêmen e se abrem nos seios prostáticos, lateral ao colículo seminal

41
GLÂNDULAS SEMINAIS

 Características
 Glândulas acessórias do sistema genital masculino
 Têm como função secretar um líquido alcalino rico em frutose (energia para os espermatozoides)
 Localização: entre o fundo da bexiga e o reto
 Separa-se do reto pelo septo retovesical
 Os ductos das glândulas seminais unem-se aos ductos deferentes para formar os ductos ejaculatórios

GLÂNDULAS BULBOURETRAIS

 Características
 As glândulas bulbouretrais, também chamadas de glândulas de Cowper possuem um tamanho próximo ao de uma
ervilha e sua secreção mucosa entra na uretra durante a excitação sexual
 Localização: posterolateralmente à parte membranácea da uretra, inseridas no músculo esfíncter externo da uretra
 Os ductos das glândulas bulbouretrais atravessam a membrana do períneo para se abrir na região proximal da uretra
esponjosa, no bulbo do pênis

FUNÍCULO ESPERMÁTICO

Conjunto de estruturas que entram e saem dos testículos

 Revestimentos:
 O revestimento mais interno do funículo é a fáscia espermática interna, que deriva da fáscia transversal
 O intermediário é a fáscia cremastérica, derivada da fáscia do músculo oblíquo interno do abdome
 Nessa camada, existem alças do músculo cremaster – músculo que possui uma ação reflexa de tracionamento
do escroto em resposta a baixas temperaturas (uma tentativa de manter a temperatura ideal para a
espermatogênese)
 O músculo cremaster costuma atuar em conjunto com o músculo dartos, presente na tela
subcutânea da pele do escroto, que ajuda na tração e enruga a pele em resposta aos mesmos
estímulos
 O mais externo é a fáscia espermática externa, que deriva da fáscia e da aponeurose do músculo oblíquo externo do
abdome

 Constituintes:
 1. Ducto deferente: tubo muscular de cerca de 45 cm que se estende do epidídimo até os ductos ejaculatórios e dá
passagem aos espermatozoides
 2. Artéria testicular: ramo da aorta abdominal inferior à saída das artérias renais, irriga o testículo e o epidídimo
 3. Artéria do ducto deferente: ramo da artéria vesical inferior
 4. Artéria cremastérica: ramo da artéria epigástrica inferior
 5. Plexo venoso pampiniforme: rede de veias que convergem superiormente
para formas as veias testiculares
 A veia testicular direita drena diretamente para a veia cava inferior,
enquanto a veia testicular esquerda drena para a veia renal esquerda
 6. Fibras nervosas: fibras simpáticas e parassimpáticas
 7. Ramo genital do nervo genitofemoral: supre o músculo cremaster
 8. Vasos linfáticos
 9. Vestígio do processo vaginal: filamento fibroso na parte anterior do funículo
espermático

42
ESCROTO

Saco cutâneo que contém os testículos

 Camadas:
 Camada mais externa de pele
 Camada mais interna, a túnica dartos
 Lâmina fascial sem gordura que contém o músculo dartos (lhe confere o aspecto enrugado)
 A túnica dartos emite uma continuação, o septo do escroto, que o divide em compartimentos direito e
esquerdo

 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 Ramos escrotais posteriores da artéria perineal, ramo da artéria pudenda interna
 Ramos escrotais anteriores da artéria pudenda externa, ramo da artéria femoral
 Artéria cremastérica, ramo da artéria epigástrica inferior
 Drenagem venosa:
 Veias escrotais que acompanham as artérias

TESTÍCULO

São as gônadas masculinas, que produzem espermatozoides e hormônios (principalmente testosterona). O testículo esquerdo, em
geral, é mais baixo que o direito

 Cobertura da superfície:
 A superfície de cada testículo é coberta pela túnica vaginal – saco peritoneal fechado que circunda parcialmente o
testículo e representa a parte distal final do processo vaginal embrionário
 Aderida diretamente à superfície do testículo e do epidídimo, está a lâmina visceral da túnica vaginal
 Adjacente à fáscia espermática interna, está a lâmina parietal da túnica vaginal
 Essas duas lâminas estão separadas entre si pela cavidade da túnica vaginal, que é preenchida por
um pequeno volume de líquido

 Estrutura:
 Sua face externa é fibrosa e resistente, a túnica albugínea
 Na face interna posterior do testículo, a túnica albugínea se espessa, formando o
mediastino do testículo
 Da estria interna formada pelo mediastino, saem septos fibrosos que dividem o
testículo em lóbulos
 Os lóbulos são formados por túbulos seminíferos contorcidos, local onde
acontece a produção de espermatozoides
 Os túbulos seminíferos contorcidos se reúnem em túbulos seminíferos retos, que
conduzem os espermatozoides até a rede testicular, localizada no mediastino
 Da rede testicular, saem dúctulos eferentes, que se dirigem para o epidídimo

 Vascularização:
 Irrigação arterial: provém da artéria testicular, ramo anterolateral da aorta abdominal
 Ela ou algum de seus ramos se anastomosam com a artéria do ducto deferente (ramo da a. vesical inferior)
 Drenagem venosa: é feita por meio do plexo pampiniforme
 Esse plexo é uma rede de 8 a 12 veias que se localizam anteriormente ao ducto deferente. Ele ascende
circundando a artéria testicular
 Converge para formas as veias testiculares direita e esquerda
 Faz parte do sistema termorregulador do testículo, juntamente com os músculos cremaster e dartos

43
EPIDÍDIMO

Estrutura alongada na face posterior dos testículos que leva os espermatozoides até o ducto deferente

 Formação:
 O epidídimo é formado por alças altamente compactadas de um tubo, o ducto do epidídimo
 Esse ducto recebe os espermatozoides recém desenvolvidos por meio dos dúctulos
eferentes
 Continua como ducto deferente a partir da cauda do epidídimo

 Partes:
 Possui uma porção expandida, a cabeça do epidídimo, formada pelas extremidades espiraladas dos dúctulos eferentes
 A sua maior parte é o corpo do epidídimo, formado pelo ducto do epidídimo contorcido
 Sua parte final e mais inferior é a cauda do epidídimo
 É contínua com o ducto deferente

PÊNIS

Órgão masculino da cópula, conduz ao meio externo urina e sêmen

 Estrutura:
 O pênis é formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil, fáscia, vasos, tecido conjuntivo e pele fina:
 Dois corpos cavernosos ocupam posição dorsal
 Cada corpo cavernoso possui um revestimento externo fibroso (cápsula), a túnica albugínea
 Superficialmente ao revestimento provido pela túnica albugínea, fica a fáscia do pênis (fáscia de
Buck), que forma um revestimento forte responsável por unir os três corpos cilíndricos
 Os dois corpos cavernosos estão fundidos na região da linha mediana, exceto na região da raiz do
pênis, onde se separam para formar os ramos do pênis
 Internamente, esses corpos estão incompletamente separados pelo septo do pênis

 Um corpo esponjoso ocupa posição ventral


 Ele circunda a parte esponjosa da uretra
 Separa-se dos corpos cavernosos pelo septo da fáscia do pênis

 Partes:
 O pênis é dividido em três partes: raiz, corpo e glande
 A raiz do pênis é a parte fixa e mais posterior, formada por:
 Ramos direito e esquerdo do pênis
 Massas de tecido erétil
 Continuam como os corpos cavernosos
 Estão fixados ao ramo isquiático do seu lado correspondente
 Bulbo do pênis
 É perfurado superiormente pela uretra
 Continua como corpo esponjoso
 Músculo isquiocavernoso
 Circundam os ramos do pênis
 Forçam a passagem de sangue dos espaços cavernosos nos ramos
para a porção mais distal dos corpos cavernosos, favorecendo a
ereção
 Comprime as tributárias da veia dorsal profunda do pênis, o que dificulta o retorno venoso,
ajudando a manter a ereção
 Músculo bulboesponjoso
 Constritor que age sobre o bulbo esponjoso, promovendo o esvaziamento da uretra de urina/sêmen
residual
 Também comprime a veia dorsal profunda
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 O corpo do pênis é a parte pendular livre

 A extremidade distal do pênis é a glande do pênis, ou cabeça


 Trata-se de uma expansão do corpo esponjoso
 A glande se projeta além das extremidades dos corpos cavernosos, para formar a coroa do pênis
 Separa-se do corpo do pênis por uma constrição sulcada, o colo da glande
 Na região do colo, a pele e a fáscia do pênis continuam como uma camada dupla de pele chamada
de prepúcio do pênis.
 O prepúcio cobre uma extensão variável da glande
 Está unido em sua face ventral à glande por meio do frênulo do prepúcio
 Possui uma abertura em fenda, o óstio externo da uretra

 Ligamentos:
 O ligamento suspensor do pênis se estende da fáscia profunda do pênis, na região de junção entre raiz e corpo
penianos, até a sínfise púbica
 Fixa os corpos eréteis do pênis à sínfise púbica
 O ligamento fundiforme do pênis é um conjunto de fibras presente no tecido subcutâneo que se desce na linha
mediana a partir da linha alba
 Divide-se e circunda o pênis
 Une-se à túnica dartos

 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 Artérias dorsais do pênis: originam-se das artérias pudendas internas e seguem de cada lado da veia dorsal
profunda, no sulco entre os corpos cavernosos
 Irriga o tecido fibroso ao redor dos corpos eréteis
 Artérias profundas do pênis: ramos das artérias pudendas internas, penetram nos ramos do pênis e seguem
distalmente no centro dos corpos cavernosos
 Principais responsáveis pelo enchimento dos espaços no tecido erétil
 Com o pênis flácido, elas se encontram espiraladas – “artérias helicinas do pênis”
 Artérias do bulbo do pênis: ramos das artérias pudendas internas
 Irrigam o bulbo, a uretra em seu interior e as glândulas bulbouretrais
 Ramos superficiais e profundos das artérias pudendas externas: irrigam a pele do pênis

 Drenagem venosa:
 O sangue dos espaços cavernosos é drenado pela veia dorsal profunda do pênis
 Ela se localiza profundamente à fáscia profunda do pênis
 Drena para o plexo venoso prostático
 O sangue da pele peniana é drenado pelas veias dorsais superficiais
 Essas veias drenam para a veia pudenda externa superficial

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 Inervação:
 A inervação sensitiva e simpática é dada pelo nervo dorsal do pênis
 Trata-se de um ramo terminal do nervo pudendo
 Localiza-se lateralmente à artéria dorsal do pênis
 A pele da raiz do pênis é inervada por ramos do nervo ilioinguinal
 As artérias helicinas do tecido erétil são inervadas por fibras parassimpáticas dos nervos cavernosos

- Sistema reprodutor feminino

URETRA*

Conduz a urina da bexiga para o meio externo

 Características:
 Estende-se do óstio interno da uretra até o óstio externo da uretra
 O óstio externo da uretra se localiza no vestíbulo da vagina (fenda entre os dois lábios menores), diretamente
anterior ao óstio da vagina
 A musculatura que circunda o óstio interno não está organizado em um esfíncter interno
 A uretra se localiza anteriormente à vagina (formando uma elevação em sua parede anterior)
 Dentro da uretra se abrem diversos óstios das glândulas uretrais
 De cada lado do óstio externo da uretra abrem-se dois óstios do ducto parauretral (ductos de glândulas uretrais)

VULVA ou PUDENDO

Consiste no conjunto dos órgãos geniais externos femininos

 Funções:
 Função sensitiva e erétil para excitação e relação sexual
 Orientar o fluxo de urina
 Evitar a entrada de material estranho nos sistemas genital e urinário

 Constituintes:
 Fazem parte da vulva: monte do púbis, lábios maiores do pudendo, lábios menores
do pudendo, clitóris, bulbos do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores e menores
 Monte do púbis:
 Proeminência arredondada anterior à sínfise púbica
 Formada por massa de tecido adiposo subcutâneo
 A quantidade dessa massa aumenta durante a puberdade e diminui com a menopausa
 A superfície do monte é coberta por pelos após a puberdade
 É contínuo com a parede anterior do abdome

 Lábios maiores do pudendo:


 Tratam-se de pregas cutâneas proeminentes que seguem em sentido posterosuperior do púbis em direção
ao ânus
 Cada prega é preenchida por um prolongamento digital de tecido subcutâneo frouxo, contendo
músculo liso e a extremidade do ligamento redondo do útero
 Protegem indiretamente o clitóris e os óstios da uretra e da vagina
 Formam os limites laterais de uma fenda, a rima do pudendo
 No interior da rima, estão os lábios menores do pudendo
 São cobertos por pele pigmentada, glândulas sebáceas e pelos pubianos
 Faces internas lisas, rosadas e sem pelos
 São mais espessos anteriormente, onde se unem para formar a comissura anterior
 Posteriormente, unem-se para formar a comissura posterior
 Situa-se sobre o corpo do períneo
 É o limite posterior da vulva e está ausente em mulheres que já passaram por parto vaginal

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 Lábios menores do pudendo
 Pregas arredondadas de pele sem pelos e sem tecido adiposo situadas na rima do pudendo
 Circundam e fecham o vestíbulo da vagina, no qual estão localizados o óstio da vagina e o óstio externo da
uretra
 O óstio da vagina é total ou parcialmente ocluído por uma prega de mucosa, o hímen, que altera o
aspecto dessa abertura
 Após ruptura do hímen, permanecem as chamadas carúnculas himenais
 Anteriormente, os lábios menores formam duas lâminas
 As lâminas mediais unem-se e formam o frênulo do clitóris
 As lâminas laterais unem-se anteriormente à glande do clitóris para formar o prepúcio do clitóris
 Muitas vezes, o prepúcio superpõe-se à glande
 Em mulheres jovens, sobretudo as virgens, existe uma união posterior dos lábios menores formada por uma
pequena prega transversal, o frênulo dos lábios do pudendo
 Sua face interna contém glândulas sebáceas e terminações nervosas sensitivas

 Clitóris:
 Órgão erétil localizado no ponto de encontro anterior entre os lábios menores
 Consiste em uma raiz e em um corpo cilíndrico
 Na extremidade anterior do corpo fica a glande do clitóris
 O corpo é coberto pelo prepúcio do clitóris
 É formado por dois ramos, que contêm dois corpos cavernosos
 Esses ramos se fixam aos ramos inferiores do púbis e à membrana do períneo

 Bulbos do vestíbulo:
 Duas massas de tecido erétil alongado
 Localizam-se lateralmente ao longo do óstio da vagina
 Entre os lábios menores do pudendo e a membrana do
períneo
 Estão cobertos superficial e lateralmente pelos músculos
bulboesponjosos
 São homólogos aos bulbos do pênis

 Glândulas vestibulares:
 Glândulas vestibulares maiores (de Bartholin):
 Estruturas arredondadas ou ovais que secretam muco para o vestíbulo durante a excitação sexual
 Localizam-se no espaço superficial do períneo (superficialmente à membrana do períneo),
posteriormente e de cada lado do óstio da vagina
 Estão posteriores ao bulbo do vestíbulo, sendo que são parcialmente superpostas por essa
estrutura
 São parcialmente circundadas pelos músculos bulboesponjosos
 Possuem ductos delgados que seguem profundamente ao bulbo e se abrem no vestíbulo, de cada
lado do óstio da vagina, por meio dos óstios das glândulas vestibulares maiores

 Glândulas vestibulares menores:


 Pequenas estruturas que também secretam muco para o vestíbulo
 Localizam-se de cada lado do vestíbulo da vagina
 Abrem-se entre o óstio da uretra e o óstio da vagina

47
VAGINA

Tubo musculomembranáceo que se estende do meio do colo do útero até o óstio da


vagina, no vestíbulo da vagina

 Funções:
 Servir de canal para a menstruação
 Parte inferior do canal de parto
 Recebe o pênis e o ejaculado durante a relação sexual

 Características gerais:
 A vagina se situa entre a bexiga urinária e o reto
 Passa entre as margens mediais do músculo levantador do ânus
 A uretra segue sobre sua parede anterior
 Apresenta um recesso ao redor do colo do útero, o fórnice da vagina
 Ele possui partes anterior, posterior e lateral
 A parte posterior é mais profunda e tem relação com a escavação retouterina

 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 A parte superior da vagina é irrigada por ramos da artéria uterina
 As partes média e inferior são irrigadas por ramos da artéria vaginal e da artéria pudenda interna

 Drenagem venosa:
 É feita por meio de veias vaginais, que formam plexos venosos vaginais
 Eles se situam ao longo da lateral da vagina e na túnica mucosa vaginal
 Essas veias são contíguas com o plexo venoso uterino, formando, então, o plexo venoso uterovaginal
 Drena para a veia ilíaca interna por meio da veia uterina

ÚTERO

Órgão oco de paredes musculares espessas. Estrutura dinâmica que abriga o feto

 Localização e posicionamento:
 O útero não grávido está situado na pelve menor, entre a bexiga e o reto
 Seu corpo fica apoiado sobre a bexiga, enquanto seu colo está entre a bexiga e o reto
 Posicionamento
 Antevertido: inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina
 Antefletido: curvado anteriormente em relação ao colo
 Forma-se, assim, o ângulo de flexão do útero
 Essa posição muda de acordo com o grau de enchimento da bexiga, de acordo com o reto e com o estágio
da gravidez

 Partes:
 O corpo do útero forma os dois terços superiores do útero
 Inclui o fundo do útero, parte arredondada situada
superiormente aos dois óstios uterinos
 Está situado entre as duas lâminas do ligamento largo
 O ligamento largo é o mesentério do
útero e divide-se em mesométrio e
mesovário
 Possui uma face anterior, relacionada com a bexiga, e
uma face posterior ou intestinal
 Separa-se do colo do útero por uma região estreitada,
o istmo do útero

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 O colo do útero é o terço inferior do útero relativamente estreito
 É menos muscular que a região do corpo do útero
 Consiste principalmente de colágeno com pequena quantidade de músculo liso e elastina
 É formado por duas partes:
 A porção supravaginal: localiza-se entre o istmo e a vagina
 Separa-se do reto por meio da escavação retouterina
 A porção vaginal: parte que se projeta em direção à vagina
 Essa porção arredondada circunda o óstio (externo) do útero e é circundada pelo fórnice
da vagina

 A cavidade do útero, semelhante a uma fenda, estende-se do óstio uterino até a parede do fundo do útero
 Sua porção inferior é o canal do colo do útero, que se comunica com o lúmen da vagina
 Essa porção possui rugosidades chamadas de pregas palmadas
 Os cornos do útero são as porções súperolaterais da cavidade, onde penetram as tubas uterinas
 Abrigam os óstios uterinos da tuba uterina
 Na região do istmo, fica o óstio anatômico interno do útero

 Ligamentos do útero:
 O ligamento útero-ovárico fixa-se na face posteroinferior da junção uterotubárica, se estendendo do útero ao ovário
e sendo visível em vistas posteriores dessas estruturas

 O ligamento redondo do útero fixa-se na face anteroinferior da junção uterotubárica, se estendendo desde o útero
até a região do lábio maior do pudendo

 O ligamento largo do útero consiste em uma dupla lâmina de peritônio que se estende lateralmente a partir do útero
até as paredes laterais e o assoalho pélvicos
 Ajuda a manter o útero em posição
 Parte dele se estende superiormente, envolvendo os vasos
ováricos e formando o ligamento suspensor do ovário
 Entre suas duas lâminas, ficam os ligamentos útero-ovárico e
redondo do útero
 Podem ser especificadas três partes constituintes:
 Mesométrio – serve como mesentério para o útero
 Mesovário – serve como mesentério para os ovários
 Mesossalpinge – serve como mesentério para as tubas
uterinas

 O ligamento transverso do colo fornece fixação à porção supravaginal do


colo do útero
 Estende-se do colo até as paredes laterais da pelve

 O ligamento retouterino também é mecanismo de fixação do colo do


útero
 Estende-se das paredes posterolaterais do colo até o meio do
sacro

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TUBAS UTERINAS

Conduzem o ovócito em direção ao útero, sendo o local frequente de ocorrência da fertilização

 Partes:
 Parte uterina:
 Parte intramural curta que atravessa a parede do útero
 Abre-se para a cavidade uterina por meio dos cornos do útero

 Istmo:
 Região de musculatura mais espessa
 Imediatamente lateral à parte uterina

 Ampola:
 Região mais larga e mais longa da tuba
 Começa na extremidade lateral do istmo
 Local onde, em geral, ocorre a fertilização

 Infundíbulo:
 Porção mais distal
 Extremidade afunilada que se abre na cavidade abdominal por meio do óstio abdominal
 Possui processos digitiformes chamados de fímbrias
 Uma dessas fímbrias entra em contato com o polo superior do ovário, a fímbria ovárica

OVÁRIOS

São as gônadas femininas, responsáveis pela produção de gametas e hormônios sexuais

 Características gerais:
 Cada ovário encontra-se suspenso por um mesovário
 Ligado ao útero por meio do ligamento útero-ovárico
 Lançam o ovócito na cavidade peritoneal, que é captado pelas fímbrias da tuba uterina
 Os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos ovarianos chegam através do ligamento suspensor do ovário

 Vascularização:
 Irrigação arterial:
 As artérias ováricas se originam da aorta abdominal, seguem inferiormente próximo à parede posterior do
abdome, entram na pelve, cruzam os vasos ilíacos externos anteriormente e se aproximam da face lateral
dos ovários e das tubas uterinas
 Terminam bifurcando-os em ramos ováricos e ramos tubários
 Eles irrigam a extremidade lateral dessas estruturas

 As artérias uterinas ascendentes são ramos da ilíaca interna, seguem ao longo da face lateral do útero até se
aproximar da extremidade medial do ovário e da tuba uterina
 Irriga essa extremidade e possui anastomoses com a artéria ovárica

