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da inclusão,
acessibilidade
e cidadania
Educação e Renda
Caravana. Palavra de origem persa que remete à travessia de um povo ou exército pelo deserto. Batalha
similar é protagonizada pelas pessoas com deficiência, em busca de políticas públicas que atendam suas
necessidades.
Pensando nos anseios daqueles que, por vezes, estão do outro lado do deserto, criamos as Caravanas da
Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, que percorrem o Estado de São Paulo, debatendo e implantando polí-
ticas públicas regionais para atender as pessoas com deficiência.
Trazer para o centro do debate questões como educação para inclusão, reabilitação, empregabilidade e desporto,
propor espaços e produtos acessíveis, derrubar barreiras e práticas discriminatórias é o propósito das Caravanas.
Articular o trabalho entre as diferentes esferas do governo, apontando a importância de inclusão da pessoa com
deficiência para o avanço do processo civilizatório, é o principal objetivo do debate.
Em 2011, segundo ano desta importante iniciativa, focamos em educação inclusiva, trabalho e renda, ques-
tões emblemáticas no processo de empoderamento da pessoa com deficiência.
Observamos que a mobilização que vem ocorrendo está impactando a sociedade a partir da maior exposição
e participação das pessoas com deficiência nos diversos contextos, fomentando discussões, popularizando
o assunto e despertando o interesse social na mídia.
Discutir educação e trabalho permite-nos refletir sobre a “humanidade do homem”, já que ambos represen-
tam os principais alicerces de autonomia e independência, princípios fundamentais em uma sociedade que
respeita a liberdade, incorpora a diversidade e promove os direitos humanos.
Essa caravana é nossa e precisamos atravessar juntos esse deserto, transformando os direitos das pessoas
com deficiência em soluções para toda a sociedade.
Entre os meses de março e novembro de 2011, estão programados 16 encontros regionais, em cada uma das
13 regiões administrativas e nas três regiões metropolitanas, reunindo Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores,
autoridades municipais, gestores públicos, pessoas com deficiência e representantes da sociedade civil
de todos os Municípios do Estado de São Paulo, como segue:
5 2 11
8 12
7
10
3
14
1 - MARÍLIA
2 - OLÍMPIA 6
3 - PIRACICABA 1
4 - PERUÍBE SÃO PAULO
5 - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
16
6 - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
7 - ARARAQUARA
8 - ANDRADINA 15
9 - BOTUCATU 13
10 - DRACENA
11 - ORLÂNDIA
12 - RIBEIRÃO PRETO
9 4
13 - LENÇÓIS PAULISTA
14 - AMERICANA
15 - BERTIOGA
16 - SÃO PAULO
8 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
Em cada encontro são apresentados importantes temas da agenda programática da Secretaria de Estado
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, todos eles fundamentais para a plena inclusão da pessoa com
deficiência, com destaque para:
• Educação Inclusiva
• Trabalho e Renda
• Ações e Programas Prioritários
• Direitos da Pessoa com Deficiência
Estes temas são abordados de forma clara e objetiva, visando dar subsídios aos atores sociais dos Municí-
pios em suas ações locais e, consequentemente, no processo de transformação rumo a uma sociedade mais
justa, diversa e inclusiva.
Outras questões de igual importância, como Transporte, Tecnologia Assistiva, Acessibilidade Digital, Habi-
tação, Esporte e Lazer, Cultura e Turismo, entre outras, também prioritárias para as pessoas com deficiência,
são tratadas nos textos abaixo, bem como nos eventos da Caravana, criando, assim, um cenário temático
completo para políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência, seus familiares, entorno e, de forma
mais ampla, a todos os cidadãos.
Segundo estimativas atuais, no Estado de São Paulo, há cerca de 5 milhões de pessoas com deficiência, 30
milhões no Brasil, que exigem condições específicas para o pleno exercício de sua cidadania. Esses núme-
ros apontam crescimento significativo em relação aos dados do Censo realizado no ano 2.000, ultrapassando
o percentual de aumento populacional no mesmo período, o que exige empenho dobrado nas ações que
devem ser empreendidas.
No Brasil, cerca de 14,5% da população são pessoas com deficiência. Desse total:
Número de Pessoas com Deficiência em Porcentagem
8,3%
PARA UMA SOCIEDADE MAIS DIVERSA E INCLUSIVA É NECESSÁRIO QUE TODOS SE ENVOLVAM, PARTICIPEM
E MOBILIZEM SUAS BASES!
Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 9
Memorial da Inclusão:
os Caminhos da Pessoa com Deficiência
O Memorial da Inclusão é o maior e mais completo acervo fotográfico e informativo sobre pessoas com
deficiência da América Latina. Foi inaugurado no dia 3 de dezembro de 2009 e reúne, em um só espaço, lo-
calizado na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, fotografias, documentos,
manuscritos, áudios, vídeos e referências às principais personagens, às lutas políticas e às várias iniciativas
que viabilizaram conquistas e melhores oportunidades para as pessoas com deficiência.
Uma versão itinerante do Memorial da Inclusão acompanha a Caravana aos dezesseis Municípios, ficando
em exposição, disponível para visitação pública, durante a semana de realização de cada encontro.
