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Filosofia Moderna

FIL0163 - (Enem) Outro remédio eficiente é organizar produto necessário da política, não é natural, nem a
colônias, em alguns lugares as quais virão a ser como materialização de uma vontade extraterrena, e
grilhões impostos às províncias, porque isto é tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao
necessário que se faça ou deve-se lá ter muita força de contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser
armas. Não é muito que se gasta com as colônias, e, construída pelos homens para se evitar o caos e a
sem despesa excessiva, podem ser organizadas e barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva,
mantidas. Os únicos que terão prejuízos com elas serão pois há sempre, em germe, o seu trabalho em negativo,
os de quem se tomam os campos e as moradias para se isto é, a ameaça de que seja desfeita.
darem aos novos habitantes. Entretanto, os (SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna,
prejudicados serão a minoria da população do Estado, o intelectual de virtù. In: WEFFORT, Francisco (org.). Clássicos da
política, vol. 01. São Paulo: Ática, 2001. p. 17-18.)
e dispersos e reduzidos à penúria, nenhum dano trarão
ao príncipe, e os que não foram prejudicados terão, por
Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em
isso, que se aquietarem, temerosos de que o mesmo
seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidadão sem
lhes suceda.
fortuna, o intelectual de virtù, é correto afirmar:
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Em O príncipe, Maquiavel apresenta conselhos para a a) Os estudos de Maquiavel sobre o reino do ser na
manutenção do poder político, como o deste trecho, política levam em consideração a tradição idealista de
que tem como objeto a Platão, Aristóteles e São Tomás de Aquino e rejeitam
a) transferência dos inimigos da metrópole para a as interpretações de historiadores antigos, como
colônia. Tácito, Políbio, Tucídides e Tito Lívio.
b) substituição de leis, costumes e impostos da região b) Em sua obra, Maquiavel coloca em relevo a
dominada. dimensão efetivamente social, histórica e política das
c) implantação de um exército armado, constituído relações humanas, explicitando que sua regra
pela população subjugada. metodológica implica o exame da realidade tal como
d) expansão do principado, com migração populacional ela é e não como se gostaria que ela fosse.
para o território conquistado. c) A política, segundo Maquiavel, tem correspondência
e) distribuição de terras para a parcela do povo com as ideias inatistas, ou seja, de que os indivíduos
dominado, que possui maior poder político. são predestinados a um tipo de condição que lhes é
inerente, não havendo possibilidade de mudança ou
qualquer outra forma de alterar as estruturas de poder,
FIL0164 - (Ufpr) Considere a passagem abaixo: por ele denominada de “maquiavélicas”.
d) Segundo Sadek, ao formular uma explicação sobre
A substituição do reino do dever ser, que marca a essa questão, Maquiavel não rompeu com os
filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva paradigmas que fundavam a política de seu tempo, por
Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, conseguinte, favorecendo a perpetuação de tiranias
como instaurar um Estado estável? O problema central nos séculos XV e XVI.
de sua análise política é descobrir como pode ser e) Para Maquiavel, o problema central da política foi a
resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Ao democracia, e sua construção implicava o
formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel fortalecimento de governos descentralizados, o que
provoca uma ruptura com o saber repetido pelos aproximava seus estudos de liberais como John Locke
séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma e Thomas Hobbes.
nova articulação sobre o pensar e fazer política, que
põe fim à ideia de uma ordem natural eterna. A ordem,

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FIL0165 - (Ufpr) Quando se conquistam Estados FIL0166 - (Enem) Para Maquiavel, quando um homem
habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, decide dizer a verdade pondo em risco a própria
há três modos de manter a sua posse: primeiro, integridade física, tal resolução diz respeito apenas a
arruiná-los; segundo, ir habitá-los; terceiro, deixá-los sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de
viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando Estado, os critérios pessoais não são mais adequados
um governo de poucos, que se conserve amigos. [...] para decidir sobre ações cujas consequências se
Quem se torna senhor de uma cidade tradicionalmente tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas
livre e não a destrói será destruído por ela. Tais cidades individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as
têm sempre por bandeira, nas rebeliões, a liberdade e circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se
suas antigas leis, que não esquecem nunca, nem com o decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.
correr do tempo, nem por influência dos benefícios ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna,
recebidos. Por muito que se faça, quaisquer que sejam 2006 (adaptado).
as precauções tomadas, se não se promovem o dissídio
e a desagregação dos habitantes, não deixam eles de O texto aponta uma inovação na teoria política na
se lembrar daqueles princípios e, em toda época moderna expressa na distinção entre
oportunidade, em qualquer situação, a eles recorrem a) idealidade e efetividade da moral.
[...]. Assim, para conservar uma república conquistada, b) nulidade e preservabilidade da liberdade.
o caminho mais seguro é destruí-la ou habitá-la c) ilegalidade e legitimidade do governante.
pessoalmente. d) verificabilidade e possibilidade da verdade.
(MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21- e) objetividade e subjetividade do conhecimento.
22.)

Com base nessa passagem, extraída da obra O Príncipe, FIL0167 - (Unioeste) Considerando-se o seguinte
de Maquiavel, assinale a alternativa correta. fragmento de Maquiavel, indique qual das alternativas
abaixo está CORRETA.
a) O poder emanado do príncipe deve ter a capacidade
de não apenas levar a cabo os planos de expansão de “Um príncipe prudente deve, portanto, conduzir-se de
seu próprio governo, mas sobretudo criar condições uma terceira maneira escolhendo no seu Estado
para que esse poder mantenha-se de forma plena e homens sábios, e só a esses deve dar o direito de falar-
garanta a legitimidade da própria dominação. lhe a verdade a respeito, porém apenas das coisas que
b) A passagem refere-se em especial às repúblicas que ele lhes perguntar. Deve consultá-los a respeito de
ainda não passaram por um processo de tudo e ouvir-lhes a opinião e deliberar depois como
amadurecimento de suas instituições democráticas. bem entender e com conselhos daqueles; conduzir-se
Repúblicas que dependem de orientação externa e de de tal modo que eles percebam que com quanto mais
outras nações na formação da sua própria identidade liberdade falarem, mais facilmente as suas opiniões
política, a fim de suplantar o ódio típico dessas serão seguidas”
repúblicas. (MAQUIAVEL, 1973, p. 105).
c) Para Maquiavel, “habitar” a república conquistada é
uma possibilidade mais condizente com a posição do a) De acordo com Maquiavel, o príncipe, na direção do
Príncipe. Considerando que o autor tinha laços com o seu Estado, não deve consultar ninguém ao tomar
pensamento humanista, “destruir” uma república decisões.
conquistada implicaria lançar mão da força militar, com b) Maquiavel considera que todos têm o direito de
a qual Maquiavel não concordava. criticar as ações do príncipe.
d) No mundo moderno e contemporâneo, o Príncipe, c) Maquiavel afirma que homens sábios podem falar ao
garantidor da ordem e da segurança pública, pode e príncipe o que quiserem, e na hora que bem
deve intervir com o argumento de preservar as entenderem, sendo obrigação do príncipe acatá-los.
instituições democráticas e republicanas, mesmo que d) Conforme Maquiavel, o príncipe deve cercar-se de
para isso seja necessário o uso da força. conselheiros sábios, mas eles nunca devem ter
e) O Príncipe pode, por meio de pleito eleitoral, liberdade para falar a verdade.
plebiscito ou consulta popular, agir em nome do povo e) Maquiavel defende que, como o príncipe precisa da
e garantir a soberania de seu Estado. Pode invadir as opinião livre dos sábios, deve dar-lhes o direito de
nações que coloquem em risco a sua própria liberdade. falar-lhes a verdade, mas apenas das coisas que ele lhe
Pode combater o ódio das outras repúblicas, e que essa perguntar.
nação seja destruída ou habitada pelo Príncipe, a fim
de assegurar a ordem democrática.

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FIL0168 - (Espm) Cícero e os humanistas afirmavam FIL0170 - (Unicamp) Quanto seja louvável a um
que "nada é mais eficaz para defender e manter o príncipe manter a fé, aparentar virtudes e viver com
poder do que ser amado e nada é mais danoso do que integridade, não com astúcia, todos o compreendem;
ser temido”. Um importante pensador moderno contudo, observa-se, pela experiência, em nossos
contrapôs: "Seria desejável ser uma coisa e outra tempos, que houve príncipes que fizeram grandes
(amado e temido), mas, como é quase impossível obter coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e
ambas as coisas ao mesmo tempo, é muito mais seguro souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos
ser temido que amado, quando se deve escolher uma homens, superando, enfim, os que foram leais (...). Um
dessas condições." príncipe prudente não pode nem deve guardar a
Eugenio Garin. Dal Rinascimento all Illuminismo. palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e
O importante pensador moderno mencionado no quando as causas que o determinaram cessem de
enunciado é: existir.
a) Thomas Hobbes; (Nicolau Maquiavel, O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1997, p.
b) Nicolau Maquiavel; 73-85.)
c) Jean Bodin;
d) Jacques Bossuet; A partir desse excerto da obra, publicada em 1513, é
e) John Locke. correto afirmar que:
a) O jogo das aparências e a lógica da força são algumas
FIL0169 - (Unioeste) Texto 1 das principais artimanhas da política moderna
“[...] Quando um homem deseja professar a bondade, explicitadas por Maquiavel.
natural é que vá à ruína, entre tantos maus. Assim, é b) A prudência, para ser vista como uma virtude, não
preciso que, para se conservar, um príncipe aprenda a depende dos resultados, mas de estar de acordo com
ser mau, e que se sirva ou não disso de acordo com a os princípios da fé.
necessidade”. c) Os princípios e não os resultados é que definem o
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 2004, julgamento que as pessoas fazem do governante, por
p. 99. isso é louvável a integridade do príncipe.
Texto 2 d) A questão da manutenção do poder é o principal
“[...] Assim deve o príncipe tornar-se temido, de sorte desafio ao príncipe e, por isso, ele não precisa cumprir
que, se não for amado, ao menos evite ódio, pois é fácil a palavra dada, desde que autorizado pela Igreja.
ser, a um só tempo, temido e não odiado, o que
ocorrerá uma vez que se prive da posse dos bens e das
mulheres dos cidadãos e dos súditos, e, mesmo FIL0171 - (Uel) Leia o texto a seguir.
quando forçado a derramar o sangue de alguém,
poderá fazê-lo apenas se houver justificativa A República de Veneza e o Ducado de Milão ao norte,
apropriada e causa manifesta” [...]. o reino de Nápoles ao sul, os Estados papais e a
Idem, p. 106-7.
república de Florença no centro formavam ao final do
Considerando o pensamento de Maquiavel e os textos século XV o que se pode chamar de mosaico da Itália
citados, assinale a alternativa CORRETA. sujeita a constantes invasões estrangeiras e conflitos
a) O pensamento de Maquiavel volta-se à realidade e internos. Nesse cenário, o florentino Maquiavel
busca alternativas para estabelecer um Estado estável desenvolveu reflexões sobre como aplacar o caos e
onde a ordem possa reinar. instaurar a ordem necessária para a unificação e a
b) Maquiavel, assim como Platão, revela-se um regeneração da Itália.
idealista ao estabelecer padrões ao governante (Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão sem
fundamentados na bondade natural do homem. fortuna, o intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos
c) O príncipe deve ser um homem dotado de boas da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.11-24.)
virtudes (virtù) e dinheiro (fortuna) para que todos o
respeitem e ele possa fazer reinar a estabilidade. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
d) Estado e Igreja se fundem, de acordo com o filósofo. filosofia política de Maquiavel, assinale a alternativa
De nada adianta ao príncipe tentar estabelecer a correta.
ordem, já que ela depende de um estado natural das a) A anarquia e a desordem no Estado são aplacadas
coisas e de uma força extraterrena, tornando todo seu com a existência de um Príncipe que age segundo a
esforço em vão. moralidade convencional e cristã.
e) O objetivo último do pensamento político de b) A estabilidade do Estado resulta de ações humanas
Maquiavel é o de evitar a guerra a todo custo, pois as concretas que pretendem evitar a barbárie, mesmo
atrocidades da guerra desafiam os valores éticos que que a realidade seja móvel e a ordem possa ser
determinam a ação política. desfeita.
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c) A história é compreendida como retilínea, portanto, são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens,
a ordem é resultado necessário do desenvolvimento e a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo
aprimoramento humano, sendo impossível que o caos está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
se repita. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
d) A ordem na política é inevitável, uma vez que o
âmbito dos assuntos humanos é resultante da A partir da análise histórica do comportamento
materialização de uma vontade superior e divina. humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel
e) Há uma ordem natural e eterna em todas as define o homem como um ser
questões humanas e em todo o fazer político, de modo a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o
que a estabilidade e a certeza são constantes nessa bem a si e aos outros.
dimensão. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para
alcançar êxito na política.
FIL0172 - (Ufpa) Ao pensar como deve comportar-se c) guiado por interesses, de modo que suas ações são
um príncipe com seus súditos, Maquiavel questiona as imprevisíveis e inconstantes.
concepções vigentes em sua época, segundo as quais d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-
consideravam o bom governo depende das boas social e portando seus direitos naturais.
qualidades morais dos homens que dirigem as e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas
instituições. Para o autor, “um homem que quiser fazer com seus pares.
profissão de bondade é natural que se arruíne entre
tantos que são maus. Assim, é necessário a um
príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau FIL0174 - (Ufu) Em seus estudos sobre o Estado,
e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a Maquiavel busca decifrar o que diz ser uma verità
necessidade”. effettuale, a “verdade efetiva” das coisas que
Maquiavel, O Príncipe, São Paulo: Abril cultural, Os Pensadores, permeiam os movimentos da multifacetada história
1973, p.69. humana/política através dos tempos. Segundo ele, há
certos traços humanos comuns e imutáveis no
Sobre o pensamento de Maquiavel, a respeito do decorrer daquela história. Afirma, por exemplo, que os
comportamento de um príncipe, é correto afirmar que homens são “ingratos, volúveis, simuladores, covardes
a) a atitude do governante para com os governados ante os perigos, ávidos de lucro”. (O Príncipe, cap. XVII)
deve estar pautada em sólidos valores éticos, devendo
o príncipe punir aqueles que não agem eticamente. Para Maquiavel:
b) o Bem comum e a justiça não são os princípios a) A “verdade efetiva” das coisas encontra-se em plano
fundadores da política; esta, em função da finalidade especulativo e, portanto, no “dever-ser”.
que lhe é própria e das dificuldades concretas de b) Fazer política só é possível por meio de um
realizá-la, não está relacionada com a ética. moralismo piedoso, que redime o homem em âmbito
c) o governante deve ser um modelo de virtude, e é estatal.
precisamente por saber como governar a si próprio e c) Fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qualquer
não se deixar influenciar pelos maus que ele está influência, que distribui bens de forma indiscriminada.
qualificado a governar os outros, isto é, a conduzi-los à d) A Virtù possibilita o domínio sobre a Fortuna. Esta é
virtude. atraída pela coragem do homem que possui Virtù.
d) o Bem supremo é o que norteia as ações do
governante, mesmo nas situações em que seus atos
pareçam maus.
e) a ética e a política são inseparáveis, pois o bem dos FIL0175 - (Enem) Mas, sendo minha intenção escrever
indivíduos só é possível no âmbito de uma comunidade algo de útil para quem por tal se interesse, pareceu-me
política onde o governante age conforme a virtude. mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos
fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos
FIL0173 - (Enem) Nasce daqui uma questão: se vale conceberam repúblicas e principados jamais vistos ou
mais ser amado que temido ou temido que amado. conhecidos como tendo realmente existido.
Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em:
mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. 2013.
temido que amado, quando haja de faltar uma das
duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira A partir do texto, é possível perceber a crítica
geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há
covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem nesta a

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a) elaboração de um ordenamento político com FIL0178 - (Unicentro) O filósofo que se relaciona ao
fundamento na bondade infinita de Deus. pensamento político moderno é
b) explicitação dos acontecimentos políticos do a) Aristóteles.
período clássico de forma imparcial. b) Descartes.
c) utilização da oratória política como meio de c) Maquiavel.
convencer os oponentes na ágora. d) Sócrates.
d) investigação das constituições políticas de Atenas e) Hume.
pelo método indutivo.
e) idealização de um mundo político perfeito existente FIL0179 - (Unioeste) “Creio que a sorte seja árbitro da
no mundo das ideias. metade dos nossos atos, mas que nos permite o
controle sobre a outra metade, aproximadamente.
Comparo a sorte a um rio impetuoso que, quando
FIL0176 - (Enem) Não ignoro a opinião antiga e muito enfurecido, inunda a planície, derruba casas e edifícios,
difundida de que o que acontece no mundo é decidido remove terra de um lugar para depositá-la em outro.
por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em Todos fogem diante de sua fúria, tudo cede sem que se
nossos dias, devido às grandes transformações possa detê-la. Contudo, apesar de ter essa natureza,
ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais quando as águas correm quietamente é possível
escapam à conjectura humana. Não obstante, para não construir defesas contra elas, diques e barragens, de
ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se modo que, quando voltam a crescer, sejam desviadas
pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos para um canal, para que seu ímpeto seja menos
atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre selvagem e devastador. O mesmo se dá com a sorte,
a outra metade. que mostra todo o seu poder quando não foi posto
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado). nenhum empenho para lhe resistir, dirigindo sua fúria
contra os pontos que não há dique ou barragem para
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do detê-la. [...] O príncipe que baseia seu poder
poder em seu tempo. No trecho citado, o autor inteiramente na sorte se arruína quando esta muda.
demonstra o vínculo entre o seu pensamento político Acredito também que é prudente quem age de acordo
e o humanismo renascentista ao com as circunstâncias, e da mesma forma é infeliz
a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos quem age opondo-se ao que o seu tempo exige”.
definidores do seu tempo. Maquiavel
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos
políticos. Considerando o pensamento político de Maquiavel e o
c) afirmar a confiança na razão autônoma como texto acima, é INCORRETO afirmar que
fundamento da ação humana. a) o êxito da ação política do príncipe depende do
d) romper com a tradição que valorizava o passado modo como ele age de acordo com as circunstâncias.
como fonte de aprendizagem. b) a manutenção do poder e a estabilidade política são
e) redefinir a ação política com base na unidade entre proporcionadas pelo príncipe de virtù,
fé e razão. independentemente dos meios por ele utilizados.
c) o sucesso ou o fracasso da ação política para a
manutenção do poder depende exclusivamente da
FIL0177 - (Unisc) A partir do século XVI, com o sorte e do uso da força bruta e violenta.
surgimento das monarquias nacionais e o d) na manutenção do poder, a ação política do príncipe
desenvolvimento do capitalismo, as concepções de se fundamenta, não no uso da força bruta e da
poder foram elaboradas para se ajustarem aos novos violência, mas na utilização da força com virtù.
tempos. Um dos grandes pensadores dessa época, e) o êxito da ação política, com vistas à manutenção do
responsável também pela inauguração do pensamento poder, resulta do saber aproveitar a ocasião dada pelas
político moderno e que afirmou ser “o poder forjado circunstâncias e da capacidade de entender o que o seu
nas relações humanas e, como tal, pertence a esse tempo exige.
mundo”, foi
a) Nicolau Maquiavel. FIL0180 – (Ufu) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel
b) Thomas Hobbes. (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje,
c) John Locke. mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O
d) Jean-Jacques Rousseau. Príncipe, declara seu sonho de ver a península
e) Immanuel Kant. unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as
concepções de virtú e de fortuna. A primeira
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representa a capacidade de governar, agir para FIL0182 - (Unesp) Analise o texto político, que
conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos apresenta uma visão muito próxima de importantes
“acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos
inclusive os governantes. Afinal, como registrado na primeiros a apontar que os domínios da ética e da
famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A política são práticas distintas.
Fortuna governa o mundo).
“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck
Por isso, um príncipe prudente não pode nem (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para
deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que
prejudicial e quando as causas que o determinaram agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus
cessem de existir. próprios povos nas praças árabes foram colocados e
MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São Paulo: mantidos no poder por nações que se enxergam como
Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80. faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados
Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável?
Com base nas informações acima, assinale a alternativa Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de
que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel. continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter
a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as um mínimo de informação sobre as organizações
causas que o determinaram cessem de existir”; e de terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a
virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser frase do mais extraordinário diplomata americano do
“prudente”. século passado, George Kennan, morto aos 101 anos
b) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua
“causas mudaram”; e de fortuna quando se refere ao política externa: seria mais exato dizer que elas
príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade conduzem sua política externa para viver”.
saberia acumular grande quantidade de riquezas. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o
texto introdutório, ela não guarda qualquer relação A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel
com as noções de virtú e fortuna. pode ser feita, pois o filósofo
d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de a) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de
virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas governo, sendo simpático à repressão militar sobre
não se relaciona com a noção de fortuna, pois em populações civis.
nenhum momento afirma que as “circunstâncias” b) foi um dos teóricos da democracia liberal,
podem mudar. demonstrando-se avesso a qualquer tipo de
manifestação de autoritarismo por parte dos
governantes.
FIL0181 - (Ifsp) Reconhecido por muitos como c) foi um dos teóricos do socialismo científico,
fundador do pensamento político moderno, Maquiavel respaldando as ideias de Marx e Engels.
chocou a sociedade de seu tempo ao propor, em O d) foi um pensador escolástico que preconizou a
Príncipe, que moralidade cristã como base da vida política.
a) a soberania do Estado é ilimitada e que o monarca, e) refletiu sobre a política através de aspectos
embora submetido às leis divinas, pode interpretá-las prioritariamente pragmáticos.
de forma autônoma, sem a necessidade de recorrer ao
Papa. FIL0183 - (Enem) TEXTO I
b) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e Os segredos da natureza se revelam mais sob a tortura
incontestável, pois o príncipe recebe seu poder dos experimentos do que no seu curso natural.
diretamente de Deus. BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT, P. O véu de Ísis:
c) o Estado é personificado pelo monarca, que encarna ensaio sobre a história da ideia de natureza. São Paulo: Loyola,
2006.
a soberania e cujo poder não conhece outros limites
TEXTO II
que não aqueles ditados pela moral.
O ser humano, totalmente desintegrado do todo, não
d) a autoridade do príncipe deriva do consentimento
percebe mais as relações de equilíbrio da natureza. Age
dos governados, pois a função do Estado é promover e
de forma totalmente desarmônica sobre o ambiente,
assegurar a felicidade dos seus súditos.
causando grandes desequilíbrios ambientais.
e) a política é autonormativa, justificando seus meios GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas:
em prol de um bem maior, que é a estabilidade do Papirus, 1995.
Estado.
Os textos indicam uma relação da sociedade diante da
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natureza caracterizada pela Aqueles que se entregam à prática sem ciência são
a) objetificação do espaço físico. como o navegador que embarca em um navio sem
b) retomada do modelo criacionista. leme nem bússola. Sempre a prática deve
c) recuperação do legado ancestral. fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um
d) infalibilidade do método científico. caso uma regra geral, experimente-o duas ou três
e) formação da cosmovisão holística. vezes e verifique se as experiências produzem os
mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode
FIL0184 - (Enem) Os produtos e seu consumo se considerar verdadeira ciência se não passa por
constituem a meta declarada do empreendimento demonstrações matemáticas.
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez
(VINCI, Leonardo da. Carnets)
no início da Modernidade, como expectativa de que o
homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para
expectativa, convertida em programa anunciado por exemplificar o racionalismo moderno é
pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado a) a fé como guia das descobertas.
pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, b) o senso crítico para se chegar a Deus.
“de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos.
de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e d) a importância da experiência e da observação.
culturalmente. e) o princípio da autoridade e da tradição.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques,
Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). FIL0186 - (Uel) Leia o texto a seguir.
Resta-nos um único e simples método, para alcançar os
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes nossos intentos: levar os homens aos próprios fatos
e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência particulares e às suas séries e ordens, a fim de que eles,
como uma forma de saber que almeja libertar o por si mesmos, se sintam obrigados a renunciar às suas
homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, noções e comecem a habituar-se ao trato direto das
a investigação científica consiste em coisas.
a) expor a essência da verdade e resolver (BACON, F. Novum Organum Trad. José Aluysio Reis de Andrade.
definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 26.)
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que
existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para problema do método de investigação da natureza em
outras áreas do saber que almejam o progresso. Bacon, assinale a alternativa correta.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a a) O preceito metodológico do “trato direto das coisas”
natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. supõe que cada um já possui em si as condições para
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos realizar a investigação da natureza.
naturais e impor limites aos debates acadêmicos. b) A investigação da natureza consiste em aplicar um
conjunto de pressupostos metafísicos, cuja função é
FIL0185 - (Enem) (...) Depois de longas investigações, orientar a investigação.
convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa c) As “séries e ordens” referentes aos fatos particulares
rodeada de planetas que giram em volta dela e de que resultam da aplicação dos pressupostos do método de
ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas investigação.
principais, há outros de segunda ordem que circulam d) A renúncia às noções que cada um possui é o
primeiro como satélites em redor dos planetas princípio do método de investigação, que levará a ida
aos fatos particulares.
principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido
e) O método de interpretação da natureza propõe uma
de que os matemáticos sejam da minha opinião, se
nova atitude com relação às coisas e uma nova
quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento,
compreensão dos poderes do intelecto.
não superficialmente mas duma maneira aprofundada,
das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns FIL0187 - (Unesp) Os ídolos e noções falsas que ora
homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra ocupam o intelecto humano e nele se acham
mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura implantados não somente o obstruem a ponto de ser
(sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de
ataques: as verdades matemáticas não devem ser superados, poderão ressurgir como obstáculo à própria
julgadas senão por matemáticos. instauração das ciências, a não ser que os homens, já
(COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium) precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam.

