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1ª FASE MODULAR MATUTINO

Disciplina: Direito Constitucional


Prof.: Erival de Oliveira
Data: 06/10/2008 – 1ª aula

TEMAS TRATADOS EM SALA

1.Leitura obrigatória
- Emendas Constitucionais: 45,50,52 e 54
- Leis: 9.868/99 – ADIN(ADI) ADECON(ADECO/ADC) e 9882/99 – ADPF; 11.417/06 – SÚMULA
VINCULANTE (CF/88, LER ARTIGO 103-A, LER O TEXTO DAS SÚMULAS VINCULANTES); 11.418/06 –
REPERCUSSÃO GERAL (ADMISSÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO, § 3º DO ARTIGO 102 DA CF)

2. Ordenamento jurídico
- É a somatória de uma Constituição (lei fundamental e o limite de um poder dentro de um Estado) e
de normas infraconstitucionais.
- De acordo com a Constituição sobre súmula vinculante verifica-se o artigo 103-A (criação, revisão e
cancelamento da súmula vinculante, ver artigo 3º da lei) – as pessoas que podem propor ADIN (ver
artigo 103). De acordo com o ordenamento jurídico (normas infraconstitucionais e Constituição).
Constituição: é a lei fundamental e o limite de poder dentro de um Estado.
Ordenamento jurídico brasileiro:
1. Constituição Federal
2. 26 constituições Estaduais e CC, CPC
3. Lei Orgânica do DF, CP, CPP
4. Leis Orgânicas Municipais, CLT
Lei 11.417/06 – Art. 3º - sobre criação, revisão ou cancelamento de súmula Vinculante (de acordo
com a CF, Art. 103). Essa lei regulamentou o artigo constitucional.

3. Classificação doutrinária da CF/88

a) quanto à forma: escrita (feita por um órgão constituinte, ou Assembléia Nacional Constituinte, e
contida em documento único e solene);
b) quanto à elaboração: dogmática (órgão constituinte estabeleceu os pontos fundamentais que vão
reger o nosso Estado: separação dos poderes, direitos e garantias fundamentais, nacionalidade,
direitos políticos);
c) quanto à origem: popular (houve uma eleição para o órgão constituinte/a assembléia nacional
constituinte e a Constituição foi promulgada)
OBS.: Nem tudo que é promulgado é democrático (Exemplo: CF de 1967/69).
d) quanto à estabilidade: rígida, pois seu processo de mudança é formal, solene e complexo, por
maioria qualificada(3/5 em 2 turnos nas 2 casas do CN).
e) mutabilidade/alteralidade/consistência: é rígida porque o seu processo de mudança é formal,
complexo e solene. Por maioria qualificada, de em 3/5 em 2 turnos nas duas casas do CN - § 2º do
artigo 60).
CUIDADO: o mesmo sistema de aprovação é utilizado para a “constitucionalização de tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos” – parágrafo 3º do artigo 5º, CF.
Tal processo de mudança é mais difícil de ser alcançado do que o utilizado para a aprovação de uma lei
ordinária (lei comum ou lei federal – aprovadas por maioria simples).
Esse sistema de aprovação é mais difícil de ser alcançado do que o utilizado para a aprovação de uma
lei ordinária (é aprovada por maioria simples ou relativa – consideram-se os presentes).
Além dessa classificação, a doutrina entende que uma Constituição poderia ser: imutável, flexível,
semi-rígida.
f) quanto à extensão: analítica/prolixa porque é uma constituição extensa, tem uma grande
quantidade de artigos, tecnicamente, porque ela possui normas materialmente e formalmente
constitucionais (materialmente constitucionais: estruturam o Estado; formalmente constitucionais:
chamadas de constitucionais pois estão escritas na constituição – podem ser retiradas da constituição
sem afetar a estrutura do estado – ex.:do desporto/da família/do índio).
g) quanto à função objeto: a) dirigente - porque estabelece um caminho a ser seguido pelo estado
(previsão dos direitos sociais); b) garantia - porque protege a nós, particulares e ao próprio estado.
- Por fim entende-se ainda que a CF é:
h) laica: porque não adota uma religião oficial. Art. 19, I, CF.

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i) democrático: eleições, plebiscito, referendo, iniciativa popular


j) pluralista: possui pluralismo político
k) eclética: porque protege ideologias diferentes (é capitalista, protege o capital privado, porém tem
fortes tendências socialistas – ex. desapropriação para fins de reforma agrária);

4.Fenômenos que surgem com a nova Constituição (Teorias)

Regra: a Nova Constituição revoga a Constituição anterior

a) recepção: a Nova Constituição recebe ou recepciona normas infraconstitucionais feitas de


acordo com Constituições anteriores desde que não contrariem materialmente a nova
Constituição. Ex.: Código Penal, Processo Penal e Código Comercial.
OBS.: As normas infraconstitucionais antigas não podem contrariar materialmente, mas podem
contrariar formalmente (espécie normativa).
-- As novas normas infraconstitucionais devem respeitar formal e materialmente (direito) a nova
Constituição.
- Se uma matéria deveria ser regulamentada por Lei Ordinária, mas o Congresso a regulamenta
por Lei Complementar, não há inconstitucionalidade.

b) desconstitucionalização: a nova Constituição recebe a Constituição anterior como norma


infraconstitucional.

