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A Odisséia1

Roberto Cunha, 17223031-4, Disciplina Antigo Oriente, 2º Semestre de História, UPIS, 2018

Num curtíssimo resumo, uma longa viagem com várias mudanças de destino. Essa é a odisséia de
Ulisses, conforme registrado na Odisséia de Homero.
Primeira obra prima conhecida e registrada por escrito, a Odisséia é uma narrativa em versos
escrita por Homero por volta do oitavo século a.C. Sequência de outra obra sua, a Ilíada, descreve a
longa viagem de retorno para sua casa de Ulisses, rei de Ítaca, que por 10 anos havia lutado na
Guerra de Tróia.
Poemas com fortes traços míticos e, talvez, um pano de fundo histórico, ambas as obras descrevem
acontecimentos que teriam ocorrido por volta do século 12 a.C. Parte de sua historicidade teria sido
comprovada pelo arqueólogo amador Heinrich Schliemann, um autodidata e negociante alemão,
em fns do século 19. Schliemann encontrou as ruínas do que teria sido a cidade de Tróia e tumbas
reais que provavelmente teriam recolhido o rei Agamenon, de Micenas, citado nas obras, mas o
significado de tais descobertas continua sob disputa.
Distanciando-se cerca de 400 anos entre os prováveis fatos no século 12 a.C. e seu registro por
escrito no século 8 a.C. a Odisséia descrevia em de 12 mil versos o acúmulo das tradições orais
preservadas tanto por bardos como pelo comum do povo. Cópias sucessivas do texto introduziram
variações no mesmo. Seu conteúdo definitivo teria sido fixado por volta do século 3 a.C. por
eruditos gregos na Biblioteca de Alexandria, servindo o mesmo como referência desde a Roma
Antiga até a Idade Média.
Se houve mesmo um Homero é outra questão em aberto. Nada se conhece a seu respeito. Poderiam
ter sido dois autores, vários autores ou mesmo uma mulher o responsável pelas obras.
Tendo Ulisses como personagem principal, a obra descreve sua longa jornada de volta para Ítaca,
retornando de Tróia. O que deveria ter sido uma viagem de duas semanas se torna uma aventura de
10 anos em que Ulisses perde todos os seus barcos e todos os seus homens. Com várias lições
possíveis de serem extraídas, a Odisséia alinhava mitos para descrever a viagem (na vida) do
indivíduo2, suas escolhas, seu senso de sobrevivência acima da virtude, seus aspectos morais, o
dilema destino versus livre arbítrio, o viver a vida escrita por outrem (deuses ?) mas tomando suas
próprias decisões de como ela deve ser vivida. Ulisses, na Odisséia, não era um herói como o
Aquiles da Ilíada. Para esse, a vida devia ser vivida de forma impulsiva, arrogante e com
princípios. Para aquele, o viver a vida assumia um caráter mais pragmático: sobreviver. E, ainda
assim, para Homero ela deveria valer a pena de forma a que, ao se chegar ao seu fim, se pudesse

1
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=C24sCzNwGvY.
2
A viagem do “eu” (“Ego”, em grego).
dizer “Eu vivi uma vida”.

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