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Anabel Raissa Mendes

Trabalho de Fisica VI para Eng. Elétrica

Brasil
13 de setembro de 2020
Anabel Raissa Mendes

Trabalho de Fisica VI para Eng. Elétrica

Trabalho final referente as provas corrigidas


da matéria de Física VI lecionada pelo Prof.
Dr. Patrício Rodolfo Impinnisi

Universidade Federal do Paraná


Engenharia Elétrica

Brasil
13 de setembro de 2020
2

Sumário

1 Prova 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1 Questão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Questão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Questão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4 Questão 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.5 Questão 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 Prova 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1 Questão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Questao 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3 Questão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4 Questão 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.5 Questão 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3

1 Prova 1

1.1 Questão 1
Considerando algumas informações essenciais obtidas no enunciado do exercício:

∙ O feixe de luz verde e vermelho são sempre coerentes: Isso significa que as ondas
chegam em fase, com seus máximos e mínimos sincronizados e a amplitude resultante
sendo a soma das suas amplitudes.

∙ O feixe de luz verde e vermelho interferem em D após percorrerem caminhos dife-


rentes: Se temos 𝑟1 como a diferença entre um ponto P e a fonte de onda vermelha,
por exemplo, e 𝑟2 como a diferença entre o ponto P e a fonte de luz verde, temos:

𝑟1 − 𝑟2 = 𝑚𝜆

Figura 1: Demonstração da diferença entre as distâncias para chegar ao ponto P, para d»D, ou seja, 𝑟1
considerado paralelo com 𝑟2

Pode-se observar, pela imagem acima, que 𝑟1 −𝑟2 = 𝑑sin 𝜃. Com isso, pode-se admitir
que os pontos para interferência construtiva são todos que satisfazem a condição:
𝑑sin 𝜃 = 𝑚𝜆 para 𝑚 = 1, 2, 3..𝑛 e o máximo central é o ponto de maior intensidade.

∙ O filme é um filme fino: ou seja, o feixe vermelho poderia mudar de fase, já que o pro-
cesso envolve a reflexão desse feixe (mas essa hipótese é descartada pela informação
anterior de que os feixes são sempre coerentes)

a) Levando em consideração a figura de interferência e todas as observações feitas ante-


riormente, fica claro que ao aproximar a tela de D do ponto C haverá uma mudança na
figura de interferência. O que era um máximo, pode ser um ponto intermediário ou até o
mínimo, pois, como dito anteriormente, o máximo depende da distância entre os feixes e
o ponto. Porém, levando em consideração do ponto de vista de um observador, o que ele
vê é o reflexo da intensidade do campo elétrico, então o observador continuará vendo os
Capítulo 1. Prova 1 4

máximos como os pontos brilhantes e os mínimos como pontos escuros, uma vez que a
distância não interfere na quantidade de máximos ou mínimos.
b) Temos a interferência destrutiva quando as ondas chegam com uma diferença
de fase de meio ciclo, uma vez que a amplitude resultante será a diferença das amplitudes
de cada onda. Isso é independente da distância de D ao ponto C, pois os mínimos sempre
se anularão, enquanto nos máximos as amplitudes são somadas.
Na prova, foi considerado, apenas, a figura gráfica que é formada (com os máximos
e mínimos) e não as franjas, que são enxergadas pelo observador. Apesar das afirmações
feitas sobre a figura gráfica estarem corretas, faltou considerar o ponto de vista do obser-
vador

1.2 Questão 2
Para desenhar as imagens formadas, é preciso ter em mente algumas considerações
sobre optica geométrica:

∙ A distância entre o espelho e a imagem e entre o espelho e o objeto são iguais

∙ A luz se propaga em linha reta

∙ A luz não interfere com outros raios de luz que ela cruza

∙ Imagem virtual é formada pelo processo de prolongamento dos raios luminosos re-
fletidos

∙ Imagem real é formada pelos feixes de luz


Capítulo 1. Prova 1 5

Figura 2: Imagens Formadas

As considerações feitas não foram escritas na prova, apesar de precisarem estar


claras para que pudesse ser executado o exercício, principalmente para desenhar os feixes
de luz que formam as imagens