Segundo a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella,
o objetivo de divulgar o Memorial da Inclusão em todo o Estado “é resgatar a história do movimento,
com o intuito de lembrar a todos que a discriminação social ainda existe e mostrar que o res-
peito aos cidadãos é a base fundamental da inclusão e da luta pelos direitos fundamentais”.
2
Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 11
Junto aos Municípios, em termos administrativos, uma de suas bandeiras é incentivar a cria-
ção de Instâncias Municipais (secretarias, coordenadorias, diretorias ou assessorias), vol-
tadas à promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Dezenas de cidades já contam
com um órgão especializado e focado, endereçando as demandas da população, articulan-
do com as demais pastas da gestão municipal e formando uma rede de interlocução direta
com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, primeiro
Estado a contemplar um sistema tão amplo em prol desse segmento.
Em parceria com o Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa com Deficiência – CEAP-
cD, também apóia a implementação e o fortalecimento de Conselhos Municipais em todo o
Estado, tendo em vista as importantes funções que desempenham na interlocução entre a
sociedade e os poderes constituídos.
Em resumo, é possível entender o papel da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência por suas definições institucionais:
12 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
MISSÃO
Garantir o acesso das pessoas com deficiência no Estado de São Paulo a todos os bens, produtos e serviços
existentes na sociedade.
VISÃO
Transformar-se em referência mundial em articulação, implementação e monitoramento da inclusão social
de pessoas com deficiência até 2015.
VALORES
Foco em Resultado, Ética, Protagonismo e Sinergia:
Resultado – Toda ação empreendida em nossa Secretaria deve conduzir a resultados práticos que me-
lhorem a qualidade de vida da pessoa com deficiência.
Ética – Para gerar bons resultados devemos respeitar todas as pessoas impactadas pelas decisões
tomadas.
Protagonismo – Temos que ser pioneiros e criativos em nossas ações para que as pessoas com
deficiência exerçam o seu direito de escolha.
Principais Eventos
Nestes três anos de atuação, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência vem promovendo programas e políticas públicas emblemáticas em todos
os campos de interesse desse segmento da população, contribuindo e influenciando a
conscientização sobre os desafios e benefícios da inclusão também no plano nacional.
Paraolimpíadas Escolares:
em setembro de 2010, o Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, realizou o
maior evento paradesportivo escolar do país. Participaram mais de 1.200 jovens, de 12 a 19 anos, seus treinadores,
professores e familiares, representando 22 unidades da Federação em competições de 10 modalidades: tênis
em cadeira de rodas, voleibol sentado, atletismo, futebol para cegos, futebol para paralisados cerebrais, judô,
goalball, natação, bocha e tênis de mesa. Tamanho foi o sucesso, que o Comitê Paraolímpico Brasileiro, em uma
decisão inédita, convidou os organizadores a sediarem novamente o evento em 2011.
Praia Acessível:
lançado em fevereiro de 2010, já funciona nas cidades de Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião e Ilha Bela. O
programa disponibiliza cadeiras de rodas anfíbias, viabilizando o banho de mar para pessoas com deficiência, com
conforto e segurança. Os Municípios interessados em participar devem oferecer condições mínimas de acessibili-
dade, como rampas, piso tátil, vagas de estacionamento, banheiros acessíveis e postos de salvamento, bem como
uma equipe de monitores para garantir a segurança dos usuários. O objetivo é contar com pelo menos uma Praia
Acessível em cada balneário, tanto no litoral quanto em rios, lagos e represas do Estado.
eitos da
oa com
Trabalho Educação
ficiência e Renda Inclusiva
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Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 17
Educação Inclusiva
A Educação Inclusiva vem sendo fortalecida e ampliada no Brasil e no mundo, princi-
palmente a partir da década de 90, sob influência da Declaração Mundial de Educação
para Todos (1990), cujo objetivo foi o de promover a universalização do acesso à edu-
cação, e da Declaração de Salamanca (1994), proclamada na Conferência Mundial de
Educação Especial, tendo como recomendação que as pessoas com deficiência e com
necessidades educacionais especiais sejam incluídas na rede regular de ensino. Ambas
as declarações se deram no âmbito das Nações Unidas.
No Brasil, a matéria é regida pelo artigo 208, inciso III, da Constituição Federal, bem como,
pelo princípio da não-discriminação e do artigo 24 da Convenção sobre os Direitos da Pes-
soa com Deficiência, além do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei nº 8.069, de 1990) e
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394, de 1996).
sorvete” para compreender o ensinado. É por isso, que a Educação Inclusiva contempla TODAS as crianças
e não apenas aquelas com deficiência.
Mas nem sempre foi assim. As crianças com deficiência eram escolarizadas, em regra, em instituições espe-
ciais, que, apesar de extremamente importantes, na medida em que desenvolviam metodologias eficientes,
foram avaliadas como segregadoras, pois não ofereciam acesso aos mesmos espaços sociais das crianças
sem deficiência, hoje vistos como fundamentais para a formação de qualquer indivíduo. Sua importância é
ainda maior se considerarmos que a educação engloba não só a aquisição de conhecimento, como também
a formação ética e a participação social do aluno. Os educadores, em sua maioria, concordam que a diver-
sidade melhora o desempenho de todos e forma melhores cidadãos.
