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DIVISÃO DE ENGENHARIA

Direcção do Curso de Engenharia de Minas


Curso de Engenharia de Processamento Mineral & Engenharia de Mina

Arbitragem é uma forma de resolução de disputas na qual uma terceira parte decide o
resultado da disputa. Normalmente as partes designam o árbitro que tomará a decisão. A
decisão do árbitro pode ser vinculativa ou não vinculativa para as partes, dependendo do
acordo realizado antes do início do processo de arbitragem. A arbitragem não vinculativa é
frequentemente utilizada para assistir as partes que se encontram num impasse em relação a
uma determinada questão. Embora as partes não sejam obrigadas a aceitar o resultado, o peso
da decisão do árbitro fornece o estímulo para as partes reconsiderem as suas opções anteriores.
Conciliação - é uma forma de terceira parte na qual o conciliador aparece com propostas
concretas de solução aceitáveis para os adversários.

Mediação
Mediação refere se ao processo pelo qual um terceiro presta assistência em termos de
procedimento para ajudar as pessoas ou grupos em conflito a resolverem as suas diferenças.
Segundo Cunha (2000:109), a mediação consiste num terceiro imparcial (mediador)
assistindo e conduzindo duas ou mais partes negociantes a identificarem os pontos de conflito
e, posteriormente, desenvolverem de forma mútua propostas que ponham fim ao conflito. O
mediador participa das reuniões com as partes de modo a coordenar o que for discutido,
facilitando a comunicação e, em casos de impasse, intervindo de modo a auxiliar a melhor
compreensão e reflexão dos assuntos e propostas, mas nunca impondo às partes uma solução
ou qualquer tipo de sentença.

Para Guilande (2000:98), a mediação consiste na designação de uma terceira pessoa,


imparcial e independente, que tem como função levar as partes a encontrar uma solução
satisfatória para ambas. O processo de mediação pode terminar quando as partes chegam a
um consenso, ou quando as partes chegam ao impasse. Caso haja consenso, é redigido o
acordo alcançado, que contém a indicação expressa dos direitos e obrigações de cada uma das
partes. O acordo da mediação deve ser assinado pelas partes. Havendo impasse, o mediador
deve emitir uma declaração formal relativa ao impasse no prazo subsequente de 3 (três) dias.

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Constata-se que a mediação é um meio consensual e voluntário de resolução de conflitos de
interesses, realizado entre pessoas físicas e/ou jurídicas, que elegem, segundo a sua
confiança, uma terceira pessoa - o mediador, independente e imparcial, com formação técnica
ou experiência adequada à natureza do conflito, que terá, por funções, aproximar e facilitar a
comunicação das partes, para que estas solucionem as suas divergências e construam, por si
próprias, os seus acordos com base nos seus interesses.

Neste entendimento, verifica-se que a mediação é um processo orientado a conferir às


pessoas nele envolvidas a autoria das suas próprias decisões, convidando-as à reflexão e
ampliando alternativas. É um processo não adversarial dirigido à desconstrução dos impasses
que imobilizam a negociação, transformando um contexto de confronto em contexto
colaborativo. É um processo confidencial e voluntário no qual um terceiro imparcial facilita a
negociação entre duas ou mais partes onde um acordo mutuamente aceitável pode ser um dos
desfechos possíveis (Chiavenato, 2004:46).

O processo de mediação é complexo e comporta os conceitos de resolução de conflitos ou


gestão de conflitos, do acordo, da comunicação, da transformação, podendo mudar com a
vida dos envolvidos no processo, não podendo ser visto por isso de forma simples, atado a
apenas um desses conceitos.

Mediador

Para Yulk (1998:417), o mediador é um terceiro independente e imparcial que aproxima e


facilita a comunicação das partes, para que estas solucionem as suas divergências e
construam, por si próprias, num ambiente colaborativo, os seus acordos com base nos seus
interesses.

Processo de Mediação
As características para que um profissional possa actuar como mediador se referem à
capacidade (civil) e à confiança depositada pelas partes, que decorre da capacitação técnica,
especialidade da matéria e da habilidade de negociação da pessoa escolhida.