 Drenagem venosa:
 A drenagem do ovário acontece por meio de um plexo venoso pampiniforme, situado no ligamento largo do
útero próximo ao ovário
 Esse plexo leva à formação das veias ováricas, que seguem o trajeto das artérias
 A veia ovárica direita drena para a veia cava inferior
 A veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda
 A drenagem da tuba uterina se faz por meio das veias tubáricas, que drenam ou para as veias ováricas ou
para o plexo venosos uterino (intravaginal)

50
PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL DA PELVE

 Características gerais:
 O peritônio parietal que reveste a cavidade abdominal continua para a pelve, mas não chega em seu assoalho
 Reflete sobre as vísceras pélvicas, que não estão completamente revestidas por peritônio, mas abaixo dele
 A maioria só possui peritônio em suas faces superior e/ou lateral
 Exceções:
 Tubas uterinas: são intraperitoneais e suspensos por um mesentério
 Ovários: estão suspensos na cavidade peritoneal, mas são revestidos por um epitélio de
células cúbicas, o epitélio germinativo
 A parte vaginal do colo do útero já é subperitoneal
 A reflexão do peritônio da parede abdominopélvica sobre as vísceras faz surgir uma série de pregas e fossas

 Pregas e fossas:
 Fossa supravesical: existente sobre a reflexão peritoneal na face superior da bexiga
 Escavação retouterina: “bolsa” formada entre o útero e o reto
 Possui extensões laterais, as fossas pararretais
 Limites: pregas retouterinas
 Escavação retovesical: “bolsa” entre a bexiga e o reto
 Presente em homens e em mulheres histerectomizadas

ARTÉRIAS DA PELVE

51
MÓDULO II: MEMBRO INFERIOR

CÍNGULO DO MEMBRO
INFERIOR

CONSIDERAÇÕES GERAIS
O cíngulo do membro inferior é o anel formado pelo sacro e pelos ossos da bacia, unidos anteriormente na sínfise púbica

 Funções Para sustentar melhor a


 Unem o esqueleto axial ao esqueleto apendicular do membro inferior – transferência de postura bípede, o fêmur
peso através das articulações dispõe-se obliquamente
 Fornecem proteção e suporte que servem ao abdome, pelve, períneo e membros nas coxas
inferiores

OSSO DO QUADRIL
O osso do quadril maduro é formado pela união de três ossos – ílio, ísquio e púbis – separados por uma cartilagem trirradiada na
região do acetábulo até cerca dos 20 anos de idade

 Ílio
 Forma a maior parte do osso do quadril, sendo constituído de partes mediais espessas (corpo), para sustentação de
peso, e partes posterolaterais mais finas (asas) que servem como ponto de fixação muscular
 Do ílio projetam-se espinhas que servem como ponto de fixação para músculos e ligamento do MMI. São quatro –
espinhas ilíacas: anterossuperior (EIAS), anteroinferior (EIAI), posterossuperior (EIPS) e posteroinferior (EIPI).
 Entre as espinhas ilíacas anterossuperior e posterossuperior estende-se a crista ilíaca,
curva longa e espessa da asa do ílio Para colocar o osso
do quadril em
 A crista ilíaca é formada por um lábio interno, um lábio externo e uma linha
posição anatômica, a
intermediária EIAS fica no mesmo
 No lábio externo da crista ilíaca localiza-se uma proeminência – o tubérculo ilíaco plano frontal que a
 A espinha ilíaca posterossuperior forma o limite superior da incisura isquiática maior face anterossuperior
 Face lateral: do púbis; a face
 Possui 3 linhas de fixação muscular: linhas glúteas posterior, anterior e inferior sinfisial fica paralela
 Também é chamada de face externa ou face glútea ao plano mediano
 Face medial:
 A região da asa ilíaca é marcada por uma depressão lisa, a fossa ilíaca
 Inferiormente à fossa ilíaca, há uma linha proeminente, a linha arqueada, contínua com a linha
pectínea do púbis, ao passar pela eminência iliopúbica
 Posteriormente, na face medial do ílio, existem duas regiões de articulação com o sacro: a face auricular e a
tuberosidade ilíaca

52
 Ísquio
 Forma a porção posteroinferior do osso do quadril, sendo formado por um corpo (porção que se une ao ílio e ao púbis
na região do acetábulo) e por um ramo (porção mais fina e anterior que se une ao púbis)
 Corpo do ísquio:
 Porção mais proeminente
 Na sua porção posterior, emerge a espinha isquiática
 Superiormente à espinha, encontra-se a incisura isquiática maior
 Inferiormente à espinha, encontra-se a incisura isquiática menor
 Ramo do ísquio
 Une-se ao corpo por meio da transição feita pelo túber isquiático, uma projeção óssea áspera
 É contínuo com o púbis por meio do ramo isquiopúbico

 Púbis
 Parte anteromedial do osso do quadril, contribui para a porção anterior do acetábulo
 É composto por um corpo medial e achatado e por dois ramos: o ramo superior do púbis e o ramo inferior do púbis,
que se projetam lateralmente do corpo
 Na face interna do ramo superior do púbis, localiza-se a linha pectínea do púbis
 Na face medial do púbis fica a face sinfisial
 A face sinfisial de um púbis articula-se com a face sinfisial do púbis contralateral por meio da sínfise púbica
 Superiormente à articulação dos dois púbis, forma-se a crista púbica, margem anterossuperior dos
corpos unidos e da sínfise
 Nas margens laterais da crista púbica, ficam os tubérculos púbicos (local de fixação do
ligamento inguinal)
 Estendendo-se dos tubérculos púbicos até o acetábulo, localiza-se a crista obturatória

 Forame obturado
 Abertura oval no osso do quadril limitada pelo ísquio e pelo púbis
 É completamente fechada pela membrana obturadora, exceto pelo canal obturatório, pequena passagem para o nervo
e os vasos obturatório
 A membrana obturadora é um local importante de fixação muscular

 Acetábulo
 Trata-se de uma cavidade na face lateral do osso do quadril que se articula com o fêmur na articulação do quadril
 É formado por contribuições dos três ossos primários do osso do quadril
 Possui uma depressão central em seu assoalho, a fossa do acetábulo, contornada pela face semilunar do acetábulo.
Margeando essas formações está o limbo do acetábulo, interrompido inferiormente pela incisura do acetábulo

 Comparação entre as pelves ósseas feminina e masculina

53
ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Conexão entre o membro inferior e o cíngulo

 Características gerais
 É uma articulação sinovial do tipo esferóidea
 Segunda articulação de maior mobilidade do corpo
 Faces articulares:
 Cabeça do fêmur
 Acetábulo
 Possui, na região do seu limbo, uma orla fibrocartilaginosa, o lábio do acetábulo, que aumenta a área
articular do acetábulo
 Inferiormente, o lábio transpõe a incisura acetabular, originando o ligamento transverso do
acetábulo
 Movimentos:
 Flexão/extensão
 Abdução/adução
 Rotação lateral e medial

 Ligamentos:
 Ligamento iliofemoral:
 Posição anterior e superior
 Forte ligamento em formato de Y
 Estende-se da espinha ilíaca anteroinferior e limbo do acetábulo até a linha intertrocantérica
 Impede a hiperextensão do quadril
 Considerado o ligamento mais forte do corpo

 Ligamento pubofemoral:
 Posição anterior e inferior
 Estende-se da crista obturatória do púbis até a camada fibrosa da cápsula articular
 Impede a hiperabdução do quadril

 Ligamento isquiofemoral:
 Posição posterior
 Estende-se da parte isquiática do acetábulo até o colo do fêmur
 É o mais fraco dos três ligamentos

 Ligamento da cabeça do fêmur:


 Pequena prega sinovial que conduz uma artéria para a cabeça do fêmur
 Estende-se do ligamento transverso do acetábulo até a fóvea da cabeça do fêmur
 Tem pouca importância para a estabilização da articulação

 Irrigação arterial:
 Feita pelas artérias circunflexas femorais medial e lateral
 Dão origem às artérias retinaculares, sendo que o campo de alcance da circunflexa medial é maior
 Também pelo ramo acetabular da artéria obturatória, que ocupa o ligamento da cabeça do fêmur

54
REGIÃO GLÚTEA

CONSIDERAÇÕES GERAIS
Trata-se de uma grande região de transição entre o tronco e o membro inferior, posteriormente
 Extensão
 Compreende as nádegas e a região dos quadris, então limita-se superiormente pelas cristas ilíacas, inferiormente pelo
sulco infraglúteo e lateralmente pela margem anterior do trocanter maior
 Separando as duas nádegas, está a fenda interglútea

LIGAMENTOS DA REGIÃO
 Ligamento sacroilíaco posterior
 Estende-se do sacro até o ílio
 É contínuo inferiormente com o ligamento sacrotuberal

 Ligamento sacrotuberal
 Estende-se do sacro até o túber isquiático
 Faz surgir um grande forame, que será subdividido por conta do
ligamento sacroespinal

 Ligamento sacroespinal
 Estende-se do sacro até a espinha isquiática
 Divide o forame criado pelo ligamento sacrotuberal em dois:
 Forame isquiático maior: dá passagem a estruturas da pelve,
como nervos, vasos e o músculo piriforme
 Forame isquiático maior: dá passagem a estruturas do
períneo, como o nervo pudendo

EXTREMIDADE PROXIMAL DO FÊMUR


A extremidade superior, ou proximal, do fêmur é composta por uma cabeça, um colo e dois trocanteres

 Cabeça do fêmur
 Região arredondada e lisa, exceto por uma depressão em sua parte medial, a fóvea da cabeça
do fêmur
 Na fóvea da cabeça do fêmur fixa-se o ligamento da cabeça do fêmur, que, no início
da vida, dá passagem a uma artéria

 Colo
 Trapezoide, liga a cabeça do fêmur ao corpo

 Trocanteres
 São duas grandes elevações arredondadas na região de união entre o colo e o corpo do fêmur
 O trocanter maior é uma grande massa óssea de posição lateral
 Medialmente ao trocanter maior, fica a fossa trocantérica
 O trocanter menor estende-se medialmente da parte posteromedial do fêmur
 Unindo os dois trocanteres, anteriormente, está a linha intertrocantérica
 Unindo os dois trocanteres, posteriormente, está a crista intertrocantérica
 Nessa crista, existe uma eminência arredondada, o tubérculo quadrado

55
MÚSCULOS DA REGIÃO
 Considerações gerais
 Os músculos da região glútea estão organizados num mesmo compartimento, mas em duas camadas:
 Músculos da camada superficial: são os grandes glúteos (máximo, médio e mínimo) e o tensor da fáscia lata
– são, principalmente, extensores, abdutores e rotadores mediais da coxa
 Músculos da camada profunda: são músculos menores: piriforme, obturador interno, gêmeos superior e
inferior e quadrado femoral – são rotadores laterais da coxa e também atuam estabilizando o quadril

 Músculo glúteo máximo


 Inserções proximais:
 Ílio, posteriormente à linha glútea posterior
 Face dorsal do sacro
 Ligamento sacrotuberal
 Inserções distais:
 Trato iliotibial (maior parte das fibras), que se fixa ao côndilo lateral da tíbia
 Tuberosidade glútea do fêmur
 Inervação: nervo glúteo inferior
 Irrigação: artérias glúteas superior e inferior
 Principal ação: extensão e rotação lateral da coxa

 Músculo glúteo médio


 Inserção proximal: ílio entre as linhas glúteas posterior e anterior
 Inserção distal: trocanter maior
 Inervação: nervo glúteo superior
 Irrigação: artéria glútea superior
 Principal ação: abdução e rotação medial da coxa
 Obs.: mantém o nível da pelve durante a marcha

 Músculo glúteo mínimo


 Inserção proximal: ílio entre as linhas glúteas anterior e inferior
 Inserção distal: trocanter maior
 Inervação: nervo glúteo superior
 Irrigação: artéria glútea superior
 Principal ação: abdução e rotação medial da coxa
 Obs.: mantém o nível da pelve durante a marcha

 Músculo tensor da fáscia lata


 Inserção proximal: espinha ilíaca anterossuperior
 Inserção distal: trato iliotibial
 Inervação: nervo glúteo superior
 Irrigação: artéria glútea superior
 Principal ação: abdução e rotação medial da coxa – mas suas ações são sinérgicas a outros músculos. Pouca ação
independente. Mantém o nível da pelve durante a marcha

 Músculo piriforme
 O músculo piriforme passa através do forame isquiático maior para deixar a pelve em direção à região glútea
 É uma importante referência na região pois, superiormente a ele, emergem os nervos e vasos glúteos superiores e,
inferiormente a ele, emergem os nervos e vasos glúteos inferiores
 Inserção proximal: face anterior do sacro (parte no ligamento sacrotuberal)
 Inserção distal: trocanter maior
 Inervação: ramos sacrais
 Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa

56
 Músculo obturador interno
 O músculo obturador interno deixa a pelve através do forame isquiático menor Os músculos gêmeos e o
 Inserção proximal: face pélvica (interna) da membrana obturadora obturador interno podem ser
 Inserção distal: trocanter maior considerados um único músculo
 Inervação: nervo para o m. obturador interno tricipital, o tríceps do quadril
 Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa

 Músculo gêmeo superior


 Inserção proximal: espinha isquiática
 Inserção distal: trocanter maior
 Inervação: nervo para o m. obturador interno
 Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa Os músculos piriforme,
obturador interno, gêmeos
 Músculo gêmeo inferior superior e inferior e quadrado
femoral ajudam a estabilizar a
 Inserção proximal: túber isquiático
cabeça do fêmur no acetábulo
 Inserção distal: trocanter maior
 Inervação: nervo para o m. quadrado femoral
 Principal ação: rotação lateral e abdução da coxa

 Músculo quadrado femoral


 Inserção proximal: túber isquiático
 Inserção distal: tubérculo quadrado da crista intertrocantérica
 Inervação: nervo para o m. quadrado femoral
 Principal ação: rotação lateral da coxa

57
COXA

FÊMUR
Osso mais longo do corpo, compõe-se de um corpo e duas extremidades: proximal (superior) e distal (inferior)

 Corpo do fêmur
 É convexo anteriormente
 Vista posterior: O raquitismo, doença
 Estendendo-se pelo corpo do fêmur existe uma linha áspera, que em sua porção causada por deficiência
proximal é dividida em um lábio medial e um lábio lateral de vit. D, aumenta a
 O lábio lateral da linha áspera funde-se superiormente com a convexidade natural do
tuberosidade glútea fêmur
 Na região entre os dois lábios da linha áspera emergia uma proeminência que se estende até o
trocanter menor, a linha pectínea
 A linha áspera termia dividindo-se na linha supracondilar medial e na linha supracondilar lateral, que levam
aos respectivos côndilos

 Extremidade distal (inferior)


 É formada principalmente pelo côndilo lateral e pelo côndilo medial
 Entre eles, existe um entalhe chamado de fossa intercondilar
 Possui em vista posterior uma face poplítea, entre as linhas supracondilares, e em vista anterior uma face patelar, lisa
e formada pela união dos dois côndilos, para articulação com a patela
 Superiormente aos côndilos emergem protuberâncias, o epicôndilo lateral e o epicôndilo medial
 No epicôndilo medial existe um processo denominado tubérculo do adutor

MUSCULATURA DA COXA: CONSIDERAÇÕES GERAIS


 Classificação
 Os músculos da coxa organizam-se em três compartimentos
 Anterior ou extensor – em geral suprido pelo n. femoral
 Medial ou adutor – em geral suprido pelo n. obturatório
 Posterior ou flexor – em geral suprido pela parte tibial do n. isquiático
 Esses compartimentos são separados por septos intermusculares

COMPARTIMENTO ANTERIOR
É formado por flexores do quadril e por extensores da perna
Devido à inervação e à ação
 Músculo pectíneo
duplas, o músculo pectíneo
 Inserção proximal: ramo superior do púbis
pode ser considerado um
 Inserção distal: linha pectínea (inferior ao trocanter menor) músculo de transição entre
 Inervação: nervo femoral (e alguns ramos do n. obturatório) os compartimentos anterior
 Principal ação: adução e flexão da coxa e medial

 Músculo iliopsoas
 Inserção distal: trocanter menor
 Ação: flexão da coxa
 Partes:
 Psoas maior
 Inserção proximal: laterais das vértebras LXII a LV
 Inervação: ramos lombares
 Psoas menor
 Inserção proximal: laterais das vértebras LXII a LI
 Inervação: ramos lombares
 Ilíaco
 Inserção proximal: crista e fossa ilíacas
 Inervação: nervo femoral

58
 Músculo sartório
 Inserção proximal: espinha ilíaca anterossuperior
 Inserção distal: face medial da tíbia
 Fixação tendínea comum com os músculos grácil e semitendíneo (pata de ganso)
 Inervação: nervo femoral
 Principal ação:
 Flexão, abdução e rotação lateral da coxa
 Flexão da perna

 Músculo quadríceps femoral


 Inserção distal: por tendão comum na base da patela
 Os músculos vasto medial e vasto lateral fixam-se independentemente à patela e à tíbia por meio de
aponeuroses (retináculo medial e retináculo lateral da patela, respectivamente)
 O ligamento patelar é a continuação do tendão do quadríceps femoral, e fixa-se na tuberosidade da tíbia
 Inervação: nervo femoral
Profundamente ao músculo vasto intermédio, existe um pequeno
 Ação: extensão da perna
conjunto de fibras, o músculo articular do joelho. Sua função é
 Partes:
tracionar a membrana sinovial superior à patela durante a
 Reto femoral extensão do joelho, de modo a evitar que pregas da membrana
 Inserção proximal: sejam comprimidas entre o fêmur e a patela
 Espinha ilíaca anteroinferior
 Ílio superiormente ao acetábulo
 Vasto lateral
 Inserção proximal:
 Trocanter maior
 Lábio lateral da linha áspera
 Vasto intermédio
 Inserção proximal: faces anterior e lateral do
corpo do fêmur
 Vasto medial
 Inserção proximal:
 Linha intertrocantérica
 Lábio medial da linha áspera

COMPARTIMENTO MEDIAL
Esses músculos formam o compartimento adutor da coxa e são majoritariamente inervados pelo nervo
obturatório

 Músculo adutor longo


 Inserção proximal: corpo do púbis (inferiormente à crista púbica)
 Inserção distal: linha áspera do fêmur
 Inervação: nervo obturatório
 Principal ação: adução da coxa

 Músculo adutor curto


 Inserção proximal: corpo do púbis (inferiormente à inserção do adutor longo)
 Inserção distal: linha pectínea e linha áspera do fêmur
 Inervação: nervo obturatório
 Principal ação: adução da coxa

O nervo obturatório dá origem a uma


divisão anterior e a uma divisão
posterior. Esses ramos localizam-se
anterior e posteriormente ao músculo
adutor curto, respectivamente,
servindo como referência anatômica
para sua localização
59
 Músculo adutor magno
 Parte adutora
 Inserção proximal: ramo isquiopúbico
 Inserção distal: tuberosidade glútea, linha áspera e linha supracondilar medial do fêmur
 Inervação: nervo obturatório
 Principal ação: adução e flexão da coxa
 Parte isquiotibial
 Inserção proximal: túber isquiático
 Inserção distal: tubérculo do adutor no epicôndilo medial do fêmur
 Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
 Principal ação: adução e extensão da coxa

 Músculo grácil
 Inserção proximal: corpo e ramo inferior do púbis
 Inserção distal: face medial da tíbia
 Fixação tendínea comum com os músculos sartório e semitendíneo (pata de ganso)
 Essa fixação serve também para estabilizar a face medial do joelho estendido, de forma semelhante
ao trato iliotibial na face lateral do joelho
 Inervação: nervo obturatório
 Principal ação: adução da coxa

 Músculo obturador externo


 Inserção proximal: face externa da membrana obturadora
 Inserção distal: fossa trocantérica do fêmur
 Inervação: nervo obturatório
 Principal ação: rotação lateral da coxa

COMPARTIMENTO POSTERIOR
Os músculos semitendíneo, semimembranáceo e a cabeça longa do bíceps femoral são, em conjunto, denominados músculos
isquiotibiais. Isso porque eles possuem 4 características em comum:

 Fixação proximal no túber isquiático


 Fixação distal nos ossos da perna
 Cruzamento de duas articulações, produzindo extensão do quadril e flexão do joelho
 Inervação pela divisão tibial do nervo isquiático

Esses músculos representam ¾ dos músculos do compartimento posterior (o outro quarto consiste na cabeça curta do bíceps
femoral)

 Músculo semitendíneo
 Inserção proximal: túber isquiático
 Inserção distal: face medial da tíbia
 Fixação tendínea comum com os músculos grácil e sartório (pata de ganso)
 Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
 Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna

 Músculo semimembranáceo
 Inserção proximal: túber isquiático
 Inserção distal: divide-se em três:
 Uma fixação direta na parte posterior do côndilo medial da tíbia
 Uma parte que se funde à fáscia poplítea
 Uma porção refletida que reforça a porção intercondilar da cápsula articular do joelho e que leva o nome de
ligamento poplíteo oblíquo
 Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
 Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna

60
 Músculo bíceps femoral
 Cabeça longa
 Inserção proximal: túber isquiático
 Inserção distal: face lateral da cabeça da fíbula
 Inervação: divisão tibial do nervo isquiático
 Principal ação: extensão da coxa e flexão da perna
 Cabeça curta
 Inserção proximal: linha áspera e linha supracondilar lateral do fêmur
 Inserção distal: face lateral da cabeça da fíbula
 Inervação: divisão fibular comum do nervo isquiático
 Principal ação: flexão da perna

ESTRUTURAS NEUROVASCULARES – Coxa e região glútea


 Trígono femoral
 Consiste em um espaço subfascial importante para a compreensão das relações anatômicas na região inguinal
 Seus limites são:
 Superior: ligamento inguinal
 Lateral: músculo sartório
 Medial: músculo adutor longo
 Seu assoalho consiste no músculo iliopsoas, lateralmente, e no músculo pectíneo, medialmente
 O teto do trígono é feito por fáscia (fáscias lata e cribriforme), tela subcutânea e pele
 Quando o ligamento inguinal se estende entre suas fixações (EIAS e tubérculo púbico), é formado o espaço
retroinguinal, importante passagem entre tronco e membro inferior

