Você está na página 1de 24

FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS – FINOM

ENGENHARIA CIVIL

COMPARAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL


CONFORME A ABNT 6118/2014 E O MÉTODO EMPÍRICO,
DIMENSIONAMENTO SEM CÁLCULO ESTRUTURAL EM UMA
RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR DE CONCRETO ARMADO.

Paracatu-MG

2017
Luiz Carlos Nascimento

Comparação entre o dimensionamento estrutural conforme a ABNT


6118/2014 e o método empírico, dimensionamento sem cálculo
estrutural em uma residência unifamiliar de concreto armado.

Pré-projeto apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão


de Curso I como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil da Faculdade do Noroeste de
Minas, FINOM.

Orientador: Prof. Ricardo Fonseca de Oliveira

Paracatu – MG

2014
SUMÁRIO

1. Tema .......................................................................................................................5

2. Problema .................................................................................................................5

3. Hipótese ..................................................................................................................5

4. Introdução ................................................................................................................5

5. Objetivos ..................................................................................................................6

5.1 Objetivo Geral ........................................................................................................6

5.2 Objetivo Específico ................................................................................................6

6. Justificativa ..............................................................................................................6

7. Referencial Teórico .................................................................................................8

7.1 Concreto Simples ..................................................................................................8

7.2 Concreto Armado ..................................................................................................8

7.2.1 Vantagens ..........................................................................................................9

7.2.2 Desvantagens ...................................................................................................10

7.3 Aço.......................................................................................................................10

7.4 Estado Limite........................................................................................................11

7.4.1 Estado-Limite Ultimo (ELU) ..............................................................................11

7.4.2 Estado-Limite Segurança (ELS) .......................................................................11

7.5 Ações ...................................................................................................................12

7.5.1 Permanente ......................................................................................................12


7.5.2 Variáveis ...........................................................................................................12

7.5.3 Excepcionais ....................................................................................................12

7.6 Lançamento Estrutural ........................................................................................12

7.7 Dimensionamento de Elementos da Estrutura por Métodos Manuais ................15

7.7.1 Pré-Dimensionamento Estrutural .....................................................................15

7.7.1 Pré-Dimensionamento Lajes ............................................................................15

7.7.3 Pré-Dimensionamento das Vigas .....................................................................17

7.7.4 Pré-Dimensionamento dos Pilares ...................................................................18

7.8 Finalização do Projeto .........................................................................................19

8. Metodologia ...........................................................................................................20

8.1 Área de Estudo ....................................................................................................20

8.2 Materiais e Métodos ............................................................................................21

9. Cronograma ...........................................................................................................22

10. Referências Bibliográficas ...................................................................................23


5

1. Tema
Comparação entre o dimensionamento estrutural conforme a ABNT 6118/2014
e o método empírico, dimensionamento sem cálculo estrutural em uma residência
unifamiliar de concreto armado.

2. Problema

O cálculo estrutural empírico gera um maior custo, menor estabilidade e menor


capacidade de absorção das ações do ambiente, do que uma mesma estrutura
dimensionada de acordo com a ABNT 6118/2014?

3. Hipótese

Se a estrutura é dimensionada conforme o método empírico resultar em custos


mais elevados, estabilidade menor e menor capacidade de absorver as ações do
ambiente, então o cálculo estrutural conforme a NBR é o mais recomendável.

4. Introdução

Infelizmente a pratica de dimensionamento sem cálculo estrutural é comum,


principalmente nas cidades do interior e em obras de pequeno porte, as improvisações
feitas nos canteiros de obras se tornam maiores, o problema e que esse é um
processo construtivo que apresenta grandes desperdícios.

O Cálculo estrutural segundo REBELLO (2000) é a aplicação de um modelo


matemático a um modelo físico para tentar descrever seu comportamento da maneira
mais próxima do real, porem devida a complexidade, simplificações e pressupostos
nem sempre realistas são feitos para tornar o cálculo mais processável. Por isso é
importante ter-se em mente que por mais precisos que sejam os cálculos nem sempre
conseguem deixar claro a realidade, por isso e importante colocar a importância dos
números em seu devido lugar e ter critérios de rigorosos para garantir uma união
homogenia dos elementos que compõem a estrutura.