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Constamos que qualquer pessoa com interesse em conduzir o procedimento de mediação
poderá fazê-lo, embora os conhecimentos de outras áreas sejam bastante úteis à mediação,
uma vez que ela é uma ciência interdisciplinar. O mediador, no desempenho de sua
actividade, deverá agir com imparcialidade (sem interesse pessoal no resultado do conflito
das partes ou relacionamento capaz de afectar sua imparcialidade), independência (agir
livremente no procedimento, de acordo com o seu livre convencimento), competência (com
efectivo conhecimento das técnicas de mediação para que as partes possam decidir),
confidencialidade (mantendo sigilo sobre qualquer facto, situação, documento, proposta ou
informação ocorrida na mediação, excepto se acordado o contrário pelas partes ou
estabelecido por lei), e diligência (com prudência, cautela, disponibilidade de tempo e bom
senso durante o exercício da mediação e após o seu término) (Yulk, 1998:417).

Conforme Six (2001:178), antes da aceitação da nomeação, é dever do mediador certificar-se


de que possui a experiência e as competências suficientes para conduzir a mediação, bem
como revelar qualquer facto (interesse, relacionamento de qualquer natureza, seja ele
negocial, profissional ou social que possa ter ou que tenha tido com qualquer uma delas) ou
circunstância que possa gerar dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência,
para que as partes tenham elementos de avaliação e decisão sobre a sua continuidade. Não
poderá funcionar como mediador a pessoa que possua, com as partes ou com o conflito,
qualquer comprometimento, observadas as causas de impedimento e suspeição previstas pela
lei processual.
Para Fiorelli e cols. (2004:44), o processo mediador possibilita “transformar os antagonismos
em convergências – não obrigatoriamente em concordâncias”, pois se trata de um processo de
“realinhamento das divergências, reduzindo as proporções em que as forças se opõem sem,
entretanto, ter por objetivo a uniformidade que conduz à estagnação”.

Em conformidade com Cooley (2001), a posição do mediador, que é a terceira parte


envolvida na resolução do conflito, deve ser pautada pela imparcialidade, independência e
neutralidade. A sua função está direccionada à condução do processo e não à decisão ou
resolução do mesmo, uma vez que as soluções advêm necessariamente das partes. O
mediador actua como uma terceira pessoa capaz de alterar o poder e a dinâmica social do
relacionamento conflituado, influenciando as crenças ou os comportamentos das partes
individuais.

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Folger e Bush (1999) defendem a existência de uma dimensão transformativa do conflito, que
pode ser estimulada por um processo de mediação bem conduzido. Segundo os autores, os
mediadores podem seguir conscientemente uma abordagem que permite e ajuda as partes a
aproveitar as oportunidades que o conflito apresenta para a capacitação (autodeterminação) e
empatia (reconhecimento). Cabe ao mediador, portanto, auxiliar na promoção da empatia, do
olhar de reconhecimento ao outro.

Elementos que compõem o processo de mediação

Os elementos que compõem o processo de mediação são: os participantes, a demanda, o


mediador, o diálogo e o tempo.

 Os participantes: chamados também de envolvidos ou demandantes, são os


principais actores e os elementos mais importantes no processo de mediação. Antes
que a demanda apareça, seja esclarecida e que haja qualquer abertura para que a dupla
de mediadores se apresente como “terceira pessoa” no processo de mediação, os
participantes já existem (Moore, 1998:78).

 A demanda: a demanda apresenta-se na própria explanação da questão pelos


envolvidos na mediação. Como destaca Six (2001: 237), a mediação é um processo
dinâmico, aberto, que permite novas relações e a regulação de tensões e conflitos. Isso
só é possível através do diálogo entre os participantes e o mediador e dos participantes
entre si. A condução do diálogo pelo mediador permite aos envolvidos na questão a
reflexão sobre os seus reais interesses, o que chamamos de conflito real. Geralmente,
a questão ou o conflito trazido inicialmente não passa de um conflito aparente.

O papel do mediador é o de conduzir os demandantes a reflectirem sobre os diferentes


aspectos que compõem aquele conflito, levando-os a um processo de auto-reflexão sobre os
reais interesses que motivam as suas pretensões. Sales (2004:49) afirma “Para descobrir os
reais interesses das partes (...), o mediador deve realizar o trabalho de escuta e de
questionamentos que auxilie a reflexão e que abra o discurso para novas possibilidades de
abordagem”.

