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1º TRIMESTRE 2021 ANO 13 | EDIÇÃO Nº 693 L I Ç Ã O

Fruto do Espírito:

31 JAN 21
o Eu Crucificado
O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
5
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD REVISTA ADULTOS - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021

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Texto Áureo
“Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em
crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito
Santo.” (Rm 15.13)

Verdade Prática
O fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da ética cristã,
pois mostra para o mundo o que Espírito Santo colocou dentro de
cada um de nós

Leitura Bíblica em Classe


Gálatas 5.16-26

INTRODUÇÃO
O fruto do Espírito é o resultado de uma vida cristã abundante e
manifestada no relacionamento entre os irmãos e irmãs na igreja
e no lar, na convivência com os descrentes no trabalho e na
sociedade. Por isso, devemos entender o conflito entre a carne e
o Espírito e a função do fruto do Espírito.
- De início, esclareço que, o fruto do Espírito Santo é o resultado da presença do Espírito Santo
na vida do Cristão, ao contrário do que está contido na introdução (é o resultado de uma vida cristã
abundante). A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo no momento em que
acreditam em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais do
Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida, e aí, sim, essa produção
de fruto será evidenciada por uma ‘vida cristã abundante e manifestada no relacionamento entre os irmãos
e irmãs na igreja e no lar, na convivência com os descrentes no trabalho e na sociedade’. É a tarefa do Espírito
Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele.
- O fruto do Espírito são atitudes piedosas que caracterizam a vida somente daqueles que
pertencem a Deus pela fé em Cristo e possuem o Espírito de Deus. O Espírito produz o fruto que
consiste de nove características ou atitudes as quais estão, de modo insolúvel, ligadas umas às outras
e são ordenadas aos cristãos ao longo de todo o Novo Testamento. “A vida Cristã é uma batalha
entre as obras da natureza pecaminosa e os frutos do Espírito Santo. Como pecadores, ainda
estamos presos a um corpo que deseja coisas pecaminosas (Romanos 7:14-25). Como Cristãos,
temos o Espírito Santo produzindo fruto em nós e o Seu poder disponível para nos ajudar a vencer
as ações da nossa natureza de pecado (2 Coríntios 5:17; Filipenses 4:13). Um Cristão nunca vai
ser completamente vitorioso em sempre demonstrar os frutos do Espírito Santo. No entanto, um dos
propósitos principais da vida Cristã é progressivamente permitir que o Espírito Santo produza mais
e mais de Seu fruto em nossas vidas – e de permitir que o Espírito vença os desejos pecaminosos
que se opõem aos Seus frutos. O fruto do Espírito é o que Deus deseja que nossa vida demonstre....
e com a ajuda do Espírito Santo, isso é possível” (https://www.gotquestions.org/Portugues/fruto-do-Espirito.html) Vamos
pensar maduramente a nossa fé?
I – O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE

O crente em Jesus é alguém que vive sob os domínios do Espírito;


