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AULA 2

SISTEMAS ECONÔMICOS

1 SISTEMAS ECONÔMICOS

Os sistemas de direito podem ser definidos como o conjunto de normas,


regras e princípios que regem uma sociedade e seus elementos de organização (por
exemplo, o nível de intervenção estatal). Desta forma, auxiliando o sistema de direito, o
ordenamento jurídico (conjunto de regras e normas) atua ao legitimar de forma
positivada as pretensões e estabelecimentos do sistema escolhido.

Em igual sentido, destaca-se que “sistema econômico” compreende,


basicamente, a maneira como uma sociedade irá se alinhar/organizar para produzir e
distribuir seus bens e serviços. Alguns elementos são fundamentais para entender um
sistema econômico, são eles, os “fatores de produção” (tecnologia, recursos naturais,
mão de obra), o “complexo de unidade produtiva”, ou seja, os lugares onde se dá a
produção e, ainda, as “instituições” sejam elas, políticas, jurídicas ou sociais, que
organizam a produção e interferem diretamente na economia.

Concomitantemente, os sistemas econômicos também estão aptos a


solucionar eventuais problemas da economia (como escassez de recursos e de mão de
obra). Assim, dois principais sistemas foram criados para caracterizar e diferenciar
formas de atuação completamente opostas, são eles, capitalismo e socialismo.

Há de se ressaltar que um sistema inspirou o outro e dificilmente um pode


ser caracterizado, tão somente, como capitalista ou socialista, tendo cada um recebido
influencias recíprocas que moldaram seu contorno.

Sendo assim, diz-se que o sistema adotado em determinado local é


eminentemente socialista ou capitalista1, pois, em que pese as grandes diferenças
existentes, há elementos em comum2, como o planejamento, coordenação e reforma
econômicas; Empreendimentos produtivos; Fatores e produtos de mercado; Preço;
População; Finanças públicas; Renda nacional, produto interno e despesas; Moeda e
inflação; Comércio internacional; Consumidor, bem-estar econômico e pobreza; Recursos
naturais, energia, meio ambiente; Economia regionais; Economia política; Instituições de
Estado; Direitos de propriedade [Leonardo Vizeu Figueiredo].

1 Neste verbete, referimo-nos ao capitalismo “moderno”, o qual é totalmente temperado por


medidas interventivas. Importante salientar isso, pois, o capitalismo puro, não passa de um
sistema de trocas econômicas voluntárias.
2 Por exemplo, podemos citar a República Chinesa que, atualmente, exerce com afinco os

princípios da liberdade econômica e da livre iniciativa, contudo, tem como base de sua
sociedade, um sistema socialista. Na realidade, no momento que a China adquiriu maior
liberdade econômica (observada pelo aumento nas pontuações de liberdade comercial e
monetária) com consequente menor intervenção estatal, a cidade floresceu economicamente.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


Dito isso, para melhor elucidação didática deste conteúdo, seguem
anotações referentes aos dois principais sistemas econômicos mencionados, quais
sejam, capitalismo e socialismo3.

1.1 Capitalismo

O sistema capitalista é marcado principalmente pela existência da


propriedade privada dos meios de produção. Consequência da garantia à propriedade
privada, no capitalismo há ampla liberdade dos indivíduos dela gozar, usufruir e dispor
sem quaisquer interferências exógenas.

Portanto, cada pessoa da sociedade, individual e subjetivamente, irá


escolher como alocar os seus recursos buscando a própria satisfação. Em outros termos,
prevalece a autonomia da vontade do indivíduo.

A força do trabalho, enquanto bem econômico, também pode ser “vendida”.


Cada trabalhador “vende” parte de seu tempo e de sua força produtiva a troca de salário.

Dada à complexidade da economia atual, verifica-se que cada trabalhador


contribui de forma específica, parcialmente, para a produção de um bem final. A isso se
dá o nome de divisão social do trabalho, outra característica marcante do sistema
econômico capitalista.

Os dois elementos destacados acima fundam a economia de mercado,


baseada na livre-iniciativa e na livre concorrência, na qual os indivíduos interagem
voluntariamente entre si para resolver o problema da escassez: o que produzir; quem
produzir; como produzir; a quem produzir.

