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A PANDEMIA COVID-19: como evitar que o vírus se torne uma escusa

para a alienação parental.

THE PANDEMIC COVID-19: how to prevent the virus from becoming na excuse for
parental alienation.

GT1: AS FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES E SEUS


ASPECTOS PROCESSUAIS.

GABRIELA EDUARDA MARQUES SILVA

JÚLIA GAIOSO NASCIMENTO

RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo o estudo do fenômeno da alienação parental, a partir
da implementação do divórcio no Brasil e os reflexos que pandemia da Covid-19 causou nas
relações familiares. A finalidade deste estudo é observar como as famílias tem se adequado a
essa nova realidade imposta pelo novo coronavírus, qual seja, o isolamento social. O estudo se
deu primeiramente a partir da contextualização da alienação parental, a partir da análise
histórica e da conceituação do que é a alienação parental, sob o enfoque da Lei 12.318/2010;
posteriormente, tratou-se da pandemia do novo coronavírus e de como essa nova realidade
pode servir de pretexto para que o genitor pratique a alienação parental, bem como formas de
tornar possível a manutenção do exercício parental, ainda que em tempos em que a
recomendação da OMS é o isolamento social. O método utilizado para o desenvolvimento
deste trabalho foi o dedutivo, através de pesquisas bibliográficas.

PALAVRAS-CHAVE: Alienação Parental. Pandemia. Covid-19.

ABSTRACT
This paper aims to study the phenomenon of parental alienation, from the implementation of
divorce in Brazil and the reflexes that the Covid-19 pandemic caused in family relationships.
The purpose of this study is to observe how families have adapted to this new reality imposed
by the new coronavirus, that is, social isolation. The study took place first from the context of
parental alienation, from the historical analysis and the concept of what parental alienation is,
under the focus of Law 12.318 / 2010; subsequently, it dealt with the new coronavirus

Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Pós-graduanda em Direito de Família e
Sucessões pela mesma instituição. Vinculada ao projeto de pesquisa “11742 – Do acesso à Justiça no Direito
das Famílias”, do Departamento de Direito Privado do Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA, da
Universidade Estadual de Londrina. E-mail: gabrielamarquesadv@hotmail.com

Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Pós-graduanda em Direito Civil e Processo Civil
pela mesma instituição. Vinculada ao projeto de pesquisa “11797 – Negócios Biojurídicos: as Tecnologias e o
Direito Civil”, do Departamento de Direito Privado do Centro de Estudos Aplicados – CESA, da Universidade
Estadual de Londrina. E-mail: julia_gn_@hotmail.com
pandemic and how this new reality can serve as a pretext for the parent to practice parental
alienation, as well as ways to make it possible to maintain parental exercise, even in times
when the recommendation of the WHO is social isolation. The method used for the
development of this work was deductive, through bibliographic research.

KEY-WORDS: Parental Alienation. Pandemic. Covid-19.

INTRODUÇÃO

O ramo do direito das famílias é muito dinâmico, devido, justamente, à dinamicidade


das relações sociais e familiares; em vista disso, esse ramo visa a regulamentar as relações e
proteger os indivíduos, especialmente no que concerne aos núcleos familiares.
A partir da Constituição Federal de 1988, os filhos passaram a ser iguais perante a lei,
deixando de se utilizar o termo “legítimo” ou “ilegítimo”, haja vista que, independentemente
de serem provenientes do casamento, são sujeitos de direito. Tal inovação legislativa foi
importantíssima, especialmente por desvincular os filhos do casamento; a filiação somente
está associada ao liame entre pai e filho ou mãe e filho, e nada tem a ver com a relação entre
seus genitores.
Diante disso, é fundamental que o direito abarque as relações de parentalidade,
especialmente após a Emenda Constitucional nº 9, de 28 de junho de 1977, que permitiu o
divórcio. Destarte, depois de findada uma relação em que foram concebidos filhos, como
exercer as responsabilidades parentais? A Lei 13.085/2014, texto legal que objetivou regular a
guarda compartilhada no Brasil, foi criada justamente da preocupação com o desenvolvimento
do menor, a fim de garantir que os dois genitores participem ativamente na educação,
formação social e afetiva, e demais decisões que possam causar impactos na vida da criança.
O Brasil e o mundo vêm enfrentando um grande desafio, a pandemia da COVID-19, e
é neste cenário que se insere o foco central deste trabalho, haja vista que a preocupação é em
garantir a efetiva participação de ambos os genitores na vida do menor, inclusive em tempos
difíceis, como durante uma pandemia. Objetiva-se demonstrar como viabilizar a convivência
familiar equilibrada, sem incorrer em atos de alienação parental e descuidar das cautelas
necessárias à inibição da contaminação pelo novo coronavírus.

