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D Perini Assessoria Empresarial

Contabilidade de
Instituições Financeiras
Prof. Deomar Perini

Julho de 2009
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___________________Contabilidade das Instituições Financeiras___________________

Sumário

1. PLANO DE ENSINO ....................................................................................................... 3


1.1 Ementa........................................................................................................................ 3
1.2 Carga horária total....................................................................................................... 3
1.3 Objetivos ..................................................................................................................... 3
1.4 Conteúdo programático ............................................................................................... 3
1.5 Metodologia................................................................................................................. 4
1.6 Critérios de avaliação .................................................................................................. 4
1.7 Bibliografia recomendada ............................................................................................ 4
2. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR .............................................................. 4
3. TEXTO PARA ESTUDO ................................................................................................. 5
3.1 Introdução ................................................................................................................... 5
3.2 Sistema Financeiro Nacional (SFN)............................................................................. 8
3.2.1 Órgãos normativos ................................................................................................ 11
3.2.2 Instituições financeiras bancárias (ou monetárias)................................................. 15
3.2.3 Instituições financeiras não bancárias (ou não monetárias) ................................... 18
3.2.4 Bancos múltiplos.................................................................................................... 23
3.2.5 Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários ............................................... 23
3.2.6 Agentes especiais .................................................................................................. 24
3.3 Contabilização das operações bancárias .................................................................. 27
3.3.1 COSIF ................................................................................................................... 28
3.4 Operações de crédito ................................................................................................ 29
3.4.1 Processo decisório de crédito ................................................................................ 30
3.4.2 Risco de crédito ..................................................................................................... 30
3.4.3 Classificação das operações de crédito por nível de risco ..................................... 31
3.5 Mercado de capitais .................................................................................................. 32
3.5.1 Mercado de ações ................................................................................................. 32
3.5.2 Bolsa de valores .................................................................................................... 33
3.6 Conclusão ................................................................................................................. 33
3.7 Referências bibliográficas ......................................................................................... 34
4. MATERIAL COMPLEMENTAR ..................................................................................... 35
4.1 Modelo - Balancete / Balanço Patrimonial ................................................................. 35
4.2 Modelo – Demonstração do Resultado...................................................................... 39
4.3 Demonstrações contábeis do BANCO DO BRASIL S/A ............................................ 40

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1. PLANO DE ENSINO

1.1 Ementa
Sistema Financeiro Nacional (SFN). Contabilização das operações bancárias.
Operações de crédito. Mercado de capitais.

1.2 Carga horária total

 36 horas

1.3 Objetivos
GERAL
 Compreender as dimensões do mercado financeiro e seus efeitos sobre as
entidades

ESPECÍFICOS
 Entender a estrutura e funcionamento do Sistema Financeiro Nacional;
 Contabilizar as principais operações bancárias;
 Conceituar as operações de crédito;
 Compreender o funcionamento do mercado de capitais.

1.4 Conteúdo programático


1 Sistema Financeiro Nacional (SFN)
1.1 Definição
1.2 Origem e aspectos históricos
1.3 Sistema Financeiro Nacional
1.4 Instituições Financeiras
1.5 Órgão de regulação e Fiscalização
1.6 Outros intermediários
2 Contabilização das operações Bancárias
2.1 Ativos Financeiros
2.2 Principais operações Bancárias
2.3 COSIF
2.4 Contabilização de operações passivas
2.5 Contabilização de operações ativas
3 Operações de Crédito
3.1 Aspectos gerais
3.2 Processo decisório do crédito

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3.3 Risco de crédito


3.4 Classificação das operações de credito por nível de Risco
4 Mercado de Capitais
4.1 Conceito e objetivos
4.2 Mercado de ações
4.3 Bolsa de valores

1.5 Metodologia

As aulas receberão o seguinte tratamento para cada unidade:


 Parte expositiva;
 Discussão dirigida, a fim de dirimir dúvidas e fixar conhecimentos;
 Estudo de caso dirigido;
 Desenvolvimento de trabalhos e exercícios práticos; e
 Uso de recurso audiovisual.

1.6 Critérios de avaliação


Avaliação será somativa perfazendo o total de 10,0 pontos, distribuídos entre
atividades individuais e/ou em grupos e participação nos debates, a saber:
 Exercícios em sala de aula: 3,0 pontos
 Prova 1: 3,5 pontos
 Prova 2: 3,5 pontos

1.7 Bibliografia recomendada

NYAMA, Jorge K. GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de instituições


financeiras. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

2. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR

Deomar Carlos Perini é mestre em Educação, Administração e Comunicação pela


Universidade São marcos (SP), especialista em Gestão Empresarial pela UVV (ES),
Administrador pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de Linhares
(ES) e graduando em Ciências Contábeis pela Pontífice Universidade Católica de
Minas Gerais (MG). É professor acadêmico na área de Contabilidade e Finanças
Corporativas em cursos de graduação e pós-graduação, em Instituições de Ensino
Superior do Espírito Santo, da Bahia e de Minas Gerais, e instrutor em cursos de
formação profissional. Paralelamente às suas atividades docentes ocupou cargos de
Gerência de Negócios e Gerência de Análise e Risco de Crédito em Instituição
Financeira, Gerente Administrativo e Financeiro em Indústria. Atua também como
consultor financeiro em empresas.

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3. TEXTO PARA ESTUDO

3.1 Introdução

Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por Lopes & Rossetti é


caracterizado por quatro fases distintas.
O Sistema Financeiro Nacional em sua primeira fase caracterizou-se pela
intermediação financeira na sua forma mais simples através de atividades
relacionadas ao setor cafeeiro e a implantação de projetos no setor de infra-
estrutura.
A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Guerras e da
Depressão, que se estendeu de 1914 a 1945, houve uma série de processos de
considerável importância no quadro geral da intermediação financeira no Brasil, com
destaque aos seguintes:

 Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio


prazo;
 Disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, face
a criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), instalação da
Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de
Redescontos do Banco do Brasil (1921);
 Estudos para criação de um Banco Central no país.

Esses destaques trouxeram amplos benefícios ao sistema financeiro do país,


à medida que deu maior consistência ao processo de intermediação.
A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se como fase
de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira
metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas
institucionais de 1964-65. Nos anos de transição as principais transformações no
sistema financeiro nacional foram:

 Consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de


intermediação financeira de curto e médio prazo;
 Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e
fiscalização, o SUMOC - Superintendência da Moeda e do Crédito;
 Criação de uma instituição financeira central de fomento, o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE;
 Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes;
 Desenvolvimento espontâneo de Companhias de crédito,
financiamento e investimento de médio e longo prazo.

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A última fase da evolução da intermediação financeira no Brasil iniciou-se em


1964-65, com a promulgação de três leis que introduziram profundas alterações na
estrutura do sistema financeiro nacional:

 Lei n° 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária nos contratos


imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de
Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação;
 Lei n° 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas
específicas de atuação das instituições financeiras e transformação
do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e
Conselho Monetário Nacional, respectivamente;
 Lei n° 4.728 - 14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e
estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.

A partir desses três institutos legais, o sistema financeiro brasileiro passou a


contar com maior e mais diversificado número de intermediários financeiros não
bancários, com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo
tempo, foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros, abrindo-se um
novo leque de opções para aplicação de poupanças e criando-se, em decorrência
disto, condições mais efetivas para a ativação do processo de intermediação.
A quarta fase iniciou-se pela implementação dessas reformas até os dias
atuais. Além daquelas instituições citadas, foi incorporado ao quadro do sistema a
Comissão de Valores Mobiliários, criada pela Lei n° 6.385, de 7/12/76.
Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver com uma
conjuntura adversa internacional (choque do petróleo de 73 e 79 e a crise da dívida
externa de 82) e conturbada a nível interno (redemocratização e inflação).
Influenciado também por esses acontecimentos, surgiu por parte dos agentes
econômicos a necessidade de se protegerem quanto as oscilações adversas a que
estão sujeitos, tanto a fatos e políticas internas, quanto externas.
A transformação que vem passando a intermediação financeira nos últimos anos é
motivada pelo desenvolvimento da economia, refletindo em processos de fusões e
incorporações, resultando em aumento de competitividade.
Diante disso a atividade de intermediação financeira, além de minimizar a
incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as exigências de maximização dos
ganhos, terá que proporcionar cada vez mais segurança e agilidade no julgamento e
previsão de melhores retornos.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição.
Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a
política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um
conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores,
e investidores.

