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monitoramento e avaliação
das políticas municipais de
segurança pública: uma reflexão
a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

Ludmila Ribeiro é bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, administradora pública pela Escola de
Sociologia da Fundação João Pinheiro, mestre em Gestão de Políticas Sociais pela mesma instituição e doutoranda em
governo pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. É pesquisadora associada do Center for Latin America
Studies da Universidade da Flórida e consultora do Viva Rio, na área de Segurança Pública Municipal.
ludmila.ribeiro@gmail.com

Luciane Patrício é cientista social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em Políticas Públicas de Justiça
Criminal e Segurança Pública, mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense e doutoranda em Antropologia
pela mesma instituição. É professora da Universidade Cândido Mendes e consultora do Viva Rio, na área de Segurança Pública
Municipal. luciane.patricio@uol.com.br

Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão e uma contribuição instrumental à problemática do monitoramento e da avaliação
das políticas públicas municipais. A partir do estudo de um caso de implementação de um plano municipal de segurança
pública, procura-se demonstrar como esta experiência pode permitir a construção de um arcabouço conceitual que
viabilize a formulação de indicadores de monitoramento e avaliação para políticas públicas de redução da criminalidade
e da violência e da melhoria da qualidade de vida no espaço público. A idéia é problematizar e construir, a partir do
organograma de metas, objetivos e estratégias de implementação, indicadores de monitoramento e avaliação de cada
uma das intervenções realizadas. Com isso, espera-se verificar a viabilidade de generalização desses indicadores para
outros municípios brasileiros que estão no processo de implementação de planos municipais de segurança pública.

Palavras-Chave
Segurança pública. Planos municipais de segurança pública. Monitoramento e avaliação. Políticas públicas.

6 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


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N os últimos anos, o tema da seguran-
ça pública tem ocupado posição de
destaque nas agendas governamentais brasilei-
à segurança pública, dentro da perspectiva de
descentralização das políticas públicas, o que,
por sinal, naquela época, já era realidade na sea-

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de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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ras em todos os níveis da federação, ao con- ra da educação, saúde e habitação, entre outras.
trário do que se observava no início da década Ou seja, se a questão da descentralização das po-
de 1980, quando a criminalidade violenta era líticas de segurança pública apenas se inseriu no
um fenômeno típico das capitais e suas regiões debate nacional a partir da segunda metade dos
metropolitanas. Como conseqüência da disse- anos 1990, isso não significa que outras áreas de
minação deste tipo de violência para territórios políticas sociais não tivessem sido foco de tais
distantes das capitais brasileiras, ações relacio- debates. Ao contrário, a inserção da temática da
nadas à segurança pública ganharam importân- segurança pública neste novo paradigma deveu-
cia no contexto municipal, tornando as prefei- se, especialmente, ao fato de outras searas já te-
turas protagonistas na proposição de projetos rem passado por este processo de constituição
de prevenção ao crime, à violência e voltados de um novo arranjo instituição para produção
para a melhoria da qualidade de vida no âmbi- de tal serviço de maneira altamente exitosa.
to das cidades (WAISELFISZ, 2004).1
No entender de Höfling (2000), no Brasil,
Como bem destacam Ricardo e Caruso esta questão da descentralização das políticas pú-
(2007), até o início da década de 1990, os blicas foi introduzida por ocasião das discussões
municípios usavam o argumento de que segu- que culminaram na elaboração da Constituição
rança pública era dever dos governos estaduais. Federal de 1988. Naquela época, a descentrali-
Para tanto, os diversos gestores municipais ba- zação apresentou-se como “bandeira” de demo-
seavam-se na própria Constituição Federal de cratização, de relações menos desiguais e injustas
1988 – CF/88, que em seu art. 144 faz men- entre os diferentes grupos e setores sociais, entre
ção aos municípios somente em um de seus as diversas regiões do Brasil, em sua articulação
incisos, definindo de modo vago que “§ 8º Os com uma política central. A CF/88 foi, portanto,
municípios poderão constituir guardas muni- apenas um reflexo desta tendência.
cipais destinadas à proteção de seus bens, servi-
ços e instalações, conforme dispuser a lei”. De acordo com Arretche (1999), a imple-
mentação de arranjos institucionais descentra-
Contudo, o que se observa a partir da segun- lizados quando do provimento de políticas re-
da metade da década de 1990 é uma reinter- lacionadas às áreas de educação fundamental,
pretação deste mesmo dispositivo legal relativo assistência social, saúde, saneamento e habita-

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ção popular foi iniciada já no começo da dé- como forma de mediar os problemas relaciona-
cada de 1990. No entanto, estes novos arran- dos à segurança pública em nível local.
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jos ganharam força a partir de 1997, quando


diversos setores das políticas sociais se viram É certo afirmar também que é somente a par-
obrigados a implementar organismos colegia- tir de 2003 que as prefeituras, em geral, passam a
dos de representação paritária entre Estado e dedicar esforços mais regulares e planejados nesta
setores da sociedade civil e outras searas pas- área, estimulados pelo governo federal através,
saram a ser geridas direta ou indiretamente no especialmente, da publicação do Plano Nacional
âmbito local. Segundo a autora, se considerar- de Segurança Pública do primeiro mandato do
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mos que todas as atividades relativas à gestão governo Lula (2003), o qual dedicou todo o capí-
destas políticas eram, no início dos anos 1990, tulo IV às “reformas substantivas na esfera muni-
centralizadas no governo federal, temos a di- cipal”, enfatizando, principalmente, a instituição
mensão da transformação institucional que se de Guardas Municipais para tratar desta questão
operou no sistema brasileiro de proteção social (RICARDO; CARUSO, 2007).
durante a década de 1990.
Ao Plano Nacional de Segurança Pública, se-
Portanto, se pensarmos em uma perspecti- guiu-se a alteração da regulamentação do Fundo
va histórica, é possível afirmar que, na área da Nacional de Segurança Pública (FNSP), pela Lei
segurança pública, o processo de descentraliza- nº 10.746/03. De acordo com Ricardo e Caru-
ção caminhou a passos um pouco mais lentos so (2007), antes da nova lei de 2003, apenas os
do que em outras, uma vez que começou so- municípios que possuíssem Guardas Municipais
mente no final da década de 1990, especial- podiam pleitear os recursos do Fundo. Com esta
mente a partir da reinterpretação dos preceitos alteração, tal possibilidade ampliou-se para aque-
constitucionais, a qual, contudo, ainda não les que, mesmo sem guarda municipal, desen-
gerou nenhuma legislação federal regulamen- volvam políticas de segurança pública, tais como
tando este novo arranjo institucional que se parcerias com a Polícia Militar, consecução de
encontra em fase de articulação. diagnósticos e confecção de planos de segurança,
além da constituição de Conselhos Municipais
Esta reinterpretação pode ser entendida como de Segurança.
o processo a partir do qual os municípios passa-
ram a afirmar que a CF/88, no seu artigo 144, já Outra mudança importante, que contribuiu
trouxera, mesmo que vagamente, a responsabili- ainda mais para a formalização do município
dade da segurança (não exatamente da segurança enquanto agente indispensável à gestão da se-
pública) para a esfera municipal. A partir deste gurança pública, foi a publicação do Decreto nº
marco, o papel do município no campo da se- 4.991, de 18/02/2004, que aprovou a estrutu-
gurança pública constituiu objeto de análise de ra regimental do Ministério da Justiça. Em seu
diversos estudos acadêmicos, que enfatizam as art. 14, essa legislação definiu as competências
inovações e os investimentos em termos de arran- da Secretaria Nacional de Segurança Pública -
jo organizacional que esta instância tem criado Senasp, entre as quais destaca-se a de estimular

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e propor aos órgãos estaduais e municipais a ela- A constituição de um
boração de planos e programas integrados de se- arcabouço conceitual

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gurança pública, objetivando controlar ações de Nos artigos acadêmicos, especialmente os
organizações criminosas ou fatores específicos que trabalham com algum estudo de caso,
que gerem índices de criminalidade e violência, é bastante comum iniciar a discussão com a
bem como estimular ações sociais de prevenção constituição de um arcabouço conceitual que
da violência e criminalidade.2 auxilie não apenas a identificação das princi-
pais variáveis a serem consideradas na análise
Em 2006, a Prefeitura Municipal de Barra do problema, mas também em que medida o