- A nova Constituição rebaixa a Constituição anterior como lei infraconstitucional.

c) Repristinação: a nova Constituição revigora ou revalida normas infraconstitucionais que a


Constituição anterior havia revogado. Existe efeito repristinatório decisões do STF em controle
concentrado de constitucionalidade (ADIN GENÉRICA). O STF declara inconstitucional lei
revigoradora, revigorando a lei revogada. Não precisa prever expressamente; lei revogadora
revoga lei revogadora e expressamente revigora a 1ª lei revogada. (§ 3º do artigo 2º da LICC).

- CUIDADO: existe a repristinação no plano infraconstitucional somente. Existe o efeito repristinatório


de decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade (ADI ou ADIN genérica).
O STF declara inconstitucional lei revogadora, revigorando a lei revogada; não precisa prever
expressamente.
- Lei revogadora expressamente revoga lei revogadora, e, revigora a primeira lei revogada(ver
parágrafo 3° do art. 2º da LICC).

5. Aplicabilidade das normas constitucionais

- Todas as normas constitucionais têm eficácia no plano abstrato, independente de regulamentação


posterior.
Normas constitucionais quanto à eficácia/aplicabilidade/efetividade
- Plena: não depende de regulamentação (norma infraconstitucional)*
- Contida: não depende de regulamentação (norma infraconstitucional)*, mas a CF autoriza o
legislador ordinário (CN) a reduzir direito previsto na própria CF.
- Limitada: depende de regulamentação (normas infraconstitucionais)
a) institutiva: depende de uma norma para criar um órgão;
b) programática: depende de lei para criar programas sociais (saúde, educação, etc.)
*  tem aplicabilidade direta, imediata e integral. São independentes, auto-aplicáveis, absolutas.

Dicas de eficácia plena

- o verbo da norma é o ser no presente do indicativo: é ou são


- não existem expressões: nos termos da Lei, de acordo com a Lei, etc.

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Dica da eficácia contida

- o verbo da norma é o ser no presente do indicativo: é ou são


- salvo previsão prevista em lei, nos termos da lei, segundo a lei...etc

Conteúdo das normas constitucionais


Elas podem ser:
a) Materialmente constitucionais: estruturam o estado;
b) Formalmente constitucionais: são aquelas localizadas na constituição e que podem ser retiradas
sem afetar a estrutura do Estado.

LEGISLAÇÃO SOBRE OS TEMAS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da
lei, a colaboração de interesse público;
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e,
em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal
ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto
impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

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§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso."

QUESTÕES SOBRE OS TEMAS

1. (OAB/CESPE – 2006.1) De acordo com a dogmática constitucional contemporânea, as


normas definidoras de direitos fundamentais têm hierarquia maior que os dispositivos que
definem a organização do Estado, exceto quando as primeiras tiverem o caráter de normas
programáticas. A afirmação acima é equivocada porque
a) a dogmática constitucional contemporânea não admite a distinção hierárquica entre normas
constitucionais.
b) a única diferença hierárquica admitida pela dogmática constitucional é a existente entre regras e
princípios constitucionais, sendo que os princípios têm status hierárquico superior ao das regras.
c) somente as normas definidoras de direitos individuais têm hierarquia superior aos demais
dispositivos constitucionais.
d) as normas definidoras de direitos fundamentais são sempre normas programáticas.
2. OAB/CESPE – 2004.ES) Com relação ao direito constitucional, assinale a opção correta.
a) A Constituição da República de 1988, seguindo a tradição constitucionalista brasileira, foi
promulgada por uma assembléia constituinte eleita exclusivamente para o fim de elaborá-la.
b) No atual sistema constitucional, a convocação de uma assembléia nacional constituinte para
elaborar uma nova constituição federal deve ser feita mediante emenda à atual Constituição da
República.
c) No sistema constitucional brasileiro, a União tem prevalência hierárquica sobre o estado do Espírito
Santo.
d) Nos quadros da dogmática jurídica contemporânea, os princípios constitucionais que definem
direitos fundamentais ocupam o mesmo patamar hierárquico das normas constitucionais que regem o
processo legislativo.
3. (OAB/CESPE – 2004.ES) A Constituição da República é rígida porque
a) contém cláusulas pétreas.
b) a elaboração de emendas à Constituição envolve procedimentos e requisitos específicos que tornam
a modificação do texto constitucional mais difícil que a alteração da legislação ordinária ou
complementar.
c) é necessário maioria qualificada para realizar alteração do texto constitucional.
d) o exercício do poder constituinte decorrente restou limitado ao período de revisão constitucional.
4. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) Quanto ao processo de mudança, a Constituição Federal de
1988 pode ser classificada como
a) flexível, por admitir alteração por iniciativa não só dos membros do Congresso Nacional, como
também do presidente da República.
b) semi-rígida, por admitir alteração de seu conteúdo, exceto com relação às cláusulas pétreas.
c) transitoriamente rígida, por não admitir a alteração dos Atos das Disposições Constitucionais
Transitórias.
d) rígida, por admitir a alteração de seu conteúdo por meio de processo mais rigoroso e complexo que
o processo de elaboração das leis comuns.

Gabarito:
1. A; 2. D; 3. B, 4. D

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