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Figura 1 – Estrutura funcional do Sistema Financeiro nacional


Fonte: Bathke e Pereira (2002)

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3.2 Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição.


Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a
política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um
conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores,
e investidores.
Segundo Nyama e Gomes (2006, p. 1-3) ―até 1964, O Sistema Financeiro
Nacional (SFN) carecia de uma estrutura adequada a necessidades e carência da
sociedade. A partir de então, foi editada uma série de leis que possibilitaram esse
reordenamento:

Instrumento Problema Solução

Lei da Correção Historicamente, a inflação brasileira A lei instituiu normas para indexação de
Monetária superava os 12% a.a e, com base no débitos fiscais, criou títulos públicos
(4.357/64) Direito Canônico, a lei de usura limitava federais com cláusula de correção
o juro a 12% a.a. As empresas e monetária (ORTN) – destinados a
indivíduos preferiam aplicar seus antecipar receitas, cobrir défict público e
recursos disponíveis em outras promover investimentos.
alternativas, adiando, inclusive,o
pagamento de suas obrigações
tributárias.
A mesma limitava a capacidade do
Poder Público de financiar-se mediante
a emissão de títulos próprios, impondo
a emissão primária de moeda para
satisfazer às necessidades financeiras.
Além disso, os valores históricos de
demonstrativos financeiros deixavam de
espelhar adequadamente a realidade
econômica, novamente com
conseqüências para o Tesouro – tendo
em vista a redução da carga tributária
– e para os potenciais investidores.
Lei Plano A recessão econômica dos anos 60 Foi criado o Banco Nacional da
Nacional da aumentava a massa de trabalhadores Habitação (BNH), órgão gestor do
Habitação com pouca qualificação e o Estado não também criado Sistema Brasileiro de
(4.380/64) tinha condições de criar ou fomentar Poupança e Empréstimo (SBPE),
diretamente postos de trabalho para destinado a fomentar a construção de
essa mão-de-obra. casas populares e obras de saneamento
Uma alternativa seria a criação de e infra-estrutura urbana, com moeda
empregos na construção civil. própria (Unidade Padrão de Capital –
UPC) e seus próprios instrumentos de
captação de recursos – Cédulas
Hipotecárias, Letras Imobiliárias e
Caderneta de Poupança.
Posteriormente, a esses recursos foram
adicionados os do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS).

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Lei da Reforma Os órgãos de aconselhamento e gestão Criado O Conselho Monetário nacional


do Sistema da política monetária, de crédito e (CMN) e o Banco Central do Brasil, bem
Financeiro finanças públicas concentravam-se no como estabelecidas as normas
nacional Ministério da Fazenda, na operacionais, rotinas de funcionamento
(4.595/64) Superintendência da Moeda e do e procedimentos de qualificação aos
Crédito (Sumoc) e no Banco do Brasil, quais as entidades do sistema financiro
e essa estrutura não correspondia aos deveriam subordinar-se.
crescentes encargos e
responsabilidades na condução da
política econômica.
Lei de Mercado O processo de popularização do Estabelecidas normas e regulamentos
de Capitais investimento estava contido em função básicos para a estruturação de um
(4.728/65) da nítida preferência dos investidores sistema de investimentos destinado a
por imóveis de renda e de reserva de apoiar o desenvolvimento nacional e
valor. Ao governo interessava a atender à crescente demanda por
evolução dos níveis de poupança crédito.
internos e seu direcionamento para
investimentos produtivos.
Lei da CVM Criar uma entidade que absorvesse a Criada a Comissão de Valores
(6.385/76) regulamentação e a fiscalização do Mobiliários (CVM), transferida do Banco
mercado de capitais, especialmente no Central a responsabilidade pela
que se referia às sociedades de capital regulamentação e fiscalização das
aberto. atividades relacionadas ao mercado de
valores mobiliários (ações, debêntures,
etc.)
Lei das S.A. Atualizar a legislação sobre as Estabeleceu regras claras quanto a
(6.404/76) sociedades anônimas brasileiras, características, formas de constituição,
especialmente quanto aos aspectos composição acionária, estrutura de
relativos à composição acionária, demonstrações financeiras, obrigações
negociação de valores mobiliários societárias, direitos e obrigações de
(ações, debêntures, etc.) e acionistas e órgãos estatutários e legais.
modernização do fluxo de informações.
Lei 10.303/01 Aprimorar a legislação sobre as Estabeleceu novos direitos de acionistas
sociedades anônimas (Lei 6.404/76), minoritários, tais como o tag along
especialmente quanto aos aspectos mínimo de 80% e a composição de
relativos ao direito do acionista ações (limitando o percentual de ações
minoritário, e da Lei nº 6.385/76, preferencial em 50%). Além disso,
relativamente a algumas atribuições da dentre as alterações na Lei 6.385/76
CVM. destaca-se a transferência para a CVM
da competência para regular e
supervisionar os fundos de
investimentos e os derivativos.
Lei 11.638/07 Adequar a legislação societária tendo Alterou e revogou dispositivos da Lei
em vista a padronização das normas 6.404/76 e da Lei 6.385/76 e estendeu
contábeis brasileiras face ao padrão às sociedades de grande porte
internacional. disposições relativas à elaboração e
divulgação de demonstrações
financeiras.

De acordo ainda com Niyama e Gomes (2006) a estrutura do SFN é


decorrente desse conjunto de instrumentos legais, inspirada no modelo de
especialização de instituições existente nos Estados Unidos, sendo cada
seguimento identificado de acordo com o objetivo das destinações dos recursos
captados:

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 Crédito de custo e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa


Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos
com carteira comercial;
 Crédito de médio e longo prazo: Bancos de Investimentos,
Bancos de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos
Múltiplos com carteira de investimentos e Desenvolvimentos;
 Crédito ao consumidor: Sociedade de Crédito, Financiamento e
Investimento (―Financeiras‖) e Bancos Múltiplos com carteira de
crédito, financiamento e investimento;
 Crédito habitacional: Caixa Econômica Federal, Associação de
Poupança e Empréstimo, companhias Hipotecárias, Sociedades de
Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito
imobiliário;
 Intermediação de títulos e valores mobiliários: Sociedades
Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos
de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira de investimento;
 Arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento Mercantil
e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil.

Niyama e Gomes (2006) destaca, ainda, que outras entidades, caracterizadas


como detentoras de volume significativo de recursos do público em geral ou
especializadas em determinados segmentos, têm tido representatividade crescente
no âmbito do SFN, apesar de não participarem diretamente do processo clássico de
intermediação financeira ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, quais
sejam:

 Seguradoras;
 Companhias de capitalização;
 Entidades fechadas e abertas de previdências privada;
 Empresas de factoring;
 Consórcios;
 Companhias hipotecárias;
 Agência de fomento;
 Sociedade de crédito ao microempreendedor.