7
O homem se inclina a ter por verdade o que prefere. c) “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-
Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela los, é necessário um esforço racional-dedutivo de
impaciência da investigação; rejeita os princípios da análise, como bem advertiu Aristóteles”.
natureza, em favor da superstição; rejeita a luz da d) “Os ídolos da caverna são os homens enquanto
experiência, em favor da arrogância e do orgulho, indivíduos, pois cada um [...] tem uma caverna ou uma
evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; cova que intercepta e corrompe a luz da natureza”.
rejeita paradoxos, por respeito a opiniões vulgares.
Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o
sentimento, quase sempre imperceptivelmente, se FIL0190 - (Uel)
insinua e afeta o intelecto.
(Francis Bacon. Novum Organum [publicado originalmente em
1620],
1999. Adaptado.)

Na história da filosofia ocidental, o texto de Bacon


preconiza
a) um pensamento científico racional afastado de
paixões e preconceitos.
b) uma crítica à hegemonia do paradigma cartesiano no
âmbito científico.
c) a defesa do inatismo das ideias contra os
pressupostos da filosofia empirista. A figura do homem que triunfa sobre a natureza bruta
d) a valorização romântica de aspectos sentimentais e é significativa para se pensar a filosofia de Francis
intuitivos do pensamento. Bacon (1561-1626). Com base no pensamento de
e) uma crítica de caráter ético voltada contra a frieza Bacon, considere as afirmativas a seguir.
do trabalho científico.
I. O homem deve agir como intérprete da natureza
para melhor conhecê-la e dominá-la em seu benefício.
FIL0188 - (Ufsm) O conhecimento é uma ferramenta II. O acesso ao conhecimento sobre a natureza
essencial para a sobrevivência humana. Os principais depende da experiência guiada por método indutivo.
filósofos modernos argumentaram que nosso III. O verdadeiro pesquisador da natureza é um homem
conhecimento do mundo seria muito limitado se não que parte de proposições gerais para, na sequência e à
pudéssemos ultrapassar as informações que a luz destas, clarificar as premissas menores.
percepção sensível oferece. No período moderno, qual IV. Os homens de experimentos processam as
processo cognitivo foi ressaltado como fundamental, informações à luz de preceitos dados a priori pela
pois permitia obter conhecimento direto, novo e capaz razão.
de antecipar acontecimentos do mundo físico e
também do comportamento social? Assinale a alternativa correta.
a) Dedução. a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Indução. b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Memorização. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Testemunho. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Oratória e retórica. e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

FIL0189 - (Ufsj) Sobre os ídolos preconizados por FIL0191 - (Uel) Leia o texto a seguir.
Francis Bacon, é CORRETO afirmar que:
a) “A consequência imediata da ação dos ídolos é a O pensamento moderno caracteriza-se pelo
inscrição do Homem num universo de massacre e crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos
sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento pensadores modernos desconfortáveis com a lógica
científico se distancia da filosofia, se deteriora e se dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não
amesquinha”. permitia explicar o progresso do conhecimento
b) “Toda idolatria é forjada no hábito e na científico – foi Francis Bacon. No livro Novum
subjetividade humanos”. Organum, Bacon formulou o método indutivo como
alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.

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Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
pensamento de Bacon, é correto afirmar que o método Com base no texto e no pensamento de Francis Bacon
indutivo consiste acerca da verdadeira indução experimental como
interpretação da natureza, é correto afirmar.
a) na derivação de consequências lógicas com base no a) Na busca do conhecimento, não se podem encontrar
corpo de conhecimento de um dado período histórico. verdades indubitáveis, sem submeter as hipóteses ao
b) no estabelecimento de leis universais e necessárias crivo da experimentação e da observação.
com base nas formas válidas do silogismo tal como b) A formulação do novo método científico exige
preservado pelos medievais. submeter a experiência e a razão ao princípio de
c) na postulação de leis universais com base em casos autoridade para a conquista do conhecimento.
observados na experiência, os quais apresentam c) O desacordo entre a experiência e a razão,
regularidade. prevalecendo esta sobre aquela, constitui o
d) na inferência de leis naturais baseadas no fundamento para o novo método científico.
testemunho de autoridades científicas aceitas d) Bacon admite o finalismo no processo natural, por
universalmente. considerar necessário ao método perguntar para que
e) na observação de casos particulares revelados pela as coisas são e como são.
experiência, os quais impedem a necessidade e a e) O estabelecimento de um método experimental,
universalidade no estabelecimento das leis naturais. baseado na observação e na medida, aprimora o
método escolástico.
FIL0192 - (Uff) Segundo o filósofo inglês Francis Bacon
(1561-1626), o ser humano tem o direito de dominar a FIL0194 - (Uel) [...] chamamos esses lugares de regiões
natureza e as técnicas; as ciências são os meios para superiores. [...] Tais torres, conforme sua altura e
exercer esse poder. posição, servem para experimentos de isolamento,
refrigeração e conservação, e para as observações
Que processo histórico pode ser diretamente atmosféricas, como o estudo dos ventos, da chuva, da
associado a essas ideias?
neve, granizo e de alguns meteoros ígneos.
a) Os ideais de retorno à vida natural.
(BACON, F. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural. 1997. P;
b) O bloqueio continental imposto à Europa por 246.)
Napoleão Bonaparte.
c) A Contrarreforma promovida pela Igreja Católica.
d) O surgimento do estilo barroco nas artes. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os
e) A Revolução Industrial. subtemas, pode-se afirmar que o pensamento de
Francis Bacon:
a) Reconhece e valoriza o distanciamento da realidade
FIL0193 - (Uel) [...] é necessário, ainda, introduzir-se preconizado pelos autores da escolástica.
um método completamente novo, uma ordem b) Rejeita a máxima “saber é poder” e compreende a
diferente e um novo processo, para continuar e ciência como meio de controle sobre os seres
promover a experiência. Pois a experiência vaga, humanos.
deixada a si mesma [...] é um mero tateio, e presta-se c) Está voltado para o problema do método e para a
mais a confundir os homens que a informá-los. Mas defesa da experimentação.
quando a experiência proceder de acordo com leis d) Considera o acesso à verdade como um processo
seguras e de forma gradual e constante, poder-se-á que resulta do método dialético e que parte dos dados
esperar algo de melhor da ciência. gerais para chegar ao particular.
[...] e) Estrutura, assim como de Platão, sua “utopia
A infeliz situação em que se encontra a ciência humana política”, tendo como base a sociedade organizada em
transparece até nas manifestações do vulgo. Afirma-se trabalhadores, soldados e governantes.
corretamente que o verdadeiro saber é o saber pelas
causas. E, não indevidamente, estabelecem- se quatro
coisas: a matéria, a forma, a causa eficiente, a causa FIL0195 - (Uel) Segundo Francis Bacon, “são de quatro
final. Destas, a causa final longe está de fazer avançar gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana.
as ciências, pois na verdade as corrompe; mas pode ser Para melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a
de interesse para as ações humanas. saber: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do
(BACON, F. Novo Organum ou verdadeiras indicações acerca da Foro e Ídolos do Teatro”.
interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. p. 72; Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis
99-100.) de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21.

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Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos c) Aristóteles afirmava que o conhecimento teórico
da Tribo são: deveria submeter-se, como um escravo, ao
a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos. conhecimento da experiência.
b) Aqueles provenientes do intercurso e da associação d) Aristóteles desenvolveu uma concepção de filosofia
recíproca dos indivíduos. que tem como consequência a desvalorização da
c) Aqueles que imigraram para o espírito dos homens experiência.
por meio das diversas doutrinas filosóficas. e) Aristóteles valorizava a experiência, por considerá-la
d) Aqueles que chegam ao espírito humano por meio um caminho seguro para superar a opinião e atingir o
de regras viciosas de demonstração. conhecimento verdadeiro.
e) Aqueles fundados na própria natureza humana.
FIL0198 - (Uemg) O Absolutismo como forma de
FIL0196 - (Uel) Em sua obra Nova Atlântida, Francis governo esteve presente na península Ibérica, na
Bacon descreve uma instituição imaginária chamada França e na Inglaterra, tendo impactado e influenciado
Casa de Salomão, cuja finalidade “[...] é o as maiores economias de seu tempo.
conhecimento das causas e dos segredos dos Seus pensadores mais conhecidos e suas teorias foram:
movimentos das coisas e a ampliação dos limites do a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indivíduo
império humano para a realização de todas as coisas estava subordinado ao Estado; Thomas Hobbes,
que forem possíveis.” criador da teoria do Contrato; Jacques Bossuet e Jean
(BACON, Francis. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 1996. Bodin, que defenderam que o Rei era um
p. 245.) representante divino.
b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; Thomas
Sobre a concepção de ciência em Francis Bacon, é Hobbes e a teoria da supremacia do Rei como
correto afirmar: representante divino; Jacques Bossuet e Jean Bodin,
a) A ciência justifica-se por si própria e está que defenderam a subordinação do indivíduo ao
desvinculada da necessidade de proporcionar Estado.
conhecimento sobre a natureza. c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin, cujas
b) O objetivo da ciência é fornecer a quem a controla teorias só se diferenciaram na aplicabilidade teológica,
um instrumento de domínio social sobre os outros bem como Thomas Hobbes, que preconizou o
homens. indivíduo como senhor de seus direitos.
c) Para a ciência, o enfrentamento das questões d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que conceberam o
econômicas e sociais tem maior relevância do que o Contrato Social, Jacques Bossuet, que estabeleceu o
conhecimento da natureza, porque proporciona uma conceito de individualismo primordial, e Jean Bodin,
vida boa para os indivíduos. que defendeu a primazia da esfera governamental.
d) A origem da ciência está dada em pressupostos a
priori, sendo desnecessário o recurso ao saber prático FIL0199 - (Ueg) O movimento de ideias, conhecido
e empírico. como Renascença, foi caracterizado na literatura e na
e) A ciência visa o conhecimento da natureza com a
arte por um esmerado cultivo da forma e por uma
intenção de controle e domínio sobre ela para que o
admiração entusiasta da antiguidade pagã. Mudanças
homem possa ter uma vida melhor.
foram experimentadas em todas as áreas de atuação
FIL0197 - (Uel) “[...] Aristóteles estabelecia antes as humana. Dentre os pensadores que marcaram esse
conclusões, não consultava devidamente a experiência período, destacam-se os seguintes:
para estabelecimento de suas resoluções e axiomas. E a) Kant, Hegel e Marx
tendo, ao seu arbítrio, assim decidido, submetia a b) Descartes, Bacon e Comte
experiência como a uma escrava para conformá-la às c) Sócrates, Platão e Aristóteles
suas opiniões”. d) Giordano Bruno, Maquiavel e Jean Bodin
(BACON, Francis. Novum Organum. Trad. de José Aluysio Reis de
Andrade. 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 33.) FIL0200 – (Unesp) Os homens, diz antigo ditado grego,
atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não
Com base no texto, assinale a alternativa que com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da
apresenta corretamente a interpretação que Bacon nossa miserável condição, se se provasse que isso é
fazia da filosofia aristotélica. uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em
a) A filosofia aristotélica estabeleceu a experiência nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em
como o fundamento da ciência. nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a
b) Aristóteles consultava a experiência para nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência,
estabelecer os resultados e axiomas da ciência.
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ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos aceitam renunciar à liberdade e constituir um
modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a Soberano, o estado, que garanta a paz.
nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos. 2. Não é por medo uns dos outros, e sim para garantir
(Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.) o direito à propriedade e à segurança que os seres
humanos consentem em criar uma autoridade que
De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o possa tornar isso possível.
mal 3. No estado de natureza, os seres humanos eram
a) representa uma oposição de natureza metafísica, felizes e foi o advento da propriedade privada e da
que não está sujeita a relativismos existenciais. sociedade civil que tornou alguns escravos de outros.
b) relaciona-se com uma esfera sagrada cujo Podem-se atribuir essas três concepções,
conhecimento é autorizado somente a sacerdotes respectivamente, a
religiosos. a) Hobbes, Rousseau e Maquiavel.
c) resulta da queda humana de um estado original de b) Hobbes, Locke e Rousseau.
bem-aventurança e harmonia geral do Universo. c) Maquiavel, Hobbes e Locke.
d) depende do conhecimento do mundo como d) Rousseau, Maquiavel e Locke.
realidade em si mesma, independente dos julgamentos
humanos. FIL0203 - (Enem) A importância do argumento de
e) depende sobretudo da qualidade valorativa Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em
estabelecida por cada indivíduo diante de sua vida. suposições bastante plausíveis sobre as condições
normais da vida humana. Para exemplificar: o
FIL0201 - (Uemg) O Absolutismo como forma de argumento não supõe que todos sejam de fato
governo esteve presente na península Ibérica, na movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio
França e na Inglaterra, tendo impactado e influenciado sobre os outros; essa seria uma suposição discutível
as maiores economias de seu tempo. que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes,
mas de modo fácil demais. O que torna o argumento
Seus pensadores mais conhecidos e suas teorias foram: assustador e lhe atribui importância e força dramática
a) Nicolau Maquiavel e sua teoria de que o indivíduo é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as
estava subordinado ao Estado; Thomas Hobbes, mais agradáveis, podem ser inadvertidamente
criador da teoria do Contrato; Jacques Bossuet e Jean lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então,
Bodin, que defenderam que o Rei era um em um estado de guerra.
representante divino. RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São
b) Nicolau Maquiavel e a teoria do Contrato; Thomas Paulo: WMF, 2012 (adaptado).
Hobbes e a teoria da supremacia do Rei como
representante divino; Jacques Bossuet e Jean Bodin, O texto apresenta uma concepção de filosofia política
que defenderam a subordinação do indivíduo ao conhecida como
Estado. a) alienação ideológica.
c) Maquiavel, Jacques Bossuet e Jean Bodin, cujas b) microfísica do poder.
teorias só se diferenciaram na aplicabilidade teológica, c) estado de natureza.
bem como Thomas Hobbes, que preconizou o d) contrato social.
indivíduo como senhor de seus direitos. e) vontade geral.
d) Maquiavel e Thomas Hobbes, que conceberam o
Contrato Social, Jacques Bossuet, que estabeleceu o FIL0204 - (Uema) Para Thomas Hobbes, os seres
conceito de individualismo primordial, e Jean Bodin, humanos são livres em seu estado natural, competindo
que defendeu a primazia da esfera governamental. e lutando entre si, por terem relativamente a mesma
força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de
gerações, criando um ambiente de tensão e medo
FIL0202 - (Ufu) Com relação à noção de estado de permanente. Para esse filósofo, a criação de uma
natureza, que é o estado em que os seres humanos se sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos
achavam antes da formação da sociedade, podem-se vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe
identificar, na filosofia política moderna, três que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa
tendências: sociedade, a liberdade individual é delegada a um só
dos homens que detém o poder inquestionável, o
1. Os seres humanos são naturalmente egoístas e, no soberano.
estado de natureza, se achavam numa guerra de todos Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria,
forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo
contra todos daí que, por medo uns dos outros,
11
Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o
Cultural, 1997. processo de iluminação divina afasta os homens do
pecado.
A teoria política de Thomas Hobbes teve papel e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a
fundamental na construção dos sistemas políticos desconfiança como condições básicas da natureza
contemporâneos que consolidou a (o) humana.
a) Monarquia Paritária.
b) Despotismo Soberano. FIL0207 - (Ufu) Porque as leis de natureza (como a
c) Monarquia Republicana. justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em
d) Monarquia Absolutista. resumo, fazer aos outros o que queremos que nos
e) Despotismo Esclarecido. façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum
poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são
FIL0205 - (Enem) A natureza fez os homens tão iguais, contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos
quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança
embora por vezes se encontre um homem e coisas semelhantes.
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João Paulo
mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural,
considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um 1988, p. 103.
e outro homem não é suficientemente considerável
para que um deles possa com base nela reclamar algum Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que:
benefício a que outro não possa igualmente aspirar. a) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003 com o advento do contrato social deve assiná-lo, para
submeter-se aos compromissos ali firmados.
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, b) A condição natural do homem é de guerra de todos
quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles contra todos. Resolver tal condição é possível apenas
a) entravam em conflito. com um poder estatal pleno.
b) recorriam aos clérigos. c) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a
c) consultavam os anciãos. criação do Estado deve servir como instrumento de
d) apelavam aos governantes. realização da isonomia entre tais homens.
e) exerciam a solidariedade. d) A guerra de todos contra todos surge com o Estado
repressor. O homem não deve se submeter de bom
FIL0206 - (Unesp) A China é a segunda maior economia grado à violência estatal.
do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal,
como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da FIL0208 - (Ufsj) “Liberdade significa, em sentido
guerra civil. As Filipinas temem por um atol de rochas próprio, a ausência de oposição [...] e não se aplica
desabitado que disputam com a China. O Japão está de menos às criaturas irracionais e inanimadas do que às
plantão por umas ilhotas de pedra e vento, que a China racionais”.
diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais
da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Esse é um fragmento de texto colhido de
Hanói gostam de lembrar que o gigante americano a) David Hume.
invadiu o México uma vez. O gigante chinês invadiu o b) Thomas Hobbes.
Vietnã dezessete. c) Friedrich Nietzsche.
(André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.) d) Jean-Paul Sartre.