De acordo com GIONCO (2007) nas edificações cuja os sistemas estruturais e


compostos por concreto armado são geralmente formados por tais elementos lajes,
vigas e pilares ou a junção de mais de um desses elementos, como por exemplo, as
escadas que são compostas de lajes e vigas. Cada elemento estrutural deve ter
6

função compatível com os esforços solicitantes e sua segurança tem que garantida
com conforme aos Estados Limites Últimos e de Serviço. O arranjo dos elementos
estruturais é fundamental para a segurança da estrutura e deve ser compatível com o
projeto arquitetônico.

Assim salientando a importância de se ter um projeto de cálculo estrutural pois


ele resultara em elementos estruturais com dimensões apropriadas para cada ocasião
deixando a estrutura bem esbelta, pois se não houver o estudo de cálculo os
resultados do elementos obtidos poderão ser negativo, que seriam elementos
subdimensionados que poderiam ocasionar rachaduras, deslocamentos excessivos,
e em casos mais drásticos podendo a estrutura entrar em colapso ou por outro lado
elementos superdimensionados que acarretaria em um preço alto para a execução,
além de poder resultar em uma estrutura muito rígida, incapaz de absorver os esforços
solicitados.

5. Objetivo

5.1 Objetivo geral:

Verificar se o cálculo estrutural empírico gera um maior custo, menor


estabilidade e menor capacidade de absorção em relação a mesma estrutura
dimensiona de acordo com a NBR 6118/2014

5.2 Objetivo especifico:

Os objetivos específicos foram os seguintes:

• Verificar se o profissional de canteiro de obra está lançando


corretamente as cargas aplicadas na estrutura e se estão estabelecendo corretamente
o dimensionamento das seções de concreto e aço.
• Esses dados serão levantados ao analisarmos o projeto feito
empiricamente pelo profissional do canteiro de obra (Mestre de obra).

6. justificativa

Um projeto de cálculo estrutural é importante em qualquer ato de edificar desde


a mais simples até a mais complexa estrutura, sendo o concreto armado considerado
um dos principais elementos de construção utilizado no Brasil.
7

O Cálculo estrutura é uma peça fundamental para garantir vários aspectos


importantes da estrutura inclusive a interação harmônica entre os elementos
projetados.

Primeiramente o profissional deve fazer uma análise estrutural, em que é feita


a idealização do comportamento da estrutura e tem como princípio determinar os
esforços internos e externos, as cargas e reações de apoio, e das correspondentes
cargas, também serão determinados os deslocamentos e deformações da estrutura.
Somente após todos esses levantamentos podemos garantir segurança, estabilidade
aliados a economia da estrutura a ser elaborada.

Um bom dimensionamento traz inúmeros benefícios a estrutura e ao cliente, tal


que obterá uma economia de aço pois utilizara em seu projeto taxa mínima de aço
para garantir segurança, economia de concreto.

Os elementos estruturais são projetados o mínimo dentro da margem de


segurança, a redução do desperdício pois o projeto estrutural passa a quantidade total
de aço e concreto que será utilizada na obra, além dos componentes estruturais serem
projetados os mais simples para uma fácil execução na obra.

O resultado final do projeto estrutural é a especificação completa, taxa de aço,


área de concreto, forma de armação de vigas, lajes e pilares, também a forma de
locação dos elementos, e outros detalhes necessários para a execução do projeto.

Porem deve-se ressaltar os pontos negativos de uma execução estrutural sem


projeto, primeiramente se chega a uma solução sem as devidas considerações
técnicas necessárias para compressão da estrutura, levando então os profissionais
de canteiro de obra a improvisação, assim dando início a uma série de ações
descoordenadas, onde começa com o desperdício de material, seguindo de
superdimensionamento de elementos, desordenado ritmo de ações, que influenciam
diretamente na estabilidade da estrutura, custo da obra, durabilidade da edificação,
por fim, nunca conseguindo cumprir o cronograma previsto, e levando à tona uma
frase sempre citada por pessoas que passam por reformas ou construção, “ ...obra é
assim mesmo, sempre atrasa e só dar dor de cabeça!”, sem um planejamento feito
por um profissional qualificado, sempre terá frases como essa no vocabulário de
pessoas que passam por reforma ou construção de alguma estrutura convencional de
concreto armado.
8

7. Referencial Teórico

7.1 Concreto Simples

“O concreto é composto por água, cimento e agregados” (CARVALHO, FILHO,


2012, p.17), porem a utilização desse material sozinho como elemento estrutural não
é aconselhável, pois “enquanto demostra boa resistência a compressão, pouco resiste
a tração (cerca 1/10 da resistência a compressão) ” (CARVALHO, FILHO, 2012, p.17).