1 A EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA E A ALIENAÇÃO PARENTAL


A família surgiu espontaneamente, devido à natureza do homem em se agrupar; assim,
esse instituto foi sofrendo alterações ao longo da história.
Não há como se estudar a família sem considerar o patriarcado que regeu essas
relações por um longo período, desde Roma (ROMANO, 2017). O pater familia exercia
poder sobre sua esposa e filhos, sendo o pater a figura de autoridade dentro do lar; assim, a
família, naquele período, era marcada pela autoridade (GONÇALVES, 2018, p.31).
No Brasil, a família seguiu os moldes patriarcais por grande período; em 1916 o país
teve o seu primeiro Código Civil e o que se observa é uma Lei em que se criou o conceito de
família legítima, assim, os filhos nascidos fora do matrimônio eram ilegítimos; a mulher se
submetia ao poder do homem, ou seja, estavam presentes a hierarquia, o patriarcado e o
cristianismo (AZEVEDO, 2011, p. 170).
Até 1977, não de falava em divórcio no Brasil; foi somente em 1977, através da
Emenda Constitucional nº 19, que houve a implementação do divórcio; antes disso, o que se
tinha era somente o desquite, ou seja, encerrava-se a sociedade conjugal, com a separação de
corpos e bens, mas não se extinguia o vínculo do matrimônio. Assim, se a pessoa desquitada
desejasse se unir com outra pessoa, sequer teria respaldo legal (BELTRÃO, 2017).
Foi através da Constituição Federal de 1988 que os moldes da família notavelmente se
transformou; a Carta Magna trouxe em seu cerne a proteção da Família pelo Estado, passando
a vigorar a igualdade entre filhos, independente de serem ou não advindos do matrimônio,
além da igualdade entre cônjuges (BRASIL, 1988). O que se tem, portanto, é uma transição
da família nos moldes patriarcais para uma família regida pelo afeto, em que os cônjuges
buscam conjuntamente a realização pessoal e a dignidade humana de ambos deve ser
respeitada.
Conforme leciona Barroso (2015, p. 493): “A Constituição de 1988 foi o rito de
passagem para a maturidade institucional brasileira”. Posteriormente, ainda que tardiamente,
foi criado o Código Civil ainda vigente, em 2002; o texto legal visou se adequar aos
princípios da CF/88, abandonando também os moldes patriarcais (BRASIL, 2002).
Após essa contextualização, cumpre o estudo acerca da filiação e de como ficavam os
filhos após os reajustes familiares; assim, prevaleceu a convivência familiar e a construção de
laços afetivos, independente de consanguinidade ou do estado civil dos genitores. A Lei
11.112/2005 tornou obrigatório a estipulação da convivência dos genitores com o filhos, após
ocorrido o divórcio.
Posteriormente, foi sancionada a Lei 11.698/2008, Lei da Guarda Compartilhada:

[...] A guarda exclusiva, atribuída pelo juiz em virtude de desacordo entre os pais, só
se verificaria na inviabilidade da guarda compartilhada, mas sempre respeitando o
melhor interesse do menor a partir da identificação do genitor que apresentar
melhores aptidões para o cuidado diário e efetivo do filho. Em 2014, a Lei 13.058
torna esta modalidade obrigatória. (MADALENO; MADALENO, 2018, p.36).