Outro ponto fundamental para o crescimento da Educação Inclusiva foi o fortalecimento dos movimentos
sociais, já que a educação é um direito humano, indispensável, que deve beneficiar a todos, sem discrimina-
ções de qualquer natureza, inclusive, obviamente, contra pessoas com deficiência visual, física, intelectual,
auditiva ou múltipla.
Na concepção inclusiva podemos constatar que os alunos com deficiência aprendem melhor e mais rapida-
mente, pois encontram modelos positivos nos colegas, podem partilhar processos de aprendizagem, apren-
dem a lidar melhor com suas dificuldades e a conviver com as demais crianças. Os alunos sem deficiência
aprendem a lidar com as diferenças individuais, a respeitar os limites do outro e também a compartilhar ati-
vidades com os colegas em sala de aula. O aluno que está na escola, participando, aprendendo e desenvol-
vendo seu potencial, está inserido no processo social. É por isso que a criança com deficiência tem direito
à escolarização completa, desde a educação infantil até o ensino médio, integrada com os demais alunos,
além de acesso físico facilitado e material adequado às suas habilidades e necessidades.
Incluir não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes
métodos para responder às diferentes necessidades e níveis individuais de desenvolvimento.
Desafios
Embora haja determinação legal para que todas as crianças, inclusive aquelas com deficiência, sejam ma-
triculadas em instituições de ensino convencional, ainda há muito a ser feito para que a transição da escola
especial não seja traumática. É necessário que se garanta a plena acessibilidade física dos estabelecimen-
tos, para que os alunos possam frequentar todas as suas dependências de forma segura. Fundamental que
o corpo docente e demais funcionários estejam devidamente capacitados, para poderem compreender as
diferenças individuais e oferecer o tratamento adequado a cada caso. Nesse sentido, devem também dispor
de material didático, equipamentos e ajudas técnicas, que permitam que cada aluno desenvolva o máximo
de suas habilidades.
Para que o ensino inclusivo seja, de fato, bem sucedido, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência indica alguns recursos essenciais ao processo. As escolas inclusivas devem ter:
• salas de aula com dois professores, visando melhorar a dinâmica de ensino e aumentar o
auxílio aos alunos que requerem mais atenção;
• material didático e impressora Braille (hoje, já existem impressoras mistas, com Braille
e tinta, permitindo que o mesmo material seja utilizado por crianças com e sem deficiência visual);
• lupas, material com pautas e letras ampliadas, computadores com recursos de voz e livros digitais;
• professores de educação física capacitados para promover atividades com todos os alunos,
bem como atividades específicas para crianças com deficiência.
Ações e Direitos da
rogramas Pessoa com
Trabalho
ioritários Deficiência e Renda
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Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 23
Trabalho e Renda
As pessoas com deficiência enfrentam muitas barreiras e preconceitos quando procu-
ram entrar no mercado de trabalho. O assunto torna-se ainda mais importante pelo fato
de que a garantia de emprego é uma questão de cidadania. Para garantir a plena inser-
ção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é necessário mudar compor-
tamentos e incentivar uma cultura social que não aceite a discriminação.
Para auxiliar nessas mudanças atitudinais, foi aprovada a Lei Federal 8.213, de 24 de ju-
lho de 1991, conhecida como Lei de Cotas, que criou uma política afirmativa de sucesso,
ao fixar percentuais de vagas a serem preenchidas por pessoas com deficiência nas
empresas com 100 ou mais funcionários, nas seguintes proporções:
• De 201 a 500 - 3%
• De 501 a 1.000 - 4%
• 1.001 em diante - 5%
Desde sua implementação, em 1991, a Lei de Cotas vem representando fator diferencial
para a crescente presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, graças,
também, a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público
do Trabalho.
24 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
O Estado de São Paulo lidera o ranking brasileiro no cumprimento dessa importante norma jurídica, resultan-
do em aproximadamente 40% do total de pessoas com deficiência inseridas nas empresas.
O Poder Público, principalmente nos Municípios, tem papel fundamental na ampliação desse processo, já
que pode promover a inclusão junto às empresas locais, bem como, enquanto empregador, contratar con-
tingente significativo de pessoas com deficiência em seus quadros funcionais.
Nesse sentido, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência estimula os gestores mu-
nicipais a criarem, localmente, um Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, com apoio
de empresas, sindicatos e entidades, como Associação Comercial, CIESP e demais serviços do Sistema S.
O Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, conduzido, desde 2008, pela Secretaria de Es-
tado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com Serasa Experian e participação de dezenas
de empresas, que pré-selecionam e capacitam seus candidatos por seis meses, período no qual os mesmos
são remunerados, o que potencializa a dedicação e minimiza as desistências. O índice de empregabilidade
do Programa é de 98% após o treinamento.
Quando o assunto é a contratação de pessoas com deficiência, há medidas simples que podem auxiliar no
processo, a saber:
Teletrabalho
Uma modalidade de trabalho que vem ganhando espaço, atualmente, de um modo geral, é o teletrabalho,
que consiste em usar as tecnologias da informação e comunicação, notadamente o computador e o telefone,
para viabilizar o trabalho a distância, fora das dependências da empresa, muitas vezes na própria residência
do empregado. Cada vez mais, empresas e organizações de todos os portes fazem uso desse expediente
para otimizar custos e melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores.
