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- Nome: Andrey A R Carvalho

- Sala: 3° B

- Matéria: Psicologia Social I

- Resumo 1

A psicologia social começa sua trajetória com raízes norte-americanas e européias, devido ao fato da
propria visão da história favorecer esses alinhamentos. Seguindo essa lógica, no Brasil é necessário ver a
história das associações, instituições e fatos relevantes que marcaram o surgimento da psicologia social
no país.

De imediato algumas questões já se colocam no decorrer: a perspectiva determinista-linear de história


se encontra em xeque. A relação entre passado (determinando) o presente (que determina) o futuro,
apresentada nesta linearidade, na maioria das vezes mais obscurece o desenvolvimento de determinada
questão do que lança luzes. É possiível mostrar que durante a história da psicologia social, fatos
presentes acabam reassignificando os fatos do passado, que consequentemente, mudam o presente.

Três pontos importantes para a psicologia social devem ser denotados:

a) O repúdio positivista de Wundt

Wundt, considerado por muitos como o pai da psicologia, havia estabelecido três objetivos para sua
carreira profissional: 1) A construção da psicologia experimental como campo científico independente;
b) A elaboração de uma metafísica/filosofia cientifica, que foi montada através de três obras dele e; c) a
criação de uma psicologia social

Expandindo o ponto c, entre 1900 e 1920, Wundt elabora sua Volkerpsychologie, uma obra de 10
volumes que encapsula seu estudo de psicologia social e nesse terceiro objetivo, estebelcendo certos
limites. É exatamente este recorte grosseiro e abusivo de Wundt que Danziger (1979) chama do
“repúdio positivista de Wundt”. É contra esta ética utilitarista, de determinados historiadores,
aproveitando o que lhes interessava e jogando fora o que não condizia com seus valores e ideias, que
fez com que a influência positivista e os fortes atravessamentos ideológicos se estabelecessem de forma
clara no surgimento e desenvolvimento da psicologia como um todo.

b) “ o longo passado e a curta história da psicologia “

Diante da tentativa de transformar a psicologia em uma ciência independente surgem algumas


indagações e dúvidas, compartilhadas por autores como Farr (1996), Koch e Leary (1985), dentre outros:
por que a psicologia se preocupa com esta “data de nascimento”? Quer dizer que a partir daí é ciência e
o que temos para trás não mais interessa? Que outro campo amplo do conhecimento possui este tipo de
preocupação? A filosofia ou os campos da área das Ciências Humanas também possuem data de
nascimento? Encontramos alguma data de fundação da filosofia? Da física, da história, da pintura, da
literatura? A história e pré-história das grandes áreas de investigação ou de produção do conhecimento
se mesclam, não possuindo limites e fronteiras claras para delimitá-las. No caso da psicologia, as
questões lançadas do que venha a significar o ser humano ou seu psiquismo têm sido perseguidas na
história da humanidade há muito tempo.

O longo passado e a curta história da psicologia é a frase cunhada por Ebbinghaus em 1908, quando se
referia que a curta história da psicologia se iniciava com Wundt em 1879 com seu Laboratório de
Psicologia. Do mesmo modo, G.W. Allport e Lindzey assinalam o corte positivo da psicologia social, o
ponto sem retorno da ciência, à publicação do Handbook of Social Psychology de Lindzey em 1954.
Sequer o Handbook de Murchison (1935) é considerado como sendo parte do curto presente ou da
curta história da psicologia social como uma ciência experimental. Lindzey (1954) trata de rebater o
Handbook de Murchison como fazendo parte do passado metafísico da psicologia social que agora deve
ser jogado no ostracismo.

c) Formas e formas de contar histórias na psicologia social

Para se estudar psicologia social, ao invés de teorias é necessário olhar os acontecimentos,


surgimento de organizações, instituições e pesquisas publicadas sobre a área, assim adotando a
perspectiva de Robert Farr (1996), onde, por exemplo, o mesmo destaca a importância da Segunda
Guerra Mundial e a consequente publicação da obra Soldado Americano onde se explora a
adaptação de um soldado na vida militar, avaliação da eficácia das instruções militares, a
comunicação em massa que ocorria, etc.

Outro exemplo que pode ser dado de uma grande influência á psicologia social é a Escola de
Frankfurt de Ciências Sociais, com seus renomados autores construindo um conceito pivotal da
psicologia social européia, o estudo de uma personalidade autoritária.

Farr (1996) acreditava que a psicologia social na Era Moderna seria um fenomêno norte-americano
mas com raízes européias, onde seu florescimento em solo americano se daria devido á migração
em massa de pesquisadores durante os conflitos armados da época, pesquisadores que fugiam da
repressão científica ocorrendo em seus respectivos países. A principal migração fora a dos
gestaltistas da Áustria e Alemanha para o Estados Unidos, fato que possibilitou o surgimento da
psicologia social cognitiva, com raízes na fenomenologia.

Em termos de desenvolvimento das ciências cognitivas, os psicólogos da Gestalt e seus trabalhos na


área de psicologia social foram determinantes para o desenvolvimento da área. Um outro ponto
importante para o desenvolvimento foram os manuais de psicologia escritos até o momento, os
chamados Handbooks of Social Psychology.

A psicologia social florescida em solo norte americano era uma em que os fenômenos sociais
ocorridos tinham origem e eram centrados no indíviduo, fenômeno da individualização que Farr
tanto se refere em suas obras. Um outro desdobramento desta lógica positivista foi o
esquecimento/abandono de idéias propostas por outros autores que acabariam sendo essenciais
para o desenvolvimento teórico da psicologia social, como por exemplo: A negação de perspectivas
perspectivas e referências histórico-críticos, onde a perspectiva marxista fora abandonada.
Um segundo caso disso é o abandono dos manuais clássicos do pensamento do filósofo George
Herbert Mead e, como parrte integral do seu pensamento, sua teoria de behaviorismo social que é
eminentemente parte da psicologia social.

Colocando a ótica agora na América Latina, podia perceber-se que uma crise dentre os círculos de
psicologia estava ocorrendo, a chamada “ crise de referência “. Os pontos principais dessa crise
demonstrava a dependência teórico-metodológica ( principalmente dos Estados Unidos ), a
dexcontextualização dos temas abordados, a simplificação e superficialidade das análises desses
temas, a individualização do social na psicologia social e a não preocupação política com as relações
sociais que ocorriam no país e em decorrência, o resto da América Latin. Diversas sociedades e
instituições nacionais dos paises latinos foram criadas em resposta á essa crise, e no Brasil tivemos a
criação da Abrapso, onde attravés dela se lança a obra marco histórica brasileira – “ Psicologia
Social: O Homem em Movimento “.

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