Você está na página 1de 74

A Percepção da Mentira

 Conceito de Mentira: Comportamento de enganar alguém sem notificá-lo.

 A mentira pode ser utilizada como manipulação, proteção e habilidade social, por
exemplo, a mentira que utilizamos quando ganhamos um presente que não gostamos.

A mentira pode ser identificada avaliando o ambiente, a cultura, o comportamento habitual e


o número de sinais observados.

Sinais fisiológicos da Mentira

 Podemos perceber uma mentira através da análise de certos sinais fisiológicos


decorrentes do esforço consciente ativo que fazemos para construir uma mentira e
pelo medo de sermos apanhados.

 O nosso sistema nervoso (SN) está dividido no central (SNC) e periférico (SNP). Dentro
do SNP, temos o somático (SNS) e o autônomo (SNA). Finalmente, dentro do SNA
temos o simpático e o parassimpático.

 Este SNA é o que regula muitas das coisinhas automáticas que fazemos: abertura das
pupilas, batimento cardíaco, sudação, número de vezes que piscamos os olhos,
salivação, etc.

 O sistema nervoso simpático é o que implica ativação. O parassimpático é de


relaxamento. Por exemplo, o simpático acelera o nosso coração; o parassimpático
abranda. 

 Deste modo, quando mentimos puxamos pelas nossas capacidades mentais e


experimentamos um medo (o de ser apanhado), o que nos leva a ativar o SN
simpático.

 Enquanto é possível suprimir alguns movimentos involuntários corporais, os sinais


fisiológicos, são muito difíceis, ou mesmo impossíveis de impedir a sua manifestação.
Contudo, há alguns casos em que é possível mentir sem haver manifestação de sinais
fisiológicos.

SINAIS PRIMÁRIOS DE MENTIRA

 PUPILAS
 As pupilas vão sofrer uma dilatação involuntária (sem que tenhamos controle sobre
isso).

 Contudo, as pupilas têm um problema – a sua dilatação/contração pode-se dar por


várias razões: luz, drogas, stress, estados de espírito positivos/negativos, etc. Assim,
não deverá ser usado como um elemento isolado no processo da detecção de
mentiras. Se for, assegurem-se que estão num ambiente neutro, sem variáveis como
as supracitadas.

 PULSAÇÃO

  Quando mentimos, a aceleração do nosso coração pode ser explicada por 2 gatilhos
que levam à ativação do SNS:

1. Medo – a nossa sobrevivência depende da capacidade de sentir medo, e de conseguir


executar uma resposta rápida que nos ponha a salvo.

 Respondemos através do SN simpático, libertando adrenalina em grandes quantidades


e experienciamos força e rapidez sobre-humana durante um breve período de tempo
terminando numa resposta de aproximação ou evitamento.  Fica assim explicado
porque o nosso coração bate mais depressa quando sentimos medo.

 2. Ativação cerebral – puxamos pelas nossas faculdades mentais criativas quando


mentimos. Projetamos cenários, pormenores, pessoas envolvidas; fazemos
associações para evitar incompatibilidades entre a nossa história e as experiências de
quem ouve. Esta atividade mental toda implica a necessidade de uma maior
quantidade de oxigénio, o aumento da pulsação (e também quase sempre, aumento
da frequência respiratória).

 SUDORESE

 Existem dois tipos de glândulas ligadas à sudorese. Um tipo situa-se na zona das axilas
e genitais; a sua função tem sido alvo de debate, supõe-se que tem a ver com a
comunicação odorífera (incluindo feromonal).

 O outro tipo estão dispostas por todo o corpo, com densidade acentuada nas mãos e
pés e a principal função é a de termo-regulação.

 O que dispara a libertação de suor através das glândulas presentes em todo o nosso
corpo é o SN simpático. Não é novidade que as pessoas ansiosas costumam suar
bastante das mãos ou pés. O mesmo princípio aplica-se à mentira, ao medo de ser
apanhado.

 O suor é composto por 90% de água, o que leva a que haja um aumento da
condutividade elétrica da pele no ato da sudorese. 

 Partindo deste princípio, desenvolveram-se maneiras de registar a atividade


eletrodérmica no auxílio à detecção de funcionamento simpático, adaptando-se
posteriormente à detecção de mentiras (hoje em dia incorporado no polígrafo).
 VOZ

1. Rapidez de discurso – Normalmente verbalizamos 150 a 175 palavras por minuto.

 Quando estamos ativados, esse número pode chegar aos 250. Por isso desconfiem
quando alguém vos dirigir palavra com uma fluência estranhamente rápida (caso não
seja assim normalmente). Significa que está pensando ainda mais rápido do que fala,
por isso das quatro uma: ou quer causar boa impressão, ou está nervoso, irritado ou
mentindo (e portanto precisa de pensar rápido para a construção da mentira).

 2. Palavras usadas – Do mesmo modo que o discurso fica mais rápido, as palavras
“caras”, bem como analogias, metáforas, podem sofrer alterações quando uma maior
ativação cerebral (como aumento da sua ocorrência). Outra vez, é importante
conhecerem o estado normal dessa pessoa.

 3. Frequência respiratória – Quanto maior ativação cerebral, maior a quantidade de


oxigênio necessária no cérebro, maior a frequência respiratória.

A Percepção do Movimento
Introdução

 A percepção do movimento é um aspecto básico da visão, decisivo para a


sobrevivência.

 Um objeto em movimento pode assinalar perigo, ou indicar uma fonte de alimento, ou


um companheiro.

 Os mecanismos neurais especializados na análise do movimento funcionam desde


muito cedo. O bebê humano, por exemplo, consegue acompanhar um objeto em
movimento imediatamente depois do nascimento.

Área do cérebro responsável pelo movimento

 Embora os processos neurais envolvidos na percepção humana de movimento estejam


distribuídos por muitas áreas do cérebro, os neurônios na área MT (médio-temporal)
parecem desempenhar um papel central.

 A percepção do movimento é um aspecto básico da visão, decisivo para a


sobrevivência.

 Um objeto em movimento pode assinalar perigo, ou indicar uma fonte de alimento, ou


um companheiro.

 Os mecanismos neurais especializados na análise do movimento funcionam desde


muito cedo. O bebê humano, por exemplo, consegue acompanhar um objeto em
movimento imediatamente depois do nascimento.
Área do cérebro responsável pelo movimento

Embora os processos neurais envolvidos na percepção humana de movimento estejam


distribuídos por muitas áreas do cérebro, os neurônios na área MT (médio-temporal) parecem
desempenhar um papel central.

 Lobo médio-temporal (M.T.)

 Pessoas com lesão na área do Lobo médio temporal são incapazes de ter a percepção
do movimento em algumas áreas do campo visual.

 Agnosia do movimento – acinetopsia.

 Nesse caso é preciso aprender a estimular outros tipos de percepções para notar o
objeto e responder à ele.

 Ex: atravessar a rua. Qual a distância do carro?

Sistema de movimento do olho

Duas formas do movimento de um estímulo ser percebido:

1º Sistema movimento imagem-retina: movimento do estímulo com a imagem estacionária na


retina.

2º Sistema movimento olhos-cabeça: os movimentos dos olhos e da cabeça tentam


acompanhar o objeto.

Ex: Pêndulo

A retina registra a imagem do movimento parado, o movimento criado pela cabeça é


somado ao anterior, resultando na percepção do movimento.

Padrões de fluxo óptico

 Conforme a pessoa ou objetos que a pessoa se encontra inserida se movimentam


(carros, motos, bicicletas), novos padrões de percepção são criados. O padrão de
mudanças criado por esse movimento chama-se padrão de fluxo óptico.

 Quando o observador se move em direção à superfície frontal, os contornos parecem


deslizar radialmente (como um leque) a partir do ponto de vista focal, fluindo cada vez
para mais longe, para a margem do campo visual, criando um padrão de fluxo radial.
 O ponto focal do padrão de fluxo criado pelo movimento do observador em direção a
esse fluxo é chamado de foco de expansão, correspondendo à direção do movimento
do observador.

Expansão da retina e velocidade do movimento

 A expansão da retina é responsável por determinar a velocidade do movimento.

 Colisão: imagem retiniana se expandi muito rapidamente a medida que a pessoa se


aproxima do objeto.

Limiares para o Movimento

 Variam em função de muitos fatores físicos e psicofisiológicos, além da própria


velocidade do objeto. São determinados por fatores como tamanho do alvo, luz,
distância, fundo em que se encontra, etc.

Distorções na percepção do movimento

 As distorções do movimento podem ser elaboradas devido a configuração ou forma


do objeto.

 1.Efeito cinético de profundidade: objetos irregulares quando próximos a fundos


branco, com luz projetada e em movimento produzem impressão de imagem 3D.

 2.Efeito da percepção anortoscópica: figuras movidos horizontalmente, atrás de uma


tela, ficando visível somente uma pequena parte dela através de uma fenda
estacionária, em qualquer momento dado ela é vista na sua totalidade como uma
figura inteira.

 A forma percebida da figura depende da velocidade do movimento com que ela


passa por trás da fenda. Em velocidades lentas, a figura parece alongada; em
velocidades mais rápidas, parece comprimida ou condensada.

 3.Movimento induzido: distorção ou ilusão visual em que há movimento físico,


atribuído perceptualmente à parte errada da disposição dos estímulos.

 Um exemplo familiar envolve a visão da lua contra um céu nublado. A lua


normalmente parece correr por trás de nuvens aparentemente paradas, mas são as
nuvens que estão em movimento, cobrindo a lua parada.

 4.Movimento aparente: percepção do movimento quando não há nenhum


movimento físico verdadeiro de um objeto no espaço.

Pós efeito de movimento

Efeito secundário do movimento (MAES): movimento percebido pode persistir


depois de cessado o estímulo móvel.
Ex. passar rápido textos no computador.
Atenção
Definição da atenção

 Atenção é a condição imediata para a produção de uma realização pessoal e suas


características consistem num esclarecimento consciente, na concentração de uma
força psíquica disponível para o esclarecimento da realidade (Stern).

Foco de Atenção

 O objeto de nossa atenção ocupa sempre o ponto central do campo da consciência.

 O grau máximo da consciência é denominado Foco da Atenção.

 Círculos mais próximos do Foco da atenção exprimem o Subconsciente.

 Os círculos mais afastados do Foco da atenção exprimem o Inconsciente.

Aspecto temporal da atenção

 Existe na atenção, como em todos os processos psicológicos, uma forma de saciedade.

 Por que mudar o foco da atenção?

 Para buscar novidades perceptivas

 Para obter uma organização perceptual: o todo é diferente da soma das partes.

 Para dividir a obtenção das características do objeto: não é possível obter atenção em
um mesmo tempo em todas as características do objeto foco.

Atenção Seletiva

 Capacidade de selecionar algumas informações para percepção e ignorar outras.

Amplitude da atenção

 Número máximo de objetos que podem ser percebidos imediatamente.

 Ex: número de grãos de feijão em uma mesa.

 A atividade mental consiste num variável de focalizações da Atenção em


acontecimentos interiores, em sensações, em sentimentos, em idéias e em imagens
mentais que se associam ou se repelem.

Tipos da atenção

 Esses tipos acontecem quando os resultados fogem completamente da expectativa


perceptiva, acontece uma espécie de choque sensorial que dá origem a um estado de
surpresa.

1º Atenção Motora
A consciência está concentrada na execução de uma atividade física e muscular pré-
programada

Exemplos: Ao ouvir um som baixo a pessoa estica o pescoço para a frente, coloca sua
mão atrás da orelha

Se caracteriza também pela tensão estática dos músculos. Eles ficam mais preparados para
reagirem a estímulos.

 Representa uma espécie de alerta às atividades musculares que devem responder


prontamente a determinada situação no sentido de favorecer a adaptação.

2º Atenção Intelectual

 Representa o ato de reflexão e de atividade racional dirigidos na resolução de


qualquer problema conscientemente definido.

3º Atenção Sensorial

 Fatores de maior influência no processo de atenção destacam-se o estado de ânimo ou


de interesse.

 Durante os episódios depressivos, onde o prazer e o interesse estão significativamente


comprometidos, a Atenção e a Memória estarão também severamente prejudicadas;
por falta de interesse e prazer.

 A Atenção realiza uma seleção natural de seus objetivos em função da disposição


pessoal, a qual tende a iluminar determinados objetos.

 Não é possível existir Atenção completamente desprovida de interesse

Níveis e Distribuição da atenção

 Quanto maior a divisão da Atenção entre objetos,

maior a perda de qualidade da Atenção dada a cada parte.

Determinantes da Atenção

 Atenção voluntária: casos onde o indivíduo parece ter liberdade na determinação do


foco de sua Atenção, liberdade em escolher intencionalmente aquilo sobre o que
prestar Atenção

 Atenção involuntária: refere-se a casos em que a pessoa parece menos o agente de


escolha da direção de sua Atenção

 Alguns determinantes da Atenção involuntária estão relacionados ao afeto e


sentimento dirigidos para o objeto, como é o caso da pessoa faminta dirigir sua
Atenção, para o alimento da vitrina do restaurante.

Características dos estímulos


 As características dos estímulos, que exigem Atenção, foram muito estudadas por
experimentos de laboratório e por técnicas de propaganda.

 intensidade ...................................: o silvo da sirene do carro de bombeiros


repetição ......................................: anúncios na televisão
isolamento ....................................: uma única palavra, página da revista
movimento e mudança..................: o pisca-pisca no cruzamento da estrada
novidade........................................: o desenho exagerado do último modelo de carro
incongruência ...............................: a mulher fumando um charuto

Tenacidade e Vigilância

 Tenacidade: a propriedade de manter a Atenção orientada de modo permanente em


determinado sentido.

 Vigilância: possibilidade de desviar a Atenção para um novo objeto, especialmente


para um estímulo do meio exterior.

 A atenção central= foco

 A atenção periférica= objetos importantes no ambiente.

 Atenção de espera= expectativa no que pode acontecer.

 Ex: estar dirigindo com foco na estrada, mas atenta ao acostamento, ruído do motor e
instrumentos no painel do veículo.

Ato de concentrar a atenção

 3 aspectos:

1º: Responsável por nos manter alerta;

2º Responsável por orientar os recursos de processamento com relação a informações


relevantes às tarefas;

3º Responsável por decidir se queremos continuar a participar das informações ou, ao


contrário, mudar nossa atenção para outras informações.

Distração

 Por falta de tenacidade, ocorre a diminuição da Atenção voluntária e a aumento da


Atenção espontânea

 Por excesso de tenacidade, como por exemplo na ioga, há aumento da Atenção


voluntária e diminuição da Atenção espontânea

 A hiperatividade da atenção espontânea leva o indivíduo a se interessar,


simultaneamente, às mais variadas solicitações sensoriais, sem se fixar sobre nenhum
objeto determinado
Aspectos que despertam a atenção

 Aspectos objetivos – Contraste, intensidade do estímulo, movimento, repetição.

 Aspectos subjetivos – Interesse, motivação, experiência.

Bases sensoriais da percepção


O ambiente e sua percepção

Função dos sentidos: responder a estímulos específicos,


por meio dos seus receptores, que são células nervosas
especializadas

Transdução sensorial e classificação dos receptores

 Como nosso organismo se


organiza para que cada sentido
tenha a sua função.

Propriedades dos receptores sensórias

1- A maioria dos receptores é específico,


respondendo exclusivamente a certos estímulos.