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Constata-se que este exercício conduzido pelo mediador, mas consumado livremente pelos
participantes, dá-se o nome de desconstrução e reconstrução da demanda pelos próprios
envolvidos, o que permite trazer à tona os reais conflitos sobre os quais eles mesmos deverão
se debruçar para a construção de uma solução justa. A desconstrução e reconstrução da
demanda fazem-se essenciais para que o acordo proposto e pactuado pelos participantes não
se detenha em elementos superficiais, fazendo com que o real conflito permaneça e se
manifeste em outras oportunidades, perpetuando a relação conflituosa.

 Diálogo: Six (2001) faz uma reflexão sobre o mito da comunicação-total que impera
no tempo actual, em que as informações circulam de maneira rápida e sem fronteiras,
porém, há a negação de toda a interioridade e toda a profundidade. Ele caracteriza o
tempo em que há espaço para a mediação como um tempo de diálogo e silêncio
verdadeiros.

Neste entendimento, para Sales (2004:76), o mediador é a ponte de ligação entre pessoas
ainda desconexas nas suas pretensões antagónicas ou divergentes. Ele é quem suscita entre os
participantes o diálogo construtor e verdadeiro, sem o qual não há possibilidades de se chegar
a um acordo que verdadeiramente responda aos anseios de justiça e solução do problema. É
ele quem utiliza a arte de estabelecer ligações entre os envolvidos no conflito, através do
diálogo e da abertura de oportunidades para que os mesmos se percebam mutuamente nos
seus anseios e sentimentos. É a partir deste movimento que os próprios participantes suscitam
saídas e soluções colaborativas, não-violentas, criativas, participativas, co-responsáveis,
solidárias, respeitadoras das suas diferenças e que sejam duradouras.

 Tempo: Todo o processo de mediação está intimamente ligado ao factor tempo.


Desenvolve-se com o tempo a seu favor e não contra ele. Na mediação, não se pode
prever um padrão ideal de tempo no qual ela se desenvolve.
Segundo Schein (1980:104), o tempo dependerá de cada caso e do estágio em que os
demandantes se encontram na percepção e entendimento das questões que trazem, assim
como da disposição, da vontade dos mesmos em convergirem para um acordo. Quando não
há a observância do factor tempo, há grandes possibilidades de as partes não chegarem a um
acordo ou do resultado ser superficial quanto ao objecto da demanda ou do conflito
propriamente dito, não respondendo assim ao objectivo de condução dos envolvidos ao

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acordo legítimo, duradouro e justo em relação aos quais os participantes se impliquem no
compromisso de cumpri-lo.

Vantagens e Desvantagens da mediação de conflitos1

Vantagens da mediação

 Económica: menos custos emocionais e financeiros;

 Cooperativa: ambas as partes ganham ou obtêm um benefício, e não apenas uma


delas;

 Criativa: procura soluções que satisfaçam as necessidades de ambas as partes e não


se restringe ao que diz a lei;

 Confidencial: mesmo que não se alcance o acordo, o conteúdo das sessões não
poderá ser objecto de prova em tribunal, nem o mediador testemunha de qualquer das
partes.

Desvantagens da mediação

 O pequeno número de Centros de Mediação, só encontra esses nos grandes centros


económicos e capitais;

 A falta de divulgação é uma grande desvantagem apresentada, pois não há informação


sobre o procedimento, custos, acesso e eficiência da mediação, situação que torna a
mediação distante daqueles possíveis usuários;

 A falta de conscientização é algo claramente demonstrado também, além do não


conhecimento de como funciona a técnica, existe resistência a sua utilização por não
existir divulgação dos resultados positivos e satisfatórios.