ele é liberto da lei e dos rudimentos deste mundo, mas isso não
significa uma vida passiva. O fruto do Espírito é a expressão do
Espírito na vida do crente.
1. Definição. Jesus nos salva e nos dá o Espírito Santo, nos renova
e coloca em nós o desejo de fazer o que é bom e agradável a Deus.
O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de
amadurecimento e a consequência de um processo natural de
crescimento espiritual. Ele surge gradativamente dentro de nós
como resultado da regeneração do Espírito Santo de forma
instantânea e também gradativa por meio do crescimento na
graça de nosso Senhor Jesus Cristo, como acontece com a
santificação. O apóstolo apresenta nove modalidades do fruto
(v.22).
- O Espírito Santo é o que produz o fruto, que consiste de nove características ou atitudes as
quais estão, de modo insolúvel, ligadas umas às outras e são ordenadas aos cristãos experienciá-las,
deixar-se moldar pelo completo domínio do Espírito Santo ao ponto de ter impressa em seu caráter
o caráter de Cristo! O fruto do Espírito é o caráter do cristão, moldado pelo Espírito, e revelado em
suas múltiplas facetas. Não se trata de "frutos ", no plural, mas do "fruto ", no singular. Esse singular
pode tanto dar a ideia de totalidade, como usamos em expressões como "o fruto do meu trabalho",
e também de algo coeso e integral, como uma fruta que é formada por casca, polpa, sementes, fibras,
vitaminas etc. Mesmo assim é uma fruta que tem todas essas coisas se desenvolvendo de forma
harmoniosa e simultânea.
Nesse pensamento, escreve o Rev Hernandes Dias Lopes: “O apóstolo Paulo faz um contraste
entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Se as obras falam de esforço, o fruto é algo natural.
Donald Guthrie diz que a mudança das “obras” para “fruto” é importante porque remove a ênfase
do esforço humano. As obras da carne são resultado do nosso labor; o fruto do Espírito é realização
do Espírito em nós. Concordo com R. E. Howard quando escreve: “Uma obra é algo que o homem
produz por si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo”.516
O fruto do Espírito tem origem sobrenatural, crescimento natural e maturidade gradual. James
Hastings aborda três verdades importantes sobre o fruto do Espírito: 1) a natureza do fruto; 2) sua
variedade; e 3) seu cultivo. O fruto de que Paulo está tratando é a criação do Espírito Santo. Ele
não brota da nossa natureza, nem é produto da educação mais refinada. Esse fruto é variado, uma
vez que Paulo menciona nove virtudes morais que são produzidas pelo próprio Espírito.
Finalmente, esse fruto precisa ser cultivado de forma espontânea para que se tome proveitoso e
assaz saboroso”. (LOPES, Hernandes Dias. GALATAS A carta da liberdade cristã.Editora Hagnos. pag. 247-248).
- Na teologia organizada por Stanley M. Horton, segundo as palavras de David Lim, em se
tratando do fruto do Espírito Santo, ele é bem direto em afirmar categoricamente que tem relação
com crescimento e caráter. Observe: “Qual é o relacionamento entre os dons e o fruto do Espírito?
O fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo de vida é o teste fundamental da
autenticidade. O fruto em Gálatas 5.22,23, consiste nas “nove graças que perfazem o fruto do
Espírito — o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito Santo que neles habita”.
Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis”. (Mt 7.16-20; […] Lc 6.43-45)” (HORTON, 1996, p. 488).
2. “O fruto”, no singular. Alguns expositores estranham o fato de
Paulo contrapor “as obras da carne” (v.19) com o “fruto do
Espírito” (v. 22), no singular, quando era de se esperar “frutos”. O
missionário Eurico Bergstén explica esse singular ilustrando esse
fruto como uma laranja e seus gomos. O “fruto” que aparece logo
em seguida é o amor (“caridade”, na Versão Almeida Corrigida –
1969), diz o missionário, as oito virtudes seguintes são os reflexos
do amor: “gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança” (v. 22). Donald Gee chama o fruto do
Espírito de nove modalidades do fruto. A forma singular sugere
que nelas se produz a unidade de caráter de Cristo, as nove graças
mencionadas, todas elas em contraste com as confusões das
obras da carne.
- Como escreve o Rev Hernandes Dias Lopes: ““… o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas
não há lei” (5.22,23). Segundo Juarez Marcondes Filho, o fruto do Espírito não pode ser criado
artificialmente nem pode ser simulado. Ninguém frutificará alheio à operação do Espírito Santo.
Vale ressaltar que Paulo não fala de frutos, mas do fruto. Essas nove virtudes são como que gomos
de um mesmo fruto. Não podemos ter um fruto e ser desprovidos de outros. As nove virtudes
produzidas em nós pelo Espírito podem ser classificadas em três áreas: 1) a atitude do cristão para
com Deus; 2) a atitude do cristão para com outras pessoas; e 3) a atitude do cristão para com ele
mesmo” (LOPES, Hernandes Dias. GALATAS A carta da liberdade cristã.Editora Hagnos. pag. 248).
- A palavra ‘fruto’ é a tradução do grego ‘karpos’ que se refere literalmente ao fruto de árvores
ou vinhedos. Figurativamente, é empregada para denotar aquilo que tem sua origem ou provem de
algo como produto, efeito ou resultado. O Dicionário Vine (CPAD) descreve fruto como ‘uma
expressão visível de poder que opera no interior e invisivelmente, o caráter do fruto sendo a
evidência do caráter do poder que o produz’. No texto da leitura bíblica em classe, o Senhor adverte
seu povo sobre a vinda certa dos falsos profetas e os instrui sobre como discerni-los. Paulo faz
advertência similar à igreja de Éfeso em Atos 20.29-30. De acordo com as palavras de Jesus, esses
cães espirituais parecerão como ovelhas e andarão dentro do aprisco como se pertencessem a ele.
No entanto, não são o que parecem, mas são exatamente o oposto. Isto é terrível e estarrecedor e