7.2 Concerto Armado

Por ter baixa resistência a tração, o concreto precisa-se de outro material que
possa apresentar boa resistência a tração para aumentar a resistência dos
componentes da estrutura, eis que surge o aço um material mais nobre “tem boa
resistência a tração e é mais deformável, sendo assim colocado longitudinalmente na
região tracionada da peça” (CARVALHO, FILHO, 2012, p.18). A união do concreto
com o aço do surgimento ao Concreto Armado.

Segundo BOTELHO, MARCHETTI (2010) devidos aos conceitos de modulo de


elasticidade do aço comparado com o concreto, o aço e distribuído na parte
comprimida do concreto economizando na área de concreto e tornando mais esbeltas
as estruturas. Levando em conta as considerações a estrutura a ser utilizada será de
concreto armado.

A principal característica do concreto é sua resistência a compressão,


CARVALHO, FILHO (2012) ressaltam que diversos fatores influenciam a resistência
do concreto endurecido, dos quais os principais são a relação entre a característica
adequada do cimento, agregados e água (chamada de traço) e a idade do concreto.
A resistência a compressão, é obtida por meio de curta duração, aplicação de carga
de maneira rápida em um corpo de prova, a equação que a representa é:

𝑓𝑐𝑗 = 𝑁𝑟𝑢𝑝 /𝐴

Onde:

𝑓𝑐𝑗 - resistência a compressão do corpo de prova de concreto na idade de (j)


dias;
9

𝑁𝑟𝑢𝑝 - é a carga de ruptura do corpo de prova:

A - Área da seção transversal do corpo de prova:

“As resistências do concreto referem-se à idade de 28 dias” (ABNT,6118/2014,


p.23 itens 8.2.4). A confecção dos corpos de prova está prescrita na NBR 5738:1994).

7.2.1 Vantagens

As vantagens principais do uso do concreto armado, de acordo com


CARVALHO, FILHO (2012) quanto ao seu uso estrutural é:

• Apresenta boa resistência a maioria das suas solicitações. Tem


• Boa trabalhabilidade, e pode ser moldado de várias formas, podendo
assim ser escolhida a forma mais conveniente do ponto de vista estrutural, dando
maior liberdade ao projetista.
• Permite obter estruturas monolíticas, o que não ocorre coma de aço,
madeira e pré-moldados.
• Existe aderência do concreto já endurecido com o concreto lançado na
hora, não prejudicando transmissão das cargas.
• As técnicas de execução são razoavelmente dominadas em todo país.
• Em diversas situações, pode competir com as estruturas de aço em
termos econômicos.
• É um material durável, desde que seja bem executado, conforme as
normas, e evitando o uso de aditivos para pega, assim reduzindo o risco de sua
armadura ser prejudicada pela corrosão.
• Apresenta resistência e durabilidade ao fogo superiores a madeira e ao
aço, desde que os cobrimentos e as características do concreto estejam conforme as
condições do meio em que está inserida.
• Possibilita a utilização da pré-moldagem, proporcionando maior rapidez
e facilidade de execução.
• É resistente a abalos, efeitos do ambiente, e desgaste.

7.2.2 Desvantagens
10

Já as desvantagens são menos em relação as vantagens como ressalta


CARVALHO, FILHO (2012).

• Resultam em elementos com maiores dimensões que o aço, o que, e


com um peso especifico alto (𝛾= 25 KN/m³), gerando um peso próprio alto, limitando
seu uso em determinadas situações e elevando bastante seus custos.
• As reformas e alterações, muitas vezes são de difícil execução.
• E um bom condutor de calor e som, assim deve-se associar a outro
material para sanar esses problemas.
• São necessários um sistema de formas e o uso de escoramentos
(quando não se faz uso de pré-moldagem), é necessário que as formas e
escoramentos permaneçam até que o concreto alcance a resistência adequada.