Sobre a economia de mercado, vejamos a lição de Murray N. Rothbard4:

A economia de mercado desenvolvida, por mais complexa que seu


sistema possa parecer na superfície, nada mais é que uma vasta rede de
trocas voluntárias e de comum acordo estabelecidas entre duas
pessoas [...]. Assim, quando eu compro um jornal por uma moeda, ocorre
uma troca que beneficia mutuamente duas pessoas: eu transfiro minha
propriedade da moeda ao dono da banca de jornal, e ele transfere a
propriedade do jornal para mim. Fazemos isto porque, sob a divisão do
trabalho, eu calculo que o jornal vale mais para mim que a moeda,
enquanto o dono da banca prefere a moeda a ficar com o jornal. Ou,
quando leciono numa universidade, eu calculo preferir meu salário a não

3 Tecnicamente, o Socialismo não é um sistema econômico, mas sim verdadeira crítica ao


sistema então popular (o Capitalismo). Isso porque, seus autores, não apresentam teorias,
técnicas ou uma sistematização de conceitos econômicos, mas sim, críticas de natureza moral
e política ao capital. Desse modo, embora seja inapropriado compará-los, a colisão didática é
útil ao ensino.
4 ROTHBARD, Murray. Por uma nova liberdade: o manifesto libertário. Tradução de Rafael de

Sales Azevedo. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2013. p. 57.

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gastar meu trabalho de ensinar, enquanto os responsáveis pela
universidade calculam que preferem ganhar meus serviços como
professor a não me pagar aquele dinheiro. Se o dono da banca de jornal
insistir em cobrar 50 centavos pelo jornal, eu posso muito bem decidir
que ele não vale aquele preço; da mesma maneira, se eu insistir em
receber o triplo do meu salário atual, a universidade poderá muito bem
decidir abrir mão dos meus serviços.

Dito isso, conclui-se que o sistema capitalista favorece a meritocracia,


incentivando a concorrência de indivíduos e de empresas entre si a fim de propiciar um
serviço oferecido cada vez melhor. Ou seja, se eu sei que “meu vizinho” faz “x”, para eu
crescer e, consequentemente, enriquecer, preciso fazer “x+1”.

1.2 Socialismo

De outro lado, o sistema socialista possui características diametralmente


opostas ao capitalismo.

Neste sentido, inexiste propriedade privada. Ou melhor, verifica-se a


coletivização, por meio do Estado, dos meios de produção (propriedade pública).

Todas as decisões econômicas serão tomadas pelo Poder Central,


incumbido da resolução do problema da escassez (o que produzir; quem produzir; como
produzir; a quem produzir).

Portanto, o Estado alocará os recursos (inclusive humanos) da sociedade


baseando em sua autoridade, sem obedecer ao que se convencionou chamar de “leis do
mercado”. Haverá a planificação da economia. Com efeito, a autonomia individual será
absolutamente limitada.

Ao contrário do que ocorre na economia de mercado, em que remuneração


do trabalho se dá principalmente pelo salário, no socialismo, o trabalho será
remuneração mediante a repartição do produto econômico por decisão do Poder
Central.

Considerando que haverá a expropriação forçada de bens para ulterior


distribuição destes, pode-se dizer que busca, em tese, a igualdade forçada dos membros
da sociedade.

2 ORDEM ECONÔMICA

Podemos definir ordem econômica como sendo, basicamente, o


regramento jurídico que rege a economia e a intervenção estatal no domínio privado
econômico de uma sociedade. A Constituição Federal Brasileira de 1988 trata em seu
título VII, Capítulo I, da “Ordem Econômica e Financeira” do Brasil.

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O primeiro artigo do capítulo mencionado, o 170, dispõe acerca da ordem
econômica e, seus incisos, dos princípios gerais da atividade econômica, “in verbis”:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade
privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do
consumidor; VI - defesa do meio ambiente; VI - defesa do meio ambiente, inclusive
mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais
e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas
brasileiras de capital nacional de pequeno porte. IX - tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.

Ou seja, é notável que a Carta Magna buscou conduzir a ordem econômica


brasileira para aplicação dos princípios de um Estado Liberal, garantindo a livre
concorrência sem, contudo, ferir o Estado e os preceitos sociais coletivos.

Nas palavras de Eros Roberto Grau5, a Ordem Econômica pode ser


conceituada segundo duas vertentes principais, sendo elas a:

a) ampla: parcela da ordem de fato, inerente ao mundo do ser. Isto é, o tratamento


jurídico dispensado para disciplinar as relações jurídicas decorrentes do exercício de
atividades econômicas. É a regulação jurídica da intervenção do Estado na economia de
forma programática;

b) estrita: parcela da ordem de direito, inerente ao mundo do dever-ser. Isto é, o


tratamento jurídico dispensado ao comportamento dos agentes econômicos no mercado.
É a regulação jurídica do ciclo econômico (produção, circulação e consumo) de forma
pragmática.