seria um tropeço para o caminho da fé – Judas 12 os descreve como perigosas rochas submersas -
se o Mestre não tivesse não só nos advertido de seu surgimento, mas também sobre como identificá-
los (Mt 23.27). Gostaria de sugerir nesta lição que não nos confinássemos apenas ao caráter
escondido dos falsos profetas, mas faremos bem em reconhecer que Suas palavras têm longo
alcance para todos nós que confessamos a Cristo e nos identificamos com Ele. De fato, estas
palavras podem responder uma questão crucial: ‘como saber que sou verdadeiramente cristão?’ A
resposta a esta questão é simples e profunda. Nossa realidade interior é revelada pelas evidências
externas; nossa verdadeira identidade é exposta por atos observáveis; nossa conversão ou sua falta
é conhecida pelos frutos em nossas vidas.
3. Andar no Espírito (v.16). Ser guiado pelo Espírito significa, na
linguagem paulina, vitória sobre os desejos e impulsos carnais.
“Andar no Espírito” é uma expressão que indica viver
corretamente em humildade, submissão e santidade. O apóstolo
Paulo usa termos similares para se referir a esse estilo de vida dos
crentes: “para que possais andar dignamente diante do Senhor,
agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e
crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10); “andar e agradar
a Deus” (1 Ts 4.1); “andai em amor” (Ef 5.2); “andai como filhos
da luz” (Ef 5.8); “andai nele” (Cl 2.6). O apóstolo Pedro nos ensina:
“andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação” (1 Pe
1.17).
- Enquanto o selo do Espírito (Ef 1.13,14;4.30) é a iniciação da vida cristã e por tanto, não se
repete, o encher-se do Espírito pertence à vida cristã inteira. Em Efésios 5.18, o tempo verbal grego
para ‘enchei-vos’ deixa claro que o estar cheio do Espírito não se completa com uma única
experiência, mas é mantida por ‘ser continuamente cheio’, conforme ordenado na passagem. Esse
encher-se não somente se repete, mas deve ser continuamente buscado. Na passagem paralela em
Colossensses, Paulo diz aos cristãos para deixar a ‘paz de Cristo’ governar seus corações e permitir
que a palavra de Cristo habite ricamente neles (Cl 3.15-16). Quem está cheio do Espírito está cheio
de Cristo e de sua Palavra (Jo 14.16,26; 16.12-15; 17.17). O próprio Jesus estava “cheio do Espírito
Santo” (Lc 4.1). Os discípulos “ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2.4; cf. 4.8; 6.3; 13.9). Do
mesmo modo o Espírito Santo também deve determinar e cunhar a vida toda dos cristãos, de modo
que “a vontade do Senhor” seja entendida e praticada de forma cabal. O Pr Elienai Cabral
escrevendo sobre Romanos 8.6-13, diz: “Nestes versículos é destacada a operação do Espírito
Santo na vida do crente. É a obra santificadora do Espírito Santo, na mente, no espírito e no corpo
do crente (1 Ts 5.23,24). O crente anda e vive no Espírito, pois não está mais sob o domínio da
carne. Sua vida é regida e regulada pelo Espírito Santo, que mora nele e governa o seu interior"
(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.89)
. Note que viver segundo o
Espírito Santo significa estar sob o seu domínio e seguir suas orientações; O Consolador que agora
habita em nós concede-nos recursos para vivermos neste mundo de maneira santa e justa.
- Ter a consciência da presença do Espírito Santo de Deus em nossa vida é fundamental para que
possamos desenvolver uma comunhão permanente com Ele, como também aprender dEle, depender
dEle para tudo, para orar, evangelizar, pregar e decidir. A ênfase de Jesus para que os discípulos
tivessem o Espírito Santo e fossem para Jerusalém, para serem revestidos de Poder, para que as suas
vidas fossem controladas por Ele, pois assim o Espírito Santo produziría vida, dons e frutos (Lc
24.49; At 1.8; G15.16-25).
- "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Rm 8.16) O
contraste feito por Paulo entre o antigo e o novo padrão de vida entre a vida na carne e a vida no
Espírito (Rm 7.6), é agora resolvido detalhadamente nos termos de duas atitudes mentais fixas: uma
delas sob a influência da carne e a outra sob a influência de Cristo, por meio do Espírito que veio
habitar nos crentes. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Eberhard
Hahn escreve em Cartas aos Efésios, no Comentário Esperança: “A edificação, o crescimento do
corpo de Cristo, estão direcionados para um alvo que é indicado neste versículo. A expressão
“chegar” pode significar literalmente alcançar um lugar (diversas vezes em At: p. ex., At 16.1;
18.19; etc.), mas também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos tempos chegou: 1Co
10.11). Assim como aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao alvo visado, quando
Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição dentre os mortos”. Pode parecer estranho que
desde já a igreja seja a “plenitude de Cristo”, concidadã crente dos santos, família de Deus, pedra
no templo santo, e que apesar disso ainda se diga que haverá um crescimento, um vir-a-ser. A
mesma duplicação já chamara atenção no contexto da herança colocada à disposição: os direitos
já foram transferidos, mas ainda não se tomou posse dela (Ef 1.18; 2.7). Conseqüentemente a
plenitude de Cristo é ponto de partida e alvo de todo o crescimento. Agora isso passa a ser
relacionado a uma situação concreta: na realidade pode haver na igreja uma só fé, visto que esta
só pode ser fé em um só Senhor Jesus Cristo (Ef 4.5). Na realidade a “unidade do Espírito” é algo
dado, porque o Espírito Santo é um só (Ef 4.3). Não obstante cabe “segurar” essa unidade, ou
“chegar” a ela. A força motriz de todos os esforços nessa direção não é a utopia de uma igreja
unificada, mas a realidade do único corpo de Cristo”. (Extraído na íntegra de Hahn, Eberhard, Cartas aos Efésios, Filipenses
e Colossenses: Comentário Esperança / Eberhard Hahn, Werner de Boor / tradutor Werner Fuchs -- Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2006.
Pág 48)
.