 Os multimodais respondem a mais de um estímulo, sendo que possuem


um limiar baixo para um estímulo (exemplo:toque) e um limiar mais alto
para outro estímulo ( exemplo:pressão). Exemplo: comer comida quente; cozinhar em
alta temperatura.

2- A reposta do receptor está relacionada com a força do estímulo. Exemplo: música muito
baixa ou comida com pouco sal.

3- A maioria dos receptores sensoriais respondem com maior vigor aos estímulos que variam
ou são introduzidos subitamente. Ex: adaptação a dor.

Classificação dos receptores sensoriais

1- Mecanorreceptores- são sensíveis a energia mecânica e são responsáveis pela


audição, sentidos vestibular e/ou cinestésico, e pela
sensação da pressão cutânea.

2- Termorreceptores- são sensíveis a energia térmica

Classificação dos receptores sensoriais

3- Fotorreceptores- são sensíveis à energia


eletromagnética e estão posicionados na retina
4- Quimiorreceptores- são sensíveis à presença de substâncias químicas, que são recebidas
pelo olfato e pela gustação.

 Nociceptores- responsáveis pela dor, que respondem a


estimulação mecânica, térmica e química.

 Quando muito intensa as estimulações causam


desconforto ao organismo.

 Cérebro e o colo do útero não possuem receptores para a


dor.

Relação dos receptores sensoriais com o organismo e os estímulos

Relação espacial:

1-Exterorreceptores- responsáveis pela captação de estímulos externos aos organismo.

1.1- telerreceptores- estímulos visuais , auditivos e olfativos.

1.2- proxirreceptores- tato, gustativos, olfativos e cutâneos.

2- Interorreceptores- são receptores que fazem parte à percepção do estado interno do nosso
organismo.

Exemplo: fome, sede, sexo.

3- Propriorreceptores- fornecem informações sobre movimento, postura e equilíbrio do corpo.

Processo que caracteriza as células receptoras dos órgãos dos sentidos

TRANSDUÇÃO: transformação da energia eletroquímica (neural) em energia recebida pelo


ambiente externo.

O receptor não será excitado por estímulos fracos.


 Exemplo de transdução: união de Percepção e memória.

 Após a transdução acontece a sinapse.

Sinapse: responsável por modificar substâncias químicas e causar alterações no


comportamento e na sensibilidade.

Exemplos: analgésicos, anestésicos, alucinógenos, estimulantes e calmantes.

O ambiente assim possui 2 compenentes:

1- Matéria
Ex: objetos, pessoas, animais, luz do sol ou da lâmpada etc
2- Energia

 As informações oriundas dos diferentes sistemas sensoriais são integradas em áreas


sensoriais primárias do córtex, como as áreas visual, auditiva e somato-sensorial. A
integração da informação proveniente de várias áreas sensoriais primárias ocorre nas
chamadas áreas associativas do córtex, que ocupam vastas extensões do cérebro.

 Entre dois eventos observáveis – o estímulo do ambiente e a resposta do organismo –


ocorre uma grande variedade de mudanças complexas não diretamente observáveis. A
análise experimental da percepção permitiu, por meio de um conjunto de
experimentos criteriosamente controlados, que nós começássemos, finalmente, a
compreender um pouco melhor o funcionamento do nosso próprio corpo. Assim,
podemos avaliar em que circunstancias um estímulo poderá ser percebido e quando é
inútil esperar por uma resposta.

Sensibilidade cutânea

 Considerado o maior órgão do nosso corpo

 A pele é o limite externo de nosso corpo. Sobre ela incide todo tipo de energia.

 3 receptores estão presentes:

mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores.

 A sensação acontece de acordo com a intensidade do estímulo. (limiar).

Por que algumas áreas do nosso corpo são mais sensíveis e outras menos sensíveis?

 As diferenças de sensibilidade são devidas, principalmente, ao elevado número de


receptores nas regiões mais sensíveis e a um número igualmente privilegiado de
neurônios nas áreas corticais (áreas sensoriais primárias), para as quais convergem as
informações oriundas destas regiões.

Homúnculo Sensorial de Penfield

 A ilustração conhecida como Homúnculo Sensorial de Penfield, consiste no


mapeamento das regiões do córtex somato-sensorial, mostrando a localização e a
extensão das regiões corticais em que a informação proveniente da pele é processada.
As informações proveniente de pequenas superfícies de pele muito sensíveis como a
língua, dedo indicador e lábios, são processadas por extensas áreas do córtex. Por
outro lado, as informações sensoriais oriundas de grandes áreas cutâneas menos
sensíveis, como as costas, ombros e quadris, convergem para regiões
proporcionalmente menores do córtex somato-sensorial.

Sensibilidade cinestésica:

 É responsável pela percepção da posição e dos movimentos dos nossos membros no


espaço.

 Os receptores encontram-se nos músculos, tendões e articulações.

 Profissões que mais exigem esse sentido: intérpretes, esportistas e manequins.

Sentido vestibular

 Percepção e manutenção do equilíbrio do corpo como um todo.

Ex: percepção de estar em pé; caindo ou de cabeça para baixo.

Olfato

 Responsável por distinguir substâncias químicas, por meio dos quimiorreceptores.

Ex: gasolina, álcool, éter.

 Por que alguns objetos são inodoros? Porque não possuem quantidade de moléculas
suficiente para criar o impulso nervoso.

Gustação

 4 tipos de sabores: doce, salgado, azedo e amargo.

Audição
 Maneira como o som é conduzido até os nossos ouvidos:

 O som na água é mais rápido que no ar.

 Os animais são mais sensíveis aos sons que os


seres humanos

 Poluição sonora: perda da audição e distúrbios


circulatórios.

Visão

Distúrbios da visão:

1- Miopia- olho alongado que impossibilita a visão


de imagens que estão distantes.

2- Hipermetrofia- olho encurtado que impossibilita


a visão de imagens que estão próximas.

Todos nós temos capacidade de transduzir- o que


difere é a percepção.

Ex: Experiências passadas; preconceito; estado


emocional etc.
A visão das cores
Percepção de cor

 Modo pelo qual o sistema visual converte os componentes da energia radiante em


experiência cromática.

O papel da visão colorida

 As cores nos fornecem maiores informações sobre os objetos e situações.

Ex: T.V com imagem preta e branca e T.V. com imagem colorida.

 Cores trazem em si diferentes significados.

Ex; mudança de plumagem (fase do acasalamento em pássaros); mudança de cor da pele no


camaleão (sobrevivência).

OBS: Nem todos os animais possui desenvolvida a capacidade para visão de cores

A Natureza da Cor

 A percepção de cores nos seres humanos se limita a uma faixa de visibilidade entre
380 e 760 nm.

OBS: As cores básicas que estão nessa distância são: azul, verde e vermelho. Cores com menor
ou maior distância de onda, dependerão da combinação para serem percebidas.

 AS cores dos objetos são definidas pela capacidade de absorção das luzes que são
incididas.

 Ex: 1 limão parece amarelo, porque é capaz de absorver raios de luz de 580nm.

Relação entre as dimensões físicas e psicológicas das cores

 1º Comprimento da onda: produz efeito psicológico de tonalidade. Dependendo do


comprimento da onda que a cor será produzida.

 Ex: O céu azul: somatório das moléculas de gases, vapor d’água e poeira.

 2º Intensidade: se as ondas são emitidas de forma mais intensa e rápida o brilho é


notado com clareza.

 3º Pureza espectral: é uma luz de somente um único comprimento de onda


(monocromática), considerada saturada.

 Quando há redução da pureza espectral a luz perde sua tonalidade.

 OBS: Esse tipo de luz é restrito a condições laboratoriais.

Misturas cromáticas aditivas


 Se produz quando luzes de cariados comprimentos de onda se combinam no sistema
visual.

Ex: 650nm (vermelho) + 530nm (verde)= amarelo.

 Pares de luz de diferentes comprimentos de ondas que exercem sobre o sistema visual
os mesmos efeitos neurais de outra cor monocromática são nomeados como
Metômetro.

 Cores primárias são responsáveis por determinar os outros tipos de cores. Ex: verde,
azul, vermelho.

 Ex: parte da tela da T.V. amarela.

Mistura cromática subtrativa

 Refere-se as tintas e corantes.

 Quando uma luz é incidida sobre um desses dois objetos, os pigmentos reduzem
alguns comprimentos de ondas para manter sua cor natural.

Pós-imagens (princípio de mistura cromática)

 Persistência de uma estímulo visual, manter-se estável, mesmo após a cessação física.

 O efeito pós-imagem pode ser:

Positivo: quando a percepção da imagem se desloca, mas se mantém inalterada.

Negativo: quando a percepção da imagem se desloca e é alterada devido as novas ondas que
são absorvidas.

Cor Mnemônica

 A percepção de cor de um objeto é influenciada por sua familiaridade e por


associações cromáticas.

Ex: objeto na forma de uma banana, mas na cor cinza.

Constância de cor

 Tendência que um objeto tem de permanecer com sua cor constante devido a
mudanças de comprimento de onda na luz que o ilumina.

Percepção de brilho e luminosidade

 Depende de menor grau de aprendizagem em comparação a percepção de forma

Definição: capacidade de desenvolvimento para perceber a luz.

 Os objetos fornecem luz e se apresentam por meio de fontes luminosas:

1- Fontes emissoras: possuem luz própria. (Iluminância)


2- Fontes receptoras: capazes para refletir parte ou totalidade da luz incidida sobre ele.
(Luminância)

Percepção de brilho e luminosidade

Luminância a partir de 2 variáveis

1ª intensidade da luz incidente

2ª Proporção da luz refletida pelo objeto

 Albedo: medida que informa o índice de reflexão, pois a luz incidida é a mesma. A luz
varia, mas o Albedo não.

 Objeto branco= reflete 80% da luz

 Objeto preto= reflete 5% da luz

Paradoxo de Fechner

 Nem sempre quando aumentamos o campo visual para a recepção de luz a percepção
de brilho ou luminosidade aumenta.

Ex: Esmalte

 Figura: quantidade de luz refletida de cada objeto

 Fundo: luz refletida pelo ambiente

Aprendizagem sobre a percepção de luz

 Não é aprendido´; é inato.

 Ex: percepção de luminosidade em crianças e adultos é igual.

 Percepção de brilho= não depende da aprendizagem, mas do albedo (luz refletida + luz
incidente).

Ex: peixes criados no escuro


 Quando há aprendizagem a idade limite é 7 anos de idade.

Percepção de cor

 Após o nascimento: capacidade de perceber distância, profundidade, fisionomia e cor.

 Escura (visão escotópica): mais sensível ao verde


(receptores encontrados nos bastonetes)

 Claro (fotópica): mais sensível ao amarelo (receptores


encontrados nos cones).

Teoria Tricromática componente ou de Young-Helmholtz

 Não precisamos de um receptor para cada cor,


apenas 3 tipos de receptores para percebermos
as cores do espectro.

3 fotorreceptores especializados em luzes de ondas curta, intermediária e longa.

Substâncias encontradas nos cones

 Sensível ao azul: cianolábio

 Sensível ao verde: clorolábio

 Sensível ao vermelho eritrolábio

 Mínimo de onda azul: verde-azulado, pois está entre o mínimo e o intermediário.

 Abaixo disso não há transdução, portanto não há impulso nervoso.

Teoria oponente ou de Hering

 Propõe 3 mecanismos independentes. Cada um desses mecanismos se compõe de um


par de processos cromáticos ou de sistemas neurais oponentes:

 Amarelo-azul;
 Vermelho-verde e

 Preto-branco.

 Cada processo é capaz de fornecer dois tipos de respostas sensoriais que são
antagônicas uma a outra.

 Ou seja, um dado processo só pode dar uma resposta segundo uma das duas formas
possíveis. Dessa forma, só se pode experimentar o vermelho ou o verde, o amarelo ou
o azul, mas não o amarelo e o azul, ou tampouco o vermelho e o verde.

 Cegueira para cores: confunde verde com vermelho e azul com amarelo.

Daltonismo

Acredita-se ter uma deficiência na visão que dificulta a percepção


de uma ou mais cores.

 Experiências psicológicas e neurofisiológicas


comprovaram que o bebê é capaz de perceber cores
desde o nascimento.

 O que aprendemos é denominar cores de acordo com a nossa cultura.

 Existem cores que transmitem mais calor e podem ser percebidas pelo tato.

O Desenvolvimento da Percepção

INTRODUÇÃO
 Até aqui vimos algumas de nossas capacidades perceptivas básicas: a capacidade de
perceber brilho, cor, tamanho, distância, forma, tempo, movimento, eventos, pessoas
e suas emoções.

 Muitos teóricos se perguntam se estas capacidades são inatas ou aprendidas.

 A pesquisa na área da psicologia do desenvolvimento humano nos confronta com uma


série de problemas que dificulta a aquisição de novos conhecimentos.

 Os pesquisadores encontram se numa situação bastante peculiar: como saber se um


bebê percebe brilho, cor, tamanho, forma ou movimento de um objeto?

 Bebês são sujeitos experimentais que não podem nos falar a respeito de suas
percepções.

 O código de ética prevê algumas restrições óbvias e específicas no que se refere à


escolha do procedimento experimental.

 Um bebê, recém-nascido, permanece imóvel no local em que é colocado, não fala, e,


aparentemente, dorme muito.
 Diante deste quadro, muitas pessoas sentem-se tentadas a concluir que o bebê nada
percebe do que acontece ao seu redor.

 Apesar das restrições e das dificuldades no progresso de muitas pesquisas. Alguns


estudiosos, no entanto, superando de forma engenhosa os problemas éticos e
experimentais, forneceram informações preciosas a algumas perguntas milenares.

 ESTUDOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PERCEPTIVO DE BEBÊS

 O que você sente quando se debruça sobre o parapeito de uma janela do último andar
de um edifício muito alto, e olha lá para baixo?

 Ter medo, ou alguma das outras reações diante de precipícios, implica a percepção de
profundidade ou distância.

 Reações como estas desempenham, sem dúvida, um papel de destaque na


preservação da espécie humana.

 Você acha que todas as crianças têm este medo?

 Quando, na vida do ser humano, tem início esta forte reação na beira de precipícios?

 Quando começamos a perceber distância e profundidade?

 Seria uma capacidade perceptiva inata, decorrente da maturação, ou seria produto da


aprendizagem?

 Perguntas como estas levaram Eleanor Gibson, uma psicóloga americana, a procurar
um marceneiro e construir um aparelho hoje conhecido como o "precipício visual".

 Consiste basicamente em um caixote fechado de madeira, com tamanho aproximado


de uma mesa, externamente revestido de tecido ou papel xadrez. Esta caixa é
colocada sobre o chão, também forrado com o mesmo material xadrez.

 Sobre a superfície superior do caixote é colocado um vidro plano, transparente e


inquebrável, cujo tamanho é o dobro da superfície do caixote. Desta forma, metade da
placa de vidro fica suspensa no ar. Para não cair, é apoiada por um suporte, na
extremidade mais distante do caixote.

 Com o auxílio deste miniprecipício visual, a pesquisadora pôde estudar a reação de


bebês e filhotes de numerosas espécies de animais: tartarugas, pintinhos, ratos, gatos,
cães, cabritos e porcos.

 O bebê era colocado sobre uma tábua que ficava na beira do precipício visual e sua
mãe o chamava para seus braços, ficando ora do lado fundo do precipício, ora do lado
raso, perto do caixote, enquanto a psicóloga anotava todas as reações do bebê.