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de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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Mansa representou um dos municípios que rece- argumento que o artigo pretende desenvolver
beu recursos do FNSP. A partir de parceria cons- se encaixa ou não com o fenômeno escolhido
tituída com uma instituição não-governamental,3 como foco desta discussão.
em 2004, a prefeitura elaborou um diagnóstico
dos principais problemas relacionados à crimina- Neste texto, a situação não é diferente.
lidade e à segurança pública no município, o que Isso porque, qualquer que seja o trabalho de
subsidiou a construção de um Plano Municipal discussão de estudo de caso, ainda que a pro-
de Prevenção à Violência para a cidade. Este reu- posta seja apresentar pontos que possam ser
nia um conjunto de medidas que tinham como aplicados facilmente na “vida como ela é”,
objetivo a redução da violência e da criminalida- o arcabouço conceitual auxilia não tanto no
de e a melhoria da qualidade de vida dos cida- melhor entendimento da questão, como na
dãos. Foi a partir da liberação dos recursos, em elucidação do que realmente vale a pena ser
2006, que a prefeitura iniciou o processo de im- enfatizado. Com isso, evita-se a tendência na-
plementação das iniciativas propostas pelo Plano, tural de se escrever tudo em um cenário que
em convênio com a ONG Viva Rio. cabe apenas pontuar algumas questões mais
importantes para a qualificação do debate que
Este artigo aborda a implementação de uma se pretende constituir.
política de segurança pública municipal, analisan-
do a experiência de Barra Mansa à luz das teorias No caso específico da abordagem de uma
acerca do processo de implementação, monito- política pública, o arcabouço conceitual pode
ramento e avaliação das políticas públicas. Com ser definido como uma orientação causal que
isso, espera-se problematizar os desafios enfrenta- auxilia a abordagem do problema em foco.
dos pelos gestores municipais com a progressiva Como tal, esta moldura viabiliza a formula-
descentralização de certas políticas relacionadas à ção de um modelo que, de um lado, aponta os
segurança pública e, ainda, pontuar os dilemas principais problemas de um dado contexto e,
referentes à atividade científica de análise de uma de outro, apresenta as soluções propostas e as
política pública desta natureza, fenômeno este maneiras de avaliar estas soluções. Esta defini-
que está intrinsecamente relacionado ao processo ção de problemas e soluções deve ser ainda ba-
de monitoramento e avaliação das políticas de se- seada em estudos já elaborados sobre este mes-
gurança municipal de uma maneira geral. mo problema/objeto de estudo, que ajudam

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o pesquisador a refletir sobre o que pode ser lhando, decidiu-se sistematizá-los, ainda que
melhorado/incorporado para a melhor quali- de forma resumida, no Quadro 1, que apre-
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ficação do debate em uma determinada área senta alguns conceitos da policy analysis con-
(STINCHCOMBE, 1968). siderados de fundamental importância tanto
para a compreensão de políticas públicas
Considerando ser este artigo um estudo quanto para a estruturação de um processo
de caso, para facilitar a identificação dos de pesquisa que vise a realização de estudos
conceitos-chave com os quais estamos traba- de caso (FREY, 2000).
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Quadro 1
Sumarização do arcabouço teórico da análise do plano municipal
de segurança pública do município de Barra Mansa
Conceito Definição
Implementação de uma Corresponde à execução de atividades que permitam que determinadas ações previstas em uma política se
política pública transformem em realidade (SILVA; MELO, 2000).
Monitoramento de uma É o exercício do controle tipo “alarme de incêndio”, que se refere ao acompanhamento contínuo de ativida-
política pública des, no sentido de verificar desvios ou problemas que possam implicar, especialmente, na não realização de
uma dada ação dentro do lapso de tempo previsto (MELO, 2001)4. Visa identificar disparidades importantes
entre os objetivos que a política deseja atingir em relação ao lapso temporal proposto, subsidiando, desta
forma, a tomada de decisões dos gestores (NUNES et al. 2001).
Avaliação dos resultados Aquisição de um paradigma – corpo de crenças metodológicas e teóricas comuns que orientem a seleção,
de uma política pública avaliação e crítica dos fatos relevantes a serem observados no sentido de verificar se os objetivos propostos
foram alcançados (ARRETCHE, 2003).
Participação do O papel do município na segurança pública se dá, especialmente, por meio de políticas preventivas e de Guar-
município na área das Civis e proporcionando meios para que se efetive a cooperação interinstitucional e para que se imponham
de segurança pública exigências mínimas de qualidade na provisão dos serviços de segurança pública (SOARES, 2006).
Integração das instituições Viabilização de uma estrutura mais descentralizada que acarretará num certo grau de independência capaz de
responsáveis pela gestão permitir uma maior integração entre os atores envolvidos no processo, no aprimoramento de mecanismos de
da segurança pública governança e um combate mais efetivo às origens do fenômeno da criminalidade (ZOUAIN; ZAMITH, 2006).
Participação comunitária na Conscientização da população de que só se pode construir uma cultura de paz com a participação social,
seara da segurança pública posto que não existe cidadania sem participação e, portanto, não há política de segurança pública eficiente
no cenário atual sem participação popular. Ou seja, a transparência, a participação popular e o diálogo intra
e extragovernamental complementam o desenho elementar do funcionamento do novo sujeito da gestão
pública (SOARES, 2006).
Profissionalização A Guarda Municipal é ator social destinado a agir em situações de conflito no espaço público do município
da Guarda Municipal e, por isso, a profissionalização de seus componentes é indispensável para a compreensão da complexidade
pluridimensional da problemática da segurança pública, agindo em conformidade com este entendimento e
atuando, portanto, como “solucionadores de problemas” (MELLO, 2006).
Redução e prevenção à Este conceito parte da percepção de que a situação de violência vivida responderia por agravos à saúde, ou
violência doméstica e de danos físicos e/ou mentais da mulher que vive em situações de violência, demandando um serviço de saúde
gênero no âmbito municipal específico que a ajude a lidar com seu sofrimento, ou para responder a suas necessidades de terminar com
este sofrimento, melhorando sua saúde (SCHRAIBER, 2003).
Prevenção à violência Este conceito parte da idéia de que atacar a vulnerabilidade requer a mudança na percepção dos formuladores
juvenil no nível local de políticas latino-americanos sobre o papel de políticas sociais para a construção de uma sociedade mais
igual, justa, pacífica e desenvolvida economicamente (ABRAMOVAY et al. 2003).
Indicadores para a avaliação Indicador é uma medida que ajuda a “responder à questão sobre quanto, ou se, progresso está sendo feito
de planos municipais na direção de um certo objetivo”. Neste sentido, a definição de objetivos é claramente um pressuposto para
de segurança pública a definição de indicadores, a qual, por outro lado, depende da disponibilidade de dados e informações que
permitam “medir” progressos na direção de objetivos determinados. Por exemplo, a partir de uma determi-
nação de objetivos da política de segurança pública, como, por exemplo, a melhoria da qualidade de vida da
população, é possível iniciar um processo de discussão e construção de indicadores para medir progresso na
direção destes objetivos (MESQUITA, 2006).