7.3 Aço

Quando se diz respeito ao aço da armadura do concreto armado, a norma


ABNT 7480/1996 define os tipos e as características das barras de aço. De acordo
como a ABNT 7480/1996, está definida que todo o material em barras, como CA-25 e
CA-50, deve ser obrigatoriamente laminado a quente, e que todos os fios,
característicos do CA-60, devem ser fabricados por trefilação ou processos
equivalentes, como estiramento ou laminação a frio, fios tem diâmetro inferior a 10
mm.

Segundo CARVALHO, FILHO (2012), as barras e fios destinadas a construção


civil (CA-25, CA-50, CA-60) possuem, um teor de carbono entre 0,08% a 0,05% e a
denominação técnica correta é aço, apesar de se utilizar o termo ferro. O ferro tem um
teor de carbono de 2,04% a 6,7%, distinguindo assim o ferro do aço.

ABNT 7480/1996 ressalta a característica mecânica como a mais importante


para a definição do aço, é a resistência característica de escoamento do aço a tração,
é a maior tensão suportada, a partir dela o aço passa a sofrer deformação
permanente. ”

O valor do limite de resistência é determinado em laboratório com ensaio de


tração.

7.4 Estado Limite


11

7.4.1 Estado-Limite Ultimo (ELU)

Diz respeito à máxima carga que a estrutura, ou seja, a resistência limite antes
de atingir a ruína. O item 10.3 da ABNT/6118:2014 determina que a segurança das
estruturas deva ser verificada a uma série de estados-limites últimos:

• Da perda de equilíbrio da estrutura como corpo rígido;


• De limite da resistência da estrutura, conforme às forças normais e
tangenciais, como um todo ou em parte dela;
• De esgotamento da capacidade resistente da estrutura devido aos
efeitos de segunda ordem, em todo ou em parte dela;
• De colapso progressivo;
• Considerando exposição ao fogo;
• Provocado por ações sísmicas;

7.4.2 Estado-limite Segurança (ELS)

Segundo a ABNT/6118:2014 são citados, o conforto do usuário, estética,


durabilidade e boa utilização da estrutura de acordo com o seu uso. As verificações
usuais são de deslocamentos excessivos, abertura de fissuras e limite de vibração.

7.5 Ações

7.5.1 Permanentes

São ações que ocorrem ao longo de toda a vida útil da estrutura, são valores
constantes. São subdivididas em diretas em indiretas. Entre as ações diretas, estão o
peso próprio, peso dos elementos construtivos fixos e empuxos permanentes. Entre
as indiretas estão à retração e fluência do concreto, desestabilização de apoios,
imperfeições geométricas globais e locais, entre outras.

7.5.2 Variáveis

São ações devido às cargas acidentais conforme o uso da edificação.

Também divididas em diretas em indiretas. Entre as diretas estão às


solicitações acidentais previstas no uso da edificação, a ação do vento e a ação da
água. As indiretas são formadas pela variação uniforme e não uniforme de
temperatura, e por ações dinâmicas.
12

7.5.3 Excepcionais

Na execução de projetos quando se leva em consideração cargas


excepcionais, deve-se estar conforme a ABNT/6118:2014 pois ela estabelece valores
para tais cargas, pois é um tipo de ação que não dá para ser calculadas.

7.6 Lançamento Estrutural

Para utilização de uma estrutura de concreto armado devemos seguir uma


série de requisitos estrutural para estabelecer medida e parâmetros para que não haja
desperdícios de materiais e atividades, principalmente de concreto e aço, se não
estabelecido, consequentemente gera desperdícios de outros materiais. Então
adotaremos um princípio de cálculo estrutural para uma estrutura de concreto armado.

Cálculo “é uma ferramenta com a qual se manipula um modelo físico. Para isso,
e necessário que a ferramenta seja ajustável ao modelo” (REBELO, 2000, p.27).
Estrutura é considerada conforme REBELLO (2000) o conjunto, um sistema,
composto de elementos- lajes, vigas e pilares que se inter-relacionam lajes se
apoiando em vigas, vigas apoiando em pilares realizando uma função: formar um
espaço que possa atender as diversas necessidades das pessoas.

