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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Em um mundo cada vez mais competitivo, métodos em que aumentem a satisfação dos
clientes e diminuam custos se fazem necessários para se ter competitividade no mercado.
De acordo com Macedo (2012), “Atualmente, sem produtividade ou sem a eficiência do
processo produtivo, dificilmente uma empresa vai ser bem sucedida ou até mesmo
sobreviver no mercado.” Ramos e Ferreira (2010) discutem que uma maneira de diminuir os
custos é fazer mais com menos, ou seja, ser produtivo.
Objetivo
O objetivo deste artigo é uma sugestão de boas práticas de como analisar Produtividade e
Produção em Construção e Montagem através de algumas ferramentas e procedimentos
2
básicos. Este artigo está organizado da seguinte forma: apresentar a diferença existente
entre Produção e Produtividade, demonstrar a importância de medir produtividade,
demonstrar ferramentas e processos sugeridos, junto com vantagens e desvantagens das
mesmas, um estudo de caso para melhor exemplificar as ideias e considerações finais sobre
o artigo em si.
Justificativa
2 CONCEITOS
Com estes simples conceitos, se conclui que é possível estudar a Produtividade de qualquer
processo, desde que se conheça o que foi produzido (Output) e o que foi necessário para
ele existir (Input).
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É válido lembrar que o cálculo da produtividade não é um simples indicador para se ter e
sim é um indicador para ser utilizado em um processo de melhorias e/ou controle. De acordo
com Pritchard (1990, p. 9)1 (citado por SILVA, 2003), a medição de produtividade deve ser
utilizada para:
- Comparação entre grandes grupos de organizações entre si;
- Comparação entre duas organizações ou algum padrão;
- Servir como sistema de banco de dados gerencial (para orçamentos, cronogramas e
futuras decisões);
- Controlar processos dentro da organização;
- Ferramenta Motivacional.
Em Projetos de Construção e Montagem, entre as utilidades sugeridas por Pritchard, as
mais utilizadas são as ultimas três. Adentrando na ideia de Controlar Processos, Macedo
(2012) e Paiva et al. (2010) sugerem um modelo de Gestão de Produtividade, onde os três
procedimentos básicos são:
- a medição da produtividade em si;
- a identificação e a análise dos fatores resultantes em obstáculos de produtividade;
- a definição e aplicação de propostas de superação desses obstáculos.
1
PRITCHARD, R. D. Measuring and improving organizational productivity: a pratical guide. New
York: Preager, 1990. 248 p.
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Seguindo esta Gestão de Produtividade, um banco de dados com boas práticas pode ser
criado, para futuramente ser consultado e comparado em outros projetos, aderindo assim às
três primeiras utilidades sugeridas por Pritchard.
No intuído de aderir à última utilidade sugerida por Pritchard, Ramos e Ferreira (2010)
sugerem que “A teoria de valorização das pessoas traz o aumento da produtividade como
um dos principais resultados dos investimentos nesta área.”. Deve ser lembrado que esta
última utilidade se trata especificamente do lado humano do projeto. O cálculo do índice
pode servir como um incentivo para as equipes, sendo este incentivo através de
bonificações, benefícios e/ou prêmios, valorizando cada vez mais as pessoas do projeto.
Ramos e Ferreira (2010) descrevem que:
O mesmo índice pode ser utilizado para descobrir conflitos em equipes. Com a queda do
valor destes índices, se não houve problema com os equipamentos ou materiais do
processo de produção, só resta o problema estar na parte humana do processo. Esse
problema poderia ser emocional, devido aos conflitos internos, ou físico, devido ao esforço
do trabalho. Mais uma vez Ramos e Ferreira (2010) descrevem que:
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
1) Relatórios de Campos por Equipe, o qual cada Líder de cada equipe de mão de obra
direta (usualmente Mestres ou Encarregados) faz um relatório diário das atividades,
inserindo as pessoas de sua equipe presentes e as atividades e quantidades realizadas por
elas. As vantagens deste relatório são o detalhamento da informação de quantidade
produzida e HH (Homem Hora) utilizado diário que podem alimentar inúmeros processos,
tais como relatório diário de obra. As desvantagens são a possível duplicidade de
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informação de quantidade produzida em equipes que atuam juntas e/ou na mesma área, a
necessidade de organização e dever dos líderes para com o relatório, a perda de tempo de
liderança em realização de relatórios e o maior tempo gasto para analisar todos estes
relatórios. Este relatório é recomendado para projetos cuja distancia é um problema e onde
se é necessário um maior detalhamento do HH.
2) Relatórios de Campo por Área, o qual cada Responsável pela a área (usualmente
Supervisores ou Engenheiros) faz um relatório das quantidades produzidas de acordo com o
período alinhado (geralmente semanal). As vantagens são as quantidades bem descritas e o
alinhamento com o campo já realizado. As desvantagens são a necessidade de um correto
alinhamento com os responsáveis, a necessidade de organização e dever dos mesmos para
com o relatório, a confiança nas informações, pois o que faz se fiscaliza, e a perda de tempo
de liderança em realização de relatórios. Este relatório é recomendado para projetos cuja
equipe de fiscalização é reduzida, cujos responsáveis são de grande confiança e onde a
distancia pode ser considerado um problema.
Sempre é bom informar que além de se poder utilizar mais de um processo de se medir
Produção, é recomendado que isto ocorra, pois assim sempre surgirá dúvidas e discussões,
que são necessárias para o correto andamento do projeto.
áreas, responsáveis ou equipes, não medir produtividade de pessoas e sim do projeto, ser
difícil de elaborar planos de ação, devido ao mesmo afetar o projeto todo; e a periodicidade
do cálculo da produtividade sempre ter que acompanhar o levantamento dos dados, que
costumam ser no mínimo mensais. Recomendando para projetos que necessitam de um
controle de custo detalhado.