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O arcabouço conceitual sumarizado no (1990), está relacionado à idéia de exame siste-
Quadro 1 viabilizou a identificação e a elabo- mático e objetivo de um projeto ou programa,

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ração de conceitos que espelhem o problema finalizado ou em curso, que contemple o seu
abordado pela política pública, tornando possí- desempenho, implementação e resultados, com
vel na seção seguinte, a melhor identificação dos vistas à determinação de sua eficiência, efetivida-
objetivos que o Plano Municipal de Prevenção de, impacto, sustentabilidade e relevância de seus
à Violência de Barra Mansa procurou atingir e objetivos. Sendo assim, o propósito do monito-
quais foram os resultados alcançados pela inter- ramento e da avaliação é guiar os tomadores de
venção pública no espaço de ação social. decisão, orientando-os quanto à continuidade,

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de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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necessidade de correções ou mesmo suspensão de
Neste sentido, se a moldura teórica que uma determinada política ou programa.
orienta este artigo é entendida como um dia-
grama mental ou mapa que interliga conceitos, Como destacam Belluzzo e Lima (s/d, p. 3):
na seção seguinte espera-se demonstrar como A produção de conhecimento para fins de ava-
cada um desses conceitos se interliga com as liação de políticas públicas supõe, de um lado,
estratégias de ação desenvolvidas para alcance a mobilização de dados e informações acerca da
dos objetivos propostos. No entanto, antes de ação pública em questão e, de outro, a constru-
iniciar este processo, faz-se indispensável dis- ção de referenciais conceituais e metodológicos
cutir um pouco mais qual a relevância de se que compõem as pesquisas e análises de avalia-
monitorar a implementação e avaliar os resul- ção. Sem ambas o processo de avaliação não se
tados de uma política pública como esta, mes- torna possível.
mo porque este é o objetivo deste artigo.
No caso do projeto em análise, o processo de
O monitoramento e a avaliação representam monitoramento e avaliação foi importante, em
um processo sistemático de análise das ações, ca- um primeiro plano, porque ajudou o Viva Rio
racterísticas e resultados de um programa social a pensar os conceitos que subjazem a prevenção
ou uma política pública, capaz de gerar reco- da violência e a melhoria da qualidade de vida no
mendações para sua correção e melhoria. Avaliar nível local. Esta reflexão foi importante especial-
é atribuir valor, medir grau de eficiência, eficácia mente no sentido de permitir a identificação dos
e efetividade das ações. Assim compreendidos, equipamentos (como, por exemplo, o sistema in-
o monitoramento e a avaliação identificam pro- tegrado de informações e a rede dos programas
cessos e resultados, quantificam e qualificam de prevenção) e das ações que podem ter o seu
dados de desempenho, comparam, analisam, curso alterado no processo de transformação de
informam e propõem, permitindo o aprimora- um projeto-piloto em uma política pública.
mento das atividades desenvolvidas pelo projeto
ou programa social (CANO, 2004). Por outro lado, este exercício (de monitora-
mento e avaliação) foi relevante na medida em
O entendimento do que seja um processo de que, tradicionalmente, os projetos e programas
monitoramento e avaliação, segundo o UNICEF sociais não contam com esta fase, seja no decor-

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rer de sua execução, seja em seu encerramento. reflexão, a partir da descrição dos principais ter-
São poucos os projetos que desenvolvem esses mos com os quais se está trabalhando e ainda da
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procedimentos. A idéia que norteou este pro- explicação do mapa que relaciona tais conceitos.
cesso foi a de constituir algo mais palpável e Com isso, espera-se ter fundado o subsídio teóri-
mais útil do que a tradicional e compulsória co que permitirá, na seção subseqüente, interligar
prestação de contas. problemas, soluções e indicadores.

Assim, o propósito deste artigo foi o de A partir da conexão entre a reflexão conceitu-
ocupar a lacuna de indicadores de monitora- al acerca do monitoramento e avaliação de polí-
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mento e avaliação das ações implementadas ticas públicas com a análise de um caso concreto,
pelos planos municipais e, com isso, verificar espera-se contribuir para a produção de conheci-
em que medida os objetivos do projeto-piloto mento qualificado nesta área.
puderam, de fato, serem alcançados a partir
das intervenções propostas.
O Plano Municipal de Prevenção à
Esta avaliação foi, ainda, fundamental para a Violência de Barra Mansa
introdução da correção de rumos no processo de Para a melhor compreensão do que foi a ex-
implementação desta política pública. Este tipo periência do Plano Municipal de Prevenção à
de prática possuiu um caráter estratégico no âm- Violência de Barra Mansa faz-se indispensável
bito da parceria Viva Rio/Prefeitura Municipal a contextualização desta localidade, do cenário
de Barra Mansa, uma vez que permitiu reorientar no qual o plano foi elaborado e das principais
o planejamento e a execução das ações necessárias ações propostas.
à transformação do projeto em política pública.
O município de Barra Mansa está situado
O Plano Municipal de Barra Mansa foi anali- na maior concentração urbana do Médio Pa-
sado considerando-se a idéia de que o município raíba Fluminense, como também é perpassa-
pode: motivar e viabilizar a instituição de arranjos do pela Rodovia Rio–São Paulo, coração do
que promovam a maior racionalidade e a integra- principal núcleo macroeconômico do país.
ção das políticas/instituições voltadas à preven- De acordo com o IBGE, a população do mu-
ção da criminalidade no âmbito local; instituir nicípio, em 2007, era de 175 mil habitantes.
Guardas Municipais com funções suplementares Sua extensão territorial é de 548,90 km²,
na seara da segurança pública; e envolver a po- sendo que a zona rural de Barra Mansa ocu-
pulação na identificação de problemas/soluções pa 56% do território, apesar de responder
que viabilizem a redução da violência. A partir por menos de 4% do total populacional. Ou
deste processo, foram constituídos indicadores de seja, quase a totalidade dos habitantes reside
monitoramento e avaliação. nas áreas urbanas.

Portanto, nesta seção, procura-se explicitar Entre os elementos identificados no diag-


qual é o arcabouço conceitual que orienta esta nóstico da cidade, observaram-se a falta de ar-

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ticulação das instituições da esfera municipal A proposta inicial do eixo gestão era a criação
e a ausência de integração entre os órgãos res- das seguintes estruturas: Secretaria Municipal

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ponsáveis pelas ações relacionadas à ordem e à de Ordem Pública; Conselho Comunitário de
segurança pública no município. Nesta época, Segurança; e Fóruns Locais de Prevenção à Vio-
a cidade também não possuía uma unidade lência. No entanto, como entre a elaboração do
gestora para tratar da questão da segurança plano municipal e a liberação dos recursos pela
pública, como, por exemplo, uma secretaria/ Senasp se passaram dois anos, algumas mudan-
coordenadoria municipal. ças na proposta inicial tiveram que ser realiza-
das. Isso porque a própria prefeitura municipal,

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de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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É importante ressaltar também que, no antecipando-se às liberações de recursos, acabou
momento de elaboração do diagnóstico por mobilizar a criação de uma Secretaria Mu-
(2004), o município não era dotado de espa- nicipal de Ordem Pública e o Conselho Comu-
ços de participação comunitária relacionados nitário de Segurança Local. Com isso, a propos-
à segurança pública, como, por exemplo, um ta inicial de constituição dessas instâncias foi
conselho comunitário. substituída pelas seguintes ações: reformulação
organizacional da Secretaria Municipal de Or-
Em relação à Guarda Municipal, o diagnós- dem Pública (SMOP); constituição do Gabine-
tico revelou que esta possuía poucos espaços de te Integrado de Prevenção à Violência (GIPV);
qualificação profissional continuada e uma es- reestruturação do Conselho Comunitário de
trutura organizacional frágil, marcada pela au- Segurança (CCS); instituição de quatro Fóruns
sência de um plano de cargos e salários e pela Locais de Prevenção à Violência (FLPV).
incapacidade de cobertura de todo o território
municipal. No que diz respeito ao planejamen- A reformulação da Secretaria Municipal
to operacional, a guarda não era dotada de um de Ordem Pública teve como objetivo a re-
banco de dados que registrasse as informações estruturação desta instância municipal que,
de maneira sistemática e subsidiasse o planeja- apesar de ter sido criada, não tinha, ainda, sis-
mento de suas ações. tematizado suas rotinas e fluxos de trabalho.
Redefinir sua competência era requisito fun-
Por fim, os dados quantitativos sobre inci- damental para que a mesma pudesse repre-
dência criminal utilizados na confecção de tal sentar efetivamente um organismo estratégi-
relatório apontaram dois problemas prioritá- co com a missão de colaborar e dar assistência
rios: violência juvenil e violência doméstica. ao prefeito no desenvolvimento, avaliação e
monitoramento dos programas e ações estra-
A partir deste diagnóstico, o Plano Municipal tégicas dirigidas à prevenção e ao controle da
de Prevenção à Violência de Barra Mansa pro- violência e da criminalidade.
pôs a realização de diversas ações estruturadas em
quatro eixos específicos: gestão; guarda munici- O Gabinete Integrado de Prevenção à
pal; prevenção à violência doméstica e de gênero; Violência, por sua vez, é uma estrutura ad-
e prevenção da violência perpetrada por jovens. ministrativa diretamente vinculada ao gabi-