A persistência histórica dos conflitos geopolíticos FIL0209 - (Ufpa) “Desta guerra de todos os homens
descritos na reportagem pode ser filosoficamente contra todos os homens também isto é consequência:
compreendida pela teoria que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal,
a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não
estado de emancipação racional da humanidade. há poder comum não há lei, e onde não há lei não há
b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas
com a fortuna como princípios básicos da geopolítica. virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem
c) política de Rousseau, para quem a submissão à parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim
vontade geral é condição para experiências de fosse, poderiam existir num homem que estivesse
liberdade. sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos
e paixões.”
HOBBES, Leviatã, São Paulo: Abril cultural, 1979, p. 77.
12
Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a a) Hume em sua memorável defesa dos valores do
injustiça como não pertencentes às faculdades do Estado e da sua ligação direta com a sua “alma”,
corpo e do espírito, considere as afirmativas: tomada aqui por intransferível soberania.
I. Justiça e injustiça são qualidades que pertencem aos b) Hume e a descrição da soberania na perspectiva do
homens em sociedade, e não na solidão. sujeito em termos de impressões e ideias, que a partir
II. No estado de natureza, o homem é como um animal: daí cria um Estado humanizado que dá movimento às
age por instinto, muito embora tenha a noção do que criações dos que nele estão inseridos.
é justo e injusto. c) Nietzsche, em sua mais sublime interpretação do
III. Só podemos falar em justiça e injustiça quando é agón grego. Ao centro daquilo que ele propôs como
instituído o poder do Estado. sendo a alma do Estado e onde a indagação sobre o
IV. O juiz responsável por aplicar a lei não decide em lugar da soberania, no permanente desafio da
conformidade com o poder soberano; ele favorece os necessária orquestração das paixões, se faz urgente.
mais fortes. d) Hobbes e o seu conceito clássico de soberania,
entendido como o princípio que dá vida e movimento
Estão corretas as afirmativas: ao corpo inteiro do Estado, por sua vez criado pelo
a) I e II artifício humano para a sua proteção e segurança.
b) I e III
c) II e IV FIL0212 - (Ufsj) Thomas Hobbes afirma que “Lei Civil”,
d) I, III e IV para todo súdito, é
e) II, III e IV a) “construída por aquelas regras que o Estado lhe
impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal
FIL0210 - (Ufsm) Sem leis e sem Estado, você poderia suficiente de sua vontade, para usar como critério de
fazer o que quisesse. Os outros também poderiam distinção entre o bem e o mal”.
fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de b) “a lei que o deixa livre para caminhar para qualquer
natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo direção, pois há um conjunto de leis naturais que
durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu estabelece os limites para uma vida em sociedade”.
em primeira mão como esse cenário poderia ser c) “reguladora e protetora dos direitos humanos, e faz
assustador. Sem uma autoridade soberana não pode intervenção na ordem social para legitimar as relações
haver nenhuma segurança, nenhuma paz. externas da vida do homem em sociedade”.
Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de d) “calcada na arbitrariedade individual, em que as
Janeiro: Zahar, 2008. pessoas buscam entrar num Estado Civil, em
consonância com o direito natural, no qual ele – o
Considere as afirmações: súdito – tem direito sobre a sua vida, a sua liberdade e
I. A argumentação hobbesiana em favor de uma os seus bens”.
autoridade soberana, instituída por um pacto,
representa inequivocamente a defesa de um regime FIL0213 - (Ufsj) “A honra do soberano deve ser maior
político monarquista. do que a de qualquer um, ou a de todos os seus
II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de súditos”.
natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a convicção Assinale a alternativa que apresenta a fundamentação
de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo. para essa ideia preconizada por Thomas Hobbes.
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a a) “A condição de súdito é muito miserável, mas sujeita
idealização de um pacto que estabeleceria a passagem a uma superação, pois se encontra sujeita aos apetites
do estado de natureza para o estado de sociedade. e paixões irregulares daquele ou daqueles que detêm
em suas mãos poder tão ilimitado”.
Está(ão) correta(s) b) “É na soberania que está a fonte da honra”.
a) apenas I. c) “O Homem nunca pode deixar de ter uma ou outra
b) apenas II. inconveniência e a maior que é possível cair sobre o
c) apenas III. povo em geral é de pouca monta se comparada ao
d) apenas I e II. poder do soberano, que deve ser revitalizado de
e) apenas II e III. tempos em tempos”.
d) “Todos os homens são dotados de grandes lentes de
FIL0211 - (Ufsj) “A soberania é a alma do Estado, e uma aumento; todo pagamento parece um imenso fardo, o
vez separada do corpo os membros deixam de receber que gera lamentos e sofrimentos. Honra maior consiste
dela seu movimento”. em o soberano ter piedade e compreensão para com
Esse fragmento representa o pensamento de tais falhas humanas e doar poderes aos infelizes”.
13
FIL0214 - (Ufsj) “Algumas criaturas vivas, como as segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis de
abelhas e as formigas, que vivem socialmente umas natureza (que cada um respeita quando tem vontade
com as outras [...] tendem para o benefício comum”. de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança),
se não for instituído um poder suficientemente grande
Para Thomas Hobbes, essa tendência não ocorre entre para nossa segurança, cada um confiará, e poderá
os homens porque legitimamente confiar, apenas em sua própria força e
a) esses insetos, dentro da sua irracionalidade natural, capacidade, como proteção contra todos os outros.”
dão lições de conduta aos seres humanos; seja na MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e
poder de um Estado eclesiástico e civil.
tarefa diária, seja na politização paradoxal do modelo
comunista difundido por Joseph Stalin e Karl Marx.
b) as abelhas e as formigas têm a peculiaridade de Sobre o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa
construir suas sociedades dentro de uma unidade incorreta:
dinâmica e circular, que poderia ser bem definida como a) O contrato social que dá origem ao Estado só é
um contrato social se elas fossem humanas. Os seres obedecido pela força e pelo temor.
humanos não atingiram tal estágio ainda. b) Os homens, na sua condição natural, observam
c) estes estão constantemente envolvidos numa apenas as suas paixões naturais.
competição pela honra e pela dignidade e se julgam c) O contrato social que dá origem ao Estado pode ser
uns mais sábios que outros para exercer o poder desfeito quando o soberano desrespeita os direitos dos
público, reformam e inovam, o que muitas vezes leva o súditos e age de forma parcial, visando a seus próprios
país à desordem e à guerra civil. interesses.
d) o motivo maior que guia a vida de tais criaturas é a d) A concepção de homem natural de Hobbes é
engrenagem da soberania da vontade de criar, da marcada por um profundo pessimismo antropológico.
vontade de poder, retomada por Nietzsche e pelo e) A filosofia política hobbesiana é atomista.
existencialismo.
FIL0217 - (Unioeste) “A natureza fez os homens tão
FIL0215 - (Ufu) [...] a condição dos homens fora da iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que,
sociedade civil (condição esta que podemos embora por vezes se encontre um homem
adequadamente chamar de estado de natureza) nada manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito
mais é do que uma simples guerra de todos contra mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se
todos na qual todos os homens têm igual direito a considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um
todas as coisas; [...]. e outro não é suficientemente considerável para que
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. Campinas: Martins Fontes, 1992. qualquer um possa com base nela reclamar qualquer
benefício a que outro não possa também aspirar, tal
De acordo com o trecho acima e com o pensamento de como ele. (...) Desta igualdade quanto à capacidade
Hobbes, assinale a alternativa correta. deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos
a) Segundo Hobbes, o estado de natureza se confunde nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a
com o estado de guerra, pois ambos são uma condição mesma coisa, ao mesmo tempo (...) esforçam-se por se
original da existência humana. destruir ou subjugar um ao outro. (...) Com isto se torna
b) Para Hobbes, o direito dos homens a todas as coisas manifesto que, durante o tempo em que os homens
está desvinculado da guerra de todos contra todos. vivem sem um poder comum capaz de manter a todos
c) Segundo Hobbes, é necessário que a condição em respeito, eles se encontram naquela condição a que
humana seja analisada sempre como se os homens se chama de guerra; e uma guerra que é de todos os
vivessem em sociedade. homens contra todos os homens”.
Hobbes.
d) Segundo Hobbes, não há vínculo entre o estado de
natureza e a sociedade civil.
Com base no texto citado, seguem as seguintes
FIL0216 - (Uenp) “Porque as leis de natureza (como a afirmativas:
justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em
resumo, fazer aos outros o que queremos que nos I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais,
façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto
poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são no exercício de suas faculdades espirituais.
contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto
fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança às faculdades do corpo e do espírito” é razoável que
e coisas semelhantes. E os pactos sem a espada não cada um ataque o outro, quer seja para destruí-lo, quer
passam de palavras, sem força para dar qualquer seja para proteger-se de um possível ataque.

14
III. Na inexistência de um “poder comum” que a) A humanidade é capaz, sem que haja um poder
“mantenha a todos em respeito”, a atitude mais coercitivo que a mantenha submissa, de consentir na
racional é a de manter a paz e a concórdia na observância da justiça e das outras leis de natureza a
“esperança” de que todos e cada um atinjam seus fins. partir do pacto constitutivo do Estado.
IV. A condição dos homens que vivem sem um poder b) A justiça tem sua origem na celebração de pactos de
comum é de guerra generalizada, de todos contra confiança mútua, pelos quais os cidadãos, ao
todos. renunciarem sua liberdade em prol de todos, removem
V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela o medo de quando se encontravam na condição
desenvolve suas potencialidades, mantendo relações natural de guerra.
sociais harmônicas e pacíficas. c) A justiça é definida como observância das leis
naturais e, portanto, a injustiça consiste na submissão
Assinale a alternativa correta. ao poder coercitivo que obriga igualmente os homens
a) Apenas I está correta. ao cumprimento dos seus pactos.
b) Apenas II e III estão corretas. d) As noções de justiça e de injustiça, como as de bem
c) Apenas I e V estão corretas. e de mal, têm lugar a partir do momento em que os
d) Apenas II e IV estão corretas. homens vivem sob um poder soberano capaz de evitar
e) Todas as afirmativas estão corretas. uma condição de guerra generalizada de todos.
e) A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado
FIL0218 – (Ufsj) Sobre a ideia de soberania concebida na medida em que as leis que a efetivam sejam criadas,
por Hobbes, é CORRETO afirmar que a soberania: por direito natural, pelos súditos com o objetivo de
a) “se dá por meio do sufrágio universal, seja na assegurar solidariamente a paz e a segurança de todos.
república ou na monarquia”.
b) “é a manifestação da virtù como condição
indispensável no governo do príncipe”. FIL0220 - (Ufu) Os filósofos contratualistas elaboraram
c) “reside em um homem ou em uma assembleia de suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder
mais de um”. do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais
d) “é a realização plena da paz perpétua entre as tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado
nações”. civil, o estado de guerra, o pacto social etc.

FIL0219 - (Uel) Leia o texto a seguir. Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo,
assinale a alternativa correta, segundo Hobbes.
Justiça e Estado apresentam-se como
elementos indissociáveis na filosofia política [...] a condição dos homens fora da sociedade
hobbesiana. Ao romper com a concepção de justiça civil (condição esta que podemos adequadamente
defendida pela tradição aristotélico-escolástica. chamar de estado de natureza) nada mais é do que
Hobbes propõe uma nova moralidade relacionada ao uma simples guerra de todos contra todos na qual
poder político e sua constituição jurídica. O Estado todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...]
surge pelo pacto para possibilitar a justiça e, na e que todos os homens, tão cedo chegam a
conformidade com a lei, se sustenta por meio dela. No compreender essa odiosa condição, desejam [...]
Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana libertar-se de tal miséria.
fundamenta-se, em última instância, na lei natural HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992.
concernente à autoconservação, da qual deriva a
segunda lei que impõe a cada um a renúncia de seu a) O estado de natureza não se confunde com o estado
direito a todas as coisas, para garantir a paz e a defesa de guerra, pois este é apenas circunstancial ao passo
de si mesmo. Desta, por sua vez, implica a terceira lei que o estado de natureza é uma condição da existência
natural: que os homens cumpram os pactos que humana.
celebrarem. Segundo Hobbes, “onde não há poder b) A condição de miséria a que se refere o texto é o
comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. estado de natureza ou, tal como se pode compreender,
Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes o estado de guerra.
cardeais”. c) O direito dos homens a todas as coisas não tem como
(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São consequência necessária a guerra de todos contra
Paulo: Nova Cultural, 1997. Coleção Os Pensadores, cap. XIII.) todos.
d) A origem do poder nada tem a ver com as noções de
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o estado de guerra e estado de natureza.
pensamento de Hobbes, é correto afirmar:

15
FIL0221 - (Ueg) Nos séculos XVII e XVIII, ganharam vida. A saída desta situação é o pacto ou contrato
força as teorias contratualistas, cujo principal social, “uma transferência mútua de direitos”.
questionamento é o fundamento racional do poder HOBBES, T. Leviatã. Coleção Os Pensadores. Trad. João P.
soberano. Filósofos como Thomas Hobbes, John Locke, Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.
78-80.
Jean-Jacques Rousseau tinham igual propósito de
investigar a origem do Estado. Esses pensadores
partem da hipótese do estado de natureza e imaginam Com base nestas informações e nos seus
as pessoas vivendo antes de qualquer sociabilidade. conhecimentos sobre a obra de Hobbes, assinale a
Thomas Hobbes, advertindo que a guerra era inevitável alternativa que caracteriza o pacto social.
no estado natural, conclui que a única maneira de a) Pelo pacto social, cria-se o Estado, que continua
garantir a paz seria a delegação de um poder ilimitado sendo uma mera reunião de indivíduos somente com
ao soberano. Por defender tais princípios, Hobbes ficou laços de sangue.
conhecido como o teórico do b) Pelo pacto social, a multidão de indivíduos passa a
a) neoliberalismo. constituir um corpo político, uma pessoa artificial: o
b) absolutismo. Estado.
c) liberalismo. c) Pelo pacto social, cria-se o Estado, mas os indivíduos
d) socialismo. que o compõem continuam senhores de sua liberdade
e de suas propriedades.
FIL0222 - (Uff) De acordo com o filósofo inglês Thomas d) O pacto social pressupõe que o Estado deverá
Hobbes (1588-1679), em seu estado natural, os seres garantir a segurança dos cidadãos, mas em nenhum
humanos são livres, competem e lutam entre si. Mas momento fará uso da força pública para isso.
como têm em geral a mesma força, o conflito se
perpetua através das gerações, criando um ambiente FIL0225 - (Enem) TEXTO I
de tensão e medo permanentes. Para Hobbes, criar Considero apropriado deter-me algum tempo na
uma sociedade submetida à lei e na qual os seres contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar
humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, totalmente à vontade seus maravilhosos atributos,
pressupõe que todos os homens renunciem a sua considerar, admirar e adorar a incomparável beleza
liberdade original e deleguem a um só deles (o dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
soberano) o poder completo e inquestionável.
TEXTO II
Qual será a forma mais razoável de entender como é o
Assinale a modalidade de governo que desempenhou
mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o
importante papel na Filosofia Política Moderna e que é
mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa?
associada à teoria política de Hobbes.
Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas”
a) Monarquia censitária
uma questão de fé.
b) Monarquia absoluta RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
c) Sistema parlamentar
d) Despotismo esclarecido Os textos abordam um questionamento da construção
e) Sistema republicano da modernidade que defende um modelo
a) centrado na razão humana.
FIL0223 - (Ufsj) Em Hobbes, a geração de um Estado é b) baseado na explicação mitológica.
justificada c) fundamentado na ordenação imanentista.
a) pelos limites impostos ao poder do soberano. d) focado na legitimação contratualista.
b) pela condição política dos homens, que é inerente e) configurado na percepção etnocêntrica.
ao espaço da ágora na vida da pólis.
c) pelo Leviatã na sua identificação como monstro FIL0226 - (Enem) Dizem que Humboldt, naturalista do
maléfico da guerra civil. século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da
d) pelo estado de natureza dos homens, que necessita região sul-americana, via seus habitantes como se
ser controlado por meio de um pacto. fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro,
referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais
FIL0224 - (Ufu 2010) Segundo Thomas Hobbes, o não exploradas. De alguma maneira, o cientista
estado de natureza é caracterizado pela “guerra de ratificou nosso papel de exportadores de natureza no
todos contra todos”, porque, não havendo nenhuma que seria o mundo depois da colonização ibérica:
regra ou limite, todos têm direito a tudo o que significa enxergou-nos como territórios condenados a
que ninguém terá segurança de seus bens e de sua aproveitar os recursos naturais existentes.
16
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado
mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado). pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”,
“de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração
A relação entre ser humano e natureza ressaltada no de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e
texto refletia a permanência da seguinte corrente culturalmente.
filosófica: CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques,
a) Relativismo cognitivo. Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
b) Materialismo dialético.
c) Racionalismo cartesiano. Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes
d) Pluralismo epistemológico. e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência
e) Existencialismo fenomenológico. como uma forma de saber que almeja libertar o
FIL0227 - (Enem) Nunca nos tornaremos matemáticos, homem das intempéries da natureza. Nesse contexto,
por exemplo, embora nossa memória possua todas as a investigação científica consiste em
demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não a) expor a essência da verdade e resolver
for capaz de resolver toda espécie de problemas; não definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os b) oferecer a última palavra acerca das coisas que
raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de c) ser a expressão da razão e servir de modelo para
fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas outras áreas do saber que almejam o progresso.
histórias. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a
DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
Martins Fontes, 1999.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos
naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera
o conhecimento, de modo crítico, como resultado da FIL0230 - (Enem) TEXTO I
a) investigação de natureza empírica. Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde
b) retomada da tradição intelectual. meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões
c) imposição de valores ortodoxos. como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu
d) autonomia do sujeito pensante. fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser
e) liberdade do agente moral. senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de
FIL0228 - (Enem) É o caráter radical do que se procura todas as opiniões a que até então dera crédito, e
que exige a radicalização do próprio processo de busca. começar tudo novamente a fim de estabelecer um
Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer saber firme e inabalável.
certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São
forma gerada pela própria dúvida, e não será Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
seguramente nenhuma daquelas que foram TEXTO II
anteriormente varridas por essa mesma dúvida. É de caráter radical do que se procura que exige a
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
Moderna, 2001 (adaptado). espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que
aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma
dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter daquelas que foram anteriormente varridas por essa
positivo por contribuir para o(a) mesma dúvida.
a) dissolução do saber científico. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo:
b) recuperação dos antigos juízos. Moderna, 2001 (adaptado).
c) exaltação do pensamento clássico.
d) surgimento do conhecimento inabalável. A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. que, para viabilizar a reconstrução radical do
conhecimento, deve-se
FIL0229 - (Enem) Os produtos e seu consumo a) retomar o método da tradição para edificar a ciência
constituem a meta declarada do empreendimento com legitimidade.
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez b) questionar de forma ampla e profunda as antigas
no início da Modernidade, como expectativa de que o ideias e concepções.
homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa c) investigar os conteúdos da consciência dos homens
expectativa, convertida em programa anunciado por menos esclarecidos.
17
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes FIL0233 - (Ufms) Leia atentamente o texto a seguir:
antigos e ultrapassados.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que “Neste ponto, o filósofo compreendeu que havia uma
dispensam ser questionados. crença da qual ele não podia duvidar: a crença na
própria existência. Cada um de nós pensa ou diz: ‘Sou,
existo’ – e, enquanto pensamos ou dizemos isso, não
FIL0231 - (Enem) TEXTO I podemos estar errados. Quando o filósofo tentou
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram aplicar o teste do gênio maligno a sua crença, percebeu
enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente que o gênio só podia levá-lo a acreditar que ele existe
em quem já nos enganou uma vez. se ele, o próprio filósofo, de fato existir – como ele
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, poderia duvidar da própria existência, se é preciso
1979. existir para ter dúvida?

TEXTO II O axioma ‘Eu sou, eu existo’ constitui a primeira


Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que certeza desse filósofo. Em sua obra anterior, Discurso
uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum sobre o método, ele a apresentou como ‘Penso, logo
significado, precisaremos apenas indagar: de que existo’, mas abandonou a frase ao escrever suas
impressão deriva esta suposta ideia? E se for Meditações, pois o uso de ‘logo’ leva a afirmação a ser
impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, lida como premissa e conclusão. O filósofo queria que
isso servirá para confirmar nossa suspeita. o leitor – o ‘eu’ que medita – percebesse que, assim
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo:
Unesp, 2004 (adaptado). que considero o fato de que existo, sei que isso é
verdadeiro. Tal verdade é instantaneamente
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a apreendida. A percepção de que existo é uma intuição
natureza do conhecimento humano. A comparação dos direta, não a conclusão de um argumento.”
(Vários colaboradores. O livro da Filosofia. Tradução Douglas Kim.
excertos permite assumir que Descartes e Hume São Paulo: Globo, 2011. p. 120. Adaptado).
a) defendem os sentidos como critério originário para
considerar um conhecimento legítimo. O texto desse enunciado exprime uma vertente do
b) entendem que é desnecessário suspeitar do pensamento racionalista de um importante filósofo
significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. ocidental. Assinale a alternativa correta que apresenta
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à o filósofo racionalista autor das reflexões
gênese do conhecimento. apresentadas.
d) concordam que conhecimento humano é impossível a) Nicolau Maquiavel.
em relação às ideias e aos sentidos. b) São Tomás de Aquino.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos c) René Descartes.
no processo de obtenção do conhecimento. d) Voltaire.
e) Immanuel Kant.

FIL0234 - (Ufpr) Mas, logo em seguida, adverti que


FIL0232 - (Ufpr) Nas primeiras linhas das Meditações enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso,
Metafísicas, Descartes declara que “recebera muitas cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse
falsas opiniões por verdadeiras” e que “aquilo que alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso,
fundou sobre princípios mal assegurados devia ser logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais
muito duvidoso e incerto”. extravagantes suposições dos céticos não seriam
(DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL, J.
CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (org.) Antologia de textos capazes de abalar, julguei que podia aceitá-la, sem
filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 153.) escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que
procurava.
A fim de dar bom fundamento ao conhecimento (DESCARTES. Discurso do método. Col. Os Pensadores. Trad. J.
Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1991,
científico, Descartes entende que é preciso: p. 46.)
a) confiar nas próprias opiniões.
b) certificar-se de que os outros pensam como nós. O texto citado corresponde a uma das passagens mais
c) seguir as opiniões dos mais sábios. marcantes da filosofia de Descartes, um filósofo
d) partir de princípios seguros e proceder com método. considerado por muitos intérpretes como o pai do
e) aceitar que o conhecimento é duvidoso e incerto. racionalismo. Com base no texto e na ideia geral de
racionalismo, é correto afirmar:
18
a) O racionalismo tem como garantia de verdade a a) Locke é um representante do racionalismo e
experiência. Descartes é um representante do empirismo.
b) Descartes é um filósofo empirista, visto que faz b) Locke é um representante do empirismo e Descartes
experiências de pensamento. é um representante do racionalismo.
c) Descartes inaugura um tipo de busca pela verdade c) Descartes e Locke possuíam a mesma concepção,
que se ampara no exercício. pois ambos eram críticos do iluminismo.
d) A expressão “penso, logo existo” é uma das d) Descartes é um representante do teologismo e
suposições dos céticos sobre o conhecimento. Locke é um representante do culturalismo.
e) Descartes não buscava um princípio seguro, pois e) Descartes é um representante do materialismo e
duvidava de todas as coisas. Locke é um representante do idealismo.

FIL0237 - (Upe) Sobre a consciência crítica e a filosofia,


FIL0235 - (Uel) Leia o texto a seguir. analise o texto a seguir:
Como relata Descartes no Discurso sobre o método,
E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e depois de ter lançado tudo à dúvida, somente depois,
não em latim, que é a de meus preceptores, é porque tive de constatar que, embora eu quisesse pensar que
espero que aqueles que se servem apenas de sua razão tudo era falso, era preciso necessariamente que eu,
natural inteiramente pura julgarão melhor minhas que assim pensava, fosse alguma coisa. E, observando
opiniões do que aqueles que não acreditam senão nos que essa verdade – ‘penso, logo sou’ – era tão firme e
livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso sólida que nenhuma das mais extravagantes hipóteses
ao estudo, os únicos que desejo para meus juízes, não dos céticos seria capaz de abalá-la.”
serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a (REALE, Giovanni. História da Filosofia: Do Humanismo a Kant. São
Paulo: Paulinas, 1990, p. 366).
favor do latim que recusem ouvir minhas razões,
porque as explico em língua vulgar.
DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento O autor do texto retrata alguns apontamentos sobre o
Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. pensamento cartesiano. Com relação a esse assunto,
p. 79. assinale a alternativa CORRETA.
a) As ideias de Descartes enfatizam que a dúvida tem
Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o valor secundário sobre como conduzir bem sua razão.
surgimento da filosofia moderna, assinale a alternativa b) O pensamento cartesiano afirma que não devemos
correta. rejeitar como falso tudo aquilo do qual não podemos
duvidar.
a) A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais c) O cartesianismo é um empirismo, ou seja, prioriza o
adequado o espírito da modernidade por estar livre valor dos sentidos no âmbito do conhecimento.
dos preconceitos da língua dos doutos, o latim. d) O pensamento de Descartes influenciou,
b) Redigir o Discurso do Método em francês teve efetivamente, o mundo cultural francês e retratou a
propósito similar à tradução da bíblia para o alemão significância do espírito crítico na investigação do
feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do conhecimento.
texto em língua vulgar. e) O método racionalista prioriza a verdade da fé como
c) O desencantamento do mundo, resultante da radical critério da cientificidade.
crítica cartesiana à tradição, teve como consequência
o abandono da referência à divindade. FIL0238 - (Unesp) De um lado, dizem os materialistas,
d) As ideias expressas por Descartes em seu Discurso a mente é um processo material ou físico, um produto
do Método refletem a postura tipicamente moderna de do funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo
ruptura total com o passado. com as visões não materialistas, a mente é algo
e) A razão natural inteiramente pura é um atributo diferente do cérebro, podendo existir além dele.
inerente à natureza humana, independentemente da Ambas as posições estão enraizadas em uma longa
tradição ou da cultura à qual o humano se vincula. tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia
Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de
que tudo é composto de átomos e todo pensamento é
FIL0236 - (Ueg) John Locke afirmou que a mente é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia
como uma folha em branco na qual a cultura escreve que o intelecto humano é imaterial e que a alma
seu texto e Descartes demonstrava desconfiança em sobrevive à morte do corpo.
relação aos sentidos como fonte de conhecimento. A (Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro
respeito desses dois filósofos, verifica-se o seguinte: produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”.
www.archivespsy.com, 2015.)
19
A partir das informações e das relações presentes no Quanto a uma dessas regras, ele diz que se trata de
texto, conclui-se que "dividir cada dificuldade que examinasse em tantas
a) a hipótese da independência da mente em relação partes quantas possíveis e necessárias para melhor
ao cérebro teve origem no método científico. resolvê-las".
b) a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada Descartes. Discurso do método,I-II, citado por: MARCONDES,
Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
por Descartes como separação entre pensamento e
Editora, 2000. Tradução de Marcus Penchel.
extensão.
c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou em
Essa regra, transcrita acima, é denominada
hipóteses empiristas análogas às do materialismo.
a) regra da análise.
d) os argumentos materialistas resgatam a metafísica
b) regra da síntese.
platônica, favorecendo hipóteses de natureza
c) regra da evidência.
espiritualista.
d) regra da verificação.
e) o progresso da neurociência estabeleceu provas
objetivas para resolver um debate originalmente
FIL0241 - (Upe) O bom senso é a coisa do mundo
filosófico.
melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem
provido dele que mesmo os que são mais difíceis de
FIL0239 - (Upe) Considere o texto a seguir sobre o
contentar em qualquer outra coisa, não costumam
paradigma da Modernidade.
desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que
todos se enganem a tal respeito; mas isso antes
testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o
verdadeiro do falso, que é propriamente o que se
denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente
igual em todos os homens.
DESCARTES, René. Discurso do Método, 1973, p. 37.