A Estrutura do Sistema Financeiro Nacional é dada pela Lei 4.595, que diz
que ele será constituído da seguinte forma:

1. Conselho Monetário Nacional (CMN) [1];


1.1. Banco Central do Brasil (Bacen / BCB) [2];
1.1.1. Instituições Financeiras Captadoras de Depósito à Vista [3];
1.1.1.1. Bancos Múltiplos [4];
1.1.1.2. Bancos Comerciais [4];
1.1.1.3. Caixa Econômica Federal [4];
1.1.1.4. Cooperativas de Crédito [4];
1.1.2. Demais Instituições Financeiras [3];
1.1.2.1. Agências de Fomento [4];
1.1.2.2. Associações de Poupança e Empréstimo [4];
1.1.2.3. Bancos de Desenvolvimento [4];

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1.1.2.4. Bancos de Investimento [4];


1.1.2.5. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) [4];
1.1.2.6. Companhias Hipotecárias [4];
1.1.2.7. Cooperativas Centrais de Crédito [4];
1.1.2.8. Sociedades Crédito, Financiamento e
Investimento [4];
1.1.2.9. Sociedades de Crédito Imobiliário [4];
1.1.2.10. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor [4];
1.1.3. Outros Intermediários Financeiros e Administradores de
Recursos de Terceiros [3];
1.2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) [2];
1.2.1. Bolsas de Mercadorias e Futuros [3];
1.2.2. Bolsas de Valores [3];
1.2.3. Outros Intermediários Financeiros e Administradores de
Recursos de Terceiros [3];

2. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) [1];


2.1. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) [2];
2.1.1. Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) [3];
2.1.2. Sociedades Seguradoras [3];
2.1.3. Sociedades de Capitalização [3];
2.1.4. Entidades Abertas de Previdência Complementar [3];

3. Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC) [1];


3.1. Secretaria de Previdência Complementar (SPC) [2];
3.1.1. Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(Fundos de Pensão) [3]; 1

3.2.1 Órgãos normativos

O Sistema Financeiro Nacional está dividido em dois grandes subsistemas, o


normativo e o de intermediação e instituições auxiliares. Vamos começar
falando um pouco do Subsistema Normativo. O Subsistema Normativo regulamenta
e fiscaliza o mercado financeiro. Fazem parte desse subsistema: o Conselho
Monetário Nacional – CMN; o Banco Central – BACEN; a Comissão de Valores
Mobiliários – CVM; a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; e a
Secretaria de Previdência Complementar – SPC.

1
Onde temos:
 [1] Órgãos Normativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN);
 São os órgãos responsáveis por expedir as leis do sistema financeiro.
 [2] Entidades Supervisoras do Sistema Financeiro Nacional (SFN);
 São entidades responsáveis por supervisionar o bom funcionamento do sistema, e
supervisionam junto com seu órgão normativo.
 [3] Operadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN);
 São as empresas que operam no sistema financeiro.
 [4] Órgãos operadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN), Alguns exemplos de entidades;
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Conselho Monetário Nacional (CMN)

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do


Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das
políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição,
funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os
instrumentos de política monetária e cambial.
O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo
Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do Banco
Central do Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo
Bacen.
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc),
composta pelo Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador, pelo Presidente
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário Executivo do Ministério
do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário Executivo do Ministério da Fazenda,
pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo Secretário do
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do Bacen,
indicados por seu Presidente.
Está previsto o funcionamento também junto ao CMN de comissões
consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro,de Mercado de Valores
Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Crédito
Habitacional e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana, de Endividamento Público
e de Política Monetária e Cambial.

Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do CMN são:

 Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades


da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
 Regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no
balanço de pagamento do país;
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos
financeiros;
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e
da dívida pública, interna e externa;
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
 Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações
creditícias em todas as suas formas;
 Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas à Lei nº 4.595, de 1964, bem
como as penalidades previstas;
 Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
observadas pelas instituições financeiras;
 Determinar recolhimentos compulsórios e encaixes obrigatórios de
depósitos à vista, do total dos depósitos e/ou outros títulos

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contábeis das instituições financeiras, função também atribuída ao


Banco Central do Brasil pela Lei nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989;
 Disciplinas as atividades das bolsas de valores e dos corretores de
fundos públicos.

Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN)

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um


órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda,
conforme disposto no Decreto nº 91.152, de 15 de março de 1985, e na Lei nº 9.069,
de 29 de junho de 1995;
O CRSFN teve seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto nº 1.935, de 20
de junho de 1996, com a nova dada pelo Decreto nº 2.277, de 17 de julho de 1997.
Dispõe sobre as competências, prazos e demais atos processuais vinculados às
suas atividades.
O CRSFN possui competência para julgar em segunda e última instância
administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades
administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores
Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior.

Banco Central do Brasil

Para Fortuna (1995) o Banco Central do Brasil é a entidade criada para atuar
como órgão executivo central do Sistema Financeiro Nacional, cabendo-lhe a
responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário
Nacional.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do Banco
Central do Brasil são:

 Emitir papel moeda e moeda metálica;


 Executar os serviços de meio circulante;
 Determinar os percentuais de recolhimentos de compulsórios;
 Receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos
voluntários a vista das instituições financeiras;
 Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições
financeiras;
 Efetuar o controle de capitais estrangeiros;
 Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e
de direitos especiais de saque;
 Exercer fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
penalidades previstas;

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 Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que


possam:
 Funcionar no país;
 Instalar ou transferir suas sedes ou dependências, inclusive
no exterior;
 Ser transformadas, fundidas, incorporadas, cindidas ou
encampadas;
 Praticar operações de câmbio crédito rural e venda habitual
de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal,
ações, debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de
crédito ou mobiliários;
 Ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento,
alterar seus estatutos;
 Estabelecer condições para a posse em quaisquer cargos de
administração de instituições financeiras privadas, assim como para
o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e
semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo CMN;
 Efetuar como instrumento de política monetária, operações de
compra e venda de títulos públicos federais;
 Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições
financeiras estrangeiras e internacionais;
 Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e
outros papéis;
 Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de
capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram
nesses mercados e em relação a modalidades ou processos
operacionais que utilizem.

Comissão de Valores Mobiliários

A Comissão de Valores Mobiliários - CVM é uma autarquia especial,


vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar
e promover o mercado de valores mobiliários. Criada pela Lei 6.385, de 07/12/76, a
CVM exerce atividade de fiscalização e normatização do mercado de valores
mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práticas eqüitativas e coibir
qualquer tipo de irregularidade. Ao mesmo tempo, desenvolve estudos e pesquisas,
dos quais obtém elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes
de promover o desenvolvimento do mercado. No exercício de suas atribuições, a
Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e
documentos de pessoas e/ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a
prestar declarações ou esclarecimentos, sob pena de multa; requisitar informações
de órgãos públicos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às
companhias abertas a republicação de demonstrações financeiras e dados diversos;
apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidade.

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Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições da CVM são:

 Disciplinas e fiscalizar:
 A emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
 A negociação e intermediação no mercado de valores
mobiliários;
 A organização, o funcionamento e as operações das bolsas
de valores;
 A administração de carteiras e a custódia de valores
mobiliários;
 A auditoria de companhia abertas;
 Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários;
 Regulamentar matérias previstas nas Leis nº 6.385, de 1976, 6.404,
de 1976, e 10.303, de 2002;2
 Administrar registros instituídos pela Lei nº 6.385, de 1976;
 Fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos
intermediários;
 Fiscalizar companhias abertas, dando prioridade às que não pagam
dividendos;
 Suspender a negociação de determinado valor mobiliário;
 Decretar recesso das bolsas de valores;
 Divulgar informações para orientar os participantes do mercado;
 Conceder registro para negociação em bolsa e no mercado de
balcão.

3.2.2 Instituições financeiras bancárias (ou monetárias)

Howells e Bain (2001) destacam que as instituições financeiras apresentam


de várias formas diferentes e oferecem uma variedade de serviços. De maneira
geral, pode-se dizer que as instituições financeiras se especializam em uma ou mais
das seguintes funções:

 Provisão de um mecanismo de pagamentos;


 Fornecimentos de um meio de emprestar e tomar emprestado; e
 Outros serviços; como câmbio, seguros e assim por diante.

2
Acrescentamos a lei 11.638 de 2007 que fez alterações na Lei 6.404 de 1976.

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No entanto, as instituições financeiras bancárias caracterizam pelo fato de


terem a capacidade de criação de moeda.3

Bancos comerciais

Instituições especializadas em operações de curto e médio prazos, que


oferecem capital de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de
serviços e pessoas físicas, bem como concedem crédito rural.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as operações autorizadas a essas
instituições podem ser divididas em: ativas, passivas, especiais, acessórias, e de
prestação de serviços, sendo as principais (i) aplicações em títulos e valores
mobiliários, (ii) operações de crédito, (iii) captação de depósito à vista, de poupança
e a prazo, (iv) gestão de recursos de terceiros, (v) cobrança e recebimentos e
pagamentos por conta de terceiros.