 O espaço retroinguinal
 É dividido em dois compartimentos devido a um espessamento da fáscia ilíaca, o arco iliopectíneo.
 Compartimento muscular: lateral ao arco, contém o músculo iliopectíneo e o nervo femoral
 Compartimento vascular: medial ao arco, contém os vasos femorais e linfonodos inguinais profundos
 O compartimento vascular é revestido por um prolongamento de fáscia, a bainha femoral. Ela termina
fundindo-se à túnica adventícia dos vasos distalmente
 A bainha femoral emite septos que dividem o compartimento vascular em três:
 Compartimento lateral: contém a artéria femoral
 Compartimento intermédio: contém a veia femoral
 Compartimento medial: é o canal femoral, podendo conter linfonodos
 Os vasos femorais seguem inferiormente (revestidos pela bainha femoral) através do canal dos adutores, uma
passagem intermuscular localizada profundamente ao músculo sartório, que termina distalmente no hiato
dos adutores

O canal femoral possui uma abertura


proximal chamada de anel femoral.
Esse canal termina próximo à abertura
do hiato safeno, que é uma passagem
existente na fáscia para a veia safena
magna desembocar na veia femoral. O
canal femoral é importante porque
permite a expansão da veia femoral em
situações como aumento do retorno
venoso do membro inferior

61
 Nervo femoral
 É o maior ramo do plexo lombar
 Origina-se no abdome dentro do músculo psoas maior, segue inferiormente pela pelve até passar pelo trígono
femoral, pelo compartimento muscular.
 Ao passar pelo trígono femoral, emite diversos ramos para os músculos do compartimento anterior da coxa, além de
ramos articulares e cutâneos
 Seu ramo cutâneo terminal é o nervo safeno, que acompanha os vasos femorais pelo canal dos adutores, lateralmente
a eles.
 No momento em que os vasos femorais atravessam o hiato safeno, o nervo safeno torna-se superficial,
passando entre os músculos sartório e grácil, e supre a pele da região anteromedial do joelho, perna e pé

Hérnia femoral

Acontece quando há protrusão de alguma víscera abdominal para o canal femoral, através do anel femoral – normalmente, de alguma alça do intestino delgado.
Apresenta-se como uma massa dolorosa no trígono femoral. Pode ocorrer estrangulamento da hérnia, o que pode ocasionar necrose do tecido protraído,
devido a comprometimentos vasculares

 Artéria femoral
 Principal artéria do membro inferior, é continuação da artéria ilíaca externa
 Seus primeiros ramos são: artéria epigástrica superficial, artérias circunflexas ilíacas superficiais e artérias pudendas
externas (superficiais e profundas)
 Seu maior e principal ramo é a artéria femoral profunda, que emerge de sua porção
posterolateral
 A artéria femoral profunda emite a artéria circunflexa femoral medial e a artéria
circunflexa femoral lateral, que irão suprir músculos da coxa e a extremidade
proximal do fêmur
 A artéria circunflexa femoral lateral possui três ramos:
 Ramo ascendente
 Ramo transverso
 Ramo descendente
 A artéria circunflexa femoral medial é responsável pela maior parte da irrigação da cabeça e do colo
do fêmur, através das artérias retinaculares posteriores
 A artéria femoral profunda termina emitindo de 3 a 4 ramos perfurantes, que se dirigem lateralmente
passando ao redor da face posterior do fêmur
 Essas artérias ganham o compartimento posterior passando A artéria obturatória ajuda a a. femoral
pela parte aponeurótica da fixação do músculo adutor magno a suprir os músculos adutores por meio
 Participam de uma grande rede anastomótica que se estende de seus ramos anteriores e posteriores.
Além disso, emite um ramo acetabular
da região glútea à poplítea
que se localiza dentro do ligamento da
cabeça do fêmur e supre esse local
 Veia femoral
 Continuação da veia poplítea após passar pelo hiato dos adutores
 Entra na bainha femoral entre a artéria femoral (lateralmente) e o canal femoral (medialmente) e termina
posteriormente ao ligamento inguinal tornando-se veia ilíaca externa
 Recebe, na parte inferior do trígono femoral, a veia femoral profunda, a veia safena magna e outras tributárias

 Nervos clúnios
 Originam-se do plexo sacral e inervam a pele da região glútea
 São três grupos: nervos clúnios superiores, médios e inferiores

62
 Nervos glúteos profundos
 Trata-se de um grupo de 7 nervos. Todos emergem do plexo sacral e saem da pelve através do forame isquiático
maior.

 Nervo glúteo superior


 Segue entre os músculos glúteo médio e glúteo mínimo, acompanhando a artéria glútea superior
 Divide-se para inervar o glúteo médio, o glúteo mínimo e o tensor da fáscia lata
 É o único que emerge do espaço suprapiriforme do forame isquiático maior

 Nervo glúteo inferior


 Sai da pelve através do espaço infrapiriforme do forame isquiático menor, superficialmente ao nervo
isquiático e acompanhando artéria e veia glúteas inferiores
 Inerva o músculo glúteo máximo

Lesão do nervo glúteo superior

A lesão do nervo glúteo superior acarreta falha na ação dos músculos glúteos médio e mínimo. Clinicamente, alguns sinais podem ser vistos nesse caso – um
paciente que tenta apoiar-se em um pé só não consegue manter o nível da pelve caso o nervo do lado de apoio esteja lesado. Essa queda da pelve para o lado
sem apoio é chamada de sinal de Trendelenburg positivo (sinal causado também por luxação da articulação do quadril ou por fratura do trocanter menor)

Outro sinal consiste nas marchas características. Como o paciente não consegue manter o nível da pelve, ele faz movimentos compensatórios para conseguir
caminhar. Por exemplo, inclina-se para o lado com apoio, para elevar a pelve e dar espaço para a movimentação do pé – marcha glútea; levanta o pé mais alto
durante o avanço – marcha escarvante; balança o pé lateralmente – marcha com balanço lateral; essas marchas também são características do quadro de pé em
gota, decorrente da lesão do nervo fibular comum

 Nervo isquiático
 Maior nervo do corpo, é a estrutura mais lateral a emergir do forame isquiático maior
 Não inerva estruturas da região glútea, mas sim músculos posteriores da coxa, músculos da perna e do pé e
a pele da maior parte da perna e do pé
 É na verdade formado por dois nervos unidos na mesma bainha conjuntiva (nervo tibial e nervo fibular
comum). Esses nervos normalmente se separam na porção distal da coxa
 Em alguns indivíduos, os nervos separam-se ao emergir da pelve, podendo o nervo fibular comum
passar superiormente ao músculo piriforme ou entre suas fibras

 Nervo para o músculo quadrado femoral


 Segue profundamente (anterior) ao nervo isquiático e ao músculo obturador interno
 Passa pela face posterior da articulação do quadril
 Emite ramos para a articulação do quadril e inerva os músculos gêmeo inferior e quadrado femoral

 Nervo cutâneo femoral posterior


 Segue medialmente ao nervo isquiático
 Inerva uma grande porção de pele:
 Glútea – por meio dos nervos clúnios inferiores
 Do períneo – por meio dos nervos perineais
 Posterior da coxa
 Da perna
 É subfascial, apenas seus ramos terminais penetram na tela subcutânea para distribuição

 Nervo para o músculo obturador interno


 Acompanha o trajeto do nervo pudendo e inerva os músculos obturador interno e gêmeo superior

63
 Nervo pudendo
 Estrutura mais medial a emergir do forame isquiático maior
 Segue posteriormente ao ligamento sacroespinal e entra no períneo através do forame isquiático menor para
suprir estruturas nessa região

 Artérias da região posterior


 Emergem principalmente da artéria ilíaca interna

 Artéria glútea superior


 Emerge da artéria ilíaca interna e sai da pelve através do forame isquiático maior, superiormente ao músculo
piriforme
 Divide-se em um ramo superficial e em um ramo profundo
 Irriga os músculos glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata

 Artéria glútea inferior


 Emerge da artéria ilíaca interna e sai da pelve através do forame isquiático maior, inferiormente ao músculo
piriforme
 Às vezes participa da anastomose cruzada da coxa, que envolve também as artérias circunflexa femoral
media, circunflexa femoral lateral e os primeiros ramos perfurantes da femoral profunda
 Antes do nascimento, é a principal artéria do compartimento posterior, sendo contínua com a artéria
poplítea. Essa porção posteriormente regride e se torna a artéria para o nervo isquiático

 Artéria pudenda interna


 Emerge da artéria ilíaca interna, vai para pelve pelo forame isquiático maior, inferiormente ao músculo
piriforme
 Segue o trajeto do nervo pudendo, em direção às estruturas perineais pelo forame isquiático menor

 Veias da região posterior


 Em geral, seguem o trajeto das artérias de mesmo nome. Assim, a veia glútea superior vai para a pelve por meio do
forame isquiático maior, superiormente ao músculo piriforme, e desemboca na veia ilíaca interna
 Existem conexões entre as veias glúteas e tributárias da veia femoral, o que confere um retorno sanguíneo alternativo
para o membro inferior

64
FOSSA POPLÍTEA

CONSIDERAÇÕES GERAIS
 Consiste em um espaço posterior à articulação do joelho que dá passagem a estruturas neurovasculares importantes e é
preenchido principalmente por gordura.
 Seus limites superficiais são:
 Superolateral: músculo bíceps femoral
 Superomedial: músculo semimembranáceo
 Inferiores: cabeças medial e lateral do músculo gastrocnêmio
 Seus limites profundos são:
 Superiores: linhas supracondilares medial e lateral do fêmur
 Inferior: linha para o músculo sóleo da tíbia
 Conteúdo da fossa poplítea:
 Extremidade da veia safena parva
 Artéria e veia poplíteas e seus ramos e tributárias
 Nervos tibial, fibular comum e outros ramos cutâneos
 Nervo cutâneo femoral posterior
 Linfonodos e vasos linfáticos poplíteos
 O assoalho da fossa é feito pela face poplítea do fêmur, pela cápsula articular do joelho e pela fáscia do músculo poplíteo

FÁSCIA E TELA SUBCUTÂNEA


 A fáscia poplítea é contínua com a fáscia lata, superiormente, e com a fáscia muscular da perna, inferiormente
 Oferece proteção ao conteúdo da fossa
 O tecido subcutâneo da fossa poplítea, adjacente à fáscia, contém a veia safena parva, os ramos terminais do nervo cutâneo
femoral posterior e os nervos cutâneo sural medial e cutâneo sural lateral

ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA FOSSA


 Nervos
 O nervo isquiático geralmente termina no ângulo superior da fossa poplítea, dividindo-se em seus dois maiores ramos
terminais: nervo tibial e o nervo fibular comum
 O nervo tibial é o ramo medial do nervo isquiático, segue em direção ao ângulo inferior da fossa. No trajeto,
divide o espaço ao meio e emite ramos para os músculos sóleo, gastrocnêmio, plantar e poplíteo
 O nervo cutâneo sural medial deriva do nervo tibial e une-se ao nervo cutâneo sural lateral, ramo do
nervo fibular comum (formação em Y), ou ao ramo fibular comunicante, ramo do nervo cutâneo
sural lateral (formação em H), para dar origem ao nervo sural. Esse nervo supre a face lateral da
perna e do tornozelo
 O nervo fibular comum é o ramo lateral do nervo isquiático, segue inferiormente próximo à margem medial
do músculo bíceps femoral, até deixar a fossa poplítea, espiralando-se em torno da cabeça da fíbula e
dividindo-se em seus dois ramos terminais
 Os ramos mais inferiores do nervo cutâneo femoral posterior suprem a pele sobrejacente à fossa poplítea

 Vascularização
 A artéria poplítea começa quando a artéria femoral passa pelo hiato dos adutores. Ela segue profundamente pela fossa
poplítea até a margem inferior do músculo poplíteo, onde divide-se na artéria tibial anterior e na artéria tibial posterior
 A veia poplítea surge no nível da margem distal do músculo poplíteo como uma continuação da veia tibial posterior.
Ela ascende próxima e superficialmente à artéria poplítea, transformando-se em veia femoral ao passar pelo hiato dos
adutores
 A veia poplítea recebe a veia safena parva, que perfura a fáscia poplítea após ascender da face posterior do
maléolo lateral para entrar na fossa poplítea

65
JOELHO
Maior articulação, classifica-se como sinovial do tipo gínglimo, permitindo basicamente flexão e extensão.

A PATELA
 Características gerais:
 Maior osso sesamoides do corpo, possui duas faces, três bordas e um ápice
 Faces:
 Face anterior
 Face convexa e subcutânea
 Ponto de inserção do tendão do músculo quadríceps femoral
 Face articular
 Dividida por uma crista longitudinal:
o Parte medial
o Parte lateral
 Geralmente, a parte lateral é maior
 O ápice da patela é sua extremidade distal afilada

Patela esquerda. A – Face anterior; B – face articular

ARTICULAÇÕES E ESTABILIDADE
 A articulação do joelho é formada, na verdade, por três articulações:
 Duas articulações femorotibiais (uma medial e outra lateral), entre os côndilos do fêmur e da tíbia
 Uma articulação femoropatelar, intermediária
 A estabilidade do joelho depende: A fíbula não participa da
articulação do joelho
 Dos músculos e fixações adjacentes, sendo o mais importante o quadríceps femoral
 Dos ligamentos que unem o fêmur à tíbia

LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES Os ligamentos colaterais encontram-


se tensos durante a extensão da
 Ligamento da patela perna e contribuem para o equilíbrio
 Parte distal do tendão do quadríceps femoral, fixa-se à tuberosidade da tíbia da articulação na posição de pé
 Reforça anteriormente a articulação
 Recebe os retináculos medial e lateral da patela, expansões aponeurótica dos músculos vasto medial e vasto lateral

 Ligamento colateral fibular (LCF)


 Ligamento semelhante a um cordão que segue do epicôndilo lateral do fêmur até a face lateral da cabeça da fíbula
 Reforça lateralmente a articulação
 O tendão do músculo poplíteo passa profundamente ao LCF, separando-o do menisco lateral
 O LCF divide o tendão do músculo bíceps femoral em duas fixações

 Ligamento colateral tibial (LCT)


 Ligamento semelhante a uma faixa que se estende desde o epicôndilo medial do fêmur até o côndilo medial da tíbia
e face medial da tíbia
 Reforça a cápsula articular medialmente
 Está fixado ao menisco medial em sua parte média
 É mais fraco que o LCF e, portanto, ele e o menisco medial são mais frequentemente lesados
 Ligamento poplíteo oblíquo
 Ligamento formado pela parte recorrente do tendão do músculo semimembranáceo
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 Inicia-se na face posterior do côndilo medial da tíbia e dirige-se em sentido superior e lateral para a face posterior do
côndilo lateral do fêmur
 Reforça a articulação posteriormente

 Ligamento poplíteo arqueado


 Ligamento que se origina na face posterior da cabeça da fíbula. Segue superomedialmente sobre o tendão do músculo
poplíteo e termina fundindo-se à parte posterior da cápsula articular do joelho
 Reforça a articulação posterolateralmente
 Seu desenvolvimento parece estar inversamente relacionado à presença da fabela da cabeça lateral do gastrocnêmio,
um osso sesamoides presente na inserção proximal do gastrocnêmio de cerca de 3% da população

LIGAMENTOS INTRA-ARTICULARES
 Ligamentos cruzados
 Os ligamentos cruzam-se dentro da cápsula articular, mas fora da cavidade sinovial, no centro da articulação
 Durante a rotação medial da tíbia sobre o fêmur, eles espiralam-se; durante a rotação lateral, eles se desenrolam. Por
isso, a rotação lateral tem maior amplitude possível do que a rotação medial, sendo limitada pelo LCT

 Ligamento cruzado anterior (LCA)


 Origem: área intercondilar anterior da tíbia, imediatamente posterior à fixação do menisco medial
 Trajeto: superior, posterior e lateral
 Destino: face posterior do côndilo lateral do fêmur
 Ação: limita o deslizamento posterior do fêmur sobre o platô tibial / limita o deslizamento
anterior da tíbia
 É o mais fraco dos dois ligamentos cruzados

 Ligamento cruzado posterior (LCP)


 Origem: área intercondilar posterior da tíbia
 Trajeto: superior, anterior e medial
 Destino: face anterior do côndilo medial do fêmur
 Ação: limita o deslizamento anterior do fêmur sobre o platô tibial / limita o deslizamento posterior da tíbia

 Meniscos
 São discos de fibrocartilagem em forma de meia-lua, que se encontram nas faces articulares da tíbia e cuja função é
aprofundar essas faces e absorver o choque
 Suas margens externas são mais espessas do que a porção interna do menisco. Essas margens estão ligadas à periferia
dos côndilos da tíbia por meio dos ligamentos coronários, parte da cápsula articular
 Os dois meniscos são conectados um ao outro anteriormente pelo ligamento transverso do joelho, que atravessa a
área intercondilar anterior

 Menisco medial
 Tem formato de “C” e sua face posterior é mais larga que a anterior
 Sua extremidade (corno) anterior é fixado à área intercondilar anterior, anteriormente à fixação do LCA
 Sua extremidade (corno) posterior está fixada à área intercondilar posterior,
anteriormente à fixação do LCP
 Está firmemente aderido à face profunda do LCT
 É menos móvel sobre o platô tibial do que o menisco lateral

 Menisco lateral
 Tem formato quase circular e é menor e mais móvel do que o menisco medial
 Parte do tendão do músculo poplíteo está fixado ao menisco lateral
 Encontra-se unido ao LCP e ao côndilo medial do fêmur pelo ligamento meniscofemoral
posterior

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REDE ARTICULAR DO JOELHO
 A irrigação arterial do joelho provém principalmente da artéria poplítea, que emite cinco ramos
geniculares:
 Artéria superior lateral do joelho
 Artéria superior medial do joelho
 Artéria média do joelho
 Artéria inferior lateral do joelho
 Artéria inferior medial do joelho
 Artéria fibular recorrente
 Outras artérias também contribuem para a rede articular do joelho:
 Artéria descendente do joelho – ramo superomedial da artéria femoral - emite um ramo
articular, para o joelho, e um ramo safeno
 Ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral
 Artéria recorrente tibial anterior

Joelhos valgo e varo

A posição do fêmur na coxa é diagonal, enquanto que a posição da tíbia é praticamente vertical. Essa disposição gera uma angulação normal no joelho chamada
de ângulo Q. Ele é medido com relação a duas linhas imaginárias, uma passando da EIAS até o centro da patela e outra que atravessa o meio da patela
verticalmente. Existem distúrbios de angulação associados a essa disposição que prejudicam a articulação do joelho:
Joelho varo – nesse quadro, o ângulo Q é menor do que o normal, causando um desvio lateral do joelho. Pode ocorrer artrose, o ligamento colateral fibular fica
excessivamente tensionado e o menisco medial é desgastado (sustentação desigual do peso)
Joelho valgo – nesse quadro, o ângulo Q é maior do que o normal, causando um desvio medial do joelho. Pode ocorrer artrose, o ligamento colateral tibial fica
excessivamente tensionado e o menisco lateral é desgastado

68
PERNA

CONSIDERAÇÕES GERAIS
 O esqueleto da perna é composto pela tíbia e pela fíbula
 A tíbia articula-se com o fêmur, superiormente, e com o tálus, inferiormente, tendo a função de transferência do peso.
 A fíbula tem função principal de fixação muscular.
 Esses dois ossos estão unidos entre si pela membrana interóssea
 A perna é dividida em 3 compartimentos:
 Compartimento anterior: também chamado do compartimento dorsiflexor (extensor), situa-se entre a face lateral da
tíbia e a face medial da fíbula, anteriormente à membrana interóssea
 Inferiormente, esse compartimento é marcado por dois espessamentos de fáscia, que unem os tendões dos
músculos anterior da perna e evitam seu estrangulamento durante a dorsiflexão:
 Retináculo superior dos músculos extensores: faixa proximal aos maléolos que segue da tíbia até a
fíbula
 Retináculo inferior dos músculos extensores: faixa em Y depois do cruzamento da articulação
talocrural
 Compartimento lateral: também chamado de compartimento eversor, é o menor da perna. O compartimento termina
inferiormente no retináculo superior dos músculos fibulares
 Os tendões dos músculos fibulares passam profundamente ao retináculo e posteriormente ao maléolo
lateral, que é utilizado como tróclea para seu cruzamento para a articulação talocrural
 Compartimento posterior: o maior dentre os três compartimentos, é divido em grupos superficial e profundo pelo
septo intermuscular transverso
 O septo intermuscular transverso termina distalmente como o retináculo dos músculos flexores

TÍBIA
A tíbia se localiza anteromedialmente na perna, sendo o segundo maior osso do corpo

 Extremidade proximal
 A extremidade superior da tíbia alarga-se para formar os côndilos lateral e medial, os quais, juntos, formam
uma área conhecida como face articular superior ou platô tibial, para articulação com o fêmur
 As faces articulares de cada côndilo tibial são separadas por uma eminência intercondilar, formada pelos
tubérculos intercondilares medial e lateral
 Anterior e posteriormente à eminência intercondilares ficam as áreas intercondilares anterior e
posterior
 Os tubérculos intercondilares encaixam-se na fossa intercondilar do fêmur
 Anterolateralmente ao côndilo lateral da tíbia existe um ponto de fixação para o trato iliotibial, conhecido
como tubérculo de Gerdy
 Posterolateralmente ao tubérculo de Gerdy, fica a face articular fibular da tíbia, para articulação
com a cabeça da fíbula
 Posteriormente ao maléolo medial existe o sulco para o tendão do músculo semimembranáceo