Haure-se do esposado que a Ordem Econômica nada mais é que a


regulação jurídica da atividade econômica de uma Nação, considerando tanto os
aspectos sociais, estatais e de mercado daquele local.

Vale ressaltar que a regulação da atividade econômica não diz respeito, tão
somente, a atuação social ou empresarial. Os princípios e regras vigentes também
norteiam a atuação do Estado para com sua nação, regulando (e garantindo para alguns)
seu nível de intervenção.

Como citado acima, a Constituição Federal estabeleceu princípios que


conduzem toda a atividade e regulamentação criada a fim de proporcionar segurança
jurídica à economia, estabelecendo-se assim, a Ordem Econômica.

5GRAU, Eros Roberto. Ordem econômica na Constituição de 1988. 8. ed. rev. e atualizada.
São Paulo: Malheiros Editores, 2003.

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Na prática, a jurisprudência traz diversos exemplos da aplicação jurídica
dos princípios trazidos pela Ordem Econômica quando da defesa dos direitos dos
interessados, vejamos um exemplo:

TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70077852002 RS (TJ-RS). Data de publicação:


25/09/2018. EMENTA. VIOLAÇÃO À ORDEM ECONÔMICA. SÚMULA 430 DO STJ.
INAPLICABILIDADE NO CASO EM CONCRETO. 1. A executada deliberadamente, apesar
de informar o tributo, deixa de efetuar o seu pagamento, que, consoante prova dos autos,
não ocorre em razão de dificuldades financeiras. 2. Se por um lado ao contribuinte são
outorgadas garantias à proteção do poder de tributar, como são exemplos os
princípios da legalidade, da anterioridade, da vedação ao confisco e da
irretroatividade, também à Administração Fazendária devem ser outorgadas
garantias para protegê-la de fraude e de sonegações, como, por exemplo, a
possibilidade de redirecionamento da ação em desfavor dos sócios. 3. Estando a
empresa em plena atividade, auferindo lucros, aliado aos expressivos montantes de
ICMS declarados e não pagos, há evidente uso fraudulento da pessoa jurídica em
benefício dos sócios e em prejuízo à livre iniciativa e ao direito à concorrência. 4. O dever
de pagar tributos, historicamente concebido como forma de arrecadação e manutenção
do Estado, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, passa a... ter outra
fundamentação, atrelada ao dever de solidariedade. Violado esse dever, há prejuízo a
toda coletividade. 5. Conduta que afronta à isonomia, porquanto as demais empresas
estão pagando o ICMS declarado, deixando de auferir o mesmo lucro ora realizado pela
agravada, não podendo, seja a Administração Fazendária, seja o Poder Judiciário,
compactuar com tal ato. 6. Não se tratando de simples inadimplemento, mas de
verdadeira infração à lei, devem os sócios administradores responder pelos créditos
buscados na execução. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO, UNÂNIME. (Agravo de
Instrumento Nº 70077852002, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, Julgado em 19/09/2018).

Ou ainda,

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1582693 PR 2016/0050982-3 (STJ). 04/12/2017.


EMENTA. PEDIDO DE CONDENAÇÃO DO RÉU POR CRIMES CONTRA A ORDEM
ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO. FATOS QUE SE SUBSUMEM
APENAS AO ART. 1º, I, DA LEI N. 8.137 /1990. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE
PROVIDO. 1. Constitui crime contra a ordem econômica (art. 1º, I, da Lei n. 8.176
/1991) adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo e combustíveis líquidos
carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei. 2. O
recorrido comercializava gasolina, álcool e diesel em desacordo com o art. 11, §§ 2º e 3º,
da Portaria n. 116/2000, da Agência Nacional do Petróleo, porquanto utilizada
indevidamente a logomarca da BR Petrobrás para vender combustíveis de diversas
origens. 3. A conduta amolda-se ao crime previsto no art. 1º da Lei n. 8.176 /1991,
complementado pela Portaria n. 116/2000 da Agência Nacional de Petróleo, expressa ao
assinalar que o revendedor varejista que optasse por exibir marca comercial deveria
adquirir e vender somente combustível fornecido pelo distribuidor respectivo,
complemento legal não observado pelo ora recorrente. 4. O art. 7º, VII, da Lei n. 8.137
/1990 dispõe constituir crime induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de
indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou
serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação
publicitária. Não houve completa correspondência do fato ocorrido aos elementos do tipo
penal. 5. Em que pese a quebra de bandeira confundir o consumidor final, não há
informação de que o réu falseou a natureza ou a qualidade dos produtos expostos à
venda, os dois únicos substantivos descritos no art. 7º, VII, da Lei n. 8.137 /1990. 6. A
especificação indevida da origem dos combustíveis não é sinônimo de engano