 Desconto de títulos
 Abertura de crédito, simples e em conta corrente
 Crédito rural
 Empréstimo para capital de giro
Operações
 Operações de repasses e refinanciamentos
ativas
 Aplicações em títulos e valores mobiliários
 Depósitos interfinanceiros
 Financiamentos de projetos do Programa de Fomento à
Competitividade Industrial
 Depósitos à vista
 Depósitos a prazo fixo
 Obrigações contraídas no país e no exterior relativas a repasses e
Operações
refinanciamentos
passivas  Emissão de cédulas pignoratícias de debêntures
 Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI)

 Operações de câmbio
 Custódia de títulos e valores
Operações  Prestação de fianças e outras garantias
especiais  Operações compromissadas (operações de mercado aberto ou open market)
 Compra e venda no mercado físico de ouro
 Administração de fundos de investimentos

3
Esse processo chama-se monetização. Monetização é a criação de moeda pelos bancos
comerciais. Os bancos de depósito criam moeda usando os valores dos depósitos. Os depósitos
bancários são a fonte abundante da moeda escritural. Os bancos utilizam os fundos que lhes são
emprestados pelos correntistas, os depositantes, para conceder empréstimos. Esses valores
concedidos em empréstimos são, por sua vez, também depositados em banco. Daí vem o processo
multiplicador de moeda. Dessa forma, o crédito é o que permite a criação de moeda escritural. Boa
parte dos depósitos feitos num banco são valores obtidos por empréstimos (operação de crédito)
tomados anteriormente em outros bancos. É óbvio que o processo de criação não é lento e nem tão
simples como descrito aqui. Os estudiosos do tema ilustram o mecanismo de criação de moeda com
fórmulas e cálculos complexos, mas para nós o importante é conhecer a noção básica do fenômeno.
Lembrete: Não devemos fazer confusão com emissão, criação e fabricação da moeda. Quem emite é
o Banco Central, quem cria são os bancos comerciais e quem fabrica as cédulas e cunha as moedas
metálicas é a Casa da Moeda.

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 Ordens de pagamentos e transferências de fundos


 Cheques de viagem
 Cobrança
Operações  Serviços de correspondente
acessórias  Recebimentos e pagamentos de interesse de terceiros
 Saneamento do meio circulante e fornecimento de troco
 Intermediação na aquisição de títulos federais em leilões
 Serviços ligados ao câmbio e ao comércio internacional
 No recebimento de tributos, FGTS, INSS, PIS, prêmios de seguros e conta de
água, energia elétrica, gás e telefone
 No pagamento para o FGTS, INSS, PIS e segurados em geral
Prestações de  Na prestação de serviços a outras instituições financeiras e a empresas de
serviços atividades complementares ou subsidiárias, cartão de crédito, administração
de bens e processamento de dados
 Na prestação de outros serviços, quando vinculados à arrecadação e ao
pagamentos de interesse público
Fonte; Niyama e Gomes (2006)

Cooperativas de crédito

Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma


de sociedade cooperativa, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos
associados, como concessão de crédito, captação de depósitos à vista e a prazo,
cheques, prestação de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e
pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras
públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações
específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
Assaf e Carvalho citados por Pinheiro (2008) discordam quanto aos critérios
para classificar uma instituição como bancária ou não, mas concordam que as
cooperativas de crédito não possuem capacidade de criar moeda. Na verdade, uma
cooperativa de crédito está habilitada a realizar praticamente todas as operações
financeiras permitidas a um banco comercial e, por estar autorizada a captar
depósitos à vista, ―verdadeiramente ela está autorizada a criar moeda escritural‖,
como mesmo admite Carvalho (2000). Por outro lado, as cooperativas de crédito,
além de receberem depósitos à vista, realizam operações ativas de concessão de
créditos em diversas modalidades, motivo pelo qual incorrem nos mesmos riscos de
intermediação financeira inerentes aos bancos múltiplos e comerciais em geral.

 Desconto de títulos
 Abertura de crédito, simples e em conta corrente
Operações ativas  Crédito rural
 Empréstimo para capital de giro
 Operações de repasses e refinanciamentos
 Depósitos à vista
Operações passivas  Depósitos a prazo fixo
 Obrigações contraídas junto a instituições financeiras
 Cobrança de títulos
Operações acessórias  Serviços de correspondente e custódia
 Recebimentos e pagamentos desde que conveniados
Fonte; Niyama e Gomes (2006)

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3.2.3 Instituições financeiras não bancárias (ou não


monetárias)

Mishkin (2000) relata que embora os bancos possam ser as instituições


financeiras com as quais lidamos mais frequentemente, não são as únicas com as
quais temos contato. Suponha que você obtenha um seguro de uma seguradora,
consiga um empréstimo de uma financeira para adquirir um carro novo, ou compre
ação ordinária com ajuda de um corretor. Em cada uma dessas transações, você
está lidando com uma instituição financeira não-bancárias também desempenham
um papel importante na canalização de recursos de emprestadores-poupadores
para tomadores-gastadores.

Bancos de investimentos

Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas


especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de
financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de
administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de
sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a
expressão "Banco de Investimento".
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo,
repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento
por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital
de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários,
depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN
2.624, de 1999).

 Financiamento de capital fixo


 Financiamento de capital de giro
 Repasse de empréstimos externos
 Repasses de recursos oficiais
 Arrendamento mercantil (lease back)
Operações ativas  Aquisição de direitos creditórios
 Subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários
 Credito rural
 Depósitos interfinanceiros
 Financiamento de projetos do Programa de fomento à
Competitividade Industrial
 Depósito a prazo fixo
 Empréstimos externos
 Empréstimos no país, oriundos de recursos de instituições financeiras
Operações oficiais
passivas  Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias
 Emissão de Cédulas Pignoratícias de Debêntures
 Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI)
 Emissão de Títulos de Desenvolvimentos Econômicos

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 Administração de fundos de investimentos


 Distribuição, intermediação ou colocação no mercado de títulos de
valores mobiliários
Operações
 Realização de operações compromissadas
acessórias  Concessão de fiança ou aval
 Realizações de operações de câmbio
 Compra e venda no mercado físico de ouro
Fonte; Niyama e Gomes (2006)

Bancos de desenvolvimentos

Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos


governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento
oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo
prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento
econômico e social do respectivo Estado.
As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos,
emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de
debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico.
As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos
prioritariamente ao setor privado.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na
capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e
privativamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de
Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede (Resolução CMN
394, de 1976).

 Financiamento de capital fixo


 Financiamento de capital de giro
 Repasse de empréstimos externos
 Repasses de recursos oficiais
 Arrendamento mercantil (lease back)
Operações ativas
 Aquisição de direitos creditórios
 Credito rural
 Depósitos interfinanceiros
 Financiamento de projetos do Programa de fomento à
Competitividade Industrial
 Depósito a prazo fixo
 Operações de repasse/contribuições do setor público
 Empréstimos externos
 Empréstimos no país, oriundos de recursos de instituições financeiras
Operações
oficiais
passivas  Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias
 Emissão de Cédulas Pignoratícias de Debêntures
 Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI)

Fonte; Niyama e Gomes (2006)

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Sociedade de arrendamento mercantil (leasing)

As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de


sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a
expressão "Arrendamento Mercantil".
As operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures,
dívida externa, empréstimos e financiamentos de instituições financeiras. Suas
operações ativas são constituídas por títulos da dívida pública, cessão de direitos
creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de bens
móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela
entidade arrendadora para fins de uso próprio do arrendatário.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 2.309, de
1996).

 Arrendamento mercantil: podem ser objeto bens móveis, de produção


nacional ou estrangeira, e bens imóveis, adquiridos pela entidade
arrendadora, segundo especificações e para uso da arrendatária em sua
atividade econômica
 As disponibilidades podem ser aplicadas em:
 Títulos da dívida pública
 Letras de câmbio
 Letras Imobiliárias
Operações  Letras Hipotecárias
ativas
 CDB
 RDB
 CDI
 Ouro
 Depósito em moeda estrangeira junto ao Bacen
 Mercados futuros
 Aquisição de direitos creditórios
 Moeda estrangeira
 Empréstimos contraídos no exterior, inclusive repasses de recursos externos
 Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais
 Recursos oriundos de instituições financeiras oficiais, destinados a repasses
dentro de programas específicos
Operações
 Emissão de debêntures
passivas  Cessão de direitos creditórios de contratos de arrendamento mercantil
 Cessão de contratos de arrendamento mercantil
 Emissão de Certificados de Depósitos Intewrfinancenros (CDI)

Fonte; Niyama e Gomes (2006)

Sociedades de crédito, financiamento e investimentos (“financeiras”)

As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas


por financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30
de novembro de 1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo
básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de
giro.