1.3 Questão 3
a) Para que dois feixes de luz sejam coerentes (e que, assim, haja a figura de in-
terferência) é preciso que esses feixes tenham diferença de fase constante, ou seja, que a
diferença de fase não varie com o tempo. O pulo aleatório de fase impede que a coerência
aconteça (ou continue), pois, mesmo que os dois feixes sejam coerentes, a partir do mo-
mento em que há o pulo aleatório de fase, a diferença de fase não será mais constante,
uma vez que essa fase será aleatória a respeito da fase anterior.
No caso do exercício, o feixe de luz incide perpendicularmente ao filme fino, o que
indica que não há desvio deste feixe e, logo, pode-se considerar que, para que os feixes se
encontrem antes do pulo aleatório de fase (que ocorre a cada 𝑡 = 1, 710−13 𝑠), o tempo de
trajetória de ida e volta deste feixe deve ser inferior à 𝑡 = 1, 710−13 𝑠.
O índice de refração para um meio 𝑛 pode ser definido pela razão entre a velocidade
da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio, ou seja: 𝑛 = 𝑣𝑐 Para calcular a distância
percorrida por esse feixe de luz dentro do filme, primeiro calcula-se a velocidade do mesmo,
e para isso pode se usar a fórmula anterior.
𝑐
𝑣=
𝑛2
Capítulo 1. Prova 1 6

3.108
𝑣=
1, 3
𝑣 = 2, 3.108

Sabe-se que a distância 𝑑 pode ser calculada por 𝑑 = 𝑣.𝑡, então, a distância per-
corrida (ida e volta) dentro do filme, será:

𝑑 = 2, 3.108 .1, 7.10−13

𝑑 = 39, 1.10−6
Como não há desvio do feixe, a largura máxima do filme para que o feixe se encontre com
o outro antes do pulo aleatório de fase será 𝐿 = 𝑑2 , portanto, 𝐿 = 19, 55.10−6 .
b) O problema é que o pulo aleatório de fase, como dito anteriormente, impede
que a diferença de fase seja constante e, logo, que haja uma interferência construtiva: as
condições de máximo e mínimo já não serão mais as mesmas e o máximo que poderá ser
visto é uma iluminação média.
Na prova, foi considerado o fato dos feixes terem que ser coerentes para que haja
interferência, e de que por isso, os feixes precisariam se encontrar antes do pulo aleatório
de fase, porém, a forma com que se tentou encontrar a largura não foi correta, pois, ao
ives de partir do tempo para encontrar a velocidade e a distância, partiu-se do fato de
que, na interferência construtiva, temos os máximos (o que é correto - porém não seria
possível chegar a largura, pois não se sabe para qual m é o máximo da questão)

1.4 Questão 4
A equação 𝑁.𝑑. sin 𝜃 = 𝜆 está correta, o que está errado é o meio pelo qual se diz
que ela foi obtida. Para obter a equação da forma correta, é necessário fazer sua dedução
pelo método qualitativo, explicado a seguir:

Figura 3: Divisão da fenda em N zonas para determinar a amplitude do Campo Elétrico 𝐸0

Como pode ser observado, os N fasores são paralelos e equidistantes, portanto a


diferença de fase entre os fasores adjacentes (Δ𝜑) é constante. Sabe-se que quando temos
ondas senoidas harmônicas da mesma frequência e comprimento de onda, a onda resultante
Capítulo 1. Prova 1 7

é uma onda harmônica cuja amplitude depende da diferença de fase, e se essa diferença de
fase é zero ou constante, a interferência é construtiva. A diferença de fase pode, portanto,
ser representada (em radianos) pela equação a seguir, onde Δ𝐿 é a diferença de caminhos:
2𝜋
Δ𝜑 = Δ𝐿
𝜆

onde Δ𝐿 = Δ𝑦. sin 𝜃


Quando tem-se N fasores deslocados em Δ𝜑, como é o caso da rede de difração, no
máximo central todos os fasores estão alinhados e os mínimos se formam quando 𝐸0 = 0,
ou seja, quando é dada uma volta completa (𝜑 = 2𝜋), pois assim, todos os fasores se
anulam. Portanto, pegando uma rede de difração, onde a figura de intensidade e da rede
com N ranhuras está a seguir:

Figura 4: Figura de Intensidade e Figura de uma Rede de Difração

Onde Δ𝜑𝑚 𝑙 é a meia largura de linha central (é a medida entre o centro de linha
e o mínimo mais próximo). Para a rede com N ranhuras separadas por uma distância 𝑑
e partindo do mesmo princípio de termos N ranhuras (fasores) paralelas e equidistantes,
no qual cada fasor tem seu par anulado, para a condição de mínimo, tem-se:

𝑁 𝑑 sin 𝜃𝑚 𝑙 = 𝜆

Na prova, o erro foi assumir que a equação era obtida através da figura de uma
rede de difração composta por N fendas - como a Figura 4, e não pelos fasores alinhados
no máximo central. O exercício foi resolvido assumindo que a equação foi obtida para os
casos que N eram muito grandes, onde podia se desconsiderar (N-1)d, pois o resultado
seria igual ao de Nd, mas usando fasores, a equação é verdadeira para qualquer valor de
N

1.5 Questão 5
Tem-se uma rede de difração com 𝑁 = 3 fendas, espaçadas por 𝑑 = 60𝜇𝑚, são
iluminadas por uma luz de 𝜆 = 550𝜂𝑚. Uma tela de observação é colocada a 𝐿 = 2, 5𝑚
Capítulo 1. Prova 1 8

Figura 5: Intensidade da luz no Ponto 1,75cm

e a intensidade da luz é 𝐼0 = 50𝑚𝑊/𝑚2 . O ponto P é localizado a 𝑦 = 1, 72𝑐𝑚, como na


figura a seguir:
Sabe-se que a diferença de fase (Δ𝜑) pode ser calculada através da equação (já
demonstrado no exercício anterior):
2𝜋
Δ𝜑 = Δ𝐿
𝜆
Sabe-se, também, que o máximo de interferência de um ângulo é 𝜃 é 𝑑 sin 𝜃 = 𝑚𝜆. Por-
tanto:
𝑑 sin 𝜃
Δ𝜑 = 2𝜋
𝜆
Olhando a figura, pode-se obter:
𝑦
tan 𝜃 =
𝐿
Para pequenos ângulos (𝜃 << 1), pode-se considerar: sin 𝜃 ≈ tan 𝜃 ≈ 𝜃, logo:

𝑑𝑦2𝜋
Δ𝜑 =
2𝐿𝜆

60.10−6 .0, 0172.2𝜋


Δ𝜑 =
2.2, 5.550.10−9

3𝜋
Δ𝜑 =
2
Agora que se tem Δ𝜑, é preciso obter a intensidade. Sabe-se que o Vetor de Poyting
nos dá o fluxo de energia em um determinado instante, e ele é representado por:
𝑃 𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 1 ⃗ ⃗
𝑆= = 𝐸 *𝐵
𝐴𝑟𝑒𝑎 𝜇0
⃗ = 𝐸𝑐,
Como 𝐵 ⃗ tem-se:
1 ⃗2
𝑆= 𝐸
𝜇0 𝑐
Capítulo 1. Prova 1 9

A média de S ao longo do tempo (𝑆𝑚𝑒𝑑 ) é a Intensidade da onda, ou seja:


1 2
𝐼 = 𝑆𝑚𝑒𝑑 = 𝐸
𝜇0
Pode-se afirmar, então, que a intensidade de uma onda eletromagnética é proporcional ao
quadrado da amplitude do campo elétrico. Como
3𝜋
Δ𝜑 =
2
e 𝑁 = 3, os fasores do campo elétrico podem ser desenhados como três lados de um
quadrado, como na figura a seguir: Portanto, a soma dos campos será a resultante 𝑅, que

Figura 6: Fasores das Ondas

é igual a magnetude de um dos fasores. Considerando que temos três campos elétricos com
a mesma amplitude (𝐴0 ), o campo elétrico resulante (no máximo central) terá a amplitude
de 𝐸 = 3𝐴0 = 3𝑅, uma vez que no máximo central a diferença entre os fasores é zero.
Como explicado anteriormente, a Intensidade é proporcional ao quadrado da amplitude
do campo elétrico, portanto:
𝐼 = 𝑅2