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relacionado à espécie do combustível automotivo ou às suas características particulares,
sem o que não há falar em perfeita subsunção do fato à norma penal. Recurso especial
parcialmente provido para reconhecer a violação do art. 1º, I, da Lei n. 8.176/1991 e
determinar que o Tribunal a quo prossiga no julgamento da apelação, para análise das
demais teses defensivas.

Bem como:

STF - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ADI 4613 DF DISTRITO FEDERAL


9932538-78.2011.1.00.0000 (STF). 03/12/2018. EMENTA. Princípios da proteção ao
consumidor e da função social da propriedade. Improcedência da ação direta. 1. A Lei
nº 12.006 /2009 acrescentou, no Código de Trânsito Brasileiro, dispositivos que
determinavam a veiculação de mensagens educativas de trânsito em peças publicitárias
de produtos da indústria automobilística (arts. 77-A e 77-E). 2. As normas não trazem
qualquer restrição à plena liberdade de comunicação das empresas ou à livre
iniciativa e não excluem, ademais, a responsabilidade do Estado em promover, por
ato próprio, publicações de mensagens educativas de trânsito. Trata-se, apenas, de
cooperação da indústria automobilística, consectária da proteção ao consumidor e
da função social da propriedade (princípios da ordem econômica), na divulgação de
boas práticas de trânsito. 3. Improcedência da ação direta. (ADI 4613, Relator (a): Min.
DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-257 DIVULG 30-11-2018 PUBLIC 03-12-2018).

Dito isso e, considerando a aplicação dos princípios da ordem econômica,


há de se destacar que, no que tange a livre iniciativa, esta é amplamente defendida pelos
institutos da ordem econômica, contudo tal assertiva não predispõe a suposição de que
o Estado estaria limitado a atuar somente em questões esparsas. Ao contrário, a ordem
econômica quando discorre sobre a liberdade também engloba, de certa forma, a
iniciativa do Estado6.

Diante do exarado, passa-se a discorrer acerca dos posicionamentos


econômicos estatais, ou seja, as formas de atuação do Estado na Economia,
lembrando que não temos exemplos de nações anarcocapitalistas atualmente, embora
existam projetos neste sentido (ver, para tanto, o projeto inovador “Free Private Cities”
https://www.freeprivatecities.com/pt/).

6 É certo que a ordem econômica na Constituição de 1988 define opção por um sistema no
qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto,
a assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que
simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a
serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo
para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus arts. 1º, 3º
e 170. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas
também pelo trabalho. Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da "iniciativa
do Estado"; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado
a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as
providências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao
desporto (arts. 23, V; 205; 208; 215; e 217, § 3º, da Constituição). Na composição entre esses
princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público
primário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer são meios de complementar a
formação dos estudantes. [ADI 1.950, rel. min. Eros Grau, j. 3-11-2005, P, DJ de 2-6-2006.]

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


3 POSICIONAMENTO ECONÔMICO ESTATAL

Conforme exarado brevemente, o posicionamento econômico estatal diz


respeito ao grau de participação e intervenção que um Estado possui em relação a
sociedade governada.

Desta forma, é possível identificar as seguintes (e mais usuais) formas de


atuação econômica do Estado:

3.1 Estado Liberal

Inicialmente, cumpre mencionar que o ideal de liberdade vem desde os


primórdios, por exemplo, na Roma Antiga, liberdade era sinônimo de humanidade, uma
vez que, aquele que não era livre, era considerado um escravo, perfazendo mero objeto
na sociedade, tal qual era a importância desse instituto.

Fala-se muito sobre o Estado Liberal em ano de eleições, quando o conceito


de liberalismo entra em pauta. De forma sucinta, Estado Liberal compreende uma
política na qual o intervencionismo estatal é mínimo em detrimento das vontades
individuais (no aspecto econômico, tal intervencionismo seria nulo).

A livre-iniciativa é a principal prerrogativa que move a perspectiva do


Estado Liberal, que se traduz no fato de uma sociedade ser livre para tomar suas
decisões econômicas com base nas próprias necessidades, condições e ofertas a sua
volta, sem ter de responder primeiro a condições pré-estabelecidas pelo Estado.