De acordo com ABNT 6118/2014, os métodos de cálculo das estruturas de


concreto armado podem ser classificados, basicamente, em dois grupos: os métodos
clássicos, ou das tensões admissíveis, e os métodos de cálculo na ruptura (ou dos
estados – limite).

É imprescindível que o projeto de cálculo estrutural respeite a três requisitos:


conforme ressalta BASTOS (2014).

• Capacidade Resistencia: Nada mais é do que a segurança à ruptura, o


mesmo que a estrutura suportar toas as ações previstas em projeto, com uma
segurança compatível contra ruina e ruptura.
• Desempenho de Serviço: Nada mais é do que o projetista criar uma
estrutura que se conserve a utilização total durante sua vida útil, não apresentando
nenhum tipo de defeito que comprometa em parte seu uso.
13

• Durabilidade: É a capacidade que estrutura elaborada pelo projetista


junto com o proprietário estabelecem o tipo da estrutura e as influências do ambiente
que a estrutura deve suportar.

BASTOS (2014), explica que além dos três requisitos o projeto estrutural deve-
se considerar as condições funcionais, arquitetônicas, construtivas, e ser compatível
com os projetos a serem executados no mesmo local, e exigências talvez levantadas
pelo contratante com por exemplo resistência a explosões, resistência impactos,
impermeabilização e isolamentos acústicos e térmicos.

Em relação aos objetivos do projeto é valido ressaltar que, segundo a NBR


6118:

Toda estrutura de concreto armado deve-se ser projeta conforme as condições


ambientais vigente na época do projeto assim conservam sua estabilidade, segurança
e funcionalidade durante o período de sua vida útil, segundo ABNT/6118:2014.

Segundo BASTOS (2014) a vida útil de projeto, é o tempo em que a estrutura


mantenha suas características iniciais da estrutura de concreto, sem alterações
significativas a não ser que já foram ressaltadas devidas manutenções pelo autor do
projeto, as partes da estrutura devem apresentar período de vida útil diferentes, como
apoios e juntas de movimentação, podem ocorrer de se desgastar mais que os outros
elementos.

Para garantir todos os aspectos citados acima a ABNT 6118/2014 no item 12.5,
nas condições construtivas de segurança deve-se tomar cuidados específicos em
relação ao critério de detalhamento (seção 18 e 20 da Norma), ao controle de
materiais, conforme as normas especificas, especialmente a NBR 12655:1996, e ao
controle de execução em obra, conforme a NBR 14931:2003.

Quanto as condições de segurança devemos considerar:

As condições analíticas de segurança que as resistências não podem ser


menores que as solicitações e devem ser verificadas em reações a todos os
estados limites e todos os carregamentos especificados para o tipo de
14

construção considerando, ou seja, em qualquer caso deve ser respeitada a


condição: (ABNT,6118/2014, p.72 iten 12.5.2)

Rd> Sd

Conforme relacionado na ABNT/6118:2014 a análise do estado-limite último,


Rd e Sd necessariamente deveram seguir os valores estabilizantes e
desestabilizastes.

Os esforços resistentes são determinados a partir da resistência dos materiais


adotados, definido na ABNT/6118:2014.

“As solicitações de cálculo são calculadas, para a combinação de ações


considerada, de acordo com a análise estrutural (ver seção 14).” (ABNT,6118/2014,
p.72 item 12.5.4).

7.7 Dimensionamento de Elementos da Estrutura por Métodos


Manuais

7.7.1 Pré-Dimensionamento Estrutural

Para início do dimensionamento, o pré-dimensionamento e fundamental pois


segundo PINHEIRO (2003), pois possibilita a estimativa das ações a considerar para
início do cálculo. A noção estimada das dimensões dos elementos possibilita a
determinação do vão equivalente, das dimensões e rigidez, é imprescindível no
levantamento dos valores das ligações entre os elementos.

7.7.1 Pré-Dimensionamento Lajes

PINHEIRO (2003) destaca em seu material que as lajes deve ser o primeiro
elemento pré-dimensionado, determinado sua espessura de forma que atenda o
cobrimento nominal exigido no local da execução do projeto, assim isentando a
estrutura de problemas durante sua vida útil.