𝐼0 = 3𝑅2
𝐼 𝑅2
=
𝐼0 9𝑅2
50𝑚𝑊/𝑚2
𝐼=
9
𝐼 = 5.56𝑚𝑊/𝑚2

Na prova, o fato de que poderia associar Intensidade com Campo Elétrico (essencial
para a resolução do exercício) foi ignorado, e apesar de que tentou-se chegar a um valor
de Intensidade a partir de uma fórmula correta, o ângulo 𝜃 também foi obtido de forma
errada, o que, obviamente, não daria a resposta final correta.
10

2 Prova 2

2.1 Questão 1
Se a luz for considerada como uma onda, assim como um som, se um observeador
move-se com uma velocidade 𝑣 em relação ao meio, a velocidade da luz poderia estar
dentro de um intervalo que tivesse um valor máximo 𝑐 + 𝑣 ou mínimo 𝑐 − 𝑣
Por exemplo: se um trem desloca com uma velocidade de 150.000km/s em relação a
um observador em terra, esse trem seria ultrapassado por um feixe de luz com velocidade
de 300.000km/s medida pelo observador em terra. Já a velocidade da luz medida pelo
piloto do trem seria de 150.000km/s (300.000 - 150.000).
Então eu posso medir a velocidade do trem a respeito da onda sonora medindo a
velocidade da onda sonora a respeito do trem - se eu meço a velocidade da onda sonora
a respeito do trem (com um instrumento) e eu sei que a velocidade da onda sonora
a respeito do ar é um valor constante, pela diferença entre a velocidade medida e a
velocidade constante, eu sei a velocidade do trem a respeito do ar.
Michelson e Morley tentaram medir a velocidade da terra a respeito do eter: como
os braços do interferômetro possuíam mesmo comprimento, a intensidade do feixe quando
incidisse sobre o anteparo dependeria das interferências construtivas ou destrutivas. Se os
feixes de luz tivessem diferentes velocidades em ambas direções, padrões de interferência
seriam observados.
Considerando-se que um dos feixes move-se numa direção paralela à de propagação
do Éter, a velocidade da luz deveria, portanto, se mover contra o Éter:

𝑢 = (𝑐 − 𝑣)

Sendo L o comprimento dos braços, o tempo de ida 𝑡1 do feixe de luz (na direção do
movimento):
𝑐−𝑣
𝑡1 =
𝐿
Agora, para o caminho de volta 𝑡2 :
𝑐+𝑣
𝑡2 =
𝐿
Então, o tempo total deveria ser:
𝑐−𝑣 𝑐+𝑣 2𝐿𝑐
𝑡1,2 = + = 2
𝐿 𝐿 𝑐 − 𝑣2
2𝐿 1
𝑡1,2 =
𝑐 1 − 𝑣𝑐22
Capítulo 2. Prova 2 11

Agora, no caso em que a luz viaja perpendicularmente ao éter, sabe-se que um


observador de fora enxergará o percurso da luz da seguinte forma:

Figura 7: Caminho da luz do ponto de vista de um observador olhando o experimento

Percebe-se que temos um triângulo retângulo. Portanto, por pitágoras:


𝑡23 𝑣 2 𝑡23
𝑐2 = + 𝐿2
4 4
𝑡23 2
(𝑐 − 𝑣 2 ) = 𝐿2
4
2𝐿 2𝐿 1
𝑡3 = √ 2 = √︁
𝑐 −𝑣 2 𝑐 1− 𝑣2
𝑐2

A diferença de tempo entre os dois instantes no qual os feixes refletidos chegam


ao detector produzem uma diferença de fase entre esses feixes, ocasionando um padrão
de interferência quando esses se recombinam no anteparo do detector, porém, como já se
sabe, o resultado esperado não foi obtido: não houve nenhuma mudança nos padrões de
interferência, por mais que se rotacionasse o interfomêtro de várias formas.
Comparando os termos, percebe-se que a diferença entre 𝑡1,2 e 𝑡3 é justamente a
contração de distância do fator de Lorentz. Logo, se se a distância medida pelo observador
em movimento é encurtada pelo mesmo fator, não haverá modificação nas franjas de
interferência.
Essa questão não foi feita na prova