Em igual sentido, destaca-se a liberdade contratual que pressupõe a livre


pactuação a depender da vontade dos envolvidos e, mais ainda, a proteção e garantia de
que aquilo que fora efetivamente pactuado, deve prevalecer. Tal prerrogativa não é
absoluta, ou seja, não é sempre que o contratado é impreterivelmente válido, mas sua
proteção é significativa a fim de garantir a segurança nas relações jurídicas contratuais.

Além da livre iniciativa e da liberdade contratual, outro dos pilares do


Estado Liberal diz respeito a liberdade de mercado, representada pela possibilidade dos
envolvidos no epicentro econômico disciplinarem segundo suas regras, organizando-se
economicamente. Assim, nas palavras de Nesta, Leonardo Vizeu Figueiredo7:

O sistema econômico fica sujeito à auto-organização (autorregulação) da economia, não


sofrendo qualquer influência ou interferência estatal (sistema econômico autônomo –
descentralização das decisões econômicas), uma vez que, ao Governo Central compete
tão somente a manutenção da ordem interna e a defesa externa das fronteiras.

7FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 10 ed. Re., atual. e ref. Rio de Janeiro:
Forense, 2019.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


No plano jurídico, uma vez mais, a jurisprudência é apta a demonstrar a
aplicação dos princípios que regem de forma preponderante o Estado Liberal, senão,
vejamos:

TJ-GO - Reexame Necessário 00783931720168090174 (TJ-GO). 07/08/2019.


EMENTA. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LIVRE INICIATIVA E DA LIVRE
CONCORRÊNCIA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA VINCULANTE Nº 49 DO STF.
SENTENÇA MANTIDA. 1. Cediço que o indeferimento do alvará de licença para
funcionamento de empresa sob o pretexto de limitar a atividade comercial na localidade
fere princípios constitucionais, dentre eles o da livre concorrência, art. 170, IV, CF,
conforme inteligência da Súmula Vinculante nº 49 do Supremo Tribunal Federal -
"Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área". 2. In casu,
notória a arbitrariedade do ato coator, ao indeferir a expedição de alvará de
funcionamento à impetrante, sendo imperiosa a confirmação da sentença que concedeu
a segurança. REEXAME NECESSÁRIO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Ou ainda,

TJ-MG - Remessa Necessária-Cv 10000190249045001 MG (TJ-MG). 11/07/2019.


EMENTA. TRIBUTÁRIO - REEXAME NECESSÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA -
ALTERAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL - NEGATIVA EM RAZÃO DE DÉBITO
TRIBUTÁRIO - EXIGÊNCIA DE REGULARIZAÇÃO FISCAL - ILEGALIDADE -
RECONHECIMENTO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DE LIVRE INICIATIVA - DIREITO
LÍQUIDO E CERTO - CONSTATAÇÃO - CONCESSÃO DA SEGURANÇA - SENTENÇA
CONFIRMADA. - A negativa de recebimento de alteração contratual, em razão do
inadimplemento de débitos fiscais existentes em nome da empresa, se revela
arbitrária e, configurando sanção administrativa, viola os princípios da livre
iniciativa e do livre exercício da atividade econômica e comercial, o que não se
permite - Sentença confirmada.

Por sua vez, no plano econômico, a ideia do Estado Liberal tem sido
bastante desenvolvida com a nova onda da ordem econômica internacional que trouxe
à tona, uma vez mais, os ideais liberais, atualizados ao contexto fático, denominado
como “política neoliberal”. Esta pode ser entendida como uma corrente doutrinária
socioeconômica que preza pela defesa das liberdades individuais em detrimento de
nenhuma (ou pouca) intervenção estatal.

Desta forma, com o “liberalismo”, a liberdade econômica (preceito do


Estado Liberal) é tratada como direito subjetivo do indivíduo que, ao agir segundo seus
preceitos, contribuiria para a própria produtividade, gerando, em consequência, maior
desenvolvimento econômico coletivo, garantido pelo exercício livre das regras de mercado
e ausência de intervenção Estatal.

Em suma, o Estado Liberal permitiria ao indivíduo (e as empresas) exercer


sua atividade sem intervenção externa (do Estado, de demasiada burocracia e
regulamentações engessadas, da alta carga tributária, de um sistema jurídico entravado
que arrasta a tomada de decisões em determinado contorno fático), pautado nos ditames
exclusivamente sociais e de mercado.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


Tecidas as devidas considerações acerca do Estado Liberal, passa-se a
discorrer acerca do próximo posicionamento econômico estatal, senão, vejamos.