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Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua


denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento e
Investimento".
Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de
Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários
(Resolução CMN 3454, de 2007

 Financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas


 Financiamento de capital de giro a pessoa jurídica
Operações
 Refinanciamento de operações de arrendamento mercantil
ativas
 Aplicações em títulos e valores mobiliários
 Depósitos interfinanceiros
 Aceite de Letras de Câmbio
Operações  Recursos oriundos de instituições financeiras oficiais, destinados a repasses
passivas dentro de programa específicos
 Emissão de Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI)
Fonte; Niyama e Gomes (2006)

Sociedade de Crédito Imobiliário

As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela


Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional.
Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a
emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros.
Suas operações ativas são: financiamento para construção de habitações,
abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento de
capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de
construção.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando
obrigatoriamente em sua denominação social a expressão "Crédito Imobiliário".
(Resolução CMN 2.735, de 2000).

 Financiamento de empreendimentos relativos à construção de


habitações
 Abertura de crédito para compra ou construção de casa própria
 Operações de faixa livre:
 Financiamentos habitacionais não contemplados pelo SFH
 Financiamento de capital de giro a empresas ligadas ao setor
de construção
Operações
 Aquisição de títulos da dívida pública
ativas
 Arrendamento mercantil de bens imóveis celebrado com o
próprio vendedor do bem (lease back)
 Aquisição de direitos creditórios
 Empréstimos hipotecários
 Financiamentos imobiliários não habitacionais
 CDI
 Aplicações em títulos e valores mobiliários

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 Emissão de Letras Imobiliárias


 Emissão de Letras Hipotecárias
 Emissão de Cédulas Hipotecárias
Operações  Depósito de Poupança
passivas  Refinanciamentos concedidos pela Caixa
 Obrigações por recursos captados no país e no exterior para execução de
projetos habitacionais
 Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI)
Fonte; Niyama e Gomes (2006)

Associação de Poupança e Empréstimo (APE)

As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de


sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados.
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário
e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são
constituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas
de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos. Os depositantes
dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não
recebem rendimentos, mas dividendos.
Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no patrimônio líquido
da associação e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967).

 Financiamento habitacionais aos associados


 Financiamento de empreendimentos relativos à construção de
habitações que serão vendidas aos associados
 Aplicações em títulos e valores mobiliários
 Operações de faixa livre:
 Financiamentos habitacionais não contemplados pelo SFH
 Financiamento de capital de giro a empresas ligadas ao setor
Operações de construção
ativas  Aquisição de títulos da dívida pública
 Arrendamento mercantil de bens imóveis celebrado com o
próprio vendedor do bem (lease back)
 Aquisição de direitos creditórios
 Empréstimos hipotecários
 Financiamentos imobiliários não habitacionais
 CDI
 Emissão de Letras Hipotecárias
 Emissão de Cédulas Hipotecárias
 Depósito de Poupança
Operações
 Refinanciamentos concedidos pela Caixa
passivas  Obrigações por recursos captados no país e no exterior para execução de
projetos habitacionais
 Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI)

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3.2.4 Bancos múltiplos

Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que


realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou
de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito,
financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas
legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às
suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por
banco público.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo
uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a
forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar
depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco"
(Resolução CMN 2.099, de 1994).

3.2.5 Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários

Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários é constituído pelas bolsas


de valores, bolsas de mercadoria, sociedades corretoras de títulos de valores
mobiliários, sociedade corretora de câmbio, agentes autônomos de investimento, e
caixa de registro e liquidação

Bolsa de valores

As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas


necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores
mobiliários de forma transparente. Além de seu papel básico de oferecer um
mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços
prestados por seus intermediários, facilitar a divulgação constante de informações
sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas
de valores propiciam liquidez às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio
de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das
bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo
moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas
em expansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu
desenvolvimento.

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Sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários

As sociedades corretoras são instituições financeiras, devidamente


credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e
estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. As corretoras podem ser
definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e operações
por conta própria e determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série
de serviços a investidores e empresas, tais como:

 diretrizes para seleção de investimentos;


 intermediação de operações de câmbio;
 assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures
e debêntures conversíveis em ações, renovação do registro de capital
etc.

As sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido


pelas bolsas de valores, com o propósito de assegurar a seus clientes eventual
reposição de títulos e valores negociados em pregão, e atender a outros casos
previstos pela legislação. As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de
valores, representando a certeza de uma boa orientação e da melhor execução dos
negócios de seus investidores.

Distribuidoras

As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas


sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada,
devendo constar na sua denominação social a expressão "Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários".
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de
títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de
títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de
investimento; operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo
títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a
intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos
públicos de ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de
câmbio.
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de
1986).

3.2.6 Agentes especiais

Os agentes especiais são instituições que complementam funções do


subsistema normativo e operam em nome do Tesouro Nacional.

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Banco do Brasil S.A

Segundo Fortuna (1995) o Banco do Brasil é um banco comercial que opera


na prática como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal
executor da política oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto. Algumas
funções que não são próprias de um banco comercial, como o Departamento de
Comércio Exterior (DECEX) que desempenha funções nitidamente governamentais ;
a Câmara de Compensação de Cheques e Outros Papéis; a execução de serviços
ligados ao orçamento geral da União; a execução do serviço da dívida pública
consolidada, a aquisição de estoques de produção exportável e a execução de
política de preços mínimos dos produtos agropecuários.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Fortuna (1995) destaca que o BNDES é a instituição responsável pela política


de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição
financeira de fomento do País, tendo como objetivos básicos:
 Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;
 Fortalecer o setor empresarial nacional;
 Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de produção;
 Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas,
industriais e de serviços;
 Promover o crescimento e a diversificações das exportações.

Banco do Nordeste do Brasil

O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento


regional da América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela
missão que tem a cumprir: atuar, na capacidade de instituição financeira pública,
como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o
na dinâmica da economia nacional.

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Sua visão é a de ser referência como agente indutor do desenvolvimento


sustentável da Região Nordeste. Sua preocupação básica é executar uma política
de desenvolvimento ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a
superação dos desafios e para a construção de um padrão de vida compatível com
os recursos, potencialidades e oportunidades da Região.4

Banco da Amazônia

O Banco da Amazônia é uma instituição financeira federal de fomento com a


missão de promover o desenvolvimento da região amazônica. Possui papel
relevante tanto no apoio à pesquisa quanto no crédito de fomento, respondendo por
mais de 60% do crédito de longo prazo da Região. Com sua atuação, o Banco se
articula com diversos órgãos vinculados ao Governo Federal, Estadual e Municipal,
através de parcerias com diversas entidades, universidades, Sebrae, organizações
não-governamentais ligadas ao fomento sustentável e aquelas representativas dos
diversos segmentos do empresariado e dos pequenos produtores rurais. 5

Caixa Econômica Federal

Criada em 1861, a CAIXA é um agente das políticas públicas do governo


federal. Atende não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores
formais do Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-
desemprego; beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.
Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infra-
estrutura e prestação de serviços, a Caixa Econômica Federal exerce um papel
fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e social no país, contribuindo
para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda.
A atuação da CAIXA também se estende aos palcos, salas de aula e pistas
de corrida, com o apoio a iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas.6

4
Fone: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Principal/gerados/o_banco.asp
5
Fonte: http://www.bancoamazonia.com.br/
6
Fonte: http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp

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3.3 Contabilização das operações bancárias

É competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas gerais de


contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras. Tal
competência foi delegada ao Banco Central do Brasil, em reunião daquele Conselho,
de 19/07/78.
Cabe ao Banco Central do Brasil e à Comissão de Valores a expedição de
normas para avaliação dos valores mobiliários registrados nos ativos das
sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
A escrituração deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes
todos os atos e fatos administrativos que modifiquem ou venham a modificar,
imediatamente ou não, sua composição patrimonial.
O simples registro contábil não constitui elemento suficientemente
comprobatório, devendo a escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis
para a perfeita validade dos atos e fatos administrativos. No caso de lançamentos
via processamento de dados, tais como: saques em caixa eletrônico, operações "on
line" e lançamentos fita a fita, a comprovação faz-se mediante listagens extraídas
dos registros em arquivos magnéticos.
A par das disposições legais e das exigências regulamentares específicas
atinentes à escrituração, observam-se, ainda, os princípios fundamentais de
contabilidade, cabendo à instituição:

a) adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as


modificações relevantes devem ser evidenciadas em notas
explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações
financeiras, quando aplicável;
b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e
não na data do efetivo ingresso ou desembolso, em respeito ao
regime de competência;
c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas,
ganhos, lucros, despesas, perdas e prejuízos, independentemente
da apuração de resultado a cada seis meses;
d) apurar os resultados em períodos fixos de tempo, observando os
períodos de 1º de janeiro a 30 de junho e 1º de julho a 31 de
dezembro;
e) e) proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os
respectivos controles analíticos e mantê-las atualizadas, conforme
determinado nas seções próprias deste Plano, devendo a
respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, um ano.

