socialismo soviético, as exigências de reestruturação do capitalismo e os limites da exploração do meio ambiente, puseram fim às utopias centradas no desenvolvimento industrial e o ideal de felicidade que este anunciava. Já não há como desconhecer a gravidade dos problemas ambientais globais, notadamente o aquecimento da terra, a depleção da camada de ozônio, perda de diversidade biológica, desertificação, poluição dos mares, enfim, um conjunto de fenômenos ambientais transnacionais. O impasse ecológico coloca de forma radical, a necessidade inadiável de se repensar as relações entre as sociedades humanas e a natureza, diante dos processos de reestruturação política, institucional e econômica que vem se configurando em escala planetária; cujas consequências são decisivas para os rumos da humanidade na aurora do terceiro milênio. A complexidade e incertezas do mundo contemporâneo, sobretudo a partir da década de 1980, com a aceleração da globalização, anunciam a indesejada guinada para o caos, caso não se estabeleça uma contratualidade eco-política mundial, um necessário comprometimento com o futuro, onde possam emergir padrões de sociabilidade em bases sustentáveis. A irrupção da crise ecológica global no último quartel do século XX, rompendo fronteiras nacionais e transbordando em problemas derivados das mudanças climáticas o chamado aquecimento global. Tornou-se uma questão absolutamente fundamental que interroga as forças da sociedade moderna e desafia estruturas e processos de governança do local ao global, diante do futuro sombrio e incerto, mas também utópico que anuncia o novo século. O impasse ecológico contemporâneo representa a face dramática do esgotamento desse modelo, fundado na racionalidade instrumental, que gera padrões de produção e consumo insustentáveis e contribui para uma crise de civilização sem precedentes. Os efeitos desestruturadores da lógica hegemônica do capital sobre a natureza, transformada e recriada, na perspectiva da mercantilização e apropriação privada de bens, traz em seu bojo a pobreza e a destruição em escala progressiva dos ecossistemas terrestres, como produtos da abissal assimetria entre povos nos seus diferentes estágios de desenvolvimento. O domínio da razão instrumental, sobretudo nos períodos subsequentes à dupla revolução (francesa e inglesa), moldou o processo civilizatório, sob a dinâmica da acumulação capitalista.