Para as pessoas com deficiência o crescimento das oportunidades de teletrabalho representa alternativa
de grande relevância, pois amplia sobremaneira as opções de desenvolvimento de atividades laborais. Os
ganhos para empregador e empregado são muitos, principalmente analisando as dificuldades hoje enfrenta-
das por ambos em termos de transporte, acessibilidade física e disponibilidade de ajudas técnicas no local
de trabalho.
Em alguns casos, o teletrabalho representa a única possibilidade de inserção no mercado para pessoas com
severas limitações motoras, que, de suas casas, podem ser produtivos e desempenhar um sem-números de
funções a distância.
Ações e
Programas
Prioritários
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Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 27
Em uma primeira fase, a Rede de Reabilitação Lucy Montoro será composta por 17 unidades
fixas, construídas em regiões estratégicas do Estado de São Paulo. Essas unidades, quando
totalmente implementadas, terão capacidade de aproximadamente 200 mil atendimentos por
mês. Sua proposta é oferecer condições para que a pessoa com deficiência se insira efetiva-
mente na sociedade, a partir do desenvolvimento de suas habilidades físicas e psicológicas.
Além das unidades fixas, há uma unidade móvel, completamente acessível, que percorre o Esta-
do de São Paulo, equipada com consultórios, oficinas de órteses e próteses, banheiro adaptado e
elevador hidráulico, para atender pacientes em macas e cadeiras de rodas.
O que oferece?
Tanto as unidades fixas como a móvel oferecem atendimento multidisciplinar, por uma equi-
pe que envolve médicos fisiatras, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes so-
ciais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudioólogos, entre outros.
28 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
O foco da Rede Lucy Montoro é o atendimento a pessoas com lesão medular, amputação e má formação,
lesões encefálicas do adulto (LEA), paralisia cerebral e dor incapacitante, contando, para tanto, com proto-
colos e técnicas próprias, bem como tecnologias e equipamentos inéditos no Brasil.
Unidades no Interior
A Rede de Reabilitação Lucy Montoro nasceu com a proposta de ser descentralizada e distribuída estrategi-
camente em pontos-chave do Estado de São Paulo, permitindo, assim, atendimento de qualidade, sem exigir
que os cidadãos com deficiência tenham que fazer grandes deslocamentos e viagens.
No interior, todas as doze unidades estarão em operação até 2012, com o objetivo de atender os habitantes
das cidades-sede, bem como dos municípios de suas regiões.
• Botucatu
• Campinas
• Fernandópolis
• Jaú
• Marília
• Pariquera-Açu
• Presidente Prudente
• Ribeirão Preto
• Santos
• São José dos Campos
• São José do Rio Preto
• Sorocaba
30 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
Unidades na Capital
Segundo dados recentes, a cidade de São Paulo tem mais de 1,3 milhão de habitantes com deficiência, de
um total de quase cinco milhões em todo o Estado. Para atender esse público, a Capital conta com cinco
unidades da Rede Lucy Montoro:
Clínicas: está instalada no maior complexo hospitalar da América Latina, junto ao Hospital das Clínicas e à
Faculdade de Medicina da USP. Oferece atendimento clínico multidisciplinar e, por estar na região da Av.
Paulista, conta com grande facilidade de acesso via ônibus, Metrô e demais meios de transporte.
Umarizal: localizada na Zona Sul da Capital, atende pessoas das regiões de Santo Amaro, Campo Belo, Cam-
po Limpo, Capão Redondo, Jardim Ângela, Parelheiros e Grajaú. Possui espaço para cursos e palestras. Por
mês, são atendidas aproximadamente sete mil pessoas.
Lapa: localizada na região oeste da Capital, oferece, além dos cuidados clínicos de reabilitação, cursos de
capacitação profissional, como panificação, manutenção predial, informática, montagem e manutenção de
computadores, esporte adaptado e oficinas terapêuticas (teatro, dança, artes têxteis e manuais, sensibiliza-
ção musical, desenho, pintura e cerâmica). Também possui oficina para o desenvolvimento e adequação de
cadeiras de rodas, de acordo com a necessidade individual de cada paciente.
Morumbi: tem 13,5 mil m², distribuídos em dez andares, com 80 apartamentos para internação, 20 consultó-
rios, ala de diagnósticos, andar exclusivo para tratamento do público infantil, praça de convivência, sala de
ginástica, piscina hidroterápica aquecida, sauna e capacidade de 12 mil atendimentos por mês.
Vila Mariana: hospital com 48 leitos para internação, quadra polidesportiva, oficinas terapêuticas, oficina de
órteses e próteses, piscina especial de hidroterapia, laboratório de avaliação da capacidade física e análise
do movimento, espaços terapêuticos equipados com as mais recentes tecnologias.
Unidade Móvel
Trata-se de uma carreta com 15m de comprimento, 2,60m de largura e 20 toneladas. Possui elevador hidráuli-
co e banheiro totalmente adaptado às necessidades da pessoa com deficiência, além de consultório médico,
sala de espera e oficina ortopédica, com salas de prova, de máquinas e de gesso. Sete profissionais da área
da saúde fazem o atendimento (dois médicos fisiatras, dois técnicos em órteses e próteses, um fisioterapeu-
ta, um terapeuta ocupacional e um enfermeiro).
Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 31
Telemedicina
Profissionais especializados da Rede Lucy Montoro estão treinados para que possam interagir, virtual e
remotamente, com seus pares de outras unidades e até mesmo com outros centros médicos e de reabilita-
ção do Brasil e do mundo. O objetivo desse trabalho é promover a capacitação continuada e o intercâmbio
técnico constante das equipes de todas as unidades.
O Decreto Estadual 53.485, de 2008, por iniciativa da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Defi-
ciência, tornou obrigatória a construção de habitações de interesse social totalmente acessíveis, para que
possam ser utilizadas por qualquer pessoa, inclusive com deficiência, de forma funcional, com conforto e
sem barreiras físicas.
O conceito de Desenho Universal está estabelecido na Lei 10.098/2000 e no Decreto 5.296/2004, com normati-
zação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, NBR 9050. Baseia-se no respeito à diversida-
de humana e promove a possibilidade de livre movimentação, funcionalidade, acessibilidade e usabilidade,
em condições de igualdade, objetivando a inclusão social das pessoas com deficiência, idosos, gestantes,
pessoas com mobilidade reduzida, enfim, de todas as pessoas.
34 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
1. Princípio Igualitário - Uso Equiparável: ser útil a pessoas com capacidades diversas, proporcionando
usabilidade a todos.
2. Princípio Adaptável - Uso Flexível: ser adaptável e adequado a pessoas com diferentes habilidades e
preferências individuais.
3. Princípio Óbvio - Uso Simples e Intuitivo: ser de fácil compreensão, independentemente da experiência,
conhecimento do idioma, habilidade, nível de formação e concentração do usuário.
5. Princípio Seguro - Tolerante ao Erro: visa minimizar riscos e consequências negativas decorrentes de
ações acidentais ou involuntárias.
6. Princípio Esforço Mínimo - Baixo Esforço Físico: estabelece que o uso deve ser eficiente e confortável,
com o mínimo esforço, evitando a fadiga.
7. Princípio Abrangente - Dimensão e Espaço para Aproximação e Uso: determina que o tamanho e espaço
para aproximação, alcance, manipulação e uso sirvam a todos, independente da estatura, tamanho do corpo
(obesos, anões, etc.), postura ou mobilidade.
Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 35
Vida Independente
Por meio dos critérios do Desenho Universal, as pessoas com deficiência podem viver e desfrutar de uma
vida mais e mais autônoma. Para melhor compreensão destes conceitos, é importante conhecer os princí-
pios do Movimento de Vida Independente, que vem influenciando a luta pela inclusão das pessoas com defi-
ciência desde a década de 60, quando, na cidade de Berkeley, Califórnia, Estados Unidos, Ed Roberts e mais
sete companheiros ficaram conhecidos como o grupo dos “Rolling Quads” (ou “Tetras Rolantes”, por serem
tetraplégicos e se locomoverem em cadeiras de rodas). Lembre-se que os Rolling Stones já eram sucesso
nessa época, daí a brincadeira. Eles fundaram o primeiro Centro de Vida Independente, que impulsionou o
conceito de acessibilidade a partir dos valores abaixo descritos:
• As pessoas com deficiência é que sabem o que precisam para ter melhor qualidade de vida.
• Suas necessidades variam, como as de qualquer ser humano, e, por isso, devem ser atendidas por uma
variedade de serviços e equipamentos.
• As pessoas com deficiência devem viver com dignidade, integradas em suas comunidades.
• A cidadania não depende do que uma pessoa é capaz de fazer fisicamente, mas, sim, das decisões
que ela puder tomar por si só.
• A autodeterminação, a autoajuda e a ajuda mútua são processos que liberam as pessoas com deficiência
para controlar suas vidas.
• A integração entre pessoas com diferentes deficiências facilita a integração entre pessoas com e sem
deficiência.
• Vida Independente é um processo em que cada agente ajuda a moldá-la e mantê-la, e não um produto para
ser consumido indistintamente por diversos tipos de usuários.
36 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
Acessibilidade Digital
O conceito de Desenho Universal não passa apenas pela arquitetura e urbanismo. Atualmente, uma das
questões mais relevantes é a da acessibilidade digital em páginas da Web, programas, aplicativos e interfa-
ces gráficas, para toda a gama de equipamentos que fazem parte da vida contemporânea. A questão é con-
siderar a variedade de contextos de interação, bem como as dificuldades potenciais de uso, relacionadas
aos diversos tipos de deficiência, pois, muitas vezes, o usuário pode se encontrar nas seguintes situações:
• não ser capaz de ver, ouvir, se mover ou processar certos tipos de informação;
• estar em uma situação onde o uso dos olhos, dos ouvidos ou das mãos está comprometido;
• estar usando uma versão do browser e/ou do programa, que não permite acesso ao conteúdo desejado.
É a partir destas questões que surge a necessidade de desenvolver formatos em que o acesso de todos
os usuários, inclusive daqueles com deficiência, esteja garantido. Assim, é absolutamente necessário que,
por exemplo, uma página da Internet atenda às recomendações de acessibilidade tanto para usuários com
computadores comuns quanto para aqueles que estejam interagindo a partir de um sintetizador de voz (para
deficientes visuais).