A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não


altera, de forma alguma, as suas características para efeitos fiscais e tributários, que
se regem por regulamentação própria.

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O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações


contábeis e a escrituração mantida em atraso por período superior a 15 (quinze)
dias, subseqüentes ao encerramento de cada mês, ou processados em desacordo
com as normas consubstanciadas neste Plano Contábil, colocam a instituição,
seus administradores, gerentes, membros do conselho de administração, fiscal e
semelhantes, sujeitos a penalidades cabíveis, nos termos da lei.
O profissional habilitado, responsável pela contabilidade, deve conduzir a
escrituração dentro dos padrões exigidos, com observância dos princípios
fundamentais de contabilidade, atentando, inclusive, à ética profissional e ao sigilo
bancário, cabendo ao Banco Central providenciar comunicação ao órgão
competente, sempre que forem comprovadas irregularidades, para que sejam
aplicadas as medidas cabíveis.
Eventuais consultas quanto à interpretação de normas e procedimentos
previstos neste Plano, bem assim a adequação a situações específicas, devem ser
dirigidas ao Banco Central/Departamento de Normas do Sistema Financeiro, com
trânsito, para instrução, pela Delegacia Regional sob cuja jurisdição encontra-se a
sede da instituição, obrigatoriamente firmadas pelo diretor e pelo profissional
habilitado responsáveis pela contabilidade.
A existência de eventuais consultas sobre a interpretação de normas
regulamentares vigentes ou até mesmo sugestões para o reexame de determinado
assunto não exime a instituição interessada do seu cumprimento.

3.3.1 COSIF

As normas consubstanciadas no Plano Contábil das Instituições Financeiras


(COSIF) têm por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos
administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer regras,
critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar
o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do
desempenho e o controle, de modo que as demonstrações financeiras elaboradas,
expressem, com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da
instituição e conglomerados financeiros.
As normas e procedimentos, bem como as demonstrações financeiras
padronizadas previstas neste Plano, são de uso obrigatório para:
a) os bancos múltiplos;
b) os bancos comerciais;
c) os bancos de desenvolvimento;
d) as caixas econômicas;
e) os bancos de investimento;
f) as sociedades de crédito, financiamento e investimento;
g) as sociedades de crédito ao microempreendedor;
h) as sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e
empréstimo;
i) as sociedades de arrendamento mercantil;
j) as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio;
k) as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
l) as cooperativas de crédito;

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m) os fundos de investimento;
n) as companhias hipotecárias;
o) as agências de fomento ou de desenvolvimento;
p) as administradoras de consórcio;
q) as empresas em liquidação extrajudicial.

Sendo o Plano Contábil um conjunto integrado de normas, procedimentos e


critérios de escrituração contábil de forma genérica, as diretrizes nele
consubstanciadas, bem como a existência de títulos contábeis, não pressupõem
permissão para prática de operações ou serviços vedados por lei, regulamento ou
ato administrativo, ou dependente de prévia autorização do Banco Central.
O COSIF foi criado com a edição da Circular BACEN 1.273, em 29 de
dezembro de 1987, com o objetivo de unificar os diversos planos contábeis
existentes à época e uniformizar os procedimentos de registro e elaboração de
demonstrações financeiras, o que veio a facilitar o acompanhamento, análise,
avaliação do desempenho e controle das instituições integrantes do Sistema
Financeiro Nacional.
O COSIF está dividido em três capítulos:
 No capítulo 1, Normas Básicas, estão consolidados os princípios,
critérios e procedimentos contábeis que devem ser utilizados por
todas as instituições integrantes do sistema financeiro.
 No capítulo 2, Elenco de Contas, são apresentadas as contas
integrantes do plano contábil e respectivas funções.
 No capítulo 3, Documentos, são apresentados os modelos de
documentos de natureza contábil que devem ser elaborados por
todas as instituições integrantes do sistema financeiro

3.4 Operações de crédito

As operações de crédito representam, usualmente, a principal aplicação de


recursos captados pelas instituições financeiras, sendo, portanto, a fonte de receita
mais significativa.
A legislação define quais as modalidades de operações que cada instituição
está autorizada a realizar, e o Banco Central estabelece nomenclatura contábil a ser
utilizada, de acordo com a destinação dos recursos e a atividade predominante do
tomador de crédito.
Segundo Niyama e Gomes (2006), em termos contábeis, as operações de
crédito devem ser classificadas em:
I. Empréstimos: operações realizadas sem destinação específica ou
vinculo à comprovação da aplicação de recursos. Exemplo: capital de
giro, pessoal, adiantamento a depositantes.
II. Títulos descontados: operações de desconto de títulos, quer sejam
duplicatas que tenham por lastro transações mercantis, quer sejam
notas promissórias;
III. Financiamentos: com destinação específica, vinculada à comprovação
da aplicação de recursos. Exemplo: financiamentos imobiliários, rurais,
máquinas e equipamentos e outros.

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3.4.1 Processo decisório de crédito

Silva (2000) define que a matéria-prima para a decisão de crédito é a


informação. Para o autor a obtenção de informações confiáveis e o competente
tratamento das mesmas constituem uma base sólida para uma decisão de crédito.
A tomada de decisão pode ser entendida como a escolha entre alternativas.
Todas as pessoas, todos os dias, tomam decisões optando entre alternativas de que
dispõem e conhecem. A análise do processo decisório é algo complexo, envolvendo
experiência anterior, conhecimento sobre o que está sendo decidido, método para
tomar decisão e uso de instrumentos e técnicas que auxiliem o administrador.
A decisão de conceder crédito numa empresa comercial ou industrial está
relacionada ao volume de vendas que se quer atingir em determinado produto e em
determinada época. Uma vez tomada a decisão de conceder o crédito, o
administrador não encerrou o processo decisório, sendo necessário tomar outras
decisões, como as relativas à cobrança, por exemplo.
Numa instituição financeira, a decisão de crédito está diretamente relacionada
a diversos fatores, tais como: taxas, prazos e garantias.

3.4.2 Risco de crédito

Segundo Silva (2000) crédito, no sentido restrito, consiste na entrega de um


bem ou de um valor presente mediante uma promessa de pagamentos em data
futura. Isso significa, em termos financeiros, a expectativa de recebimento de um
montante de dinheiro numa data futura. Enquanto promessa de pagamento, há um
risco da mesma não ser cumprida. Desse modo, o risco de crédito é a probabilidade
de que o recebimento não ocorra, ou seja, é igual a 1 (um) menos a probabilidade
de recebimento.
Silva (2006) classifica ainda os riscos de crédito de um banco em quatro
grupos:

1. Risco do cliente ou risco intrínseco: esse tipo de risco é inerente ao


tomador e decorre de suas características. Portanto, o não-
cumprimento da promessa de pagamento pelo devedor pode decorrer
de um conjunto de fatores associados ao próprio devedor.

2. Risco da operação: um empréstimos ou financiamento específico


carrega certas características de risco inerentes a sua finalidade e a
sua natureza. Os principais componentes de uma operação são (i) o
produto, (ii) o montante, (iii) o prazo, (iv) a forma de pagamento, (v) as
garantias, e (vi) o preço.