Neste cenário, qual seja, a transformação da família e a possibilidade de rearranjos


familiares, trazidas pela Emenda Constitucional que possibilitou o divórcio, algumas novas
situações passaram a surgir, sendo uma delas a possível dificuldade que o genitor pode se
deparar no que tange à convivência com os filhos, após a extinção do vínculo matrimonial; a
essa situação, dá-se o nome de alienação parental.
O termo alienação parental surgiu inicialmente através de Richard Gardner, professor
de psiquiatria clínica no Departamento de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia,
nos Estados Unidos, aproximadamente em 1980. Gardner apresentou o termo como uma
síndrome (SAP), uma perturbação da infância ou adolescência que seria comum em meio a
uma separação conjugal e estaria relacionada à uma campanha feita por um dos pais junto à
criança, para rejeitar ou até mesmo odiar o outro (GARDNER, 1985); apesar do psiquiatra ter
encontrado apoiadores, foi alvo também de muitas críticas, haja vista que não há
comprovação científica para essa síndrome.
No Brasil, foi sancionada em 2010, a Lei nº 12.318, colocando o país em uma espécie
de vanguarda na legislação específica sobre a alienação parental. Porém, diversamente das
ideias de Gardner, a legislação brasileira não trata a alienação parental como uma síndrome e
sim como um comportamento sobre o qual incide intervenção judicial.
Nesse escopo, a partir da ruptura do casamento, é muito comum que um dos cônjuges
não consiga processar de maneira adequada sentimentos como rejeição e raiva, de maneira
que se torna inevitável o desejo de vingança. Assim, inicia-se uma campanha de
desmoralização do outro genitor perante os filhos, de maneira que sua imagem seja
prejudicada o que, na maioria das vezes, acaba por afastá-lo dos filhos (DIAS, 2010).

1.1 O Advento da Lei nº 12.318/10

O dispositivo de Lei nº 12.318, sancionado em 2010, conceitua a alienação parental


como um comportamento de um indivíduo, denominado alienador, que possui nítida intenção
de depreciar a imagem de um dos genitores perante a criança ou adolescente (FIGUEIREDO;
ALEXNDRIDIS, 2014, p.87).
Nesse sentido, o legislador procurou definir, no artigo 2º, os agentes que causam e
sofrem esse comportamento, bem como ramificar as possíveis manifestações desse
comportamento:

Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São
formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo
juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I
- realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da
paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III -
dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício
do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente do
genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive
escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra
genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a
convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local
distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. (BRASIL,
2010)