Na perspectiva de René Descartes,


Não nos esqueçamos de outra não menos importante a) o conhecimento filosófico prioriza a sensação,
verdade histórica: a Revolução Científica foi deixando à margem o valor da razão, isto é, o que vale
profetizada por Bacon, realizada por Galileu, é ter bom senso.
tematizada por Descartes, mas só concluída e b) o conhecimento filosófico é natural em todos os
sistematizada por Newton. homens, mesmo sem fazerem uso do bom senso.
(JAPIASSU, HIlton. Como Nasceu a Ciência Moderna. Rio de c) o conhecimento filosófico salienta a importância
Janeiro: Imago, 2007, p. 112. Adaptado.)
capital de bem conduzir a própria razão para a
aquisição da ciência.
O autor acima retrata, com singularidade, alguns dos
d) o conhecimento filosófico delimita a faculdade de
expoentes do pensamento moderno. Sobre esse
julgar o absoluto, desprezando o valor do
assunto, assinale a alternativa CORRETA.
conhecimento.
a) Com a revolução galileana, a teologia ganha sua
e) o conhecimento filosófico enfatiza que a essência do
autonomia, libertando-se da ciência.
homem consiste nos sentidos, uma vez que o bom
b) O pensamento cartesiano adota uma atitude de
senso acentua o caráter relativo e particular da razão.
dúvida metódica para bem conduzir a razão e procurar
a verdade nas ciências.
c) Galileu Galilei foi o verdadeiro fundador do método
FIL0242 – (Unesp) Todas as vezes que mantenho minha
indutivo na ciência da matemática.
vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de
d) A ciência para Francis Bacon é teórica e
tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser
contemplativa, tendo o filósofo profetizado o papel da
a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente
religiosidade no marco da cientificidade.
representadas pelo entendimento, não pode
e) O pensamento newtoniano, com direcionamento na
acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção
física e na matemática, não foi um marco essencial
clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e
para a história e para a filosofia da ciência.
de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas
deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus
FIL0240 - (Ufu) Na obra Discurso do método, o filósofo
que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco
francês Renê Descartes descreve as quatro regras que,
algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que
segundo ele, podem levar ao conhecimento de todas
uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro.
as coisas de que o espírito é capaz de conhecer. René Descartes. Vida e Obra. Os pensadores, 2000.
20
Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que FIL0245 - (Enem) Uma vez que a razão me persuade de
a) sua concepção sobre a existência de Deus exerceu que devo impedir-me de dar crédito às coisas que não
grande influência na renovação religiosa da época. são inteiramente certas e indubitáveis tanto quando
b) sua valorização da clareza e distinção do àquelas que nos parecem manifestamente ser falsas, o
conhecimento científico baseou-se no irracionalismo. menor motivo de dúvida que eu nelas encontrar
c) desenvolveu as bases racionais para a crítica do bastará para me levar a rejeitar todas.
mecanicismo como método de conhecimento. DESCARTES, R. Meditações de Filosofia Primeira. São Paulo: Abril
Cultural, 1973 (adaptado).
d) formulou conceitos filosóficos fortemente
contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu.
e) se tratou de um pensamento responsável pela Ao introduzir dúvida como método, Descartes busca
fundamentação do método científico moderno. alcançar uma certeza capaz de refundar, sobre
princípios sólidos, a ciência e a filosofia. Seu
procedimento teórico indica
a) a capacidade de o entendimento humano duvidar
FIL0243 - (Enem) Após ter examinado cuidadosamente das certezas claras e distintas.
todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por b) a ideia de que o ceticismo é base suficiente para
constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é edificar a filosofia moderna.
necessariamente verdadeira todas as vezes que a c) o rompimento com o dogmatismo da filosofia
enuncio ou que a concebo em meu espírito. aristotélico-tomista que prevalecera na Idade Média.
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, d) a primazia dos sentidos como caminho seguro de
1979. condução do homem à verdade.
e) o estabelecimento de uma regra capaz de consolidar
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos a tradição escolástica de pensamento.
momentos mais importantes na ruptura da filosofia do
século XVII com os padrões da reflexão medieval, por FIL0246 - (Unesp) Nada acusa mais uma extrema
a) estabelecer o ceticismo como opção legítima. fraqueza de espírito do que não conhecer qual é a
b) utilizar silogismos linguísticos como prova infelicidade de um homem sem Deus; nada marca mais
ontológica. uma má disposição do coração do que não desejar a
c) inaugurar a posição teórica conhecida como verdade das promessas eternas; nada é mais covarde
empirismo. do que fazer-se de bravo contra Deus. Deixem então
d) estabelecer um princípio indubitável para o essas impiedades para aqueles que são bastante mal
conhecimento. nascidos para ser verdadeiramente capazes disso.
e) questionar a relação entre a filosofia e o tema da Reconheçam enfim que não há senão duas espécies de
existência de Deus. pessoas a quem se possam chamar razoáveis: ou os
que servem a Deus de todo o coração porque o
conhecem ou os que o buscam de todo o coração
porque não o conhecem.
FIL0244 - (Unicamp) A dúvida é uma atitude que (Blaise Pascal. Pensamentos, 2015. Adaptado.)
contribui para o surgimento do pensamento filosófico
moderno. Neste comportamento, a verdade é atingida O pensamento desse filósofo é nitidamente
através da supressão provisória de todo conhecimento, influenciado por uma ótica
que passa a ser considerado como mera opinião. A a) científica.
dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da b) ateísta.
Filosofia. c) antropocêntrica.
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto d) materialista.
Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.) e) teológica.
A partir do texto, é correto afirmar que:
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e FIL0247 - (Uece) Leia atentamente o seguinte excerto:
verdade são conceitos equivalentes. “A liberdade do homem em sociedade consiste em não
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, estar submetido a nenhum outro poder legislativo
por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico. senão àquele estabelecido no corpo político mediante
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e consentimento, nem sob o domínio de qualquer
surge quando opiniões e verdades são coincidentes. vontade ou sob a restrição de qualquer lei afora as que
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito promulgar o poder legislativo, segundo o encargo a
crítico são fundamentos do pensamento filosófico este confiado”.
moderno.
21
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Martins Fontes, 1998, De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-
p. 401-402. Adaptado. se
a) da reminiscência de ideias originalmente
Considerando a definição de liberdade do homem em transcendentes.
sociedade, de John Locke, atente para as seguintes b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
afirmações: c) de categorias a priori existentes na mente humana.
d) da experiência com os objetos reais e empíricos.
I. A concepção de liberdade do homem em sociedade e) de uma relação dialética do espírito humano com o
de Locke elimina totalmente o direito de cada um de mundo.
agir conforme a sua vontade.
II. A concepção de liberdade do homem em sociedade FIL0250 - (Unicamp) A maneira pela qual adquirimos
de Locke consiste em viver sob a restrição das leis qualquer conhecimento constitui suficiente prova de
promulgadas pelo poder legislativo. que não é inato.
III. A concepção de liberdade do homem em sociedade LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo:
de Locke consiste em viver segundo uma regra Nova Cultural, 1988, p.13.
permanente e comum que todos devem obedecer.
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia
É correto o que se afirma em parte,
a) I e II apenas. a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua
b) I e III apenas. aquisição deriva da experiência.
c) II e III apenas. b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os
d) I, II e III. conhecimentos possam ser obtidos.
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao
negar a existência de ideias inatas.
FIL0248 - (Ueg) John Locke afirmou que a mente é d) defende que as ideias estão presentes na razão
como uma folha em branco na qual a cultura escreve desde o nascimento.
seu texto e Descartes demonstrava desconfiança em
relação aos sentidos como fonte de conhecimento. A FIL0251 - (Unioeste) “Através dos princípios de um
respeito desses dois filósofos, verifica-se o seguinte: direito natural preexistente ao Estado, de um Estado
a) Locke é um representante do racionalismo e baseado no consenso, de subordinação do poder
Descartes é um representante do empirismo. executivo ao poder legislativo, de um poder limitado,
b) Locke é um representante do empirismo e Descartes de direito de resistência, Locke expôs as diretrizes
é um representante do racionalismo. fundamentais do Estado liberal.”
c) Descartes e Locke possuíam a mesma concepção, Bobbio.
pois ambos eram críticos do iluminismo. Considerando o texto citado e o pensamento político
d) Descartes é um representante do teologismo e de Locke, seguem as afirmativas abaixo:
Locke é um representante do culturalismo.
e) Descartes é um representante do materialismo e I. A passagem do estado de natureza para a sociedade
Locke é um representante do idealismo. política ou civil, segundo Locke, é realizada mediante
um contrato social, através do qual os indivíduos
singulares, livres e iguais dão seu consentimento para
ingressar no estado civil.
FIL0249 - (Unesp) Posto que as qualidades que II. O livre consentimento dos indivíduos para formar a
impressionam nossos sentidos estão nas próprias sociedade, a proteção dos direitos naturais pelo
coisas, é claro que as ideias produzidas na mente governo, a subordinação dos poderes, a limitação do
entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder e o direito à resistência são princípios
poder de inventar ou formar uma única ideia simples fundamentais do liberalismo político de Locke.
na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. III. A violação deliberada e sistemática dos direitos
Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que naturais e o uso contínuo da força sem amparo legal,
jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a segundo Locke, não são suficientes para conferir
ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder legitimidade ao direito de resistência, pois o exercício
fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias de tal direito causaria a dissolução do estado civil e, em
das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. consequência, o retorno ao estado de natureza.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. IV. Os indivíduos consentem livremente, segundo
Adaptado.) Locke, em constituir a sociedade política com a

22
finalidade de preservar e proteger, com o amparo da a) O livro “O que é a propriedade?”, de Proudhon
lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político (1840)
unitário, os seus inalienáveis direitos naturais à vida, à b) O “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Frederico
liberdade e à propriedade. Engels (1848)
V. Da dissolução do poder legislativo, que é o poder no c) A “Concordata” estabelecida entre Napoleão e o
qual “se unem os membros de uma comunidade para Vaticano (1801)
formar um corpo vivo e coerente”, decorre, como d) A declaração da “Doutrina Monroe” (1823)
consequência, a dissolução do estado de natureza. e) A “Declaração de Independência” dos Estados
Unidos (1776)
Das afirmativas feitas acima
a) somente a afirmação I está correta. FIL0254 - (Ufsj) Ao investigar as origens das ideias,
b) as afirmações I e III estão corretas. diversos filósofos fizeram interferências importantes
c) as afirmações III e IV estão corretas. no pensamento filosófico da humanidade. Dentre eles,
d) as afirmações II e III estão corretas. destaca-se o pensamento de John Locke. Assinale a
e) as afirmações III e V estão incorretas. alternativa que expressa as origens das ideias para
John Locke.
FIL0252 - (Ufu) Para bem compreender o poder político a) “Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento
e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que começa com a experiência [...] mas embora todo o
estado todos os homens se acham naturalmente, nosso conhecimento comece com a experiência, nem
sendo este um estado de perfeita liberdade para por isso todo ele pode ser atribuído a esta, mas à
ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as imaginação e à ideia.”
pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos b) “O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é
limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou uma substância que pensa? É uma coisa que duvida,
depender da vontade de qualquer outro homem. que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril quer, que imagina e que sente, uma ideia em
Cultural, 1978.
movimento.
c) “Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias,
A partir da leitura do texto acima e de acordo com o por mais complexos e sublimes que sejam, sempre
pensamento político do autor, assinale a alternativa descobrimos que se resolvem em ideias simples que
correta. são cópias de uma sensação ou sentimento anterior,
a) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde calcado nas paixões.”
com o estado de servidão. d) “Afirmo que essas duas, a saber, as coisas materiais
b) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas externas, como objeto da sensação, e as operações de
independe da conveniência de cada um. nossas próprias mentes, como objeto da reflexão, são,
c) Segundo Locke, a origem do poder político depende a meu ver, os únicos dados originais dos quais as ideias
do estado de natureza. derivam.”
d) Segundo Locke, a existência de permissão para agir
é compatível com o estado de natureza. FIL0255 - (Unioeste) “Se o homem no estado de
natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor
FIL0253 - (Uff) O filósofo inglês John Locke (1632-1704) absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior
é um dos fundadores da concepção liberal da vida e a ninguém sujeito, porque abrirá ele mão dessa
política. Em sua defesa da liberdade como um atributo liberdade, porque abandonará o seu império e sujeitar-
que o homem possui desde que nasce, ele diz: “Para se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder?
compreender corretamente o que é o poder político e Ao que é óbvio responder que, embora no estado de
derivá-lo a partir de sua origem, devemos considerar natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito
qual é a condição em que todos os homens se incerta e está constantemente exposta à invasão de
encontram segundo a natureza. E esta condição é a de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele,
completa liberdade para poder decidir suas ações e todo homem igual a ele, e na maior parte pouco
dispor de seus bens e pessoas do modo que quiserem, observadores da equidade e da justiça, a fruição da
respeitados os limites das leis naturais, sem precisar propriedade que possui nesse estado é muito insegura,
solicitar a permissão ou de depender da vontade de muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a
qualquer outro ser humano.” abandonar uma condição que, embora livre, está cheia
de temores e perigos constantes; e não é sem razão
Assinale o documento histórico que foi diretamente que procura de boa vontade juntar-se em sociedade
influenciado pelo pensamento de Locke. com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se,
23
para a mútua conservação da vida, da propriedade e c) há certas coisas que a razão do homem não pode
dos bens a que chamo de 'propriedade'”. conhecer.
Locke d) assim como o marinheiro guia sua viagem por uma
sonda de tamanho conhecido, o homem deve orientar
Sobre o pensamento político de Locke e o texto acima, sua conduta por aquilo que conhece.
seguem as seguintes afirmativas: e) o conhecimento, para Locke, só é certo se houver
conformidade entre nossas ideias e a realidade das
I. No estado de natureza, os homens usufruem coisas.
plenamente, e com absoluta segurança, os direitos
naturais. FIL0257 - (Uncisal) No período moderno, emergiu uma
II. O objetivo principal da união dos homens em escola filosófica que pôs em questão as concepções
comunidade, colocando-se sob governo, é a inatistas e metafísicas de conhecimento. Para os
preservação da “propriedade”. filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é
III. No estado de natureza, falta uma lei estabelecida, sempre decorrente da experiência, jamais podendo
firmada, conhecida, recebida e aceita mediante existir ideias inatas. O nome dessa corrente filosófica,
consentimento, como padrão do justo e injusto e bem como o nome de um de seus filósofos
medida comum para resolver quaisquer controvérsias representativos são, respectivamente:
entre os homens. a) inatismo; Descartes.
IV. Os homens entram em sociedade, abandonando a b) idealismo; Kant.
igualdade, a liberdade e o poder executivo que tinham c) escolástica; Santo Agostinho.
no estado de natureza, apenas com a intenção de d) empirismo; Locke.
melhor preservar a propriedade. e) metafísica; Platão.
V. No estado de natureza, há um juiz conhecido e
imparcial para resolver quaisquer controvérsias entre
os homens, de acordo com a lei estabelecida. FIL0258 - (Uel) Leia o texto a seguir.

Das afirmativas feitas acima Locke divide o poder do governo em três


a) somente a afirmação I está correta. poderes, cada um dos quais origina um ramo de
b) as afirmações I e III estão corretas. governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o
c) as afirmações II e V estão corretas. executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo
d) as afirmações IV e V estão corretas. (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e
e) as afirmações II, III e IV estão corretas. estabelecer alianças com outras comunidades).
Enquanto o governo continuar sendo expressão da
FIL0256 - (Unioeste) John Locke afirma em Ensaio vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião
acerca do entendimento: “é de grande utilidade para o não é permitida: é injusta a rebelião contra um governo
marinheiro saber a extensão de sua linha, embora não legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de
possa com ela sondar toda a profundidade do oceano. dissolução da sociedade e quando o governo deixa de
É conveniente que saiba que ela é suficientemente cumprir sua função e se transforma em uma tirania.
longa para alcançar o fundo dos lugares necessários (LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo:
para orientar sua viagem, e preveni-lo de esbarrar Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)
contra escolhos que podem destruí-lo. Não nos diz
respeito conhecer todas as coisas, mas apenas as que Com base no texto e nos conhecimentos sobre John
se referem à nossa conduta. Se pudermos descobrir Locke, é correto afirmar:
aquelas medidas por meio das quais uma criatura
racional, posta nesta situação do homem no mundo, I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo
pode e deve dirigir suas opiniões e ações delas de todo cidadão sob a vigência da legalidade.
dependentes, não devemos nos molestar por que II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos
outras coisas escapam ao nosso conhecimento”. cidadãos sem tomar partido em questões de matéria
religiosa.
Tendo em conta o texto acima e a teoria do III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.
conhecimento de Locke, é incorreto afirmar que IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o
a) o homem, utilizando suas faculdades racionais, pode Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam
conhecer tudo sobre todas as coisas do mundo. cumpridas.
b) o homem deve saber os limites da razão para ter
conhecimento certo daquilo que é possível conhecer. Assinale a alternativa correta.

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a) Somente as afirmativas I e II são corretas. refletidas, nossa observação supre nossos
b) Somente as afirmativas I e III são corretas. entendimentos com todos os materiais do
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. pensamento.” (Locke)
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Tendo presente o texto acima, é correto afirmar,
segundo Locke, que
FIL0259 - (Ufu) Os filósofos contratualistas elaboraram a) há duas fontes de nossas ideias, a sensação e a
suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder reflexão, de modo que tudo o que é objeto de nossa
do Estado a partir de alguns conceitos fundamentais mente, por ser ela como que um papel em branco, é
tais como, a soberania, o estado de natureza, o estado adquirido por meio de uma ou de outra dessas duas
civil, o estado de guerra, o pacto social etc. fontes.
[...] O estado de guerra é um estado de inimizade e b) contrariamente ao que afirma o texto, o autor
destruição [...] nisto temos a clara diferença entre o admite excepcionalmente como inatos alguns
estado de natureza e o estado de guerra, muito princípios fundamentais e algumas ideias simples.
embora certas pessoas os tenham confundido, eles c) chama-se experiência a forma de conhecimento que,
estão tão distantes um do outro [...]. produzido por meio das diferentes sensações, nos
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Ed. permite saber o que as coisas são em sua essência e na
Abril Cultural, 1978. medida em que são independentes de nós.
d) a ideia de substância é uma ideia simples formada
Leia o texto acima e assinale a alternativa correta. diretamente a partir de nossa experiência das coisas e
a) Para Locke, o estado de natureza é um estado de da capacidade que elas têm de subsistirem.
destruição, inimizade, enfim uma guerra “de todos os e) todas as nossas percepções ou ideias provém das
homens contra todos os homens”. sensações externas e de nosso contato com o que
b) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde existe fora de nós.
com o estado de guerra.
c) Segundo Locke, para compreendermos o poder
político, é necessário distinguir o estado de guerra do FIL0261 - (Uel) Leia o seguinte texto de Locke:
estado de natureza. Aquele que se alimentou com bolotas que
d) Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no colheu sob um carvalho, ou das maçãs que retirou das
fato de ambos utilizarem o conceito de estado de árvores na floresta, certamente se apropriou deles
natureza exatamente com o mesmo significado. para si. Ninguém pode negar que a alimentação é sua.
Pergunto então: Quando começaram a lhe pertencer?
FIL0260 - (Unioeste) “Se os que nos querem persuadir Quando os digeriu? Quando os comeu? Quando os
que há princípios inatos não os tivessem cozinhou?
compreendido em conjunto, mas considerado Quando os levou para casa? Ou quando os apanhou?
separadamente os elementos a partir dos quais estas (LOCKE, J. Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. 3 ed. Petrópolis:
proposições são formuladas, não estariam, talvez, tão Vozes, 2001, p. 98)
dispostos a acreditar que elas eram inatas. Visto que,
se as ideias das quais são formadas essas verdades não Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
fossem inatas, seria impossível que as proposições pensamento de John Locke, é correto afirmar que a
formadas delas pudessem ser inatas, ou nosso propriedade:
conhecimento delas ter nascido conosco. Se, pois, as
ideias não são inatas, houve um tempo quando a I. Tem no trabalho a sua origem e fundamento, uma
mente estava sem esses princípios e, desse modo, não vez que ao acrescentar algo que é seu aos objetos da
seriam inatos, mas derivados de alguma outra origem. natureza o homem os transforma em sua propriedade.
Pois, se as próprias ideias não o são, não pode haver II. A possibilidade que o homem tem de colher os frutos
conhecimento, assentimento, nem proposições da terra, a exemplo das maçãs, confere a ele um direito
mentais ou verbais a respeito delas. […] De onde sobre eles que gera a possibilidade de acúmulo
apreende a mente todos os materiais da razão e do ilimitado.
conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da III. Animais e frutos, quando disponíveis na natureza e
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela sem a intervenção humana, pertencem a um direito
fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio comum de todos.
conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis IV. Nasce da sociedade como consequência da ação
externos como nas operações internas de nossas coletiva e solidária das comunidades organizadas com
mentes, que são por nós mesmos percebidas e o propósito de formar e dar sustentação ao Estado.

