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1.

“Poderei ser de uma maneira que possa ser apreendido pelo outro como
merecedor de confiança, como seguro e consistente no sentido mais profundo
do termo?”

Trata-se de uma percepção subjetiva e real do cliente. Seguro e consistente são


conceitos fundamentais nesse contexto. Esses pressupostos são exigências
existenciais, éticas, no sentido de que governam seu próprio agir,
influenciando diretamente o ato psicoterápico.
O psicoterapeuta pode se sentir inseguro, incapaz emocionalmente de conduzir
o caso. Às vezes, isso depende de sua preparação profissional; em outras, da
complexidade do caso; em outras ainda, da ressonância que o tema produz no
seu mundo psicoemocional.

Se o cliente duvida da capacidade profissional, e, sobretudo, da coerência


interna do psicoterapeuta,
dificilmente terá abertura para se colocar de uma maneira integrada. Estará
numa posição de defesa, de espera, de uma escuta interior em que processa,
cuidadosamente, todos os movimentos do
psicoterapeuta, pois o medo do risco, em psicoterapia, é algo tão sutil que
ultrapassa nossa capacidade de percepção. O cliente precisa ver claro para
poder caminhar e, nessa busca, muitas vezes transforma o psicoterapeuta em
modelo e espera ter nele respostas que não encontra em si mesmo. O
psicoterapeuta não é um depósito ou aglomerado de técnicas e teorias. No seu
próprio centro, ele se reconhece em suas fronteiras. Não precisa ser perfeito,
mas precisa ter segurança e consistência no seu modo de operar. Precisa saber
onde está, porque, do contrário, não saberá para onde ir ou correrá o risco de
dar grandes passos, mas fora da estrada.

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