Janeiro/2009
Belo Horizonte
2009
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A minha esposa (minha eterna namorada) e filhas pelo apoio, carinho, dedicação
e paciência.
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AGRADECIMENTOS
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10
2 OBJETIVO ..................................................................................................... 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 12
3.1 Histórico ................................................................................................. 12
3.1.1 Paradigma Anterior ............................................................................. 12
3.1.2 Novo Paradigma ................................................................................. 13
3.2 Sustentabilidade na Construção Civil .................................................... 14
3.2.1 Sustentabilidade ................................................................................. 14
3.2.2 Relatório Brundtland ........................................................................... 16
3.2.3 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento – Eco 92 ................................................................. 17
3.2.3.1 Convenção da Biodiversidade ....................................................... 18
3.2.4 Agenda 21 ........................................................................................... 19
3.2.4.1 Conferindo a Agenda 21 ................................................................ 20
3.3 Construção Sustentável e Princípios Básicos ....................................... 21
3.4 Enfoque Ético Social .............................................................................. 23
3.5 Construção Sustentável nas Cidades .................................................... 24
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ........................................................ 26
4.1 Objetivos do Trabalho ............................................................................ 27
4.2 Metodologia ........................................................................................... 27
4.3 Sustentabilidade na Construção Civil .................................................... 28
4.3.1 Pré Condições de Empreendimentos Sustentáveis ............................ 29
4.3.2 Política Urbana Sustentável ................................................................ 30
4.3.3 Práticas Urbanísticas Sustentáveis .................................................... 31
4.3.4 Parâmetros para uma Edificação Sustentável .................................... 33
4.3.4.1 Redução de Desperdício .................................................................. 33
4.3.4.2 Conservação e Reabilitação de Edifícios Antigos ............................ 33
4.3.4.3 Reciclagem ....................................................................................... 34
4.3.4.4 A reutilização de Materiais na Construção Civil................................ 36
4.3.4.4.1 Introdução.................................................................................... 36
4.3.4.4.2 O tratamento de Entulho no Brasil Atualmente............................ 37
-5-
4.3.4.4.3 Resultados do Reaproveitamento................................................ 38
4.3.4.4.3.1 Ambientais................................................................................... 38
4.3.4.4.3.2 Econômicos................................................................................. 38
4.3.4.4.3.3 Sociais......................................................................................... 39
4.3.4.4.4 Metodologia................................................................................. 39
4.3.4.4.4.1 Reduzir......................................................................................... 40
4.3.4.4.4.2 Reutilizar...................................................................................... 40
4.3.4.4.4.3 Reciclar........................................................................................ 41
4.3.5 Quesitos Aplicáveis para Obras Sustentáveis .................................... 43
4.3.5.1 Fase da Concepção ......................................................................... 43
4.3.5.1.1 Harmonização com o Entorno ....................................................... 44
4.3.5.1.2 Compromisso com Grupos de Interesses ...................................... 45
4.3.5.1.3 Principais Ações a Serem Realizadas ........................................... 46
4.3.5.2 Gestão de Água e Efluentes ............................................................ 47
4.3.5.2.1 Conceber Plano de Uso Racional da Água ................................... 48
4.3.5.3 Gestão de Energia e Emissões ........................................................ 48
4.3.5.3.1 Variáveis Humanas ........................................................................ 49
4.3.5.3.2 Variáveis Climáticas ....................................................................... 49
4.3.5.3.3 Variáveis Arquitetônicas ................................................................ 50
4.3.5.4 Gestão de Materiais e Resíduos Sólidos ......................................... 50
4.3.5.5 Qualidade do Ambiente Interno ........................................................ 52
4.3.5.6 Qualidade dos Serviços ................................................................... 52
4.3.5.6.1 Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade ........................ 52
5 ESTUDO DE CASOS E ANÁLISE CRÍTICA ................................................. 55
6 CONCLUSÃO ................................................................................................ 66
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 68
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LISTA DE FOTOS
FOTO 1 Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledônia, 1993 .......... 55
FOTO 2 Menara Mesiniaga (escritórios da IBM), Malásia, 1995 ................. 56
FOTO 3 Parlamento Alemão, Berlim, 1999 ................................................. 57
FOTO 4 Commerzbank Headquarters, Frankfurt, Alemanha, 1997............. 58
FOTO 5 Fonte: Revista Exame - 14/02/2007 .............................................. 59
FOTO 6 Bank of America Tower (em construção) ....................................... 60
FOTO 7 Como é a Arquitetura Ecológica do Bank of America..................... 61
FOTO 8 Catedral de Brasília (2002) ............................................................ 63
FOTO 9 Aglomerado da Serra B. Hte MG (2008) ........................................ 64
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LISTA DE NOTAÇÕES, ABREVIATURAS
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INMET = Instituto Nacional de Meteorologia
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1. INTRODUÇÃO
A história do mundo mostra que a construção civil sempre existiu para atender as
necessidades básicas e imediatas do homem sem preocupação com a técnica
aprimorada em um primeiro momento. O homem pode ser qualificado
diferencialmente dos demais seres vivos por inúmeras características, entre elas
se inclui o dinamismo de produzir e transformar continuamente suas técnicas
através de aperfeiçoamento e estudo contínuo dos resultados. A constituição das
cidades exigiu qualificação e técnicas mais apropriadas e vantajosas para se
construir edifícios cada vez mais sustentáveis. Surgem as edificações concebidas
com responsabilidade social.