25
Assinale a alternativa correta. a) No estado de natureza, a liberdade dos homens
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. consiste num poder de tudo dispor a partir da força e
b) Somente as afirmativas I e III são corretas. da argúcia.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. b) Os homens são iguais, pois todos têm o mesmo
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. medo de morte violenta em mãos alheias.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. c) A liberdade dos homens determina que o estado de
natureza é um estado de guerra de todos contra todos.
d) A liberdade no estado de natureza não consiste em
FIL0262 - (Unioeste) Locke é um dos principais permissividade, pois ela é limitada pelo direito natural.
representantes do contratualismo clássico. Tem como e) Nunca houve na história um estado de natureza,
ponto de partida de seu pensamento político o estado sendo este apenas uma hipótese lógica.
de natureza, de modo que, através do contrato (pacto)
social, realiza-se a passagem para o Estado civil. FIL0265 - (Ufu) O pensamento político de John Locke
contém uma teoria da cidadania que anuncia certos
Assinale a alternativa que não corresponde à aspectos da filosofia do século XVIII. Pela anuência à
concepção liberal de política de Locke. vida civil e pela confiança que deposita no poder
a) O estado de natureza é um estado de guerra público, o indivíduo se faz cidadão. Incorporando-se
generalizada de todos contra todos. livremente ao corpo político, cada um participa de sua
b) No estado de natureza, todos os homens são livres e gestão: alcança assim a dignidade política.
iguais, tendo todos o direito à vida, à liberdade e à
propriedade. Acerca do pensamento de Locke, considere o texto
c) O estado de natureza é um estado de relativa paz, acima e marque a alternativa correta.
por falta de um juiz imparcial que julgue os possíveis a) Um governante que usa, à margem da lei, a força
conflitos entre os indivíduos. contra os interesses de seus súditos destrói sua própria
d) O Estado civil tem sua origem e fundamento no autoridade. O súdito tem o direito a resistir-lhe.
pacto de consentimento unânime de indivíduos livres b) O contrato tem a finalidade de instituir a vida ética
e iguais, sendo que na escolha da forma de governo no seio do Estado.
segue-se o princípio da maioria. c) Locke afirma que o contrato emerge da base
e) No centro do pensamento político de Locke se material da sociedade, independentemente das
encontra a defesa dos direitos naturais inalienáveis do decisões dos indivíduos.
indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade, que d) A transferência de poder torna-se irrevogável após o
devem ser garantidos e protegidos pelo Estado civil. contrato, porque a soberania é ilimitada e absoluta.

FIL0263 – (Ueg) Um dos aspectos mais importantes da


filosofia política de John Locke é sua defesa do direito FIL0267 - (Uel) Tendo por base a concepção de
à propriedade, que ele considerava ser algo inerente à contrato social em Locke, considere as afirmativas a
natureza humana, uma vez que o corpo é nossa seguir.
primeira propriedade. De acordo com esta perspectiva,
o Estado deve I. Os homens firmam entre si um pacto de submissão,
a) permitir aos seus cidadãos ter propriedade ou por meio do qual transferem a um terceiro o poder de
propriedades. coerção, trocando a condição de desigualdade do
b) garantir que todos os seus cidadãos, sem exceção, Estado de Natureza pela segurança e liberdade do
tenham alguma propriedade. Estado social.
c) garantir aos cidadãos a posse vitalícia de bens. II. Os homens firmam um pacto de consentimento, no
d) fazer com que a propriedade seja comum a todos os qual concordam livremente em formar a sociedade
cidadãos. para preservar e consolidar os direitos que possuíam
originalmente no Estado de natureza.
FIL0264 - (Uel) Para Locke, o estado de natureza é um III. O exercício legítimo da autoridade, no Estado social,
estado de liberdade e de igualdade. baseia-se na teoria do direito divino, em que os
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Tradução de monarcas, herdeiros dos patriarcas, são
Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p. representantes diretos que garantem o contrato social.
83.)
IV. O que leva os homens a se unirem e estabelecerem
livremente entre si o contrato social é a falta de lei
Com base nos conhecimentos sobre a filosofia política
estabelecida, de juiz imparcial e de uma força
de Locke, assinale a alternativa correta.
coercitiva para impor a execução das sentenças.
26
Estão corretas apenas as afirmativas: a) A tristeza é uma ação da alma, consistente na
a) I e II. afecção causada por uma paixão, por meio da qual a
b) I e III. alma visa a própria destruição.
c) II e IV. b) As transformações da alma, seja o aumento ou a
d) I, III e IV. diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões
e) II, III e IV. contrárias.
c) O aumento de perfeição, característico de afecção
da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-
FIL0267 - (Uece) Sobre a questão da liberdade em se com mais clareza e distinção.
Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o d) Tristeza e alegria são denominadas paixões porque
seguinte: resultam da ação de distintas dimensões da alma,
responsáveis pela produção dessas afecções.
“[...] o poder teológico-político é duplamente violento. e) Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo,
Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de
homens a origem de suas ações sociais e políticas, pensar da nossa alma.
colocando-as como cumprimento a mandamentos
transcendentes de uma vontade divina FIL0269 - (Enem) Os filósofos concebem as emoções
incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de que se combatem entre si, em nós, como vícios em que
Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, os homens caem por erro próprio; é por isso que se
postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los
da liberdade, pois não regulam apenas usos e ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los.
costumes, mas também a linguagem e o pensamento, Concebem os homens, efetivamente, não tais como
procurando dominar não só os corpos, mas também os são, mas como eles próprios gostariam que fossem.
espíritos”. ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que
CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: diz respeito à idealização de uma
https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/. a) estrutura da interpretação fenomenológica.
b) natureza do comportamento humano.
O poder teológico-político é violento, porque c) dicotomia do conhecimento prático.
a) submete os homens a leis supostamente d) manifestação do caráter religioso.
transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas e) reprodução do saber tradicional.
próprias ações.
b) retira dos homens a esperança de que suas ações FIL0270 - (Ufsm) Revoltas e movimentos sociais, como
tenham como causa e fim a transcendência divina. os ocorridos recentemente no Brasil, estão
c) transforma a linguagem e o pensamento dos homens frequentemente envolvidos no aperfeiçoamento da
em formas de libertação de corpos e espíritos. vida social e podem ter papel adaptativo. Na história
d) recusa aos usos e costumes o papel de fundamento da filosofia política moderna, alguns filósofos
transcendente das ações políticas e leis civis dos conceberam seres humanos como átomos individuais
homens. movidos por apetites ou desejos guiados pelo prazer e
dor, sendo o apetite fundamental do homem a
autopreservação. Numa situação de escassez de bens,
FIL0268 - (Uel) Leia o texto a seguir. com pessoas guiadas exclusivamente por desejos
Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes antecipadores de prazer e voltados à autopreservação,
transformações e passar ora a uma maior perfeição, haverá, inevitavelmente, conflito social. Que
ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as alternativa(s) racional(is) soluciona(m) o conflito?
afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, I. Uso da força e violência.
entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a II. Uso da ideologia e controle da informação.
Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao III. Acordo e deliberação coletiva.
contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma IV. Apelo à tradição e costume.
perfeição menor. Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s)
(ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água,
1992. p. 279). a) I e II apenas.
b) I, II e III apenas.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o c) III apenas.
problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale d) III e IV apenas.
a alternativa correta. e) IV apenas.
27
FIL0271 - (Enem) A substância é um Ser capaz de Ação. FIL0273 - (Uel) De acordo com seu conhecimento sobre
Ela é simples ou composta. A substância simples é a ética de Spinoza, é correto afirmar:
aquela que não tem partes. O composto é a reunião das a) A necessidade não se aplica às ações livres do
substâncias simples ou Mônadas. Monas é uma palavra homem.
grega que significa unidade ou o que é uno. Os b) O homem virtuoso procura agir com compaixão.
compostos ou os corpos são Multiplicidades, e as c) A felicidade é o prêmio da virtude, pois a ação
Substâncias simples, as Vidas, as Almas, os Espíritos são virtuosa tem como recompensa a felicidade.
unidades. É preciso que em toda parte haja substâncias d) Quanto mais um homem se esforça por preservar o
simples porque sem as simples não haveria as seu ser, mais ele é virtuoso.
compostas, nem movimento. Por conseguinte, toda e) O homem é mais livre na solidão, pois aí ele só
natureza está plena de vida. obedece a si mesmo.
LEIBNIZ, G. W. Discurso de metafísicas e outros textos. São Paulo:
Matins Fontes, 2004 (adaptado). FIL0274 - (Enem) Quando analisamos nossos
pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes
Dentre suas diversas reflexões, Leibniz voltou sua que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em
atenção para o tema da metafísica, que trata ideias simples que são cópias de uma sensação ou
basicamente do fundamento de realidade das coisas sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira
do mundo. A busca por esse fundamento muitas vezes vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram,
é resumida a partir do conceito de substância, que para a um exame mais atento, ser derivadas dela.
ele se refere a algo que é HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo:
a) complexo por natureza, constituindo a unidade Abril Cultural, 1973.
mínima do cosmo. Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o
b) estabilizador da realidade, dada a exigência de conhecimento tem a sua gênese na
permanência desta. a) convicção inata.
c) desdobrado no composto, em vez de gerá-lo unindo- b) dimensão apriorística.
se a outras substâncias simples. c) elaboração do intelecto.
d) considerado simples e múltiplo a um só tempo, por d) percepção dos sentidos.
ser um todo indecomponível constituído de partes. e) realidade transcendental.
e) essencial na estrutura do que existe no mundo, sem
deixar de contribuir para o movimento. FIL0275 - (Ufu) Hume descreveu a confiança que o
entendimento humano deposita na probabilidade dos
FIL0272 - (Ufpa) No contexto da cultura ocidental e na resultados dos eventos observados na natureza. Ele
história do pensamento político e filosófico, as comparou essa convicção ao lançamento de dados,
considerações sobre a necessidade de valores morais cujas faces são previamente conhecidas, porém, nas
prévios na organização do Estado e das instituições palavras do filósofo:
sociais sempre foi um tema fundamental devido à [...] verificando que maior número de faces aparece
importância, para esse tipo de questão, dos conceitos mais em um evento do que no outro, o espírito [o
de bem e de mal, indispensáveis à vida em comum. entendimento humano] converge com mais frequência
para ele e o encontra muitas vezes ao considerar as
Diante desse fato da história do pensamento político e várias possibilidades das quais depende o resultado
filosófico, a afirmação de Espinosa, segundo a qual “Se definitivo.
os homens nascessem livres, não formariam nenhum HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano.
conceito de bem e de mal, enquanto permanecessem Tradução de Anoar Aiex.
São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 93. Coleção “Os Pensadores”.
livres” (ESPINOSA, 1983, p. 264), quer dizer o seguinte:
a) O homem é, por instinto, moralmente livre, fato que
Esse tipo de raciocínio, descrito por Hume, conduz o
condiciona sua ideia de ética social.
entendimento humano a uma situação distinta da
b) Assim como o indivíduo é anterior à sociedade, a
certeza racional, uma espécie de “falha”, representada
liberdade moral antecede noções como bem e mal.
pelo(a)
c) Os valores morais que servem de base para nossa
a) verdade da fantasia, que é superior à certeza
socialização são tão naturais quanto nossos direitos.
racional.
d) Não poderíamos falar de bem e de mal se não nos
b) crença, que ocupa o lugar da certeza racional.
colocássemos além da liberdade natural.
c) sentido visual, que é mais verídico que a certeza
e) Não há nenhum vínculo necessário entre viver livre
sensível.
e saber o que são bem e mal.
d) ideia inata, que atua como o a priori da razão
humana.
28
FIL0276 - (Uel) Leia o texto a seguir. Paulo: Abril Cultural, 1995.
Podemos definir uma causa como um objeto, seguido
de outro, tal que todos os objetos semelhantes ao O problema descrito no texto tem como consequência
primeiro são seguidos por objetos semelhantes ao a
segundo. Ou, em outras palavras, tal que, se o primeiro a) universabilidade do conjunto das proposições de
objeto não existisse, o segundo jamais teria existido. O observação.
aparecimento de uma causa sempre conduz a mente, b) normatividade das teorias científicas que se valem
por uma transição habitual, à ideia do efeito; disso da experiência.
também temos experiência. c) Dificuldade de se fundamentar as leis científicas em
Em conformidade com essa experiência, podemos, bases empíricas.
portanto, formular uma outra definição de causa e d) inviabilidade de se considerar a experiência na
chamá-la um objeto seguido de outro, e cujo construção da ciência.
aparecimento sempre conduz o pensamento àquele e) correspondência entre afirmações singulares e
outro. Mas, não temos ideia dessa conexão, nem afirmações universais.
sequer uma noção distinta do que é que desejamos
saber quando tentamos concebê-las. FIL0278 - (Enem) Todo o poder criativo da mente se
Adaptado de: HUME, D. Investigação sobre o entendimento reduz a nada mais do que a faculdade de compor,
humano e sobre os princípios da moral. Seção VII, 29. Trad. José transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos
Oscar de Almeida Marques. São Paulo: UNESP, 2004. p. 115. fornecem os sentidos e a experiência. Quando
pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos
Com base no texto e nos conhecimentos acerca das mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e
noções de causa e efeito em David Hume, assinale a montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber
alternativa correta. um cavalo virtuoso, porque somos capazes de
a) As noções de causa e efeito fazem parte da realidade conceber a virtude a partir de nossos próprios
e por isso os fenômenos do mundo são explicados sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma
através da indicação da causa. de um cavalo, animal que nos é familiar.
b) A presença do efeito revela a causa nele envolvida, HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo:
o que garante a explicação de determinado Abril Cultural, 1995.
acontecimento.
c) A causa e o efeito são noções que se baseiam na Hume estabelece um vínculo entre pensamento e
experiência e, por meio dela, são apreendidas. impressão ao considerar que
d) A causa e o efeito são conhecidos objetivamente a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na
pela mente e não por hábitos formados pela percepção sensação.
do mundo. b) o espírito é capaz de classificar os dados da
e) A causa e o efeito proporcionam, necessariamente, percepção sensível.
explicações válidas sobre determinados fatos e c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais
acontecimentos. determinadas pelo acaso.
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos
FIL0277 - (Enem) Pode-se admitir que a experiência devem ser processados na memória.
passada dá somente uma informação direta e segura e) as ideias têm como fonte específica o sentimento
sobre determinados objetos em determinados cujos dados são colhidos na empiria.
períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento.
Todavia, é esta a principal questão sobre a qual FIL0279 - (Uel) Leia o texto a seguir.
gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser
estendida a tempos futuros e a outros objetos que, As ideias produzem as imagens de si mesmas em novas
pelo que sabemos, unicamente são similares em ideias, mas, como se supõe que as primeiras ideias
aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto derivam de impressões, continua ainda a ser verdade
é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, que todas as nossas ideias simples procedem, mediata
a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. ou imediatamente, das impressões que lhes
Mas, segue-se daí que este outro pão deve também correspondem.
alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Trad. De Serafim da Silva
Fontes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. p.35.
qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser
acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A
consequência não parece de nenhum modo Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
necessária. questão da sensibilidade, razão e verdade em David
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Hume, considere as afirmativas a seguir.
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I. Geralmente as ideias simples, no seu primeiro O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou
aparecimento, derivam das impressões simples que seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no
lhes correspondem. mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais
II. A conexão entre as ideias e as impressões provém do eventos, Hume considera que os fenômenos
acaso, de modo que há uma independência das ideias a) acontecem de forma inquestionável, ao serem
com relação às impressões. apreensíveis pela razão humana.
III. As ideias são sempre as causas de nossas b) ocorrem de maneira necessária, permitindo um
impressões. saber próximo ao de estilo matemático.
IV. Assim como as ideias são as imagens das c) propiciam segurança ao observador, por se
impressões, é também possível formar ideias basearem em dados que os tornam incontestáveis.
secundárias, que são imagens das ideias primárias. d) devem ter seus resultados previstos por duas
modalidades de provas, com conclusões idênticas.
Assinale a alternativa correta. e) exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. conhecimento baseado em cálculo abstrato.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. FIL0282 - (Ufsj) Segundo David Hume, “Todo raciocínio
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. abstruso apresenta um mesmo inconveniente”,
porque
a) “pode silenciar o antagonista sem convencê-lo; e
FIL0280 - (Ufsj) Para David Hume, “os homens são, em para nos darmos conta de sua força, precisamos
grande medida, governados pelo interesse” e isso é dedicar-lhe um estudo tão intenso quanto o que foi
perfeitamente visível, já que necessário para sua invenção”.
a) “tradicionalmente o interesse tem sido visto de b) “impregna a mente humana com conceitos do
dentro para fora, como algo que observamos em nós idealismo que o induzem ao holismo moderno”.
mesmos, mais do que alguma coisa que outros possam c) “justifica a disposição que a mente humana tem para
exibir”. se inclinar ao silogismo moderno”.
b) “mesmo quando estendem suas preocupações para d) “convida o raciocínio a enigmáticas considerações,
além de si mesmos, não as levam muito longe; na vida direcionando-o ao ceticismo quinhentista”.
corrente não é muito comum olhar para além dos
amigos mais próximos e dos conhecidos”.
c) “vão traduzindo a necessidade que eles têm de se FIL0283 - (Ufsj) Para George Berkeley, a expressão “ser
relacionar a partir de um interesse particular, e isso é perceber e ser percebido” significava que
vem somar-se à sua capacidade para a socialização a) a realidade é uma relação entre todo ser existente,
para o seu próprio bem-estar”. medida e consentida.
d) “as suas atitudes morais traduzem as suas condutas b) a existência da matéria é e não pode não-ser; ela não
solipsistas votadas aos mais distintos interesses se vincula ao estatuto da mente.
materiais e espirituais”. c) a percepção que temos do mundo não passa
necessariamente pelo crivo da razão, mas, sim, pela
autenticação do real por si mesmo.
FIL0281 - (Enem) O contrário de um fato qualquer é d) toda a realidade depende da ideia que fazemos das
sempre possível, pois, além de jamais implicar uma coisas.
contradição, o espírito o concebe com a mesma
facilidade e distinção como se ele estivesse em
completo acordo com a realidade. Que o Sol não FIL0284 - (Ueg) David Hume nasceu na cidade de
nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais Edimburgo, em pleno Século das Luzes, denominação
contradição do que a afirmação de que ele nascerá. pela qual ficou conhecido o século XVIII. Para investigar
Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua a origem das ideias e como elas se formam, Hume
falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela parte, como a maioria dos filósofos empiristas, do
fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma cotidiano das pessoas. Do ponto de vista de um
contradição e o espírito nunca poderia concebê-la empirista,
distintamente, assim como não pode conceber que a) não existem ideias inatas.
1 + 1 seja diferente de 2. b) não existem ideias abstratas.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São c) não existem ideias a posteriori.
Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado). d) não existem ideias formadas pela experiência.
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FIL0285 - (Ufsj) Os termos “impressões” e “ideias”, Com base no pensamento de David Hume acerca do
para David Hume, são, respectivamente, por ele entendimento humano, é correto afirmar:
definidos como a) Dentre os objetos da razão humana, as relações de
a) “nossas percepções mais fortes, tais como nossas ideias se originam das impressões associadas aos
sensações, afetos e sentimentos; percepções mais conceitos inatos dos quais se obtém dedutivamente o
fracas ou cópias daquelas na memória e imaginação”. entendimento dos fatos.
b) “aquilo que se imprime à memória e nos permite b) As conclusões acerca dos fatos obtidas pelo sujeito
ativar a imaginação; lampejos inéditos sobre o objeto e do conhecimento realizam-se sem auxílio da
sua natureza”. experiência, recorrendo apenas aos raciocínios
c) “o que fica impresso na memória abstratos a priori.
independentemente da força: ação de criar a partir do c) O postulado que afirma a inexistência de
dado sensorial”. conhecimento para além daquele que possa vir a
d) “vaga noção do sensível; raciocínio com força de lei resultar do hábito funda-se na ideia metafísica de
que legitima a natureza no âmbito da razão”. relação causal como conexão necessária entre os fatos.
d) O sujeito do conhecimento opera associações de
suas percepções, sensações e impressões semelhantes
FIL0286 - (Ufu) O texto abaixo comenta a correlação ou sucessivas recebidas pelos órgãos dos sentidos e
entre ideias e impressões em David Hume. retidas na memória.
Em contrapartida, vemos que qualquer impressão, da e) Pelo raciocínio o sujeito é induzido a inferir as
mente ou do corpo, é constantemente seguida por relações de causa e efeito entre percepções e
uma ideia que a ela se assemelha, e da qual difere impressões acerca da regularidade de fenômenos
apenas nos graus de força e vividez. A conjunção semelhantes que se repetem na sucessão do tempo.
constante de nossas percepções semelhantes é uma
prova convincente de que umas são as causas das FIL0288 - (Uel) Leia o texto a seguir:
outras; [...].
HUME, D. Tratado da natureza humana. São Paulo: Editora da
Unesp/Imprensa Oficial do Estado, 2001. p. 29.
O principal argumento humeano contra a explicação da
Assinale a alternativa que, de acordo com Hume, indica inferência causal pela razão era que este tipo de
corretamente o modo como a mente adquire as inferência dependia da repetição, e que a faculdade
percepções denominadas ideias. chamada “razão” padecia daquilo que se pode chamar
a) Todas as nossas ideias são formas a priori da mente uma certa “insensibilidade à repetição”, ou seja, uma
e, mediante essas ideias, organizamos as respectivas certa indiferença perante a experiência repetida. Em
impressões na experiência. completo contraste com isso, o princípio defendido por
b) Todas as nossas ideias advêm das nossas nosso filósofo, um princípio para designar o qual
experiências e são cópias das nossas impressões, as propôs os nomes de “costume ou hábito”, foi
quais sempre antecedem nossas ideias. concebido como uma disposição humana caracterizada
c) Todas as nossas ideias são cópias de percepções pela sensibilidade à repetição, podendo assim ser
inteligíveis, que adquirimos através de uma considerado um princípio adequado à explicação dos
experiência metafísica, que transcende toda a raciocínios derivados de experiências repetidas.
(MONTEIRO, J. P. Novos Estudos Humeanos. São Paulo: Discurso
realidade empírica. Editorial, 2003, p. 41)
d) Todas as nossas ideias já existem de forma inata, e
são apenas preenchidas pelas impressões, no Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
momento em que temos algum contato com a empirismo, é correto afirmar que Hume
experiência. a) atribui importância à experiência como fundamento
do conhecimento dedutivo obtido a partir da inferência
das relações causais na natureza.
FIL0287 - (Uel) Leia o texto a seguir: b) corrobora a afirmação de que a experiência é
Ao empreender a análise da estrutura e dos limites do insuficiente sem o uso e a intervenção da razão na
conhecimento, Kant tomou a física e a mecânica demonstração do nexo causal existente entre os
fenômenos naturais.
celeste elaboradas por Newton como sendo a própria
c) confere exclusividade à matemática como condição
ciência. Entretanto, era preciso salvá-la do ceticismo de
de fundamentação do conhecimento acerca dos
Hume quanto à impossibilidade de fundamentar as
fenômenos naturais, pois, empiricamente, constata
inferências indutivas e de alcançar um conhecimento que a natureza está escrita em caracteres
necessário da natureza. matemáticos.
31
d) demonstra que as relações causais obtidas pela b) A obrigação incondicional que a lei moral impõe
experiência representam um conhecimento guiado por advém do reconhecimento da possibilidade de
hábitos e costumes e, sobretudo, pela crença de que universalização das máximas da ação
tais relações serão igualmente mantidas no futuro. c) A mentira pode, em certas circunstâncias, ser
e) evidencia a importância do racionalismo, sobretudo legitimada moralmente quando dela resulta uma ação
as ideias inatas que atestam o nexo causal dos benéfica ou impede o prejuízo a outrem.
fenômenos naturais descobertos pela experiência. d) A máxima incondicional de uma ação moral pode ter
como fundamento a experiência, pois os costumes
FIL0289 - (Ufsj) Segundo as considerações sobre a fornecem elementos suficientes para ela.
Moral de Hume, é CORRETO afirmar que e) O imperativo categórico, princípio dos imperativos
a) a Moral se derivada Razão. do dever, escolhe, dentre os estímulos fornecidos à
b) a Moral é uma subdivisão da Filosofia, e pode ser vontade, o que lhe é mais adequado.
enquadrada no âmbito de uma Filosofia prática.
c) a Filosofia Moral é domínio da Filosofia especulativa. FIL0292 - (Uece) As seguintes máximas exemplificam a
d) a Moral tem seus preceitos legais extensamente solução apresentada por Immanuel Kant na
extraídos de uma conformidade com a Razão. formulação do princípio supremo da moralidade:

FIL0290 - (Unicentro) Assinale a alternativa correta. “Age como se a máxima de tua ação se devesse tornar,
Para David Hume (1711-1776), pela tua vontade, em lei universal da natureza”.
a) a alma é como uma tábula rasa (uma tábua onde não “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na
há inscrições), ou seja, o conhecimento só começa tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre
depois da experiência sensível. e simultaneamente como fim e nunca simplesmente
b) o que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do como meio”.
que pode ser alcançado pela experiência é o hábito KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes.
Trad. Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70.1997.
criado através da observação de casos semelhantes.
c) “saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é Essas máximas são imperativos categóricos, sobre os
contemplativo e desinteressado, mas sim um saber quais é correto afirmar que
instrumental, direcionado para a utilidade da ciência a) estabelecem, segundo Kant, a universalização da
para a vida. ação moral através de uma finalidade a ser atingida
d) as ideias claras e distintas são ideias inatas, não fora da razão e estabelecida a partir do processo de
derivam do particular, mas já se encontram no espírito. análise racional da realidade.
Por isso, não estão sujeitas ao erro, pois vêm da razão, b) são, inicialmente, de caráter hipotético, ao buscar
isto é, são independentes das ideias que vêm “de fora”, avaliar as ações possíveis, como meio de alcançar
formadas pela ação dos sentidos. alguma coisa que se deseja ou que se queira atingir
e) o positivismo corresponde à maturidade do espírito concretamente.
humano. O reino da ciência é o reino da necessidade. c) são chamados categóricos, por serem mandamentos
No mundo da necessidade, não há lugar para a da própria razão autônoma e por servirem de
liberdade. procedimento para testar o caráter universalizável e,
portanto, moral de uma máxima.
d) determinam, categoricamente, que, para atingir um
FIL0291 - (Uel) Leia o texto a seguir. determinado fim, é necessário que se usem certos
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. meios, o que expressa a universalização da moral
[...] devo proceder sempre de maneira que eu possa pragmática kantiana.
querer também que a minha máxima se torne uma lei
universal. FIL0293 - (Unesp) A maior violação do dever de um ser
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. humano consigo mesmo, considerado meramente
Trad. Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 208-209. como um ser moral (a humanidade em sua própria
pessoa), é o contrário da veracidade, a mentira [...]. A
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria mentira pode ser externa [...] ou, inclusive, interna.
kantiana do dever, assinale a alternativa correta. Através de uma mentira externa, um ser humano faz
a) A máxima de uma ação moral universalizável pode de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos
ter como fundamento os efeitos da ação, sendo outros; através de uma mentira interna, ele realiza o
considerada moralmente boa uma ação cujos efeitos que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus
causam o bem. próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em
sua própria pessoa [...]. Pela mentira um ser humano

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descarta e, por assim dizer, aniquila sua dignidade KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo:
como ser humano. [...] É possível que [a mentira] seja Abril Cultural, 1980.
praticada meramente por frivolidade ou mesmo por
bondade; aquele que fala pode, até mesmo, pretender De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de
atingir um fim realmente benéfico por meio dela. Mas pagamento” representada no texto
esta maneira de perseguir este fim é, por sua simples a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da
forma, um crime de um ser humano contra sua própria livre discussão participativa.
pessoa e uma indignidade que deve torná-lo b) garante que os efeitos das ações não destruam a
desprezível aos seus próprios olhos. possibilidade da vida futura na terra.
Em sua sentença dirigida à mentira, Kant c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem
a) considera a condenação relativa e sujeita a possa valer como norma universal.
justificativas, de acordo com o contexto. d) materializa-se no entendimento de que os fins da
b) assume que cada ser humano particular representa ação humana podem justificar os meios.
toda a humanidade. e) permite que a ação individual produza a mais ampla
c) apresenta um pensamento desvinculado de felicidade para as pessoas envolvidas.
pretensões racionais universalistas.
d) demonstra um juízo condenatório, com justificação FIL0296 - (Ufu) Leia a citação a seguir.
em motivações religiosas.
e) assume o pressuposto de que a razão sempre é A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma
governada pelas paixões. grande parte dos homens, depois que a natureza de há
muito os libertou de uma direção estranha, continuem
FIL0294 - (Enem) TEXTO I no entanto de bom grado menores durante toda a vida.
Duas coisas enchem o ânimo de admiração e São também as causas que explicam porque é tão fácil
veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre que os outros se constituam em tutores deles.
KANT, I. Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”?
mim e a lei moral em mim. (Aufklarung). In: ______. Textos seletos. Tradução de Raimundo
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d Vier. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2005, p. 64.
(adaptado).

A menoridade de que fala Kant é a condição daqueles


TEXTO II
que não fazem o uso da razão. Essa condição evidencia
Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o
a ausência
estrelado céu dentro de mim.
FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra,
a) do idealismo necessário para a ampliação dos
2015. horizontes existenciais.
b) da autonomia para fazer uso próprio da razão sem a
A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes tutela de outrem.
ideias centrais do pensamento kantiano: c) da religião encarregada de fazer feliz o homem
a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação. indigente de pensamento.
b) A prioridade do juízo e importância da natureza. d) da ignorância, pois quem se deixa guiar pelos outros
c) Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica. acerta sempre.
d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
e) Interioridade da norma e fenomenalidade do FIL0297 - (Uel) Leia os textos a seguir.
mundo.
Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é
preciso conhecer para te iniciares na política; antes,
FIL0295 - (Enem) Uma pessoa vê-se forçada pela não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou
necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito quem quer que se disponha a governar ou a
bem que não poderá pagar, mas vê também que não administrar não só a sua pessoa e seus interesses
lhe emprestarão nada se não prometer firmemente particulares, como a cidade e as coisas a ela
pagar em prazo determinado. Sente a tentação de pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o
fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante poder absoluto para fazeres o que bem entenderes
para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria.
ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes.
Belém: EDUFPA, 2004. p. 281-285.
que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria:
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo
Esclarecimento é a saída do homem de sua
emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal
menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
nunca sucederá.
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menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu também o conceito de tempo, que não adere aos
entendimento sem a direção de outro indivíduo... próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
Sapere Aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur
Moosburguer.
entendimento, tal é o lema do esclarecimento.
São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores.
KANT, I. Resposta à pergunta: que é ‘Esclarecimento’
(‘Aufklärung’). Trad. Floriano de Souza Fernandes, 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 1985. p. 100-117. Com base nos conhecimentos sobre a concepção
kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.
Tendo em vista a compreensão kantiana do a) O tempo é uma condição a priori de todos os
Esclarecimento (Aufklärung) para a constituição de fenômenos em geral.
uma compreensão tipicamente moderna do humano, b) O tempo é uma representação relativa subjacente às
assinale a alternativa correta. intuições.
a) Fazer uso do próprio entendimento implica a c) O tempo é um conceito discursivo, ou seja, um
destruição da tradição, na medida em que o poder da conceito universal.
tradição impede a liberdade do pensamento. d) O tempo é um conceito empírico que pode ser
b) A superação da condição de menoridade resulta do abstraído de qualquer experiência.
uso privado da razão, em que o indivíduo faz uso e) O tempo, concebido a partir da soma dos instantes,
restrito do próprio entendimento. é infinito.
c) A saída da menoridade instaura uma situação
duradoura, pois as verdadeiras conquistas do FIL0300 - (Enem) Os ricos adquiriram uma obrigação
Esclarecimento se afiguram como irreversíveis. relativamente à coisa pública, uma vez que devem sua
d) A menoridade é uma tendência decorrente da existência ao ato de submissão à sua proteção e zelo, o
natureza humana, sendo, por esse motivo, superada que necessitam para viver; o Estado então fundamenta
no Esclarecimento, com muito esforço. o seu direito de contribuição do que é deles nessa
e) A condição fundamental para o Esclarecimento é a obrigação, visando a manutenção de seus concidadãos.
liberdade, concebida como a possibilidade de se fazer Isso pode ser realizado pela imposição de um imposto
uso público da razão. sobre a propriedade ou a atividade comercial dos
cidadãos, ou pelo estabelecimento de fundos e de uso
FIL0298 - (Unioeste) Na obra Fundamentação da dos juros obtidos a partir deles, não para suprir as
Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma necessidades do Estado (uma vez que este é rico), mas
formulação do imperativo categórico: “Age apenas para suprir as necessidades do povo.
segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003.
querer que ela se torne lei universal”.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Segundo esse texto de Kant, o Estado
São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129 a) deve sustentar todas as pessoas que vivem sob seu
poder, a fim de que a distribuição seja paritária.
Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO b) está autorizado a cobrar impostos dos cidadãos ricos
afirmar. para suprir as necessidades dos cidadãos pobres.
a) O propósito do imperativo categórico é o de permitir c) dispõe de poucos recursos e, por esse motivo, é
que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que obrigado a cobrar impostos idênticos dos seus
se preocupar com os demais. membros.
b) O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o d) delega aos cidadãos o dever de suprir as
conflito entre a providência divina, relacionada à necessidades do Estado, por causa do seu elevado
cidade de Deus, e o espaço terreno. custo de manutenção.
c) O imperativo categórico vincula a conduta moral a e) tem a incumbência de proteger os ricos das
uma norma universal. imposições pecuniárias dos pobres, pois os ricos pagam
d) Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua mais tributos.
um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa
espelhar-se na ação dos demais para a sua ação. FIL0301 - (Uel) Leia o texto a seguir.
e) O imperativo categórico corresponde à condição do As leis morais juntamente com seus princípios não só se
estado de natureza, que é anterior à instituição do distinguem essencialmente, em todo o conhecimento
Estado civil. prático, de tudo o mais onde haja um elemento
empírico qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa
FIL0299 - (Uel) O tempo nada mais é que a forma da inteiramente sobre a sua parte pura e, aplicada ao
nossa intuição interna. Se a condição particular da homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao
nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece conhecimento do mesmo (Antropologia).
34
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo:
Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73. Barcarolla, 2009.

Com base no texto e na questão da liberdade e A passagem citada expõe um pensamento


autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa caracterizado pela
correta. a) eficácia prática da razão empírica.
a) A fonte das ações morais pode ser encontrada b) transvaloração dos valores judaico-cristãos.
através da análise psicológica da consciência moral, na c) recusa em fundamentar a moral pela experiência.
qual se pesquisa mais o que o homem é, do que o que d) comparação da ética a uma ciência de rigor
ele deveria ser. matemático.
b) O elemento determinante do caráter moral de uma e) importância dos valores democráticos nas relações
ação está na inclinação da qual se origina, sendo as de amizade.
inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que
as passionais. FIL0304 - (Ufsm) A necessidade de conviver em grupo
c) O sentimento é o elemento determinante para a fez o homem desenvolver estratégias adaptativas
ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar diversas. Darwin, num estudo sobre a evolução e as
uma direção à presente inclinação, na medida em que emoções, mostrou que o reconhecimento de emoções
fornece o meio para alcançar o que é desejado. primárias, como raiva e medo, teve um papel central
d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se na sobrevivência. Estudos antigos e recentes têm
nos “propulsores” humanos naturais, os quais se mostrado que a moralidade ou comportamento moral
direcionam ao bem próprio e ao bem do outro. está associado a outros tipos de emoções, como a
e) O princípio supremo da moralidade deve assentar- vergonha, a culpa, a compaixão e a empatia. Há, no
se na razão prática pura, e as leis morais devem ser entanto, teorias éticas que afirmam que as ações boas
independentes de qualquer condição subjetiva da devem ser motivadas exclusivamente pelo dever e não
natureza humana. por impulsos ou emoções. Essa teoria é a ética
a) deontológica ou kantiana.
FIL0302 - (Uema) Fraqueza e covardia são as causas b) das virtudes.
pelas quais a maioria das pessoas permanece infantil c) utilitarista.
mesmo tendo condição de libertar-se da tutela mental d) contratualista.
alheia. Por isso, fica fácil para alguns exercer o papel de e) teológica.
tutores, pois muitas pessoas, por comodismo, não
desejam se tornar adultas. Se tenho um livro que pensa FIL0305 - (Enem) Numa época de revisão geral, em que
por mim; um sacerdote que dirige minha consciência valores são contestados, reavaliados, substituídos e
moral; um médico que me prescreve receitas e, assim muitas vezes recriados, a crítica tem papel
por diante, não necessito preocupar-me com minha preponderante. Essa, de fato, é uma das principais
vida. Se posso adquirir orientações, não necessito características das Luzes, que, recusando as verdades
pensar pela minha cabeça: transfiro ao outro esta ditadas por autoridades submetem tudo ao crivo da
penosa tarefa de pensar. crítica.
Fonte: I. Kant, O que é a ilustração. In: F. Weffort (org). Os KANT, I. O julgamento da razão. In: ABRÃO, B. S. (Org.) História da
clássicos da política, v. 2, 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

Esse fragmento compõe o livro de Kant que trata da O iluminismo tece crítica aos valores estabelecidos sob
importância da(o) a rubrica da autoridade e, nesse sentido, propõe
a) juízo. a) a defesa do pensamento dos enciclopedistas que,
b) razão. com seus escritos, mantinham o ideário religioso.
c) cultura. b) o estímulo da visão reducionista do humanismo,
d) costume. permeada pela defesa de isenção em questões
e) experiência. políticas e sociais.
c) a consolidação de uma visão moral e filosófica
FIL0303 - (Enem) A pura lealdade na amizade, embora pautada em valores condizentes com a centralização
até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, política.
é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de d) a manutenção dos princípios da metafísica, dando
tal dever estar implicado como dever em geral, vastas esperanças de emancipação para a
anteriormente a toda experiência, na ideia de uma humanidade.
razão que determina a vontade segundo princípios a e) o incentivo do saber, eliminando superstições e
priori. avançando na dimensão da cidadania e da ciência.
35
FIL0306 - (Uel) Leia o texto a seguir. FIL0308 – (Enem) Até hoje admitia-se que nosso
conhecimento se devia regular pelos objetos; porém
Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos,
acompanhou os desdobramentos das Revoluções algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-
Americana e Francesa e foi levado a refletir sobre as se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez,
convulsões da história mundial. Às incertezas da experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da
Europa plebeia, individualista e provinciana, contrapôs metafísica, admitindo que os objetos se deveriam
algumas certezas da razão capazes de restabelecer, ao regular pelo nosso conhecimento.
menos no pensamento, a sociabilidade e a paz entre as KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994
nações com vista à constituição de uma federação de (adaptado).
povos – sociedade cosmopolita. O trecho em questão é uma referência ao que ficou
(Adaptado de: ANDRADE, R. C. “Kant: a liberdade, o indivíduo e a conhecido como revolução copernicana na filosofia.
república”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
Paulo: Ática, 2003. p.49-50.) a) assumem pontos de vista opostos acerca da
Com base nos conhecimentos sobre a Filosofia Política natureza do conhecimento.
de Kant, assinale a alternativa correta. b) defendem que o conhecimento é impossível,
a) A incapacidade dos súditos de distinguir o útil do restando-nos somente o ceticismo.
prejudicial torna imperativo um governo paternal para c) revelam a relação de interdependência entre os
indicar a felicidade. dados da experiência e a reflexão filosófica.
b) É chamado cidadão aquele que habita a cidade, d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia,
sendo considerados cidadãos ativos também as na primazia das ideias em relação aos objetos.
mulheres e os empregados. e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do
c) No Estado, há uma igualdade irrestrita entre os nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant.
membros da comunidade e o chefe de Estado.
d) Os súditos de um Estado Civil devem possuir FIL0309 - (Unioeste) “Como toda lei prática representa
igualdade de ação em conformidade com a lei universal uma ação possível como boa e por isso como
da liberdade. necessária para um sujeito praticamente determinável
e) Os súditos estão autorizados a transformar em pela razão, todos os imperativos são fórmulas da
violência o descontentamento e a oposição ao poder determinação da ação que é necessária segundo o
legislativo supremo. princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No
caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer
FIL0307 - (Ufu) Autonomia da vontade é aquela sua outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é
propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei representada como boa em si, por conseguinte, como
(independentemente da natureza dos objetos do necessária numa vontade em si conforme à razão como
querer). O princípio da autonomia é, portanto: não princípio dessa vontade, então o imperativo é
escolher senão de modo a que as máximas da escolha categórico”.
estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, Kant
como lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Considerando o pensamento ético de Kant e o texto
Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85. acima, é correto afirmar que
a) o imperativo hipotético representa a necessidade
De acordo com a doutrina ética de Kant: prática de uma ação como subjetivamente necessária
a) O Imperativo Categórico não se relaciona com a para um ser determinável pelas inclinações.
matéria da ação e com o que deve resultar dela, mas b) o imperativo categórico representa a necessidade
com a forma e o princípio de que ela mesma deriva. prática de uma ação como meio para se atingir um fim
b) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva possível ou real.
a agir por inclinação, vale dizer, tendo por objetivo a c) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas
satisfação de paixões subjetivas. de determinação necessária, segundo o princípio de
c) Inclinação é a independência da faculdade de uma vontade que é boa em si mesma.
apetição das sensações, que representa aspectos d) o imperativo categórico representa a ação como boa
objetivos baseados em um julgamento universal. em si mesma e como necessária para uma vontade em
d) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os si conforme a razão.
desejos pessoais do homem. Trata-se de fundamento e) o imperativo hipotético declara a ação como
determinante do agir, para a satisfação das inclinações. objetivamente necessária independentemente de
qualquer intenção ou finalidade da ação.

36
FIL0310 - (Unioeste) “Em todos os juízos em que for FIL0312 - (Unicamp) “O homem nasce livre, e por toda
pensada a relação de um sujeito com o predicado (se a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos
considero apenas os juízos afirmativos (…)), essa demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...)
relação é possível de dois modos. Ou o predicado B A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve
pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma
nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do grande diferença entre subjugar uma multidão e reger
conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo”. uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos
Kant. possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não
Considerando o texto acima e a teoria do verei nisso senão um senhor e escravos, de modo
conhecimento de Kant, é incorreto afirmar que algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se,
a) os juízos sintéticos a posteriori são os mais caso se queira, de uma agregação, mas não de uma
importantes para a teoria do conhecimento de Kant, associação; nela não existe bem público, nem corpo
pois são contingentes e particulares, estando ligados a político.”
casos empíricos singulares. (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed.
b) Kant denomina o primeiro modo de relacionar Abril, 1973, p. 28,36.)
sujeito e predicado de juízo analítico e o segundo, de
juízo sintético. No trecho apresentado, o autor
c) o problema do conhecimento para Kant envolve a) argumenta que um corpo político existe quando os
responder “como são possíveis os juízos sintéticos a homens encontram-se associados em estado de
priori?”. igualdade política.
d) os juízos analíticos, embora universais e necessários, b) reconhece os direitos sagrados como base para os
não fazem progredir o conhecimento, pois são direitos políticos e sociais.
tautológicos. c) defende a necessidade de os homens se unirem em
e) o juízo “Todos os corpos são extensos” é analítico, agregações, em busca de seus direitos políticos.
pois não há como pensar o conceito de corpo sem o d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que
conceito de extensão. obrigava multidões de homens a se submeterem a um
único senhor.
FIL0311 - (Unicamp) “O homem nasce livre, e por toda
a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos FIL0313 - (Enem) O homem natural é tudo para si
demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que
A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve só se relaciona consigo mesmo ou com seu
de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma semelhante. O homem civil é apenas uma unidade
grande diferença entre subjugar uma multidão e reger fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor
uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos está em sua relação com o todo, que é o corpo social.
possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não As boas instituições sociais são as que melhor sabem
verei nisso senão um senhor e escravos, de modo desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência
algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu
caso se queira, de uma agregação, mas não de uma para a unidade comum, de sorte que cada particular
associação; nela não existe bem público, nem corpo não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da
político.” unidade, e só seja percebido no todo.
(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes,
1973, p. 28,36.) 1999.
Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu
autor, é correto afirmar que: A visão de Rousseau em relação à natureza humana,
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, conforme expressa o texto, diz que
defende a necessidade de o Estado francês substituir a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua
os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. própria natureza.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao b) as instituições sociais formam o homem de acordo
explicar o nascimento da sociedade pelo contrato com a sua essência natural.
social e pregar a soberania do povo. c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar instituições sociais dependem dele.
a seu estado natural, para assim garantir a d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar
sobrevivência da sociedade. absoluto.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da e) as instituições sociais expressam a natureza
Independência Americana, chegou a ser proibido e humana, pois o homem é um ser político.
queimado em solo francês.
37
FIL0314 - (Unesp) Cada um de nós põe em comum sua direitos humanos como algo ideológico, o que é um
pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da equívoco. Os direitos humanos não são algo da
vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada esquerda ou da direita. São de todos,
membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo independentemente de onde você nasceu ou da sua
moral e coletivo, composto de tantos membros classe social. É importante enfatizar isso para frear essa
quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa onda conservadora’ — ressalta Eon, que sugere um
pública, que se forma, desse modo, pela união de todas remédio para o problema: — ‘Precisamos promover
as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, uma cultura de direitos humanos’”.
hoje, o de república ou de corpo político, o qual é Disponível em: O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/os-
chamado por seus membros de Estado [...]. direitos-humanosnao- sao-da-esquerda-ou-da-direita-sao-de-
todos-23088573.
(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.)