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II – DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO E


OS DONS DO ESPÍRITO

Os dons espirituais e o fruto do Espírito têm a sua origem numa


mesma fonte e ambos glorificam a Cristo, mas se trata de coisas
distintas. O amor, por exemplo, não é um dom (1 Co 14.1).
1. Diferença. O que há em comum entre essas duas fases
abençoadas da nossa redenção é a fonte de origem. A primeira e
a maior modalidade do fruto do Espírito é o amor, as demais
modalidades são reflexos do amor. O apóstolo Paulo usa o amor
como representante do fruto do Espírito ao comparar o fruto com
os dons do Espírito. O amor é superior aos dons, é o “caminho
ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Por essa razão, o amor
encabeça essa lista (Gl 5.22); e em outras passagens prevalece a
supremacia do amor (1 Co 13.13; Gl 5.13; 6.1,2). Paulo afirma
ainda que os dons sem o amor não são “nada” (1 Co 13.1-3) e são
passageiros (1 Co 13.8-10), mas o amor é eterno.
- “O termo ‘fruto’ é frequentemente usado de forma simbólica. As crianças são mencionadas
como frutos (Êx 21.22; Sl 21.10) em frases como ‘o fruto do ventre’ (Sl 127.3; Dt 7.13; Lc 1.42) e
o ‘fruto do corpo’ (Sl 132.11; Mq 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Is
57.19; Hb 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de ‘fruto da boca’ (Pv 12.14; 18.20).
O termo ‘fruto’ é aplicado às consequências das nossas ações e motivos: ‘Comerão do fruto do
seu caminho (ou procedimento)’ (Pv 1.31; Is 3.10)”. (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.824).
- A inclinação da carne, ou seja, a obediência a nossa natureza caída, que é a inclinação para o
pecado nos levará para a morte, mas os que se inclinam em obedecer ao Espírito, serão guiados para
a vida e paz para com Deus. E é por isso que aqueles que se inclinam para obedecer a carne, ao
pecado, acaba se tornando inimigos de Deus, porque rejeitam a vontade de Deus. Todos aqueles
que creram no evangelho, já não estão mais presos aos desejos da sua carne, isso se realmente
creram e receberam o Espírito de Deus. Porque aquele que não têm o Espírito de Deus, esse não
pertence à Deus, ou seja, não foi salvo e justificado pela fé em Cristo Jesus. Deus nos libertou
enviando seu Filho, nEle, o pecado foi condenado e o julgamento foi executado. Cristo venceu o
pecado em seu próprio reino e a exigência da lei é cumprida em nós. Esta bênção é para aqueles
que andam segundo o Espírito, e não a carne. O Comentário Devocional da Bíblia (CPAD) falando
acerca da nova vida, escreve: "O princípio dinâmico da nova vida em Cristo sobrepuja o princípio
do pecado inerente, capacitando-nos a viver de maneira justa (8.1-4). Se nós, como filhos de Deus,
escolhermos viver em harmonia com o Espírito, não com a carne, o poder de ressurreição do
Espírito no dará vida, mesmo em nosso presente estado mortal. No futuro, nossos corpos, com toda
a criação, serão transformados (Rm 8.18-25). Até então, vivemos no amor do Espírito, que
intercede por nós (Rm 8.26,27), do Pai que nos sustenta (Rm 8.28-33) e de Cristo, que nos guarda
(Rm 8.34-39)." (Comentário Devocional da Bíblia, CPAD, p. 778). Na vida do crente a natureza adâmica tem que ser
destronada. No contexto de Mt 7.16, o termo karpos é usado para descrever o comportamento, a
conduta, as obras ou os feitos que emanam do caráter da pessoa e manifestam sua verdadeira
qualidade. É importante também notar que Jesus fala de ‘frutos’ no plural em vez de singular,
denotando que é não somente um aspecto da vida da pessoa, mas toda ela. A verdade transmitida é
que uma realidade interna da pessoa será provada por suas ações em tudo que ela é e faz, em todas
as circunstâncias. Nem virtude nem vício podem ser facilmente escondidos, mas ambos se
manifestarão com o tempo.
- William Hendriksen escreve: “Talvez possamos dividir estes noves preciosos dons em três
grupos, perfazendo três frutos e cada grupo. Se este for o correto — de forma alguma tem-se
certeza! —, o primeiro grupo estaria referindo-se às qualidades espirituais mais básicas: amor,
alegria, paz. O segundo grupo indicaria aquelas virtudes que se manifestam nas relações sociais.
Pressupomos que considera os crentes em seus diversos contatos uns com os outros e com aqueles
que não pertencem à comunidade cristã: longanimidade, benignidade, bondade. No último grupo,
se bem que aqui há bastante espaço para divergência de opinião, o primeiro fruto poderia referir-
se à relação dos crentes com Deus e sua vontade revelada na Bíblia: fidelidade ou lealdade. O
segundo, presume-se, teria a ver com seu contato com os homens: mansidão. O último, à relação
que cada crente tem consigo mesmo, ou seja, com seus próprios desejos e paixões: domínio próprio.
Encabeçando o primeiro grupo temos “o maior dos três maiores”, ou seja, o amor (1Co 13; Ef 5.2;
Cl 3.14). Não somente Paulo, mas também João estabelece prioridade a esta graça de abnegação
(1Jo 3.14; 4.8,19). E igualmente Pedro (1Pd 4.8). E assim eles estão seguindo o claro exemplo que
lhes deu Cristo (Jo 13.1,34; 17.26). Apesar de que, assim como estas passagens o revelam,
dificilmente seria legítimo limitar estritamente esta virtude tão básica ao “amor pelos irmãos”,
todavia, por outro lado, no presente contexto (que fala de contendas, disputas e ciúmes, etc., ver
também v.14) a referência pode muito bem ser especialmente a este afeto mútuo. Quando o amor
se faz presente, a alegria não pode estar muito longe. Não nos disse o autor que o amor é o
cumprimento da lei, e que fazer o que a lei de Deus manda traz deleite? (Sl
119.16,24,35,47,70,174)”. (http://www.monergismo.com/textos/frutos/fruto_espirito_hendriksen.htm).
2. Os dons na igreja. Convém relembrar que os dons são
importantes. Isso não significa que devemos desprezá-los. É a
vontade de Deus que os irmãos e as irmãs não ignorem os dons
espirituais (1 Co 12.1), que busquemos os melhores (12.31) e “não
desprezeis as profecias” (1 Ts 5.20). Os dons são comparados a
um andaime numa construção; a igreja, a um edifício (1 Co 3.10-
12; Ef 2.20-22). Não é possível uma construção prosseguir sem o
andaime, mas uma vez concluída a obra, o andaime é dispensado.
No céu não haverá necessidade dos dons, mas eles são uma
necessidade imperiosa na vida da igreja hoje, pois ela precisa do
poder do alto para combater o reino espiritual das trevas (Ef 6.10-
12). Segundo Apocalipse 21 e 22, no mundo vindouro não há
necessidade desses recursos do Espírito.
- “O apóstolo lhes diz que não queria que eles fossem ignorem quanto à sua origem nem quanto
ao seu uso. Eles vinham de Deus e deviam ser usados para Ele. Eles se desviariam se ignorassem
tanto um quanto o outro desses aspectos. Note que a informação correta é de grande utilidade para
todas as práticas espirituais. E um péssimo serviço que prestam os homens capacitados quando
não conhecem ou não atentam para a natureza e o uso coreto dos dons com os quais eles são
dotados” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 479).
- Os dons do Espírito Santo são capacidades que o Espírito dá aos crentes para a edificação da igreja.
Os dons são dados de acordo com a vontade de Deus, soberanamente – “Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1Co 12.11).
Deus levanta homens para edificarem espiritual, moral e doutrinariamente a igreja local. A Igreja é
o “edifício de Deus” (1Co 3.9). Os ministros, sábios arquitetos (1Co 3.10). O fundamento já está
posto pelos apóstolos: Jesus Cristo (1Co 3.11). Mas os ministros têm de tomar o cuidado com as
pedras assentadas sobre este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da
Igreja de Cristo segundo a mesma graça concedida aos apóstolos. Por isso, Paulo faz uma solene
advertência para a liderança hoje: “mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode
pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.10,11).