- 10 -
2. OBJETIVO
Ao nos reportarmos aos tempos atuais, através de uma simples observação aos
prédios de qualquer cidade brasileira – e aqui se ressalta que não é nenhuma
crítica, pois na época em que foram construídos atendiam plenamente ao fim a
que foram propostos - é fácil perceber que até o presente momento obras
ecologicamente correta são relegadas ao segundo plano, para tanto e somente
como exemplo, é só atentar para nossas fachadas envidraçadas. Num país de
clima tropical quente e úmido, isto seria coerente?
- 11 -
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Histórico
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Em 1950, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)
questionou a divisão econômica tão desigual, não se esquecendo das questões
sociais internas, no mundo em geral.
O documento produzido define vinte e sete princípios, onde está presente o direito
ao desenvolvimento sustentável, atendendo eqüitativamente as necessidades de
desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras, além de
recomendar aos Estados a tarefa de erradicar a pobreza.
- 13 -
A Agenda 21 é mais um resultado das discussões da ECO-92. Trata-se de um
documento consensual firmado entre os países, resgatando o termo ‘Agenda’ no
seu sentido de intenções, desígnio, desejo de mudanças para um modelo de
civilização em que predominasse o equilíbrio ambiental e a justiça social entre as
nações. Destaca-se ainda que a Agenda 21 não é simplesmente uma Agenda
Ambiental e sim uma Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, onde,
evidentemente, o meio ambiente é uma consideração de primeira ordem.
3.2.1 Sustentabilidade
- 14 -
científica ao apresentar cenários bastante catastróficos sobre o futuro do planeta
se o padrão desenvolvimentista permanecesse-se nos mesmos moldes vigentes
da época.
A partir daí vários outros relatórios foram elaborados todos com o mesmo
fundamento: preservar o meio ambiente. Para isso havia a necessidade de se
alterar o padrão desenvolvimentista. Podemos, então, citar alguns que são
referência como Desenvolvimento Sustentável:
- 15 -
3.2.2 Relatório Brundtland
Nesta nova visão da relação homem/meio-ambiente fica claro que além do limite
mínimo para o bem-estar da sociedade existe também um limite máximo para a
utilização dos recursos naturais de modo que sejam estes preservados e
perpetuados.
- 16 -
Em âmbito internacional, as metas propostas são:
Desde a conferência, as relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas
por um novo conjunto de princípios inovadores, como os de "responsabilidades
comuns, mas diferenciadas entre os países", de "o poluidor paga" e de "padrões
sustentáveis de produção e consumo". Além disso, com a adoção da Agenda 21,
a Conferência estabeleceu objetivos concretos de sustentabilidade em diversas
áreas, explicitando a necessidade de se buscar novos recursos financeiros para a
complementação em nível global do desenvolvimento sustentável.
- 18 -
3.2.4 Agenda 21
- 19 -
ONG's, aos trabalhadores e sindicatos, à comunidade científica e
tecnológica, aos agricultores e ao comércio e a indústria.
- 20 -
ação para os anos seguintes e conferiu impulso político às negociações
ambientais em curso.
Para tanto, o setor da construção precisa se engajar cada vez mais. As empresas
devem mudar sua forma de produzir e gerir suas obras. Elas devem fazer uma
agenda de introdução progressiva de sustentabilidade, buscando, em cada obra,
soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para o
empreendimento.