O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi
apresenta a doutrina política do aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1948. Já a
a) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi
privada e na defesa dos programas socialistas de aprovada durante a primeira fase da Revolução
estatização. Francesa, pela Assembleia Nacional Constituinte.
b) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar
o indivíduo e sua realização no trabalho. No que diz respeito à Declaração dos Direitos do
c) socialismo, presente na crítica ao absolutismo Homem e do Cidadão, é correto afirmar que
monárquico e na defesa da completa igualdade a) apesar de ser um documento revolucionário
socioeconômica. moderno, tem suas premissas filosóficas no
d) corporativismo, presente na proposta fascista de pensamento político de Aristóteles.
unir o povo em torno da identidade e da vontade b) é de inspiração hobbesiana, tendo seus primórdios
nacional. nos inícios do Estado moderno.
e) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo c) é de inspiração iluminista e liberal, sob influência de
Regime e na defesa dos direitos de cidadania. grandes pensadores do século XVIII, tais como Locke e
Rousseau.
FIL0315 - (Unesp) Do nascimento do Estado moderno d) é de inspiração marxista, no influxo dos grandes
até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI aos movimentos grevistas e reivindicatórios que
fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a aconteceram na França durante o século XIX.
reformular grande parte de suas teses, devido às
mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou FIL0317 - (Enem) TEXTO I
na modernidade iluminista foi fortalecer a filosofia em Eu queria movimento e não um curso calmo da
uma configuração contrária aos dogmas políticos que existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade
reforçavam a crença em uma autoridade divina. de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma
(Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas superabundância de energia que não encontrava
de governo: Montesquieu e a ideia de despotismo”. In: Historiæ, escoadouro em nossa vida.
vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.) TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza
selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito
das leis, criticou o absolutismo e propôs TEXTO II
a) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro
judiciário. homem, a um enunciado mais exato da verdade; não
b) a restauração de critérios metafísicos para a escolha sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu
de governantes. interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-
c) a justificativa do despotismo em nome da paz social. lhe também minha fraqueza e minha natureza tímida.
d) a obediência às leis costumeiras de origem feudal. Era preciso ter a coragem e a força de ser sempre
e) a retirada do poder político do povo. verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto
Alegre: L&PM, 2009.
FIL0316 - (Uece) Atente para o seguinte trecho de um
artigo de jornal: “Segundo o coordenador do Setor de
Os textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da
Ciências Naturais e Sociais da Unesco no Brasil, Fabio
existência humana e defendem uma experiência
Eon, os direitos humanos estão sendo alvo de uma
a) lógico-racional, focada na objetividade, clareza e
onda conservadora que trata a expressão como algo
imparcialidade.
politizado. — ‘Existe hoje uma tendência a enxergar
38
b) místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e ( ) Em comum, esses pensadores buscavam justificar
espiritualidade. reformas do Estado para limitar o poder despótico dos
c) sociopolítica, constituída por integração, monarcas absolutos.
solidariedade e organização. ( ) Para Hobbes, o contrato social é a renúncia dos
d) naturalista-científica, marcada pela direitos individuais ao soberano em nome da paz civil.
experimentação, análise e explicação. ( ) Para Locke, o contrato social é a renúncia parcial
e) estético-romântica, caracterizada por sinceridade, dos direitos naturais em favor da liberdade e da
vitalidade e impulsividade. propriedade.
( ) Para Rousseau, contrato social é a transferência
FIL0318 - (Uel) Leia o texto a seguir. dos direitos individuais para a vontade geral em favor
Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? da liberdade e da igualdade civis.
[...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o
primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se A sequência correta, de cima para baixo, é:
de dizer isto é meu e encontrou pessoas a) F, V, F, V.
suficientemente simples para acreditá-lo. b) V, F, V, F.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os c) V, F, F, F.
fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes d) F, V, V, V.
Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243;
259.
FIL0320 - (Ufu) Com relação à noção de estado de
Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, natureza, que é o estado em que os seres humanos se
propriedade e natureza humana no pensamento de achavam antes da formação da sociedade, podem-se
Rousseau, assinale a alternativa correta. identificar, na filosofia política moderna, três
a) A instauração da propriedade decorre de um ato tendências:
legítimo da sociedade civil, na medida em que busca 1. Os seres humanos são naturalmente egoístas e, no
atender às necessidades do homem em estado de estado de natureza, se achavam numa guerra de todos
natureza. contra todos daí que, por medo uns dos outros,
b) A instauração da propriedade e da sociedade civil aceitam renunciar à liberdade e constituir um
cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e Soberano, o estado, que garanta a paz.
de distanciamento da natureza. 2. Não é por medo uns dos outros, e sim para garantir
c) A fundação da sociedade civil é legitimada pela o direito à propriedade e à segurança que os seres
racionalidade e pela universalidade do ato de humanos consentem em criar uma autoridade que
instauração da propriedade privada. possa tornar isso possível.
d) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva 3. No estado de natureza, os seres humanos eram
a instituir a propriedade, é o reconhecimento da felizes e foi o advento da propriedade privada e da
necessidade da propriedade para garantir a sociedade civil que tornou alguns escravos de outros.
subsistência.
e) A sociedade civil e a propriedade são expressões da Podem-se atribuir essas três concepções,
perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de respectivamente, a
aperfeiçoamento. a) Hobbes, Rousseau e Maquiavel.
b) Hobbes, Locke e Rousseau.
FIL0319 - (Uece) Três pensadores modernos marcaram c) Maquiavel, Hobbes e Locke.
a reflexão sobre a questão política: Hobbes, Locke e d) Rousseau, Maquiavel e Locke.
Rousseau. Um ponto comum perpassa o pensamento
desses três filósofos a respeito da política: a origem do FIL0321 - (Enem) Numa época de revisão geral, em que
Estado está no contrato social. Partem do princípio de valores são contestados, reavaliados, substituídos e
que o Estado foi constituído a partir de um contrato muitas vezes recriados, a crítica tem papel
firmado, entendendo o contrato como um acordo. preponderante. Essa, de fato, é uma das principais
Portanto, o Estado deve ser gerado a partir do características das Luzes, que, recusando as verdades
consenso entre as pessoas em torno de alguns ditadas por autoridades submetem tudo ao crivo da
elementos essenciais para garantir a existência social. crítica.
KANT, I. O julgamento da razão. In: ABRÃO, B. S. (Org.) História da
Todavia, há nuances entre eles. Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

Considerando o enunciado acima, atente para o que se O iluminismo tece crítica aos valores estabelecidos sob
diz a seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com a rubrica da autoridade e, nesse sentido, propõe
F o que for falso.
39
a) a defesa do pensamento dos enciclopedistas que, O texto apresenta um dos argumentos de Rousseau à
com seus escritos, mantinham o ideário religioso. questão colocada em 1749, pela Academia de Dijon,
b) o estímulo da visão reducionista do humanismo, sobre o seguinte problema: O restabelecimento das
permeada pela defesa de isenção em questões Ciências e das Artes terá contribuído para aprimorar os
políticas e sociais. costumes?
c) a consolidação de uma visão moral e filosófica Com base nas críticas de Rousseau à sociedade,
pautada em valores condizentes com a centralização assinale a alternativa correta.
política. a) As artes e as ciências geralmente floresceram em
d) a manutenção dos princípios da metafísica, dando sociedades que se encontravam em pleno vigor moral,
vastas esperanças de emancipação para a em que a honra era a principal preocupação dos
humanidade. cidadãos.
e) o incentivo do saber, eliminando superstições e b) A emancipação advém da posse e do consumo
avançando na dimensão da cidadania e da ciência. exclusivo e diferenciado de bens de primeira linha, uma
vez que o luxo concede prestígio para quem o possui.
FIL0322 - (Ufsm) Sem leis e sem Estado, você poderia c) Os envolvidos com as ciências e as artes adquirem,
fazer o que quisesse. Os outros também poderiam com maior grau de eficiência, conhecimentos que lhes
fazer com você o que quisessem. Esse é o “estado de permitem perceber a igualdade entre todos.
natureza” descrito por Thomas Hobbes, que, vivendo d) O amor-próprio é um sentimento positivo por meio
durante as guerras civis britânicas (1640-60), aprendeu do qual o indivíduo é levado a agir moralmente e a
em primeira mão como esse cenário poderia ser reconhecer a liberdade e o valor dos demais.
assustador. Sem uma autoridade soberana não pode e) O objetivo das investigações era atingir celebridade,
haver nenhuma segurança, nenhuma paz. pois os indivíduos estavam obcecados em exibir-se,
Fonte: LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de esquecendo-se do amor à verdade.
Janeiro: Zahar, 2008.

Considere as afirmações: FIL0324 - (Enem) Para que não haja abuso, é preciso
organizar as coisas de maneira que o poder seja
I. A argumentação hobbesiana em favor de uma contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo
autoridade soberana, instituída por um pacto, homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos
representa inequivocamente a defesa de um regime nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de
político monarquista. fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de
II. Dois dos grandes teóricos sobre o estado de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.
natureza”, Hobbes e Rousseau, partilham a convicção Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e
de que o afeto predominante nesse “estado” é o medo. Judiciário, atuando de forma independente para a
III. Um traço comum da filosofia política moderna é a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se
idealização de um pacto que estabeleceria a passagem uma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes
do estado de natureza para o estado de sociedade. concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural,
Está(ão) correta(s) 1979 (adaptado).
a) apenas I.
b) apenas II. A divisão e a independência entre os poderes são
c) apenas III. condições necessárias para que possa haver liberdade
d) apenas I e II. em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um
e) apenas II e III. modelo político em que haja
a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e
FIL0323 - (Uel) Leia o texto a seguir. políticas.
b) consagração do poder político pela autoridade
A questão não está mais em se um homem é honesto, religiosa.
mas se é inteligente. Não perguntamos se um livro é c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-
proveitoso, mas se está bem escrito. As recompensas científicas.
são prodigalizadas ao engenho e ficam sem glórias as d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às
virtudes. Há mil prêmios para os belos discursos, instituições do governo.
nenhum para as belas ações. e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas
(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes. 3.ed. São mãos de um governante eleito.
Paulo: Abril Cultural, 1983. p.348. Coleção Os Pensadores.)

40
FIL0325 - (Espm) Os textos abaixo referem-se a FIL0327 - (Enem) É verdade que nas democracias o
pensadores cujas obras e ideias exerceram forte povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política
influência em importantes eventos ocorridos nos não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em
séculos XVII e XVIII. Leia-os e aponte a alternativa que mente o que é independência e o que é liberdade. A
os relaciona corretamente a seus autores: liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis
permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que
I. “O filósofo desenvolveu em seus Dois Tratados Sobre elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os
Governo a ideia de um Estado de base contratual. Esse outros também teriam tal poder.
contrato imaginário entre o Estado e os seus cidadãos MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova
teria por objeto garantir os direitos naturais do Cultural, 1997 (adaptado).
homem, ou seja, liberdade, felicidade e prosperidade.
A maioria tem o direito de fazer valer seu ponto de A característica de democracia ressaltada por
vista e, quando o Estado não cumpre seus objetivos e Montesquieu diz respeito
não assegura aos cidadãos a possibilidade de defender a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao
seus direitos naturais, os cidadãos podem e devem tomar as decisões por si mesmo.
pegar em armas contra seu soberano para assegurar b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à
um contrato justo e a defesa da propriedade privada”. conformidade às leis.
II. “O filósofo propôs um sistema equilibrado de c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e,
governo em que haveria a divisão de poderes nesse caso, livre da submissão às leis.
(legislativo, executivo e judiciário). Em sua obra O d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é
Espírito das Leis alegava que tudo estaria perdido se o proibido, desde que ciente das consequências.
mesmo homem ou a mesma corporação exercesse e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo
esses três poderes: o de fazer leis, o de executar e o de com seus valores pessoais.
julgar os crimes ou as desavenças dos particulares.
Afirmava que só se impede o abuso do poder quando FIL0328 – (Upe) A Idade Moderna se caracterizou, no
pela disposição das coisas só o poder detém o poder”. plano filosófico-cultural, por um projeto iluminista:
a) I – John Locke; II – Voltaire; tudo o que se faz é feito com a convicção de que as
b) I – John Locke; II – Montesquieu; luzes da razão natural iluminam os homens,
c) I – Rousseau; II – John Locke; eliminando as trevas da ignorância.
(SEVERINO, Antonio Joaquim. Filosofia, 1994, p. 61).
d) I – Rousseau; II – Diderot;
Coloque V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas
e) I – Montesquieu; II – Rousseau.
referentes ao Projeto Iluminista e à Filosofia Moderna.
FIL0326 - (Uff) De acordo com o filósofo iluminista
( ) A expressão ‘as luzes’ foi preparada nos séculos
Montesquieu, no livro clássico O Espírito das Leis,
anteriores com o racionalismo cartesiano, a revolução
quando as mesmas pessoas concentram o poder de
científica, o processo de laicização da política e da
legislar, de executar e de julgar, instaura-se o
moral.
despotismo, pois, para que os cidadãos estejam livres
( ) Tomaremos como Idade Moderna o período que
do abuso de poder, é preciso que “o poder freie o
se inicia com o Renascimento e vai até a primeira
poder”.
década do século XIX. Esse foi um período de conflitos
intelectuais, intenso movimento artístico e muitas
Identifique a sentença que melhor resume esse
crises.
pensamento de Montesquieu.
( ) A filosofia moderna se caracterizou pela
a) Para que a sociedade seja bem governada é
preocupação com as questões do conhecer, capazes de
necessário que uma só pessoa disponha do poder de
produzir a nova ciência, ou seja, recursos que
legislar, agir e julgar.
pudessem proporcionar a passagem da especulação
b) A separação dos poderes enfraquece o Estado e
metafísica para as explicações experimentais.
toma a sociedade vulnerável aos ataques de seus
( ) O empirismo é, juntamente com o racionalismo,
inimigos.
uma das grandes correntes formadoras da filosofia
c) A separação e independência entre os poderes é
moderna.
uma das condições fundamentais para que os cidadãos
( ) A filosofia moderna desenvolve uma visão
possam exercer sua liberdade.
metafísica do mundo e do homem, com base na nova
d) A sociedade melhor organizada é aquela em que o
perspectiva de abordagem do real: o modo metafísico
executivo goza de poder absoluto.
de pensar, sem dúvida, é o primeiro fruto do projeto
e) As mesmas pessoas podem concentrar o poder,
iluminista da Modernidade.
desde que sejam bem intencionadas.
41
Assinale a alternativa que apresenta a sequência c) Montesquieu, que se inspirou na organização social
correta. dos indígenas para elaborar a famosa teoria dos “três
a) V, F, V, V, V. poderes”.
b) V, V, V, V, F. d) Jacques Rousseau, que elaborou a teoria do “bom
c) F, V, V, F, F. selvagem”, defendendo a pureza das sociedades
d) F, F, V, F, V. primitivas.
e) V, V, V, F, V.
FIL0331 - (Unioeste) “A passagem do estado de
FIL0329 – (Uel) 90 milhões em ação, pra frente, Brasil, natureza para o estado civil determina no homem uma
do meu coração. mudança muito notável, substituindo na sua conduta o
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, salve a seleção. instinto pela justiça dando às suas ações a moralidade
De repente é aquela corrente pra frente. que antes lhes faltava. É só então que, tomando a voz
Parece que todo o Brasil deu a mão. do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar
Todos ligados na mesma emoção. do apetite, o homem, até aí levando em consideração
Tudo é um só coração. apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseado em
Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Brasil, outros princípios e a consultar e ouvir a razão antes de
Salve a seleção. ouvir suas inclinações. Embora nesse estado se prive de
(Canção: Pra frente Brasil/ Copa 1970. Autor: Miguel Gustavo) muitas vantagens que frui da natureza, ganha outras
de igual monta: suas faculdades se exercem e se
Na obra “Resposta à questão: o que é o desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos
esclarecimento?”, Kant discute conceitos como uso se enobrecem, toda sua alma se eleva a tal ponto que
público e privado da razão e a superação da (...) deveria sem cessar bendizer o instante feliz que
menoridade. dela o arrancou para sempre e fez, de um animal
À luz do pensamento kantiano, o fenômeno estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem”.
contemporâneo do uso político dos eventos esportivos Rousseau.
a) torna o indivíduo dependente, já que a sua
menoridade impede o esclarecimento e a possibilidade Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:
de pensar por si próprio.
b) forma o indivíduo autônomo, uma vez que amplia a I. A mudança significativa que ocorre para o homem,
sua capacidade de fazer uso da própria razão para agir na passagem do estado natural para o estado civil, é a
autonomamente. de que o homem passa a conduzir-se pelos instintos,
c) impede que o indivíduo pense de forma restrita, como um “animal estúpido e limitado”.
pois, mesmo estando cercado por tutores, facilmente II. A conduta do homem, no estado natural, é baseada
rompe com a menoridade. na justiça e na moralidade e em conformidade com
d) proporciona esclarecimento político das massas, princípios fundados na razão.
pois tais eventos promovem o aprendizado crítico III. Ao ingressar no estado civil, na sua conduta, o
mediante a afirmação da ideia de nacionalidade. homem substitui a justiça pelo instinto e apetite,
e) confere liberdade às massas para superar a orientando-se, apenas, pelas suas inclinações e não
dependência gerada pela aceitação da tutela de pela “voz do dever” e sem “ouvir a razão”.
outrem. IV. Com a passagem do estado de natureza para o
estado civil, o homem passa a agir baseado em
princípios da justiça e da moralidade, orientando-se
FIL0330 - (Ueg) No século XIX, influenciados pelo antes pela razão do que pelas inclinações.
Romantismo, muitos intelectuais brasileiros V. Com a passagem do estado de natureza para o
idealizaram a cultura indígena, considerando-a como estado civil, o homem obtém vantagens que o faz um
autêntica representante do nacionalismo brasileiro. “ser inteligente e um homem”, obtendo, assim a
Em termos filosóficos, essa valorização do indígena foi “liberdade civil”, submetendo-se, apenas, “à lei que
influenciada pelo pensamento do filósofo prescrevemos a nós mesmos”.

a) Thomas Hobbes, autor da frase “o homem é o lobo Assinale a alternativa correta.


do homem”, que valorizava o comportamento típico de a) Apenas I e II estão corretas.
tribos selvagens. b) Apenas II e III estão corretas.
b) Santo Agostinho, que, por meio do “livre arbítrio”, c) Apenas I e V estão corretas.
acreditava que as sociedades selvagens eram capazes d) Apenas IV e V estão corretas.
de alcançar a graça divina. e) Apenas II e V estão corretas.
42
FIL0332 - (Uff) José Bonifácio de Andrada e Silva, Rousseau, ao negar que a soberania possa ser
homem público e cientista respeitado na Europa, representada preconiza como regime político:
desempenhou papel decisivo no processo de a) um sistema misto de democracia semidireta, no qual
emancipação do Brasil. De ideias avançadas, defendeu atuariam mecanismos corretivos das distorções da
a extinção do escravismo, a valorização da pequena e representação política tradicional.
da média propriedade, o uso racional dos recursos b) a constituição de uma República, na qual os
naturais e a tese pioneira da preservação do meio deputados teriam uma participação política limitada.
ambiente. Ele achava que a finalidade última da ciência c) a democracia direta ou participativa, mantida por
é contribuir para o bem da humanidade de modo meio de assembleias frequentes de todos os cidadãos.
racional e eficiente. d) a democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas
pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo.
As ideias que influenciaram diretamente a formação e) um regime comunista no qual o poder seria extinto,
intelectual e política de José Bonifácio estão contidas assim como as diferenças entre cidadão e súdito.
no
a) Naturalismo. FIL0335 - (Ueg) O ser humano é explicado por diversas
b) Iluminismo. abordagens sociológicas e filosóficas que propõem
c) Renascimento. diferentes concepções de natureza humana, chegando
d) Socialismo. mesmo a negá-la.
e) Jacobinismo. Em relação a tais concepções, tem-se o seguinte:
a) Marx compreendia a natureza humana a partir das
FIL0333 - (Uncisal) No século XVIII, ocorreu na Europa necessidades humanas, especialmente o
um movimento filosófico denominado Iluminismo, que desenvolvimento de sua sociabilidade, e que, com o
se caracterizou pela confiança no poder da razão para surgimento das classes sociais e da alienação, essa
a resolução dos problemas sociais. Alguns filósofos natureza seria negada.
iluministas eram céticos e materialistas, e por isso b) a sociologia recusa totalmente a ideia de natureza
opunham-se à tradição representada pela Igreja humana, pois essa natureza seria metafísica, já que o
Católica. A Revolução Francesa e movimentos de ser humano é um produto social e histórico e o
independência, como a Inconfidência Mineira, foram indivíduo nasce como uma folha em branco, na qual a
acontecimentos históricos fortemente influenciados cultura escreve seu texto.
pelo Iluminismo. c) Durkheim concebia a existência de uma dupla
Assinale a alternativa que caracteriza, corretamente, natureza humana, sendo que uma natureza humana
esse importante movimento filosófico. seria caracterizada pela violência e a outra pela razão,
a) O Iluminismo foi um movimento filosófico cabendo à socialização o papel de superar ambas pela
despolitizado. solidariedade.
b) O termo “Iluminismo” justifica-se pela confiança na d) para Kant e Hegel, a natureza humana era uma
luz da razão em oposição às trevas da ignorância. criação ideológica do iluminismo, que deveria ser
c) Esse movimento intelectual não apresentou superada por uma filosofia racionalista que
repercussões no Brasil. reconhecesse que o ser humano é um projeto gestado
d) Os filósofos iluministas eram dogmáticos. pela razão.
e) A filosofia iluminista caracterizou-se pela crítica a e) Nietzsche considerava que a essência do ser humano
ideais universalistas como liberdade, igualdade e é a racionalidade, e cuja existência é comprovada pelo
fraternidade. fato de que somente os seres pensantes possuem
certeza de sua existência a partir do próprio ato de
pensar.
FIL0334 - (Ufpa) “A soberania não pode ser
representada pela mesma razão por que não pode ser FIL0336 - (Ueg) Para Marx, diante da tentativa humana
alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a de explicar a realidade e dar regras de ação, é preciso
vontade absolutamente não se representa. (...). Os considerar as formas de conhecimento ilusório que
deputados do povo não são nem podem ser seus mascaram os conflitos sociais. Nesse sentido, a
representantes; não passam de comissários seus, nada ideologia adquire um caráter negativo, torna-se um
podendo concluir definitivamente. É nula toda lei que instrumento de dominação na medida em que
o povo diretamente não ratificar; em absoluto, não é naturaliza o que deveria ser explicado como resultado
lei.” da ação histórico-social dos homens, e universaliza os
(ROSSEAU, J.J. Do Contrato social, São Paulo, Abril Cultural, 1973, interesses de uma classe como interesse de todos. A
livro III, cap. XV, p. 108-109) partir de tal concepção de ideologia, constata-se que
43
a) a sociedade capitalista transforma todas as formas MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos. Os
de consciência em representações ilusórias da Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 1978. Adaptado.
realidade conforme os interesses da classe dominante.
b) ao mesmo tempo que Marx critica a ideologia ele a Sobre a forma como Karl Marx entendia o seu método
considera um elemento fundamental no processo de de análise da realidade, é correto afirmar que
emancipação da classe trabalhadora. a) contra o pensamento burguês, Marx propunha uma
c) a superação da cegueira coletiva imposta pela análise que chamava de ideal-propositiva, que se
ideologia é um produto do esforço individual opunha ao idealismo puro, cuja visão de realidade era
principalmente dos indivíduos da classe dominante. excessivamente idealizada.
d) a frase “o trabalho dignifica o homem” parte de uma b) tal método era denominado de materialismo
noção genérica e abstrata de trabalho, mascarando as histórico e se propunha a fazer uma análise da
reais condições do trabalho alienado no modo de realidade concreta que, em si, era contraditória; as
produção capitalista. contradições eram da realidade e não do pensamento.
c) seu método estava em concordância com o que
defendiam os jovens hegelianos, sobretudo com o
FIL0337 - (Ufms) Karl Marx foi um filósofo alemão que materialismo de Ludwig Feuerbach, a quem dedicou
se destacou ao desenvolver um método de análise que um livro de análise.
ficou conhecido como materialismo histórico. Para d) seguia os passos de seu maior influenciador,
Marx, a dimensão econômica era a base da sociedade. Friedrich Hegel, aderindo ao pensamento dialético,
Para explicá-la, Marx analisou a sociedade do ponto de cuja forma de abordagem da realidade era processual
vista produtivo, os chamados “modos de produção”. e se expressava na contradição das ideias.