Nesse sentido, o Word Wide Web Consortium – W3C, instituição global que promove padrões de acessibili-
dade digital, trabalha para universalizar a possibilidade de acesso e uso da Internet, assim como de todos os
recursos oferecidos pelas tecnologias da informação e comunicação (TICs).
A acessibilidade digital é uma prioridade da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
cujo site, www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br, é referência na utilização dos padrões do W3C, o que tem
merecido prêmios e o reconhecimento dos usuários.
Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania | 37
Capacitação de Odontólogos
A Faculdade de Odontologia da UNESP – Universidade Estadual Paulista, em São José dos Campos, está
promovendo, em parceria com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, curso de
capacitação de dentistas para o atendimento de pessoas com deficiência. Durante o curso, os alunos são
preparados para o desenvolvimento de novos protocolos, técnicas e metodologias de atendimento, dentro
de um enfoque transdisciplinar e multiprofissional na área de saúde.
O curso também tem como objetivo tornar-se referência e influenciar iniciativas do gênero em outras
instituições de ensino, tanto na área da odontologia como em outras disciplinas do universo da saúde
pública.
Livro Acessível
Em 21 de outubro, o Decreto Estadual nº 56.307, firmado pelas Secretarias dos Direitos da Pessoa com Defici-
ência, Educação, Gestão Pública, Cultura e Casa Civil, criou instrumento legal regulando a compra e a edição
de livros também em formato acessível pelos órgãos da administração pública estadual.
Daisy é a sigla para “Digital Accessible Information System” ou “Sistema Digital de Informação Acessível”,
padrão que permite a navegação no texto escrito ou falado por meio de um aplicativo de leitura instalado no
computador ou outro suporte eletrônico.
38 | Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania
Além de divulgar, valorizar e incentivar políticas públicas inclusivas, por meio do site www.pessoacomdeficien-
cia.sp.gov.br o Observatório deu origem, em 2010, ao Prêmio Governo do Estado de São Paulo – Ações Inclusivas
para Pessoas com Deficiência, que reconhece e destaca práticas inovadoras e bem-sucedidas, com o objetivo
de que possam ser replicadas.
UN-GAID
GAID (Global Alliance for Information and Communication Tecnologies and Development ou, em português, Alian-
ça Global pelas Tecnologias da Informação e Comunicação e Desenvolvimento) é iniciativa da ONU (Organização
das Nações Unidas), para estimular o diálogo participativo sobre o uso estratégico das TICs para alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que são:
No campo do paradesporto, várias são as iniciativas de fomento previstas pelo Plano de Ação Paradesportivo. O
incentivo à prática de modalidades paraolímpicas em todos os níveis, da iniciação em clubes e escolas, ao forta-
lecimento de centros de formação de atletas de ponta, tem por objetivo contribuir, inclusive, com a participação
brasileira em Paraolimpíadas e nas principais competições internacionais.
Nesse sentido, importante que mais e mais pessoas tenham conhecimento sobre o tema, tendo em vista o potencial
de transformação e o impacto psico-comportamental que pode provocar, não só nas pessoas com deficiência, mas,
também, na sociedade em geral.
Basquetebol em Cadeira de Rodas – Começou a ser praticado nos Estados Unidos, em 1945, por ex-soldados
do exército. A modalidade é uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paraolím-
picos. Foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada no Brasil, a partir de 1958. As dimensões da
quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico.
Bocha – Como na bocha convencional, o objetivo do jogo é lançar bolas o mais próximo possível do balim. É
permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento
nos membros superiores e inferiores. A modalidade é praticada individualmente, em duplas ou equipes.
Ciclismo – Pessoas com paralisia cerebral, deficiência visual, amputação ou lesão medular, de ambos os
sexos, competem no ciclismo, individualmente ou em equipe. As bicicletas podem ser de modelos conven-
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cionais ou triciclos, segundo o grau da lesão. O ciclista cego compete em uma bicicleta dupla, conhecida
como “tandem”, com um guia no banco da frente. Para as pessoas com lesões medulares, a bicicleta é im-
pulsionada com as mãos: é o “handcycling”. As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio.
Esgrima – Criado em 1953, o esporte é praticado oficialmente desde a primeira Paraolimpíada de Roma, em
1960. Requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e
paciência. Duelam homens e mulheres com deficiência locomotora, em cadeiras de rodas.
Futebol de Cinco – É exclusivo para cegos ou pessoas com baixa visão. As partidas são em quadra de futsal
adaptada ou em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total. Junto às linhas laterais, são colocadas
bandas que impedem que a bola saia do campo. As partidas são silenciosas, em locais sem eco. A bola tem
guizos internos e a torcida só deve se manifestar na hora do gol.
Futebol de Sete – É praticado por atletas do sexo masculino com paralisia cerebral, decorrente de sequelas
de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares, desde as Paraolimpíadas de Nova Iorque, em
1984. Cada time tem sete jogadores incluindo o goleiro.
Goalball – Foi criado em 1946, com o objetivo de reabilitar veteranos da II Guerra Mundial com deficiência
visual. A quadra tem as mesmas dimensões do vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). Cada equipe
conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros
de largura e 1,2 de altura. Os atletas são ao mesmo tempo arremessadores e defensores. A bola tem guizo
interno e deve ser arremessada obrigatoriamente rasteira.