3.2 Estado Intervencionista Econômico

Aqui, o Estado Intervencionista Econômico funciona como uma espécie de


poder moderador do Estado Liberal. Explica-se. A liberdade individual e econômica
ainda está presente no cenário fático do Estado Intervencionista, mas, no caso, este se
preza a fiscalizar e impedir eventual aplicação radical do liberalismo em detrimento do
outro.

Este modelo intervencionista pressupõe que a atividade do Estado é


corolária ao desenvolvimento socioeconômico, uma vez que este se dá, especialmente,
com a implantação pelo Estado de políticas públicas implementadas e não meramente
a atividade empresarial.8 No âmbito contratual, diferente do Estado Liberal, o modelo
intervencionista crê que o equilíbrio econômico de uma Nação só será encontrado
mediante o cumprimento de regras previamente estabelecidas pelo Estado.

A título de exemplo de ferramenta do modelo intervencionista estatal, cita-


se o New Deal, implementado nos Estados Unidos que teve como escopo o literal
contraponto ao liberalismo (Estado Liberal) por intermédio da contenção do consumo da
sociedade, busca pela criação de empregos, proibição da emissão monetária, retração da
produção industrial e redução sistemática dos gastos governamentais.

O Estado interfere diretamente com a adoção de medidas para garantir o


desenvolvimento econômico daquela sociedade, deixando as empresas e o mercado a
mercê de sua influência na tomada de decisões. Neste modelo, a concorrência é livre,
mas regulada, ou seja, quando o mercado passa a reagir de forma contrária daquela
prevista pelo Estado, este utiliza-se de seu poder intervencionista para regular as
práticas de mercado.

No que tange ao aspecto jurídico, ainda há proteção à concorrência e a


livre-iniciativa, desde que o exercício se dê de forma equânime para todos os envolvidos,
sem uso de práticas exacerbadas que beneficiem muito um indivíduo (ou empresa) em
detrimento de outros.

3.3 Estado Intervencionista Social

Em igual sentido da forma anterior apresentada, mas de maneira mais


acentuada, o Estado Intervencionista Social também serve para regular, mesmo que
minimamente, a atividade econômica, contudo, além do grau intervencionista, este

8FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 10 ed. Re., atual. e ref. Rio de Janeiro:
Forense, 2019.

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modelo tem um escopo específico, que é o de manter o bem-estar coletivo da sociedade
regulada.

Ou seja, o Estado Intervencionista Social possui um caráter


eminentemente assistencialista e tem como base o fato de que a intervenção estatal é
necessária para garantir melhores condições aos hipossuficientes.

Dito isso, o viés econômico deste modelo é regulado pelo Estado tanto
quanto o social. O grau de intervenção estatal está prontificado para que a economia
daquela nação seja conduzida com o escopo de propiciar ações sociais.

Desta forma, denota-se que neste modelo, a atividade econômica impacta


diretamente na atividade social coletiva e vice-versa, ambas atuando em conjunto para
promover o desenvolvimento da outra. Centralizada a esta atividade conjunta, está o
Estado, intervindo nas decisões com adoção de medidas públicas, parcerias com
sindicatos e empresas, fortalecimento da previdência social, etc.

No que tange ao aspecto jurídico, reza o princípio da solidariedade no qual


o coletivo supre as necessidades individuais, responsabilizando-se aquele por toda a
sociedade.

Esposadas as características do modelo intervencionista estatal social,


vale trazer à baila duas críticas do respectivo modelo, caracterizando-se como defeitos
da atuação do Estado: o primeiro diz respeito ao possível déficit gerado nas contas
públicas quando o Estado se predispõe a responsabilizar-se por toda uma parcela
hipossuficiente da sociedade por intermédio de suas políticas públicas.

Ora, em que pese a intervenção do Estado estar ligada também ao


gerenciamento da economia, este se dá em segundo plano, com o objetivo claro de
promoção do bem-estar social. Assim, o custeio de tais planos de ação
impreterivelmente, culmina no falecimento das contas públicas

A segunda crítica a este sistema diz respeito a nulidade do incentivo


particular. Os indivíduos ficam desmotivados a progredir em uníssono sabendo que a
maior parte de seu esforço será redirecionada ao coletivo. É como trabalhar por 24 (vinte
e quatro) horas para receber o equivalente a 04 (quatro) horas.

A iniciativa privada neste caso é tolhida e, mais que isso, fica desmotivada
ante a exploração de sua atividade gerar mais benefícios coletivos do que para aquele
que a exerceu de fato. Como consequência, o investimento privado é parco e culmina no
aceleramento da falência econômica daquela sociedade.