Dentre outras coisas, se extrai do supramencionado artigo, que os agentes que podem
protagonizar essa intervenção prejudicial na formação psicológica da criança ou do
adolescente não são somente os genitores, podendo ser avós ou qualquer um que possua a
guarda ou que esteja cuidando dos menores.
O inciso I do supramencionado dispositivo identifica uma forma de alienação parental
em que um dos genitores procura depreciar o desempenho do outro, fazendo com que o
mesmo não pareça qualificado para ser pai ou mãe, enquanto direciona para si a atenção, na
intenção de demonstrar que desempenha perfeitamente os papéis nos quais o outro genitor é
insuficiente, o que cria na criança uma confusão que, na maioria das vezes, gera o
afastamento do genitor que teve seu papel questionado (FIGUEIREDO; ALEXNDRIDIS,
2014, p.88).
No inciso III deste artigo, é abordado o convívio familiar e como este não pode ser
rompido com o fim do casamento ou convívio dos pais. Isso porque esse contato deve ir muito
além dos momentos estipulados para a visita, podendo ser utilizado o telefone, troca de
mensagens, vídeo-chamada, entre outros. De maneira que, quando o genitor que possui a
guarda do filho dificulta esse contato, pode estar praticando alienação parental.
O dispositivo fala também, no inciso IV, a respeito da situação onde o genitor dificulta
de alguma maneira não somente outros meios de convivência, mas as visitas legalmente
estipuladas. Mesmo diante da regulamentação de visitas, se o genitor que possui a guarda agir
de maneira a impedi-las de qualquer maneira, também será considerado alienador No inciso
V, é disposto a respeito da prática de omitir do genitor, que não está com a guarda,
informações pessoais a respeito dos filhos, de maneira que ele não consiga participar
efetivamente da vida deles.
A seguir, no inciso VI, evidencia-se que a alienação parental também pode ser
promovida através de falsas denúncias contra o outro genitor ou familiares, sejam elas de
maus tratos ou abuso sexual, ambas extremamente graves e que causam consequências não só
para o genitor acusado e para os filhos, mas para toda família (FIGUEIREDO;
ALEXNDRIDIS, 2014, p.101).
Adiante, no artigo 3º, da Lei 12.318/10, é abordado que a alienação parental vai contra
o direito fundamental da criança e do adolescente a um bom convívio familiar, ferindo, assim,
o princípio da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, a prática vai contra valores que
são indissociáveis à proteção constitucional dada à família.
O inciso I, do art. 6º da supramencionada Lei, traz a possibilidade de advertir o
alienador para que interrompa a prática; essa advertência, facultada ao magistrado, deve
conter cunho educativo e reiterar as demais consequências caso o alienador continue com as
mesmas ações. No inciso II, a Lei aborda a possibilidade de “ampliar o regime de convivência
familiar em favor do genitor alienado” justamente para mitigar as consequências do
afastamento gerado pela prática da alienação parental. O inciso III menciona a possibilidade
de aplicação de multa ao alienador. Já o inciso IV de acompanhamento psicológico. Isto
porque parte do princípio de que o fenômeno ocorre a partir de desvios de comportamento do
alienador, por isso a possibilidade de submetê-lo a tratamento psicológico.
Por fim, da análise da Lei 12.318/10, convém ressaltar o inciso V, do artigo 6º, que
prevê a faculdade do juiz de determinar a alteração ou inversão da guarda e a suspensão do
poder familiar, diante dos casos de alienação parental; baseado no fato de que ao alienar, o
genitor detentor da guarda não está agindo de acordo com o princípio do melhor interesse do
menor, podendo, portanto, acarretar nessas medidas.

1.2 A Alienação Parental e as Controvérsias


A Lei da Alienação parental completa dez anos no ano de 2020, data marcada por
algumas controvérsias e questionamentos a respeito da sua eficácia. A deputada Iracema
Portella, apresentou o Projeto de Lei 6371/19 que revoga o dispositivo, este atualmente
aguarda designação de Relator na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).
A justificativa para o projeto de revogação da Lei da Alienação Parental baseia-se,
substancialmente, na ausência de pesquisas e periódicos científicos sobre o tema, além de
manifestações contrárias de órgãos especializados ao uso da teoria (preconizada pelo
psiquiatra Richard Gardner), tais como a Organização Mundial de Saúde, a Associação
Americana de Psiquiatria e a Associação Espanhola de Neuropsiquiatria.
A deputada aponta que a lei estaria sendo utilizada como instrumento de defesa por
partes de pais abusadores, que se utilizam do fato de que, muitas vezes, abusos sexuais não
conseguem detectados em perícias, para manter o convívio com os filhos e até mesmo tirá-los
da tutela da mãe.
Nesse sentido, os que criticam o dispositivo têm ressalvas especialmente em relação
ao inciso V, do artigo 6º, que prevê a “alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão” como punição para o genitor que pratica a alienação parental. Isso porque, diante da
recorrente dificuldade de se comprovar o abuso sexual, o abusador invoca o mencionado
artigo, conseguindo, muitas vezes, não somente conviver com a vítima, mas inverter para si a
tutela da mesma.
A justificação para a revogação da Lei 12.318/10 traz ainda a ideia de que ela
desrespeita a Declaração Universal dos Direitos da Criança, adotada pela Assembleia das
Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil, destacando especialmente
o 6º princípio da mesma, in verbis:

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança


precisa de amor e compreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob
a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de
segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra
idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a
obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que
carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda
oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Além disso, a deputada aponta que a Lei fere princípios constitucionais, quando acaba
por entregar “crianças e adolescentes a pais acusados de violência física ou sexual” e o
Estatuto da Criança e do Adolescente, “ao desconsiderar a primazia do direito da criança e do
adolescente à proteção contra qualquer forma de violência ou agressão, permitindo até que se
desacredite nas palavras da própria criança ou daqueles que buscam protegê-la em benefício
da de seu algoz” (PORTELLA, 2019, p. 6).
Porém, em que pese, por um lado, a Lei da Alienação Parental sofra severas críticas,
parte dos especialistas aponta que sua revogação representaria um atraso para a justiça
brasileira, defendendo então que a mesma passe por alterações ao invés de ser revogada.
Nesse sentido, a advogada Silvia Felipe (2019) aponta que:

Existem falhas no sistema judiciário, principalmente em relação à realização das


perícias judiciais. Para fazer perícia com a criança há poucos profissionais, alguns
desmotivados pelo excesso de trabalho. De fato, nosso corpo técnico pode ter
melhorias, que são sempre bem vindas. A lei foi um avanço no Direito de Família
por reconhecer a responsabilidade psicológica dos pais em relação às crianças.
Muitos possíveis alienadores mudam seus comportamentos por saber que existe a
Lei e receberem devida orientação sobre os efeitos de seu comportamento. Não dá
para culpar a LAP pelo comportamento de algumas pessoas mal intencionadas. É
comum em casos de guarda que os pais levem os problemas conjugais para a relação
parental e acabem agindo dessa forma.

O Instituto Brasileiro de Direito de Família, até então, se posiciona também contrário à


revogação da lei supramencionada, seus membros apontam que as críticas à mesma seriam
infundadas e que a lei deve ser mantida em sua integralidade (PEREIRA, 2019), no sentido de
que o mais adequado seria prevenir a má utilização da lei. Nessa linha, o que se defende é que
para prevenir uma interpretação equívoca dessa lei, o ideal é que se promova um amplo
debate a respeito do tema.
Por fim, o que se tem é que se trata de uma lei polêmica desde sua edição, conforme
explica Maria Estarque (2018): “A lei foi criticada desde a sua criação. O Conselho Federal
de Psicologia sempre se opôs à medida, por considerar que acirrava os conflitos familiares e
por avaliar que a teoria da alienação parental carece de comprovação científica”. Assim,
conclui-se que as opiniões acerca desta lei são variadas; para o presente trabalho o que se
cumpre é explicar a lei e o que essa prevê como alienação parental, a fim de conectar a prática
ao novo problema que o mundo vem enfrentando: a pandemia covid-19.

2 O ISOLAMENTO SOCIAL DECORRENTE DA PANDEMIA COVID-19

O termo “pandemia” é utilizado “para referir-se a uma doença que se espalhou por


várias partes do mundo de maneira simultânea, havendo uma transmissão sustentada dela”
(SANTOS, 2020); essa realidade tem sido encarada pelo mundo nos tempos atuais, devido ao
novo coronavírus.
Devido ao fato de se tratar de uma doença até então desconhecida, o que se notou foi
que esta é de fácil transmissão e, assim, a Organização Mundial da Saúde passou a
recomendar o isolamento social como uma das medidas de combate ao vírus.
A situação da contaminação pela covid-19 no Brasil é alarmante, o país tem subido
rapidamente nos rankings, ocupando a 14º posição no ranking de mortes pelo vírus no mundo,
segundo dados extraídos em Julho de 2020 (FRANCO, 2020). A orientação é manter o
distanciamento social e tomar os devidos cuidados de higiene; o que se nota é que a sociedade
tem enfrentado uma série de desafios para se adequar a essa nova realidade e, assim, muitas
demandas têm sido levadas ao Judiciário.
Não há como um desafio desta dimensão não afetar todas as áreas do direito e com a
área da família não foi diferente, o que se notou foi um grande aumento de denúncias de
violência doméstica, bem como o inadimplemento de pensão alimentícia em vista da crise
econômica que o Brasil vem enfrentando por precisar paralisar por tempo considerável o
comércio e também houve grandes dificuldades para a adaptação da dinâmica de visita dos
filhos, bem como das guardas compartilhadas.