“Espessura da laje e determinada através de: ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.1)

h = d +φ/2+c
15

d → altura útil da laje

φ → diâmetro das barras

c → cobrimento nominal da armadura

“O cobrimento nominal da armadura é o cobrimento mínimo acrescido da


tolerância de execução: ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.2)

C = 𝐶𝑚𝑖𝑛 + ∆𝑐

Nas edificações normais, Δc ≥ 10mm. Somente quando houver um ótimo

controle de qualidade Δc pode ser alterado pra 5mm. Conforme adotado por

PINHEIRO (2003). E deve-se abordado no projeto esse controle de qualidade

“O cobrimento está relacionado com a classe de agressividade do ambiente, o


valor Cmin está indicado na tabela 1. ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.2).
16

Tabela 1. Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o


cobrimento nominal para ∆𝑐= 10

(ABNT,6118/2014, p.20, item 7.4.7.5).

“A altura útil pode ser estimada segundo a expressão: ” (PINHEIRO, 2003, p.


5.3)

𝑙
dest = (2,5 − 0,1×𝑛)× 100

𝑙𝑥
𝑙≤{
0,7×𝑙𝑦
17

n → número de bordas engastadas

l x → menor vão

l y → maior vão

7.7.3 Pré-Dimensionamento das Vigas

Para o início do pré-dimensionamento das vigas estimasse um h com uma


formula simples. Conforme PINHEIRO (2003), em um projeto de edificação não é ideal
utilizar valores alternados para a altura das vigas, pois assim pode-se facilitar o
cimbramento de todas. Normalmente utiliza-se somente duas alturas diferentes
podendo assim gerar uma necessidade de armadura dupla em diversas partes das
vigas.

• Tramos internos: hest =l0/12

• Tramos externos ou vigas bi apoiadas: hest =l 0/10

• Balanços: hest =l 0/5

“Para armadura longitudinal em uma única camada, a relação entre a altura


total e a altura útil é dada pela expressão: ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.4)

𝜙𝑙
ℎ = 𝑑 + 𝑐 + 𝜙𝑡 +
2

c → cobrimento

φt → diâmetro dos estribos

φl → diâmetro das barras longitudinais

7.7.4 Pré-Dimensionamento dos Pilares

Para este pré-dimensionamento PINHEIRO (2003) deve ser estimada sua


carga através da área de influência que atua sobre o pilar. Esse processo e feito a
partir da divisão da área total do pavimento pela a área de influência de cada pilar
18

assim estimasse a carga que o pilar irá receber. “A área de influência e determina
dividindo-se a distância entre eixo de 0,45L e 0,55L, deve-se analisar a posição da
estrutura, conforme os seguintes critérios: ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.4)

• “0,45l: pilar de extremidade e de canto, na direção da sua menor


dimensão;

• 0,55l: complementos dos vãos do caso anterior;

• 0,50l: pilar de extremidade e de canto, na direção da sua maior


dimensão. ” (PINHEIRO, 2003, p. 5.4)

Quando tivermos edifico em balaço, PINHEIRO (2003) ressalta que tal área
deve ser acrescida nas lajes adjacentes, na posição do balanço, largura igual a 0.5 l,
sendo l o vão do balanço.

Depois de avaliar a carga no pilares pelo método de área de influência,


determinamos o coeficiente de majoração da força normal (α) levando em
consideração a excentricidade da força, e considerar tais valores determinados por
PINHEIRO (2003).

30×𝛼×𝐴×(𝑛 + 0,7)
𝐴𝑐 =
𝑓𝑐𝑘 + 0,01×(69,2 − 𝑓𝑐𝑘 )

Ac = b x h → área da seção de concreto (𝑐𝑚2 ))

α → coeficiente que leva em conta as excentricidades da carga

A → área de influência do pilar ( 𝑚2 )

n → número de pavimentos-tipo

(n+0,7) → número que considera a cobertura, com carga estimada em 70% da

relativa ao pavimento-tipo.

fck → resistência característica do concreto (kN/cm2)


19

7.8 Finalização do Projeto

Após as considerações levantadas neste trabalho, os cálculos de


dimensionamento dos elementos serem feitos, concluindo com o projeto estrutural
onde são apresentados os resultados dos cálculos, detalhando toda área de aço e
área de concreto a ser utilizada na edificação da estrutura.