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Manual do Formando: Folha Didáctica COMAL (2013)

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Fases da Mediação

Segundo Schein (1980), a mediação compreende oito estágios, que consistem em:2

a) Iniciação – quando as partes optam pela mediação, designando um mediador, que


pode ser uma parte neutra, privada, ou uma organização pública ou privada
especializada em mediação.

b) Preparação – nesta fase, os advogados das partes, quando existam, devem recolher
informações acerca das circunstâncias da disputa, dos interesses e das necessidades
das partes, dos seus direitos e obrigações, das alegações ou defesas jurídicas de cada
parte, das suas fraquezas ou forças relativas, e sobre as soluções ou resultados
específicos que se esperança alcançar. O mediador deve também preparar-se,
informando-se sobre as partes e as características da disputa.

c) Introdução - aqui, o mediador esclarece as partes sobre o processo de mediação,


altura em que tenta ganhar a aceitação das partes, demonstrando a sua integridade,
imparcialidade e credibilidade. O mediador assume o controlo do procedimento,
estabelecendo as questões controversas e as posições das partes, incentivando-as a
negociarem directamente.

d) Declaração do problema - inclui a exposição da demanda (disputa, conflito) pelas


partes. Neste momento serão discutidas abertamente as controvérsias à medida que
forem sendo levantadas, ou pode-se identificar primeiro as questões para virem a ser
discutidas posteriormente.

e) Esclarecimento do problema – trata-se de um momento em que o mediador especifica


as questões básicas entre as partes.

f) Geração e avaliação de alternativas – nesta fase, o mediador estimula as partes a


interrogarem-se acerca das suas posições, levando-as a produzir alternativas e
propondo, igualmente, soluções para a composição do conflito.

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Manual do Formando folha didáctica (2013)

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g) Selecção de alternativas - o mediador aponta as soluções viáveis e as impraticáveis,
ajudando as partes a estabelecer aquela que produzirá o melhor resultado.

h) Acordo - fase em que o mediador esclarece os termos do acordo e confirma a


aceitação pelas partes desses termos.

Por outro lado, Coughlig (2005:179) entende que a mediação tem três fases, a saber:

 A facilitação – é um processo no qual o mediador se encontra com as partes, conjunta


ou separadamente, para tentar através do diálogo resolver conflito;

 A investigação dos factos – é um processo em que o mediador tenta ajudar as partes


na determinação de certos factos, para os ajudar, o que é útil para verificar diferenças
nos factos que as impedem de resolver os problemas;
 A elaboração de um parecer – pode revestir a forma de um conselho informal ou ser
semelhante a um processo arbitral, mas este parecer não é vinculativo. Usa-se se as
partes estiverem de acordo ou se o mediador entender que pode ajudar a resolver o
conflito.

Seja qual for o critério que se decida adoptar, é importante que os mediadores, as partes e
todos os intervenientes no processo se habituem a organizar-se de maneira a adoptar um
método para conduzir o processo. Apenas por isso é que se apontam estes dois critérios de
identificação das fases.

A Dinâmica da Mediação

A mediação de conflitos é, em termos de propósitos, o instrumento mais próximo da


negociação directa colaborativa. Por objectivar reproduzi-la na presença de um terceiro,
ganha como sinónimo o termo “negociação assistida”. Assistida por um terceiro – o
mediador, que coordena o diálogo entre os mediadores de forma a mantê-los como autores
não somente da(s) soluções propostas(s), mas também de todos os aspectos regidos pela
autonomia da vontade (Fester, 2003:76).

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Em torno desta dinâmica, temos quatro princípios de ensinamentos sobre a mediação
(Coughlin, 1997:98).
 Discriminação entre as questões a serem negociadas e a relação existente entre os
envolvidos no desacordo – mediadores reconhecem que no dissenso não se negociam
apenas a matéria, a substância, mas também a maneira como estamos e como temos
sido tratados por esse outro. Pautados nessa premissa, mediadores constroem, com a
anuência dos mediandos, uma pauta objetiva (relativa à matéria) e uma pauta
subjectiva (relativa à relação) de negociação e trabalham ambas as pautas em paralelo.
Na pauta objectiva, a matéria ganhas evidências, na subjectiva destacam-se,
especialmente, os sentimentos traduzidos em preocupações futuras ou em necessidade
de reconhecimento, assim como os valores feridos na convivência.

 Negociação de posições e não de interesses – mediadores reconhecem que posições


são escudos rígidos o suficiente para defender interesses e importantes necessidades,
ocultos num primeiro momento. A mediação integra o pacote das negociações
baseada em interresses – um recente norteador de construção de consenso. A imagem
que tem traduzido a preciosa diferença entre posições e interesses é a do iceberg, que
mostra emersa a menor parte da sua estrutura – posição – e tem submerso a sua maior
massa de gelo – interesses, necessidades e valores. É preciso submergir nas posições,
por meio de perguntas, para alcançar os interesses e valores salvaguardados. Numa
negociação baseada em interesses, como a mediação, são os interesses e os valores
comporão a pauta de negociação, e não as posições.