 Corpo da tíbia
 É formado por três margens e três faces
 A margem anterior é a mais proeminente e, adjacente a ela, localizam-se a face medial e a face lateral
 O prolongamento proximal da margem anterior é marcado pela tuberosidade da tíbia, local de
fixação do ligamento patelar
 Toda a margem anterior e a face medial são subcutâneos (senso comum: “canela”)
 A segunda margem é a margem interóssea, aguda em todo o percurso de fixação da membrana interóssea.
Adjacente a ela estão a face lateral e a face posterior
 A margem medial da tíbia situa-se entre a face medial e a face posterior
 Na porção proximal da face posterior existe uma crista áspera chamada de linha para o músculo
sóleo, que se estende inferiormente do local de articulação com a cabeça da fíbula até a margem
medial

69
 Extremidade distal
 A extremidade distal da tíbia é mais fina que a proximal, expandindo-se apenas medial para formar o maléolo medial
 A margem interóssea da tíbia deixa de ser aguda na extremidade inferior do osso e passa a ter um sulco para
articulação da porção distal da fíbula, sulco este chamado de incisura fibular da tíbia
 A tíbia possui ainda uma face articular inferior e uma face articular do maléolo medial para articulação com o tálus
 Na face posterior da extremidade distal existe um sulco maleolar, lateralmente ao maléolo medial, que serve como
sulco dos tendões dos músculos tibial posterior e flexor longo dos dedos

FÍBULA
Localiza-se posterolateralmente à tíbia

 Extremidade proximal
 Compõe-se de uma cabeça arredondada, na qual existe um ápice da cabeça da fíbula, e um curto colo que segue a
cabeça
 A cabeça da fíbula articula-se com a face articular fibular, no côndilo lateral da tíbia
Os dois maléolos formam
 Corpo um encaixe que é o
 Possui três margens – anterior, interóssea e posterior –, e três faces – lateral, medial e posterior componente superior da
articulação talocrural
 Extremidade distal
 Alarga-se e prolonga-se lateralmente para formar o maléolo lateral, mais proeminente que o medial
 A face posterior do maléolo medial possui um entalhe conhecido como fossa do maléolo lateral
 Possui uma face articular do maléolo lateral

COMPARTIMENTO ANTERIOR
Composto por quatro músculos cuja ação principal está relacionada à dorsiflexão (extensão) do tornozelo

 Músculo tibial anterior


 É o músculo mais medial e mais superficial do compartimento
 Tem ação sinérgica com o músculo tibial posterior na inversão do pé
 Inserção proximal: côndilo lateral e face lateral da tíbia (parte na membrana interóssea)
 Inserção distal: faces inferomediais dos ossos cuneiforme medial e 1º metatarsal
 Inervação: nervo fibular profundo
 Principal ação: dorsiflexão do tornozelo e inversão do pé

 Músculo extensor longo dos dedos


 Inserção proximal: côndilo lateral da tíbia e face medial da fíbula (parte na membrana interóssea)
 Inserção distal: falanges médias e distais dos quatro dedos laterais
 O tendão do ELD se divide em quatro para inserção nas falanges
 Cada ramificação do tendão do ELD expande-se para formar uma aponeurose dorsal ou
expansão extensora ao redor das falanges, que depois se dividem em três faixas:
 Uma faixa central, que se fixa à base da falange média
 E duas faixas laterais, que convergem e se fixam à base da falange distal
 Inervação: nervo fibular profundo
 Principal ação: dorsiflexão do tornozelo e extensão dos quatro dedos laterais

 Músculo extensor longo do hálux


 Localiza-se profundamente no compartimento, entre os músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos
 Inserção proximal: face medial da fíbula e membrana interóssea
 Inserção distal: falange distal do hálux
 Inervação: nervo fibular profundo
 Principal ação: dorsiflexão do tornozelo e extensão do hálux

70
 Músculo fibular terceiro
 Inserção proximal: terço inferior da face medial da fíbula
 Inserção contínua com a do extensor longo dos dedos, do qual é parte
 Inserção distal: base do 5º metatarsal
 Inervação: nervo fibular profundo
 Principal ação: dorsiflexão do tornozelo e auxílio na eversão do pé

COMPARTIMENTO LATERAL
 Músculo fibular longo
 Inserção proximal: parte superior da face lateral da fíbula
 Inserção distal: base da face inferior do cuneiforme medial e 1º metatarsal
 O tendão do músculo fibular longo passa profundamente ao retináculo inferior dos músculos fibulares. Depois
segue inferiormente à tróclea fibular do calcâneo e passa por um sulco no osso cuboide até chegar em sua
fixação distal
 Inervação: nervo fibular superficial O tendão do músculo
 Principal ação: eversão do pé fibular longo é posterior ao
tendão do músculo fibular
 Músculo fibular curto curto na passagem pelo
 Inserção proximal: parte inferior da face lateral da fíbula maléolo lateral
 Inserção distal: tuberosidade do 5º metatarsal
 O tendão do músculo fibular curto para superiormente à tróclea fibular do calcâneo para então chegar em
sua fixação distal
 Inervação: nervo fibular superficial
 Principal ação: eversão do pé

COMPARTIMENTO POSTERIOR

- Grupo superficial
 Músculo gastrocnêmio
 Inserção proximal:
 Cabeça lateral: face lateral do côndilo lateral do fêmur
O sóleo e o gastrocnêmio
 Cabeça medial: face poplítea, superiormente ao côndilo medial do fêmur
são, juntos, chamados de
 Inserção distal: calcâneo, por meio da fixação comum do tendão do calcâneo tríceps sural
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação:
 Flexão do tornozelo
 Elevação do calcanhar
 Flexão da perna

 Músculo sóleo
 Inserção proximal:
 Cabeça e face posterior da fíbula
 Linha para o músculo sóleo, na face posterior da tíbia
 Arco tendíneo do músculo sóleo, entre as duas fixações anteriores
 Por esse arco passam a artéria poplítea e o nervo tibial ao saírem da fossa
poplítea
 Inserção distal: calcâneo (tendão do calcâneo)
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação: flexão do tornozelo
 Principalmente recrutado na caminhada, também auxilia na manutenção do equilíbrio

71
 Músculo plantar
 Inserção proximal: linha supracondilar lateral do fêmur e ligamento poplíteo oblíquo
 Inserção distal: calcâneo (tendão do calcâneo)
 Seu tendão longo segue distalmente entre os músculos sóleo e gastrocnêmio, e une-se ao tendão do calcâneo
através de sua margem medial
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação: auxilia na flexão do tornozelo

- Grupo profundo Os músculos flexores longos dos dedos


e do hálux atuam sustentando os arcos
 Músculo poplíteo longitudinais do pé. Eles têm trajeto
 Inserção proximal: face lateral do côndilo lateral do fêmur e menisco lateral cruzado:
 Inserção distal: face posterior da tíbia (superiormente à linha para o músculo sóleo) O músculo que se origina lateralmente
 Inervação: nervo tibial (FLH) fixa-se medialmente e o que se
 Principal ação: origina medialmente (FLD) fixa-se
 Ajuda a tracionar o menisco lateral posteriormente lateralmente. O cruzamento dos
 Ajuda na ação do ligamento cruzado posterior tendões ocorre na planta do pé
 Faz uma pequena rotação lateral do fêmur, ajudando a perna a sair da posição estendida “travada” para o
início da flexão

 Músculo flexor longo do hálux


 Inserção proximal: parte inferior da face posterior da fíbula
 Inserção distal: base da falange distal do hálux
 O tendão desse músculo segue por sulcos na parte posterior do tálus e do sustentáculo do tálus, cruzando
profundamente ao tendão do FLD e passando por dois ossos sesamoides até ir para sua fixação distal
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação: flexão do hálux

 Músculo flexor longo dos dedos


 Inserção proximal: parte medial da face posterior da tíbia (inferiormente à linha para o músculo sóleo)
 Inserção distal: base das falanges distais dos quatro dedos laterais
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação: flexão dos dedos

 Músculo tibial posterior


 Inserção proximal:
 Membrana interóssea
 Face posterior da tíbia, lateralmente à inserção do FLD e inferiormente à linha do músculo
sóleo
 Face posterior da fíbula, superiormente à inserção do FLH
 Inserção distal:
 Tuberosidade do osso navicular
 Ossos cuneiformes
 Base do 2º, 3º e 4º metatarsais
 Inervação: nervo tibial
 Principal ação:
 Flexão plantar do tornozelo
 Manutenção do arco longitudinal medial do pé
 Inversão do pé

72
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
 Irrigação arterial
 A artéria poplítea divide-se, ao passar pela margem inferior do músculo poplíteo (ao
atravessar pelo arco tendíneo do músculo sóleo), em dois ramos:
 A artéria tibial anterior emerge da artéria poplítea e imediatamente passa ao
compartimento anterior da perna através de uma abertura na parte superior
da membrana interóssea
 A artéria tibial anterior desce pela face anterior da membrana
O compartimento lateral interóssea, entre os músculos tibial anterior e extensor longo dos
é suprido por ramos dedos, acompanhada pelo nervo fibular profundo
perfurantes das artérias
 Geralmente dá origem à artéria circunflexa fibular, que circunda o colo
tibial anterior e fibular
da fíbula e segue para as anastomoses do joelho
 Dá origem a duas artérias que seguem para as anastomoses do joelho:
 A artéria recorrente tibial posterior, antes de passar para o
compartimento anterior
 A artéria recorrente tibial anterior, depois de passar pela
membrana interóssea
 A artéria tibial posterior, segundo ramo da artéria poplítea, segue inferiormente
acompanhada do nervo e veias tibiais
 A artéria tibial posterior emite um ramo lateral, a artéria fibular, que
desce em direção à fíbula, em geral dentro do músculo FLH, dando
origem à artéria nutrícia da fíbula
 A artéria tibial posterior segue posteriormente ao maléolo medial,
posteriormente aos tendões do TP e do FLD e anteriormente ao
tendão do FLH

 Inervação
 O nervo isquiático divide-se ao nível do ângulo superior da fossa poplítea em dois ramos:
 O nervo tibial supre todos os músculos do compartimento posterior.
 Segue inferiormente pela fossa poplítea, acompanhando a artéria poplítea, e passa profundamente
ao arco tendíneo do músculo sóleo. Passa então a acompanhar a artéria tibial posterior
 Passa posteriormente ao maléolo medial, entre os tendões dos músculos FLD e FLH
 O nervo fibular comum é o segundo ramo do nervo isquiático e segue em direção ao compartimento anterior.
Depois de dar a volta em torno do colo da fíbula, origina seus dois ramos terminais
 O nervo fibular superficial, mais lateral, supre os músculos do compartimento lateral.
 Segue entre os músculos fibular longo e fibular curto e depois continua como um nervo
cutâneo da região
 O nervo fibular profundo, mais medial, supre os músculos do compartimento anterior
 Segue inferomedialmente acompanhado da artéria tibial anterior (primeiro entre os
músculos ELD e TA e depois entre os músculos ELH e TA)

73
 O nervo sural origina-se de ramos dos nervos tibial e fibular comum e segue entre as cabeças do músculo gastrocnêmio
e, depois, lateralmente ao tendão do calcâneo
 Supre a pele da região posterolateral da perna e do pé

 O nervo safeno origina-se do nervo femoral e, na perna, seu trajeto consiste em acompanhar a veia safena magna

Lesão do nervo fibular comum

A lesão do nervo fibular comum é relativamente mais frequente devido à sua posição vulnerável em torno do colo da fíbula. Essa lesão causa paralisia flácida dos
músculos dos compartimentos anterior e lateral da perna, o que causa perda da dorsiflexão e da eversão do pé, resultando em um sinal clínico conhecido como
“pé em gota”

74
TORNOZELO E PÉ

OSSOS DO PÉ
O esqueleto do pé é composto pelos ossos tarsais (7), metatarsais (5) e as falanges (14)

 Tarso: consiste na parte posterior ou proximal do pé


 Tálus: o único osso a se articular com o esqueleto da perna, tem três partes:
 Cabeça: parte mais anterior, participa da articulação transversa do tarso (entre o retropé e o mediopé),
articulando-se como osso navicular
 Colo: região de transição entre a cabeça e o corpo
 Corpo: parte mais posterior, está apoiada sobre o calcâneo
 A parte superior do corpo é marcada pela presença da tróclea do tálus, responsável pela articulação
com os maléolos e pela transferência de peso
 O corpo possui ainda um processo posterior, formado por dois tubérculos: um mais proeminente, o
tubérculo lateral e outro menor, o tubérculo medial
 Entre esses dois tubérculos, fica o sulco do tendão do músculo flexor longo do hálux
 No corpo do tálus existe ainda um processo lateral, a partir da tróclea
 Calcâneo: osso mais forte do pé, transmite a maior parte do peso do corpo do tálus para o solo.
 Articula-se com o tálus (faces articulares talares anterior, média e posterior) e com o
cuboide (face articular do cuboide)
 Na face lateral do calcâneo existe uma crista denominada tróclea fibular; superiormente
a ela passa o tendão do músculo fibular curto e, inferiormente a ela, passa o tendão do
músculo fibular longo (sulco do tendão do músculo fibular longo)
 Da sua face medial, projeta-se o sustentáculo do tálus
 Posteroinferiormente ao sustentáculo, fica o sulco do tendão do músculo flexor
longo do hálux
 Posteriormente, é marcado por uma grande proeminência de sustentação de peso, a
tuberosidade do calcâneo
 Essa tuberosidade possui um processo medial e um processo lateral
 Cuboide: osso mais lateral da fila distal do tarso
 Possui uma projeção inferolateral chamada de tuberosidade do cuboide
 Anteriormente a ela, fica o sulco do tendão do músculo fibular longo
 Navicular: localiza-se entre a cabeça do tálus e os três cuneiformes
 Possui uma projeção inferomedial chamada de tuberosidade do navicular
 Cuneiforme lateral
 Cuneiforme intermédio
 Cuneiforme medial

 Metatarso: são cinco ossos metatarsais, numerados a partir da face medial do pé


 Participam da articulação tarsometatarsal, proximalmente
 Cada osso possui uma base, proximal, um corpo, e uma cabeça, distal
 O metatarsal V possui uma projeção lateral em direção ao osso cuboide chamada de tuberosidade
do quinto metatarsal
 O metatarsal I também possui uma tuberosidade para fixação tendínea e, em sua face plantar,
ficam dois ossos sesamoides medial e lateral

 Falanges
 O hálux possui duas falanges: distal e proximal
 Os demais dedos possuem três falanges cada: proximal, média e distal
 Cada falange possui uma base, proximal, um corpo e uma cabeça, distal

75
ARTICULAÇÃO TALOCRURAL
A articulação do tornozelo é sinovial do tipo gínglimo, envolve a tíbia, a fíbula e o tálus

 Faces articulares
 As extremidades distais da tíbia e da fíbula formam o encaixe maleolar ao qual se articula a tróclea do tálus
 Os maléolos seguram o tálus durante os movimentos da articulação

 Ligamentos
 Reforçando a articulação lateralmente, existe o ligamento colateral lateral, formado por três ligamentos:
 Ligamento talofibular anterior: do maléolo lateral ao colo do tálus
O ligamento colateral lateral
 Ligamento talofibular posterior: da fossa do maléolo lateral até o tubérculo lateral
é o mais frequentemente
do tálus distendido do corpo
 Ligamento calcaneofibular: do maléolo lateral até a face lateral do calcâneo
 Reforçando a articulação medialmente, existe o ligamento colateral medial (deltoideo), formado por quatro partes:
 Parte tibionavicular
 Parte tibiocalcânea
 Parte tibiotalar anterior
 Parte tibiotalar posterior

ARTICULAÇÕES DO PÉ
 Articulações intertarsais
 As mais importantes são: articulação talocalcânea e a articulação transversa do tarso (calcaneocuboidea e
talocalcaneonavicular)
 A inversão e eversão do pé são os principais movimentos dessas articulações

 Articulação talocalcânea
 É do tipo sinovial plana e é sustentada pelos ligamentos:
 Talocalcâneo medial
 Talocalcâneo lateral
 Talocalcâneo posterior
 Talocalcâneo interósseo

 Articulação talocalcaneonavicular
 Do tipo sinovial esferóidea, envolve a cabeça do tálus com o calcâneo e o navicular
 É sustentada pelo ligamento calcaneonavicular plantar (“em mola”)
 Estende-se do sustentáculo do tálus à face posterior do navicular, preenchendo esse espaço
 Possui funções importantes na transferência de peso e na manutenção do arco longitudinal do pé

 Articulação calcaneocuboidea
 Articulação sinovial do tipo plana formada pelos ligamentos:
 Calcaneocuboideo dorsal
 Calcaneocuboideo plantar (“plantar curto”)
 Situado entre os ligamentos calcaneonavicular plantar e plantar longo
 Participa da manutenção do arco longitudinal
 Plantar longo
 Segue da face plantar do calcâneo até o sulco no cuboide
 Algumas de suas fibras seguem para a base dos metatarsais, formando, assim, um “túnel”
para o tendão do músculo fibular longo
 Importante para a manutenção do arco longitudinal

 Articulação cuneonavicular
 Articulação entre a face anterior do navicular e as faces posteriores dos cuneiformes
 Sustentada pelos ligamentos cuneonaviculares dorsal e plantar

76
 Articulação tarsometatarsal
 Entre os ossos tarsais anteriores e as bases dos metatarsais
 Sustentada pelos ligamentos: tarsometatarsais dorsais, plantares e interósseos

 Articulação intermetatarsal
 Os quatro metatarsais laterais são unidos na base pelos ligamentos metatarsais dorsais, plantares e
interósseos
 Os metatarsais mais distalmente pelos ligamentos:
 Metatarsais transversos superficiais
 Metatarsais transversos profundos

 Articulação transversa do tarso


 Formada pela parte talonavicular da articulação talocalcaneonavicular e pela articulação calcaneocuboidea

ARCOS DO PÉ
Para que o pé não transmita grandes impactos para o sistema esquelético ao tocar o solo, existem algumas estratégias para
aumentar sua resiliência. Por exemplo, o fato de ser formado por vários ossos unidos por ligamentos aumenta sua flexibilidade e
capacidade de deformação. Além disso, esses ossos estão dispostos em arcos

 Funções dos arcos


 Os arcos consistem no padrão de disposição dos ossos tarsais e metatarsais e são sustentados passivamente por
ligamentos e ativamente por tendões flexíveis
 Os arcos distribuem o peso sobre o pé, agindo em prol da absorção do choque
 Agem como trampolins durante a marcha, a corrida e o salto
 Aumentam a capacidade do pé de se adaptar a irregularidades da superfície

 Arco longitudinal do pé
 É formado pelas partes medial e lateral, que atuam, do ponto de vista funcional, como uma unidade e em conjunto
com o arco transverso na distribuição do peso
 Arco longitudinal medial
 É mais alto e mais importante
 É formado por: calcâneo, tálus, navicular, os três cuneiformes e os três metatarsais mediais
 A cabeça do tálus é o componente mais importante do arco
 O tendão do músculo tibial anterior, que se fixa ao metatarsal I, ajuda na sustentação do arco
 O tendão do músculo fibular longo, que cruza da face lateral para se fixar ao cuneiforme medial e ao
metatarsal I, também auxilia na sustentação do arco
 Arco longitudinal lateral
 É mais plano
 Apoia-se no chão na posição de pé
 É formado por: calcâneo, cuboide e os dois metatarsais laterais

 Arco transverso do pé
 Segue de um lado a outro
 Os arcos longitudinais lhe servem como
pilares
 É formado por: cuboide, cuneiformes,
bases dos metatarsais
 Os tendões dos músculos tibial posterior
e fibular longo contribuem para sua
sustentação

77
 Integridade dos arcos
 É mantida por fatores passivos e dinâmicos
 Fatores passivos:
 Formato dos ossos unidos
 Camadas sucessivas de tecido fibroso:
 Aponeurose plantar
 Ligamento plantar longo
 Ligamento calcaneocuboideo plantar
 Ligamento calcaneonavicular plantar

 Fatores dinâmicos:
 Ações reflexas dos músculos intrínsecos do pé
 Contrações ativas dos músculos com tendões longos que se estendem até o pé

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O PÉ


 Partes do pé
 Os ossos do pé podem ser divididos em três partes:
 Antepé: falanges e metatarsais
 Mediopé: cuneiformes, cuboide e navículas
 Retropé: calcâneo e tálus
 O pé possui uma região plantar, que toca o solo, e uma região dorsal, voltada para cima
 A parte da planta subjacente ao calcâneo é o calcanhar e a subjacente às cabeças dos dois metatarsais
mediais é a bola do pé

 Fáscia muscular
 A fáscia do dorso do pé é contínua com o retináculo inferior dos músculos extensores, mais espesso que a fáscia
 Na parte posterior e lateral do pé, a fáscia muscular é contínua com a fáscia plantar, que reveste toda a planta
 A fáscia plantar possui uma região central mais espessa, a aponeurose plantar
 Segue distalmente do calcâneo até se dividir em 5 faixas até os dedos
 É reforçada na região da cabeça dos metatarsais pelas fibras que formam o ligamento metatarsal
transverso superficial
 Emite septos que dividem a planta em três compartimentos

 Compartimentos
 Compartimento dorsal: estende-se da fáscia dorsal até os ossos tarsais (mais
posteriormente) e até a fáscia interóssea dorsal
 Compartimento interósseo: está presente apenas na parte anterior do pé e
estende-se da fáscia interóssea dorsal à fáscia interóssea plantar, contendo
os ossos metatarsais
 Compartimento plantar medial: coberto pela fina fáscia plantar medial
 Compartimento plantar central: coberto pela aponeurose plantar
 Compartimento plantar lateral: coberto pela fina fáscia plantar lateral

DORSO DO PÉ
 Músculo extensor curto dos dedos
 Inserção proximal: calcâneo (assoalho do seio do tarso)
 Inserção distal: tendões do músculo extensor longo dos dedos
O seio tarsal é um espaço
 Inervação: nervo fibular profundo existente lateralmente entre
 Principal ação: extensão do 2º ao 4º dedos o calcâneo e tálus