 Praticamente todos os bebês (de 6 a 14 meses) colocados no precipício visual


evitaram o lado fundo, coberto apenas pelo vidro transparente, engatinhando para os
braços da mãe somente pelo lado raso.
 Quando a mãe os chamava para o outro lado, convidando-os a atravessar a placa de
vidro suspensa, eles não saíam da tábua existente à beira do precipício onde haviam
sido colocados e, com frequência, choravam desesperadamente.

 Estes resultados mostram que os bebês percebiam profundidade (distância), sabiam


que se tratava de uma situação perigosa e sabiam que não deveriam aproximar-se.
Trata-se, portanto, de bebês muito "sabidos", cujas capacidades têm pouca
semelhança com a "folha de papel branco" proposta pelos primeiros empiristas.

 Na Escócia, vive mais um pesquisador chamado Theodore G. R. Bower.

 Observando cuidadosamente o comportamento de bebês, verificou que, apesar de


terem dificuldade de sustentar a cabeça, conseguem, no entanto, movê-la para os
lados com facilidade.

 Construiu uma cadeirinha confortável, com encosto para a parte posterior e lateral da
cabeça, semelhante aos atuais "bebês- conforto".

 Revestiu a cadeirinha toda com um acolchoado macio e instalou no encosto lateral da


cabeça, entre o acolchoado e a madeira, um micro-interruptor, semelhante à barra
usada nas "gaiolas de Skinner" empregadas para o condicionamento operante de
ratos.

 Assim, cada vez que o bebê virava a cabeça para um lado, o dispositivo era
pressionado. Esta resposta podia ser registrada e recompensada, isto é, condicionada.

 Como recompensa, Bower empregou um estímulo que se mostrou altamente


reforçador para os bebês estudados em seu laboratório: o súbito aparecimento da
mãe (ou do experimentador), exclamando alegremente "Ôi!".

 A resposta de mover a cabeça para um lado rapidamente aumentou de frequência.


Com isto, foi possível criar situações experimentais que permitiram estudar a
discriminação e generalização de diversos estímulos, para saber se bebês de apenas
dois meses de idade percebem ou não tamanho e distância.

 Ainda com o intuito de avaliar a percepção de tamanho, Bower mostrou a seus bebês
de 7 a 15 dias de idade um lápis e uma bola, tendo o cuidado de filmar a mãozinha que
se erguia para pegá-los.

 Projetadas na tela, as imagens eram paradas para medir-se a distância entre o


indicador e o polegar. Ele verificou que o espaço entre indicador e polegar era
sistematicamente menor nas situações em que o bebê estendia o bracinho para pegar
o lápis. Nas ocasiões em que tentava alcançar a bola, o intervalo entre os dois dedos
era bem maior, dando uma demonstração clara da sua capacidade de julgar
corretamente o tamanho dos objetos.

 As capacidades perceptivas também foram estudadas medindo-se batimento cardíaco


dos bebês.
 As batidas do coração aumentam de frequência com o medo e diminuem com a
atenção.

 Bower desejava verificar se os bebês, como os adultos, percebem objetos como coisas
concretas e permanentes. Para isto, registrou o batimento cardíaco enquanto o bebê
observava um objeto que estava sendo colocado atrás de um anteparo.

 Sem que o bebê pudesse observá-lo, o objeto era tirado de cena. Assim, quando o
anteparo era removido, o bebê não encontrava mais o objeto. Se bebês têm
expectativa de que objetos são coisas permanentes, deveriam manifestar surpresa
com o seu súbito desaparecimento. Caso contrário, não reagiriam.

 Neste estudo, os bebês mais jovens tinham apenas 20 dias de idade. Bower verificou
que todos os bebês por ele estudados manifestaram surpresa (desaceleração do ritmo
cardíaco) nas situações em que não reaparecia o objeto escondido atrás do anteparo.

 Neste experimento, a surpresa foi avaliada pela diminuição do ritmo cardíaco.

 Robert Fantz, um psicólogo americano, construiu em seu laboratório um aparelho


muito simples. Consistia, basicamente, num grande caixote, aberto apenas de um lado
e colocado no chão. Pela parede aberta do caixote, introduzia-se um bercinho sobre
rodas. Dentro dele era deitado o bebê, que ficava olhando para o teto do caixote onde
eram fixadas duas figuras. Entre as duas figuras, no teto, havia um pequeno orifício por
onde o experimentador podia observar o rosto do bebê e assim anotar quanto tempo
ele olhava para cada uma das figuras.

 Robert Fantz queria saber se bebês têm a capacidade de perceber formas diferentes e
se têm preferência por, algumas delas. Ele chegou a trabalhar com bebezinhos poucas
horas apos o seu nascimento.

 Os bebês de 10 horas a 6 meses de idade, estudados por este psicólogo mostraram


uma nítida preferência por figuras dotadas de formas complexas com círculos
concêntricos e xadrez. As menos preferidas são superfícies lisas e homogêneas.

 Um dos resultados mais interessantes, obtido por Fantz, resultou da comparação da


reação (sorrisos) de bebês diante de um padrão de rosto humano formado pelos
elementos boca, olhos, nariz, sobrancelhas e cabelo, e diante de um padrão formado
pelos mesmos elementos, porém dispostos de forma casual: a partir de uma idade
muito precoce (1 a 15 semanas), sorriam mais frequentemente diante do padrão do
rosto normal mostrando a capacidade de perceber formas, e a nítida preferência por
algumas delas.

 Outros pesquisadores mostraram, no entanto, que os bebês também sorriam com


elevada frequência diante de faces deformadas (máscaras), contanto que os estímulos
visuais fossem colocados em movimento. Estes resultados mostram que bebês de 2 a 6
meses de idade têm percepção de movimento.
 No que diz respeito à preferência por cores, uma pesquisadora verificou que bebês de
2 a 24 meses de idade passavam mais tempo olhando para o vermelho e o amarelo do
que para o azul e o verde. Isto é, preferem as cores denominadas quentes.

 Os estudos relatados dão uma boa idéia das capacidades perceptivas existentes no
princípio da vida de seres humanos criados em condições normais. Eles provam que,
muito antes do nosso primeiro aniversário, já somos capazes de perceber distância,
profundidade, tamanho, forma, movimento e cor das coisas que nos cercam, e que já
possuímos expectativas muito definidas a seu respeito.

 Se você ainda tem dúvidas a respeito das capacidades perceptivas visuais de um bebê
tente mostrar insistentemente a língua a um recém-nascido.

 Você poderá observar que, em algum momento, o bebê irá imitá-lo, mostrando sua
própria língua.

 Bower obteve este resultado com bebês de apenas um dia de idade, e ponderou a
respeito das capacidades perceptivas que a criança deve possuir para ter uma reação
tão elaborada: o bebê é capaz de prestar atenção ao rosto do adulto, ver a língua e
identificá-la com a sua própria língua; e possui coordenação motora suficiente para
imitar o outro.

 Não é formidável a bagagem perceptiva que o ser humano já traz consigo ao nascer?

Efeito Stroop
Definição

Em psicologia, o Efeito Stroop é uma demonstração de interferência no tempo de reação de


uma tarefa. Por exemplo, quando uma palavra como azul, verde, vermelho, etc, é impressa
numa cor que difere da cor expressa pelo significado semântico (exemplo: a palavra vermelho
impressa com tinta azul), ocorre um atraso no processamento da cor da palavra, causando
tempos de reação mais lentos e um aumento de erros. O efeito leva o nome do seu
descobridor, John Ridley Stroop, e foi originalmente difundido em um artigo publicado na
revista Journal of Experimental Psychology em 1935

 Stroop concluiu que mesmo quando tentamos ignorar o significado de cada estímulo,
o cérebro registra automaticamente os seus significados.

Metodologia

 Para avaliar este efeito, eram apresentadas ao sujeito listas de palavras impressas em
várias cores, sobre as quais se pretendia observar se os sujeitos tentariam fazer algo
mais do que apenas ler a palavra.

Conclusão
 Verificou-se então que a leitura é feita através de um processo automático, e por isso
houve mais interferência na leitura das listas em que o nome da cor ou uma palavra
semelhante estava escrito de cor diferente (por exemplo, VERMELHO,VERDADE).

Antecedentes

 Wilhelm Wundt investigou quanto tempo às pessoas demoravam para nomear objetos
e as características dos mesmos, assim como o tempo que demoravam a ler as
palavras correspondentes. Concluiu que ler as palavras demorava menos tempo do
que dizer o nome dos objetos ou as suas características.

 Embora tivessem sido feitos inúmeros estudos sobre esta matéria, só o artigo de
Stroop combinava as dimensões da palavra e do objeto/características, criando a
famosa situação de resposta e conflito

Objetivos

 São vários os objetivos do Teste de Stroop, pretende, entre outras coisas, avaliar o
processo de automatização de leitura, ou seja, verificar até que ponto é possível
nomear a cor da palavra sem, no entanto, a ler. De um modo geral, as palavras
exercem uma forte interferência entre as diferentes informações (o que está escrito e
a cor da palavra) que são simultaneamente processadas pelo cérebro, causam um
conflito. Existem duas teorias que tentam explicar o “Efeito Stroop”.

Teorias que tentam explicar o “Efeito Stroop”.

 1 – Teoria da Velocidade do Processamento - A interferência ocorre porque as


palavras são lidas mais rapidamente do que as cores são nomeadas.

 2 – Teoria da Atenção Seletiva - A interferência ocorre porque a nomeação de cores


requer mais atenção do que ler palavras.

 Descobriu-se mais tarde, que este teste poderia indicar a presença de


comprometimentos pré-frontais, sempre que o indivíduo apresentasse uma
dificuldade em inibir respostas previamente aprendidas, o chamado “Efeito Stroop”.

Exemplo de um Experimento utilizando o Efeito Stroop

 Participaram neste estudo, 96 sujeitos, todos estudantes da Universidade do Algarve,


em sua maioria jovens adultos. Nenhum dos participantes apresentava distúrbios na
percepção das cores.

Material

 Cronômetro

 Tabela de registro dos tempos de nomeação de cores das listas apresentadas

 Foram utilizadas cinco listas diferentes:


Lista 0-utilizada como preparação para as seguintes apresentava várias linhas de Xs,
cada uma delas escrita a vermelho, verde, azul, preto ou amarelo.

Lista 1-apresentava as palavras coincidentes com a cor a que estavam escritas (por
exemplo,VERDE,AZUL).

Lista 2-as palavras eram foneticamente semelhantes à cor a que estavam escritas (por
exemplo, VERME,VERDADE).

Lista 3–as palavras eram as mesmas que na lista anterior, mas escritas a cores díspares
foneticamente (por exemplo,VERME,VERDADE).

Lista 4 – as palavras apresentadas designavam cores que não lhe eram


correspondentes (por exemplo, VERMELHO, AMARELO).

Procedimento

 Foi apresentada a cada um dos sujeitos uma 1ª lista como controle. A lista 0, consistia
numa série de “XXX” impressos em várias cores (amarelo, azul, vermelho e verde). Foi
pedido aos sujeitos que nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso
cometessem algum erro deveriam corrigi-lo e continuar sem interrupções.

 Em seguida foi apresentada uma segunda lista, lista 1, na qual as palavras (nomes de
cores) estavam escritas na cor correspondente(por exemplo,VERMELHO), pedindo-se
novamente aos sujeitos que nomeassem as cores rapidamente e sem interrupções.

 Na terceira lista, lista 2, as palavras apresentadas designavam cores que não lhe eram
correspondentes (por exemplo, VERDE). Foi pedido aos sujeitos que nomeassem as
cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro deveriam corrigi-lo
e continuar, sem interrupções.

 Na quarta lista, lista 3, estavam escritas palavras semelhantes à cor em que estavam
impressas (por exemplo:VERME). Mais uma vez foi pedido aos sujeitos que
nomeassem as cores o mais rapidamente possível e caso cometessem algum erro
deveriam corrigi-lo e continuar, sem interrupções.

 Finalmente a última lista apresentada, lista 4, em que as palavras eram as mesmas da


lista anterior, estas estavam impressas com cores díspares foneticamente (por
exemplo: AMANHÃ). Também para esta lista foi pedido aos sujeitos que nomeassem
as cores rapidamente e sem interrupções.

 A lista 0 foi sempre apresentada em 1º lugar, sendo as restantes apresentadas


aleatoriamente.

Resultados

 Foi contabilizado o tempo médio de leitura em cada uma das listas. Observou-se que
os sujeitos demoraram em média 11,63 segundos a nomear as cores na Lista 0, esta
lista é constituída por “XXX” coloridos. Na Lista 1, constituída por nomes de cores
impressos nas respectivas cores, verificou-se que os sujeitos, demoraram menos
tempo do que na Lista 0 (10,39 segundos).

 Constatou-se que foi na Lista 2, formada por nomes de cores escritos em cores
diferente, que os sujeitos apresentaram mais dificuldades na nomeação de cores,
demorando 19,12 segundos. Na Lista 3, que consistia numa lista de palavras
semelhantes ao nome das cores a que estavam escritas, o tempo de resposta foi de
12,85 segundos. Por fim, na Lista 4, que consistia numa lista de palavras semelhantes a
nomes de cores, impressas de cores diferentes, foi de 14,42 segundos.

 Verificou-se assim que a Lista 2, foi aquela em que os sujeitos demoraram mais tempo
a nomear as cores, enquanto que na Lista 1 os sujeitos demoraram menos tempo.
Entre as listas 3 e 4, não foi verificada grande discrepância entre os resultados

 No decorrer da experiência, constatou-se que na lista de controle, a lista 0 (formada


por séries de “XXX” coloridos), os sujeitos não apresentavam dificuldade em nomear
as cores, visto que este é um processo automático e involuntário que não requer
atenção, sendo por isso rápida a nomeação. Isto pode ser explicado pelo fato de desde
muito cedo os indivíduos estarem familiarizados com as cores e porque “XXX” não tem
qualquer significado, a nomeação das cores vai ser automática.

 Quanto à lista 1, a lista congruente (VERMELHO, AZUL), verificou-se que foi onde os
sujeitos da experiência nomearam mais rapidamente as cores. Isto é justificado pelo
fato de que apesar de estarem expostos a duas tarefas diferentes (nomeação de cores
e leitura), a leitura funciona como uma vantagem na medida em que é um processo
adquirido através do treino e de muita importância no nosso dia-a-dia. Assim, como as
palavras estão de acordo com as cores, os sujeitos não apresentam qualquer
dificuldade na nomeação das cores.

 A lista 2, constituída por nomes de cores impressos em cores diferentes, foi aquela em
que os indivíduos da experiência demoraram mais tempo a fazer a nomeação. Foi um
processo mais lento, porque a leitura automática interfere com a nomeação das cores,
que é um processo controlado, consciente e voluntário, que requer atenção focada.

Relativamente à terceira lista, composta por palavras semelhantes ao nome da cor a


que estão impressas, o tempo de nomeação das cores não foi muito elevado, visto
que, como já foi referido, a leitura é um processo automático e a nomeação das cores
era facilitada pela semelhança entre o nome das cores e as palavras apresentadas na
lista

 Por fim, a quarta lista, formada pelas mesmas palavras que a terceira, mas com as
cores invertidas, tem uma média de nomeação das cores um pouco mais elevada,
devido à ausência de semelhança fonética que se verificava na lista anterior e que,
portanto dificultou a nomeação de cores nesta lista.