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nete do prefeito, que possui como objetivo de um centro de atendimento que ofereça
principal a articulação das instituições mu- serviços para este público; construção de um
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nicipais, estaduais e federais para a gestão da núcleo de atendimento para realização dos
ordem pública em âmbito local. exames de corpo de delito e; estruturação de
uma rede de proteção às vítimas de violência
A finalidade fundamental do Conselho Co- doméstica e de gênero.
munitário de Segurança é articular a participa-
ção comunitária nos programas de prevenção à O programa de prevenção à violência ju-
violência e criminalidade no município, repre- venil, por sua vez, objetivou proporcionar aos
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de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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sentando, portanto, um elo entre o GIPV e os jovens infratores ou em situação de risco uma
Fóruns Locais. alternativa à violência, por meio da inserção e
acompanhamento do mesmo em um conjunto
Já os Fóruns Locais de Prevenção à Vio- de ações que integram a rede de atendimento
lência foram instituídos com o objetivo de deste público.
constituir um canal de expressão e participa-
ção dos moradores dos diferentes bairros da A partir destes eixos de ação explicitados,
cidade de Barra Mansa, funcionando como o Plano Municipal de Prevenção à Violência
fórum de discussão e diagnóstico dos pro- de Barra Mansa (PMPV) teve como finalidade
blemas comunitários. No âmbito do plano, principal a melhoria da qualidade de vida dos
foram formados quatro fóruns locais, que cidadãos através da prevenção à violência e da
possuem a mesma abrangência da divisão manutenção da ordem pública. Considerando
territorial instituída pela Guarda Municipal: que o projeto teve sua implementação inicia-
centro-norte, oeste, leste e sul. da em janeiro de 2007, o que será observado
nas seções seguintes é um esforço de análise de
O eixo Guarda Municipal, por sua vez, modo a verificar em que medida as ações pro-
engloba três ações principais que objetivam a postas foram implementadas e se encontram
reestruturação deste órgão: instituição de um funcionando de acordo com os objetivos pro-
Sistema de Informação para o registro das postos inicialmente.
ocorrências atendidas pela GM; criação do seu
plano de cargos, carreiras e vencimentos; e um
curso de qualificação para todos os membros Objetivos, soluções e indicadores
da Guarda Municipal. No sentido de estabelecer as fronteiras que
devem orientar a avaliação do projeto de Bar-
Em relação aos programas de prevenção, ra Mansa, a primeira atividade foi a identifi-
a estruturação de um programa destinado à cação dos objetivos propostos pelo plano de
prevenção e redução da violência doméstica trabalho que sustentou a elaboração do con-
e de gênero contemplou o desenvolvimento vênio entre a prefeitura de Barra Mansa e a
de quatro ações específicas: constituição de Senasp e, por conseguinte, a parceria entre a
uma unidade gestora deste programa; criação prefeitura e o Viva Rio.

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A partir desta identificação de objetivos, foi apresenta, no primeiro nível, a finalidade geral
possível ainda, em um segundo nível, conectar da política, no segundo, os objetivos especí-

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a solução/ação que se correlaciona a cada um ficos e, no terceiro, as intervenções propostas
deles. Este exercício resultou na Figura 1, que para o alcance de cada um desses objetivos.

Figura 1
Objetivo geral, objetivos específicos e intervenções propostas
Plano Municipal de Prevenção à Violência de Barra Mansa

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
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Melhoria da qualidade de vida dos cidadãos através da prevenção da violência e da manutenção da ordem pública

Racionalização dos
recursos investidos pelo Reestruturação organizacional da Secretaria Municipal de Ordem Pública
município na área da •R evisão das estruturas e rotinas
segurança pública •R edesenho dos fluxos, organograma e competências

Integração das instituições


responsáveis pela gestão Criação do Gabinete Integrado de Prevenção à Violência
da segurança pública no • Estruturação do gabinete
nível local • Qualificação dos membros
• Realização das reuniões
• Realização de ações integradas

Promoção da participação
comunitária na seara da Criação dos Fóruns Locais de Prevenção à Violência Reestruturação do Conselho Comunitário de Segurança Pública
segurança pública e • Estruturação dos fóruns • Mobilização dos integrantes do Conselho Comunitário
interligação do nível • Qualificação dos membros • Realização de nova eleição
institucional com • Realização das reuniões • Qualificação dos membros
o nível local • Realização de ações locais articuladas e • Realização das reuniões
encaminhamento de propostas ao Conselho • Proposição de ações ao GIPV a partir das demandas
Comunitário dos cidadãos e dos fóruns locais

Profissionalização da
Guarda Municipal Realização do curso Criação do Sistema de Informação Construção do plano de carreiras para a
de qualificação para a para registro das ocorrências da GM Guarda Municipal
Guarda Municipal • Levantamento das demandas da GM • Levantamento das demandas da GM
• Estruturação do curso • Construção da proposta • Construção da proposta
• Qualificação dos alunos • Elaboração do software • Submissão da proposta aos guardas
• Implementação do sistema municipais
• Redação do texto final
• Implementação do plano de carreiras

Construção de um
programa de redução e Constituição de uma Construção de um centro Criação de um núcleo Estruturação de uma
prevenção à violência unidade gestora de atendimento de atendimento para os rede proteção às vítimas
doméstica e de gênero • Identificação da • Identificação do exames de corpo de delito • Identificação das
equipe gestora espaço físico • Identificação do espaço físico instituições
• Identificação dos • Celebração do convênio entre • Sensibilização das
profissionais Município e Estado (IML) instituições
• Qualificação dos • Identificação dos profissionais • Cadastramento das
profissionais • Qualificação dos profissionais instituições
• Desenvolvimento • Desenvolvimento das • Desenvolvimento
das atividades atividades das atividades

Construção de um projeto
de prevenção à Constituição de uma unidade gestora Estruturação de uma rede de atendimento
violência juvenil • Identificação da equipe gestora • Identificação das instituições
• Sensibilização das instituições
• Cadastramento das instituições
• Desenvolvimento das atividades

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


15
A partir da construção deste mapa (suma- temática social de interesse do ponto de vista
rizado na Figura 1), em que cada objetivo se das Ciências Sociais ou das Políticas Públicas
Artigos

desdobra em intervenções e cada intervenção – chega-se a definições ou dimensões opera-


se desdobra em atividades e subatividades, foi cionalizáveis.
possível a elaboração de indicadores de moni-
toramento para o Plano Municipal de Preven- Finalmente, com base nessas definições, bus-
ção à Violência de Barra Mansa. cam-se as estatísticas ou registros administrati-
vos para a construção de indicadores, índices ou
De acordo com o Vera Institute of Justi- congêneres (JANUZZI; ARRUDA, 2004).
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

ce (2003, p. 2), um indicador é uma medida


que pode auxiliar tanto o pesquisador como Nestes termos, é possível afirmar que a
o gestor de políticas públicas a avaliar a efe- formulação e o uso de indicadores são indis-
tividade da sua ação, no que diz respeito seja pensáveis para a boa execução de qualquer
à materialização desta ação no prazo previsto política pública, uma vez que viabilizam os
(monitoramento), seja ao alcance dos objetivos seguintes desdobramentos: geração de sub-
propostos (avaliação). sídios indispensáveis a alimentação do pro-
An indicator is a measure that helps “answer cesso de tomada de decisão por parte dos
the question of how much, or whether, gestores; transparência no uso dos recursos
progress is being made toward a certain públicos destinados à execução do projeto;
objective.” Indicators can be used at the verificação da capacidade de gasto dos ges-
highest policy levels to measure progress tores associada a cada intervenção desenha-
towards an overarching purpose, such as da, impedindo disparidades de verbas entre
reducing the level of violence in society, or as ações; acompanhamento da consonância
assuring equal access to justice across lines of entre a política nacional e a política local; e
gender, ethnicity, or economic class. Indicators renegociação de prazos e recursos junto aos
are also commonly used to measure progress órgãos financiadores (SECRETARIA NA-
toward institutional objectives (intermediate CIONAL DE SAÚDE, 2006).
outputs) – such as increasing the number of
criminal convictions of those committing Assim, no sentido de verificar as ações já
violent crimes or expanding the provision implementadas e acompanhar aquelas em
of legal services to people in poverty – that fase de implementação no âmbito do Plano
are expected to contribute to broader policy Municipal de Prevenção à Violência de Barra
goals. At a third level, indicators can be used Mansa, foram construídos alguns indicadores
to measure the daily activities through which de monitoramento, que estão necessariamen-
an institution can attain its objectives. te vinculados ao que se espera de cada inter-
venção proposta e em que medida pode-se
Ou seja, um indicador é uma medida que considerar que esta foi executada. Este exer-
operacionaliza um determinado conceito abs- cício teve ainda como objetivo verificar quais
trato, a partir do qual – que pode ser uma as atividades necessitam ser modificadas ou