III – O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE

O que levou o apóstolo ao assunto foi o contexto das igrejas da


Galácia. O abuso da liberdade cristã, a antinomia, de um lado, e o
legalismo, de outro estavam dando ocasião à carne, levando à
falta de amor e à desunião (Gl 5.13-15).
1. O legalismo. Há um acentuado contraste entre estar na carne e
andar no Espírito. O apóstolo mostra que para ser legalista, viver
de acordo com a lei, depende da carne, mas para viver no Espírito,
depende da graça de Deus (Gl 5.16-18). O sistema legalista que os
opositores de Paulo, os judaizantes (Gl 2.14), ensinavam nas
igrejas da Galácia, é egocêntrico, motivado pela carne e gera
competição espiritual que resulta em desavença (Gl 5.15)
- Por definição, legalismo é uma tentativa de acrescentar algo à obra completa de Cristo. É
confiar em outra coisa senão em Cristo e em sua obra completa e permanente diante de Deus. Não
podemos acrescentar nada à obra de Cristo realizada no Calvário, quer sejam usos, quer sejam
costumes; se alguém decide observar essas coisas, que o façam para Cristo, não por medo de perder
a salvação! Como afirma o comentarista, o legalismo, a observância de normas com o fim de
acrescentar algo à completa obra de Cristo, só vai produzir um ego inflado, motivado pela carne e
gerará competição espiritual que descambará, inevitavelmente, à desavença.
- O Comentário Bíblico Beacon (CPAD), comentando Gálatas, traz o seguinte: “O Amor cumpre
a Lei (5.14,15). Como apoio ao imperativo surpreendente de “servir uns aos outros” como escravos
em amor, Paulo declara que toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo (14). A primeira vista, esta declaração contradiz tudo que ele laboriosamente
argumentara com referência às obras da justiça. Se a lei tinha somente uma função temporária que
foi ab-rogada pela vinda de Cristo, então por que o crente deveria se preocupar em cumprir a lei?
Não há dúvida de que Paulo usa a palavra “lei” (nomos) de dois modos diferentes, mas não
devemos interpretar esta constatação com o sentido de que o termo tenha significados
intrinsecamente contraditórios. Em Romanos e Gálatas, onde Paulo está combatendo os
judaizantes, ele usa o termo no sentido em que seus oponentes o usavam, qual seja, “um sistema
legalista”. Quando Paulo usa a palavra desta maneira, que podemos dizer que é polêmica,
precisamos entendê-la como esforço de obter salvação pelas boas obras — obras da justiça. O
crente está morto para tais obras da lei (cf. Rm 7.4,6). Por outro lado, o que Paulo entendia da lei,
em seu sentido básico como padrão divino, tem exigências obrigatórias para todos os homens.
Estas exigências só podem ser satisfeitas ou cumpridas por Cristo (cf. Rm 8.4). O amor (agape)
que Paulo exorta que os gálatas expressem não é humano; é o amor de Deus e o fruto do Espírito.
Assim, toda a lei com todas as suas exigências cumprem-se através do amor de Deus (Cristo),
conforme é expresso na vida do crente. Em muitas traduções, a palavra se cumpre é substituída
por “se resume”.12 A razão para isto é a passagem paralela em Romanos 13.9: “Se há algum
outro mandamento, tudo nesta palavra se resume [anakephalaioo]: Amarás ao teu próximo como
a ti mesmo”. Devemos observar que na passagem de Romanos o resumo diz respeito aos
mandamentos, alguns dos quais Paulo acabara de relacionar, que estão “resumidos” no “grande
mandamento”. Mesmo neste contexto (Rm 13.8-10), ele deixa claro que o amor é o cumprimento
ipleroo epleroma) da lei. Ainda que os mandamentos estejam resumidos no grande mandamento, a
lei inteira se cumpre no amor. Isto significa que todas as exigências da lei de Deus são totalmente
obedecidas através do amor. Está claro que o cristão não está isento das exigências da lei. Deus
não pode favorecer os que fazem o que ele proíbe. Esta obediência não é o meio de obter salvação,
mas o resultado do dom da graça de Deus — o Espírito Santo. A expressão numa… palavra é
reconhecida facilmente como citação de Levítico 19.18 (LXX), que Paulo usou em Romanos 13.9 e
que Jesus aludiu como o segundo grande mandamento.13 Tiago a denomina de “lei real” (Tg 2.8).
Não há melhor comentário sobre isso que Lucas 10.27-37, Romanos 12 a 15 e 1 Coríntios 13. O
Paulo invariavelmente prático aplica o princípio do amor ao que obviamente era o problema
urgente na Galácia: Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais
também uns aos outros (15). E lógico que os judaizantes não tinham convencido todos os
convertidos de Paulo. O resultado foi discussão acalorada e dolorosa. Paulo descreve a cena como
animais selvagens em combate mortal. A ordem e os tempos verbais dos termos usados caminham
para um clímax: mordeis, devorais e consumais dão indicação da devastação completa e absoluta.
Não há que duvidar que a cena feriu Paulo mais do que tudo: Ver seus convertidos amados
destruindo-se mutuamente. Não há quadro mais triste em qualquer igreja em qualquer época. O
único remédio adequado é o amor que faz a pessoa servir em vez de consumir seus semelhantes”.
(R. E. Howard. Comentário Bíblico Beacon. Galatas Editora CPAD. Vol. 9. pag. 67)
.
2. A Carne e o Espírito. A palavra grega sarx, “carne”, tem muitos
significados na Bíblia, principalmente nos escritos paulinos. Pode
significar fraqueza física (Gl 4.13), o corpo (Gl.4.13), o ser humano
(Rm 1.3), o pecado (v.24), os desejos pecaminosos (Rm 8.8). O
contexto determina o significado dela. No contexto das “obras da
carne” significa o conjunto de impulsos pecaminosos que
dominam o ser humano. Da mesma maneira a palavra grega
pneuma, “espírito”, que se aplica ao Espírito Santo, ao espírito
humano, aos anjos e aos espíritos imundos. É só prestar atenção
ao contexto para saber a que espírito o escritor sagrado está se
referindo. A oposição do Espírito contra a carne na vida cristã
mostra que “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas
paixões e concupiscências” (v.24). É isso que acontece conosco
diariamente: a morte do “eu”.
- Paulo adverte os crentes mostrando que os que vivem segundo a carne, ou seja, uma vida
dominada pelo pecado, jamais agradarão a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus” (Rm 8.8). O viver na carne opera morte (espiritual e física), mas o viver no Espírito
conduz o crente à felicidade, à vida eterna (Rm 8.11; 1Co 6.14). Paulo foi enfático ao afirmar:
“Andai em Espírito” (Gl 5.16). O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o
nome do Senhor seja exaltado. Sem Ele não poderíamos agradar a Deus. Quem pode nos ajudar e