 Em relação à lista três, comparada com a lista de controlo, verifica-se que a nomeação
das cores foi um pouco mais demorada que na lista 0, pois o fato das palavras
apresentadas começarem da mesma forma que o nome das cores a que estão
impressas, ajuda à sua nomeação.

 Em relação à lista três, comparada com a lista de controlo, verifica-se que a nomeação
das cores foi um pouco mais demorada que na lista 0, pois o fato das palavras
apresentadas começarem da mesma forma que o nome das cores a que estão
impressas, ajuda à sua nomeação.

 Através desta experiência, podemos constatar que as expectativas iniciais se


confirmaram: foi assim provado que a leitura é um processo automático enquanto que
a nomeação das características dos estímulos, neste caso, a cor, é um processo
controlado.

Funções e Fenômenos Visuais Fundamentais


O Olho Humano

Estrutura do olho

 Córnea: lente externa transparente, responsável pelo foco.

 Iris: músculo colorido que se adapta à quantidade de luz

 Pupila: orifício interno à Iris por onde entra a luz

 Cristalino: lente interna que realiza a acomodação. Responsável pela visão de perto.
 Retina: parede interna ao olho composta de fotorreceptores

 Nervo óptico: células nervosas que transmitem a informação visual

 Ponto cego: ponto no retina que não tem receptores e não forma imagem no campo
visual periférico externo de cada olho.

Tipos de Fotorreceptores

 Cones: fotorreceptores específicos para visão colorida. A visão levada a cabo com os
cones denomina-se visão fotópica (da raiz grega phot, que significa "luz", e optos, que
significa "ver").

 Bastonetes:fotorreceptores específicos para visão na penumbra. A visão realizada


com os bastonetes chama-se visão escotópica (do grego skotos, que significa
"escuridão").

 Na retina de muitas espécies, os bastonetes e os cones apresentam tendências


adaptativas. Nos animais noturnos, a retina consiste principalmente em bastonetes,
mais apropriados à visão noturna. Por isso, a retina do animal noturno típico
desenvolve uma alta sensibilidade à luz, em vez de acuidade. Por outro lado, nos
animais diurnos a retina ou é totalmente dominada pelos cones (p.ex.: a maioria das
espécies de aves), permitindo assim alto grau de acuidade, ou possui bastonetes e
cones (p. ex., os primatas), o que habilita tanto a sensibilidade quanto a acuidade.

ADAPTAÇÃO AO ESCURO

 Os bastonetes e os cones diferem fundamentalmente na resposta às condições gerais


de iluminação.

 Em outras palavras, nossa sensibilidade aumenta gradativamente O processo de


ajustamento a um ambiente fracamente iluminado chama-se adaptação ao escuro.

Assim como a exposição à escuridão aumenta a sensibilidade da retina, a exposição à


luz decresce em um processo chamado adaptação à luz. A princípio, a exposição à luz
pelo olho adaptado à escuridão resulta em uma elevação rápida do limiar (isto é,
perda de sensibilidade) que continua por pouco tempo, em ritmo cada vez mais lento.
Então ele leva alguns minutos para se estabilizar. Ocasionalmente, os efeitos
comportamentais da adaptação à luz podem ser fortes. Quando a retina, adaptada à
escuridão, se confronta de súbito com uma luz intensa, como quando deparamos com
a luz brilhante do dia ao sair de um auditório escuro, a sensação imediata pode ser
bem desagradável.

Propriedades da Visão Fotópica


(Cones) e Escotópica
(Bastonetes) dos Seres Humanos
 
Base Fotoquímica da Adaptação ao Escuro

 A adaptação ao escuro envolve uma alteração química complexa dentro dos


bastonetes. Os bastonetes da maioria dos vertebrados contêm um fotopigmento
chamado rodopsina, que absorve a luz; a estimulação desse pigmento marca a
primeira fase da resposta à energia luminosa.

Base Fotoquímica da Adaptação ao Escuro

 A adaptação ao escuro envolve uma alteração química complexa dentro dos


bastonetes. Os bastonetes da maioria dos vertebrados contêm um fotopigmento
chamado rodopsina, que absorve a luz; a estimulação desse pigmento marca a
primeira fase da resposta à energia luminosa.

 A rodopsina (do grego rhodon, "rosa", e opsis, "visão") é uma substância química
instável que se altera imediatamente com a energia luminosa; exposta à luz,
decompõe- se ou fica descorada. (A cor aparente do pigmento passa por fases de
alteração do vermelho ao incolor; tecnicamente, a alteração molecular na rodopsina
sob a exposição à luz denomina-se isomerização.) Por outro lado, a rodopsina se
regenera na escuridão.

 A regeneração da rodopsina é o processo fotoquímico básico, fundamento da


adaptação ao escuro pelos bastonetes. A rodopsina sofre o descoramento pela ação
da luz para formar o retinal, pigmento amarelo encontrado em todos os
fotorreceptores, e a opsina, uma proteína incolor. Prosseguindo o descoramento, o
retinal se converte em uma forma de vitamina A (também chamada retinol). Na parte
regenerativa do ciclo, quando o olho é mantido no escuro, a vitamina A se une à
opsina para reconstituir a rodopsina. Desse modo, estabelece-se o equilíbrio entre a
decomposição da rodopsina pela luz e sua regeneração ou síntese subsequente no
escuro, a partir de seus elementos constituintes.

Cegueira Noturna

 Como a vitamina A é parte indispensável da restauração da rodopsina, uma deficiência


séria dessa vitamina alteraria de maneira acentuada a adaptação ao escuro. Uma
carência crítica de vitamina A na dieta poderia produzir uma dificuldade patológica
para se enxergar à noite ou com iluminação fraca, chamada cegueira noturna (ou
nictalopia). Há evidências de que a deficiência continuada causa um dano retiniano
extenso ocasionando inclusive a possibilidade da cegueira definitiva.

Base Neural da Adaptação ao Escuro

 A sensibilidade visual pode variar um pouco sem que haja grandes alterações
correspondentes na concentração da rodopsina.

 Provavelmente a adaptação é mediada tanto por processos fotoquímicos quanto por


processos neurais.
 Dentro do contexto da adaptação ao escuro há várias diferenças funcionais
importantes entre bastonetes e cones. Os cones se adaptam mais rapidamente à
escuridão do que os bastonetes, mas são, basicamente, muito menos sensíveis.
Embora relativamente lentos para se adaptar, os bastonetes possibilitam muito mais
sensibilidade em condições de luz reduzida do que os cones. Existe urna importante
diferença funcional extra entre bastonetes e cones. Essa diferença está ligada não
somente às condições gerais de iluminação e adaptação, mas também ao
comprimento de onda da iluminação.

Sensibilidade Espectral e Desvio de Purkinje

 Os diferentes comprimentos de onda diferem acentuadamente no efeito exercido


sobre os fotorreceptores do olho.

 Essa diferença na sensibilidade de bastonetes e cones para comprimentos diferentes


de onda de luz significa que, quando a visão muda de fotópica para escotópica durante
a adaptação ao escuro, ela se torna mais sensível às ondas mais curtas de luz. Em
termos perceptuais, certos comprimentos de ondas luminosas parecerão mais
brilhantes do que outros, dependendo de que se use a visão fotópica ou a escotópica.

 Somente quando os níveis de luz são suficientes para ativar a visão fotópica (e os
cones) é que ocorre realmente a percepção de cores ou matizes. Quando a
estimulação visual atinge apenas os níveis escotópicos, estimulando apenas os
bastonetes, as luzes fracas são visíveis, porém incolores. Ou seja, todos os
comprimentos de onda são vistos como uma série de tons de cinza.

 Somente quando os níveis de luz são suficientes para ativar a visão fotópica (e os
cones) é que ocorre realmente a percepção de cores ou matizes. Quando a
estimulação visual atinge apenas os níveis escotópicos, estimulando apenas os
bastonetes, as luzes fracas são visíveis, porém incolores. Ou seja, todos os
comprimentos de onda são vistos como uma série de tons de cinza. O intervalo incolor
na energia radiante para um dado comprimento de onda - o intervalo entre ver apenas
uma luz e ver uma cor - é dado como a distância vertical entre as curvas de limiar
escotópico e fotópico. Isso é chamado intervalo fotocromático. Esse intervalo incolor é
maior na extremidade das ondas curtas e menor na extremidade de ondas longas do
espectro, onde tanto os bastonetes como os cones são relativamente insensíveis.

 As luzes fracas, cujos comprimentos de onda são de 650 nm (nano – nanometro) ou


mais, tiverem intensidade suficiente para serem vistas, também serão vistas como
coloridas (ou seja, como vermelhas). Em outras palavras, a intensidade do limiar de
uma luz próxima de 650 nm, que mal consegue estimular os bastonetes, também tem
intensidade suficiente para estimular os cones (os quais medeiam experiência da cor).
Por causa da insensibilidade dos bastonetes às ondas longas da luz, a estimulação com
luz além de cerca de 650 nm provavelmente não excita os bastonetes.

O Efeito de Purkinje
 Johannes (Jan) Evangelista von Purkinje, fisiologista tcheco descreveu o efeito em
1825.

 Purkinje observou que as placas de sinalização pintadas de azul e vermelho pareciam


ter um brilho pouco diferente em horas diferentes do dia. Embora ambas as cores
parecessem ter o mesmo brilho durante o dia, no alvorecer o azul parecia mais
brilhante do que o vermelho.

 O que estava ocorrendo era uma alteração no brilho ele certos comprimentos de onda
por causa da mudança ela visão fotópica para a escotópica.

 Em condições de iluminação reduzida, usando-se a visão escotópica de bastonetes, o


sistema visual é mais sensível às ondas curtas da luz do que às ondas longas; como
resultado, com iluminação reduzida, a luz composta de ondas curtas parece mais
brilhante do que a luz das ondas longas.

 Assim, quando dependem da visão fotópica durante a aproximação do crepúsculo as


ondas longas "vermelhas" de início parecem relativamente brilhantes se comparadas
às ondas curtas "verdes", mas à medida que o crepúsculo avança e aumenta a ação da
visão escotópica às cores originalmente avermelhadas surgem como um cinza mais
escuro do que as cores anteriormente verdes. No crepúsculo profundo, as cores
avermelhadas realmente parecem negras. Como a visão escotópica é incolor e todas
as "cores" surgem apenas como tons diferentes de cinza; quando a iluminação é
reduzida os verdes à luz do dia mudam para cinza à luz da lua e os vermelhos mudam
para negros à luz da lua.

Localização Retiniana e Comprimento de Onda

 O limiar absoluto depende da classe específica de fotorreceptores estimulados. A visão


fotópica, mediada pela fóvea, onde há concentração de cones, tem um limiar muito
mais elevado (ou seja, menos sensível) do que a visão escotópica da periferia
retiniana, que contêm bastonetes.

 De modo geral, o olho é mais sensível quando a luz disponível atinge a área retiniana
onde a densidade dos bastonetes é máxima. Tanto para a visão escotópica como para
a fotópica o limiar absoluto não é afetado de modo igual pela energia radiante de
todas as regiões do espectro. O limiar absoluto varia com o comprimento das ondas de
luz. Para a visão escotópica, a luz por volta de 500 nm é o valor mais baixo de limiar
absoluto, enquanto a visão fotópica atinge o limiar absoluto mais baixo para a luz em
cerca de 550nm.

 Ondas eletromagnéticas podem ser interpretadas com relação ao comprimento e a


amplitude.

 Com relação a frequência; as ondas eletromagnéticas que são transformadas pelo olho
humano vão de 450 a 750 nanômetros. Elas são interpretadas em cores e
correspondem em ordem crescente ao violeta, azul, anil, verde, amarelo, laranja e
vermelho.
Acuidade Visual

A acuidade visual se refere à capacidade de resolver detalhes finos e distinguir umas


das outras as diferentes partes do campo visual. Existem cinco tipos principais de
acuidade, cada uma envolvendo uma tarefa visual diferente: detecção, verniê ou
localização, resolução, reconhecimento e acuidade dinâmica.

A acuidade de detecção

 refere-se à detecção de um estímulo- alvo no campo visual. Muitas vezes, um objeto


pequeno de tamanho especificado deve ser detectado em um fundo negro.

A acuidade de verniê, ou de localização

 é a capacidade de detectar se duas linhas, colocadas ponta com ponta, são contínuas
ou se uma delas se acha deslocada com relação à outra. A extensão do deslocamento
pode ser variada, sendo o nível de acuidade estabelecido pelo nível em que o
observador não consegue perceber o desalinhamento das duas linhas. Sempre que
precisarmos alinhar ou combinar dois pontos ou linhas, como colocar uma chave numa
fechadura ou alinhar um controle giratório de uma escala em um equipamento de
precisão estaremos usando a acuidade de localização, ou de verniê.

A acuidade de resolução

 é a capacidade de perceber uma separação entre elementos discretos de um padrão.


Assim, pode-se determinar se em um padrão de grade as linhas podem ser vistas como
distintas e posicionadas em certa orientação (p. ex., vertical e horizontal). À medida
que as linhas se vão afinando e aproximando, as linhas discretas ou a orientação do
padrão de grade parecem ir desaparecendo aos poucos.

A acuidade de reconhecimento

 é, talvez, a forma mais familiar de acuidade. Normalmente ela requer que o


observador dê o nome dos estímulos-alvo. As letras de exame no oftalmologista, por
exemplo, são usadas para medir a acuidade de reconhecimento.

A acuidade dinâmica

 é a detecção e a localização de estímulos em um alvo móvel. Diferentemente dos tipos


estáticos de acuidade apresentados antes, a acuidade dinâmica não se presta a um
valor único; ela varia com a velocidade do alvo, diminuindo quando a velocidade do
alvo aumenta. É decisiva em muitas atividades familiares rotineiras, como dirigir um
veículo por exemplo.
Figura e Fundo
Gestaltismo e a Organização Perceptiva

O Conceito de Figura e Fundo

 Para se ver o mundo de uma


forma organizada, em que os objetos e as superfícies estão fisicamente separados, é
fundamental que a cena apreciada contenha algumas partes que se destaquem das
demais.

 Como já foi apontado em 1915 pelo psicólogo dinamarquês Edgar Rubin, a parte que
se apresenta como possuindo uma forma distinta e nitidamente definida é conhecida
como figura, e o restante se chama fundo.

 Sendo assim, figura é uma forma definida por um contorno que se destaca em um
campo perceptivo.

 Nosso sistema visual aperfeiçoou-se de modo a perceber objetos tridimensionais


dispostos em cenas reais - ou seja, de modo a fazer tanto com que um objeto se
destaque de outro objeto quanto do fundo comum aos dois, evitando assim a
possibilidade de que tanto os objetos quanto os fundos fossem todos vistos numa
mesma superfície bidimensional, como numa fotografia ou num desenho.

O que determina qual parte será vista como figura e qual parte será vista como
fundo?

 O princípio fundamental envolvido na organização de figura-fundo é o seguinte: "Se,


entre dois campos homogêneos e de cores diferentes, um for maior do que o outro e o
envolver, há uma grande probabilidade de que o campo menor e circundado seja
considerado como sendo a figura" (Rubin, 1915/1958, p. 202)

 No entanto, qualquer parte bem assinalada do campo visual pode ser vista como
figura, deixando o restante como fundo.

Figuras Ambíguas ou Reversíveis


 Figuras ambíguas são configurações onde a figura e o fundo são reversíveis por meio
da mudança de atenção.