“Uma vez que decidida a solução estrutural do edifício, deve-se registrá-la em


desenho que posso ser interpretado pelos carpinteiros responsáveis por executar a
forma que conterá o concreto. ” (REBELO, 2005, p. 5.3)

Conforme REBELO (2005), uma planta de forma deve mostrar a posição dos
elementos estruturais identifica-los por nome ou número e identificar suas dimensões.
Para a localização das vigas e pilares faz-se o desenho em planta. A locação e largura
das vigas e dada por linhas de cota, que fornecem a distância entre suas faces. Os
pilares são locados por meio de seus eixos. A numeração dos elementos é feita de
cima para baixo e da esquerda para a direita, de forma continua e crescente. Uma
maneira interessante de se indicar a viga é colocar no seu início a letra V e no final
seu número, assim também como acontece no caso das lajes e pilares.

A planta de armação abordada por REBELO (2005), deve-se fornecer


informações sobre a posição, bitola (diâmetro), comprimento, dobras, corte das barras
de aço e resumo da compra de material. As vigas podem ser amadas em elevação ou
em corte, conforme seja mais fácil a visualização das armações. A viga armada em
elevação deve possuir um corte para a visualização dos estribos e ou outras armações
transversais. As armações que são apresentadas em elevação dentro da viga são
detalhadas fora, onde recebem um número que determinara sua posição no projeto,
e é determinado o diâmetro da barra (bitola) e sua quantidade, as dimensões retas e
dobradas, a existência ou não de ganchos, o número de repetições e o comprimento
total (comprimento de corte).

No caso das lajes as armações são representadas em função do diâmetro e


do espaçamento total entra as barras, para que seja facilmente posicionadas
na obra de maneira idêntica aos estribos. As armações negativas devem
avançar em comprimento tal que garanta cobrir todo o momento negativo.
Por essa posição bastante identificada na laje, pode-se, a favor da segurança,
20

considerar que a armação negativa avance, para cada lado do eixo da viga,
¼ do vão das lajes adjacente. (REBELO, 2005, p.344)

8. Metodologia

8.1 área de estudo

Para a confecção desse projeto será utilizada uma residência unifamiliar que
está como o processo estrutural em andamento e sendo executada de maneira
empírica, sem projeto estrutural, somente com a experiência do profissional adquirida
em canteiro de obra.

A edificação está situada na cidade de Unaí-MG, “município do noroeste


mineiro, cuja uma população de 83448 habitante, uma área territorial de 8448,082
Km², seu bioma principal é o cerrado e tem um clima tropical.” (PREFEITURA
MUNICIPAL DE UNAÍ, 2017).

Figura 1. Mapa destacando a cidade de Unaí, no estado de Minas Gerais.

Segundo Ministério do transporte apud FRIGOLETTO, 2004.


21

8.2 materiais e métodos

Para a confecção desse projeto será utilizada uma residência unifamiliar que
está como o processo estrutural em andamento e sendo executada de maneira
empírica, sem projeto estrutural, somente com a experiência do profissional adquirida
em canteiro de obra.

Irão ser feitas várias visitas a obra para levantamento de informações da


estrutura executada.

No dimensionamento as dimensões de projeto serão alteradas, em relação as


que já estão sendo executados, pelo motivo de estarem fora de norma então foi
sugerida outras características aos elementos. Serão seguida os procedimentos
usuais de projeto, calculo e detalhamento da estrutura de concreto armado,
respeitando a norma técnica que regulamenta essa ação.

O dimensionamento das vigas, pilares e lajes e das ligações serão usados


métodos manuais conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014) e planilhas no Excel de
desenvolvida em meio ao trabalho. Para a análise estrutural será utilizado o programa
FTOOL, desenvolvido pelo professor Luiz Fernando Martha da PUC-Rio e Tecgraf,
onde demostrara todo os diagramas de momento fletores e de força cortante dos
elementos estruturais assim verificando a estabilidade individual a cada elemento,
posteriormente será analisado a estabilidade geral e a capacidade de absorção dos
esforços das ações do ambiente, das duas estruturas utilizado o software comercial
AltoQiEberick. O método de comparação de custos adotados foi baseado no volume
de material (aço e concreto) utilizado na execução da edificação, e com os resultados
obtidos através do dimensionamento da mesma. Os comparativos técnicos serão
destacados na estrutura o desempenho de acordo com as ações ambientais,
durabilidade, estabilidade, deslocamentos limites e segurança em ralação aos estados
limites últimos.