78
 Músculo extensor curto do hálux
 Inserção proximal: comum com o extensor curto dos dedos
 Inserção distal: base da falange proximal do hálux
 Inervação: nervo fibular profundo
 Principal ação: extensão do hálux

1ª CAMADA DA PLANTA
 Músculo flexor curto dos dedos
 Inserção proximal: processo medial da tuberosidade do calcâneo
 Inserção distal: divide-se para se fixar aos dois lados das falanges médias dos quatro dedos laterais
 Inervação: nervo plantar medial
 Principal ação: flexão dos quatro dedos laterais

 Músculo abdutor do hálux


 Inserção proximal: processo medial da tuberosidade do calcâneo
 Inserção distal: face medial da base da falange proximal do hálux
 Inervação: nervo plantar medial
 Principal ação: abdução e flexão do hálux

 Músculo abdutor do dedo mínimo


 Inserção proximal: tuberosidade do calcâneo
 Inserção distal: face lateral da base da falange proximal do dedo mínimo
 Inervação: nervo plantar lateral
 Principal ação: abdução e flexão do dedo mínimo

2ª CAMADA DA PLANTA
 Músculo quadrado plantar
 Inserção proximal: face plantar do calcâneo
 Inserção distal: face lateral do tendão do músculo flexor longo dos dedos
 Inervação: nervo plantar lateral
 Principal ação: flexão dos quatro dedos laterais

 Músculos lumbricais (4 músculos)


 Inserção proximal: tendões do músculo flexor longo dos dedos
 Inserção distal: face medial dos quatro dedos laterais
 Inervação:
 Nervo plantar medial: um lumbrical medial
 Nervo plantar lateral: três lumbricais laterais
 Principal ação: flexão das falanges proximais e extensão das falanges médias e distais

3ª CAMADA DA PLANTA
 Músculo flexor curto do hálux
 Inserção proximal: face plantar do cuboide e do cuneiforme lateral
 Inserção distal: os dois lados da base da falange proximal do hálux (divide-se em cabeça lateral e cabeça medial)
 Inervação: nervo plantar medial
 Principal ação: flexão da falange proximal do hálux

79
 Músculo adutor do hálux
 Inserção proximal:
 Cabeça transversa: ligamentos plantares das articulações metatarsofalângicas
 Cabeça oblíqua: bases do 2º ao 4º metatarsais
 Inserção distal: face lateral da falange proximal do hálux
 Inervação: ramo profundo do nervo plantar lateral
 Principal ação:
 Adução do hálux
 Manutenção do arco transverso

 Músculo flexor do dedo mínimo


 Inserção proximal: base do quinto metatarsal
 Inserção distal: Base da falange proximal do quinto dedo
 Inervação: ramo superficial do nervo plantar lateral
 Principal ação: flexão do dedo mínimo

4ª CAMADA DA PLANTA
 Músculo interósseos plantares (3 músculos)
 Inserção proximal: faces mediais do 3º ao 5º metatarsais
 Inserção distal: faces mediais das falanges proximais do 3º ao 5º dedo
 Inervação: nervo plantar lateral
 Principal ação: adução dos 3 dedos laterais e flexão das articulações metatarsofalângicas

 Músculo interósseos dorsais (4 músculos)


 Inserção proximal: faces adjacentes do 1º ao 5º metatarsal
 Inserção distal:
 1º interósseo dorsal: face medial da falange proximal do 2º dedo
 Demais interósseos dorsais: faces laterais das falanges proximais do 2º ao 4º dedo
 Inervação: nervo plantar lateral
 Principal ação: abdução do 2º ao 4º dedo e flexão das articulações metatarsofalângicas

80
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
 Irrigação arterial
 A artéria tibial anterior é responsável pela irrigação do dorso do pé. Ao passar pelo nível dos dois maléolos, transforma-
se na artéria dorsal do pé, que segue profundamente ao retináculo inferior dos músculos extensores

 A artéria dorsal do pé emite ramos maleolares


 A artéria maleolar anterior medial segue para o maléolo medial
 A artéria maleolar anterior lateral segue para o maléolo lateral e pode anastomosar-se com um ramo
perfurante da artéria fibular

 Depois dos ramos maleolares, a artéria dorsal do pé emite a artéria tarsal lateral e ramos menores, ou artérias
tarsais mediais.
 A artéria tarsal lateral segue sob o músculo ECD

 Depois de emitir as artérias tarsais, a artéria dorsal do pé continua seu trajeto até originar seus ramos
terminais:
 A artéria dorsal do pé dá origem à artéria arqueada, que segue lateralmente pela região das bases
dos metatarsais, podendo unir-se à artéria tarsal lateral, formando uma alça arterial
 Da artéria arqueada, emergem ramos perfurantes, que se dirigem à face plantar para se
unir ao arco plantar profundo
 Dá origem também às 2ª, 3ª, 4ª e 5º artérias metatarsais dorsais, as quais dão origem a
artérias digitais dorsais, que se dirigem aos 3º, 4º e 5º dedos e à face lateral do 2º dedo
 A artéria plantar profunda emerge depois da artéria arqueada, entre as bases do 1º e 2º metatarsais.
Passa entre as cabeças do 1º interósseo dorsal para ganhar a face plantar do pé. Lá, une-se com a
artéria plantar lateral para originar o arco plantar profundo
 A artéria dorsal do pé termina finalmente como a 1ª artéria metatarsal dorsal, responsável por irrigar
as duas faces do hálux e a face medial do 2º dedo, através de artérias digitais dorsais

 A irrigação da planta do pé provém da artéria tibial posterior. Depois de passar posteriormente ao maléolo medial e
profundamente ao retináculo dos músculos flexores, a artéria segue para a planta do pé e, profundamente ao músculo
abdutor do hálux, divide-se em seus ramos terminais: a artéria plantar medial e a artéria plantar lateral

 A artéria plantar medial é o ramo menor da artéria tibial posterior, acompanha a margem medial da planta
 Dá origem a ramos profundos da artéria plantar medial, que se destinam à irrigação de músculos,
principalmente
 Dá origem a um ramo superficial da artéria plantar medial, que supre a pele da face medial da planta,
além de dar origem a artérias digitais plantares próprias, que suprem o hálux e a face medial do 2º
dedo
 Às vezes, o ramo superficial se anastomosa com o arco plantar profundo ou com a artéria
plantar lateral, dando origem a um arco plantar superficial

 A artéria plantar lateral é maior que a medial e segue entre os músculos flexor curto dos dedos (1ª camada)
e quadrado plantar (2ª camada), acompanhada do nervo plantar lateral
 Ao chegar na base dos metatarsais, a artéria plantar lateral curva-se medialmente e cruza a planta
até se anastomosa com a artéria plantar profunda (da artéria dorsal do pé), dando origem ao arco
plantar profundo
 Desse arco emergem ramos perfurantes e outros ramos para a pele, fáscia e músculos
 Emergem também as artérias metatarsais plantares, que logo dão origem às artérias digitais
plantares comuns. Estas dividem-se nas artérias plantares digitais próprias, que irão irrigar
os 3º, 4º e 5ºdedos e a face lateral do 2º dedo

81
 Drenagem venosa
 É feita principalmente por veias superficiais, que se comunicam durante seu trajeto ascendente pelo membro inferior
com veias profundas
 As veias profundas ocorrem geralmente aos pares, acompanhando artérias

 As veias digitais dorsais continuam proximalmente como veias metatarsais dorsais. Estas veias também recebem ramos
de suas tributárias plantares, as veias digitais plantares.

 As veias metatarsais dorsais drenam então para o arco venoso dorsal do pé, o qual faz a drenagem juntamente com a
rede venosa do pé, proximal ao arco e que cobre o restante do dorso. Dessa rede, emergem duas veias principais:
 Veia marginal medial – dá origem à veia safena magna, que segue pela tela subcutânea da face medial do
membro inferior até desembocar na veia femoral
 Veia marginal lateral – dá origem à veia safena parva, que segue pela face posterior da perna e desemboca
na veia poplítea

 Inervação
 O ramo cutâneo mais longo do nervo femoral, o nervo safeno, segue anteriormente ao maléolo medial até o dorso do
pé, onde emite ramos para a articulação talocrural e para a pele da face medial do pé – inervação cutânea

 O nervo sural, que acompanha a veia safena parva, entra no pé passando posteriormente ao maléolo lateral e emite
ramos para a articulação talocrural e para a pele da face lateral do pé (nervo cutâneo dorsal lateral) – inervação cutânea

 Depois de suprir os músculos do compartimento lateral da perna, o nervo fibular superficial emerge como um nervo
cutâneo.
 Supre a maior parte do dorso do pé, emitindo como ramos terminais os nervos digitais dorsais comuns e
próprios, cujo território de inervação são os 3 dedos lateral, a face lateral do 2º dedo e a face medial do 1º
dedo

 Depois de suprir os músculos do compartimento anterior da perna, o nervo fibular profundo passa profundamente ao
retináculo dos músculos extensores e supre os músculos intrínsecos do dorso do pé (ECD e ECH) e algumas
articulações.
 Depois emerge como um nervo cutâneo e emite nervos dorsais comuns e próprios, cujo território de
inervação se restringe à face medial do 2º dedo e à face lateral do 1º dedo

 O nervo tibial passa posteriormente ao maléolo medial e profundamente ao retináculo dos músculos flexores,
destinando-se à planta. Lá, profundamente ao músculo AH, divide-se em seus ramos terminais: nervo plantar medial
e nervo plantar lateral
 O nervo plantar medial segue lateralmente à artéria plantar medial, entrando na planta profundamente ao
músculo AH e depois entre este e o músculo FCD, suprindo ambos
 O nervo plantar medial segue anteriormente e emite ramos para os músculos FCH e para o 1º
lumbrical
 Supre parte da pele plantar medial
 Termina como 3 nervos digitais comuns, que logo dividem-se em nervos digitais próprios, cujo
território de inervação são os 1º, 2º e 3º dedos, além da face medial do 4º dedo

 O nervo plantar lateral também entra na planta profundamente ao músculo AH, mas segue
anterolateralmente por ela, acompanhando a artéria plantar lateral por sua face medial
 Esse nervo termina dividindo-se em dois ramos:
 O ramo superficial do nervo plantar lateral emite ramos musculares, mas termina como
nervos cutâneos – um nervo digital plantar comum (que se divide em próprios para suprir
o 5º dedo) e um nervo digital plantar próprio (para a face lateral do 4º dedo)
 O ramo profundo do nervo plantar lateral segue entre a 3ª e a 4ª camadas musculares da
planta, acompanhando o arco arterial plantar
 O nervo plantar lateral supre todos os músculos que o plantar medial deixou de suprir

82
 Extra: inserções musculares

83
MÓDULO III: MEMBRO SUPERIOR

CÍNGULO DO MEMBRO
SUPERIOR
O cíngulo do membro superior é formado pelas clavículas e pelas escápulas, que estão unidas ao esqueleto axial por meio do esterno

OSSOS DO CÍNGULO
 Clavícula
 Osso responsável por fazer a ligação do membro superior com o tronco

 O corpo da clavícula é marcado por seu formato curvado duplamente:


 A metade medial, mais próxima do esterno, é convexa anteriormente
 A metade lateral, mais próxima da escápula, é côncava anteriormente

 Possui duas extremidades:


 Uma extremidade esternal, medial e alargada, que participa da articulação esternoclavicular
 Uma extremidade acromial, lateral e achatada, que participa da articulação acromioclavicular

 A face superior da clavícula é lisa e está subjacente à pele e ao músculo platisma (na tela subcutânea)
 A face inferior da clavícula está em contato com a 1ª costela e é dotada de acidentes ósseos
 Próximo à extremidade esternal, fica a impressão do ligamento costoclavicular
 Esse ligamento une a 1ª costela à clavícula, limitando a elevação do ombro
 Em sua parte média, fica o sulco do músculo subclávio, local de inserção proximal do músculo subclávio
 Lateralmente ao sulco do músculo subclávio, fica o tubérculo conoide
 Esse acidente ósseo é o ponto de fixação do ligamento conoide, a porção medial do ligamento
coracoclavicular
 Lateralmente ao tubérculo conoide, fica a linha trapezóidea
 Trata-se do ponto de fixação do ligamento trapezoide, a porção lateral do ligamento
coracoclavicular

 Funções da clavícula:
 Funciona como um guindaste, mantendo os ossos do membro afastados do tronco e permitindo uma maior
amplitude de movimento.
 Suporte móvel para a escápula: permite a realização de movimentos na “articulação escapulotorácica” –
elevação-depressão, retração-protração e rotação
 É um dos limites ósseos do canal cervicoaxilar, fornecendo proteção a estruturas que vão do pescoço para o
membro superior
 Transmite choques do membro para o esqueleto axial

 Escápula
 É formada por uma cabeça, um colo e um corpo

 A cabeça da escápula fica na porção superior da sua face lateral


 Abriga a cavidade glenoidal da escápula, para articulação com a cabeça do úmero
 Essa cavidade possui um tubérculo infraglenoidal, em sua extremidade inferior, e um tubérculo
supraglenoidal, em sua extremidade superior
A incisura da escápula é
transformada em forame
 O colo da escápula é uma constrição curta existente entre a cabeça e o corpo da
pelo ligamento transverso
escápula superior da escápula

 O corpo da escápula tem um formato triangular e é formado por duas faces, três margens e três ângulos
 A face posterior da escápula é convexa e dividida pela espinha da escápula: acima da espinha, fica a fossa
supraespinal; abaixo da espinha, fica a fossa infraespinal
 A espinha da escápula possui um processo em seu terço médio, o tubérculo deltoide da espinha,
ponto de inserção do músculo deltoide
84
 A espinha da escápula continua lateralmente até dar uma volta, formando o ângulo do acrômio.
 A extremidade plana e expandida da espinha, que se articula com a clavícula e forma o
ponto subcutâneo do ombro, é o acrômio
 A face costal é côncava e forma uma grande fossa subescapular
 A margem medial da escápula está alinhada com os processos espinhosos das vértebras e também pode ser
chamada de margem vertebral
 A margem lateral segue em direção superolateral e também pode ser chamada de margem axilar
 Nela fica o sulco dos vasos circunflexos da escápula
 A margem superior é a menor e possui dois processos importantes
 Em sua extremidade lateral, emerge o processo coracoide, que se dirige superolateralmente em
direção à cavidade glenoidal, e se articula com a clavícula
 Medialmente ao processo coracoide, fica um entalhe na margem superior da escápula, a incisura da
escápula
 Os três ângulos da escápula são:
 Ângulo superior
 Ângulo inferior
 Ângulo lateral

ARTICULAÇÕES ASSOCIADAS AO CÍNGULO


 Articulação esternoclavicular
 É do tipo sinovial selar, divida em dois compartimentos por um disco articular, fixado aos ligamentos associados a essa
articulação
 Ocorre entre a extremidade esternal da clavícula, o manúbrio do esterno e a 1ª costela

 Ligamentos da articulação:
 A articulação esternoclavicular é reforçada pelos ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior. Eles
consistem em espessamentos da membrana fibrosa da cápsula articular
 Também participa da articulação o ligamento interclavicular, que se estende entre as extremidades esternais
das clavículas, passando pela margem superior do manúbrio, na incisura jugular
 O ligamento costoclavicular, que segue da 1ª costela até a impressão na face inferior da clavícula, também
faz parte

 Vascularização e inervação:
 A articulação EC é suprida pela artéria torácica interna e pela artéria supraescapular
 É inervada pelo nervo para o músculo subclávio e pelo nervo supraclavicular medial

 Articulação acromioclavicular
 É do tipo sinovial plana, contendo um disco articular incompleto

 Ligamentos da articulação:
 O ligamento acromioclavicular é uma faixa fibrosa que fortalece a cápsula articular superiormente
 O ligamento coracoclavicular aumenta a articulação e fornece um meio passivo de transferência do
movimento clavicular à escápula e ao membro superior. Parte do processo coracoide e é formado por dois
ligamentos:

 O ligamento conoide sai da base do processo coracoide e vai em


direção ao tubérculo conoide da clavícula, medialmente. Tem
formato aproximadamente triangular

 O ligamento trapezoide sai da face superior do processo


coracoide e vai em direção à linha trapezóidea da clavícula,
lateralmente

85
 Vascularização e inervação:
 A articulação AC é suprida pela artéria supraescapular e pela artéria toracoacromial
 É inervada pelo nervo peitoral lateral, pelo nervo axilar e por ramos do nervo supraclavicular

 Articulação do ombro
 É sinovial do tipo esferoidea, com grande mobilidade, mas instável
 É feita entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidal da escápula
 A cavidade é aprofundada pelo lábio glenoidal, que melhora a acomodação do úmero na articulação
 Os músculos do manguito rotador são os mais efetivos na manutenção da cabeça do úmero na articulação
 A região inferior da cápsula articular não é reforçada pelos tendões dos músculos do manguito – é
uma área mais fraca e forma uma prega quando o braço é aduzido, o recesso axilar

 Ligamentos da articulação:
 Os ligamentos glenoumerais são ligamentos intrínsecos (fazem parte da cápsula articular) na forma de três
faixas fibrosas que reforçam a articulação anteriormente
 O ligamento coracoumeral parte da base do processo coracoide até o tubérculo maior do úmero e reforça a
articulação superiormente. Também é um ligamento intrínseco
 O ligamento transverso do úmero segue entre os dois tubérculos do úmero, transpondo o sulco
intertubercular
 O ligamento transverso do úmero converte o sulco intertubercular em um canal para a passagem
do tendão do músculo bíceps braquial
 O arco coracoacromial evita a luxação superior do úmero e é formado pelo acrômio e pelo processo
coracoide, unidos pelo ligamento coracoacromial
 O tendão do músculo supraespinal passa inferiormente ao arco

 Vascularização e inervação:
 A articulação glenoumeral é irrigada pelas artérias circunflexas umerais anterior e posterior, além de ramos
da artéria supraescapular
 É inervada pelos nervos axilar, supraescapular e peitoral lateral

86
REGIÕES PEITORAL E
ESCAPULAR

MÚSCULOS TORACOAPENDICULARES ANTERIORES


Esses músculos são responsáveis por movimentar o cíngulo do membro superior

 Músculo peitoral maior


 Inserção proximal:
 Cabeça clavicular: metade medial da clavícula
 Cabeça esternocostal:
 Esterno
 Cartilagens costais superiores
 Aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome
 Inserção distal: lábio lateral do sulco intertubercular
 Inervação: O músculo peitoral maior forma,
em seu limite com o músculo
 Nervo peitoral lateral
deltoide, o sulco deltopeitoral,
 Nervo peitoral medial
no qual segue a veia cefálica
 Principal ação: adução e rotação medial do úmero
 Cabeça clavicular: flexão do úmero
 Cabeça esternocostal: extensão do úmero a partir da posição fletida

 Músculo peitoral menor


 Inserção proximal: costelas III a V
 Inserção distal: processo coracoide da escápula
 Inervação: nervo peitoral medial
 Principal ação: estabilização da escápula, movendo-a inferior e anteriormente contra a parede torácica

 Músculo subclávio
 Inserção proximal: 1ª costela
 Inserção distal: face inferior da clavícula
 Inervação: nervo para o músculo subclávio
 Principal ação: fixação e depressão da escápula

 Músculo serrátil anterior


 Inserção proximal: face lateral das costelas I a VIII
 Inserção distal: face anterior da margem medial da escápula
 Inervação: nervo torácico longo
 Principal ação:
 Protração da escápula, mantendo-a contra a parede torácica
 Rotação da escápula

Síndrome de Poland

Consiste na ausência dos músculos peitorais (com consequente ausência da prega axilar anterior), além de hipoplasia da mama e ausência de segmentos costais

Escápula alada

A paralisia do músculo serrátil anterior, em decorrência da lesão do nervo torácico longo, causa afastamento da escápula da parede torácica, sinal clínico
conhecido como escápula alada. O paciente também tem dificuldade para abduzir o membro acima da linha horizontal, já que o músculo serrátil anterior
também atua girando a escápula superiormente

Síndrome de Poland / escápula alada

87
MÚSCULOS TORACOAPENDICULARES POSTERIORES (extrínsecos do dorso)

- Camada superficial
 Músculo trapézio
 Inserção proximal:
 Linha nucal superior
 Protuberância occipital externa
 Ligamento nucal
 Processos espinhosos das vértebras CVII a TXII
 Inserção distal:
 Face lateral da clavícula As partes ascendente e
 Acrômio descendente do trapézio
 Espinha da escápula atuam juntas para a
 Inervação: rotação da escápula
 Nervo acessório (NCXI)
 Nervos espinhais cervicais (C3 e C4)
 Principal ação:
 Parte descendente: elevação da escápula
 Parte ascendente: depressão da escápula
 Parte transversa: retração da escápula

 Músculo latíssimo do dorso


 Inserção proximal:
 3 ou 4 costelas inferiores
 Processos espinhosos das 6 vértebras torácicas inferiores
 Fáscia toracolombar
 Crista ilíaca Existe uma pequena abertura na
 Inserção distal: assoalho do sulco intertubercular musculatura do dorso, próxima ao ângulo
 Inervação: nervo toracodorsal inferior da escápula – o trígono da ausculta.
 Principal ação: extensão, adução e rotação medial do úmero Ele é limitado por: margem medial da
escápula, margem inferolateral do trapézio e
margem superior do latíssimo do dorso
- Camada profunda
 Músculo levantador da escápula
 Inserção proximal: processos transversos das vértebras CI a CIV (tubérculos posteriores)
 Inserção distal: margem medial da escápula – superiormente à raiz da espinha da escápula
 Inervação: nervo dorsal da escápula
 Principal ação: elevação e rotação inferior da escápula