 Se você muda o foco da atenção, muda também a região vista como figura.

 Devemos nos dar conta,


no entanto, que normalmente não temos problema algum em distinguir uma figura do
seu fundo. As cenas ambíguas raramente ocorrem no mundo real - e certamente não
na natureza.

Propriedades do Campo Perceptivo

 As principais diferenças perceptuais


entre figura e fundo são:

1) A figura possui a qualidade de uma "coisa" que possui um contorno delimitando sua
forma. Por outro lado, o fundo tem a qualidade de uma "substância", aparecendo
relativamente sem forma.

2) A figura parece estar mais perto do observador e se situar na frente


do fundo, ao passo que este parece ter uma localização menos
precisa, estendendo-se continuamente por detrás ela figura.

3) Comparada com o fundo, a figura parece causar maior impressão, exercer maior
dominância e ser mais lembrada. Além disso, a figura sugere mais associações de
formas significativas do
que o fundo.

A Abordagem da Gestalt

 Wertheimer pôde provar experimentalmente que diferentes formas de organização


perceptiva são percebidas de forma organizada e com significado distinto por cada
pessoa. O todo é maior do que a soma das partes que o constituem. Por exemplo: uma
cadeira é mais do que quatro pernas, um assento e um encosto. Uma cadeira é tudo
isso, mas é mais que isso: está presente na nossa mente como um símbolo de algo
distinto de seus elementos particulares.

 Max Wertheimer (1880-1943) publicou o primeiro trabalho considerado iniciador dos


estudos da Gestalt em 1912, num estudo sobre a percepção visual, com seus colegas
Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940).

 Os três são considerados iniciadores do movimento da Gestalt. Estes consideram os


fenômenos psicológicos como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na sua
configuração, organização e lei interna, que independem da percepção individual e
que formulam leis próprias da percepção humana.

 O sentido da palavra Gestalt adotada por Kohler, e pelos outros representantes da


Escola de Berlim, expressa o caráter da organização.
Na língua alemã, a palavra Gestalt possui dois significados: “além do sentido de forma
ou feitio como atributo de coisas, tem a significação de uma unidade concreta...”
(Kohler, 1980:104).

A Psicologia da Gestalt versus Estruturalismo

 Estruturalismo: abordagem psicológica que pretendia decompor a percepção em


sensações elementares através da introspecção (auto-observação).

 O estruturalismo define a psicologia como ciência da consciência ou da mente,


definição herdada de Wundt. Mostra-nos que a mente seria a soma dos processos
mentais. 

 Edward Titchener afirmava que cada totalidade psicológica compõe-se de elementos.


O objetivo da psicologia seria a tarefa de descobrir quais são os elementos mentais, o
conteúdo e a maneira pela qual se estrutura.

 Três parâmetros estão em relação ao objeto: "o que é?" - através da análise se chega
aos componentes da vida mental; "o como?" - a síntese mostra como os elementos
estão associados e estruturados e que leis determinam essas associações; e "o por
quê?" - investiga a causa dos fenômenos. Titchener afirma que, embora o sistema
nervoso não seja a causa da mente, pode ser usado para explicá-la.

 Titchener considera que os elementos ou as unidades que compõem o conteúdo da


mente são as sensações, as imagens, as afeições e os sentimentos. Usa-se a
introspecção

para chegar a eles, através de uma observação treinada e preparada para


garantir os dois pontos essenciais de toda a observação: a atenção e o registro do
fenômeno.

 Psicologia da Gestalt:acreditava que a percepção não pode ser compreendida pela sua
decomposição em componentes ele elementares.

 Princípio da Gestalt: “o todo é diferente da soma de suas partes”

Os Princípios de Agrupamento da Gestalt

 Propriedades das figuras que nos permitem perceber as formas.

 A Teoria da Gestalt, em suas análises estruturais, descobriu certas leis que regem a
percepção humana das formas, facilitando a compreensão das imagens e idéias. Essas
leis são nada menos que conclusões sobre o comportamento natural do cérebro,
quando age no processo de percepção. Os elementos constitutivos são agrupados de
acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade e
outras.

Proximidade

 De acordo com este princípio, os


elementos podem se agrupar conforme a proximidade que se percebe entre
eles. Elementos que parecem estar próximos uns dos outros tendem a ser agrupados
juntos. Essa proximidade que se percebe e que cria os efeitos de agrupamento pode
ser espacial ou temporal.

Similaridade

 Se os elementos se igualam em termos de proximidade, os que fisicamente se


assemelham tendem a ser agrupa-
dos juntos. Agrupamentos com base na similaridade (e na proximidade) também se
aplicam à modalidade auditiva. As notas musicais que se assemelham entre si em
freqüência (altura) e que se sucedem logo uma após a outra se agrupam
percentualmente para formar uma melodia.

Conectividade Uniforme

 O agrupamento com base na


conectividade uniforme refere-se à percepção de uma única
unidade quando os componentes dessa unidade parecem estar
fisicamente conectados.

A conectividade uniforme responde pela observação familiar de que, normal-


mente, os objetos que nos aparecem fisicamente conectados são
percebidos como se formassem uma unidade perceptual

Boa Continuidade

 Os elementos que parecem seguir


numa mesma direção, como os que acompanham uma reta ou uma
curva, facilmente são percebidos como formando um grupo.

Destino Comum

 Segundo o princípio do destino comum, agrupam-se perceptualmente os elementos


que se movem na mesma direção. Tal agrupamento se dá com base na similaridade,
porém aplicada a elementos móveis.

 Dessa forma, se um certo número de elementos é visto em movimento, aqueles que


parecem se mover paralelamente tendem a ser agrupados juntos, de modo a
formar um padrão coerente. Por exemplo, um grupo de pessoas
correndo ou um bando de pássaros, quando vistos indo na mesma
direção, se apresentam aos nossos olhos como se fossem unidades.
Similarmente, a familiar "onda" criada pelos movimentos de braços
dos torcedores nos estádios ilustra o princípio do destino comum.

Simetria

 De acordo com a simetria, as figuras mais naturais, equilibradas e simétricas são


preferencialmente agrupadas em comparação com as assimétricas.
Fechamento

 No fechamento, o agrupamento ocorre de forma a favorecer a percepção das figuras


que se apresentam mais encerradas ou completas. Dentro de certos limites, figuras
fisicamente incompletas tendem a ser percebidas como um todo. Isso se verifica
particularmente em situações em que os estímulos são apresentados por um tempo
curto.

MOVIMENTOS OCULARES
 Os olhos se movem de um lado para outro quase sem esforço pela ação dos músculos
oculo-motores.

 Os movimentos oculares são biologicamente adaptados à orientação e à busca de


alvos situados em direções diferentes e a distâncias diferentes.

 Os olhos são capazes de mirar um alvo, bem como de se moverem continuamente, de


modo que as imagens dos estímulos móveis continuem a incidir diretamente na
pequena região central de visão mais clara e aguda - a fóvea.

Já foram identificados muitos tipos diferentes de movimentos oculares

SACADA

 É a forma mais comum dos movimento oculares.

 O termo sacada (do verbo francês saccader, que, significa "mover subitamente" ou
“mover rapidamente, sacudir"), um salto rápido e abruto feito pelos olhos quando
passam de um ponto de fixação para outro.

 As sacadas são movimentos do tipo balística, no que e refere ao fato de serem guiadas
e terem destino predeterminado. Ou seja, a direção e a distância de seus movimentos
são planejadas pelo sistema nervoso antes de serem executadas.

 Como a visão se reduz durante os movimentos oculares esses movimentos são


extremamente rápidos.

 Normalmente ocorrem de um a três movimentos sacádicos por segundo, mas tão


rápidos que ocupam apenas cerca de 10% do tempo total da visão.

Os movimentos sacádicos são geralmente voluntários, pois podem ser feitos com
olhos fechados ou em completa escuridão, podendo ser direcionados ou suprimidos.

 Também apresentam uma natureza de reflexo.

 Um estímulo que apareça subitamente ou que se mexa visto com o canto dos olhos,
pode resultar em um movimento sacádico involuntário que dirige o olhar diretamente
para o estímulo. Isso tem um significado adaptativo "pois no mundo primitivo um
movimento ligeiro visto de relance com o canto dos olhos ... poderia ser o primeiro
aviso de um ataque"

 Os movimentos sacádicos oculares são usados principalmente para sondar e explorar o


campo visual e colocar na fóvea as imagens de detalhes visuais selecionados, onde a,
acuidade visual é máxima.

 Assim, esses movimentos são especialmente funcionais em tarefas como leitura e


exame de cenas estacionárias.

Lendo sem espaços Intervocabulares

 Leia o parágrafo excepcionalmente compacto a seguir

 Ao fazê-lo, ele parecerá difícil, exigindo uma fixação quase letra por
letra. À medida que prosseguir na leitura (garantindo que o texto
seja observado com boa iluminação e esteja bem visível) ele se tornará
surpreendentemente fácil.

Osmovimentosdeperseguiçãosãoquasecompletamente

automáticosegeralmenteexigemumestimulofisicamente

móvel.Emcontrastecomosmovimentossacádicos,

osmovimentosdeperseguiçãosãoexecutados

deformacontínuaecomparatlvamentelenta. Demodogeral,

elessãousadosparaacompanharumobjetomóvelemum

ambienteestacionário. Comisso,o

estímuloadequadoéavelocidadedoalvo,enão

asualocalização. Nessecaso,avelocidadedomovimentode

perseguiçãodosolhoscorrespondeàvelocidadedoestímulo

móvel.lssoserveparadecertaformalançar

epreservarnaretinaumaimagemestacionáriadoalvo.Movimentar

osolhosemconcordânciacomomovimentodeumestímulopode

tambémmelhorarapercepçãodaformadoestímulo.Vocêvailogo

relerestematerialporqueeleestárepetidonapróximaseção,mas

semespaçosentreaspalavras.
 Os achados discutidos nessa demonstração não negam que a
visão periférica exerça um papel na eficiência da leitura, nem indicam que os espaços
entre as palavras sejam insignificantes para facilitar o reconhecimento de palavras em
uma tarefa típica de leitura.

 O que sugerem, no entanto, é que as palavras, e não os espaços intervocabulares, são


as unidades perceptuais que guiam a linha de visão através do texto.

 Assim, os espaços intervocabulares podem desempenhar um papel perceptual


secundário ao facilitarem a visibilidade e o reconhecimento das palavras.

 Epelboim et al. (1994) observam que os espaços intervocabulares foram introduzidos


no final do século VIII para tornar a leitura possível em condições de iluminação
deficiente e para compensar a presbiopia (ou seja, a redução, com a idade, da
acomodação necessária para se ver de perto). Isso sublinha a idéia de que a função
principal dos espaços intervocabulares é aumentar a visibilidade, e não de conduzir os
movimentos sacádicos.

MOVIMENTO DE PERSEGUIÇÃO

 São quase completamente automáticos e geralmente exigem um estímulo fisicamente


móvel.

 Em contraste com os movimentos sacádicos, os movimentos de perseguição são


executados de forma suave e comparativamente lenta.

 De modo geral, são usados para acompanhar um objeto móvel em


um ambiente estacionário.

 O estímulo apropriado é a velocidade do alvo, e não sua localização. Nesse caso, a


velocidade do movimento de perseguição dos olhos corresponde à velocidade do
estímulo móvel. Isso serve para, de certa forma, dispor e preservar na retina uma
imagem estacionária do alvo.

 Movimentar os olhos em concordância com o movimento de um estímulo pode


também melhorar a percepção da forma do estímulo.

 Isso acontece porque é mais fácil para o sistema visual perceber na retina a forma de
uma imagem se ela estiver estável do que se ela estiver em movimento.

 Os movimentos sacádicos e de perseguição são apenas duas partes de um mecanismo


geral de planejamento que envolve
movimentos controlados da cabeça e de certos músculos corporais no direcionamento
dos olhos para um alvo (Mack et ai., 1985).

 Além disso, são iniciados movimentos oculares especializados (movimentos vestíbulo-


oculares) para estabilizar a posição dos olhos quando houver qualquer movimento da
cabeça ou do corpo no espaço. Nesse caso, os movimentos oculares compensam o
movimento corporal.
MOVIMENTOS VESTÍBULO-OCULARES

 A movimentação de um lado para o outro no espaço é uma atividade


comum, porém apesar da mudança que resulta na posição da cabeça e do corpo
estamos sempre percebendo um ambiente estável.

 A razão disso é que toda vez que a cabeça ou o corpo se movimentam no espaço,
inicia-se um padrão de movimentos vestibulo-oculares reflexos (também chamado
reflexo vestibulo-ocular, ou VOR, em inglês) para estabilizar a posição dos olhos com
relação ao ambiente. (Os movimentos oculares são dirigidos pelos estímulos
provenientes do sistema vestibular do ouvido interno, sistema sensorial envolvido com
o movimento corporal.)

MOVIMENTOS DE VERGÊNCIA

 Os tipos de movimentos oculares de evolução mais recente.

 São os que envolvem movimentos coordenados de ambos os olhos. Os movimentos de


vergência movem os olhos em direções opostas no plano horizontal, um em direção ao
outro ou em sentido oposto, de modo que ambos focalizem o mesmo alvo.

MOVIMENTOS OCULARES MINIATURA

 Podem ser identificados e medidos enquanto se mantém a fixação.

 Quando uma pessoa mantém uma fixação deliberada em um alvo pode-se observar,
um padrão de movimentos oculares extremamente pequenos, involuntários, como um
tremor. Embora os olhos estejam em movimento contínuo durante a fixação, não se
afastam muito da posição focal média.

Se os movimentos oculares miniatura fossem inteiramente eliminados a imagem na


retina se enfraqueceria,desaparecendo

MOVIMENTOS OCULARES MISTOS

 A maioria das atividades naturais que envolvem a interação visual com o


ambiente emprega uma combinação de diversos movimentos oculares - uma categoria
denominada por Hallett (1986) como movimentos oculares mistos.

 Por exemplo, acompanhar um objeto movente em profundidade envolve movimentos


sacádicos, movimentos suaves de- perseguição e movimentos de vergência.

DESENVOLVIMENTO DE MOVIMENTOS OCULARES EFICIENTES

 Os movimentos oculares são atividades motoras essenciais para o processamento da


cena visual.

 Os movimentos oculares eficientes envolvem movimentos musculares especializados


que parecem melhorar com a prática.
 Kowler e Martins (1982) observaram que os movimentos oculares de crianças pré-
escolares de quatro e cinco anos diferem dos movimentos dos adultos em diversas
maneiras que afetam a visão eficiente.

 As crianças não conseguiam manter uma fixação constante com facilidade. Quando
orientadas a fixar o olhar em um alvo pequeno, brilhante e estacionário em um
cômodo que, a não ser por aquele ponto:
achava-se escurecido, sua linha de visão mostrava-se extremamente instável. Os olhos
se moviam rápidos de um lado para outro, vasculhando uma área 100 vezes maior do
que o faria um adulto típico na mesma condição.

 Além disso, ao acompanharem um alvo móvel, as crianças tinham dificuldade de


controlar o tempo certo dos movimentos sacádicos e, diferentemente dos adultos, não
eram capazes de antecipar qualquer mudança na direção do movimento
do alvo, mesmo quando essa mudança era previsível.

 As crianças na pré-escola não executam tarefas oculomotoras


simples com a mesma eficiência dos adultos.

