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Arbitragem é uma forma de resolução de disputas na qual uma terceira parte decide o
resultado da disputa. Normalmente as partes designam o árbitro que tomará a decisão. A
decisão do árbitro pode ser vinculativa ou não vinculativa para as partes, dependendo do
acordo realizado antes do início do processo de arbitragem. A arbitragem não vinculativa é
frequentemente utilizada para assistir as partes que se encontram num impasse em relação a
uma determinada questão. Embora as partes não sejam obrigadas a aceitar o resultado, o peso
da decisão do árbitro fornece o estímulo para as partes reconsiderem as suas opções anteriores.
Conciliação - é uma forma de terceira parte na qual o conciliador aparece com propostas
concretas de solução aceitáveis para os adversários.
Mediação
Mediação refere se ao processo pelo qual um terceiro presta assistência em termos de
procedimento para ajudar as pessoas ou grupos em conflito a resolverem as suas diferenças.
Segundo Cunha (2000:109), a mediação consiste num terceiro imparcial (mediador)
assistindo e conduzindo duas ou mais partes negociantes a identificarem os pontos de conflito
e, posteriormente, desenvolverem de forma mútua propostas que ponham fim ao conflito. O
mediador participa das reuniões com as partes de modo a coordenar o que for discutido,
facilitando a comunicação e, em casos de impasse, intervindo de modo a auxiliar a melhor
compreensão e reflexão dos assuntos e propostas, mas nunca impondo às partes uma solução
ou qualquer tipo de sentença.
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Constata-se que a mediação é um meio consensual e voluntário de resolução de conflitos de
interesses, realizado entre pessoas físicas e/ou jurídicas, que elegem, segundo a sua
confiança, uma terceira pessoa - o mediador, independente e imparcial, com formação técnica
ou experiência adequada à natureza do conflito, que terá, por funções, aproximar e facilitar a
comunicação das partes, para que estas solucionem as suas divergências e construam, por si
próprias, os seus acordos com base nos seus interesses.
Mediador
Processo de Mediação
As características para que um profissional possa actuar como mediador se referem à
capacidade (civil) e à confiança depositada pelas partes, que decorre da capacitação técnica,
especialidade da matéria e da habilidade de negociação da pessoa escolhida.
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Constamos que qualquer pessoa com interesse em conduzir o procedimento de mediação
poderá fazê-lo, embora os conhecimentos de outras áreas sejam bastante úteis à mediação,
uma vez que ela é uma ciência interdisciplinar. O mediador, no desempenho de sua
actividade, deverá agir com imparcialidade (sem interesse pessoal no resultado do conflito
das partes ou relacionamento capaz de afectar sua imparcialidade), independência (agir
livremente no procedimento, de acordo com o seu livre convencimento), competência (com
efectivo conhecimento das técnicas de mediação para que as partes possam decidir),
confidencialidade (mantendo sigilo sobre qualquer facto, situação, documento, proposta ou
informação ocorrida na mediação, excepto se acordado o contrário pelas partes ou
estabelecido por lei), e diligência (com prudência, cautela, disponibilidade de tempo e bom
senso durante o exercício da mediação e após o seu término) (Yulk, 1998:417).
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Folger e Bush (1999) defendem a existência de uma dimensão transformativa do conflito, que
pode ser estimulada por um processo de mediação bem conduzido. Segundo os autores, os
mediadores podem seguir conscientemente uma abordagem que permite e ajuda as partes a
aproveitar as oportunidades que o conflito apresenta para a capacitação (autodeterminação) e
empatia (reconhecimento). Cabe ao mediador, portanto, auxiliar na promoção da empatia, do
olhar de reconhecimento ao outro.
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Constata-se que este exercício conduzido pelo mediador, mas consumado livremente pelos
participantes, dá-se o nome de desconstrução e reconstrução da demanda pelos próprios
envolvidos, o que permite trazer à tona os reais conflitos sobre os quais eles mesmos deverão
se debruçar para a construção de uma solução justa. A desconstrução e reconstrução da
demanda fazem-se essenciais para que o acordo proposto e pactuado pelos participantes não
se detenha em elementos superficiais, fazendo com que o real conflito permaneça e se
manifeste em outras oportunidades, perpetuando a relação conflituosa.
Diálogo: Six (2001) faz uma reflexão sobre o mito da comunicação-total que impera
no tempo actual, em que as informações circulam de maneira rápida e sem fronteiras,
porém, há a negação de toda a interioridade e toda a profundidade. Ele caracteriza o
tempo em que há espaço para a mediação como um tempo de diálogo e silêncio
verdadeiros.
Neste entendimento, para Sales (2004:76), o mediador é a ponte de ligação entre pessoas
ainda desconexas nas suas pretensões antagónicas ou divergentes. Ele é quem suscita entre os
participantes o diálogo construtor e verdadeiro, sem o qual não há possibilidades de se chegar
a um acordo que verdadeiramente responda aos anseios de justiça e solução do problema. É
ele quem utiliza a arte de estabelecer ligações entre os envolvidos no conflito, através do
diálogo e da abertura de oportunidades para que os mesmos se percebam mutuamente nos
seus anseios e sentimentos. É a partir deste movimento que os próprios participantes suscitam
saídas e soluções colaborativas, não-violentas, criativas, participativas, co-responsáveis,
solidárias, respeitadoras das suas diferenças e que sejam duradouras.
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acordo legítimo, duradouro e justo em relação aos quais os participantes se impliquem no
compromisso de cumpri-lo.