A respeito do modo de produção escravista, segundo FIL0339 - (Uece) Relacione, corretamente, as


as ideias de Marx, assinale a alternativa correta. definições sobre o papel do poder político ou do
a) Era caracterizado por religião primitiva; organização Estado, com seus respectivos pensadores, numerando
comunitária; propriedade coletiva, sem classes sociais; os parênteses abaixo, de acordo com a seguinte
as forças produtivas baseadas no cultivo da terra, caça indicação:
e colheita. 1. Karl Marx
b) Era caracterizado por uma religião de Estado; 2. John Locke
impérios centralizados; senhores x escravos; e cultivo 3. Thomas Hobbes
da terra com base na escravidão. 4. Agostinho de Hipona
c) Era caracterizado por uma religião primitiva;
impérios centralizados; senhores x escravos; e cultivo ( ) Poder político do Estado, como resultante de um
da terra com base na escravidão. pacto de consentimento, constituído para consolidar
d) Era caracterizado por uma religião de Estado; os direitos naturais e individuais de cada homem.
impérios centralizados; estados x escravos; ( ) Poder do Estado, como poder de origem espiritual,
propriedade estatal; e escravidão. voltado às necessidades mundanas e à vigilância da
e) Era caracterizado pela religião católica; poder retidão dos indivíduos.
descentralizado; senhores x servos; cultivo da terra; e ( ) Poder político do Estado, originário da necessidade
arrendamento. de um grupo manter seu domínio econômico, pelo
domínio político, sobre outros grupos.
( ) Poder político do Estado, com poder absoluto, fruto
FIL0338 - (Uece) Atente para o seguinte trecho, que da renúncia de direitos naturais originários e
apresenta o pensamento de Karl Marx sobre a garantidores da paz.
realidade: A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 3, 1, 4, 2.
“O concreto é concreto porque é a síntese de muitas b) 2, 3, 4, 1.
determinações, unidade do diverso. Por isso o concreto c) 2, 4, 1, 3.
aparece no pensamento como resultado, não como d) 4, 1, 3, 2.
ponto de partida efetivo. Por isso é que Hegel caiu na
ilusão de conceber o real como resultado do FIL0340 - (Uece) Relacione, corretamente, os
pensamento que se sintetiza a si e se move por si pensadores com seus respectivos pensamentos acerca
mesmo. Mas este não é de modo nenhum o processo da forma como o conhecimento da realidade se
da gênese do próprio concreto”. verifica, numerando os parênteses abaixo, de acordo
com a seguinte indicação:

44
1. Immanuel Kant FIL0342 - (Ufu) Segundo Karl Marx (1818-1883), "não é
2. Karl Marx a consciência dos homens que determina o seu ser; é o
3. Renè Descartes seu ser social que, inversamente, determina a sua
4. G.W.F Hegel consciência".
Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: M. Fontes,
1977. p. 23.
( ) A reflexão filosófica deve partir de um exame da
formação da consciência e a experiência da consciência Essa citação sintetiza o pensamento filosófico, político,
não é só uma experiência teórica: é necessariamente histórico e econômico desse pensador, que se
histórica. convencionou chamar de
( ) Não é a consciência que determina a vida, mas a a) Liberalismo de esquerda.
vida que determina a consciência. É a ideologia a b) Idealismo dialético.
responsável por produzir uma alienação da consciência c) Atomismo econômico.
humana de sua situação real. d) Materialismo histórico.
( ) É sempre possível duvidar de um princípio,
questionar as bases de uma teoria. É preciso colocar FIL0343 - (Unesp) A genuína e própria filosofia começa
em questão todo o conhecimento adquirido. no Ocidente. Só no Ocidente se ergue a liberdade da
( ) O conhecer é um ato de autodeterminação do autoconsciência. No esplendor do Oriente desaparece
sujeito, é anterior a toda experiência, e trata não tanto o indivíduo; só no Ocidente a luz se torna a lâmpada do
dos objetos, mas dos conceitos a priori sobre os pensamento que se ilumina a si própria, criando por si
objetos. o seu mundo. Que um povo se reconheça livre, eis o
que constitui o seu ser, o princípio de toda a sua vida
A sequência correta, de cima para baixo, é: moral e civil. Temos a noção do nosso ser essencial no
a) 1, 3, 2, 4. sentido de que a liberdade pessoal é a sua condição
b) 3, 1, 4, 2. fundamental, e de que nós, por conseguinte, não
c) 4, 2, 3, 1. podemos ser escravos. O estar às ordens de outro não
d) 2, 4, 1, 3. constitui o nosso ser essencial, mas sim o não ser
escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da
verdadeira e própria filosofia.
(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)
FIL0341 - (Ueg) O termo alienação é polêmico e possui
De acordo com o texto de Hegel, a filosofia
diversas interpretações filosóficas e científicas. O
a) visa ao estabelecimento de consciências servis e
filósofo Hegel foi um dos primeiros a oferecer
representações homogêneas.
relevância para esse termo. A concepção mais
b) é compatível com regimes políticos baseados na
conhecida de alienação, no entanto, é a de Karl Marx,
censura e na opressão.
que desenvolveu uma discussão aprofundada sobre o
c) valoriza as paixões e os sentimentos em detrimento
trabalho alienado, que, segundo ele, é
da racionalidade.
a) um processo mental no qual o trabalhador se vê
d) é inseparável da realização e expansão de potenciais
alienado e fora da realidade, ficando completamente
de razão e de liberdade.
alheio ao mundo, tal como diziam os alienistas do
e) fundamenta-se na inexistência de padrões
século XIX.
universais de julgamento.
b) um termo filosófico abstrato e ideológico, que
deveria ser substituído pelo conceito de exploração,
FIL0344 - (Uema) Leia “Quem é você”, poema de Os
que revelava a verdadeira relação entre capitalistas e
Detonautas.
trabalhadores.
Você trabalha feito um burro de carga
c) um conceito universal existente em todas as
Puxando um sistema podre que é bancado com o seu
sociedades humanas, pois o ser humano precisa
suor
efetivar o trabalho para sobreviver e, assim, é
E sexta-feira vai pra igreja comungar com sua família
constrangido a fazer o que não gosta.
A voz sagrada, Jesus Cristo é o Senhor
d) uma relação social na qual o não-trabalhador
E deixa parte do salário em retribuição
controla a atividade do trabalhador e, por conseguinte,
À dádiva divina da palavra do pastor
o resultado do trabalho, explicando assim a origem da
É melhor garantir um lugar no céu
propriedade.
Aqui nesse inferno tenta sobreviver
e) uma ideia ultrapassada produzida por filósofos
E o que salva é a cervejinha no fim de semana
materialistas que queriam transferir a alienação da
Assistindo o jogo do seu time preferido na tv
consciência, tal como colocava Hegel, para o trabalho
Segunda-feira o seu filho tá em casa
humano.
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Porque a escola onde estuda não tem nenhum FIL0347 - (Uncisal) Observe o trecho da música
professor “Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho, e perceba que
E o professor está na rua apanhando da polícia sua análise pode nos levar a discutir o conceito de
Tá cobrando seu salário do governo alienação.
Enquanto isso numa casa confortável O povo foge da ignorância
Uma família abastada reunida assiste televisão Apesar de viver tão perto dela
E pragueja fala mal de quem E sonha com melhores tempos idos
Tá na rua enfrentando e dando a cara Contemplam essa vida numa cela...
Pra lutar contra a situação Espera nova possibilidade
Fonte: CRUZ, Tico Santa. Quem é você. In: Detonautas a saga De ver este mundo se acabar
continua. Rio de Janeiro: Coqueiro Verde Records, 2014. A Arca de Noé, o dirigível
Não voam nem se pode flutuar
A realidade social brasileira é caracterizada nesse
poema como Seguindo o pensamento de Karl Marx, veremos que a
a) pacífica. alienação se dá em uma situação determinada que
b) justa. gera toda uma gama de desdobramentos e
c) equitativa. consequências. Tal situação ocorre na esfera
d) pagã. a) religiosa, por meio das concepções escatológicas.
e) desigual. b) cientifica, com a ampliação do conhecimento.
c) política, por meio da organização partidária.
d) cultural, com o avanço da cultura de massa.
FIL0345 - (Ufu) A dialética de Hegel e) produtiva, a partir das relações de produção.
a) envolve duas etapas, formadas por opostos
encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-
calor). FIL0348 - (Unicentro) “Na produção social de sua
b) é incapaz de explicar o movimento e a mudança existência, os homens estabelecem relações
verificados tanto no mundo quanto no pensamento. determinadas, necessárias, independentes da sua
c) é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer vontade, relações de produção que correspondem a
e perecer em virtude de contradições presentes nelas. um determinado grau de desenvolvimento das forças
d) é um método (procedimento) a ser aplicado ao produtivas materiais.”
objeto de estudo do pesquisador. IN: Karl Marx, Contribuição à crítica da economia política. São
Paulo: Martins Fontes, 1977, p. 23. APUD: ARANHA, Maria Lúcia
de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – introdução
FIL0346 - (Ufu) O botão desaparece no desabrochar da à Filosofia. São Paulo: Moderna, 4. ed., 2009.
flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo
modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da A partir da análise desse fragmento de texto, é correto
planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: afirmar:
essas formas não só se distinguem, mas também se a) A existência para Marx se reduz à transcendência.
repelem como incompatíveis entre si [...]. b) O pensamento marxista pode ser denominado de
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, materialista mecanicista.
1988. c) As relações de produção para Marx determinam a
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto produção social da existência.
acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia d) As forças produtivas materiais não têm importância
de Hegel. para o pensamento marxista.
a) A essência do real é a contradição sem interrupção e) O conceito de relações de produção, em Marx, está
ou o choque permanente dos contrários. restrito às classes dominantes.
b) As contradições são momentos da unidade orgânica,
na qual, longe de se contradizerem, todos são FIL0349 - (Ueg) Um dos elementos mais conhecidos da
igualmente necessários. filosofia de Hegel é a dialética, baseada no pressuposto
c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem de que uma ideia (tese) produz uma ideia oposta
fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma vida (antítese), resultando, consequentemente, numa
ética. conciliação (síntese) entre as duas ideias opostas.
d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao Nesse sentido, ao utilizar esse princípio hegeliano para
destituí-la de qualquer finalidade benevolente. interpretar os sistemas políticos contemporâneos,
percebe-se que a síntese entre os princípios do
liberalismo e os do marxismo foi efetivada no
46
a) Estado de bem-estar social. d) Conjunto de ideias que esclarece de forma
b) anarquismo de Bakunin. contundente a realidade, mostrando que apenas
c) nazismo alemão. pessoas da classe dominante podem governar.
d) fascismo italiano. e) Conjunto de ideias que estimula a classe dominada
a alcançar o poder.
FIL0350 - (Ueg) Para Hegel, a razão é a relação interna
e necessária entre as leis do pensamento e as leis do FIL0353 - (Unicentro) Analise as assertivas e assinale a
real. Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a alternativa que aponta a(s) correta(s). Em seu livro
razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de História da Filosofia, Hegel (1770-1831) declara que a
espírito absoluto. filosofia moderna pode ser considerada o nascimento
Dessa forma, um evento real pode expressar e ser da filosofia propriamente dita, porque nela, segundo
resultado das ideias que o precedem. Um exemplo da Hegel, pela primeira vez, os filósofos afirmam que
objetivação dessas ideias é o seguinte evento:
a) a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, I. a filosofia é independente e não se submete a
representando os ideais sionistas germânicos. nenhuma autoridade que não seja a própria razão
b) a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, como faculdade plena de conhecimento. Isto é, os
representando a crise do sistema colonial português. modernos são os primeiros a demonstrar que o
c) a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho
representando o ideal iluminista de igualdade social. interior realizado pela razão, graças a seu próprio
d) a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, esforço. Só a razão conhece e somente ela pode julgar
representando a vitória dos ideais puritanos de moral. a si mesma.
II. a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da
FIL0351 - (Ufsj) Para Caio Prado Jr., a observação de subjetividade propriamente dita porque nela o
Engels: “O núcleo que encerra as verdadeiras primeiro ato do conhecimento, do qual dependerão
descobertas de Hegel ... o método dialético na sua todos os outros, é a reflexão e consciência de si
forma simples em que é a única forma justa do reflexiva.
desenvolvimento do pensamento”, revela III. a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que,
a) a herança da dialética hegeliana assumida por Karl sendo todos os seres humanos seres conscientes e
Marx. racionais, todos têm igualmente o direito ao
b) a filosofia de Marx com sua herança escolástica pensamento e a verdade. Segundo Hegel, essa
partilhada por Hegel. afirmação do direito ao pensamento, unida à ideia da
c) a perspectiva dialética do Homem, que permite recusa de toda censura sobre o pensamento e palavra,
considerá-lo capaz de conceituar termos científicos no seria a realização filosófica do princípio da
aspecto ou feição do Universo. individualidade como subjetividade livre que se
d) o tema central da filosofia, a saber, o relaciona livremente com a verdade.
desenvolvimento da dialética do ser humano, fator IV. a filosofia moderna está tão intimamente vinculada
determinante do existencialismo contemporâneo. aos fundamentos da práxis humana que a ação não
pode ser ignorada na determinação de seus critérios
filosóficos. Para Hegel, os modernos foram os
FIL0352 – (Uema) A palavra ideologia, criada por primeiros a entender que esta prática, no entanto, não
Destutt de Tracy (1754-1836), significa estudo da deve ser considerada apenas no sentido restrito da
gênese e do desenvolvimento das ideias. Com Karl conduta pessoal, mas na acepção mais abrangente de
Marx, o termo ideologia adquiriu um significado crítico experiência humana em seus vários aspectos, desde
e negativo. Identifique, nas opções abaixo, a única que histórico até o nível psicológico.
contém informação correta sobre a concepção de Marx a) Apenas I, III e IV.
sobre ideologia. b) Apenas I, II e III.
a) Conjunto de ideias que apresenta a sociedade c) Apenas I.
dividida em duas classes, dominantes e dominados, d) Apenas II, III e IV.
visando à conscientização dos indivíduos. e) Apenas IV.
b) Conjunto de ideias que mostra a totalidade da
realidade, levando os indivíduos a compreenderem-na FIL0354 - (Ueg) Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de
em si mesma. unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e
c) Conjunto de ideias que dissimula e oculta a o absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A
realidade, mostrando-a de maneira parcial e distorcida ideia, para Hegel, deve ser submetida necessariamente
em relação ao que de fato é.
47
a um processo de evolução dialética, regido pela comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos
marcha triádica da morais a decisão que diminuir o sofrimento ou
a) experiência, juízo e raciocínio. aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da
b) realidade, crítica e conclusão. situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às
c) matéria, forma e reflexão. reservas indígenas uma extensão de terra equivalente
d) tese, antítese e síntese. a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço
destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade
FIL0355 - (Ufpa) No início do século dezenove, mais infantil entre a população indígena é o dobro da média
precisamente com Hegel, a arte é concebida no interior nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes
do domínio do absoluto, isto é, da verdade enquanto dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um
tal e dos elementos que a expõem. Tendo em vista essa ponto em que o cômputo utilitarista de prejuízos e
concepção, é correto afirmar: benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é
a) O absoluto não se expressa, de uma vez por todas, proporcional à extensão de terra que lhes é dado
no domínio artístico. ocupar.
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)
b) Ao apresentar o absoluto sob forma sensível, isto é,
concreta e singular, a obra de arte não efetiva a
A aplicação sugerida da ética utilitarista para a
transfiguração da realidade.
população indígena brasileira é baseada em
c) Na atividade artística, apenas alguns de seus traços
a) uma ética de fundamentos universalistas que
essenciais estão ligados ao ser verdadeiro.
deprecia fatores conjunturais e históricos.
d) A beleza é, enquanto produto da arte, manifestação
b) critérios pragmáticos fundamentados em uma
sensível do absoluto.
relação entre custos e benefícios.
e) Na arte, a totalidade que se torna aparição cumpre
c) princípios de natureza teológica que reconhecem o
suficientemente suas determinações.
direito inalienável do respeito à vida humana.
d) uma análise dialética das condições econômicas
FIL0356 - (Ufu) Em Marx, o conceito de ideologia
geradoras de desigualdades sociais.
designa uma forma de consciência invertida, que
e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito
distorce e encobre as formas de dominação existentes
absoluto às diferenças de natureza étnica.
nas relações sociais.
Tomando isso em consideração, marque a alternativa
FIL0358 - (Unioeste) Texto 1
que apresenta corretamente a relação entre os
“Por princípio da utilidade entende-se aquele princípio
conceitos de estrutura e superestrutura no
que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a
pensamento de Marx.
tendência que tem a aumentar ou a diminuir a
a) Marx afirma que a superestrutura projeta
felicidade da pessoa cujo interesse está em jogo, ou, o
falsamente as relações sociais de produção como
que é a mesma coisa em outros termos, segundo a
justas, e que uma sociedade igualitária somente
tendência de promover ou comprometer a referida
poderá surgir com a revolução da estrutura econômica
felicidade. Digo qualquer ação, com o que tenciono
da sociedade.
dizer que isto vale não somente para qualquer ação de
b) Marx afirma que a superestrutura jurídica é o
um indivíduo particular, mas também de qualquer ato
fundamento da divisão social do trabalho, e que toda
ou medida de governo. [...] A comunidade constitui um
revolução deve principiar com a alteração da legislação
corpo fictício, composto de pessoas individuais que se
que regulamenta a atividade econômica.
consideram como constituindo os seus membros. Qual
c) Marx afirma que os homens retêm em sua
é, nesse caso, o interesse da comunidade? A soma dos
consciência uma imagem transparente das relações
interesses dos diversos membros que integram a
sociais de produção, e que somente a alteração da
referida comunidade”.
consciência de cada indivíduo pode conduzir à BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da
revolução dessas relações sociais de produção. legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 10.
d) Marx afirma que a democracia burguesa e os Texto 2
partidos políticos são o motor da história. Logo, toda “Para compreendermos o valor que Mill atribui à
revolução social principia no domínio político, que é a democracia, é necessário observar com mais atenção a
esfera em que podem se manifestar legitimamente os sua concepção de sociedade e indivíduo [...]. O governo
conflitos de interesses. democrático é melhor porque nele encontramos as
condições que favorecem o desenvolvimento das
FIL0357 - (Unesp) Tradição de pensamento ético capacidades de cada cidadão”.
fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política 2. 3 ed. São Paulo:
Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem Ática, 1991. p. 197-98.
48
Sobre o utilitarismo e o pensamento de Bentham e o positivismo obstina-se no programa de uma
Stuart Mill, é INCORRETO afirmar. comunidade pacífica. E o Estado, instituição do “reino
a) Para o utilitarismo clássico, o principal critério para absoluto da lei”, é a garantia da ordem que impede o
a moralidade é o princípio da utilidade, que defende retorno potencial das revoluções e engendra o
como morais as ações que promovem a felicidade e o progresso.
bem-estar para o maior número de pessoas envolvidas. RUBY, C. Introdução à filosofia política. São Paulo: Unesp, 1998
(adaptado).
b) Para os utilitaristas Bentham e Stuart Mill, uma ação
é considerada moralmente correta se promove a
felicidade e o bem-estar para o indivíduo, não A característica do Estado positivo que lhe permite
importando suas consequências em relação ao garantir não só a ordem, como também o desejado
conjunto da sociedade. progresso das nações, é ser
c) Utilitaristas como Bentham defendem que o papel a) espaço coletivo, onde as carências e desejos da
do legislador é o de produzir leis que sejam do população se realizam por meio das leis.
interesse dos indivíduos que constituem uma b) produto científico da física social, transcendendo e
comunidade e que resultem na maior felicidade para o transformando as exigências da realidade.
maior número deles. c) elemento unificador, organizando e reprimindo, se
d) O pensamento de Stuart Mill propõe mudanças necessário, as ações dos membros da comunidade.
importantes à agenda política, na medida em que d) programa necessário, tal como a Revolução
reconhece que a participação política não pode ser Francesa, devendo portanto se manter aberto a
tomada como privilégio de poucos. O Estado deverá, novas insurreições.
portanto, adotar mecanismos que garantam a e) agente repressor, tendo um papel importante a cada
institucionalização da participação mais ampliada dos revolução, por impor pelo menos um curto período de
cidadãos. ordem.
e) Enquanto Bentham defendia a democracia
representativa como sendo uma forma de impedir que FIL0361 - (Ufsm) Os filósofos Ame Naess e George
os governos imponham seus interesses aos do povo, Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios
Stuart Mill defende tal forma de governo como a para uma ética ecológica profunda, entre os quais se
melhor forma para se controlar os governantes e ao encontra o seguinte:
mesmo tempo aumentar a riqueza total da sociedade. O bem-estar e o florescimento da vida humana e não
FIL0359 - (Enem) A moralidade, Bentham exortava, não humana na Terra têm valor em si mesmos. Esses
é uma questão de agradar a Deus, muito menos de valores são independentes da utilidade do mundo não
fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a humano para finalidades humanas.
tentativa de criar a maior quantidade de felicidade
possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, Considere as seguintes afirmações:
deveríamos, portanto, perguntar qual curso de
conduta promoveria a maior quantidade de felicidade I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade
para todos aqueles que serão afetados. das ações.
RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. II. “Valor intrínseco” é um sinônimo para “valor em si
2006. mesmo”.
III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em ações têm valor em si mesmas.
conformidade com uma
a) fundamentação científica de viés positivista. Está(ão) correta(s)
b) convenção social de orientação normativa. a) apenas I.
c) transgressão comportamental religiosa. b) apenas II.
d) racionalidade de caráter pragmático. c) apenas III.
e) inclinação de natureza passional. d) apenas I e II.
e) I, II e III.
FIL0360 - (Enem) O filósofo Augusto Comte (1798-
1857) preenche sua doutrina com uma imagem do FIL0362 - (Enem) O edifício é circular. Os apartamentos
progresso social na qual se conjugam ciência e política: dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode
a ação política deve assumir o aspecto de uma ação chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do
científica e a política deve ser estudada de maneira inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se
científica (a física social). Desde que a Revolução quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada;
Francesa favoreceu a integração do povo na vida social, a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução

49
difundida; os encargos públicos aliviados; a economia c) que privilegia o estudo metafísico da natureza.
assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó d) que não decorreu do desenvolvimento das ciências
górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas modernas.
desfeito — tudo por uma simples ideia de arquitetura! e) nascida no ambiente cientificista nos finais do século
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. XVIII e início do século XIX.

Essa é a proposta de um sistema conhecido como FIL0364 - (Uff) O positivismo foi um sistema filosófico
panóptico, um modelo que mostra o poder da criado no século XIX por Augusto Comte e que exerceu
disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido grande influência no Brasil, especialmente entre
preferencialmente por mecanismos militares, médicos, cientistas e em algumas correntes
de republicanos que participaram diretamente da
a) religiosos, que se constituem como um olho divino proclamação da República e ocuparam postos de
controlador que tudo vê. governo no início do novo regime.
b) ideológicos, que estabelecem limites pela alienação,
impedindo a visão da dominação sofrida. Dentre as inovações adotadas no início do regime
c) repressivos, que perpetuam as relações de republicano brasileiro sob influência de ideias
dominação entre os homens por meio da tortura física. positivistas estão
d) sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por a) sufrágio universal, direito de voto do analfabeto e
meio do olhar como instrumento de controle. das mulheres.
e) consensuais, que pactuam acordos com base na b) estatização das fábricas, coletivização da agricultura
compreensão dos benefícios gerais de se ter as e partido único.
próprias ações controladas. c) liberdade sindical, leis trabalhistas e salário-mínimo.
d) separação da igreja e do estado, liberdade religiosa
FIL0363 - (Unicentro) Sobre o positivismo, é correto e casamento civil.
afirmar que é uma doutrina e) indenização aos proprietários de escravos,
desestímulo à pequena propriedade e abolição de
a) do século II a.C. impostos rurais.
b) que acolhe os postulados socráticos.

notas

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