 Algumas das diferenças de desempenho entre os dois grupos podem ser atribuídas ao
desenvolvimento oculomotor das crianças, que ainda é imaturo e
incompleto.

 Também é possível que, como ocorre na aquisição dos hábitos motores adestrados em
geral, as crianças na pré-escola não tenham ainda aprendido um controle oculomotor
eficiente e, conseqüentemente, não tenham adquirido as habilidades motoras
específicas necessárias a um desempenho eficaz.

 É razoável supor que o desenvolvimento dos movimentos oculares eficientes seja uma
habilidade que se adquire aos poucos, com a prática e a experiência estendendo-se
bem além dos anos pré-escolares.

FATORES TEMPORAIS NA PERCEPÇÃO

 Embora a percepção pareça ocorrer como reação imediata a uma


estimulacão ambiental, na verdade ela leva tempo.

 A percepção é afetada em um grau significativo por fatores temporais.

 Discutiremos dois fenômenos em que os fatores temporais atuam de maneiras


diferentes afetando a percepção: mascaramento e pós-efeitos.

MASCARAMENTO

 Sempre que os estímulos ocorrem bem próximos no tempo (ou


no espaço) eles podem interferir uns nos outros, ou mascarar a percepção uns dos
outros.
 No mascaramento visual, a percepção de um estímulo-alvo é obscurecida pela
apresentação de um
estímulo de máscara ao mesmo tempo ou quase.

 O prejuízo resultante na percepção do estímulo-alvo com a apresentação do estímulo


de máscara imediatamente antes chama-se mascaramento
proativo.

No mascaramento retroativo o estímulo de máscara surge imediatamente depois do


estímulo-alvo, interferindo em sua percepção.

 Uma das influências que contribuem para produzir o mascaramento é alguma forma
de persistência visual, que se refere a uma continuação da atividade neural seguida à
estimulação, de modo que a impressão de um estímulo possa estar presente mesmo
depois da sua retirada física. Como resultado, eventos de estímulos breves que não se
sobrepõem fisicamente no espaço nem no tempo podem ser percebidos como
simultâneos ou podem, de algum modo, interagir e prejudicar a percepção uns dos
outros.

 Em geral, não somos observadores passivos de estímulos de mascaramento e, na


maioria dos casos, nem mesmo tomamos conhecimento da ocorrência dos efeitos do
mascaramento.

 Existe uma condição comum na qual esses efeitos têm um papel importante na
preservação da aparência de um mundo visual estável, claro e contínuo. De modo
específico, referimo-nos a efeitos de mascaramento durante a execução de
movimentos sacádicos oculares: um fenômeno chamado omissão sacádica.

PÓS-EFEITOS

 O pós-efeito mais familiar, e um tanto desagradável, resulta da visão involuntária


breve, mas intensa, de um flash. Nesse caso, o pós-efeito é transitório por causa da
persistência visual.

 Em outros casos, não somente a observação prolongada de um estímulo causa


realmente a persistência visual, mas também a região retiniana estimulada se
adapta ou se fatiga temporariamente, o que a deixa menos responsiva.

 O mascaramento e os pós-efeitos, juntamente com o comportamento visualmente


orientado, tal como os movimentos oculares controlados, influem na nossa capacidade
de localizar e identificar objetos e eventos no espaço, Contudo, a identificação e a
localização de objetos parecem envolver mais do que as informações fornecidas por
essas atividades e fenômenos.

IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE OBJETOS: SISTEMA FOCAL E SISTEMA


AMBIENTAL

 O sistema focal primário, relaciona-se à identificação e ao reconhecimento de objetos.


Nos seres humanos isso é mediado
por um sistema que inclui a retina central (inclusive a fóvea), o
NGL (Núcleo geniculado lateral- transmitem impulsos visuais) e o córtex visual
primário.

 O outro sistema, que é secundário, o sistema ambiental, está


envolvido na localização de objetos. É mediado por um sistema que consiste nas
regiões central e periférica da retina e no colículo superior (o qual projeta-se para uma
região do córtex extra-estriado do lobo occipital do córtex).

 O sistema focal, controlado pelo córtex, ajuda a identificar que tipo de objeto está
presente, ao passo que o sistema ambiental, mediado pelo colículo superior, indica
onde ele está localizado.

 Os mecanismos neurais que fornecem as informações “o que” e "onde", mediados


pelos sistemas focal e ambiental, respectivamente, muitas vezes têm sido
denominados "caminho que“ e "caminho onde", [Contudo, como observam Stein e
Meredith, 1993, os caminhos neurais "o que" (focal) e "onde" (ambiental) têm ligações
anatômicas e funcionais importantes. Seria exagero concluir que são inteiramente
separados um do outro.]

 A distinção funcional entre os caminhos "o que" (focal) e "onde" (ambiental) é


representada no nível cortical.

 Áreas do córtex visual primário, do córtex extra-estriado, inclusive as regiões do lobo


temporal e do lobo parietal, interagem para formar canais ou vias um tanto
independentes, mas paralelos, para
representar aspectos complexos de nossa experiência visual como forma, cor e
movimento.

 O caminho cortical (denominado via


ventral), importante para a identificação de objetos, relaciona-se
com o caminho "o que", ou focal.

O segundo caminho cortical (denominado via dorsal) é importante para a localização


espacial, sendo a representação cortical do caminho “onde” ou ambiental.
Percepção de brilho ou luminosidade
Percepção de brilho e luminosidade

 Depende de menor grau de aprendizagem em comparação a percepção de forma

Definição: capacidade de desenvolvimento para perceber a luz.

 Os objetos fornecem luz e se apresentam por meio de fontes luminosas:

1- Fontes emissoras: possuem luz própria. (Iluminância)

2- Fontes receptoras: capazes para refletir parte ou totalidade da luz incidida sobre ele.
(Luminância)

Luz incidente e luz refletida

Percepção de brilho e luminosidade

Luminância a partir de 2 variáveis

1ª intensidade da luz incidente

2ª Proporção da luz refletida pelo objeto

 Albedo: medida que informa o índice de reflexão, pois a luz incidida é a mesma. A luz
varia, mas o Albedo não.

 Objeto branco= reflete 80% da luz

 Objeto preto= reflete 5% da luz

Paradoxo de Fechner
 Nem sempre quando aumentamos o campo visual para a recepção de luz a percepção
de brilho ou luminosidade aumenta.

Ex: experimento dos óculos escuros; esmalte

 Figura: quantidade de luz refletida de cada objeto

 Fundo: luz refletida pelo ambiente

Aprendizagem sobre a percepção

 Não é aprendido´; é inato.

 Ex; percepção de luminosidade em crianças e adultos é igual.

 Percepção de brilho= não depende da aprendizagem, mas do albedo (luz refletida + luz
incidente).

 Quando há aprendizagem a idade limite é 7 anos de idade.

Percepção de cor

 Após o nascimento: capacidade de perceber distância,


profundidade, fisionomia e cor.

 Escura (visão escotópica): mais sensível ao verde


(receptores encontrados nos bastonetes)

 Claro (fotópica): mais sensível ao amarelo (receptores


encontrados nos cones).

Teoria Tricromática componente ou de Young-


Helmholtz

Não precisamos de um receptor para cada cor, apenas 3 tipos de receptores para
percebermos as cores do espectro
3 fotorreceptores especializados em luzes de ondas curta, intermediária e longa.

Substâncias encontradas nos cones

 Sensível ao azul: cianolábio

 Sensível ao verde: clorolábio

 Sensível ao vermelho eritrolábio

 Mínimo de onda azul: verde-azulado, pois está entre o mínimo e o intermediário.

 Abaixo disso não há transdução, portanto não há impulso nervoso.

Teoria oponente ou de Hering

 Propõe 3 mecanismos independentes. Cada um desses mecanismos se compõe de um


par de processos cromáticos ou de sistemas neurais oponentes:

 Amarelo-azul;

 Vermelho-verde e Preto-branco

 Cada processo é capaz de fornecer dois tipos de respostas sensoriais que são
antagônicas uma a outra.

 Ou seja, um dado processo só pode dar uma resposta segundo uma das duas formas
possíveis. Dessa forma, só se pode experimentar o vermelho ou o verde, o amarelo ou
o azul, mas não o amarelo e o azul, ou tampouco o vermelho e o verde.

 Na retina existem 3 tipos de comes com a teoria tricromática, que nos elos de
integração (córtex visual), existem neurônios que têm respostas antagônicas às cores.

 Cegueira para cores: confunde verde com vermelho e azul com amarelo.
Daltonismo

 Acredita-se ter uma deficiência na visão que dificulta a percepção


de uma ou mais cores.

 Experiências psicológicas e neurofisiológicas comprovaram que o


bebê é capaz de perceber cores desde o nascimento.

 O que aprendemos é denominar cores de acordo com a nossa cultura.

 Definições de variáveis importantes das cores:

 1- Brilho: intensidade da cor

 2- Matiz: comprimento da onda

 3- Saturação: pureza da cor

Percepção da cor por meio das mãos

 Existem cores que transmitem mais calor e podem ser percebidas pelo tato.

Percepção de espaço, distancia, profundidade e tamanho

Introdução
 O espaço que nos cerca e os objetos nele contidos podem ser percebidos através de
várias modalidades sensoriais.

Ex: cozinhar e ouvir o barulho de uma música alta.

 Os órgãos dos sentidos fornecem informações sobre o espaço, em relação ao tamanho


e distância.

Percepção visual do espaço

Percepção do espaço bidimensional

Atenção voltada para duas dimensões do espaço: a verticalidade e a horizontalidade.

 A bidimensionalidade depende dos fatores visuais e proprioceptivos

 A percepção bidimensional do espaço depende da contração muscular e do equilíbrio


e desequilíbrio do corpo.

 Pessoas extrovertidas- indícios externos, fornecidos pela visão.


 Pessoas introvertidas- indícios pelo próprio corpo, sensações corporais.

Percepção de espaço tridimensional

 Verticalidade (altura), horizontalidade (largura) e espessura (ou profundidade) e a


distancia que se encontra de nós.

 Imagens tridimensionais projetadas sobre a retina que é bidimensional.

 3 indícios de profundidade responsáveis pela percepção da distância: musculares,


binoculares e monoculares

Indícios musculares

 2 conjuntos responsáveis por proporcionarem informações sobre a distancia:

1- Músculos que controlam a posição dos nossos olhos.

Ex: lápis próximo e distante do campo visual (maneira de experimentar os músculos)

 A medida que aumenta a distancia da figura para o fundo, o segundo parece menor
quando comparado ao primeiro. (distância e profundidade).

2- Músculos ciliares: responsável pela curvatura e espessura do cristalino (acomodação dos


objetos)

 Para objetos que se encontram a distâncias superiores a 8m, estes músculos não
fornecem indícios de profundidade.

 O conjunto desses 2 músculos não são estimulados pelos fotorreceptores da retina,


mas pelos mecanorreceptores dos músculos.

Indícios binoculares

 Ser humanos X grupo de animais

 Os animais possuem apenas uma pequena parte do campo visual situada bem a sua
frente.
 Disparidade binocular, disparidade retiniana ou estereopsia: impressão de movimento
ao objeto, quando olhos são alternados, sendo que não houve movimentação do
objeto experimentado.

 Ex: experimento do lápis e a alternância com os 2 olhos.

 2- Perspectiva linear: convergência aparente de linhas paralelas no horizonte.

3- Gradiente de textura e densidade: sempre que nos deparamos com numerosos


elementos formando uma superfície como ladrilhos, tacos ou pedras no chão, aqueles
que estão próximos projetam imagens na retina maiores que os distantes.

4- Superposição, interposição ou oclusão: a informação sobre a distância e a


profundidade é preservada por meio da oclusão parcial de uma imagem pela outra.
5- Luz e sombra: maioria das fontes luminosas encontra-se no alto. No geral, a parte
superior do objeto é mais brilhante, havendo sombra na parte inferior.

6- Perspectiva aérea: Quanto mais distantes os objetos do nosso campo visual mais
eles parecem azulados ou acinzentados.
7- Paralaxe de movimento: dar movimento aos objetos que se encontram parados.

Percepção auditiva do espaço

 O som atinge primeiro um ouvido para depois chegar ao outro.

 O estímulo visual é responsável pela distância e profundidade.

 O estímulo auditivo é responsável pela localização do objeto.

Percepção espacial tátil

 O tato nos auxilia a perceber objetos e detectá-los como distantes ou próximos.


 Tato e cinestesia permitem informações importantes sobre objetos próximos.

 Ex: lençol ao pé da cama.

Percepção olfativa do espaço

 Por meio do olfato temos noção do quanto o objeto está longe ou perto de nós.

 Exemplos: identificar se o local que estamos é abafado ou arejado, se tem muito cloro
na piscina e se o ambiente tem vazamento de gás.

 Essas informações não seriam possíveis por meio da visão e audição

Interação multi-sensorial

 Percepção de tamanho

 Mesmo nos distanciando do objeto não perdemos a noção do tamanho real.

Hermann Ebbinghaus (1850-1909)

 1º psicólogo a pesquisar experimentalmente a aprendizagem e a memória

 No fim do século XIX, ele planejou e executou experiências sobre o aprendizado de


sílabas sem sentido (a fim de reduzir a interferência do significado nos processos de
retenção), que lhe permitiram avaliar a capacidade e o tempo de armazenamento da
informação, bem como a facilidade de recuperação do material armazenado.

 Desenvolveu um método próprio, contando número de tentativas ou repetições


necessárias para a aprendizagem.

Ilusão de Hermann Ebbinghaus (1850-1909)


 Os círculos laranja são do mesmo tamanho?

 Sim!

 A ilusão de Ebbinghaus consiste num círculo rodeado numa imagem por outros
círculos menores e, noutra imagem, por círculos maiores. Os nossos olhos tendem a
entender que o círculo rodeado de círculos menores é maior do que o círculo rodeado
de círculos maiores, embora eles sejam exatamente do mesmo tamanho.

 Os objetos a volta influenciam na interpretação do tamanho

Percepção de Pessoa
 Pessoas e figuras humanas constituem estímulos como outros quaisquer, e são
percebidos pelas mesmas funções perceptivas que os demais.

 No entanto, são estímulos cuja percepção é de suma importância para nós.


 Na percepção de pessoas, podemos destacar a percepção da face humana, que na
verdade é um dos mais importantes perceptos em nosso dia-a-dia, sendo um dos
primeiros estímulos com os quais nós nos deparamos.

 O recém-nascido tem uma forte tendência de olhar para a face de sua mãe, e o faz
inclusive enquanto está mamando, envesgando por vezes seus olhos.

 Alguns estudos mostram que bebês se desesperam quando se deparam com máscaras
distorcidas, principalmente quando as máscaras não possuem olhos ou quando os
olhos se encontram numa posição inadequada.

 O recém-nascido tem uma forte tendência de olhar para a face de sua mãe, e o faz
inclusive enquanto está mamando, envesgando por vezes seus olhos.

 Alguns estudos mostram que bebês se desesperam quando se deparam com máscaras
distorcidas, principalmente quando as máscaras não possuem olhos ou quando os
olhos se encontram numa posição inadequada.

 Os olhos são as partes mais importantes de uma face, mesmo para observadores
adultos.

 Foi demonstrado que a simples disposição de dois pontos, um ao lado do outro, é


percebida (interpretada) como dois olhos, e consequentemente é vista uma "face".