3.4 Estado Intervencionista Socialista

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


Esse é o último modelo intervencionista a ser apresentado, o socialista.
Percebe-se que tal intervenção estatal está intimamente ligada ao modelo socialista
(esposado inicialmente) e pressupõe a atuação máxima e absoluta do Estado,
responsável pela tomada de toda e qualquer decisão atinente àquela sociedade, sob o
argumento de que todos somos um só.

Referido sistema tem como base o máximo protecionismo estatal,


garantindo supremacia ao Estado, bem como, controle dos meios de produção e
distribuição de bens e riqueza de uma sociedade.

Os bens de produção são apropriados coletivamente pela sociedade por


meio do Estado, de modo que este passa a ser o único produtor, vendedor e empregador.
A livre-concorrência e a liberdade de mercado são literalmente substituídas pelo
planejamento econômico racional e centralizado em torno do Poder Público, rejeitando-se,
sistematicamente, a autonomia das decisões privadas9.

Do ponto de vista econômica, obviamente, o Estado está no controle,


chamando para si a responsabilidade de gerenciar a economia sem, contudo, permitir
qualquer discricionariedade a atividade privada que fica engessada ante as práticas pré-
históricas voltadas, supostamente, a promoção da coletividade.

No que tange ao aspecto jurídico, não há novidades, prevalece neste


modelo a supremacia do interesse público. De todo modo, verifica-se que os ideais de
livre concorrência e livre iniciativa apresentados pelo Estado Liberal e preservados pelos
outros sistemas intervencionistas não mais existem no sistema intervencionista
socialista, baseando-se este na autonomia do Estado perante o cenário político,
econômico e social da Nação.

Diante exarado, conclui-se que este é mais um sistema que não se


sustenta por si próprio, podendo padecer a qualquer instante. Veja, uma das
características do Estado Intervencionista Socialista é a “equalização” social, pautada no
slogan de toda a riqueza gerada tem de ser dividida igualmente entre os indivíduos
trabalhos. Contudo, a questão é, se não há riqueza, o que será dividido?

A própria natureza do sistema intervencionista socialista obsta por


completo a atividade empresarial, ou seja, o que se produz – muitas vezes não tem
qualidade, mas é feito em quantidade, a fim de garantir a próxima etapa, a distribuição.
Os obstáculos impostos pelo Estado ao livre exercício econômico disseminam a pobreza
que, ao final, será dividida entre todos pertencentes àquela sociedade.

3.5 Estado Regulador

9FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 10 ed. Re., atual. e ref. Rio de Janeiro:
Foresente, 2019.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


Após verificar a inevitável falência de todos os sistemas intervencionistas
acima dispostos, o Estado percebeu que era hora de criar um novo parâmetro de atuação
que não culminasse na derrota econômica da Nação governada. Para isso, criou-se o
Estado Regulador que se desprendeu da centralização total do Estado frente à economia,
procurando encaixar-se em um meio termo ante a planificação econômica e o Estado
Liberal.

Busca, o sistema regulador não interferir em demasia nas decisões


econômicas da Nação, mas, ainda sim, utilizar parte do proveito obtido em favor das
políticas públicas que garantiriam o bem-estar da população.

Caracteriza-se numa nova concepção para a presença do Estado na


economia, como ente garantidor e regulador da atividade econômica, que volta a se basear
na livre-iniciativa e na liberdade de mercado, bem como na desestatização das atividades
econômicas e redução sistemática dos encargos sociais, com o fito de se garantir equilíbrio
nas contas públicas. Contudo, não desvia o Poder Público da contextualização social,
garantindo-se, ainda, que este possa focar esforços nos serviços públicos essenciais.10

Dito isso, verifica-se que o Estado não perdeu totalmente a ingerência, mas
esta foi mitigada, especialmente no que tange a direção econômica da Nação. O papel do
Estado se concentrará na fiscalização e normatização dos aspectos da economia, ao
passo que, a exploração da riqueza (atividade econômica) será delegada a iniciativa
privada, que estará limitada a um planejamento normativo estatal.

Haure-se do contexto mencionado que, no aspecto jurídico, o Estado


Regulador terá sua autonomia relativizada aos momentos nos quais a iniciativa privada
não garanta, por intermédio do planejamento normativo estatal, o bem-estar coletivo.

REFERÊNCIA:

[e-book na Biblioteca Virtual] FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 10 ed.