Sempre é bom lembrar que a Produtividade a ser utilizada depende do controle a ser
implementado e que cada uma tem o seu custo de implementação. Sempre confira se a
produtividade escolhida se adéqua a realidade do seu projeto, pois nada adianta ter um
controle detalhado de custo, se não há outros controle auxiliares, como um controle prazo e
escopo. Usualmente é utilizado a Produtividade Simples (de Equipes e Equipamentos), pois
em muitos contratos estes índices são utilizados para orçamento, sendo assim mais fácil a
comparação do real x orçado. Vale lembrar que há uma dificuldade em medir a
produtividade de mão de obra indireta. Caso isto se torne necessário, um dos meios é
transformando a produtividade em valores monetários. Se houver interesse em se saber a
real produtividade da mão de obra indireta, é aconselhado utilizar as Produtividades Simples
e de Custos, pois assim se consegue pelo menos um parâmetro de comparação entre as
mãos de obra.
4 ESTUDO DE CASO
1) Características do Projeto
projeto, tais como a não adição de veículos leves na proposta. As tubulações tinham
sentidos diferentes, colocando os locais mais distantes de cada tubulação em uma media de
30 a 60 minutos de distancia do canteiro e as tubulações possuíam algumas áreas de difícil
acesso por toda as suas extensões.
Ao começo da obra, o Cliente X não havia liberado nenhum projeto e nem autorização de
liberação de área e o mesmo só liberou a os primeiros 300 metros após dois meses após o
inicio da obra. As outras áreas foram sendo liberadas de 300 em 300 metros ao longo dos
outros meses, chegando à um ano de obra e nem 60% dele liberado para construção, além
de erros nos projetos liberados, obtendo assim retrabalho nas linhas montadas.
O Critério de Medição utilizado pelo o Cliente X envolvia para a tubulação de aço carbono os
status desfile, soldagem e suportação; e o teste da tubulação; e para a tubulação revestida,
envolvia os status desfile, torqueamento e suportação; e o teste da tubulação. Caso a
tubulação não passasse por estes status, a Empresa Y não recebia pelo o serviço.
2) Histórico
À medida em que as áreas da tubulação revestida foi sendo liberada e os spools foram
sendo entregues, a montagem foi sendo realizada. Porém, houve um problema com o
fornecedor do Cliente X o qual não enviou os spools para a área em que estava sendo
liberada, sendo assim o Cliente X liberou que spools com as mesmas características,
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Á medida em que as áreas das outras tubulações foram sendo liberadas, as equipes foram
crescendo e o número de atividades e áreas foram aumentando, o número de relatórios de
campo foram crescendo e uma pessoa foi necessária para ficar por conta de analisar todos
os relatórios. A equipe recebeu um veiculo para poder fazer medições mensais e uma
pessoa ficou responsável por ir buscando todas essas medições detalhadas. Porém com o
aumento das atividades, o status do critério de medição das tubulações de aço carbono se
tornaram apenas desfile, acoplamento e solda enchimento e as revestidas se tornaram
desfile, acoplamento e torque final e as eventuais duvidas eram realizadas pelas equipes
nos locais de trabalho. Para haver uma melhor comunicação entre as equipes e a pessoa
responsável pela a medição, houve uma marcação da tubulação de aço carbono, para
assim se iniciar um controle de spools da mesma, melhorando assim o controle da
tubulação que antes era apenas quantidades. A tubulação revestida foi remarcada com os
números dos spools correspondentes aos locais que se encontravam e o controle também
se tornou por spools ao invés de quantidades.
Por uma solicitação do cliente de se ter o avanço semanal das áreas, uma Medição
Superficial das Áreas era realizada, sempre buscando tirar eventuais duvidas com as
equipes que atuavam nas áreas. Devido à essa solicitação, duas pessoas foram
necessárias para realizar essas medições semanais e as mesmas ficaram responsáveis de
fazer a Medição Detalhada Mensal onde as eventuais duvidas eram retiradas com os
responsáveis de cada Área. E assim se seguiu até o final do projeto.
Após o aumento de atividades e áreas, o Relatório de Campo por Equipe não foi
descartado, porém a Medição de Campo Mensal apenas buscava os status que interessava
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Ao final do projeto o Relatório de Campo por Equipes continuava, porém havia uma Medição
Superficial das Áreas Semanalmente, a qual eventuais dúvidas eram discutidas utilizando a
ferramenta da Comunicação com as Equipes; e uma Medição Detalhada Mensalmente, a
qual eventuais dúvidas eram discutidas utilizando a ferramenta da Comunicação com as
Áreas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SILVA, Eliciane Maria da; SANTOS, Fernando César Almada. Estratégia de produção,
melhores práticas e medição de Desempenho: revisão, lacunas e planejamento para
Futuras pesquisas. Revista Gestão Industrial, v. 3, n. 1, 2007. Disponível em: <
http://revistas.utfpr.edu.br/pg/index.php/revistagi/article/viewArticle/81 >. Acesso em: 19 jan.
2014.
SILVEIRA, Thiago; JACOB, Arnaldo Vieira; BORBA, Mirna de. O Método MTM (Methods
Time Measurement) para o aumento da produtividade e melhorias das práticas de
trabalho. VII Semana de Engenharia de Produção Sul-Americana SEPROSUL, 2007, Salto
- Uruguay. Anais da VII Semana de Engenharia de Produção Sul-Americana SEPROSUL,
2007. Disponível em: < http://www.peteps.com.br/arquivos/8623_artigo_site.pdf >. Acesso
em: 19 jan. 2014.