 Na percepção da face humana, não percebemos simplesmente a face de uma pessoa,


que talvez possamos identificar, percebemos também alguma coisa mais sobre esta
pessoa.

 Acredita-se em geral que, além de perceber detalhes físicos, como idade, saúde,
também podemos perceber algo sobre emoções atuais e, segundo alguns autores, até
mesmo algo a respeito de sua personalidade ou caráter.

 Entre os primeiros estudos sistemáticos da expressão facial relacionada às emoções,


encontram-se os relatos de Charles Darwin (1808-1882). Ele procurou estabelecer
relações entre as contrações dos músculos faciais e as emoções sentidas.

 Nos primeiros estudos, do princípio deste século, foram fotografados atores


representando certas emoções básicas, como alegria, tristeza, desgosto, dor etc,

 Em seguida, uma série de juízes (isto é, sujeitos) julgaram estas fotografias, atribuindo
estados emocionais a elas.

 A partir destes julgamentos, os pesquisadores chegaram a categorias básicas de


emoção, procurando agrupá-las ou classificá-las segundo algum conceito, valendo-se
em geral, para isto, de novos julgamentos das emoções definidas.

 Dentre as maneiras clássicas de sistematizar as expressões emocionais, pode-se citar a


de Harold Schlossberg (1952) que dispôs seis emoções básicas (amor/alegria, surpresa,
medo/sofrimento, raiva/decisão, nojo e desprezo) de forma circular em função de dois
eixos ortogonais: prazer - desprazer e atenção - rejeição. Desta forma, cada expressão
facial (ou emoção) pode ser caracterizada por um par de coordenadas destes eixos.

 Schlossberg chegou a esta disposição das emoções verificando a maneira como certas
expressões vizinhas e do extremos da série são confundidas pelos juízes, e por isto
optou pela disposição circular.

 Outros pesquisadores, como J. Frois-Wittrnann (1930), procuraram a relação das


emoções não em função de sensações básicas, como foi feito por Schlossberg (prazer-
desprazer, atenção-rejeição) mas, sim, a relação entre a expressão fisionômica e 10
pontos físicos na face, cada um envolvido com músculos faciais específicos.

 Os 10 pontos determinados por Frois-Wittmann são: entre as sobrancelhas, pálpebra


superior, pálpebra inferior, base superior do nariz, bochecha, lábio superior, canto do
lábio superior, lábio inferior, canto do lábio inferior e queixo. Segundo este estudo a
região da boca parece ser a mais importante na determinação das expressões faciais.

 Ekman (1972) realizou extensos estudos, com o mesmo objetivo de correlacionar


expressões faciais das emoções com a atuação dos diferentes músculos faciais.

 Segundo Ekman, a informação primária para distinguir emoções é fornecida


principalmente por três área da face: fronte-sobrancelhas, olhos-pálpebras e boca-face
inferior.

 Ekman elaborou inclusive um curso de treinamento destinado a atores, vendedores e


outros profissionais para melhorar o seu reconhecimento de expressões faciais.

 Estudos mais recentes, no entanto, mostram que o conhecimento teórico destas leis
pouco ajuda as pessoas no reconhecimento das expressões faciais dos outros. Tudo
indica que o mais importante é o contato com as pessoas no dia-a-dia, o qual é
responsável pela aprendizagem por ensaio e erro.

 No que se refere às características do observador, verificou-se que pessoas de


personalidade introvertida, que, portanto, têm menos contato com outras pessoas,
têm menor habilidade em julgar expressões faciais,

enquanto os extrovertidos e pessoas comunicativas têm grande precisão ao


reconhecer as expressões faciais de outros.

 A maior capacidade de reconhecer o estado emocional dos outros pode levar a pessoa
a se tornar mais comunicativa, pois sempre saberá julgar previamente quando é "bem-
vinda" e quando não.

 Por outro lado, a pessoa mais comunicativa tem mais contato com os outros e, por
isto, maior oportunidade de reconhecer suas expressões faciais.

 Apesar das expressões faciais que denotam certas emoções serem universais, deve-se
lembrar de que as emoções geradas por acontecimentos idênticos são diferentes em
diferentes culturas.
 A universalidade das expressões faciais não pode nos levar a pressupor que se trata de
comportamentos totalmente inatos ou pré-programados. As expressões faciais são
determinadas por processos múltiplos e algumas são nitidamente mantidas pelo seu
valor adaptativo no inter-relacionamento específico.

 Assim, a expressão de raiva, se entendida pelo outro, o afasta, e é exatamente isto que
o indivíduo quer quando está com raiva da outra pessoa.

 Já a expressão de alegria, corretamente entendida pelo outro, promove a


aproximação.

 Portanto, é altamente adaptativo o fato de todos os indivíduos apresentarem padrões


de expressão facial semelhantes.

Modelo de Ekman

 4 estágios na formação da expressão emocional:

 O primeiro estágio: corresponde aos eventos internos ou ambientais que geram a


emoção e combinam aspectos inatos e culturais.

 O segundo estágio: corresponde ao programa de transformação facial, que é universal


(provavelmente inato) e corresponde à tradução da emoção exposta (alegria, tristeza,
surpresa, desgosto, raiva, medo e interesse) num conjunto de reações motoras dos
músculos faciais.

 É este programa que, sendo universal, permite ao observador reconhecer a expressão


facial do outro.

 O terceiro estágio: corresponde às leis de apresentação e convenções de


intensificadores, que são basicamente culturais. Algumas culturas permitem que
certas emoções sejam apresentadas, e então as expressões faciais de seus indivíduos
são intensificadas, enquanto outras emoções não são aceitas, o que leva as pessoas a
disfarçar ou até a mascarar a expressão facial correspondente.

 O quarto estágio: corresponde, finalmente, à execução motora da expressão facial


com reações verbais, fisiológicas e outras respostas motoras. Este quarto estágio tem
tanto aspectos inatos como culturalmente determinados.

 A percepção das pessoas não ocorre unicamente através das expressões faciais, mas
também através da postura, dos gestos, da voz e de outros elementos aparentes das
pessoas.

 Percebemos facilmente que a pessoa à nossa frente está tensa, preocupada, quando
seu corpo se encontra rígido e simétrico.

 Por outro lado, uma postura assimétrica dos membros ou um tronco inclinado revelam
que a pessoa está relaxada, sentindo-se à vontade.
 Em ambos os casos, nós apresentaremos comportamentos que correspondem ao
estado emocional que vemos no outro.

 O curioso é que reconhecemos estas posturas no outro e sabemos interpretá-las


"inconscientemente", isto é, dificilmente somos capazes de descrever quais são
realmente os indícios por nós utilizados para interpretar o estado emocional do outro.

Comunicação não-verbal

 Entre os estados emocionais que podemos perceber pela postura, expressões faciais e
gestos das pessoas destacam-se as emoções que estas sentem por nós.

 A maneira mais fácil de percebê-las é verificar o quanto o outro se aproxima da gente


(e, por outro lado, o quanto nós permitimos que ele se aproxime de nós!).

 A aceitação é caracterizada por uma proximidade maior, curvar-se para frente, tocar o
outro eventualmente com as mãos, contatos visuais (olho no olho) mais longos e mais
frequentes, etc.

 Todos estes indicadores fazem parte do que se chama linguagem não-verbal.

 A linguagem não-verbal é responsavel por 65% da comunicação contra 35% da verbal.

 Trata-se de um repertório de gestos, posturas e comportamentos específicos, pelo


qual nós nos comunicamos com os outros de uma maneira mais ou menos intuitiva ou
até fisiológica (por exemplo, a rigidez do corpo, decorrente da tensão que sentimos
quando ameaçados, é uma reação natural, reflexa).

 O grau em que nós conseguimos entender os outros através desta linguagem não-
verbal, e de maneira análoga, o grau em que nós nos conseguimos fazer entender, vai
determinar nossos relacionamentos sociais, isto é, se eles terão ou não êxito.

 Mas não são somente as expressões faciais, posturas e gestos que observamos nas
pessoas que nos fornecem informações sobre elas.

 Outras características são também muito importantes, como o seu modo de falar (a
voz em si, a entonação, a correção e o próprio conteúdo), as ações em situações
específicas, bem como indicadores totalmente artificiais, com as vestes, o corte do
cabelo, a barba e o uso de adornos (esmalte, pintura, batom, perfume etc.).

 A Simples enumeração dos estímulos a que prestamos atenção, ou que utilizamos para
perceber uma pessoa, nos dá uma ideia de quão complexo é, na verdade, o estímulo
"pessoa" para nós.

 Em geral, nem nos damos conta de que quando vemos, ouvimos, sentimos cheiramos
uma pessoa nosso cérebro está processando esta multiplicidade de aspectos,
responsáveis pela formação do percepto desta pessoa.
Medidas em Percepção
PSICOFÍSICA

 Procura relacionar funcionalmente os estímulos de diferentes magnitudes ou valores;


ou eventos físicos e as sensações ou perceptos. É o estudo de como os estímulos se
relacionam com nossas experiências psicológicas.

MÉTODOS PSICOFÍSICOS

 Técnicas especiais de medida que buscam quantificar os resultados das pesquisas de


campo e dos experimentos de laboratório realizadas a partir da percepção.

 Se houvesse uma relação simples e constante entre os valore físicos de um estímulo e


as sensações provocadas, a questão não apresentaria maiores problemas. Só que não
é assim.

 As escalas físicas utilizadas para medir os estímulos são, em sua maioria, até certo
ponto arbitrárias. Podemos medir uma distância em centímetros ou polegadas ou ano-
luz, por exemplo. A maioria das escalas utilizadas para medir um estímulo físico é
independente do observador humano.

 Mas há algumas exceções, como o volume de um som expresso em decibéis relativos à


sensibilidade auditiva do homem. A sensação. A sensação não corresponde sempre ao
estímulo físico de uma forma simples, a ponto de o observador se dar conta disto: o
mesmo observador olha o comprimento de uma escada deitada no chão e a altura do
telhado; tem a nítida sensação de que a distância é a mesma. Mas ao encostar a
escada à parede percebe que faltam alguns centímetros.

 A Psicofísica, em sua busca da relação entre o valor do estímulo físico e a sensação,


defronta-se, basicamente, com 4 questões, cuja a separação é apenas didática

1ª QUESTÃO

 qual é a energia mínima que um estímulo deve ter para provocar em nós uma
sensação (ser percebido)? - limiar absoluto (valor físico desta magnitude). Apresenta
para o observador uma questão de detecção. Ex. Para que um médico possa detectar
uma mancha na radiografia do seu paciente, que tamanho ela precisa ter?

2ª QUESTÃO

 diz respeito à sensibilidade diferencial, ou seja, quanto dois estímulos precisam diferir
entre si, para que provoquem sensações diferentes? A menor diferença entre os
valores físicos de dois estímulos, que provocam sensações diferentes e que, portanto,
podem ser discriminados, é chamada de limiar diferencial. Para o observador, trata-se
de uma tarefa de discriminação.

 Ele precisa distinguir, discriminar, vários estímulos que variam entre si quanto a um
mesmo aspecto.
 Exemplo: o médico tem diante de si a radiografia dos pulmões.

 Ambos os pulmões estão com uma mancha. Quanto uma mancha tem de ser
maior que a outra para o médico decidir qual dos dois pulmões está mais afetado?

3ª QUESTÃO

 refere-se ao que representa, para o observador, uma tarefa de reconhecimento. O


estímulo, depois de detectado, precisa ser identificado ou reconhecido.
Reconhecimento implica a comparação do estímulo detectado com outros
perfeitamente definidos.

 Estes podem estar presentes em um manual, por exemplo, ou o observador fez o


reconhecimento em função de imagens que possui na memória e é o que geralmente
acontece. Exemplo: o médico detectou uma mancha na radiografia. Agora precisa
identificar a mancha. Trata-se de um tumor, uma infecção, um corpo estranho?

4ª QUESTÃO

 refere-se a um instrumento de medida. Agora queremos, a partir da magnitude de


nossa sensação, chegar ao valor físico o estímulo. A tarefa com a qual o observador se
defronta é a da construção de uma escala.

 * Estas 4 tarefas perceptivas: detecção, discriminação, reconhecimento e formação de


escala relacionam sensações com valores físicos do estímulo. São os temas principais
da psicofísica.

Limiares
 
1. Limiar absoluto:
é a estimulação mínima necessária para que um estímulo seja detectado em 50%
das vezes.

O conceito de limiar absoluto foi introduzido por Herbart em 1824, ao escrever a


respeito de limiar de consciência, ou seja, uma ideia somente se tornaria consciente
para o observador se tivesse uma certa intensidade, do contrário permaneceria no
inconsciente.
Fechner aplicou o conceito à sensação.

Os psicofísicos optaram por medir o limiar absoluto, considerando se aquele estímulo


foi detectado em pelo menos 50% das vezes em que foi apresentado.

Como se mede o limiar absoluto?

Método dos limites.


São apresentados estímulos com intensidades diferentes (por exemplo, sons bem
baixinhos que aos poucos vão aumentando) e pede-se que os sujeitos digam quando
ouviram o som ou quando não ouviram. Some-se os resultados e tira-se a média
aritmética.
MÉTODO DOS LIMITES

Método dos estímulos constantes:


um estímulo quando é apresentado na intensidade 6 é detectado em 50% das vezes,
quando ele é apresentado na intensidade 4 é detectado em 30% das vezes, quando é
apresentado em intensidade 2, em apenas 10% das vezes.

MÉTODO DOS ESTÍMULOS CONSTANTES


Variações nos limiares - Existe um parâmetro de limiares absolutos para a população
em geral, mas os limiares absolutos podem variar de uma pessoa para a outra e na
mesma pessoa em função de circunstâncias diferentes.

Detecção de sinais e a variação dos limiares absolutos


¨      A detecção de um estímulo depende não apenas da intensidade deste estímulo, mas
também de nossas experiências, expectativas, motivação, e fadiga, variando de pessoa para
pessoa e, na mesma pessoa, em diferentes situações
   Hoje sabe-se que é impossível estabelecer um limite exato entre estímulos supra e
subliminares.

Estimulação subliminar

Conceito – é o estímulo que é apresentado com uma intensidade abaixo da intensidade


mínima na maioria dos casos detectada.

Limiar relativo ou diferença meramente perceptível ou diferença apenas perceptível


 
Um músico precisa detectar variações mínimas na afinação de um instrumento, um provador
de vinho precisa distinguir refinadamente gostos.
 
Conceito - Limiar relativo ou diferença meramente perceptível – é a diferença mínima que
deve existir entre dois estímulos para que eles sejam percebidos como diferentes em 50% das
vezes.

Assim como para o limiar absoluto, definiu-se que a dmp é a quantidade de mudança no
estímulo necessária para que o sujeito detecte que houve mudança, em 50% das tentativas.

Utiliza-se um estímulo padrão e outras variáveis a serem comparadas em termos de maior ou


menor, mais ou menos intensos, mais ou menos brilhantes, etc.

Usa-se o método dos limiares, método dos estímulos constantes e método do erro médio ou
do ajuste. Neste último o sujeito vai alterando o estímulo até se igualar ao estímulo padrão.
FORMAÇÃO DE ESCALAS

 Depois de detectar o estímulo, descriminá-lo de outros e reconhecê-lo, o observador


deverá proceder ao julgamento da sensação provocada pelo estímulo do sujeito.