nos conduzir de modo a agradar a Deus? Somente o Espírito Santo. O doutor Stanley Horton diz
que andar no Espírito e ser guiado por Ele significa obter vitória sobre os desejos e os impulsos
carnais. Significa desenvolver o fruto do Espírito, o melhor antídoto às concupiscências carnais.
Jamais tente viver a vida cristã pelos seus próprios esforços, tomando atalhos, buscando desvios,
mas renda-se constantemente ao Espírito Santo, pois Ele lhe ensinará a maneira certa de viver a
vida cristã. Quando o Espírito Santo tem o controle do nosso espírito, Ele faz com que o nosso
homem interior tenha forças e condições para opor-se às obras da carne. Andar na carne, ou seja,
ser dominado pela velha natureza adâmica, leva a pessoa a portar-se de modo pecaminoso.
Infelizmente, muitos crentes, como os de Corinto, estão se deixando dominar pelas obras da carne
(1Co 3.3). Em Gálatas 5.17 ‘Milita contra...’ é melhor traduzido como ‘deseja contra’. Trata-se da
mesma palavra, que em forma verbal, é empregada no versículo anterior, para indicar as
"concupiscências" da carne. O Espírito e a carne (Natureza Humana decaída em Adão) são duas
forças conflitantes, são dois reinos opostos. E o crente se vê dividido entre essas duas tendências,
visto que possui em si mesmo, as duas naturezas que correspondem a essa luta, ou seja o "velho
homem" e o "novo homem". Esta agonia habita cada crente - a luta da carne contra o Espírito. As
obras da carne estão classificadas em pecados de ordem moral, religiosa e social. Em contrapartida,
quando o Espírito Santo habita na vida do crente, este não se encontra mais sob o jugo dá carne,
seus desejos e obras pecaminosas, mas está livre para produzir o fruto do Espírito, o qual não é
resultante de uma imposição religiosa ou de qualquer sistema religioso legalista. Viver no Espírito
é subjugar a carne e isso gera o conflito interno, a luta da carne contra o espírito. O estudo de hoje
é uma análise dessa batalha espiritual de cada cristão. O andar, por ser uma ação contínua, requer
uma atenção contínua, conflito espiritual e uma busca contínua (Mc 7.5; Jo 8.12; At 22.21; Rm 6.4;
Rm 8.4; 1Co 3.3; Fp 3.18, Rm 13.13).
O Rev Hernandes Dias Lopes escreve: “A vida cristã é um campo de batalha. Trava-se nesse
campo uma guerra sem trégua entre a carne e o Espírito. O Espírito e a carne têm desejos
diferentes, e é isso o que gera os conflitos. Destacamos aqui três pontos importantes. Em primeiro
lugar, como vencera batalha interior. “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à
concupiscência da carne” (5.16). A “carne” representa o que somos por nascimento natural, e o
“Espírito”, o que nos tornamos pelo novo nascimento, o nascimento do Espírito. A carne tem
desejos ardentes que nos arrastam para longe de Deus, pois os impulsos da carne são inimizade
contra Deus. Os desejos da carne levam à morte. A palavra grega epithumia, traduzida por
“concupiscência”, é geralmente usada no sentido de ansiar por coisas proibidas. A única maneira
de triunfar sobre esses apetites é andar no Espírito. Se alimentarmos a carne, fazendo provisão
para ela, fracassaremos irremediavelmente. Porém, se andarmos no Espírito, jamais satisfaremos
esses apetites desenfreados da carne. Adolf Pohl diz que todos os povos conhecem bem a ideia de
que a vida é como um caminho que precisa ser trilhado. O movimento básico da vida humana,
portanto, é o passo da caminhada. Trata-se de mais do que um mecânico “esquerda-direita,
esquerda-direita”. Todo caminho inclui um “de onde” e um “para onde”. Podemos desviar-nos
do caminho. Assim o “andar” constitui um movimento com sentido, direção e, por conseguinte,
qualidade. Da parte da carne surgem pressões transversais. Contra elas Paulo faz valer agora
forças pneumáticas. Andem no Espírito. A carne tem uma inclusão para aquilo que é sujo. Somente
pelo Espírito de Deus podemos caminhar em santidade. Warren Wiersbe ilustra isso da seguinte
maneira: A ovelha é um animal limpo, que evita a sujeira, enquanto o porco é um animal imundo,
que gosta de se revolver na lama (2Pe 2.19-22). Depois que a chuva cessou e que a arca se
encontrava em terra firme, Noé soltou um corvo, mas a ave não voltou (Gn 8.6,7). O corvo é uma
ave carniceira, portanto deve ter encontrado alimento de sobra. Mas, quando Noé soltou uma
pomba (uma ave limpa), ela voltou (Gn 8.8-12). Quando soltou a pomba pela última vez e ela não
voltou, Noé soube, ao certo, que ela havia encontrado um lugar limpo para pousar e que, portanto,
as águas haviam baixado. A velha natureza é como o porco e o corvo, sempre procurando algo
imundo para se alimentar. Nossa nova natureza é como a ovelha e a pomba, ansiando por aquilo
que é limpo e santo. Em segundo lugar, como entender a natureza dessa batalha interior. “Porque
a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que
não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (5.17). Fomos salvos da condenação e do poder
do pecado, mas não ainda da presença do pecado. No campo do nosso coração ainda se trava uma
guerra sem pausa, o conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si.
Alimentar, portanto, a carne é ultrajar, entristecer e apagar o Espírito. Precisamos sujeitar nossa
vontade ao Espírito em vez de entregar o comando da nossa vida à carne. William Hendriksen fala
sobre essa batalha para três grupos diferentes de pessoas: 1) o libertino não tem esse conflito
porque segue suas inclinações naturais; 2) o legalista que confia em si mesmo não consegue vitória
nesse conflito; 3) o crente experimenta um conflito agonizante, mas alcança a vitória, pois o
Espírito que nele habita o capacita a triunfar. Em terceiro lugar, como viver livre da condenação
do preceito exterior. “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (5-18). Estar sob a
lei significa derrota, escravidão, maldição e impotência espiritual, porque a lei não pode salvar
(3.11-13,21-23,25; 4.3,24,25; 5.1). É o Espírito que nos põe em liberdade (4.29; 5.1,5).491 A lei
exige de nós perfeição e por isso mesmo nos condena, pois não somos perfeitos. Estar sob a lei é
estar sob maldição, pois maldito é aquele que não persevera em toda a obra da lei para cumpri-la.
Porém, quando somos guiados pelo Espírito, já não estamos debaixo da tutela da lei e, por isso,
somos livres. O Espírito não é apenas um vendedor de mapas para o destino da liberdade; é o
próprio guia que nos toma pela mão, nos guia pelo caminho até a glória final. O Espírito é visto
como um guia, a quem se espera que o cristão siga”. (LOPES, Hernandes Dias. GALATAS A carta
da liberdade cristã. Editora Hagnos. pag. 238-241).