• Adequação ambiental;
• Viabilidade econômica;
• Justiça social;
• Aceitação cultural.
- 21 -
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho
Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam
diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais
destacamos:
- 22 -
A noção de construção sustentável deve estar presente em todo o ciclo de vida do
empreendimento, desde sua concepção até sua re-qualificação, desconstrução ou
demolição. É necessário um detalhamento do que pode ser feito em cada fase da
obra, demonstrando aspectos e impactos ambientais e como estes itens devem
ser trabalhados para que se caminhe para um empreendimento que seja: uma
idéia sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável.
O arquiteto Jaime Pusch traz uma visão ética para o mesmo conceito: “a
sustentabilidade é uma recomendação pró-ativa. Apresenta-se ao agente de
desenvolvimento como uma condicionante definitiva de sua ação sobre o meio. O
conceito de ação sustentável passa também pela consideração do homem como
ser integrante da natureza e propõe a harmonização dos seus interesses
peculiares consigo mesmo e seu entorno” (Pusch, p.30).
- 23 -
3.5 Construção Sustentável nas Cidades
- 25 -
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
- 26 -
4.1 Objetivos do trabalho
4.2 Metodologia
Uma visão holística do mundo, concebido como um todo integrado, e não como
uma coleção de partes dissociadas pode ser também denominada uma visão
ecológica, considerando o sentido amplo do termo, que reconhece o valor de
- 27 -
todos os seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular
na teia da vida. Esta percepção holística, que coloca a ênfase no todo, tornou-se
conhecida como “sistêmica”. Os pioneiros do pensamento sistêmico foram os
biólogos, que enfatizavam a concepção dos organismos vivos como totalidades
integradas.
O meio ambiente não deve ser pensado dissociado de todos os outros sistemas
planetários; o meio ambiente que abrange os meios natural, rural e urbano, em
última análise, é o próprio planeta. A sustentabilidade ambiental, para ser
plenamente alcançada através desta nova postura holística, deve ser abordada
em todas as suas implicações, nas esferas das atividades humanas, sejam elas
familiares, educacionais, habitacionais, produtivas, extrativistas ou exploratórias,
de consumo de produtos, prestação de serviços, de pesquisa, e até mesmo nas
atividades futuras, aquelas que ainda nem foram inventadas.
- 28 -
se fará a seguir busca aproximar o conceito amplo da sustentabilidade na
construção civil.
- 29 -
tanto na oferta de novos materiais e equipamentos, quanto na capacitação da
mão-de-obra.
A base para a sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e
sociais com os econômicos, daí a necessidade e importância de inovações.
- 30 -
• responsabilidade: obrigar as autoridades locais a prestar contas aos
cidadãos, melhorando o acesso às informações governamentais;
- 31 -
• Ventilação permanente: aplicada em área urbana necessária para manter
a qualidade do ar. Quanto ao projeto arquitetônico urbanístico pode-se
garantir a passagem do ar através de divisas descontínuas ou devido a
implantações não contínuas, em locais quentes não obstruir a passagem
de ar por lagos ou rios (traçados viários que permitam o fluxo de ar).
- 32 -
4.3.4 Parâmetros para uma edificação sustentável
4.3.4.3 Reciclagem
Primeiro, com relação à adoção de uma postura racional e criativa, que facilite a
evolução das técnicas construtivas e de gestão de recursos humanos,
viabilizando assim a redução de diferentes formas de desperdício.
- 34 -
Segundo, com relação à segregação dos resíduos nos canteiros de obra, o que
permite assegurar uma maior qualidade dos resíduos e reduzir custos de
beneficiamento, fortalecendo o processo de produção de materiais reciclados.
- 35 -
mais racionais e governo local, fiscalizando geradores e transportadores, visando
coibir as disposições irregulares dos resíduos em áreas públicas e/ou privadas
que não tenham licença ambiental e estimulando o uso de materiais reciclados
nas obras públicas, em especial as de habitações populares.
4.3.4.4.1 Introdução
- 36 -
conjunto de tecnologias de caracterização dos resíduos que torne possível a
identificação rápida e segura das oportunidades de reuso e reciclagem mais
adequadas para cada lote. O objetivo é ampliar o mercado para os produtos
reciclados e valorizar a fração de boa qualidade.