2.2 Questao 2
Para deduzir as Transformadas de Lorentz, é preciso, primeiramente, definir qual
o tempo próprio e entender o efeito da dilatação do tempo e de comprimento. Usando a
imagem a seguir:
A dilatação do tempo nos mostra que, quando ocorre dois eventos, há uma dife-
rença de tempo entre o referencial que está parado em relação ao objeto (ou seja, ele está
em movimento, que no caso é o S’ - vamos chamar o tempo de Δ𝑡′ ) e o referencial que
Capítulo 2. Prova 2 12

Figura 8: Referenciais

está em movimento em relação ao objeto (referencial S - tempo Δ𝑡). Essa diferença é a


dilatação do tempo, que pode ser representado:

Δ𝑡 = 𝛾Δ𝑡′

Onde 𝛾 = √︁ 1 2
e 𝛾 é o Fator de Lorentz. O comprimento L, referente ao referencial S,
1− 𝑣2
𝑐
é:
𝐿 = 𝑣.Δ𝑡

Δ𝑡 é o tempo que o objeto leva para passar na frente do observador em repouso, quando
o objeto está em movimento.
Agora pegando o referencial S’, percebe-se que, neste referencial, o objeto está
parado, quem está andando é o observador S, com velocidade −𝑣, pois é no sentido
contrário. Considerando o modulo da velocidade, temos:

𝐿0 = 𝑣.Δ𝑡′
Δ𝐿 Δ𝐿0
=
Δ𝑡 Δ𝑡′
Δ𝐿 Δ𝑡
=
Δ𝐿0 Δ𝑡′
𝐿0 é o comprimento próprio, pois está estacionário ao objeto que será medido, e Δ𝑡 é
o tempo próprio, pois os dois eventos (medir o objeto, no caso) acontecem na mesma
posição. Portanto: Δ𝑡′ = 𝛾Δ𝑡, logo:
𝐿0
𝐿=
𝛾
Essa é a dilatação da distância.
Agora, pra calcular x, precisa ser considerado a distância entre S e S’, que é
Δ𝑥 = 𝑣𝑡. E pela figura, pode-se observar que Δ𝑥 = 𝑥 − 𝑥′ , logo:

𝑥 − 𝑥′ = 𝑣𝑡
Capítulo 2. Prova 2 13

Como já foi demonstrado anteriormente que 𝐿0 , ou L’, é o comprimento próprio, então:

𝑥′
𝑥 = 𝑣𝑡 +
𝛾
ou √︃
′ 𝑣2
𝑥 = 𝑣𝑡 + 𝑥 1−
𝑐2
√︃
𝑣2
𝑥′ 1 − = 𝑥 − 𝑣𝑡
𝑐2
𝑥′ = 𝛾(𝑥 − 𝑣𝑡)

Sabemos que na Relatividade pode-se transformar um referencial em outro, se suas velo-


cidades forem opostas, entao:
𝑥 = 𝛾(𝑥′ + 𝑣𝑡′ )
𝑥
= (𝑥′ + 𝑣𝑡)
𝛾
√︃
′ 𝑣2
𝑥 =𝑥 1− − 𝑣𝑡
𝑐2
Na prova, foi pego a equação de Galileu e, a partir dela, obteu-se o x’, porém,
não foi explicado, por exemplo, as dilatações, ou porquê elas existem, ou qual referencial
estava sendo considerado, só foi pega a equação de Galileu e desenvolvida a outra, o que
foi errado, pois fazer isso não mostra que os conhecimentos de Relatividade estavam sendo
usados