3. Risco de concentração: no gerenciamento do crédito, a decisão de


conceder ou não determinado limite ou operação a um cliente depende
em grande parte de dois fatores principais, ou seja, do risco e do
retorno esperados em relação ao negócio específico. A análise do risco

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intrínseco permite classificar o cliente numa escala de risco. A análise


do risco da operação em si, compreendendo a natureza da mesma e
as garantias associadas, fornece o complemento da apreciação de
risco necessário à tomada de decisão. Adicionalmente, a carteira de
crédito do banco pode estar concentrada num determinado segmento
de atividade econômica, numa região geográfica ou num produto
específico, por exemplo. Portanto, risco de concentração decorre da
composição da carteira de recebíveis do banco, quanto à maior ou
menor concentração que a mesma apresenta.

4. Risco da administração do crédito: a alta direção do banco tem


responsabilidade na diversificação da carteira de crédito, no
fornecimento de condições materiais e na manutenção de uma equipe
de profissionais preparada e atualizada para analisar, avaliar, decidir,
formalizar e acompanhar os créditos concedidos. A estrutura de crédito
do banco deve ser dotada das diversas unidades especializadas na
coleta, na organização, no armazenamento, na análise e no uso das
informações sobre clientes atuais e potenciais.

3.4.3 Classificação das operações de crédito por nível de


risco

No Brasil, a Resolução nº 2.682, de 21 de dezembro de 1999, do Banco


Central do Brasil, determinou as escalas de classificação de risco e fixou os
respectivos percentuais de provisionamento para créditos de liquidação duvidosa,
entre outros assuntos tratados naquela norma.
Segundo Silva (2000) do ponto de vista de uma instituição financeira, a
graduação do risco de crédito do cliente cumpre duplo papel. Primeiro, serve como
referencial para identificar a chance de perda de uma determinada operação e,
dessa forma, orientar na precificação do empréstimo ou financiamento. Segundo,
atende às exigências das autoridades monetárias do país, que segue uma tendência
internacional de utilização de sistemas de classificação de risco com forma de
graduar o risco da carteira de crédito de banco e, consequentemente, orientar o
provisionamento dos créditos de liquidação duvidosa.
A classificação adotada pela Resolução nº 2.682/99 definiu as classes de
risco e o respectivo provisionamento para as operações de créditos abrigadas em
cada classe:

Classes de risco AA A B C D E F G H
Provisionamento 0,0% 0,5% 1,0% 3,0% 10% 30% 50% 70% 100%

Note que a classe AA é a que representa menor risco, para a qual não há
provisionamento para crédito de liquidação duvidosa. No outro extremo, temos a
classe H, para a qual há um provisionamento de 100%, ou seja, o Banco Central do
Brasil está admitindo que operações com essas características devem ser
provisionadas em sua totalidade.

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A Resolução nº 2.682/99 determina, também, que as operações sejam


revisadas mensalmente, com base nos atrasos, e que os dias de atraso impõem
automaticamente nova classificação de risco.

Dias de Até 14 De 15 a De 31 a De 61 a De 91 a De 121 a De 151 a Acima de


atraso dias 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias 150 dias 180 dias 180 dias
Classes
A B C D E F G H
de risco

Portanto, uma operação com mais de 180 dias de atraso necessariamente


será classificada com risco H e terá provisionamento de 100% para crédito de
liquidação duvidosa. Essa rápida apresentação da Resolução nº 2.682/99 tem como
finalidade auxiliar na compreensão das escalas de riscos. Por outro lado, do ponto
de vista prático, modificações podem ocorrer em decorrência da dinâmica do
mercado financeiro.

3.5 Mercado de capitais

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários,


que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e
viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores,
sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os
representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados,
via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de
subscrição e ―commercial papers‖ —, que permitem a circulação de capital para
custear o desenvolvimento econômico.
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos
de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais
derivativos autorizados à negociação

3.5.1 Mercado de ações

À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para


investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a
fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos
são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda,
com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de
desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de
mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de:
 empréstimos de terceiros;
 reinvestimentos de lucros;
 participação de acionistas.

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As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas


utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma
empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida
à participação no seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em
novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu
processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade.
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele
também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da
distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da
participação em seus lucros.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor
se dirija a uma corretora de uma bolsa de valores, na qual funcionários
especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na
seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se
pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o
investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores
mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas.

3.5.2 Bolsa de valores

As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas


necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores
mobiliários de forma transparente.
Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos
nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus intermediários,
facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os
negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez
às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo,
representado por seus pregões diários.
É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante
objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao
investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio, poderão
assegurar as condições para seu desenvolvimento.

3.6 Conclusão

O sistema financeiro (mercados acionários e de títulos de dívida negociáveis,


intermediários financeiros bancários e não-bancários) tem, como atributo peculiar, a
capacidade de aglomerar capital de poupadores isolados, alocar tal capital e
monitorar seu uso. Provê, portanto, uma ponte possível entre, de um lado,
empresários individuais com planos de investimento em montantes superiores a
seus recursos próprios; e, de outro, detentores individuais de riqueza.
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Sem a aglomeração permitida pelo sistema financeiro, tais poupadores não


teriam a oportunidade de usufruir de retornos crescentes de escala em seus
investimentos, além de se defrontarem com riscos maiores e menor liquidez. Ao
mesmo tempo em que pode materializar tal apropriação de benefícios de
aglomeração de capital, o sistema financeiro transfere, agrupa e reduz riscos,
aumenta a liquidez e transmite informações.
Contudo, a amplificação de tais ganhos pode ainda ocorrer mediante a
intermediação financeira, entendida esta como a interposição de estruturas
patrimoniais (instituições bancárias e financeiras não-bancárias) entre a emissão de
passivos pelos captadores de recursos e a retenção de ativos pelos aplicadores no
sistema financeiro.
Os passivos emitidos pelos captadores ficam como ativos dos intermediários
e são os passivos destes que são detidos pelos aplicadores.
Em uma hipotética economia sem intermediação financeira, os ativos
correspondentes aos instrumentos de financiamento são retidos diretamente por
agentes de fora do sistema financeiro. Os bancos meramente executam serviços de
transação financeira, sustentando o circuito de meios de pagamento, e suas
estruturas patrimoniais carregam aplicações de grande liquidez e baixo risco diante
de seus passivos monetários ou de curto prazo.
Portanto, se há um intermediário que, em comparação com o caso sem
intermediação, prometa aos investidores uma maior compensação para o consumo
no período 1, bem como uma menor compensação para o consumo no período 2, tal
intermediário estará contribuindo para que os riscos envolvidos sejam melhor
compartilhados. Em termos específicos, o intermediário pode obter esse resultado
por meio do desenho de um contrato de depósito a prazo que assegure ao
depositante o vetor desejado de compensações futuras. Como esse vetor contém
uma compensação para o consumo no período 1 maior que no caso sem
intermediação, o intermediário financeiro estará contribuindo decisivamente para
melhorar a liquidez e o compartilhamento dos riscos.

3.7 Referências bibliográficas

FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 6. ed. Rio de


Janeiro: Qualtymark, 1995.
HOWELLS, Peter. BAIN, Keith. Economia monetária: moedas e bancos. Rio de
Janeiro: LTC, 2001.
MISHKIN, Frederic S. Moedas, bancos e mercados financeiros. 5. ed. Rio de
Janeiro,: LTC, 2000.
NYAMA, Jorge K. GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de instituições
financeiras. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
PINHEIRO, Marcos Antonio H. Cooperativas de crédito: história da evolução
normativa no Brasil. 6. Ed. Brasília, BCB, 2008.
SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 3. Ed. São Paulo:
Atlas, 2000.