 Criação de soluções de benefícios mútuo – ao auxiliar os mediando a pensarem, a


formatarem e oferecerem soluções que contemplem a todos os envolvidos,
mediadores os estimulam, indirectamente, a exercitar a cooperação e cuidar do
restauro da relação social entre eles. Criar soluções de benefício mútuo é um convite
difícil de ser aceite. Não é prática na nossa cultura sentar-se a mesa de negociações
nos colocando no lugar do outro para identificar as suas necessidades e interesses,
visando a incluí-los na solução a ser proposta. Estamos habituados a buscar e oferecer
soluções que nos atendam, sem considerar, por vezes, o custo para o outro ou as
possibilidades objectivas ou subjectivas desses outros para atendê-las. Essa é uma

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mudança paradigmática proposta, que demanda, por vezes tempo de assimilação e
concretização.

 Estabelecimento de critérios objectivos para obter consenso – ao incentivar os


mediadores a adoptarem tais critérios, os mediadores propiciam a desconstrução de
impasses, possibilitando que a eleição de norteadores para operacionalizar uma
decisão não se constitua em obstáculo para colocá-la em prática. Se a venda de parte
da sociedade comercial é consenso, critérios objectivos podem ajudar a
operacionalizá-la; se a convivência com o(s) filho(s) será definida por comum acordo,
critérios objectivos podem auxiliar a efectivá-la; se um grupo decide, após longas
negociações, comemorar um evento com um jantar, critérios objectivos (uso de
cartão, existência de estacionamento, comida contemporânea com pratos
vegetarianos, inclusive) podem facilitar a escolha do restaurante.

Nesta percepção, em torno dessa dinâmica, o processo de mediação se instala: ouvindo os


mediandos, auxiliando-os a negociar as pautas objectivas e subjectivas, incentivando-os à
busca de soluções de benefício mútuo, responsáveis directos pelo comprometimento na
execução do acordado.

Esquema Representativo das Relações Laborais em Moçambique

Estado

Empregador Empregado

Fonte: Lei de Trabalho Moçambicano

Centro de Mediação e Arbitragem Laboral

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A mediação está regulamentada na Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto e foi publicado no B.R. I
Série, a mesma lei cria os Centros de Mediação e o Decreto-lei 31/2005 regula o uso da
Mediação, na resolução dos Conflitos a mediação e arbitragem é um órgão importante em
Moçambique regulada por legislação específica e é uma das medidas de resolução de
conflitos com processo de obrigatoriedade a ser conduzido para a mediação antes de serem
submetidos aos tribunais.

O processo de mediação, encontra-se exaustivamente descrito nos Artigos 186º e 187º da Lei
23/2007 de 1 de Agosto, mas, o essencial a reter, é que ela também constitui um meio,
auxiliar de negociação directa, na qual as partes encarregam uma terceira pessoa (mediador),
para procurar uma solução para o conflito que as opõem. Este elabora propostas de resolução
do conflito que propõe as partes, e que estas, são livres de aceitar ou rejeitar. E caracteriza-se
por ser uma solução: Voluntária; Confidencial; Económica; Rápida; Eficaz e Segura.

Na mediação o mediador não toma a decisão da disputa mas sim procura fazer com que as
partes envolvidas explorem as várias alternativas positivas para permitir que os intervenientes
possam buscar uma solução por conta própria, o que deixa claro que o mediador somente
controla o processo e não os resultados. O mediador deve ser imparcial e profissional para
todos efeitos positivos na disputa.

Vantagens no Uso de Centro de Mediação e Arbitragem Laboral na Negociação de


Conflitos Laborais

O uso deste centro permite: maior celeridade e rapidez da obtenção da solução; redução
significativa nos encargos financeiros dispendidos pelas partes; menor desgaste emocional;
auto-determinação na participação directa das partes para a construção da solução; promove a
pacificação do relacionamento entre as pessoas ou entidades envolvidas; busca uma solução
equilibrada e satisfatória para ambas as partes e maior eficácia no cumprimento do acordo,
por ter sido construído pelas partes.

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