Re., atual. e ref. Rio de Janeiro: Foresente, 2019. Capítulo 01, itens 1.2 a 1.4.5, p. 20/32.

REFERÊNCIA COMPLEMENTAR:

MASSO, Fabiano Del. Direito econômico esquematizado. 2 ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Forense. São Paulo: MÉTODO, 2013. Itens 1.3 a 1.4.3 e 3.1.1 a 3.1.2.

CONTEÚDO EXTRA:

[e-book] MOREIRA, Mauro. Procurador Federal. Direito Econômico. Instituto Fórmula.

10FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Direito Econômico. 10 ed. Re., atual. e ref. Rio de Janeiro:
Forense, 2019.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


Link de acesso> https://www.institutoformula.com.br/wp-
content/uploads/2018/08/D.-Econo%cc%82mico-Introduc%cc%a7a%cc%83o-1.pdf.

A CONSTITUIÇÃO E O SUPREMO. Constituição da República Federativa do Brasil


Comentada. Link de acesso> http://www.stf.jus.br.

SANTOS, Rui. O estado intervencionista se mantém porque sabe explorar o medo dos
indivíduos. Mises Brasil. Link de acesso> https://www.mises.org.br/article/2145/o-
estado-intervencionista-se-mantem-porque-sabe-explorar-o-medo-dos-individuos.

FRIEDMAN, Milton. Coletânea de vídeos acerca da obra “Livre para Escolher”. Link de
acesso>
https://www.youtube.com/watch?v=VtwnqXVHhbU&list=PLylpjl6zi__CR19sF78lDHBP
TQIdM31-V.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


QUADRO MNEMÔNICO:

Não há intervenção estatal nos


ESTADO LIBERAL aspectos econômicos; plena
liberdade do cidadão nesta
questão.

ESTADO Mínima intervenção estatal nos


POSICIONAMENTO ECONÔMICO ESTATAL

INTERVENCIONISTA aspectos econômicos; o Estado


ECONÔMICO regularia as distorções.

Média intervenção estatal nos


ESTADO aspectos econômicos; Estado
INTERVENCIONISTA precisa implementar políticas
SOCIAL públicas assistencialistas e
proteção dos vulneráveis.

Absoluta intervenção estatal nos


ESTADO aspectos econômicos; é um poder
INTERVENCIONISTA central quem define e decide toda
SOCIALISTA a questão de distribuição de
riquezas.

Média intervenção estatal nos


ESTADO REGULADOR aspectos econômicos, mostrando-
se um meio-termo entre o Estado
Liberal e o Estado Social.

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro


QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO:

Q152111 - Direito Econômico - Intervenção do Estado na Economia


Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE - 2011 - TRF - 5ª
REGIÃO - Juiz Federal

1) No que se refere a liberalismo e intervencionismo, assinale a opção correta.

A) A atuação do Estado, seja por meio do condicionamento da atividade econômica, seja


por meio da exploração direta de determinada atividade econômica, anula, por inteiro, a
forma econômica capitalista prevista na CF.
B) O intervencionismo valoriza o indivíduo como agente econômico e ente responsável
pela condução das regras de mercado.
C) Com o liberalismo, buscou-se atingir a justiça social por meio da imposição de regras
estatais na condução da atividade econômica, sem se considerar o lucro.
D) O objetivo do liberalismo foi o de livrar o indivíduo da usurpação e dos abusos do
poder estatal na condução da atividade econômica.
E) O intervencionismo visava proteger o Estado dos abusos advindos do liberalismo,
como foi o caso da concorrência desleal entre os indivíduos e o Estado.

RESPOSTA: Alternativa D

Q216452 - Direito Econômico - Institutos de direito econômico


Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: CESPE - 2011 - TRF - 2ª
REGIÃO - Juiz Federal

2) Entre as competências da Secretaria de Acompanhamento Econômico do


Ministério da Fazenda, órgão do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
(SBDC), inclui-se a de:

A) decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos do inquérito


administrativo ou de seu procedimento preparatório.
B) sugerir ao Tribunal Administrativo de Defesa Econômica condições para a celebração
de acordo em controle de concentrações e fiscalizar o seu cumprimento.
C) desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a política de prevenção de
infrações da ordem econômica.
D) opinar, quando considerar pertinente, sobre proposições legislativas em tramitação
no Congresso Nacional, nos aspectos referentes à promoção da concorrência.
E) instruir o público sobre as diversas formas de infração da ordem econômica e os
modos de sua prevenção e repressão.

RESPOSTA: Alternativa D

Professor Guilherme Prado Bohac de Haro

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