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4. MATERIAL COMPLEMENTAR

4.1 Modelo - Balancete / Balanço Patrimonial


CÓD DISCRIMINAÇÃO DOS VERBETES (em R$ mil)
ATIVO CIRCULANTE
110 DISPONIBILIDADES
APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ
121 Aplicações no Mercado Aberto
122 Aplicações em Depósitos Interfinanceiros
124 Aplicações Voluntárias no Banco Central
126 Aplicações em Depósitos de Poupança
128 (Provisões para Perdas) ()
TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS
FINANCEIROS DERIVATIVOS
131 Carteira Própria
132 Vinculados a Compromissos de Recompra
140 Instrumentos Financeiros Derivativos
137 Vinculados ao Banco Central
138 Moedas de Privatização
134 Vinculados à Prestação de Garantias
136 Títulos Objeto de Operações Compromissadas com Livre
Movimentação
139 (Provisões para Desvalorizações) ()
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS
141 Pagamentos e Recebimentos a Liquidar
Créditos Vinculados
142 Depósitos no Banco Central
144 Convênios
145 Tesouro Nacional – Recursos do Crédito Rural
146 SFH - Sistema Financeiro da Habitação
147 Repasses Interfinanceiros
148 Correspondentes
149 Centralização Financeira - Cooperativas
RELAÇÕES INTERDEPENDÊNCIAS
151 Recursos em Trânsito de Terceiros
152 Transferências Internas de Recursos
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
161 Operações de Crédito
Setor Público
Setor Privado
169 (Provisão para Operações de Crédito de Liquidação Duvidosa) ()
OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

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171 Arrendamentos e Subarrendamentos a Receber


Setor Público
Setor Privado
178 (Rendas a Apropriar de Arrendamento Mercantil) ()
179 (Provisão para Créditos de Arrendamento Mercantil de Liquidação ()
Duvidosa)
OUTROS CRÉDITOS
181 Créditos por Avais e Fianças Honrados
182 Carteira de Câmbio
183 Rendas a Receber
184 Negociação e Intermediação de Valores
185 Créditos Específicos
186 Operações Especiais
187 Diversos
189 (Provisão para Outros Créditos de Liquidação Duvidosa) ()
OUTROS VALORES E BENS
191 Investimentos Temporários
192 (Provisões para Perdas) ()
194 Outros Valores e Bens
197 (Provisões para Desvalorizações) ()
199 Despesas Antecipadas
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
(Repetir os verbetes que possuem saldo no Longo Prazo)
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
311 Dependências no Exterior
Participações em Coligadas e Controladas
312 No País
314 No Exterior
315 Outros Investimentos
319 (Provisões para Perdas) ()
IMOBILIZADO DE USO
323 Imóveis de Uso
325 Reavaliações de Imóveis de Uso
324 Outras Imobilizações de Uso
329 (Depreciações Acumuladas) ()
IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO
332 Bens Arrendados
339 (Depreciações Acumuladas) ()
INTANGÍVEL
351 Ativos Intangíveis
359 (Amortização Acumulada) ()
DIFERIDO
341 Gastos de Organização e Expansão
349 (Amortização Acumulada) ()
TOTAL DO ATIVO

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PASSIVO CIRCULANTE
DEPÓSITOS
411 Depósitos à Vista
412 Depósitos de Poupança
413 Depósitos Interfinanceiros
414 Depósitos a Prazo
419 Outros Depósitos
CAPTAÇÕES NO MERCADO ABERTO
421 Carteira Própria
422 Carteira de Terceiros
423 Carteira Livre Movimentação
RECURSOS DE ACEITES E EMISSÃO DE TÍTULOS
431 Recursos de Aceites Cambiais
432 Recursos de Letras Imobiliárias, Hipotecárias, de Crédito e Similares
434 Recursos de Debêntures
435 Obrigações por Títulos e Valores Mobiliários no Exterior
RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS
441 Recebimentos e Pagamentos a Liquidar
442 Obrigações Vinculadas
443 Repasses Interfinanceiros
444 Correspondentes
445 Centralização Financeira - Cooperativas
RELAÇÕES INTERDEPENDÊNCIAS
451 Recursos em Trânsito de Terceiros
452 Transferências Internas de Recursos
OBRIGAÇÕES POR EMPRÉSTIMO
461 Empréstimos no País - Instituições Oficiais
462 Empréstimos no País - Outras Instituições
463 Empréstimos no Exterior
464 Obrigações por Aquisição de Títulos Federais
OBRIGAÇÕES POR REPASSES DO PAÍS - INSTITUIÇÕES OFICIAIS
467 Tesouro Nacional
468 Banco do Brasil
469 BNDES
470 CEF
471 FINAME
472 Outras Instituições
INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS
485 Instrumentos Financeiros Derivativos
OBRIGAÇÕES POR REPASSES DO EXTERIOR
481 Repasses do Exterior
OUTRAS OBRIGAÇÕES
491 Cobrança e Arrecadação de Tributos e Assemelhados
492 Carteira de Câmbio
493 Sociais e Estatutárias
494 Fiscais e Previdenciárias

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495 Negociação e Intermediação de Valores


496 Operações com Loterias
497 Fundos e Programas Sociais
498 Fundos Financeiros e de Desenvolvimento
501 Operações Especiais
504 Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida
505 Dívidas Subordinadas
503 Diversas
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
(Repetir os verbetes que possuem saldo no Longo Prazo)
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
581 Resultados de Exercícios Futuros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
605 De Domiciliados no País
607 De Domiciliados no Exterior
608 (Capital a Realizar) ()
609 Recursos de Associados Poupadores
613 Reservas de Capital
614 Reservas de Reavaliação
615 Reservas de Lucros
616 Ajustes de Avaliação Patrimonial
617 Sobras ou Perdas Acumuladas
618 Lucros ou Prejuízos Acumulados
619 (Ações em Tesouraria) ()

CONTAS DE RESULTADO
705 Receitas Operacionais
805 (Despesas Operacionais) ()
828 Receitas Não Operacionais
830 (Despesas Não Operacionais) ()
890 (Imposto de Renda) ()
891 (Contribuição Social) ()
892 (Ativo Fiscal Diferido – Impostos e Contribuições) ()
893 (Participações no Lucro) ()
TOTAL DO PASSIVO

____________________________________ ________________________________
Diretor Responsável pela Área Local e Data
Contábil/Auditoria

____________________________________ ________________________________
Diretor Profissional de Contabilidade
CRC:
CPF:
Fonte: http://www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDenorCosif:idvDenorCosif

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4.2 Modelo – Demonstração do Resultado


CÓD DISCRIMINAÇÃO (em R$ mil)
10 RECEITAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
711 - Operações de Crédito
713 - Operações de Arrendamento Mercantil
715 - Resultado de Operações com Títulos e Valores Mobiliários
716 - Resultado com Instrumentos Financeiros Derivativos
717 - Resultado de Operações de Câmbio
719 - Resultado das Aplicações Compulsórias
718 - Operações de Venda ou de Transferência de Ativos Financeiros
15 DESPESAS DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
812 - Operações de Captação no Mercado
814 - Operações de Empréstimos e Repasses
816 - Operações de Arrendamento Mercantil
(*) - Resultado de Operações de Câmbio
818 - Operações de Venda ou de Transferência de Ativos Financeiros
820 - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa
20 RESULTADO BRUTO DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
50 OUTRAS RECEITAS/DESPESAS OPERACIONAIS
721 - Receitas de Prestação de Serviços
722 - Rendas de Tarifas Bancárias
822 - Despesas de Pessoal
824 - Outras Despesas Administrativas
826 - Despesas Tributárias
723 - Resultado de Participações em Coligadas e Controladas
725 - Outras Receitas Operacionais
832 - Outras Despesas Operacionais
60 RESULTADO OPERACIONAL
65 RESULTADO NÃO OPERACIONAL
75 RESULTADO ANTES TRIBUTAÇÃO S/ LUCRO E PARTICIPAÇÕES
80 IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
890 Provisão para Imposto de Renda
891 Provisão para Contribuição Social
892 Ativo Fiscal Diferido
85 PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS NO LUCRO
90 LUCRO LÍQUIDO (PREJUÍZO)
92 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO
95 LUCRO POR AÇÃO:
_______________________________ ____________________________________
Diretor Responsável pela Área Local e Data
Contábil/Auditoria
__________________________________ _______________________________________
Diretor Profissional de Contabilidade
CRC:
CPF:
Fonte: http://www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDenorCosif:idvDenorCosif

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40

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4.3 Demonstrações contábeis do BANCO DO BRASIL S/A

Fonte: CVM

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41

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Fonte: CVM

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Fonte: CVM

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