3. Os vícios (vv.19-21). O apóstolo apresenta uma lista com 15


vícios, que ele chama de “obras da carne” (vv.19-21). Outras listas
aparecem em outras epístolas paulinas (Rm 1.29-31; 1 Co 6.9,10;
1 Tm 1.9,10). Paulo não pretende ser exaustivo; essas listas são
representativas em Gálatas, pois ele acrescenta: “e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes
vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino
de Deus” (v.21). Podemos classificar esses vícios em três
categorias: a) sexo ilícito: prostituição, impureza e lascívia; b)
pecados de ordem religiosa: idolatria e feitiçaria; c) pecados de
ordem social: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonaria.
- O que é a carne? Dentro do contexto neotestamentário, o vocábulo carne é sarx. Essa palavra
é utilizada para designar a natureza adâmica que domina o velho homem e o leva a praticar as obras
da carne relacionadas em Gálatas 5.19-21. Edward Robinson, no seu dicionário de grego do Novo
Testamento, utiliza a palavra sarx para descrever a natureza exterior que difere do homem interior
(Lc 24.39). A palavra carne, no aspecto teológico, denota a fragilidade humana e a sua tendência
ao pecado. Ela é a sede dos apetites carnais (Mt 26.41). O homem somente poderá viver em
novidade de vida e no poder do Espírito Santo se, pela fé, receber Jesus Cristo como Salvador.
- A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico
grego-inglês) descreve a palavra sarx desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade;
no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade
conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne
esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver."
Assim, sarx é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, e que continua no cristão mesmo
após sua conversão, sendo o nosso mais vigoroso inimigo (Rm 8.6-8, 13; Gl 5.17, 21). O alerta
paulino é que “aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus” (Gl
5.21). Por isso, essa natureza decaída precisa ser resistida e mortificada e isso resulta num conflito
interno que Paulo denomina “guerra espiritual”; esta batalha só é vencida pelo poder do Espírito
Santo (Rm 8.4-14). O site ‘Got Questions?org’ traz um artigo interessante sobre este assunto: “A
visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a natureza
física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão
viram um dualismo ou dicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma
teoria de que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento
influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente
criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da
encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o
corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias e advertiu contra
ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos
falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que
confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é
de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora
já está no mundo" (1 João 4:1-3). Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que
uma pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo
platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à
licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4). Assim, ao contrário
do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no
espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma
natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca
a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A carne é uma lei
embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É
uma força interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral
e específica contra Deus e Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única
esperança para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova vida
no Senhor Jesus Cristo.” (Acesse o artigo completo clicando no link: https://www.gotquestions.org/Portugues/a-carne.html).
- O Comentário Bíblico Moody (BATISTA REGULAR), traz o seguinte: “As obras da carne
podem ser esperadas prolificando livremente na atmosfera do legalismo. Um raio de ironia se
percebe aqui ao fazer referência às obras – “Atentem para as realizações da carne!” Em primeiro
lugar vêm os pecados sensuais. Prostituição é um termo geral para imoralidade sexual. Impureza
inclui toda sorte de corrupção sexual. Lascívia indica audácia descarada nesse tipo de vida. Depois
vêm os pecados religiosos. Idolatria é a devoção aos ídolos. A palavra grega que foi traduzida para
feitiçarias encaixa-se no termo “farmácia” e significa basicamente a administração de drogas e
poções mágicas, mas passou a representar todo o tipo de prática de feitiçaria (cons. Ap. 9:21;
18:23). Um terceiro grupo abrange os pecados de temperamento. Esses passam por toda a escala
desde inimizades, que é algo latente, passando pelas porfias, que é algo operante (indicando neste
caso disputas devidas ao egoísmo), pelas dissensões (antes, divisões) e facções, ou exibições de
espíritos partidários (invejas podem se relacionar às anteriores pois ajudam a criar divisões, como
também podem ser associadas com o próximo item), até chegar aos homicídios (E.R.C.), o clímax
dos antagonismos impropriamente acalentados. Na quarta categoria podemos colocar as
bebedices e glutonarias. A lista poderia ser ampliada – e coisas semelhantes. Aqueles que praticam
tais coisas não herdarão o reino de Deus (cons. I Co. 6:9, 10). Um crente pode cair em semelhantes
práticas do mal se andar de acordo com a carne. Por isso é que se faz a inclusão desta lista na sua
presente posição dentro desta carta, onde a vida do cristão está sendo revista”. (Charles F. Pfeiffer.
Comentário Bíblico Moody. Galatas. Editora Batista Regular. pag. 33-34)
.