2.1 O Isolamento Social e a Alienação Parental

Em síntese, a alienação parental é um fenômeno já muito vivenciado na esfera familiar


e que causa grandes prejuízos para a formação social e afetiva dos filhos; a pandemia traz
impactos nessa seara, uma vez que a recomendação da OMS é o distanciamento social,
podendo essa recomendação ser usada como fundamento para que o genitor pratique
alienação parental. Como seguir as recomendações para preservar a saúde dos filhos, sem que
isso enseje alienação parental? Impedir as visitas é um fenômeno de alienação parental?
Como o Judiciário tem enfrentado essas questões?
É imprescindível a compreensão acerca da importância de os filhos conviverem com
ambos os genitores, independentemente do tipo de guarda. O que se observa é que, muitas
vezes, após a ruptura de um relacionamento, sobram mágoas que passam a interferir na
relação dos pais com os filhos, em virtude de um deles se tornar alienador e colocar o filho
contra o outro.
Na atual conjuntura em que o país vem enfrentando com o novo coronavírus, se
observou um aumento das demandas concernentes à guarda e visitas no Judiciário. Isso
porque muitos genitores não têm entrado em consenso e a pandemia virou, para alguns,
pretexto para praticar alienação parental.
É, portanto, um desafio a ser enfrentado, haja vista que, ainda que a OMS recomende
o distanciamento social, não há como simplesmente impedir os genitores de terem contato
com o menor, pois isso pode acarretar em grandes prejuízos.
A convivência e o exercício das responsabilidades parentais não precisam ocorrer
somente via presencial; existem inúmeros meios de se manter contato nos dias atuais, seja
através de ligações de videoconferência, por ligação telefônica, por mensagens etc. Ademais,
se houver formas de possibilitar os encontros pessoalmente, sem colocar em risco a
integridade física da criança, é importante que se encontre meios de fazê-lo, visando
justamente não causar danos à sua integridade psíquica.
O direito à convivência familiar é um direito fundamental, previsto na Constituição
Federal:

Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária [...] (BRASIL, 1988).

Assim, é de suma importância não tolher o direito da criança e do adolescente de ter


convivência familiar, a menos que por alguma razão relevante e justificada, como é o caso da
pandemia e o risco de saúde que o menor poderá correr no deslocamento até o outro genitor e
também no contato com este. Contudo, não há e nunca deverá haver espaço e justificativa
para qualquer tipo de alienação parental.
A Juíza Fabrícia Novaretti, no Podcast do TJES, explica bem o fenômeno da alienação
parental em tempos de pandemia:

A alienação parental é um modelo de abuso psicológico difícil de diagnosticar. É


preciso ficar atento, pois muitas vezes é tão sutil, que nem os familiares mais
próximos conseguem perceber. É óbvio que quando há o distanciamento físico, a
alienação parental pode aumentar. Mas o que tem que ser passado para o filho, nesse
momento, é a segurança de que toda a família o está protegendo. E que, após esse
período, os genitores vão continuar a conviver com ele do jeito que sempre foi. Isso
faz com que a criança se sinta fortalecida. (TJES, 2020).

O quadro ideal é aquele em que há efetivos esforços dos genitores a fim de manter a
convivência dos filhos com ambos e o consenso entre eles de que o que deve ser priorizado é
o bem estar e a saúde do menor; em relação a vínculos de filiação, não há espaço para utilizar-
se dos filhos como forma de vingança. Não importa se os genitores possuem uma relação
amigável, é preciso que o interesse do menor seja sempre colocado em primeiro lugar, a fim
de não trazer nenhum trauma a este.
Para quem já usa o expediente da alienação parental, parece que o isolamento
social obrigatório virou uma desculpa perfeita para retirar completamente da vida
do filho a presença de um dos pais. A questão é muito sensível e merece especial
atenção. É preciso verificar se esse afastamento específico é realmente necessário
para preservar a saúde do menor ou não. Em caso positivo, deve ser utilizada toda
a tecnologia disponível para minimizar a distância (internet, smartphones etc)
entre pais e filhos, bem como precisam ser verificadas futuras compensações.
(NEGRELLI, 2020).