Halterofilismo – As categorias são definidas pelo peso corporal, como no halterofilismo convencional. Po-
dem competir atletas amputados, com paralisia cerebral e com lesões na medula. Sua estréia em uma Para-
olimpíada se deu em Tóquio, em 1964.
Hipismo – É praticado por atletas com vários tipos de deficiência. A competição é mista, com cavaleiros e amazonas
competindo juntos nas mesmas provas. Em 1984, foi disputado pela primeira vez como esporte paraolímpico, em
Nova Iorque. Três anos depois, teve seu primeiro Mundial, na Suécia.
Judô – Nesta modalidade os atletas deficientes visuais e cegos competem juntos e a divisão é feita por peso. Prati-
cado desde a década de 70, a arte marcial se tornou modalidade paraolímpica em 1988, em Seul.
Natação – Competem atletas com deficiência física, intelectual e visual. Os nadadores cegos recebem um aviso do
“tapper”, por meio de um bastão com uma ponta de espuma, quando estão se aproximando das bordas. A largada
também pode ser feita na água, no caso de atletas que não conseguem sair do bloco. As provas são separadas em
classes, sendo dez para deficiência física, três para visual e uma para intelectual.
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Remo – Estreou nos Jogos Paraolímpicos de Pequim. A Federação Internacional de Remo (FISA) é o órgão máximo
mundial. As corridas são realizadas em um percurso de 1000 metros para todas as quatro classes. Participam
deficientes físicos e visuais.
Rúgbi – Criado no Canadá, em 1977, estreou nos Jogos Paraolímpicos de Atlanta, em 1996. As equipes são
formadas por quatro jogadores e oito reservas. Homens e mulheres tetraplégicos, em cadeiras de rodas,
atuam juntos. Os objetivos se assemelham aos do rúgbi convencional.
Tênis de Mesa – Trata-se de um dos mais tradicionais esportes paraolímpicos, disputado por homens e mu-
lheres desde Roma. Destinados a atletas com deficiência intelectual e física, em cadeira de rodas ou em pé.
A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o jogo.
Tênis em Cadeira de Rodas – Criado em 1976, nos Estados Unidos, competem homens e mulheres com defi-
ciência motora, que não conseguem participar de competições convencionais. É usada a quadra com piso
de saibro, grama e sintético.
Tiro Esportivo – As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número
de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Participam deficientes físicos em provas mistas, disputa-
das desde os Jogos de Arnhem, na Holanda, em 1980.
Tiro com Arco – Competem arqueiros em cadeiras de rodas, paralisados cerebrais, amputados e outros. Há
disputas individuais e por equipe. O objetivo é atingir o alvo de 1,22m de diâmetro, formado por dez círculos
concêntricos, colocado a 70m de distância.
Vela – Pessoas com deficiência locomotora ou visual podem competir na modalidade. Três tipos de barco
são utilizados nas competições paraolímpicas: classe 2.4mR, tripulado por um único atleta; classe Sonar,
com três atletas; e SKUD-18, para dois tripulantes paraplégicos, sendo um obrigatoriamente do sexo
feminino.
Voleibol – Competem atletas com amputação, principalmente de membros inferiores, e outros tipos de defi-
ciência locomotora. A quadra é menor do que a do vôlei convencional, com 10m x 6m, e a altura da rede é de
1,15m do solo, no masculino, e 1,05m para o feminino.
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Ações e Direitos da
Programas Pessoa com
Prioritários Deficiência
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- Transporte Acessível
te. Informações sobre credenciamento podem ser obtidas na Central de Atendimento da SPtrans,
pelo telefone 156 ou no site www.prefeitura.sp.gov.br.
• Livre de Rodízio no Município de São Paulo (Lei Municipal 12.490/97, regulamentada pelo Decreto
37.085/97): os veículos de pessoas com deficiência ou de quem os transporta, devidamente cadas-
tradas na Companhia de Engenharia e de Tráfego (CET), estão liberadas do rodízio.
• Transporte Escolar na Cidade de São Paulo: (Lei Municipal 14.900/09, regulamentada pela Decreto
50.565/09): dispõe sobre a gratuidade nos veículos do Sistema de Transporte Coletivo Municipal
para acompanhante de pessoa com deficiência no trajeto casa-escola e respectivo retorno, sem a
presença do titular do benefício.
• Táxi Acessível (Lei Municipal 14.401/07, regulamentada pelo Decreto 48.695/07): dispõe sobre a
prestação de serviço de transporte individual de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida
em táxis.
• Isenção no Estado de São Paulo (Lei Complementar Estadual 666/91): pessoas com deficiência
incapazes para o trabalho, menores de 14 anos que apresentem alguma necessidade especial e
acompanhante não pagam transporte coletivo em todo o Estado. Deve ser requerida nos postos da
Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos.
• Isenção no Município de São Paulo (Lei Municipal 11.250/92): pessoas com deficiência não pagam
no sistema de ônibus municipal. Cadastramento nos postos da São Paulo Transportes.