2.3 Questão 3
Para responder a questão, é preciso entender que a existência do efeito fotoelétrico
não contraria a teoria clássica, porém como entendemos o efeito fotoelétrico classicamente,
é: o campo elétrico da luz vai movimentar o elétron até que a energia dele seja suficiente-
mente para que ele escape do metal, e então aparecerá a corrente. Como o campo elétrico é
relacionado a intensidade, se ele é iluminado com uma intensidade baixa, o valor do campo
será pequeno e, consequentemente, a transferência de energia pro elétron acontecerá em
um rítimo menor, e demoraria mais para ele ganhar energia suficiente para escapar do
metal (o que, na experiência de Philipp Lenard, não acontece, pois logo que se se incide
luz é observada a corrente, independente da intensidade). Outro fato observado na expe-
riência de Philipp Lenard é que para o efeito fotoelétrico se evidenciar, a frequência da
luz tem que ser maior ou igual que uma determinada frequência de corte. Na explicação
clássica, a frequência não teria esse papel, uma vez que o efeito estaria relacionado ao
campo elétrico e não a frequência.
Einsten propôs, posteriormente, alguns postulados:
Capítulo 2. Prova 2 14

∙ A luz é quantizada, ou seja, ela é um conjunto de pequenos "aglomerados"de energia,


onde cada um desses aglomerados (fóton) é dado por E=hf (ou seja, a energia do
foton está diretamente relacionado à frequência).

∙ A energia de um fóton é transmitida numa base de tudo ou nada quando esse fotón
encontra um elétron (ou seja, ou ele transmite toda a energia ou não transmite
nenhuma em uma interação foton-eletron)

∙ No efeito fotoelétrico só existem interações em pares, ou seja: um fóton só transmite


energia para um elétron.
Com esses três postulados, é possível explicar o que a física clássica não conseguia:
se você tem uma luz de frequencia suficientemente alta para produzir o efeito fotoelétrico,
então um foton daquela luz tem energia suficiente para que, quando ele encontre um
elétron, aconteça a emissão de um fotoelétron. Dessa forma, a existência da frequência de
corte também é explicada: se a energia de um fóton for maior do que a função trabalho
do metal, os elétrons perto da borda receberão energia suficiente para "escapar".
Na prova, foi citado como Einsten mostrou que a energia estava relacionada a
frequência, mas não foi dito como a física clássica entende o efeito fotoelétrico, como
ele está relacionado ao campo elétrico e quais as questões que são levantadas a partir
das observações feitas no experimento de Philipp Lenard, como não deveríamos ter uma
frequência de corte, enfim, faltaram algumas informações para a resposta estar completa-
mente correta

2.4 Questão 5
Primeiramente, é preciso entender que, na relatividade, o momento depende não
só da velocidade, mas também da massa, o que não acontece na física clássica, pois nela
a massa é constante.
Agora, para uma partícula de massa 𝑚, que varia sob o eixo 𝑥, sobre a qual atua
uma força 𝐹 que impulsiona essa partícula de uma velocidade nula até 𝑣. Essa Força,
segundo a Lei de Newton (ou seja, a massa nesse caso é constante), varia:

𝑑(𝑚𝑣) 𝑑𝑝
𝐹 = =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Pois o momento linear 𝑝 é 𝑝 = 𝑚𝑣. Então, de acordo com o teorema do trabalho-energia,
tem-se: ∫︁ 𝑥 ∫︁ 𝑥
𝑑𝑝
𝑊 = 𝐹 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥
0 0 𝑑𝑡
𝑑𝑥
Como velocidade é 𝑑𝑡
: ∫︁ 𝑥 ∫︁ 𝑝
𝑊 = 𝐹 𝑑𝑥 = 𝑣𝑑𝑝
0 0
Capítulo 2. Prova 2 15

Agora, o momento linear relativístico é:


𝑚0 𝑣
𝑝 = √︁ 2
1 − 𝑣𝑐2

Onde 𝑚0 é a massa em repouso. Sabendo que ao se executar um trabalho sobre um corpo


inicialmente em repouso, o corpo adquire velocidade e usando a relação 𝑣𝑑𝑝 = 𝑑(𝑣𝑝) − 𝑝𝑑𝑣
∫︁ 𝑣
𝑊 = [𝑑(𝑣𝑝) − 𝑝𝑑𝑣]
0

𝑚0 𝑣 2 ∫︁ 𝑣
𝑣𝑑𝑣
𝑊 = √︁ 2
− 𝑚0 √︁
2
1 − 𝑣𝑐2 0 1 − 𝑣𝑐2
2
Lembrando que √︁𝑚0 𝑣 2 tem os limites de zero até 𝑣, também.
1− 𝑣2
𝑐
√︁
√︁𝑣𝑑𝑣 𝑣2
= −𝑐2 1 −
∫︀
Usando: 2 𝑐2
1− 𝑣2
𝑐