Há inúmeras saídas a fim de solucionar o impasse de manter a convivência com os


filhos durante a pandemia, como o uso da tecnologia, para aqueles que possuem acesso e,
posteriormente, “compensar” os dias que o outro genitor tinha direito de estar com o filho; ou
um acordo entre os genitores de não deslocar o menor a todo tempo, mas após um período de
15 dias, por exemplo; estipular um período maior para o filho estar com o outro genitor, após
a pandemia; planejar formas de manter contato por videoconferência, quando possível etc.
O momento é delicado, em virtude do pouco conhecimento que se tem acerca da
COVID-19, restando, desta forma, apenas seguir o que é recomendado pelos órgãos de saúde;
portanto, respeitar o distanciamento social e suspender o direito de convivência entre o menor
e o genitor, não pode ser considerado, por si só, alienação parental.

A suspensão da convivência pessoal neste momento social é o que tutela o melhor


interesse dos filhos. Inclusive, para os pais que vivem em cidades diferentes, a
convivência das crianças não pode ser presencial e devemos nos socorrer dos meios
de comunicação virtual para permitir a coexistência de outra forma. (IBIAS;
SILVEIRA, 2020).

Dessa forma, para que seja considerada alienação parental, é preciso analisar caso a
caso; há situações em que realmente o filho estaria sendo exposto se convivesse com o genitor
(em caso deste último ser da área de saúde, por exemplo); há situações em que não há
possibilidade de o menor manter contato via meios tecnológicos com seu genitor, sendo,
portanto, a suspensão de visitas uma quebra total de convivência. É necessário também
analisar a intenção do genitor que se encontra com o menor, observar se o distanciamento é
realmente justificado ou está servindo como uma “desculpa” para a alienação.
O artigo 1.586 do Código Civil dispõe que: “havendo motivos graves, poderá o juiz,
em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos
antecedentes a situação deles com os pais” (BRASIL, 2002). Assim, resta claro que a
pandemia é um motivo grave e, a depender do caso concreto, o contato físico dos genitores
com os filhos podem sim ser restringido.
O fato é que se trata de uma situação excepcional e inesperada, portanto, torna-se
importante que os genitores busquem acordos entre si, observando o melhor para a criança ou
o adolescente.
A inclinação do Judiciário tem sido no sentido de suspender a convivência presencial,
em vista da recomendação da OMS. Trata-se de uma tentativa de preservar o menor, em vista
dos riscos a que esse poderá ser exposto na manutenção das visitas.
O jurista Rodrigo da Cunha Pereira (2020) tece uma importância crítica acerca da
posição adotada pelo Judiciário:

A suspensão das “visitas”, na maioria dos casos, é sempre em favor da mãe. E aqui
tem funcionado como nos juizados de violência doméstica: a medida protetiva é
sempre concedida, e se torna até mesmo uma medida de segurança para os juízes,
pois caso a negue, e o marido/companheiro/namorado, mate a mulher, o juiz estaria
implicado em alguma responsabilidade pela não concessão da medida protetiva.  Da
mesma forma, poderiam  ser responsabilizados, se a não suspensão da “visita”
resultar em contaminação pelo vírus. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta,
até porquê ficar sem contacto físico com o filho por um ou dois meses, por mais
doloroso que seja, não mata ninguém. Mas o contrário, sim, pode matar. Imagino
que esta seja a lógica da maioria destas decisões.