Como pode ser concluído, em alguns países europeus, Japão e nos EUA, o
reaproveitamento de entulho para reciclagem já faz parte do processo construtivo,
atestando totalmente a sua viabilidade tanto técnica como econômica.
No Brasil, entretanto, o seu reaproveitamento é restrito praticamente à sua
utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de
estradas de terra. A prefeitura de São Paulo, em 1991, implantou uma usina de
reciclagem com capacidade para 100 t/hora, produzindo material utilizado como
sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no
Hemisfério Sul.
- 37 -
Em Belo Horizonte - MG, a prefeitura implantou um programa para correção
ambiental de áreas degradadas pela deposição clandestina de entulho, com a
criação de uma rede de áreas para sua captação. O programa é completado pela
instalação de usinas de reciclagem que produzem materiais para uso em obras e
serviços públicos.
4.3.4.4.3.1. Ambientais
4.3.4.4.3.2. Econômicos
- 38 -
similares com matéria-prima não reciclada. Na grande maioria dos casos, a
reciclagem de entulho possibilita o barateamento das atividades de construção.
4.3.4.4.3.3. Sociais
4.3.4.4.4 Metodologia
- 39 -
colocado como segunda opção porque apresenta benefícios como menor gasto
de energia, menores taxas de emissão de poluentes (gases) e menor uso de água
que a reciclagem.
4.3.4.4.4.1 Reduzir
4.3.4.4.4.2 Reutilizar
- 40 -
Entretanto, seria ideal que o projeto para o qual a peça se destina seja
previamente desenhado para recebê-la sem que haja a necessidade de corte, ou
seja, é preciso que haja uma idéia prévia sobre o reuso. No entanto, é
recomendado o corte para a adequação da peça ao novo uso quando não houver
alternativa ou quando parte da peça encontra-se danificada.
4.3.4.4.4.3 Reciclar
Na construção civil, o aço tem boa reciclabilidade, no entanto seu processo é feito
somente em escala industrial resultando num inevitável consumo de energia e
impacto no meio ambiente, sem contar com o transporte e lugar para
armazenamento. Por isso não é costume reciclá-lo e sim reutilizá-lo.
Da mesma forma, o vidro é também reciclado em escala industrial, embora não
demande tanta energia em comparação àquela que foi usada na sua fabricação.
Além disso, o vidro pode ser reciclado quantas vezes forem necessárias sem
perder suas propriedades. O único fator que pode dificultar e até mesmo impedir
sua reciclagem é a adição de filmes e películas. Depois de aplicadas elas
precisam ser retiradas através de processos químicos tóxicos que são
obviamente prejudiciais, e, muitas vezes, não é possível removê-las. A madeira,
por sua vez, pode ser reciclada para virar compensado. Esta é moída ou
- 41 -
convertida a lascas e prensada de volta a um formato que é denominado
compensado. Ele pode ser usado como painéis, fechamentos e móveis.
- 42 -
afetam significativamente as características do agregado quanto à composição e
quantidade. É preciso atentar para que o uso seja compatível com as
características do agregado para que haja segurança e bom desempenho do
material. Por exemplo, se um agregado for utilizado na fabricação de concreto
estrutural, seu processo de reciclagem deve ser mais rigoroso do que se ele fosse
destinado à fabricação de cerâmica de revestimentos.
- 43 -
naturais e entorno. É nessa fase que é montado o Programa de Necessidades,
que define o padrão da edificação a ser construída.
Essa etapa é de extrema relevância para a sustentabilidade do empreendimento,
por permitir total liberdade ao empreendedor e profissionais envolvidos na
concepção do projeto, para que busquem aumentar seu desempenho sócio-
ambiental minimizando os custos e por influenciar todas as fases seguintes do
projeto.
Mais uma vez, é importante salientar que o empreendimento sustentável deve:
• atender as necessidades dos usuários;
• Ser economicamente viável para seus investidores;
• Ser produzido com técnicas que reduzam o trabalho degradante e inseguro
feito pelo homem (CEOTTO, 2006).
- 44 -
Adensamento, verticalização, impermeabilização, alteração da paisagem natural
pelo desmatamento, desvio de cursos d’água, ocupação excessiva e intensiva
nos grandes centros urbanos, alteração de lençóis, poluição e formação de
barreiras arquitetônicas ao local, alterando o clima, o desempenho de ventos
dominantes, a produção de espaço artificial em abundância, a alteração do
comportamento das espécies vegetais etc. são fatores que estão ligados à
maneira como administramos o espaço construído em nossas cidades.