√︃
𝑚0 𝑣 2 2 𝑣2
𝑊 = √︁ + 𝑚0 𝑐 1−
1− 𝑣2 𝑐2
𝑐2

E, como os limites vão de 𝑣 = 0 até 𝑣 = 𝑣

𝑚0 𝑐2
𝑊 = √︁ − 𝑚0 𝑐2
𝑣2
1 − 𝑐2

Na prova, partiu-se do ponto que foi pedido, porém, não foi explicado nada sobre
como o momento depende também da massa, a própria dedução também foi feita de outra
forma (ela nao está errada, porém, não está mostrando conhecimentos sobre relatividade,
o que faz com que mesmo que ela esteja correta, esteja incompleta)

2.5 Questão 5
Todas as equações estão corretas. A equação:
𝑡 − 𝑣𝑥2
𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜01 : 𝑡′ = √︁ 𝑐 2
1 − 𝑣𝑐2

Segue o mesmo raciocínio da questão dois, com os eventos ocorrendo da mesma maneira
e com o observador no sistema S’ (pois, para ele, o evento ocorre nas coordenadas x’, y’,
z’ e t’).
Já a equação
𝑣𝑥
𝑡+𝑐2
𝑡 = √︁ 2
1 − 𝑣𝑐2
Capítulo 2. Prova 2 16

parte de outro referencial, ela é uma transformação de S’ (em movimento) para S (em
repouso). Para obtê-la, também pode-se aplicar o mesmo raciocínio da questão 2, e trocar,
da 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜01, 𝑡 por 𝑡′ , assim como 𝑥 por 𝑥′ (como também foi feito na questão 2, porém
𝑡− 𝑣𝑥 𝑡′ + 𝑣𝑥
nesse caso estávamos procurando 𝑥′ ), então 𝑐2 fica 𝑐2
e a 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜02 será:

𝑡′ + 𝑣𝑥
𝑐2
𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜02 : 𝑡 = √︁ 2
1 − 𝑣𝑐2

√︁ ′
2
A 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜03 : 𝑡′ = 𝑡 1 − 𝑣𝑐2 − 𝑣𝑥𝑐2
é obtida da mesma forma que a 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜02,
com os mesmos referenciais, apenas com o valor procurado diferente (na 02, procuramos
t, e nessa, t’). Como elas tem os mesmos referenciais, pode-se apenas reajustar a equação
para isolarmos t’:
𝑡 − 𝑣𝑥2
𝑡′ = √︁ 𝑐 2
1 − 𝑣𝑐2

Para relacionar a 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜03 com a 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜01, temos que considerar, novamente,


que elas partem de dois referenciais diferentes: a 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜01 parte do referencial S em
repouso para S’ em movimento, enquanto a outra é uma transformação de S’ em mo-
vimento para S em repouso. Portanto, a equação tem que ser arrumada: sabemos que
x’ é o comprimento próprio (sofre compressão) e então, para colocar x em função de x’:

𝑥 = 𝑥𝛾 + 𝑣𝑡 onde 𝛾 = √︁ 1 2 . Assim:
1− 𝑣2
𝑐


𝑡 − 𝑣 𝑥𝛾 + 𝑣𝑡 𝑣𝑥′ 𝑣2𝑡
𝑡 = 𝛾(𝑡 − ) = 𝑡𝛾 − 𝛾 − 𝛾
𝑐2 𝛾𝑐2 𝑐2
′ 𝑣2 𝑣𝑥′
𝑡 = 𝛾𝑡(1 − 2 ) − 2
𝑐 𝑐
𝑡 𝑣 2
𝑣𝑥′
𝑡′ = √︁ (1 − ) −
2
1 − 𝑣2 𝑐2 𝑐2
𝑐

Logo √︃
𝑣 2 𝑣𝑥′
𝑡′ = 𝑡 1 − − 2
𝑐2 𝑐
Essa questao não foi resolvida na prova

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