De toda forma, em vista da impossibilidade de manter a convivência do menor com


ambos os genitores de forma plena, sem que isso acarrete em riscos à saúde, é preciso que a
criatividade e o bom senso vigorem essa nova dinâmica a fim de garantir que o
distanciamento social não signifique o isolamento dos pais em face dos filhos.
A advogada Carolina Alt (2020) traz considerações importantes:

[...] entristece o fato de a quarentena estar sendo utilizada como um pretexto para
tolher o vínculo afetivo da criança ou adolescente e o seu progenitor, levando em
consideração que as consequências geradas pelo ato da alienação parental podem ser
devastadoras na vida de uma criança ou adolescente.
Espera-se que o período de quarentena sirva como um momento de reflexão, para
que nos tornemos humanos mais solidários e tenhamos um novo olhar sobre as
relações familiares. Somente assim, garantiremos a observância do princípio do
melhor interesse da criança e, por fim, combateremos a triste síndrome da alienação
parental.

Não há uma regra especial adotada pelo Judiciário acerca do exercício da guarda
compartilhada e do direito de visita durante a pandemia.
Explica a magistrada Fabrícia Calhau Novaretti (TJES, 2020):

As regras para o exercício da guarda permanecem as mesmas estabelecidas


anteriormente, mas ambos os pais devem tomar as devidas cautelas no tocante a
saúde das crianças. Evitar sair de casar, evitar transportes públicos e atender às
determinações das autoridades de saúde. Sempre olhando para o superior interesse
da criança, para que ela fique sempre protegida.

Em suma, é preciso ponderar o que visa o melhor interesse do menor, a fim de não se
tomar medidas drásticas; a busca pelo meio termo é imprescindível e é um fato que o direito
de família enfrenta e enfrentará desdobramentos na seara da família durante essa pandemia e
no período pós-pandemia.

CONCLUSÃO

O presente trabalho objetivou um estudo acerca do que é a alienação parental, e quais


as consequências que tal prática acarreta aos filhos; além de estudar o respaldo jurídico
encontrado na legislação brasileira acerca de formas de coibir comportamento tão nocivo ao
menor.
O estudo da alienação parental se deu sob a ótica da realidade atual que o mundo vem
enfrentando, a pandemia da COVID-19. Uma das medidas de combate à doença é o
distanciamento social, portanto, faz-se necessário compreender os desdobramentos que a
pandemia tem na seara familiar.
O distanciamento social tem gerado alguns impasses, tais como a manutenção ou não
do direito de visita e como lidar com a pandemia em casos de guarda compartilhada. O que se
sabe é que não existe fórmula mágica e os casos precisam ser ponderados de forma
individualizada.
A alienação parental pode acarretar em grandes traumas ao menor, além de causar-lhe
danos emocionais que podem perdurar por toda a vida; diante disso, é importante que as
medidas tomadas durante o período pandêmico realmente visem o bem estar da criança e do
adolescente, e não sirvam como forma de aliená-la do seu outro genitor.
O ideal é que a sociedade compreenda que são tempos extraordinários e que o diálogo,
a empatia e a colaboração são fundamentais neste momento; não há necessidade de a
demanda ser levada ao Judiciário e os genitores forem capazes de entrar em um acordo.
Contudo, não sendo possível a auto composição, é imprescindível que se busquem soluções,
ainda que através do juiz, haja vista a relevância que a convivência entre pais e filhos tem na
vida do menor.
Ademais, certamente as relações, como um todo, sofrerão grandes mudanças após a
pandemia; não se imaginava que existiram tempos em que as pessoas não poderiam sequer
dar um abraço. O contato físico passará a ser mais valorizado e as relações a serem mais
nutridas. O direito de família não ficará fora desta mudança, sendo, portanto, fundamental que
as mudanças comecem agora e que a empatia e generosidade perdurem nesse momento
visando o melhor para os filhos e para a família, de uma forma geral.
O ser humano possui uma grande capacidade de adaptação e, sem dúvidas, existem
inúmeros caminhos capazes de aproximar aqueles que não podem, por conta de um momento
tão delicado, estarem próximos fisicamente. Os indivíduos são seres sociais e, com interesse
genuíno, não ocorrerá alienação parental dentro da família e, pelo contrário, os laços podem
ser estreitados. O período pós-pandemia pode ser acolhedor, a depender das medidas tomadas
no momento atual.

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