- 45 -
4.3.5.1.3 Principais ações a serem realizadas:
- 47 -
estratégias a serem utilizadas, contribuindo assim com sua sustentabilidade,
alinhada à redução de custos em toda a vida útil do empreendimento. Apontamos
o Banco de Dados Climáticos do Brasil (EMBRAPA) como fonte de referência
para o levantamento das informações. Já para minimizar efeitos de precipitações
intensas, indicamos o Relatório do Grupo de Trabalho Cheias do Rio Doce
(COMITÊ BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE, 2008) como fonte de
informações.
A adoção deste princípio leva aos benefícios que vão desde a redução dos
impactos sócio-ambientais e redução de custos na fase de uso e operação até a
divulgação da ação com objetivos comerciais.
Conceber edificações que ofereçam conforto aos ocupantes, com baixo consumo
de energia, depende do alinhamento entre variáveis climáticas, humanas e
- 48 -
arquitetônicas, de modo que as soluções arquitetônicas aproveitem da melhor
forma possível as potencialidades climáticas locais para atenderem às
necessidades humanas de conforto, reduzindo a necessidade de equipamentos e
conseqüente consumo de energia para obtenção de conforto.
- 49 -
em páginas especializadas ou com softwares que contêm essas informações em
seus bancos de dados. Indicamos como referências ABNT (2003), o software
Analysis Bio (ANALYSIS, 2007) e a página Caracterização Climática do Procel
(PROCEL).
- 50 -
empreendimento no período de garantia. Isso aumenta a satisfação de clientes e
pode melhorar a imagem da empresa. Além disso, existem benefícios indiretos
tanto para o empreendedor, quanto para os clientes, devido ao aumento da
durabilidade do empreendimento e manutenção de seu desempenho, por
exemplo. Existem ganhos até mesmo para a sociedade, com a redução da
poluição causada pelo transporte, estímulo à economia local e aumento da vida
útil de aterros sanitários, entre outros.
- 53 -
Esta abordagem é também aplicável à manutenção e melhoria de um Sistema de
Gestão da Qualidade existente.
Com foco nas empresas de implantação do empreendimento, no caso o
construtor, poderá ser utilizada como ferramenta o Sistema de Avaliação da
Conformidade de Empresas de Serviços e Obras (SiAC) do Programa Brasileiro
da Qualidade e Produtividade do Habitat –PBQP-H. O programa, através do
SiAC, direciona como um dos pontos marcantes da abordagem de processo a
implementação do ciclo de Deming ou da metodologia conhecida como PDCA (do
inglês Plan, Do, Check e Act):
- 54 -
5 ESTUDO DE CASOS E ANÁLISE CRÍTICA
Desta forma, não sendo mensuráveis de forma clara, pode-se estimar tais valores
baseados nas informações obtidas no site da revista Sistemas Prediais, Edição 3
de Dez/07 que diz: “os aspectos ambientais representam entre 2% e 3% do custo
total da obra”.
- 55 -
Neste trabalho o arquiteto Renzo Piano, objetivando fazer uma releitura cultural
onde se predomina construções da civilização Kanak, aproveita os recursos
naturais renováveis e abundantes da região, a madeira, e adapta também a
construção às condições de ventos locais.
Análise crítica:
- 56 -
Aplicou o uso adequado de brises após estudos da trajetória solar e fez uma
preparação da edificação para apropriar tecnologia posteriormente.
Análise crítica:
- 57 -
para tanto ele usou e abusou dos amplos espaços e da iluminação natural através
da cúpula central em vidro e aço.
É um espaço público, o que fica caracterizado pelo amplo salão interno e em seu
interior, o que poucos sabem é que abriga um sistema inovador de produção e
uso de energia, fornecendo o excedente para os prédios vizinhos.
Análise crítica:
- 58 -
Outra obra prima do arquiteto Norman Foster.
Neste projeto o autor explorou o condicionamento natural evitando-se assim o uso
de ar condicionado. A iluminação natural também é um ponto forte deste projeto,
sem esquecer, é óbvio dos espaços de socialização internos com seus famosos,
surpreendentes e amplos jardins suspensos onde funcionários desfrutam seus
momentos de descanso.