CONCLUSÃO

Cabe a cada crente fazer uma análise introspectiva para verificar


se suas inclinações são carnais ou espirituais. Salomão disse que o
homem é aquilo que imagina a sua alma (Pv 23.7). Jesus disse que
o homem fala aquilo do que seu coração está cheio (Lc 6.45). O
pensamento de cada ser humano norteia seu comportamento. Se
a mente é carnal, seu comportamento é carnal, que resulta em
morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual,
que resulta em vida e paz
- A Bíblia afirma que temos dentro de nós a “lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí, ela ordenar que
sejamos santos (1 Pe 1.16; Lv 11.44; Ap 22.11), pois o Senhor habita somente em lugar santo (Is
57.15; 1 Co 3.17). Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de
Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv 10.3;
Nm 20.12). Então, o crente não deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos outros;
ele deve primeiro demonstrar a sua! Em muitas igrejas hoje, a santificação é chamada de fanatismo.
Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade, louvor, mas não da separação do
mundanismo e do pecado. Notemos que as “virgens” da parábola de Mateus 25 pareciam todas
iguais; a diferença só foi notada com a chegada do noivo. Não há nada mais doce, mais sublime ou
mais santo neste mundo do que a santificação. O batismo com o Espírito Santo é o dom de poder
na alma santificada, capacitando-a para pregar o Evangelho de Cristo ou para morrer na fogueira.
O batismo reveste o crente até o dia da redenção, de modo que ele esteja pronto para encontrar-se
com o Senhor Jesus à meia-noite ou a qualquer momento, porque tem óleo em sua vasilha, junto
com a sua lâmpada. Você é participante do Espírito Santo no batismo pentecostal da mesma maneira
que foi participante do Senhor Jesus Cristo na santificação” (SEYMOUR, W. J. Santificados antes do Pentecostes. In
KEEFAUVER, L. (ed.). O avivamento da Rua Azusa — Seymour. RJ: CPAD, 2001, p.80-3)
. “O conflito espiritual interiormente
no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às
más inclinações da ‘carne’, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão
à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo
de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o
crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2Tm 2.12; Ap 12.11)””. (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,
p.1801)
. “Ao descrever este conjunto de opostos, Paulo nos lembra de verdades vitais e maravilhosas.
O que não conseguimos fazer, Deus consegue e fará, tanto em nós quanto para nós. Nunca nos
tornaremos as pessoas verdadeiramente boas que desejamos ser, tentando obedecer à Lei de Deus.
Mas, nos tornaremos gradativamente mais justos à medida que confiarmos no Espírito de Deus
para nos orientar e capacitar”” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2012, p.414)
.
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PARA REFLETIR
– A respeito de “Fruto do Espírito: o Eu Crucificado”, responda:
• Defina “fruto do Espírito”.
O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de
amadurecimento e a consequência de um processo natural de
crescimento espiritual.
• O que significa “andar no Espírito”?
“Andar no Espírito” é uma expressão que indica viver
corretamente em humildade, submissão e santidade.
• Quais são as modalidades do fruto do Espírito?
A primeira e a maior modalidade do fruto do Espírito é o amor, as
demais modalidades são reflexos do amor.
• O que o apóstolo Paulo fala dos dons espirituais sem o amor?
Paulo afirma ainda que os dons sem o amor não são “nada” (1 Co
13.1-3) e são passageiros (1 Co 13.8-10), mas o amor é eterno
• Quais são os vícios denominados “obras da carne” (Gl 5.19-21)?
Podemos classificar esses vícios em três categorias: a) sexo ilícito:
prostituição, impureza e lascívia; b) pecados de ordem religiosa:
idolatria e feitiçaria; c) pecados de ordem social: inimizades,
porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas,
homicídios, bebedices e glutonaria.

1º Trim 21 | Lição 5: Fruto do Espírito: o Eu Crucificado | Pb Francisco Barbosa

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