 Músculo romboide menor


 Inserção proximal:
 Ligamento nucal
 Processos espinhosos das vértebras CVII e TI
 Inserção distal: margem medial da escápula – região da raiz da espinha da escápula
 Inervação: nervo dorsal da escápula
 Principal ação: retração, rotação inferior e fixação da escápula

 Músculo romboide maior


 Inserção proximal: processos espinhosos das vértebras TII a TV
 Inserção distal: margem medial da escápula – inferiormente à raiz da espinha da escápula
 Inervação: nervo dorsal da escápula
 Principal ação: retração, rotação inferior e fixação da escápula

88
MÚSCULOS ESCAPULOUMERAIS (intrínsecos do ombro)
 Músculo deltoide
 Inserção proximal:
 Face lateral da clavícula
 Acrômio
 Espinha da escápula
 Inserção distal: tuberosidade para o músculo deltoide do úmero
 Inervação: nervo axilar
 Principal ação:
 Parte clavicular (anterior): flexão e rotação medial do braço
 Parte acromial (média): abdução do braço (depois dos primeiros 15º)
 Parte espinal (posterior): extensão e rotação lateral do braço

 Músculo redondo maior


 Inserção proximal: face posterior do ângulo inferior da escápula
 Inserção distal: lábio medial do sulco intertubercular
 Inervação: nervo subescapular inferior
 Principal ação: adução e rotação medial do braço

O manguito rotador – conjunto dos tendões de 4 dos 6 músculos escapuloumerais reforçando a cápsula articular da articulação do ombro em suas
inserções distais. É formado pelos músculos Supraespinal, Infraespinal, Redondo menor e Subescapular – SIRS e ajuda a manter a cabeça do úmero
na cavidade glenoidal, relativamente rasa, por meio da contração tônica dos músculos. Os músculos do manguito atuam na rotação do úmero
(exceto o supraespinal)

 Músculo redondo menor


 Inserção proximal: margem lateral da escápula – superiormente à inserção do redondo maior
 Inserção distal: tubérculo maior do úmero
 Inervação: nervo axilar
 Principal ação:
 Rotação lateral do braço
 Parte do manguito rotador

 Músculo supraespinal
 Inserção proximal: fossa supraespinal da escápula
 Inserção distal: tubérculo maior do úmero
 Inervação: nervo supraescapular
 Principal ação:
 Primeiros 15º de abdução do braço
 Parte do manguito rotador

 Músculo infraespinal
 Inserção proximal: fossa infraespinal da escápula
 Inserção distal: tubérculo maior do úmero
 Inervação: nervo supraescapular
 Principal ação:
 Rotação lateral do braço
 Parte do manguito rotador

 Músculo subescapular
 Inserção proximal: fossa subescapular da escápula
 Inserção distal: tubérculo menor do úmero
 Inervação:
 Nervo subescapular superior
 Nervo subescapular inferior
 Principal ação:
 Rotação medial do braço
 Parte do manguito rotador
89
ESPAÇOS DA REGIÃO ESCAPULOUMERAL
 Espaço quadrangular
 Limites:
 Redondo menor
 Face medial do úmero
 Cabeça longa do tríceps braquial
 Redondo maior
 Conteúdo:
 Nervo axilar
 Artéria circunflexa posterior do úmero

 Espaço triangular:
 Limites:
 Redondo menor
 Cabeça longa do tríceps braquial
 Redondo maior
 Conteúdo:
 Artéria circunflexa da escápula
 Obs.: não passa através do espaço, mas é visualizável nele

90
AXILA

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AXILA


 Definição
 Espaço piramidal inferior à articulação do ombro e superior à fáscia axilar
 Serve como “centro de distribuição” de estruturas neurovasculares para o membro superior

 Comunicações
 Superiormente, através do canal cervicoaxilar – com o pescoço
 Inferior e lateralmente – com o próprio membro
 Inferior e medialmente, ao longo da parede torácica – com os músculos toracoapendiculares serrátil anterior e
latíssimo do dorso
 Anteriormente, através do trígono clavipeitoral – com a região peitoral
 Posteriormente, através do espaço quadrangular – com a região escapular

 Formato/tamanho
 São variáveis, sendo que a axila praticamente desaparece quando o braço está abduzido
 Nesse caso, as estruturas que passam por esse espaço ficam vulneráveis, o que dá ao reflexo de cócegas uma
função protetora.
 Em geral, a axila possui uma base, um ápice e quatro paredes:

 Ápice: consiste no canal cervicoaxilar, a passagem entre o pescoço e a axila.


 Limites: 1ª costela, clavícula e margem superior da escápula
 Base: formada por pele, tela subcutânea e a fáscia axilar, estendendo-se do braço até a parede torácica ao
nível da costela IV, aproximadamente
 Limites: pregas axilares anterior e posterior, face medial do braço e parede torácica
 Parede anterior: possui duas camadas – uma formada pelos músculos peitoral Componentes da fáscia clavipeitoral:
maior e peitoral menor e outra formada pelas fáscias peitoral e clavipeitoral - Fáscia do músculo subclávio
associadas e eles - Ligamento costocoracóideo
 A prega axilar anterior consiste no limite inferior da parede anterior - Membrana costocoracóidea
da axila, e é formada pela margem inferior do músculo peitoral - Fáscia do músculo peitoral menor
maior (mais tegumento adjacente) em seu trajeto da parede - Ligamento suspensor da axila
torácica para o úmero
 Parede posterior: formada pelos músculos subescapular, redondo maior e latíssimo do dorso
 A prega axilar posterior consiste no limite inferior da parede posterior da axila, é mais inferior do
que a prega anterior e é formada pela margem inferior do músculo latíssimo do dorso (mais
tegumento adjacente)
 Parede medial: formada pela parede torácica, com os músculos intercostais, e o músculo serrátil anterior
adjacente
 Parede lateral: parede óssea estreita formada pela região do sulco intertubercular do úmero

91
ARTÉRIAS DA REGIÃO AXILAR
A artéria axilar é uma continuação da artéria subclávia (que dá alguns ramos para a região do membro superior) e continua
distalmente como a artéria braquial

 Artéria subclávia
 A artéria subclávia direita emerge do tronco braquiocefálico, enquanto a subclávia esquerda emerge diretamente do
arco da aorta

 1ª parte da artéria subclávia: medial ao músculo escaleno anterior, possui 3 ramos:


 Artéria vertebral: 1º ramo, ascende pelo pescoço
 Artéria torácica interna: 2º ramo, segue um trajeto inferomedial até o tórax
 Tronco tireocervical: 3º ramo, dá origem a quatro outras artérias:
 Artéria tireóidea inferior: maior e mais importante ramo do tronco tireocervical, supre diversas
estruturas no pescoço – laringe, traqueia, esôfago, tireoide...
 Artéria cervical ascendente: pequena artéria que envia ramos musculares para a parte superior do
pescoço
 Artéria cervical transversa: passa anteriormente ao músculo escaleno anterior e ao nervo frênico, e
segue lateralmente até o músculo trapézio, o qual irriga
 Artéria supraescapular: também passa anteriormente ao músculo escaleno anterior e ao nervo
frênico, mas inferiormente à artéria cervical transversa. Segue lateral e profundamente em direção
à escápula. Para suprir sua face posterior (e músculos associados), passa acima do ligamento
transverso superior da escápula
 Participa das anastomoses ao redor da escápula, emitindo ramos na região da sua margem
superolateral

 2ª parte da artéria subclávia: emerge posteriormente ao músculo escaleno anterior, e possui 1 ramo:
 Tronco costocervical: 4º ramo da subclávia, dá origem a duas outras artérias:
 Artéria cervical profunda: segue superiormente para suprir músculos cervicais profundos
 Artéria intercostal suprema: segue inferiormente para suprir os dois primeiros espaços intercostais

 3ª parte da artéria subclávia: lateral ao músculo escaleno anterior, possui 1 ramo:


 Artéria dorsal da escápula: 5º ramo da subclávia, segue lateralmente, passando através dos troncos do plexo
braquial. Sua porção distal localiza-se profundamente aos músculos levantador da escápula e romboides, os
quais ela supre
 Participa das anastomoses ao redor da escápula, emitindo ramos na região de sua margem medial

 Artéria axilar
 Surge depois da margem lateral da 1ª costela como continuação da artéria subclávia. Segue posteriormente ao
músculo peitoral menor e, quando passa pela margem inferior de músculo redondo maior, torna-se a artéria braquial
 O músculo peitoral menor “divide” a artéria axilar em três partes:

 1ª parte da artéria axilar: situa-se entre a margem lateral da 1ª costela e a margem medial do músculo peitoral menor.
Possui 1 ramo:
 Artéria torácica superior: segue inferiormente pela margem superior do peitoral menor, entre ele o músculo
peitoral menor e em direção à parede torácica. Supre músculos intercostais e parte do serrátil anterior
 Costuma anastomosar-se com artérias intercostais e/ou com a artéria torácica interna

 2ª parte da artéria axilar: situa-se posteriormente ao músculo peitoral menor e possui 2 ramos:
 Artéria toracoacromial: um tronco curto que segue medialmente ao peitoral menor até perfurar a fáscia
clavipeitoral, de onde emite quatro ramos:
 Ramo peitoral
 Ramo deltoideo
 Segue junto da veia cefálica no sulco deltopeitoral
 Ramo acromial
 Ramo clavicular

92
 Artéria torácica lateral: segue pela margem lateral do músculo peitoral menor, acompanhando-o até a parede
torácica. Irriga os músculos peitorais, serrátil anterior e interósseos, além de linfonodos axilares e a face
lateral da mama
 Possui trajeto próximo ao do nervo torácico longo

 3ª parte da artéria axilar: situa-se entre a margem lateral do músculo peitoral menor e a margem inferior do músculo
redondo maior. Possui 3 ramos:
 Artéria subescapular: tem trajeto inferior curto e dá origem a duas outras artérias:
 Artéria circunflexa da escápula: ao emergir da artéria subescapular, curva-se posteriormente ao
redor da margem lateral da escápula, seguindo entre os músculos subescapular e redondo maior.
Surge então na porção lateral da fossa infraespinal
 Participa das anastomoses ao redor da escápula, emitindo ramos na região de sua margem
inferolateral
 Artérias toracodorsal: segue inferiormente acompanhando o nervo toracodorsal, e destina-se
principalmente para o músculo latíssimo do dorso
 Artéria circunflexa anterior do úmero: segue lateralmente sobre o colo cirúrgico do úmero, profundamente
aos músculos coracobraquial e bíceps braquial
 Emite um ramo ascendente para o ombro
 Artéria circunflexa posterior do úmero: também circunda o colo cirúrgico do úmero, mas é maior que a
anterior e segue posteriormente através do espaço quadrangular (juntamente com o nervo axilar)
 Irriga a articulação do ombro e músculos adjacentes

Anastomoses periescapulares

A região escapular é rica em anastomoses, por intermédio das artérias supraescapular, dorsal da escápula e circunflexa da escápula (ramo da artéria
subescapular). Essa rede pode ser uma importante fonte de circulação colateral em caso de oclusões (principalmente nas de evolução lenta) ou de necessidade
de ligadura cirúrgica. Por exemplo, uma ligação da artéria axilar proximal à origem da artéria subescapular não causa interrupção grave de fluxo sanguíneo para
o membro superior. Isso porque o sangue que chega às anastomoses periescapulares pelas artérias dorsal da escápula e supraescapular é capaz de dirigir-se
para a 3ª porção da artéria axilar seguindo um fluxo invertido na artéria subescapular e, de lá, seguir para a artéria braquial para irrigar braço, antebraço e mão

VEIA AXILAR
 Características
 A veia axilar é formada pela união entre a veia braquial e a veia basílica, na margem inferior do músculo redondo maior
 Segue anteromedialmente à artéria axilar e possui 3 segmentos, correspondente aos três segmentos das artérias
 As tributárias da veia axilar são mais numerosas e mais variáveis que os ramos da artéria axilar, mas
geralmente os acompanham.
 Exceção: as veias correspondentes aos ramos da artéria toracoacromial não retornam em um tronco
comum
 Termina no nível da margem lateral da 1ª costela, seguindo como veia subclávia

PLEXO BRAQUIAL

93
Importante rede nervosa responsável por suprir o membro superior

 Caracterização:
 O plexo braquial é formado pelos ramos anteriores dos nervos espinais C5 a TI, que constituem as raízes do plexo
braquial
 O plexo é formado por raízes, que se unem para formar os troncos, que formam as divisões, as quais se unem para
formam os fascículos, que acabam como os ramos terminais

 Organização do plexo:
 Raízes: as raízes consistem nos ramos anteriores dos nervos: C5, C6, C7, C8 e TI
 Da raiz de C5 sai o nervo dorsal da escápula
 O nervo torácico longo é formado por ramos das raízes de C5, C6 e C7

 Troncos: os troncos surgem a partir da união entre as raízes, na entrada do canal cervicoaxilar, posteriormente à
clavícula
 Tronco superior: união entre as raízes de C5 e C6
 Do tronco superior emergem o nervo supraescapular e o nervo para o músculo subclávio
 O nervo supraescapular chega à face posterior da escápula passando abaixo do ligamento
transverso superior da escápula
 Tronco médio: continuação da raiz de C7
 Tronco inferior: união entre as raízes de C8 e TI

 Divisões: as divisões surgem como ramificações dos troncos. Cada tronco dá origem a uma divisão anterior e a uma
divisão posterior

 Fascículos: surgem a partir da união entre as divisões e seus nomes indicam sua relação (lateral, posterior ou medial)
com a segunda parte da artéria axilar
 Fascículo lateral: surge a partir da união entre a divisão anterior do tronco superior e a divisão anterior do
tronco médio
 Do fascículo lateral emerge o nervo peitoral lateral
 Fascículo posterior: surge a partir da união entre as divisões posteriores dos três troncos
 Do fascículo posterior, emergem, de proximal para distal:
 Nervo subescapular superior
 Nervo toracodorsal
 Nervo subescapular inferior
 Fascículo medial: surge como continuação da divisão anterior do tronco inferior

94
 Do fascículo medial, emergem, de proximal para distal:
O nervo peitoral lateral comunica-
 Nervo peitoral medial
se com o nervo peitoral medial
 Nervo cutâneo medial do braço através de uma “alça peitoral”
 Nervo cutâneo medial do antebraço

 Ramos terminais:
 Nervo musculocutâneo: surge como ramo terminal do fascículo lateral
 Recebe fibras de C5 a C7
 Trajeto: sai da axila perfurando o músculo coracobraquial e segue inferiormente entre os músculos
bíceps braquial e braquial. Termina como o nervo cutâneo lateral do antebraço

 Nervo axilar: surge como parte menor e lateral do ramo terminal do fascículo posterior
 Recebe fibras de C5 e C6
 Trajeto: sai da axila em direção posterior pelo espaço quadrangular, juntamente com a artéria
circunflexa posterior do úmero. Emite o nervo cutâneo lateral superior do braço e depois espirala-se
em torno do colo do úmero, profundamente ao músculo deltoide.

 Nervo radial: surge como parte maior e medial do ramo terminal do fascículo posterior. É também o maior
ramo do plexo
 Recebe fibras de C5 a TI
 Trajeto: sai da axila em direção à face posterior do úmero, onde segue no sulco do nervo radial
acompanhando a artéria braquial profunda, entre as cabeças lateral e medial do músculo tríceps
braquial
 Dá origem aos seguintes nervos cutâneos:
 Nervo cutâneo lateral inferior do braço
 Nervo cutâneo posterior do braço
 Nervo cutâneo posterior do antebraço

 Nervo mediano: surge a partir da união de ramos terminais provenientes dos fascículos lateral e medial
 Recebe fibras de C6 a TI
 Trajeto: forma-se anteriormente à artéria axilar, desce pelo braço lateralmente à artéria braquial.
Ao aproximar-se da fossa cubital, cruza e passa a posicionar-se medialmente à artéria braquial.

 Nervo ulnar: surge como ramo medial terminal do fascículo medial


 Recebe fibras de C8 e TI
 Trajeto: segue medialmente pelo braço, passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero e
segue pela face ulnar do antebraço até a mão

ESTRUTURAS INERVADAS PELOS RAMOS NÃO TERMINAIS DO PLEXO BRAQUIAL

N. dorsal da escápula M. levantador da escápula; M. romboides maior e menor


N. torácico longo M. serrátil anterior
N. supraescapular M. supraespinal; M. infraespinal
N. para o músculo subclávio M. subclávio
N. peitoral lateral M. peitoral maior
N. subescapular superior M. subescapular
N. toracodorsal M. latíssimo do dorso
N. subescapular inferior M. subescapular; M. redondo maior
N. peitoral medial M. peitoral maior; M. peitoral menor
N. cutâneo medial do braço Pele da face medial do braço
N. cutâneo medial do antebraço Pele da face medial do antebraço

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Lesões do plexo braquial

Lesão das partes superiores do plexo (C5 e C6): também conhecida como paralisia de Erb-Duchenne, causa incapacidade de ação de músculos supridos em
grande parte por fibras provenientes dos nervos espinais C5 e C6. A posição clínica característica é: ombro aduzido, em rotação medial, cotovelo estendido e
punho fletido. Também pode haver perda de sensibilidade na região lateral do antebraço. As causas dessa paralisia estão associadas a uma grande separação do
ombro em relação ao pescoço – por em exemplo, em neonatos que sofreram estiramento excessivo do pescoço durante o parto

Lesão das partes inferiores do plexo (C8 e T1): também conhecida como paralisia de Klumpke, é menos comum. Pode ser causada quando o membro superior é
subitamente puxado para cima. Causa incapacidade de ação de músculos supridos em grande parte por fibras provenientes de C8 e T1, como os músculos curtos
da mão. O sinal clínico característico é a “mão em garra”, no momento em que se tenta cerrar o punho

Erb Duchenne / Klumpke

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BRAÇO

ÚMERO
O maior osso do membro inferior, articula-se com a escápula na articulação glenoumeral e com a ulna e o rádio na articulação do
cotovelo

 Extremidade proximal
 Possui cabeça, colos cirúrgico e anatômico e tubérculos maior e menor
 A cabeça do úmero é a parte arredondada que se articula diretamente com a escápula na cavidade glenoidal
 O colo anatômico do úmero diz respeito ao sulco que circunda a cabeça distalmente
 O colo cirúrgico do úmero é um estreitamento distal à cabeça e aos tubérculos
 A junção da cabeça e do colo anatômico com o corpo do úmero é marcada por duas proeminências, os tubérculos.
Entre os dois tubérculos, fica o sulco intertubercular do úmero
 O tubérculo maior do úmero projeta-se lateralmente
 Segue inferiormente a partir do tubérculo maior a crista do tubérculo maior, que serve como o lábio
lateral do sulco intertubercular
 O tubérculo menor do úmero projeta-se anteriormente
 Segue inferiormente a partir do tubérculo menor a crista do tubérculo menor, que serve como o
lábio medial do sulco intertubercular

 Corpo do úmero
 Possui dois acidentes ósseos importantes
 Em sua face lateral se localiza a tuberosidade para o músculo deltoide, local de fixação distal do deltoide
 Em sua face posterior, estende-se obliquamente o sulco do nervo radial, passagem para o nervo radial e para
a artéria braquial profunda em seu trajeto entre as cabeças do tríceps braquial

 Extremidade distal
 Alarga-se distalmente a partir do corpo, quando se formam as cristas supraepicondilares medial e lateral
 As cristas terminam distalmente nos epicôndilos medial e lateral
 O epicôndilo medial é mais proeminente que o lateral
 São locais de fixação muscular
 A parte mais distal da extremidade inferior do úmero é o côndilo do úmero, processo formado por duas faces
articulares:
 A face articular medial é a tróclea, que se articula com a ulna no local da incisura troclear
 A face articular lateral é o capítulo, que se articula com a cabeça do rádio
 Superiormente ao côndilo do úmero, entre os epicôndilos, existem 3 fossas que recebem partes dos ossos do
antebraço durante a flexão e extensão do antebraço
 Anteriormente e acima da tróclea (medialmente) fica a fossa coronóidea, que recebe o processo coronoide
da ulna durante a flexão total do antebraço
 Anteriormente e acima do capítulo (lateralmente) fica a fossa radial, que recebe a cabeça do rádio durante a
flexão total do antebraço
 Posteriormente, estende-se a fossa do olécrano, que recebe o olecrano da ulna durante a extensão total do
antebraço

MUSCULATURA DO BRAÇO: CONSIDERAÇÕES GERAIS


 Organização
 Os músculos do braço organizam-se em dois compartimentos:
 O compartimento anterior possui três músculos (bíceps braquial, braquial e coracobraquial), flexores do
cotovelo supridos pelo nervo musculocutâneo
 O compartimento posterior possui dois músculos (tríceps braquial e ancôneo), extensores do cotovelo
supridos pelo nervo radial

97
COMPARTIMENTO ANTERIOR
 Músculo bíceps braquial
 Inserção proximal:
 Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal da escápula
 O tendão da cabeça longa do bíceps segue pelo sulco intertubercular, protegido pelo ligamento
transverso do úmero
A ação flexora do músculo bíceps braquial ocorre
 Cabeça curta: processo coracoide da escápula
principalmente com o antebraço em supinação.
 Inserção distal: O músculo braquial, por outro lado, flete bem o
 Tuberosidade do rádio antebraço seja qual for sua posição
 Fáscia do antebraço – através da aponeurose do músculo bíceps
braquial
 Essa aponeurose cobre a artéria braquial e o nervo mediano, medialmente. Ajuda a proteger essas
e outras estruturas na fossa cubital
 Inervação: nervo musculocutâneo
 Principal ação: supinação e flexão do antebraço

 Músculo coracobraquial
 Inserção proximal: processo coracoide da escápula
 Inserção distal: terço médio da face medial do úmero
 Inervação: nervo musculocutâneo
 Principal ação: flexão e adução do braço
 O ventre do músculo coracobraquial é perfurado pelo nervo musculocutâneo em seu trajeto