Para a análise de custos iram ser feitas coletas de dados, inicialmente será
coletado os dados para confecção do projeto estrutural, tais como armaduras e
concreto utilizado, além de especificações e como dimensões e dos elementos
estruturais e detalhamento das armaduras utilizadas tanto na estrutura executada sem
cálculo estrutural quanto na calculada conforme a NBR 6118/2014. Os custos serão
22

destacados somente área de concreto e área de aço, o orçamento será feito direto
nos balcões das lojas especializadas em materiais de construção na cidade de Unaí.

Durante o levantamento das diversas informações para a criação da planta de


forma de como foi executado, também irão ser coletados dados sobre a execução dos
elementos estruturais, tais como lajes, viga e pilares e fundação.

Todas as lajes serão mantidas de acordo com as que já vão ser executadas,
são do tipo pré-moldas, com vigotas treliçadas. As vigotas serão dimensionadas pelo
engenheiro da empresa fabricante. As vigas serão dimensionadas conforme a NBR
6118/2014 atendendo as solicitações mínimas exigidas na norma. Os pilares seguiram
o mesmo padrão. A concretagem será mantida a que já está sendo executada em
obra, traço 1:2:4 (cimento, areia, brita)

9. Cronograma

2017
ATIVIDADES
MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO
PESQUISAS BIBLIOGRAFICAS X X X X X X X X
INICIO CONFECÇÃO PROJETO X
ESCOLHA DA ESTRUTURA X X
ENTREVISTA X
VISITA A ESTRUTURA X
COLETA DE DADOS X X X
TRANFERENCIA DOS DADOS X
ANALISE DOS DADOS X X
INICIO DO DIMENSIONAMENTO X X
VERIFICAÇÃO DA ESTRUTURA X X
DETALHAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS X X
AJUSTE FINAL DO PROJETO X X
ENTREGA DO PROJETO X
23

10. Referencias

ABNT – ASSOCIAÇÃO BARSILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Barras e fios de


aço destinadas a armadura de concreto armado. NBR 7480:1996. Rio de Janeiro,
RJ, 1996.
ABNT-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações. NBR 6120:1980. Rio de Janeiro, RJ, 1980.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de
estruturas de concreto. Procedimento. NBR 6118:2014. Rio de Janeiro, RJ, 2014.
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto armado eu te amo. São Paulo:
Blucher, 2010.
CARDOSO. R. V. P. Projeto estrutural em concreto armado. Florianópolis: UFSC,
2013.
CARVALHO, R. C.; FILHO, F. R. J. Calculo e detalhamento de estruturas usuais
de concreto armado. São Carlos: Edufscar, 2012.
CLIMACO, J. C. T. S. Estrutura de Concreto Armado Fundamentos de Projeto,
Dimensionamento e Verificação. Brasília: UnB, 2008.
FRIGOLETTO, Mapa das rodovias federais da região sudeste. Disponível em <
http://www.frigoletto.com.br/GeoTransp/menutransp.html > Acesso em: 31 de nov.
2017.
GIONGO. S. J. Concreto armado: projeto estrutural de edifícios. São Carlos:
USP, 2007.
PINHEIRO, L. M. Fundamento do concreto e projetos de edifícios. São Paulo,
SP, 2003. Notas de aula. Universidade de São Paulo, USP.
PREFEITURA MUNICIPLA DE UNAÍ. Unaí pronto para o futuro. Disponível em:<
http://www.prefeituraunai.mg.gov.br/pmu/index.php/2012-12-21-16-56-25/vias-de-
acesso-distancias.html >. Acesso em: 31 de nov. 2017.
REBELO, Y.C. R. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate,
2000.
REBELO, Y.C. R. Estrutura de aço, concreto e madeira. São Paulo: Zigurate,
2005.
VANDERLEI, D. R. Estrutura de concreto armado II. Maringá, PR. Notas de aula.
Universidade estadual de Maringá, UEM.
ZANATTA. L. Projeto Estrutural de uma Residência Mista de Concreto-Madeira.
Florianópolis: UFSC, 2014.
24

Você também pode gostar