• Isenção Interestadual (Lei Federal 8.899/94): determina a concessão de passe livre às pessoas com
deficiência comprovadamente carentes em viagens por todo país usando transportes coletivos in-
terestaduais convencionais (ônibus, trem e barco). Benefício não estendido ao acompanhante.
• No Território Nacional (Resoluções 303 e 304 do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN): regu-
lamenta o Cartão DeFis-DSV, autorização especial para estacionamento de veículos em vagas para
pessoas com deficiência física, sinalizadas por meio do símbolo internacional.
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• No Município de São Paulo (Lei Municipal 11.506/94): estabelece que o Poder Executivo Municipal
deve criar vagas para estacionamento de veículos dirigidos ou que estejam conduzindo pessoas
com deficiência.
• Imposto sobre Produtos Industrializados (Lei Federal 10.754/03): pessoas com deficiência física,
visual, mental (severa ou profunda) ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representan-
te legal, são isentos de IPI na aquisição de veículo. O benefício somente poderá ser utilizado, uma
única vez a cada três anos, sem limite no número de aquisições.
• Imposto sobre Operações de Crédito (Lei Federal 8.383/91): ficam isentas do IOF as operações de
financiamento para aquisição de automóvel quando adquirido por pessoa com deficiência física,
atestado pelo Departamento de Trânsito do Estado onde residirem em caráter permanente. O be-
nefício somente poderá ser utilizado, uma única vez a cada três anos, sem limite no número de
aquisições.
• Imposto de Renda (Lei Federal 7.713/88): pessoas com doenças graves (AIDS, alienação mental,
cardiopatia grave, cegueira, contaminação por radiação, doença de paget, doença de parkinson,
esclerose múltipla, espondiloartrose anquilosante, fibrose cística, hanseníase, nefropatia grave,
hepatopatia grave, neoplasia maligna, tuberculose ativa, paralisia irreversível e incapacitante) são
isentos de IR, desde que os rendimentos sejam relativos à aposentadoria, pensão ou reforma, in-
cluindo a complementação recebida da entidade privada e a pensão alimentícia.
- Trabalho e Renda
• Lei de Cotas no Trabalho (Lei Federal 8.213/91): fixa percentuais de vagas a serem preen-
chidas por pessoas com deficiência nas empresas com mais de 100 funcionários, garan-
tindo todos os direitos trabalhistas e previdenciários.
• Concursos Públicos (Constituição Federal, art. 37): a administração pública direta e indi-
reta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
ciência, reservando percentual dos cargos públicos, bem como definindo os critérios de
admissão para as pessoas com deficiência.
- Educação Inclusiva
• Educação na Rede Regular de Ensino (Constituição Federal, art. 208, III; Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente – ECA, Lei Federal 8.069/90; e Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB, Lei Federal 9.394/96): assegura a todos o direito à igualdade de condições
no ensino na rede regular, inclusive em relação ao atendimento educacional especializa-
do, com currículos, métodos e recursos educativos específicos para atender às necessi-
dades específicas de qualquer aluno.
- Assistência Social
• Benefício de Prestação Continuada – BPC (Lei Orgânica da Assistência Social, 8.742/93): trata-se
de um benefício constitucional, que não exige contribuição e prevê a garantia de um salário mínimo
mensal às pessoas idosas, a partir dos 65 anos, e às pessoas com deficiência que comprovem ren-
da familiar inferior a um quarto do salário mínimo.
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• Pensão Especial (Lei Federal 7.070/82): concede pensão mensal vitalícia e intransferível a pessoas
com deficiência física, causada pela Síndrome da Talidomida, que comprovem incapacidade para o
trabalho, higiene pessoal e a própria alimentação.
- Moradia
• Vagas em Programas Habitacionais (Lei 12.907/08): serão destinados a pessoas com deficiência ou
a seus familiares, 7% (sete por cento) de todos os imóveis populares comercializados pelo Estado,
como apartamentos, casas e lotes urbanizados.
• Normas Gerais de Acessibilidade (Leis Federais 10.048/00 e 10.098/00, regulamentadas pelo De-
creto 5.296/04): dispõem sobre prioridade de atendimento e estabelecem critérios básicos para a
promoção da acessibilidade de pessoas com deficiência.
• No Estado de São Paulo (Lei Estadual 11.345/93, regulamentada pelo Decreto 45.122/04): determina
que todos os locais que recebam mais de 100 pessoas por dia e/ou que tenham capacidade superior
a 600 pessoas por dia deverão dispor de banheiros, rampas, elevadores e sinalização, para permitir
o acesso, circulação e permanência de pessoas com deficiência.
• Em Shows (Lei Estadual 11.424/93, regulamentada pelo Decreto 45.122/04): cinemas, teatros e ca-
sas de espetáculos são obrigados a garantir o acesso das pessoas com deficiência às dependên-
cias destinadas ao público, em assentos que permitam boa visibilidade.
• Em Eventos Esportivos (Lei Municipal 12.561/98): os estádios de futebol e ginásios esportivos loca-
lizados na cidade de São Paulo estão obrigados a criar e manter locais reservados às pessoas com
deficiência.
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• Cão-guia (Lei Federal 11.126/05): assegura ao deficiente visual o ingresso de cães-guia em locais
públicos ou privados, meios de transporte ou qualquer outro local de sua necessidade.
Caravana
da inclusão,
acessibilidade
e cidadania