 Músculo braquial
 Inserção proximal: face anterior do úmero, abaixo da tuberosidade para o músculo deltoide
 Inserção distal: tuberosidade e processo coronoide da ulna
 Inervação: nervo musculocutâneo
 Principal ação: flexão do antebraço

COMPARTIMENTO POSTERIOR
 Músculo tríceps braquial
 Inserção proximal:
 Cabeça longa: tubérculo infraglenoidal da escápula
 Cabeça curta ou lateral: face posterior do úmero, superiormente ao sulco do nervo radial
 Cabeça medial: face posterior do úmero, inferiormente ao sulco do nervo radial
 Inserção distal: olécrano da ulna
 Inervação: nervo radial
 Principal ação: extensão do antebraço

 Músculo ancôneo
 Inserção proximal: face posterior do epicôndilo lateral do úmero
 Inserção distal: face lateral do olécrano
 Inervação: nervo radial
 Principal ação:
 Auxílio ao tríceps braquial na extensão do antebraço
 Estabilização da articulação do cotovelo
 Abdução da ulna durante a pronação

98
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
 Irrigação arterial
 A irrigação principal do braço é feita pela artéria braquial
 Ela começa como uma continuação da artéria axilar, a partir da margem inferior do músculo bíceps braquial
 Termina na região da fossa cubital, onde, sob a aponeurose do músculo bíceps braquial, divide-se nas artérias
radial e ulnar

 Trajeto:
 Segue anteriormente aos músculos tríceps braquial e coracobraquial.
 Ao descer pelo braço, é palpável na face medial do membro, já que se localiza no sulco bicipital
medial
 Distalmente, passa anteriormente à crista supraepicondilar medial do úmero e à tróclea do úmero
 É acompanhada pelo nervo mediano – inicialmente, situa-se lateral a ela, mas cruza próximo à fossa
cubital, passando a localizar-se medialmente à artéria

 Principais ramos:
 A artéria braquial dá vários ramos musculares não nomeados durante seu trajeto, além de uma
artéria nutrícia para o úmero, mas seus principais ramos saem de sua face medial e são 3:
 Artéria braquial profunda: o maior ramo da artéria braquial, é também o mais alto. Ganha
o compartimento posterior e segue pelo sulco do nervo radial, entre as cabeças medial e
lateral do tríceps braquial. Termina bifurcando-se nas artérias colateral radial e colateral
média

 Artéria colateral ulnar superior: 2º ramo da artéria braquial, origina-se perto do meio do
braço. Acompanha o nervo ulnar em seu trajeto mais distal, passando posteriormente ao
epicôndilo medial do úmero

 Artéria colateral ulnar inferior: 3º ramo da artéria braquial, segue inferomedialmente em


direção ao cotovelo, passando anteriormente ao epicôndilo medial do úmero

 Drenagem venosa:
 Veias superficiais do braço:
 A veia cefálica se forma no arco venoso dorsal da mão e ascende pela face lateral do antebraço. Na região da
fossa cubital, comunica-se com a veia intermédia do cotovelo, que tem trajeto oblíquo e se une à veia basílica,
medialmente. Ascende pelo braço no sulco deltopeitoral até chegar no trígono clavipeitoral, onde perfura a
membrana costocoracóidea para desembocar na veia axilar

 A veia basílica se forma a partir do arco venoso dorsal e ascende pela face medial do antebraço. No braço,
acompanha parte do trajeto do nervo cutâneo do antebraço. Perfura a fáscia do braço e segue paralelamente
à artéria braquial até a axila, onde se fundo com os ramos acompanhantes da artéria axilar para formar a veia
axilar

 A veia intermédia do antebraço é muito variável e ascende pela face anterior do antebraço, entre as veias
cefálica e basílica. Pode dar uma veia intermédia basílica, que se une à veia basílica, e uma veia intermédia
cefálica, que se une à veia cefálica

 Veias profundas do braço:


 Situam-se profundamente à fáscia muscular e ocorrem como pares de veias acompanhantes das artérias do
membro superior, recebendo os mesmos nomes que elas

99
 Inervação
 Nervo musculocutâneo
 Surge do fascículo lateral, depois da margem inferior do músculo peitoral menor
 Segue distalmente, após passar através do músculo coracobraquial, entre os músculos bíceps braquial e
braquial
 Depois de enviar ramos para os músculos do compartimento anterior, emerge lateralmente ao músculo
bíceps braquial como o nervo cutâneo lateral do antebraço e ganha a tela subcutânea, próximo à veia cefálica

 Nervo radial
 Surge do fascículo posterior, posteriormente à artéria braquial
 Ganha o compartimento posterior do braço, seguindo junto à artéria braquial profunda no sulco do nervo
radial do úmero
 Emite ramos para os músculos do compartimento posterior do braço
 Perfura o septo intermuscular lateral do braço, ganhando o compartimento anterior, onde segue entre os
músculos braquial e braquiorradial até o epicôndilo lateral do úmero
 Anteriormente ao epicôndilo lateral do úmero, divide-se no ramo profundo do nervo radial e no ramo
superficial do nervo radial

 Nervo mediano
 Surge de ramos dos fascículos medial e lateral
 Não envia ramos para a axila nem para o braço
 Segue lateralmente à artéria braquial, depois cruza e fica medialmente a ela próximo à fossa cubital

 Nervo ulnar
 Surge do fascículo medial
 Não envia ramos para a axila nem para o braço
 Segue medialmente à artéria braquial até a altura do meio do braço
 No meio do braço, perfura o septo intermuscular medial, ganhando o compartimento posterior
 Segue entre o septo intermuscular medial e a cabeça medial do tríceps braquial e, junto com a artéria
colateral ulnar superior, passa posteriormente ao epicôndilo medial do úmero, de onde segue para o
antebraço

100
FOSSA CUBITAL

 Características gerais
 Trata-se de uma depressão visível na face anterior do cotovelo
 Limites da fossa cubital:
 Superior – linha imaginária unindo os epicôndilos medial e lateral do úmero
 Medial – massa de músculos flexores do antebraço, em sua fixação comum no epicôndilo medial
 Mais especificamente, o músculo pronador redondo
 Lateral – massa de músculos extensores do antebraço, em sua fixação no epicôndilo lateral e na linha
supraepicondilar lateral do úmero
 Mais especificamente, o músculo braquiorradial
 Assoalho da fossa cubital:
 Formado pelos músculos braquial e supinador
 Teto da fossa cubital:
 Formado pelas fáscias do braço e do antebraço (reforçadas pela aponeurose do músculo bíceps braquial),
tela subcutânea e pele

 Conteúdo da fossa cubital


 Artéria radial, entre o tendão do músculo bíceps braquial e o nervo mediano, e seus ramos terminais, as artérias radial
e ulnar
 Veias acompanhantes
 Tendão do músculo bíceps braquial
 Nervo mediano
 Nervo radial e seus ramos terminais profundo e superficial

101
COTOVELO
A articulação do cotovelo é sinovial do tipo gínglimo

 Faces articulares
 A articulação do cotovelo acontece entre o úmero e os ossos do antebraço
 A tróclea do úmero articula-se com a incisura troclear da ulna
 O capítulo do úmero articula-se com a face ligeiramente côncava da cabeça do rádio

 Ligamentos
 O ligamento colateral ulnar se estende do epicôndilo medial do úmero até a ulna, em seu processo coronoide e no
olécrano
 É formado por três faixas, uma anterior, uma posterior e uma oblíqua
 O ligamento colateral radial se estende do epicôndilo lateral do úmero até o nível do rádio, onde se fundo com o
ligamento anular do rádio, uma faixa que circunda e mantém a cabeça do rádio na incisura radial da ulna (articulação
radioulnar proximal)

 Irrigação arterial – anastomoses periarticulares do cotovelo


 A artéria ulnar emite dois ramos recorrentes importantes para a região do cotovelo
 A artéria recorrente ulnar anterior segue anteriormente ao epicôndilo medial do úmero e se anastomosa com
a artéria colateral ulnar inferior, derivada da artéria braquial As artérias colaterais ulnares
 A artéria recorrente ulnar posterior segue posteriormente ao epicôndilo medial anterior e posterior podem surgir
do úmero e se anastomosa com a artéria colateral ulnar superior, derivada da de um tronco comum (artéria
artéria braquial recorrente ulnar comum)
 A artéria ulnar emite ainda uma artéria interóssea comum, que segue em direção lateral e logo se divide em dois
ramos:
 A artéria interóssea anterior, que segue anteriormente à membrana interóssea
 A artéria interóssea posterior, que segue posteriormente à membrana interóssea. Antes disso, emite a artéria
recorrente interóssea
 A artéria recorrente interóssea se anastomosa com a artéria colateral
média, derivada da artéria braquial profunda
 A artéria radial emite a artéria recorrente radial, que segue anteriormente ao epicôndilo
lateral do úmero e se anastomosa com a artéria colateral radial, derivada da artéria
braquial profunda

 Inervação
 A articulação é suprida pelos nervos musculocutâneo, radial e ulnar

102
ANTEBRAÇO

ULNA
Osso medial que estabiliza o antebraço

 Extremidade proximal
 Especializada para articulação com o úmero e com o rádio
 Possui duas especializações para a articulação com o úmero:
 O olécrano é a projeção posterior da ulna, que ocupa a fossa do olécrano do úmero durante a extensão do
cotovelo
 O processo coronoide é a projeção anterior da ulna, que ocupa a fossa coronoide, medialmente no úmero,
durante a flexão do cotovelo
 O olécrano e o processo coronoide formam as paredes da incisura troclear da ulna, que “abraça” a
tróclea do úmero, permitindo os movimentos de extensão e flexão característicos dessa articulação
 Inferiormente ao processo coronoide, fica a tuberosidade da ulna, local de fixação distal do tendão do músculo braquial
 Lateralmente ao processo coronoide, fica a incisura radial da ulna, para articulação com a cabeça do rádio
 Abaixo da incisura radial da ulna, ainda na face lateral, fica a crista do músculo supinador. Entre a crista e a porção
distal da tuberosidade da ulna, fica uma concavidade, a fossa do músculo supinador
 Esses dois locais são pontos de fixação do músculo supinador

 Corpo da ulna
 É espesso em sua parte proximal, mas afila-se em sentido distal
 É formado por três margens e três faces
 Margens:
 Margem anterior
 Margem posterior
 Margem interóssea
 Faces:
 Face anterior
 Face posterior
 Face medial

 Extremidade distal
 O alargamento pequeno na extremidade distal da ulna é a cabeça da ulna
 Inferomedialmente à cabeça da ulna, se estende o processo estiloide da ulna

RÁDIO
Localiza-se lateralmente à ulna

 Extremidade proximal
 Possui uma face superior lisa, a cabeça do rádio, que é ligeiramente côncava para articular-se com o capítulo do úmero
 Também se articula com a face lateral da ulna, na incisura radial da ulna
 Distal à cabeça do rádio, fica uma constrição, o colo do rádio
 Da face medial do colo, projeta-se a tuberosidade do rádio, em sentido distal. Nela, fixa-se o tendão do
músculo bíceps braquial
 A tuberosidade do rádio marca a transição entre colo e corpo do rádio

 Corpo do rádio
 É fino em sua parte proximal, mas aumenta em sentido distal
 Também possui 3 margens e 3 faces

 Margens:
 Margem anterior
 Margem posterior
 Margem interóssea

 Faces:
103
 Face anterior
 Face posterior
 Face lateral

 Extremidade distal
 A face medial da extremidade distal do rádio possui uma concavidade, a incisura ulnar do rádio, que acomoda a cabeça
da ulna
 A face lateral assemelha-se cada vez mais a uma crista, terminando distalmente como o processo estiloide do rádio
 O processo estiloide do rádio é maior e mais distal que o processo estiloide da ulna
 Na face dorsal, fica o tubérculo dorsal do rádio. Ele se situa entre sulcos de tendões dos músculos do antebraço
 Lateralmente ao tubérculo dorsal, fica o sulco dos músculos extensores radiais longo e curto do carpo
 Imediatamente medial ao tubérculo dorsal, fica o sulco do músculo extensor longo do polegar
 Medial a esse sulco, fica o sulco dos músculos extensor dos dedos e extensor do indicador
 A face articular inferior (ou carpal) do rádio possui duas faces para articulação com ossos da mão:
 Medialmente, fica a face articular carpal do osso semilunar
 Lateralmente, fica a face articular carpal do osso escafoide

ARTICULAÇÕES RADIOULNARES
 Articulação radioulnar proximal
 Articulação sinovial do tipo trocóidea
 Faces articulares: a cabeça do rádio se articula com a incisura radial da ulna
 Ligamentos: a cabeça do rádio é mantida no lugar pelo ligamento anular do rádio, que se fixa à ulna anterior e
posteriormente à sua incisura radial
 Movimentos: a cabeça do rádio gira dentro do anel criado pelo ligamento anular e a incisura radial, durante os
movimentos de supinação e pronação do antebraço
 Vascularização: provém da parte radial das anastomoses periarticulares do cotovelo
 Inervação: nervos musculocutâneo, mediano e radial

 Articulação radioulnar distal


 Articulação sinovial do tipo trocóidea
 Faces articulares: a cabeça arredondada da ulna articula-se com a face medial do rádio, na
incisura ulnar do rádio
 Essas faces articulares estão unidas por meio do disco articular da articulação
radioulnar distal, também conhecido como ligamento triangular
 O ligamento triangular segue da incisura ulnar do rádio até a base do
processo estiloide da ulna, em sua face lateral
 Ele separa a cavidade da articulação radioulnar distal da cavidade da articulação radiocarpal
 Ligamentos: a cápsula articular é reforçada por ligamentos nas faces anterior e posterior da articulação: ligamento
radioulnar palmar e ligamento radioulnar dorsal, respectivamente
 Movimentos:
 Durante a pronação, a extremidade distal do rádio gira anterior e medialmente, cruzando sobre a ulna
anteriormente
 Durante a supinação, a extremidade distal do rádio gira posterior e lateralmente, descruzando e voltando à
posição paralela em relação à ulna
 Vascularização: feita pelas artérias interósseas anterior e posterior
 Inervação: feita pelos nervos interósseos anterior e posterior

104
MUSCULATURA DO ANTEBRAÇO: CONSIDERAÇÕES GERAIS
 Organização
 O antebraço possui dois compartimentos
 Compartimento anterior: contém os músculos flexores/pronadores, que se fixam principalmente no
epicôndilo e linha supraepicondilar mediais do úmero
 Divide-se em 3 partes: camada superficial, intermediária e profunda
 Os músculos da camada superficial possuem uma fixação proximal comum no epicôndilo
O músculo braquiorradial medial do úmero
consiste em uma exceção,  São supridos pelos nervos mediano (principalmente) e ulnar
já que é um flexor do  Comunica-se com o compartimento anterior da palma através do túnel do carpo
antebraço, mas situa-se no
 A maioria dos tendões dos músculos desse compartimento atravessam o punho contidos pelo
compartimento posterior
ligamento carpal transverso, que é contínuo com o retináculo dos músculos flexores. Esse ligamento
forma o teto do túnel do carpo
 Superficialmente a ele, fica o ligamento carpal palmar, que é um espessamento da fáscia
do antebraço
 Compartimento posterior: contém os músculos extensores/supinadores, que se fixam principalmente no
epicôndilo e linha supraepicondilar laterais do úmero
 Divide-se em 2 partes: camada superficial e profunda
 Parte dos músculos superficiais possuem uma fixação proximal comum no epicôndilo
lateral do úmero
 São supridos pelo nervo radial
 Os tendões dos músculos extensores são contidos pelo retináculo dos músculos extensores ao passar
pelo punho

ORGANIZAÇÃO DOS MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO

Pronador redondo
CAMADA Flexor radial do carpo
SUPERFICIAL Palmar longo
COMPARTIMENTO Flexor ulnar
ANTERIOR CAMADA INTERMEDIÁRIA Flexor superficial dos dedos
Flexor profundo dos dedos
CAMADA PROFUNDA Flexor longo do polegar
Pronador quadrado
Braquiorradial
Extensor radial longo do carpo
CAMADA Extensor radial curto do carpo
SUPERFICIAL Extensor dos dedos
COMPARTIMENTO Extensor do dedo mínimo
POSTERIOR Extensor ulnar do carpo
Supinador
Extensor do indicador
CAMADA PROFUNDA Abdutor longo do polegar
Extensor longo do polegar
Extensor curto do polegar

105
COMPARTIMENTO ANTERIOR

- Camada superficial
 Músculo pronador redondo
 Inserção proximal:
 Cabeça ulnar: lateralmente à tuberosidade da ulna
 Cabeça umeral: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
 Inserção distal: terço médio da face lateral do rádio
 Inervação: nervo mediano
 Principal ação: pronação e flexão do antebraço
 É o mais lateral dos músculos superficiais, formando o limite medial da fossa
cubital

 Músculo flexor radial do carpo


 Inserção proximal: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
 Inserção distal: base dos ossos metacarpais II e III
 Para chegar nessa inserção, seu tendão passa por um canal na parte
lateral do retináculo dos músculos flexores, em sua própria bainha
do tendão do músculo flexor radial do carpo
 Inervação: nervo mediano
 Principal ação:
 Flexão da mão (ao agir com o flexor ulnar do carpo)
 Abdução da mão (ao agir com os extensores radiais longo e curto do carpo)
 Imediatamente lateral ao seu tendão, no punho, está a artéria radial

 Músculo palmar longo


 Inserção proximal: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
 Inserção distal: retináculo dos músculos flexores e aponeurose palmar
 Inervação: nervo mediano
 Principal ação: flexão da mão
 Obs.: tensiona a aponeurose palmar
 Lateral ao tendão do músculo palmar longo, no punho, fica o nervo mediano
 Está ausente em 15% das pessoas

 Músculo flexor ulnar do carpo


 Inserção proximal:
 Cabeça umeral: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
 Cabeça ulnar: olécrano e margem posterior da ulna
 Inserção distal:
 Osso pisiforme
 Hâmulo do hamato
 Base no metacarpal V
 Inervação: nervo ulnar
 Principal ação:
 Flexão da mão (ao agir com o flexor radial do carpo)
 Adução da mão (ao agir com o extensor ulnar do carpo)
 O nervo ulnar entra no antebraço passando entre suas cabeças umeral e ulnar
 Já no antebraço, o nervo ulnar e a artéria ulnar passam profundamente ao FUC

106
- Camada intermediária

 Músculo flexor superficial dos dedos


 Inserção proximal:
 Cabeça umeroulnar: fixação comum no epicôndilo medial do úmero
 Cabeça radial: metade superior da margem anterior do rádio
 Inserção distal: bases das falanges médias dos quatro dedos mediais
 Distalmente, divide-se em quatro tendões, que passam pelo túnel do carpo
pela bainha comum dos tendões dos músculos flexores, juntamente com os
tendões do flexor profundo dos dedos
 Inervação: nervo mediano
 Principal ação: flexão das falanges médias

- Camada profunda
 Músculo flexor profundo dos dedos
 Inserção proximal:
 Faces medial e anterior da ulna
 Face anterior da membrana interóssea
 Inserção distal:
 Parte medial: bases das falanges distais dos 4º e 5º dedos
 Parte lateral: bases das falanges distais dos 2º e 3º dedos
 Inervação:
 Parte medial: nervo ulnar
 Parte lateral: nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano)
 Principal ação: flexão das falanges médias e distais dos quatro dedos mediais

 Músculo flexor longo do polegar


 Inserção proximal:
 Face anterior do rádio
 Face anterior da membrana interóssea
 Inserção distal: base da falange distal do polegar
 Inervação: nervo interósseo anterior (do nervo mediano)
 Principal ação: flexão das falanges do polegar

 Músculo pronador quadrado


 Inserção proximal: face distal da face anterior da ulna
 Inserção distal: face distal da face anterior do rádio
 Inervação: nervo interósseo anterior (do nervo mediano)
 Principal ação: pronação do antebraço

Os tendões dos músculos


flexores são supridos por
pequenas artérias que seguem
dentro de pregas sinoviais, os
vínculos tendíneos

107
COMPARTIMENTO POSTERIOR

- Camada superficial
 Músculo braquiorradial
 Inserção proximal: dois terços proximais da linha supraepicondilar lateral do úmero
 Inserção distal: face lateral do rádio, antes do processo estiloide
 Inervação: nervo radial
 Principal ação: flexão do antebraço (maior ação em pronação média)
 Forma o limite lateral da fossa cubital
 Enquanto segue distalmente, situa-se sobre o nervo e a artéria radiais

 Músculo extensor radial longo do carpo


 Inserção proximal: terço distal da linha supraepicondilar lateral do úmero (inferiormente à fixação do braquiorradial)
 Inserção distal: base do metacarpal II
 Distalmente, seu tendão é cruzado superficialmente pelos músculos abdutor longo do polegar e extensor
curto do polegar
 Inervação: nervo radial
 Principal ação:
 Extensão e abdução da mão
 Indispensável para cerrar o punho

 Músculo extensor radial curto do carpo


 Inserção proximal: fixação comum no epicôndilo lateral do úmero
 Inserção distal: base do metacarpal III
 Inervação: ramo profundo do nervo radial
 Principal ação: extensão e abdução da mão

 Músculo extensor dos dedos


 Inserção proximal: fixação comum no epicôndilo lateral do úmero
 Inserção distal: expansões extensoras dos quatro dedos mediais
 Os tendões adjacentes são unidos na região proximal às articulações metacarpofalângicas por conexões
intertendíneas
 As expansões extensoras consistem em alargamentos em forma de aponeurose que “abraçam” a cabeça dos
ossos metacarpais em suas articulações com as falanges proximais
 As expansões extensoras unem-se de cada lado ao ligamento palmar, um espessamento da cápsula
articular das articulações metacarpofalângicas
 De cada expansão extensora surgem três faixas:
 Uma faixa mediana, que segue para se fixar à base da falange média
 Duas faixas laterais, que seguem para se fixar às faces laterais da falange distal
 Inervação: ramo profundo do nervo radial
 Principal ação: extensão dos dedos mediais (nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas)

