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Universus Veritas University Center (Centro Universitário Univeritas)

Disciplina: Saúde Coletiva


Docente: Gabrielly Sbano Teixeira
Curso: Psicologia - Manhã

Resenha Crítica: Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde Brasil.
Ministério da Saúde; Universidade Federal Fluminense; Organização Pan-Americana da Saúde;
São Paulo; s.n; 2006; (60 min )color., estéreo.^c4 3/4 pol.

O documentário Políticas de Saúde no Brasil: Um século de luta pelo direito à saúde possui roteiro
e direção de Renato Tapajós e foi realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Federal Fluminense.
O filme conta a história das políticas de saúde no Brasil, mostrando seu desenvolvimento e
articulação ao longo da história da política brasileira, evidenciando o contexto e os aparatos que
foram criados para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadoria e Pensões, passando
pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões até a implantação do Sistema Único de Saúde.

Sua narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, uma


responsabilidade particular da população e que ao longo do século se tornou um direito universal.
O filme inicia mostrando que apenas as pessoas ricas poderiam arcar com esse custo, enquanto a
maioria da população ficava a mercê dos serviços e saúde filantrópicos de instituições religiosas. No
entanto, com o aumento de epidemias como febre amarela e cólera houve uma necessidade de
intervenção pública para contê-las. Assim, inicialmente as práticas sanitárias implantadas foram de
forma autoritariamente pelo estado, pela força das armas, de modo articulado aos interesses do
capital. Com o avanço dos meios de comunicação, escolarização da população e técnicas da
medicina, a abordagem das políticas de saúde passa a ser informativas, educacionais e de
conscientização junto a população.

O filme cumpre com o desafio de contar 100 anos de história da saúde pública em 60 minutos. Para
isso o filme utiliza uma narrativa ficcional, que reconstrói os contextos históricos, sua cultura de
informacional (jornal, rádio, televisão e internet) mesclando em alguns momentos com materiais
reais de arquivo.

Apesar do filme ser ainda hoje uma importante referência para estudantes iniciantes em saúde
pública no país, a narrativa empregada está muito distante da realidade cultural do jovem atual -
nascidos a partir do ano 2000 hoje com 20 anos. A forma como os fatos são apresentados e são
realizadas as passagens de tempo torna confuso o entendimento sobre como eles se encaixam. O
filme não deixa claro quando começa uma política pública e onde termina a outra e se coexistem
em algum período de tempo. Isso porque a linguagem hoje, até mesmo em filmes ficcionais, é
muito mais direta e objetiva. O filme não traz esta objetividade na sua linguagem.

Para alunos mais velhos, talvez o filme seja de mais fácil compreensão, uma vez que, seus pais e
avós conviveram muito mais de perto com a realidade e cultura expostas no filme. O filme pode
cumprir um papel saudosista de relembrar falas e comportamentos vividos e pouco
compreendidos, uma vez que regras e siglas mudaram.

O filme também pouco explica sobre a formação do Sistema Único de Saúde (SUS), foi confuso
apenas pelo filme compreender o funcionamento dos conselhos populares, conferências e médicos
da família. O que é responsabilidade de cada esfera governamental, quais os limites de atuação de
cada um com se conectam todos estes agentes. Para contribuir com a confusão, ao final, ressalta a
privatização da saúde pelas organizações sociais (OS), mas não foi esclarecedor sobre como
funciona às OS de saúde. Qual era o objetivo deste arranjo de saúde e o que foi na prática.
Inclusive esta é uma marca do filme, apresentar conclusões sobre o que foi na opinião do roteirista
e produtores as políticas de saúde ao longo dos anos. É um filme que já traz conclusões prontas e
não oferece ao espectador a oportunidade de tirar as suas próprias conclusões.

Por outro lado, o aspecto cômico dos Laboratórios Sara Tudo, se sobressai de forma que anula o
aspecto histórico e informacional do filme. O que era para ser um detalhe e trazer leveza para o
filme, ganha uma relevância capaz de ser o ponto de maior destaque dependendo de quem está
assistindo filme. Sendo possível afirmar que praticamente todos que assistiram ao filme lembram
muito mais dos laboratórios Sara Tudo que do encadeamento e a mensagem do filme como um
todo.

Portanto, o filme como documentário pode perder o efeito entre as gerações mais jovens pela
narrativa empregada, tornando-se obsoleto e enfadonho. Como recurso didático, o filme pode ser
melhor utilizado se o professor apresentá-lo como série, em capítulos, fazendo esclarecimentos em
capa etapa da matéria e utilizando pedaços do filme como ilustração do conhecimento. Sua
aplicação em substituição de uma ou mais aulas sobre a história das políticas de saúde pode não
ser aconselhável, visto que, ele é um filme que aborda o assunto, mas não foi elaborado como um
documentário meramente explicativo e elucidativo do assunto. Deixando muitos pontos sem
esclarecimento, carece de intervenção explicativa por profissional especializado no assunto para
ser compreendido. Ademais, o filme já possui um caráter enviesado, apontando opiniões dos seus
produtores e não permitindo compreender de fato quais os pontos positivos e negativos das
políticas públicas de saúde ao longo da história. A formação de crítica acadêmica passa pela
construção do conhecimento que possibilite ao estudante formar a sua própria opinião a partir da
apresentação de fatos. O filme não possibilita isso porque ele não explica objetivamente os
modelos de saúde e a transição ao longo dos anos.

Para o jovem atual, nascidos a partir dos anos 2000, a linguagem adotada no filme está distante da
realidade cultural vivida no seu cotidiano.

e de para tornar a narrativa mais leve e atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de


comunicação dominantes em cada época, como o jornal, o rádio, a TV preto e branco, a TV colorida
e, por fim, o computador e a internet
Militarização da saúde

1923 – Lei das caixas de aposentadorias e pensões. O trabalhadores de empresas teriam


assistência médica e aposentadoria.

Geraldo Paula Souza: Centro de saúde: social e educativa, com medico sanitarista e
educadoras, família é o centro da ação.

Sesp atividades do serviço especial de saúde pública no interior do país – combater as


epidemias, com preocupação social.

Modelos dos centros de saúde é abalado pela proximidade do Brasil com EUA e muda-se a
política de saúde para o modelo americano com grandes hospitais com todas as especialidades
presentes.

Presidente Getúlio Vargas cria o ministério da saúde, porém a visão do modelo de saúde
americano prevaleceu ao modelo de saúde mais social, municipalizado (comunitário) e
integrado a realidade do país.

1970 os IAPs se tornam INPS e os trabalhadores rurais passam a fazer parte do inps.

Movimento popular de saúde: centradas atenção básica.

1980: conselhos populares de saúde.

O governo deu dinheiro a fundo perdido para os hospitais particulares que após capitalizados
se descredenciaram do inamps.

8ª conferencia nacional de saúde – universalidade, integralidade e equidade. Cada cidade terá


um conselho de saúde.

Saúde da família, 1994.

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