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LICENCIATURA EM HISTÓRIA

PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (PE:TP)

POSTAGEM 1
ATVIDADE 1 – TEXTO DISSERTATIVO

Everaldo Gomes de Oliveira – RA: 1804505

Polo São Pedro/SP

2020
1. TEXTO DISSERTATIVO

Pelo fato de que o Brasil onde a educação não recebe a devida atenção das autoridades
competentes, o professor se encontra à mercê de situações que o colocam em risco até mesmo
de ataques verbais e físicos. O cotidiano do professor, muitas vezes, é repleto de tensões aonde
o faz desviar do foco daquilo que ele tem prazer de fazer que é ensinar, formar cidadãos, dar
um nível de conhecimento para que os alunos venham ser pessoas bem-sucedidas no futuro.
Mas o medo tem tomado conta dos educadores.

No relato visto no texto, o professor André está enfrentando um problema o qual nunca
tinha se deparado num nível tão grave. Um aluno violento, chamado Carlos, advindo de um
bairro pobre e igualmente violento, com histórico familiar muito difícil, pois é relatado que seu
pai está preso e sua mãe sofre de sérios problemas mentais, confronta o professor e lhe faz duras
ameaças, inclusive de morte.

O professor se vê sem saída. Procurou seus colegas e a diretora da escola, mas estes
aconselhavam que não fizesse nada de drástico, pois ele poderia, de verdade, sofrer com
horríveis consequências se assim levasse adiante algum tipo de repreensão mais incisiva. Diante
do fato, se desanima, afinal, até mesmo o ECA (Estatuto de Criança e do Adolescente) protege
os menores infratores segundo o que diz um policial para o professor André.

Verifica-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi aprovado em 1990 e


reforça que a responsabilidade de proteção integral das crianças e adolescentes até os 18 anos
são responsabilidade da sociedade e do Estado. Diante disso, há no meio da classe dos
educadores péssimos julgamentos e expressões de repúdio aonde dizem que este estatuto
permite que haja um sentimento de impunidade, pois dá-se direitos em demasia os quais incitam
as muitas crianças e os adolescentes a praticarem maus atos.

A questão da violência não é algo fácil de se resolver, mas não adianta culpar este
“marco legal” por todos os males. Pois para poder enfrentar o problema em questão é preciso
que todo conjunto de ensino passe por um processo de mudança de “paradigmas”. E isso
depreende novos planejamentos, objetivos, visão, metas e estratégias tanto para saber lidar nos
casos em que o aluno é o promotor de distúrbios no ambiente escolar, quanto no tratamento do
professor que se sente impotente, acuado quando é agredido em sala de aula.
É preciso ter clara a identificação da violência na escola. É intra ou extraescolar?
Infelizmente, a preparação do professor está aquém de lidar com as especificidades das
condições estruturais da sociedade. Além disso, há falta de estímulo que produz desmotivação
para exercer a docência com entusiasmo. É percebido também nos dias atuais que as
legitimidades dos conteúdos estão sendo desacreditados, pois há um contexto de
questionamento tanto quanto à eficiência sobre o modo de transmissão do currículo e em relação
aos seus objetivos. Considera-se que os conteúdos escolares propostos se encontram alheios aos
interesses dos alunos e do mercado.

É preciso avaliar multidisciplinarmente o que é passível de punição legal (agressões


sexuais, roubos, porte de armas, entre outros). Mas deve-se considerar que existem tipos de
violência escolar mais sutis que não são dados os devidos reconhecimentos para as vítimas
destes. Esses casos são os de maior número na escola. Distinguir as diferentes manifestações
de violência na escola é uma tarefa difícil, mas necessária, pois não se pode misturar tudo numa
só categoria porque as formas tratamento são diferentes. Há de se destacar que o debate da
violência na escola ainda é bastante incipiente no âmbito público aqui no Brasil. Por isso, não
há um claro norteamento para o enfrentamento, prevenção e manutenção da paz nas instituições
de ensino.

Ao retornar para o ECA, é preciso dissipar as falas do senso comum que atribui a este a
culpa pela indisciplina e violência nas escolas considerando que tal fenômeno é histórico. O
ECA como doutrina jurídica dá a compreensão de que todo direito pressupõe reciprocidade de
deveres, por isso cabe a todos os envolvidos, incluindo aqueles que estão inseridos no processo
educativo pautar a questão. Portanto, o trabalho de encarar a violência na escola pressupõe
ações de diagnóstico, estudo e produção de material de apoio didático-pedagógico; formação
continuada dos profissionais de educação; e acompanhamento e promoção de ações
interinstitucionais.

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