 Há duas maneiras de abordar a formação de escalas sensoriais:

 Não é possível medir uma sensação diretamente, mas apenas de forma indireta,
através de sucessivos limiares diferenciais ou diferença apenas perceptíveis (DAP)
Fechner (1860). A ideia de Fechner era determinar o limiar diferencial para cada valor
do estímulo, desde o limiar absoluto até o limiar terminal, cobrindo toda a gama de
variação do estímulo à qual o aparelho sensorial em causa é sensível.

CRÍTICAS

Muito trabalhosa, envolve função logarítmica e sua principal crítica é que a função logarítmica
deste tipo prevê sensações negativas – seriam sensações subliminares? Por fim, as escalas
construídas sobre os pressupostos dessa teoria são influenciáveis pelas condições do
experimento, em especial pelos valores particulares de estímulo utilizadas dentro da gama de
variação. Uma escala de sensação deveria ser independente da situação, por ser intrínseca ao
observador

OUTRA PROPOSTA

 S.S. Stevens (1951) mostrou que é possível ao observador construir escalas


diretamente a partir de julgamentos de magnitude. Pede-se ao sujeito que dê medidas
em números aos diferentes estímulos, baseando-se unicamente no princípio de que
estímulos que parecem iguais devem receber números iguais, o que parece ser o
dobro do outro, deve receber um número (magnitude) que seja o dobro e assim por
diante.

 Obtêm-se funções do tipo R=KSn, onde R é a sensação, S o estímulo julgado, K uma


constante de proporcionalidade e n um expoente constante para uma determinada
dimensão sensorial, mas que assume valores diversos para cada dimensão sensorial,
ex. n < 1, n=1 ou n>1.

 A diferença entre a escala de Fechener e a escala de Stevens pode ser definida no


seguinte sentido: a primeira diz que a razões (proporções) iguais de estímulos
correspondem diferenças iguais de sensações; a segunda afirma que a razões iguais de
estímulos correspondem iguais razões de sensação.
Reconhecimento, Localização e processamento descendente
 A percepção visual envolve mais do que a recepção e processamento de sinais
luminosos.

 A imagem refletida na retina é um pouco mais do que uma coleção de sinais luminosos
descontínuos, de intensidades e comprimentos de onda variáveis.

 Apesar da natureza descontínua dos sinais retinianos, percebemos unidades


integradas.

 Da maneira como é percebido, o mundo visual acha-se organizado em objetos


distintos e superfícies com configurações e formas coesas.

 A percepção é uma conquista construtiva que resulta de processos de unificação e


tendências organizacionais do sistema visual.

O processamento da informação visual:

 Nos olhos humanos, a informação de quase 130 milhões de bastonetes e cones


receptores é recebida e transmitida por cerca de 1 milhão de células ganglionares
(única saída de informações visuais da retina), cujas fibras constituem o nervo óptico.

Processamento paralelo

 No olho humano, há neurônios corticais que recebem a informação (córtex visual),


reagem a aspectos específicos de uma cena, contornos, linhas, ângulos e movimentos
específicos. Com estes elementos, o cérebro monta a imagem percebida.

 O processamento da visão ocorre em paralelo: Os impulsos nervosos viajam 1 milhão


de vezes mais devagar do que as mensagens internas de um computador, mas ainda
assim o cérebro é muito mais ágil no reconhecimento instantâneo de um rosto do que
qualquer computador.

 Ao contrário da maioria dos computadores (processamento serial) o cérebro se


empenha no processamento paralelo, o que significa que podemos fazer várias coisas
ao mesmo tempo.

 O córtex parietal é responsável por receber os estímulos que têm origem no ambiente,
representam todas as áreas do corpo. São as zonas mais sensíveis que ocupam mais
espaço nesta área, porque têm mais dados para interpretar. A área posterior do lobo
parietal é uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações
recebidas pela área anterior ou primária, permitindo-nos a localização do nosso corpo
no espaço (movimento e profundidade), o reconhecimento dos objetos através do
tato.

 O córtex occipital é também designada por córtex visual, porque processa os estímulos
visuais (forma e cor). Há zonas especializadas em processar a visão da cor, do
movimento, da profundidade, da distância, etc. Depois de percebidas por esta área -
área visual primária- estes dados passam para a área visual secundária. É aqui que a
informação recebida é comparada com os dados anteriores que permite, por exemplo,
identificar um cão, um automóvel, uma caneta.

 A área visual comunica com outras áreas do cérebro que dão significado ao que vemos
tendo em conta a nossa experiência passada, as nossas expectativa. Por isso é que o
mesmo objeto não é percebido da mesma forma por diferentes sujeitos. Para além
disso, muitas vezes o cérebro é orientado para discriminar estímulos. Uma lesão nesta
área provoca agnosia, que consiste na impossibilidade de reconhecer objetos, palavras
e, em alguns casos, os rostos de pessoas conhecidas ou de objetos familiares.

Localização X Reconhecimento

 Localização: identificar onde

Reconhecimento: identificar o que.

Processo Bottom-Up e Top-Down

 Processos bottom-up também chamados de processos dirigidos por dados, começam


com elementos simples e básicos – as características sensoriais discretas fornecidas
pelos receptores sensoriais.

 Tais características podem ser diferenças de luminância, frequências especiais ou


orientação de elementos.

 O sistema visual funciona de maneira bottom-up quando seus elementos básicos se


combinam perceptualmente por mecanismos involuntários do cérebro e do sistema
visual para construir e formar padrões e formas identificáveis. As informações
sensoriais que entram fluem a partir de um nível básico, “inferior”, subindo em direção
a níveis mais elevados e mais integrativos.

 Os processos top-down também chamados de processos dirigidos conceitualmente,


envolvem níveis de análise mais elevados, globais e abstratos, voluntariamente
comprometidos na operação de processos inferiores. Os processos top-down
enfatizam o conhecimento, a experiência, o significado e a interpretação que o
observador já possui, bem como expectativas na formação da percepção.

 Tanto o processo bottom-up quanto o processo top-down são processos ativos, e


muitos eventos perceptuais exigem a interação e complementação entre estes
processos.

 Nossos sentidos são alimentados continuamente por informações oriundas do


ambiente. Mas não conseguimos dar conta de atender a maioria das informações
disponíveis.

 Entre o input do ambiente e nossa percepção situa-se algum processo intermediário


de seleção.

 Como o cérebro e o sistema sensorial lidam com o imenso fluxo de informações?

 Como uma pessoa se concentra em uma estimulação de importância, eliminando e


filtrando as estimulações irrelevantes que desviam a atenção?

 Aquilo a que se dá atenção em determinado momento é o resultado de um processo


altamente seletivo de limitação de informações.

 No caso do ser humano, a atenção envolve muito mais do que orientação e atividade
dos sistemas sensoriais em direção a fonte de estimulação. Há processos seletivos
profundamente influenciados por fatores não-sensoriais, como motivos, intenções,
emoções, memórias e expectativas.

 Quando a imagem retiniana contém estímulos múltiplos a atividade de sua


representação cortical correspondente depende do grau de atenção a eles concedida.
Especificamente, quando a atenção é dirigida a um estímulo específico ou importante
na imagem retiniana, aumenta a atividade de sua representação cortical
correspondente, enquanto diminui a resposta neural aos estímulos remanescentes e
sem importância.

 Isso sugere a existência de um mecanismo córtico-atencional encoberto que realça


estímulos importantes e filtra informações supérfluas em cenas visuais complexas
durante o tempo de atenção.

 De um ponto de vista funcional, a atenção tanto seleciona quanto suprime a


estimulação ambiental.

Identificação de objetos: reconhecimento por componentes

 Os textons (Julesz, 1984, 1986) são características específicas e distinguíveis dos


elementos compreendidos em uma textura. De acordo com Julesz, quanto maiores as
diferenças entre os textons de um arranjo de elementos, mais fácil é a discriminação.

 Uma teoria proposta por Biederman (1987) propõe que o reconhecimento de objetos
começa com o processamento de um conjunto de características primitivas.
 A principal pressuposição de Biederman é que a percepção de qualquer objeto
tridimensional pode ser decomposta em um arranjo de um conjunto de módulos
geométricos primitivos.

 Segundo Biederman (1990), existem cerca de 24 componentes geométricos


tridimensionais assim, chamados geons (geometrical íons), que podem ser combinados
e arranjados para criar a forma de quase todos os objetos.

Agnosia Visual

 Refere-se a incapacidade de reconhecer e identificar objetos comuns.

 Freud introduziu esse termo em 1891 para se referir a incapacidade de alguns de seus
pacientes de integrar perceptualmente elementos visuais num todo completo e
reconhecível.

 Os portadores de agnosia visual conseguem reconhecer prontamente formas


geométricas simples, porém são incapazes de distinguir objetos complexos que
requerem a integração e a organização de componentes perceptuais individuais por
parte do sistema visual.

 Estímulos familiares, que são normalmente percebidos como objetos coerentes e


unificados, podem não ser reconhecidos como tais, aparecendo somente como uma
coleção de elementos separados e desconexos.

Formas de agnosia

 Prosopagnosia: perda da capacidade de reconhecer as faces de seus familiares, de


amigos íntimos, de pessoas famosas e mesmo de sua própria face vista em fotografias
ou refletida num espelho.
 Os indivíduos com prosopagnosia parecem ser capazes de acessar alguma informação
útil para o processamento de faces, eles frequentemente reconhecem uma face como
sendo uma face e distinguem uma de outra, sendo até mesmo capazes de nomear as
partes do rosto e de dar nome a elas, porém não conseguem integrar as informações
necessárias para a identificação ou reconhecimento dos rostos individuais.

 Alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento de palavras escritas.

 Acromatopsia: estado patológico da visão no qual o indivíduo não possui capacidade


de distinguir as cores devido a escassez de cones na retina, sendo sensível à presença
de luminosidade.

 Acineptosia: Refere-se a perda da capacidade de perceber o movimento.

Percepção de Profundidade
 Sinais monoculares para percepção de profundidade

 Princípios Básicos

Dicas monoculares de profundidade Tamanho Relativo

Tamanho Relativo - Se presumimos que dois objetos são similares no


tamanho, percebemos o que projeta a menor imagem na nossa retina
como o mais distante.

Dicas monoculares de profundidade Interposição

Que círculos estão na frente e que círculos estão atrás?

Interposição - Se um objeto bloqueia parcialmente nossa imagem


de outro, nós o percebemos como mais perto.

Dicas monoculares de profundidade Claridade Relativa


Qual a montanha mais distante?

Claridade Relativa - Como a luz de objetos distantes passa por mais atmosfera, percebemos os
objetos um tanto indistintos como mais distantes do que objetos claros e bem definidos

Dicas monoculares de profundidade Gradiente de Textura

Gradiente de Textura - Uma mudança gradativa de uma textura nítida


para outra textura indistinta nos dá a impressão de distância crescente.
Os objetos distantes parecem menores e mais densamente agrupados.

Dicas monoculares de profundidade Altura Relativa


Altura Relativa - Percebemos os objetos mais altos no plano
como mais distantes. A situação se inverte por cima do
horizonte, quando percebemos a ave mais alta como mais
próxima.

Dicas monoculares de profundidade Ilusão relacionada com Altura Relativa

Qual a linha mais longa? A vertical ou a horizontal

Ilusão relacionada com Altura Relativa - A altura relativa pode contribuir


para ilusões de que as dimensões verticais são longas que as dimensões
horizontais idênticas. Ë o caso dessas linhas ao lado. Meça e verifique.

Dicas monoculares de profundidade Perspectiva Linear

Perspectiva Linear - Linhas paralelas parecem convergir conforme


vão ficando mais longe.

Resumo das várias dicas ou sinais monoculares que levam a


percepção de profundidade
Recursos na Internet

Páginas na Internet

Galerias de arte na Internet ao longo do mundo

http://dir.yahoo.com/Arts/Museums__Galleries__and_Centers/

Sinais monoculares de profundidade e outras percepções

http://psych.hanover.edu/Krantz/art/

Percepção em animais

http://www.pigeon.psy.tufts.edu/psych26/perception.htm

Figuras impossíveis de Escher

http://fs.dai.net/ac/911566/E01.html?http://www.etropolis.com/escher

Algumas obras do artista plástico Victor Vasarely

http://www.smiley.cy.net/tsymeo/vasarely.htm

Um dos melhores sites sobre ilusões

http://www.illusionworks.com/html/hall_of_illusions.html

Grand Illusions,

http://www.grand-illusions.com/INDEX.HTM

Unidade I
 Sentimos naturalmente nosso

ambiente e tudo o que dele faz parte.

 A percepção tem relevância para a

psicologia?

 Como conhecemos nosso ambiente?

O mundo existe exatamente como o percebemos?

Quão próxima será a correspondência

verdadeira entre o mundo físico e o

mundo subjetivo e interior criado por

nossos sentidos?

Por exemplo:

Examinem as duas linhas a seguir:

 As duas linhas verticais


parecem desiguais no
comprimento. No entanto,
apesar dessa evidência
óbvia fornecida por nossos
sentidos, as duas linhas são
fisicamente iguais. O que
observamos é uma ilusão
de comprimento, chamada
ilusão de Müller-Lyer.

 Ainda que nosso


conhecimento do mundo dependa dos sentidos, é importante reconhecer que o
mundo criado por eles nem sempre corresponde exatamente à realidade física.

 Certas fontes de informação sensorial muitas vezes nos induzem a erros e distorções
que desvirtuam a representação do mundo.

 A compreensão de como nos tornamos conscientes do nosso ambiente físico e da


relação entre mundo exterior e nossa experiência consciente lança desafios
fundamentais aos psicólogos que estudam a sensação e a percepção.

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
 Sensação:refere-se ao processo inicial de detecção e codificação da energia ambiental.
É o contato inicial entre o organismo e o ambiente. Esse contato se dá através de
unidades neurais especializadas ou células receptoras que reagem a tipos específicos
de energia.

 Percepção: refere-se ao produto dos processos psicológicos nos quais significado,


relações, contexto, julgamento, experiência passada e memória desempenham um
papel.

 A percepção envolve organização, interpretação e atribuição de sentido àquilo que os


órgãos sensoriais processam inicialmente.

Por que estudar a sensação e a percepção?

PORQUE:

 Seus conceitos, problemas e temas são essenciais para a história da ciência, em geral,
e fundamentais para a psicologia experimental, em particular

 Esses conceitos são importantes para o conhecimento e tomada de consciência no


presente de nós próprios e de nosso ambiente.

Esses conceitos estão intimamente ligados a aspectos importantes da nossa interação diária
com o ambiente. Por exemplo, a uma vasta relação de aparelhos que são projetados para a
extração de informações significativas pelos sistemas sensoriais humanos

Esses conceitos estão intimamente ligados a aspectos importantes da nossa interação diária
com o ambiente. Por exemplo, a uma vasta relação de aparelhos que são projetados para a
extração de informações significativas pelos sistemas sensoriais humanos

Semáforos, automóveis, relógios,

telefones, aparelhos de som, imagens

de vídeo, etc.

 O estudo da sensação e da percepção permite aos cientistas identificar e tratar


indivíduos com deficiências sensório-perceptuais.

Estudar a sensação e a percepção deriva da curiosidade científica geral sobre o mundo em que
vivemos e sobre nós mesmos

 Finalmente, estudamos a sensação e a percepção porque são tópicos intrinsecamente


interessantes que nos ajudam a responder a questões básicas relativas a nossa
existência diária, especialmente como vemos, ouvimos, sentimos o gosto e usamos os
outros sentidos.

Você também pode gostar