16 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


implementadas durante 2008, para que os à implementação da ação tinham sido rea-
objetivos propostos pelo Plano possam ser lizadas durante 2007, a maioria dos indi-

Artigos
efetivamente alcançados. cadores utilizados neste primeiro momento
correspondeu ao tipo foi realizada ou não foi
Como a idéia da elaboração desses indi- realizada, como é possível observar no Qua-
cadores era verificar se as atividades relativas dro 02.

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
Quadro 2
Indicadores de monitoramento das intervenções
realizadas pelo Plano Municipal de Prevenção à
Violência de Barra Mansa

Objetivos específicos Intervenções Atividades Indicador de


monitoramento 2007
Racionalização dos recursos Reestruturação organizacional Revisão das estruturas e rotinas Foi realizada
investidos pelo município da Secretaria Municipal de Redesenho dos Fluxos, Organograma Foi realizado
na área da segurança pública Ordem Pública e Competências
Integração das instituições Criação do Gabinete Integrado Estruturação do gabinete Foi realizada
responsáveis pela gestão da de Prevenção à Violência Qualificação dos membros Foi realizada
segurança pública no nível local Realização das reuniões Foi realizada
Realização de ações integradas Foi realizada
Promoção da participação Criação dos Fóruns Locais de Estruturação dos Fóruns Foi realizada
comunitária na área da Prevenção à Violência Qualificação dos membros Foi realizada
segurança pública e Realização das reuniões Foi realizada
interligação do nível Realização de ações locais Não foi realizada
institucional com articuladas e encaminhamento de
o nível local propostas ao Conselho Comunitário
Reestruturação do Conselho Mobilização dos integrantes do Foi realizada
Comunitário de Segurança Pública Conselho Comunitário
Realização de nova eleição Foi realizada
Qualificação dos membros Não foi realizada
da nova diretoria
Realização das reuniões Não foi realizada
Proposição de ações ao GIPV a partir Não foi realizada
das demandas dos cidadãos
e dos fóruns locais
Profissionalização da Guarda Realização do Curso de Qualificação Estruturação do curso Foi realizada
Municipal para a Guarda Municipal Qualificação dos alunos Foi realizada
Criação do Sistema de Informação Levantamento das demandas da GM Foi realizada
para registro das ocorrências da GM Construção da proposta Foi realizada
Elaboração do software Foi realizada5
Implementação do sistema Não foi realizada

(Continua)

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


17
Artigos

Objetivos específicos Intervenções Atividades Indicador de


monitoramento 2007
Profissionalização da Construção do plano de carreiras Levantamento das informações da GM Foi realizado
Guarda Municipal Construção da proposta Foi realizada
Submissão da proposta aos Foi realizada
guardas municipais
Redação do texto final Foi realizada
Implementação da proposta Não foi realizada
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

Construção de um progra- Constituição de uma unidade gestora Identificação da equipe gestora Não foi realizada
ma de prevenção e redu- Construção de um centro de atendimento Identificação do espaço físico Foi realizada
ção à violência doméstica Identificação dos profissionais Não foi realizada
e de gênero Qualificação dos profissionais Não foi realizada
Desenvolvimento das atividades Não foi realizado
Criação de um núcleo de atendimento Identificação do espaço físico Foi realizada
para realização dos exames de corpo Celebração do convênio entre Não foi realizada
de delito Município e Estado (IML)
Identificação dos profissionais Não foi realizada
Qualificação dos profissionais Não foi realizada
Desenvolvimento das atividades Não foi realizado
Estruturação de uma rede proteção às Identificação das instituições Foi realizada
vítimas de violência doméstica e Sensibilização das instituições Não foi realizada
de gênero Cadastramento das instituições Não foi realizada
Desenvolvimento das atividades Não foi realizado
Construção de um Constituição de uma unidade gestora Identificação da equipe gestora Não foi realizada
projeto de prevenção Estruturação de uma rede de Identificação das instituições Foi realizada
à violência juvenil atendimento ao jovem infrator Sensibilização das instituições Não foi realizada
ou em situação de risco Cadastramento das instituições Não foi realizado
Desenvolvimento das atividades Não foi realizada

(Conclusão)

A partir deste primeiro monitoramento, indica a importância de continuidade do


foi possível verificar que as ações relativas à projeto, de tal forma que fosse possível, por
constituição do sistema municipal de ges- um lado, institucionalizar os equipamentos
tão da segurança pública foram não apenas criados durante 2007 e, por outro, criar as
implementadas, mas também já se encon- instâncias indispensáveis à consecução das
travam em fase de funcionamento. O mes- ações voltadas para a redução da violência
mo se repete para nas ações previstas para a doméstica e de gênero e da violência pra-
Guarda Municipal. Por outro lado, os pro- ticada por jovens. Isso se materializou, em
gramas de prevenção ainda encontravam-se 2008, na transformação do projeto em po-
em fase de implementação, o que, por si só, lítica, dado o fato de que a prefeitura pas-

18 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


sou a financiar diretamente parte das ações destinados a cada ação estão ou não sendo
do plano.6 gastos no tempo previsto, uma vez que uma

Artigos
dada atividade pode demandar um tempo
Com a elaboração do Quadro 2, foi maior do que o postulado pelo convênio
possível verificar ainda outras questões re- para ser efetivada.
levantes. Conforme destacado na seção an-
terior, entre a submissão do plano à Senasp Por fim, cumpre destacar ainda a impor-
e a liberação de recursos por parte desta tância de se constituir uma gama de indi-
passaram-se dois anos. Com isso, diante do cadores que viabilizem a avaliação das ações

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
dinamismo inerente à vida social, no mo- em termos do alcance dos objetivos propos-
mento da implementação do projeto, parte tos, ou seja, indicadores de efetividade. Com
das ações previstas demandou uma refor- isso, seria possível dar um salto qualitativo
mulação, como, por exemplo, a Secretaria na tradicional prestação de contas – em
Municipal de Ordem Pública e o Conselho geral, financeira – que hoje é formalmente
Comunitário de Segurança. realizada sempre que um projeto sustentado
por recursos externos se encerra. No entanto,
Por outro lado, toda liberação de recursos para compreender quais dimensões devem
demanda um convênio com prazo específico ser levadas consideradas na determinação do
para execução das atividades. Mais uma vez, nome deste, é indispensável a apresentação
tendo Barra Mansa como estudo de caso, foi de três conceitos primordiais: efetividade,
possível verificar que nem sempre o tempo eficiência e eficácia.
prescrito pelas agências de fomento coincide
com o tempo necessário à implementação do Como destacam Lima et al. (2004), a
projeto. O efeito perverso deste fenômeno definição de cada um desses termos é um
é que muitas vezes não existe a possibilida- tema cuja discussão encontra-se em aberto,
de de renegociação do tempo para além de porque gera desconforto e insegurança, es-
um limite fixado e, dessa forma, atividades pecialmente em se tratando da tentativa de
que demandam um tempo maior para serem arbitrariamente precisar uma definição de
realizadas acabam tendo apenas dois desti- “êxito de um programa”, em situações ad-
nos: não serem realizadas com os recursos versas nas quais qualquer resultado positivo
externos, ou terem apenas uma parte de suas pode ser de extrema relevância.
atividades financiadas.
Na Figura 1, foram colocados os compo-
Este problema poderia ser contornado nentes do plano em uma matriz, de maneira
através da elaboração de um conjunto de a vislumbrar as atividades, produtos, resul-
indicadores que permitissem o monitora- tados e impactos pretendidos, com interli-
mento das ações no decorrer do processo. gações entre os diversos itens no interior da
Esta iniciativa teria como conseqüência na- matriz, apontando para as relações existentes
tural verificar em que medida os recursos entre os componentes. O monitoramento foi

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


19
feito passo a passo, seguindo-se o caminho participantes e dos ganhos e perdas auferidos
das setas e verificando o que foi alcançado por cada um desses.
Artigos

dentro do prazo previsto.