Vantagens da mediação
Confidencial: mesmo que não se alcance o acordo, o conteúdo das sessões não
poderá ser objecto de prova em tribunal, nem o mediador testemunha de qualquer das
partes.
Desvantagens da mediação
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Manual do Formando: Folha Didáctica COMAL (2013)
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Fases da Mediação
Segundo Schein (1980), a mediação compreende oito estágios, que consistem em:2
b) Preparação – nesta fase, os advogados das partes, quando existam, devem recolher
informações acerca das circunstâncias da disputa, dos interesses e das necessidades
das partes, dos seus direitos e obrigações, das alegações ou defesas jurídicas de cada
parte, das suas fraquezas ou forças relativas, e sobre as soluções ou resultados
específicos que se esperança alcançar. O mediador deve também preparar-se,
informando-se sobre as partes e as características da disputa.
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Manual do Formando folha didáctica (2013)
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g) Selecção de alternativas - o mediador aponta as soluções viáveis e as impraticáveis,
ajudando as partes a estabelecer aquela que produzirá o melhor resultado.
Por outro lado, Coughlig (2005:179) entende que a mediação tem três fases, a saber:
Seja qual for o critério que se decida adoptar, é importante que os mediadores, as partes e
todos os intervenientes no processo se habituem a organizar-se de maneira a adoptar um
método para conduzir o processo. Apenas por isso é que se apontam estes dois critérios de
identificação das fases.
A Dinâmica da Mediação
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Em torno desta dinâmica, temos quatro princípios de ensinamentos sobre a mediação
(Coughlin, 1997:98).
Discriminação entre as questões a serem negociadas e a relação existente entre os
envolvidos no desacordo – mediadores reconhecem que no dissenso não se negociam
apenas a matéria, a substância, mas também a maneira como estamos e como temos
sido tratados por esse outro. Pautados nessa premissa, mediadores constroem, com a
anuência dos mediandos, uma pauta objetiva (relativa à matéria) e uma pauta
subjectiva (relativa à relação) de negociação e trabalham ambas as pautas em paralelo.
Na pauta objectiva, a matéria ganhas evidências, na subjectiva destacam-se,
especialmente, os sentimentos traduzidos em preocupações futuras ou em necessidade
de reconhecimento, assim como os valores feridos na convivência.
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mudança paradigmática proposta, que demanda, por vezes tempo de assimilação e
concretização.
Estado
Empregador Empregado
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A mediação está regulamentada na Lei n.º 23/2007 de 1 de Agosto e foi publicado no B.R. I
Série, a mesma lei cria os Centros de Mediação e o Decreto-lei 31/2005 regula o uso da
Mediação, na resolução dos Conflitos a mediação e arbitragem é um órgão importante em
Moçambique regulada por legislação específica e é uma das medidas de resolução de
conflitos com processo de obrigatoriedade a ser conduzido para a mediação antes de serem
submetidos aos tribunais.
O processo de mediação, encontra-se exaustivamente descrito nos Artigos 186º e 187º da Lei
23/2007 de 1 de Agosto, mas, o essencial a reter, é que ela também constitui um meio,
auxiliar de negociação directa, na qual as partes encarregam uma terceira pessoa (mediador),
para procurar uma solução para o conflito que as opõem. Este elabora propostas de resolução
do conflito que propõe as partes, e que estas, são livres de aceitar ou rejeitar. E caracteriza-se
por ser uma solução: Voluntária; Confidencial; Económica; Rápida; Eficaz e Segura.
Na mediação o mediador não toma a decisão da disputa mas sim procura fazer com que as
partes envolvidas explorem as várias alternativas positivas para permitir que os intervenientes
possam buscar uma solução por conta própria, o que deixa claro que o mediador somente
controla o processo e não os resultados. O mediador deve ser imparcial e profissional para
todos efeitos positivos na disputa.
O uso deste centro permite: maior celeridade e rapidez da obtenção da solução; redução
significativa nos encargos financeiros dispendidos pelas partes; menor desgaste emocional;
auto-determinação na participação directa das partes para a construção da solução; promove a
pacificação do relacionamento entre as pessoas ou entidades envolvidas; busca uma solução
equilibrada e satisfatória para ambas as partes e maior eficácia no cumprimento do acordo,
por ter sido construído pelas partes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
12. FIORELLI, J. O., MALHADAS M. J. O. & MORAES, D.L. de. (2004). Psicologia
na mediação: inovando a gestão de conflitos interpessoais e organizacionais. São
Paulo: LTR.
14. GIL, António Carlos (2008). Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. São Paulo:
Atlas.
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17. MASSUKADO-NAKATANI, M. S. (2009). Métodos e técnicas de pesquisa em
turismo: Amostragem. Disponível em: http://www.turismo.ufpr.br/drupal5/files/ Aula
%2022%20-%20Amostragem.pdf. Acesso em 3 de Dezembro de 2014.
19. MILLAN, Juan M. Fernando e Gomes, Maria Del Mar Ortiz (2011). Conflitos.
Editora escolar.
27. SALES, Lília Maia de Morais (2004). Justiça e Mediação de Conflitos. Belo
Horizonte: Del Rey.
29. SIX, Jean François (2001). Dinâmica da mediação. Belo Horizonte: Del Rey.
30. VIOTTI, Paul, R Kauupi, Mark (1993) “International Relation Theory: Realism,
Pluralism, Gglobalism” Ed book press, Lausville.
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