Análise crítica:
- 59 -
Neste trabalho o arquiteto no auge do conceito dos “Green Buildings”, ou prédios
ecológicos, trabalhou fortemente a questão dos jardins suspensos,
proporcionando um belo visual para aqueles preocupados com o aquecimento
global.
Análise crítica:
- 60 -
1- Reaproveitamento de água
A água das pias, da chuva e do ar-condicionado será coletada para ser usada nas
descargas dos banheiros e para irrigar o teto verde. A água capturada da chuva
(95% do que cai sobre o prédio) deixa de ir para o sistema de esgoto da cidade.
2 - Teto verde
Para diminuir o aquecimento em torno do prédio, o topo do edifício terá uma área
coberta com plantas.
3 - Energia própria
Uma usina no edifício vai gerar 70% da eletricidade a partir de gás natural, menos
poluente que o carvão, usado nas termelétricas americanas.
4 - Materiais recicláveis
O concreto usado no Bank of America Tower é uma mistura de cimento com 45%
de um material feito com sobras de minérios.
5 - Tanques de gelo
Máquinas instaladas no subsolo do prédio produzirão gelo à noite, quando a
energia é mais barata, e abastecerão o ar-condicionado durante o dia.
6 - Transporte público
O Bank of America Tower terá poucas garagens para carros e dará acesso a 17
linhas de metrô. Quem quiser ir pedalando para o trabalho encontrará lugares
para estacionar a bicicleta e chuveiros para tomar banho.
- 61 -
FOTO 07 COMO É A ARQUITETURA ECOLÓGICA DO BANK OF AMERICA
1- Iluminação Natural
2 – Ar Limpo
O Bank of America Tower promete devolver para Nova York um ar mais limpo que
o que entrou no edifício. Um sistema de filtros retirará 95% das partículas do ar.
Sensores monitorarão o nível de gás carbônico nas salas e automaticamente
aumentarão a quantidade de ar fresco.
3 – Ar Condicionado
Os dutos serão no chão, e não no teto. O ar frio sai por orifícios no chão e sobe à
medida que esquenta.
4 – Sistema de Luzes
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Considerações
Análise crítica:
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FOTO 08 Catedral de Brasília (2002)
Análise crítica:
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PROJETO VILA VIVA
Aglomerado da Serra
Belo Horizonte - MG
Análise crítica:
É uma obra para se encher os olhos, porém não podemos nos esquecer daquelas
feridas que foram abertas naqueles que ali viviam e que tiveram suas vidas
alteradas. O comércio perdido devido à transferência para um conjunto
habitacional; a troca de emprego porque agora se morará longe do mesmo e o
patrão não fornecerá o vale-transporte, e etc., etc., etc...
- 65 -
6 CONCLUSÃO
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Por outro lado devemos sempre nos atentar para o fato de que a tecnologia, tanto
de materiais como de conhecimento, estão se alterando em uma velocidade
vertiginosa e para tanto devemos nos convencer de que a tecnologia hoje
bastante sustentável pode ser amanhã mesmo obsoleta ou não atender os
quesitos de uma construção civil sustentável.
Desta maneira, uma forma para buscar a sustentabilidade seria se identificar com
o Relatório Brundtland em sua definição geral: "suprir as necessidades da
geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".
Com esse olhar, o objetivo é o de se obter edificações cada vez mais sustentáveis
de acordo com as questões ambientais locais e temporais, analisando questões
simples como a trilogia dos 3 R’s (Reuso, Reutilizar, Reciclar). E, por outro lado,
buscar sempre o desenvolvimento tecnológico no intuito de se alcançar uma
edificação sustentável que venha a atender as necessidades primordiais dos
seres humanos visando a preservação dos recursos naturais renováveis e de
baixo custo: construtivo e de manutenção pós ocupação.
E assim todas as questões que afetam a cidade, sejam de meio ambiente e/ou
edificações pouco ou não sustentáveis, teriam gradativamente corrigido suas
distorções, para se alcançar o equilíbrio ecológico e sustentável.
- 67 -
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- 68 -
SANTOS, IARA GONÇALVES DOS. Notas de aula de Sustentabilidade das
Construções, UFMG, 2º semestre de 2008.
- 69 -
Resoluções 264 e 307 CONAMA, disponível em:
www.lei.adv.br/conama.htm (acesso em 04/01/2009)
- 70 -