Portanto, apesar de se considerar a impor-
Neste momento de avaliação dos resul- tância desses três indicadores, serão utilizados
tados alcançados, assume-se o conceito de apenas o conceito de eficiência, pois pretende-
efetividade enquanto o efeito das ações e se apresentar um quadro mensurando o grau
práticas implementadas no âmbito do Pla- de alcance de cada um dos produtos (e conse-
no Municipal de Prevenção à Violência de guinte objetivo desses) previstos pelo plano.
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

Barra Mansa. Com a utilização deste mo-


delo teórico-lógico, pretende-se descrever a A construção dos indicadores de avalia-
performance de cada produto (eficiência), ção, como bem destaca Januzzi (2001), re-
sem, contudo, descuidarmos da idéia de efi- mete a uma questão metodológica: a lógica
cácia, entendida enquanto aquilo que o pla- de estruturação dos indicadores. De acordo
no potencializa àqueles que dele participam com o autor, uma opção imediata para a es-
(LIMA et al., 2004). truturação de tal sistema seria a sua organi-
zação segundo as esferas temáticas da ação
Os indicadores de eficiência podem ser que se está analisando.
entendidos como uma medida do grau de
alcance dos objetivos propostos pelo plano A partir do exercício de conexão entre o
municipal. Como o fenômeno social é com- conceito teórico e a justificativa para a exis-
plexo e demanda algum tempo para ser al- tência da ação no âmbito de cada objetivo,
terado, esses indicadores apenas podem ser foi possível constituir os indicadores de efi-
mensurados algum tempo após a interven- ciência sumarizados no Quadro 3.
ção na realidade.
Cumpre destacar que o quadro de indi-
Já os indicadores de efetividade permitem cadores de eficiência reúne apenas as ativida-
ao gestor público verificar em que medida as des cujo processo de implementação se deu
ações executadas geraram os efeitos desejados. em 2007. Isso porque, se a atividade ainda
Em outras palavras, os indicadores de efetivi- se encontra nesta fase, não se pode falar em
dade nada mais são do que uma medida do avaliação da consonância entre objetivos
grau de institucionalização do plano munici- propostos e objetivos alcançados. Assim,
pal na realidade da prefeitura, do município considerando-se que os indicadores apresen-
e, especialmente, na vida dos cidadãos. tados neste quadro foram todos construídos
e testados na experiência de Barra Mansa,
A discussão sobre indicadores de eficá- para os programas de prevenção que ainda se
cia, por sua vez, focaliza os resultados e os encontram em fase de implementação, não
desdobramentos do projeto, particularmen- será descrito aqui o conjunto de indicadores
te no que se refere ao acompanhamento dos de eficiência.

20 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


Quadro 3
Indicadores de eficiência das intervenções realizadas pelo
Plano Municipal de Prevenção à Violência de Barra Mansa

Artigos
Objetivos Intervenções Atividades Indicadores de eficiência Situação em Barra Mansa Valor do
específicos indicador
Racionalização Reestruturação Revisão das estruturas Implementação da reestruturação Proposta implementada Sim
dos recursos organizacional e rotinas organizacional proposta
investidos pelo da Secretaria Redesenho dos fluxos,
município Municipal de organograma
na área da Ordem Pública e competências
segurança
pública
Integração Criação do Estruturação Razão entre o número de órgãos que 15 órgãos foram identificados e 87%

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
das instituições Gabinete do gabinete aderiram ao GIPV e o número de 13 órgãos aderiram ao GIPV
responsáveis Integrado de órgãos identificados
pela gestão Prevenção à Qualificação dos Razão entre o número de órgãos 13 órgãos aderiram ao GIPV e 100%
da segurança Violência membros qualificados e o número de órgãos 13 órgãos participaram da
pública no que aderiram ao GIPV qualificação
nível local Realização Razão entre o número de reuniões Sete reuniões foram realizadas: 167%
das reuniões realizadas e o número de reuniões duas reuniões extraordinárias e
previstas cinco reuniões ordinárias
Cumprimento da metodologia de Nenhuma reunião obedeceu Não
resolução de problemas aos princípios da metodologia
Razão entre o número de órgãos Em média, as reuniões tiveram 77%
presentes às reuniões e o número de a presença de dez dos 13
órgãos qualificados órgãos que aderiram ao GIPV
Realização de ações Razão entre o número de ações Foram elaboradas duas ações 29%
integradas integradas elaboradas e o número integradas nas sete reuniões
de reuniões realizadas realizadas
Razão entre o número de ações Foram elaboradas duas ações 100%
integradas implementadas e o integradas e ambas foram
número de ações integradas implementadas
elaboradas
Razão entre o número de propostas O CCS não encaminhou 0%
oriundas do Conselho Comunitário nenhuma proposta para o GIPV
implementadas e o número de
propostas encaminhadas pelo CCS
Promoção da Criação dos Estruturação dos Fóruns Razão entre o número de Fóruns Foram previstos e instituídos 100%
participação Fóruns Locais de instituídos e o número de Fóruns quatro Fóruns, respeitando a
comunitária Prevenção previstos divisão das inspetorias da GM
na área da Violência Razão entre o número de lideranças 200 lideranças identificadas 60%
segurança que aderiram à proposta e o número e 120 assinaram o termo de
pública e de lideranças identificadas adesão
interligação Qualificação dos Razão entre o número de lideranças 90 lideranças foram 75%
do nível membros qualificadas e o número de lideranças qualificadas e 120 aderiram
institucional que aderiram à proposta à proposta
com o Realização das Razão entre o número de reuniões Foram previstas 12 reuniões 33%
nível local reuniões realizadas e o número de reuniões (três para cada Fórum) entre
previstas outubro e dezembro de 2007.
Foram realizadas quatro
reuniões (uma em cada Fórum).
Razão entre o número de propostas Nenhuma ação chegou a ser 0%
de ação elaboradas e o número de proposta nesta primeira reunião
reuniões realizadas
Cumprimento da metodologia de Nenhuma reunião obedeceu aos não
resolução de problemas princípios da metodologia
Razão entre o número de ações Nenhuma ação chegou a ser 0%
implementadas e o número de ações proposta nesta primeira
elaboradas reunião
Relação das propostas apresentadas Nenhuma proposta chegou a 0%
com o tema da Segurança Pública e ser sugerida nesta primeira
Prevenção da Violência reunião
Razão entre o número de bairros que Barra Mansa possui 89 bairros, 34%
integram o fórum e o número de dos quais apenas 30 assinaram
bairros existente na cidade o termo de adesão aos Fóruns

(Continua)