 Músculo extensor do dedo mínimo


 Inserção proximal: fixação comum no epicôndilo lateral do úmero
 Inserção distal: expansão do músculo extensor do 5º dedo
 Inervação: ramo profundo do nervo radial
 Principal ação: extensão do 5º dedo

 Músculo extensor ulnar do carpo


 Inserção proximal:
 Fixação comum no epicôndilo lateral do
úmero
 Margem posterior da ulna
 Inserção distal: base do metacarpal V
 Inervação: ramo profundo do nervo radial
 Principal ação: extensão e adução da mão
108
- Camada profunda
 Músculo supinador
 Inserção proximal:
 Epicôndilo lateral do úmero
 Ligamento colateral radial e ligamento anular do rádio
 Crista do músculo supinador e fossa do músculo supinador da ulna
 Inserção distal: faces anterior, posterior e lateral do terço proximal do rádio
 Inervação: ramo profundo do nervo radial
 Principal ação: supinação do antebraço
 Forma o assoalho da fossa cubital, juntamente com o músculo braquial
 O ramo profundo do nervo radial passa entre suas fibras para ir da fossa cubital até a face posterior do antebraço
 Quando passa pela margem inferior do músculo supinador, esse ramo passa a se chamar nervo interósseo
posterior

 Músculo abdutor longo do polegar


 Inserção proximal: face posterior do terço proximal da ulna, rádio e membrana interóssea
 Inserção distal: base do metacarpal I
 Inervação: nervo interósseo posterior (continuação do ramo profundo do nervo radial)
 Principal ação: abdução e extensão do polegar

 Músculo extensor curto do polegar


 Inserção proximal: face posterior do terço distal do rádio e membrana interóssea
 Inserção distal: base da falange proximal do polegar
 Seu tendão segue medialmente ao tendão do abdutor longo do polegar
 Inervação: nervo interósseo posterior
 Principal ação:
 Extensão da falange proximal do polegar
 Extensão da articulação carpometacarpal

 Músculo extensor longo do polegar


 Inserção proximal: face posterior do terço médio da ulna e membrana interóssea
 Inserção distal: base da falange distal do polegar
 Inervação: nervo interósseo posterior
 Principal ação:
 Extensão da falange distal do polegar
 Extensão da articulação metacarpofalângicas
 Extensão da articulação carpometacarpal

Tabaqueira anatômica

Trata-se de um espaço triangular visível quando o polegar está completamente estendido. Esse espaço é limitado anterolateralmente pelos tendões dos
músculos abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. É limitado posteromedialmente pelo tendão do músculo extensor longo do polegar.
A artéria radial passa pelo assoalho da tabaqueira anatômica, o qual é formado pelo processo estiloide do rádio, pelos ossos escafoide e trapézio e pela base do
metacarpal I (de proximal para distal)

109
 Músculo extensor do indicador
 Inserção proximal: face posterior do terço distal da ulna e da membrana interóssea
 Inserção distal: expansão extensora do 2º dedo
 Inervação: nervo interósseo posterior
 Principal ação: extensão do indicador (permite sua extensão independente)

ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
 Irrigação arterial
 Depois de emitir os ramos para as anastomoses periarticulares do cotovelo, a artéria ulnar segue distalmente junto ao
nervo ulnar, ambos protegidos pelo músculo flexor ulnar do carpo
 Na região do punho, a artéria ulnar situa-se lateralmente ao tendão do músculo FUC
 Ela emite ramos musculares para a parte medial do antebraço, principalmente para os músculos do grupo
flexor/pronador
 A artéria ulnar emite a artéria interóssea comum de sua face medial, que se divide em dois ramos
 A artéria interóssea anterior segue em sentido distal, diretamente sobre a face anterior da
membrana interóssea, junto ao nervo interósseo anterior
 Ao chegar próximo à extremidade distal, entre os processos estiloides, perfura a membrana
interóssea e segue para o compartimento posterior, para suprir essa região distal
 A artéria interóssea posterior segue em sentido distal, entre as camadas profunda e superficial dos
músculos do compartimento posterior, junto ao nervo interósseo posterior
 Segue pelo punho superficialmente ao retináculo dos músculos flexores, na loja de Guyon, juntamente com
o nervo ulnar

 A artéria radial, depois de emitir a artéria recorrente radial, segue protegida pelo músculo braquiorradial
 Na porção distal do antebraço, encontra-se sobre a face anterior do rádio, coberta apenas por pele e fáscia
 Sai do antebraço espiralando-se em torno da face lateral do punho, passando pela região da tabaqueira
anatômica

 Inervação
 O principal nervo do compartimento anterior é o nervo mediano. Ele se localiza medialmente à artéria braquial na
fossa cubital
 Segue pelo antebraço entre os músculos flexor profundo dos dedos e flexor superficial dos dedos
 Responsável pela inervação de todos os músculos do compartimento anterior
 Exceções: músculo flexor ulnar do carpo e parte medial do flexor profundo dos dedos
 O principal ramo do nervo mediano é o nervo interósseo anterior, que segue o trajeto a artéria interóssea
anterior, até acabar como ramos para a articulação radiocarpal
 Antes de passar pelo túnel do carpo, emite o ramo palmar do nervo mediano, que segue superficialmente ao
ligamento carpal palmar e inerva a pele da região central da palma

 O nervo ulnar segue entre o músculo flexor ulnar do carpo e a metade medial do flexor profundo dos dedos, os quais
inerva
 Passa pelo punho superiormente ao retináculo dos músculos flexores, por meio de um túnel ulnar (loja de
Guyon), juntamente com a artéria ulnar
 Antes de passar pelo punho, emite dois ramos cutâneos importantes
 O ramo cutâneo palmar do nervo ulnar, que supre a pele da palma medial ao eixo do 4º dedo
 O ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar, que supre a pele do dorso da mão medial ao eixo do 4º dedo

 O nervo radial passa pela fossa cubital entre os músculos braquial e braquiorradial, e logo divide-se em dois ramos
 O ramo superficial do nervo radial é sensitivo e desce protegido pelo músculo braquiorradial. Depois, emerge
dele e se ramifica, passando pelo teto da tabaqueira anatômica e inervando a pele do dorso lateralmente ao
eixo do 4º dedo
 O ramo profundo do nervo radial é motor e passa para o compartimento posterior do antebraço espiralando-
se em torno do colo do rádio e perfurando o músculo supinador. Depois de passar a margem inferior desse
músculo, passa a se chamar nervo interósseo posterior, que desce seguindo a artéria interóssea posterior,
entre as camadas superficial e profunda do compartimento posterior
110
 Resumo da inervação cutânea do membro superior:

111
ARTICULAÇÃO
RADIOCARPAL

Articulação do punho é sinovial do tipo elipsóidea

 Faces articulares
 A ulna não participa da articulação radiocarpal
 Ela acontece entre a face articular carpal do rádio, o disco articular da articulação radioulnar distal e a fileira proximal
de ossos carpais (com exceção do osso pisiforme)

 Ligamentos
 A cápsula articular é reforçada anteriormente pelos ligamentos radiocarpais palmares que se estendem do rádio até
as duas fileiras de ossos carpais
 É reforçada posteriormente pelos ligamentos radiocarpais dorsais
 É reforçada medialmente pelo ligamento colateral ulnar do carpo, que se estende do processo estiloide da ulna até o
osso piramidal
 É reforçada lateralmente pelo ligamento colateral radial do carpo, que se estende do processo estiloide do rádio até o
osso escafoide

 Vascularização
 Provém de ramos dos arcos carpal dorsal e palmares, que se formam a partir de ramos carpais dorsais e palmares das
artérias radial e ulnar

 Inervação
 Nervos mediano, radial e ulnar

112
MÃO

OSSOS DA MÃO
 Carpo ou punho
 Trata-se de um conjunto de 8 ossos organizados em duas fileiras. O carpo é côncavo anteriormente

 Fileira proximal de ossos carpais: (de lateral para medial)


 Escafoide: maior e mais lateral osso da fila proximal, articula-se com o rádio proximalmente
 Possui uma projeção lateral em vista palmar, o tubérculo do escafoide
 Semilunar: osso em forma de lua situado entre o escafoide e o piramidal; é mais largo anteriormente e
articula-se com o rádio proximalmente
 Piramidal: osso em forma de pirâmide na face medial do carpo, articula-se com o disco articular da articulação
radioulnar distal
 Pisiforme: pequeno osso situado na face palmar do osso piramidal

 Fileira distal de ossos carpais:


 Trapézio: osso situado na extremidade lateral da segunda fileira
 Possui uma projeção medial em vista palmar, o tubérculo do trapézio
 Trapezoide: osso cuneiforme, imediatamente medial ao trapézio
 Capitato: maior osso do carpo, situa-se medialmente ao trapezoide
 Hamato: osso situado na face medial do carpo
 Possui um processo em forma de gancho que se estende
anteriormente, o hâmulo do osso hamato

 Metacarpo
 Formado por cinco ossos metacarpais, numerados a partir do polegar
 Cada um possui uma base, proximal, um corpo e uma cabeça, distal
 Articulam-se com os ossos do carpo proximalmente e com as falanges distalmente

 Falanges
 Cada dedo possui 3 falanges: proximal, média e distal
 O polegar é exceção por possuir apenas duas: proximal e distal
 Cada falange é formada por uma base, um corpo e uma cabeça

ARTICULAÇÕES DA MÃO
 Articulações do carpo
 São articulações sinoviais do tipo planas
 Podem ser resumidas como:
 Articulações entre os ossos carpais da fileira proximal
 Articulações entre os ossos carpais da fileira distal
 A articulação mediocarpal, entre as fileiras proximal e distal
 A articulação do pisiforme, entre o pisiforme e o piramidal
 A cápsula articular dessas articulações são comuns e contínuas entre si e entre elas e as articulações carpometacarpais
(com exceção da carpometacarpal do polegar, que possui uma cápsula independente)
 Ligamentos:
 Unem os ossos carpais ligamentos anteriores, posteriores e interósseos
 Vascularização:
 Deriva das redes carpais dorsal e palmar
 Inervação:
 Provém dos nervos mediano (interósseo anterior) e ulnar (dorsal e profundo)

113
 Articulações carpometacarpais e intermetacarpais
 São sinoviais do tipo plana
 À exceção da articulação CMC do polegar, que é sinovial do tipo selar e ocorre entre a base do metacarpal I
e o osso trapézio
 As articulações CMC aconteces entre os ossos da fileira distal do carpo e a base dos metacarpais. As articulações IMC
acontecem entre os ossos metacarpais adjacentes
 A cápsula articular dessas articulações é comum, estando separada apenas a CMC do polegar
 Ligamentos
 Os ligamentos carpometacarpais dorsais e palmares participam das articulações CMC
 Os ligamentos metacarpais dorsais e palmares participam das articulações IMC em sua porção proximal, perto
da base dos metacarpais
 Os ossos metacarpais também são unidos por ligamentos metacarpais interósseos
 O afastamento dos ossos metacarpais é limitado pelos ligamentos metacarpais transversos profundo
e superficial
 Esses ligamentos se estendem na região da cabeça dos metacarpais, limitando sua
separação

MUSCULATURA DA MÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS


 Organização dos compartimentos
 A fáscia do antebraço continua na mão como a fáscia palmar. Essa fáscia possui uma parte forte e bem definida na
região central da palma conhecida como aponeurose palmar. Da aponeurose palmar, originam-se septos que seguem
em direção aos metacarpos e que dividem a mão em cinco compartimentos:
 O septo fibroso medial se estende da aponeurose palmar até o metacarpal V e cria um compartimento medial
a ele chamado de compartimento tenar, limitado anteriormente pela fáscia tenar
 O septo fibroso lateral se estende da aponeurose palmar até o metacarpal III e cria um compartimento lateral
a ele chamado de compartimento hipotenar, limitado anteriormente pela fáscia hipotenar
 Entre o compartimento tenar e o hipotenar, fica o compartimento central, que é limitado anteriormente pela
própria aponeurose palmar
 Profundamente aos compartimentos central e hipotenar fica o compartimento adutor
 Finalmente, entre os metacarpais, situa-se o compartimento interósseo
 Os músculos intrínsecos da mão organizam-se nesses compartimentos

114
COMPARTIMENTO TENAR
 Músculo abdutor curto do polegar
 Inserção proximal:
 Retináculo dos músculos flexores
 Tubérculo do trapézio
 Tubérculo do escafoide
 Inserção distal: face lateral da base da falange proximal do polegar
 Inervação: ramo recorrente do nervo mediano
 Principal ação: abdução do polegar

 Músculo flexor curto do polegar


 Inserção proximal:
 Retináculo dos músculos flexores
 Tubérculo do trapézio
 Tubérculo do escafoide
 Inserção distal: face lateral da base da falange proximal do polegar
 Inervação:
 Cabeça superficial: ramo recorrente do nervo mediano
 Cabeça profunda: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação: flexão do polegar
 Os dois ventres do flexor curto do polegar situam-se em posições opostas em relação ao tendão do músculo flexor
longo do polegar

 Músculo oponente do polegar


 Inserção proximal:
 Retináculo dos músculos flexores
 Tubérculo do trapézio
 Tubérculo do escafoide
 Inserção distal: face lateral do metacarpal I
 Inervação: ramo recorrente do nervo mediano
 Principal ação: oposição do polegar – o metacarpal I dirige-se medialmente ao centro da palma e roda medialmente
 Situa-se profundamente ao ACP e lateralmente ao FCP
 O ramo palmar superficial da artéria radial passa entre os músculos ACP e OP

COMPARTIMENTO ADUTOR
 Músculo adutor do polegar
 Inserção proximal:
 Cabeça oblíqua:
 Base dos metacarpais II e III
 Capitato e carpais adjacentes
 Cabeça transversa: face anterior do corpo do metacarpal III
 Inserção distal: face medial da base da falange proximal do polegar
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação: adução do polegar

COMPARTIMENTO HIPOTENAR
 Músculo abdutor do dedo mínimo
 Inserção proximal: osso pisiforme
 Inserção distal: face medial da base da falange proximal do dedo mínimo
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação: adução do dedo mínimo
 O mais superficial dos músculos que ajudam a formar a eminência hipotenar

115
 Músculo flexor do dedo mínimo
 Inserção proximal:
 Hâmulo do osso hamato
 Retináculo dos músculos flexores
 Inserção distal: face medial da base da falange proximal do dedo mínimo
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação: flexão do dedo mínimo
 Situa-se lateralmente ao abdutor do dedo mínimo

 Músculo oponente do dedo mínimo


 Inserção proximal:
 Hâmulo do osso hamato
 Retináculo dos músculos flexores
 Inserção distal: face medial do corpo do metacarpal V
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação: oposição do dedo mínimo
 O mais profundo dos músculos desse compartimento

 *Músculo palmar curto*


 Não faz parte do compartimento hipotenar, pois está situado na tela subcutânea, sobre ele
 Enruga a pele da eminência hipotenar, aprofundando a cavidade da palma
 Protege artéria e nervo ulnares

COMPARTIMENTO CENTRAL
 Músculos lumbricais
 Inserção proximal:
 1º e 2º lumbricais: dois tendões laterais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos
semipeniformes)
 3º e 4º lumbricais: três tendões mediais do músculo flexor profundo dos dedos (como músculos peniformes)
 Inserção distal: faces laterais das expansões extensores do 2º a 5º dedos
 Inervação:
 1º e 2º lumbricais: nervo mediano
 3º e 4º lumbricais: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação:
 Flexão das articulações metacarpofalângicas
 Extensão das articulações interfalângicas

COMPARTIMENTO INTERÓSSEO
 Músculos interósseos dorsais (4)
 Inserção proximal: faces adjacentes de dois ossos metacarpais (como músculos peniformes)
 Inserção distal: falanges proximais e expansões extensoras do 2º a 4º dedos
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação:
 Abdução dos dedos em relação à linha axial
 Auxílio à ação dos músculos lumbricais

 Músculos interósseos palmares (3)


 Inserção proximal: faces dos metacarpais II, IV e V (como músculos semipeniformes)
 Inserção distal: falanges proximais e expansões extensoras do 2º, 4º e 5º dedos
 Inervação: ramo profundo do nervo ulnar
 Principal ação:
 Adução do 2º, 4º e 5º dedos em direção à linha axial
 Auxílio à ação dos músculos lumbricais

116
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES
 Irrigação arterial
 A artéria ulnar entre na mão superiormente ao retináculo dos músculos flexores, pelo túnel ulnar (loja de Guyon)
 Situa-se lateralmente ao nervo ulnar
 A artéria ulnar divide-se em dois ramos terminais:
 O arco palmar superficial, seu principal término, dá origem a três artérias digitais palmares comuns
 As artérias digitais palmares comuns se anastomosa com as artérias metacarpais palmares,
do arco palmar profundo
 De cada artéria digital palmar comum, origina-se um par de artérias digitais palmares
próprias, as quais seguem pelas laterais dos dedos
 O ramo palmar profundo da artéria ulnar, que segue para contribuir com a formação do arco palmar
profundo

 A artéria radial segue para a mão espiralando-se pela face lateral do carpo, ocupando o assoalho da tabaqueira
anatômica
 Ainda na face anterior do punho, emite o ramo palmar superficial da artéria radial, que se une à artéria ulnar
para dar origem ao arco palmar superficial
 Depois de sair da tabaqueira anatômica, entra na palma passando entre as cabeças do 1º interósseo dorsal.
Então, curva-se medialmente na região entre as cabeças do músculo adutor do polegar para se unir ao ramo
palmar profundo da artéria ulnar e dar origem ao arco palmar profundo
 Do arco palmar profundo, originam-se as artérias metacarpais palmares, que se anastomosam com
as artérias digitais palmares comuns, do arco superficial
 A artéria radial, antes de dar origem ao arco palmar profundo, emite a artéria principal do polegar, que supre
o 1º dedo, e a artéria radial do indicador (a qual pode sair da própria artéria radial ou ser um ramo da artéria
principal do polegar)

 As artérias radial e ulnar emitem ramos carpais dorsais, que se unem para formar uma rede sobre a face dorsal da mão
(com participação da artéria interóssea anterior). Dessa rede, originam-se as artérias metacarpais dorsais, que se
dividem em artérias digitais dorsais, responsáveis por suprir a face dorsal dos dedos

 Drenagem venosa
 As veias acompanhantes das artérias associadas à face palmar drenam para as veias profundas do antebraço
 As veias acompanhantes das artérias associadas à face dorsal formam uma rede venosa dorsal
 Da face lateral dessa rede, emerge a veia cefálica
 Da face medial dessa rede, emerge a veia basílica

 Inervação
 O nervo mediano entra na mão atravessando o túnel do carpo
 Antes de atravessar o túnel do carpo, o nervo mediano emite o ramo palmar do nervo mediano, que segue
superiormente ao retináculo dos músculos flexores, para inervar a pele do centro da palma
 Depois de passar pelo túnel do carpo, ele emite o ramo recorrente do nervo mediano, que se volta
lateralmente para inervar músculos da iminência tenar: abdutor curto do polegar, oponente do polegar e a
cabeça superficial do flexor curto do polegar
 Emite ramos que seguem para inervar o 1º e 2º lumbricais
 Emite nervos digitais palmares comuns, que logo se dividem em nervos digitais palmares próprios
 Esses ramos suprem:
 Pele da face palmar do 1º, 2º e 3º dedos
 Pele da face palmar da metade lateral do 4º dedo
 Dorso da metade distal do 1º, 2º e 3º dedos
 Metade lateral do dorso da metade distal do 4º dedo

 O nervo ulnar entra na mão passando pelo túnel ulnar


 Antes de passar pelo punho, o nervo ulnar emite dois ramos sensitivos importantes:
 O ramo palmar do nervo ulnar segue superficialmente ao retináculo dos músculos flexores, para
suprir a pele da face medial da palma

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 O ramo dorsal do nervo ulnar espirala-se pela face medial da porção distal do antebraço e se destina
à face dorsal da mão, onde inerva:
 A pele da metade medial do dorso da mão
 A face dorsal do 5º dedo
 A metade medial do dorso do 4º dedo
 Depois que passa pelo túnel ulnar, o nervo ulnar se divide em dois ramos
 O ramo superficial do nervo ulnar é cutâneo, e dá origem a um nervo digital palmar comum, que se
divide em nervos digitais palmares próprios. Eles são responsáveis por suprir a face palmar do 5º
dedo e a metade medial da palma do 4º dedo
 O ramo profundo do nervo ulnar é motor, e supre os músculos hipotenares os 3º e 4º lumbricais, a
cabeça profunda do flexor curto do polegar, o adutor do polegar e todos os interósseos

 O nervo radial não supre músculos na mão


 O ramo superficial do nervo radial é responsável pela inervação de:
 Pele da metade lateral do dorso da mão
 Partes proximais do dorso do polegar, do 2º e 3º dedos
 Metade lateral da parte proximal do dorso do 4º dedo

 Esquema da inervação cutânea da mão:

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 Extra: fixações musculares

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REFERÊNCIAS

 MOORE, Keith L.. Anatomia Orientada para a Prática Clínica.


 NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana
 DRAKE, Richard L. Gray’s Anatomia para Estudantes
 https://gl.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%ADtoris
 http://prateleiradodentista.blogspot.com.br/2013/03/anatomia-topografica-pontos.html
 http://marloscoelho.com.br/conteudo.php?acao=&area=deformidade_sindromepoland&idioma=1
 http://www.oncofisio.com.br/escapula-alada-em-cirurgia-de-mama-e-linfonodectomia-axilar
 http://www.doctoralerts.com/erbs-palsy-erb-duchenne-paralysis/

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