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


21
Artigos

Objetivos Intervenções Atividades Indicadores de eficiência Situação em Barra Mansa Valor do


específicos indicador
Promoção da Criação dos Realização de ações Razão entre o número de bairros Foram qualificadas 90 33%
participação Fóruns Locais locais articuladas e presentes a cada reunião e o número lideranças representando, em
comunitária de Prevenção à encaminhamento de de bairros que integram o Fórum média, 30 bairros (cada bairro
na seara da Violência propostas ao Conselho é representado por, em média,
segurança Comunitário três lideranças).
pública e Razão entre o número de propostas Nenhuma ação chegou a ser 0%
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

interligação encaminhadas ao CCS e o número de proposta nesta primeira


do nível propostas elaboradas pelo Fórum reunião
institucional Reestruturação Mobilização dos Razão entre o número de membros O conselho possui 13 membros 38%
com o do Conselho integrantes do Conselho que compareceram à mobilização e o definidos em estatuto, mas,
nível local Comunitário Comunitário número de membros do conselho apenas 5 participaram das
de Segurança atividades de mobilização
Pública Realização de nova Realização de nova eleição A eleição da nova diretoria foi Sim
eleição realizada em 16/10/2007
Qualificação dos Razão entre o número de membros Não houve tempo para a Não
membros qualificados e o número de membros realização desta qualificação
previstos no estatuto em 2007, sendo realizada em
fevereiro de 2008
Realização das reuniões Razão entre o número de reuniões Duas reuniões previstas e 50%
realizadas e o número de reuniões apenas uma realizada
previstas
Razão entre o número de propostas Nenhuma ação chegou a ser 0%
de ação elaboradas e o número de proposta nesta primeira reunião
reuniões realizadas
Cumprimento da metodologia de Nenhuma reunião obedeceu 0%
resolução de problemas aos princípios da metodologia
Relação das propostas apresentadas Nenhuma proposta chegou a 0%
com o tema da Segurança Pública e ser sugerida nesta primeira
Prevenção da Violência reunião
Razão entre o número de lideranças Estima-se que em Barra Mansa 10%
que participam do conselho e o existam cerca de 300
número de lideranças existentes na lideranças, reunindo associações
cidade comunitárias, entidades de
classe e representantes em
geral. Deste total, em média 30
participam das reuniões do CCS
Proposição de ações Razão entre o número de propostas Nenhuma proposta chegou 0%
ao GIPV a partir das encaminhadas ao GIPV originárias a ser recebida dos Fóruns
demandas dos cidadãos dos Fóruns
e dos Fóruns Locais
Profissionaliza- Realização Estruturação do curso Razão entre o número de turmas Foram previstas sete turmas e 100%
ção da Guarda do curso de realizadas e o número de turmas todas elas foram realizadas
Municipal qualificação previstas
para a Guarda Razão entre o número de disciplinas Todas as disciplinas contavam 100%
Municipal com apostilas elaboradas e distri- com material didático
buídas aos alunos e o número de distribuído aos alunos
disciplinas existentes
Razão entre o número de docentes São dez professores, quatro 40%
com grau de mestre e o número deles com grau de mestre
total de docentes
Razão entre o número de instru- Todos os instrumentos de 100%
mentos de avaliação aplicados e o avaliação elaborados foram
número de instrumentos de avaliação aplicados
elaborados

(Continua)

22 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


Artigos
Objetivos Intervenções Atividades Indicadores de eficiência Situação em Barra Mansa Valor do
específicos indicador
Profissionaliza- Realização Qualificação dos alunos Razão entre o número de guardas Todos os 154 guardas foram 100%
ção da Guarda do Curso de qualificados e o número de guardas qualificados e apenas um foi
Municipal Qualificação existentes reprovado por freqüência
para a Guarda Percentual de guardas que acreditam 57% dos alunos afirmaram 57%
Municipal que os conteúdos tratados no curso ser grande a possibilidade de
podem ser aplicados na atividade aplicação prática dos conteúdos

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
cotiadiana adquiridos
Percentual de guardas que acreditam 70,80% dos alunos afirmaram 70%
que os conteúdos apresentados que as situações apresentadas
no curso representam situações pelo treinamento são aquelas
cotidianas com as quais o guarda municipal
se depara diariamente
Percentual de guardas que avaliaram O corpo docente foi avaliado 62%
os professores como excelentes como excelente por 62,80%
dos alunos
Criação do Siste- Levantamento das Natureza das sugestões dos guardas Um dos guardas municipais Sim
ma de Informa- demandas da GM em relação às ferramentas necessá- ficou responsável pela elabora-
ção para registro rias ao funcionamento do sistema ção do sistema
das ocorrências Construção da proposta Proposta construída A proposta foi apresentada Sim
da GM pelo guarda municipal para
aprovação do secretário munici-
pal de ordem pública
Elaboração do software Software elaborado O software encontra-se em fase Não
de elaboração
Implementação do Sistema implementado O sistema ainda não foi imple- Não
sistema mentado
Construção Levantamento das Razão entre o número de guardas Foram aplicados 154 questioná- 93%
do Plano de informações da GM entrevistados para a elaboração da rios para a coleta de infor-
Carreiras proposta e o número de guardas mações, dos quais 143 foram
existentes respondidos
Construção da proposta proposta construída A proposta foi construída por Sim
consultor externo
Submissão da proposta Número de reuniões realizadas para a Foram realizadas três reuniões 3
aos guardas municipais discussão da proposta para apresentação da proposta
Redação do texto final Texto final redigido O texto final foi redigido pelo Sim
consultor e apresentado ao
comandante da guarda
Implementação da Proposta aprovada pela Câmara de A proposta ainda não foi Não
proposta Vereadores desdobrada em projeto de lei
para aprovação pela Câmara de
Vereadores

(Conclusão)

Como foi possível observar, enquanto os mais aparentes e, certamente, não esgotam o
indicadores de monitoramento (Quadro 2) conjunto de possibilidades de avaliação que
avaliam o estágio de execução do projeto, os de ainda podem ser exploradas.
eficiência (Quadro 3) viabilizam a compatibili-
zação entre objetivo específico proposto e obje- Por fim, toda política pública necessita de
tivo alcançado. Ambos os quadros representam um indicador de efetividade que mensure se o
um esforço de sistematização dos indicadores objetivo geral do projeto foi alcançado. Nes-

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


23
te caso, como o objetivo geral do projeto era mentais na área da segurança pública. Essas mu-
a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos danças podem ser vislumbradas a partir da iden-
Artigos

através da prevenção da violência e da manu- tificação de novas tendências na produção das


tenção da ordem pública, os principais indica- políticas de segurança pública, que envolvem a
dores de impacto poderiam ser: por um lado, maior racionalização do arranjo institucional,
a redução das taxas de cometimento de crimes; a participação do município, da comunidade e
e, por outro, o aumento da sensação de segu- do próprio poder estatal na consecução de ações
rança e a melhor avaliação das organizações de voltadas à prevenção da violência.
segurança pública que atuam no município
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

por parte dos cidadãos. Esta racionalização pôde ser verificada a


partir da publicação do Plano Nacional de
Contudo, tendo em vista que as intervenções Segurança Pública, em 2003, que vinculou
na realidade social demoram certo tempo para o repasse de recursos à constituição de de-
serem processadas, as mudanças nestes indica- terminadas instâncias de gestão e, ainda, ao
dores, entendidas como resultados do plano, desenvolvimento de certos programas de pre-
devem se processar após alguns anos da consti- venção. Esta política viabilizou uma maior
tuição deste equipamento. Este fenômeno, por consonância entre as ações implementadas
si só, coloca a necessidade de acompanhamento por União, Estados e municípios, procurando
constante da política e, por conseguinte, do fe- reduzir re-trabalhos e desperdício de recursos
nômeno da criminalidade e da violência. em razão da criação de estruturas que acaba-
riam se sobrepondo.
Outro aspecto que merece destaque é
a possibilidade de mensuração do senti- A criação de novos arranjos institucionais
mento de (in)segurança e medo por parte deveu-se, sobretudo, à inserção do municí-
da população através da realização de pes- pio enquanto importante agente executor
quisas de vitimização, assim como surveys ou gerente de políticas de segurança públi-
que permitam medir, entre outros aspectos, ca e, por conseguinte, enquanto ente fede-
a avaliação do trabalho das instituições de rado capaz de contribuir com novos recur-
segurança pública, assim como sua relação sos humanos e operacionais na proteção do
com a população. patrimônio público, por meio da criação de
Guardas Municipais. Por outro lado, esses
novos desenhos foram constituídos ainda
Considerações finais através da incorporação da participação po-
O crescimento da criminalidade e da violên- pular na elaboração e implementação de po-
cia em todo o país, principalmente a partir da líticas de segurança pública. Neste cenário,
segunda metade da década de 1990, tem susci- a população deixa de possuir a postura de
tado mudanças estratégicas tanto no comporta- mera espectadora perante as transformações
mento dos indivíduos como nas ações a serem ocorridas com a gestão da segurança pública,
implementadas pelas diversas esferas governa- passando a se constituir em ator estratégico

24 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


na condução dos rumos da política de pre- implementadas durante 2007, no âmbito do
venção à violência. Plano Municipal de Prevenção à Violência de

Artigos
Barra Mansa, pudemos verificar que o modelo
Considerando que essas mudanças estraté- lógico de avaliação proposto se presta muito
gicas no cenário da gestão das políticas de segu- bem a essa proposição, por permitir a visuali-
rança pública são marcadas pela racionalização zação de atividades, produtos, resultados e im-
dos arranjos institucionais, a idéia deste artigo pactos esperados, assim como o acompanha-
foi utilizar o arcabouço conceitual das etapas mento dos produtos durante a realização das
de uma política pública para problematizar a atividades, obtendo-se resultados e avaliando-

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
importância de se elaborarem indicadores de se os impactos. Sobretudo, permite uma visão
monitoramento e avaliação para planos muni- global das necessidades para determinada ação
cipais de segurança. e se torna uma ferramenta gerencial poderosa,
pois viabiliza a mudança dos rumos e das estra-
A idéia que norteou este processo foi a de tégias de um plano municipal de segurança em
que o relatório de monitoramento e avaliação tempo mais real.
não deve representar apenas uma peça formal
de prestação de contas ao financiador, mas Nesses termos, consideramos que nosso ob-
também um processo cognitivo que envolve, jetivo de apresentar uma discussão mais teórica
além de agentes acadêmicos, os próprios agen- sob a importância de elaboração de indicadores
tes públicos, de tal forma que correções de re- para o monitoramento e avaliação de planos
cursos financeiros, tempo e espaço possam ser de segurança pública municipal foram alcan-
continuamente realizadas. çados. A intenção de demonstrar como esses
indicadores foram aplicados e em que medida
A partir desta reflexão, o que se pretende eles possibilitam ao gestor vislumbrar a eficiên-
sugerir é a possibilidade de este estudo de caso cia de cada resultado previsto e alcançado tam-
se traduzir num modelo para avaliação dos bém foi alcançada, tornando a apropriação
planos municipais de segurança pública im- deste modelo teórico-metodológico mais pala-
plementados nos últimos anos ou que se en- tável a todos aqueles que trabalham direta ou
contram atualmente em fase de execução. Es- indiretamente com a questão de planos muni-
peramos que este laboratório possa auxiliar o cipais de prevenção à violência.
trabalho de pesquisadores do tema e, especial-
mente, gestores públicos no acompanhamento Portanto, a maior conclusão da análise do
dos projetos que hoje estão sendo materializa- caso de Barra Mansa, quanto ao monitoramen-
dos no âmbito local, com o objetivo de reduzir to e à construção de indicadores para avaliação
a violência e permitir a melhoria da qualidade de cada uma das ações implementadas, é a ve-
de vida dos cidadãos. rificação de que tais processos contribuem sig-
nificativamente para dar visibilidade e propor-
Com o exercício de aplicação de nossas cionar a contínua identificação de barreiras,
construções teóricas a cada uma das ações avanços, reajustes, correção ou diversificação

Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


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dos procedimentos de políticas públicas des- eficazes, assim como a discussão e reavaliação
ta natureza. O teste dos indicadores de efi- cuidadosa do conceito de “eficiência”, consi-
Artigos

ciência no âmbito de cada produto, por sua derando-se a sua complexidade, sobretudo,
vez, favorece o aprimoramento do processo e em se tratando de planos municipais de segu-
a identificação de métodos e estratégias mais rança pública.
Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais
de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

1. P
 ara um melhor aprofundamento desta temática, a melhor consulta é o mapa da violência no Brasil, que já se
encontra em seu quarto volume e é organizado por Júlio Jacobo Waiselfisz.

2. E ntre 2003 e 2005, utilizando a verba do FNSP, a Senasp contemplou 75 municípios. Em 2006, 100 municípios com
população acima de 100 mil habitantes também foram contemplados com tais recursos (RICARDO; CARUSO, 2007).

3. A
 instituição parceira escolhida foi o Viva Rio, que é uma organização não-governamental, com sede no Rio de
Janeiro, engajada no trabalho de campo, na pesquisa e na formulação de políticas públicas com o objetivo de
promover a cultura de paz e o desenvolvimento social.

4. A
 pesar de termos conhecimento de que, em algumas perspectivas teóricas, o monitoramento de políticas públicas
está relacionado a algo mais além do que a simples adequação entre objetivos propostos e tempo previsto para
alcance deste, neste caso, estaremos trabalhando com esta abordagem.

5. Neste caso, a atividade (software) foi iniciada, mas, não foi encerrada em 2007, tendo continuidade no ano seguinte.

6. A
 partir de 2008, a prefeitura adotou duas estratégias para garantir a continuidade da política na cidade: investiu
recursos da própria prefeitura no monitoramento das ações implementadas em 2007 e na continuidade dos
programas iniciados e não encerrados naquele ano; e, no final de 2007, após a prestação de contas junto a Senasp,
submeteu a este órgão um novo projeto que contemplava uma nova fase do plano.

C omo para a materialização de qualquer atividade permanente no âmbito municipal faz indispensável a previsão
orçamentária, o simples fato de a prefeitura custear a continuidade do plano com seus recursos já denota
um primeiro passo no sentido de transformação do projeto em política pública.

26 Revista Brasileira de Segurança Pública | Ano 2 Edição 3 Jul/Ago 2008


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Indicadores para o monitoramento e avaliação das
políticas municipais de segurança pública: uma

Artigos
reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício

Resumen Abstract

Indicadores para o monitoramento e avaliação das políticas municipais


de segurança pública: uma reflexão a partir de um estudo de caso
Ludmila Ribeiro e Luciane Patrício
Índices para el seguimiento y evaluación de las Indicators for the monitoring and evaluation of
políticas municipales de seguridad pública: una municipal public safety policies: an examination
reflexión a partir de un estudio de caso based on a case study
La propuesta de este artículo es presentar una reflexión The purpose of this article is to present an examination
y una contribución instrumental a la problemática del and key contribution to the problems of monitoring and
acompañamiento y de la evaluación de las políticas evaluating municipal public policies. Working off of a
públicas municipales. A partir del estudio de un caso case study of an implemented Municipal Public Safety
de implementación de un Plan Municipal de Seguridad Plan, our aim is to show how this experience can allow
Pública, nuestra idea es tratar de demostrar cómo for the construction of a conceptual framework that
esta experiencia puede permitir la construcción de makes measurements of monitoring and evaluation
un aparato conceptual que facilite la formulación de viable for the forming of public policies aimed at
índices de acompañamiento y evaluación de políticas reduction of crime and violence and the betterment of
públicas de reducción de la criminalidad y de la violencia quality of life in public space. The intention is to identify
y de la mejora de la calidad de vida en el espacio problems and create, based on an outline of benchmarks,
público. La idea es problematizar y construir, a partir goals and strategies of implementation, indicators
del organigrama de metas, objetivos y estrategias de for the monitoring and evaluation of each one of the
implementación, índices de seguimiento y evaluación interventions carried out. With this, we hope to prove
de cada una de las intervenciones realizadas. Con eso, the viability of the generalization of these indicators for
esperamos verificar la viabilidad de la generalización de other Brazilian municipalities that are in the process of
esos índices para otros municipios brasileños que están implementing Municipal Public Safety Plans.
en proceso de implementación de Planes Municipales de
Seguridad Pública. Keywords: Public safety. Municipal public safety plans.
Monitoring and evaluation. Public policies.
Palabras Llave: Seguridad Pública. Planes Municipales
de Seguridad Pública. Seguimiento y Evaluación. Políticas
Públicas.

Data de recebimento: 30/04/08


Data de aprovação: 04/06/08

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