A partir da segunda metade do século XX, entrou em vigor a Terceira
Revolução Industrial, a qual foi responsável pelas evoluções no campo
tecnológico e pelo aumento da universalização do acesso a meios de comunicação. Devido a esse novo cenário, o acesso ao excedente número de informações e de desinformações tornou-se facilitado, o qual agrava episódios de crises na saúde pública mundial. Baseando-se nessa perspectiva, é válido analisar os impactos desse quadro na desaceleração de situações de pandemia, bem como o aumento da descrença popular diante da comunidade científica e jornalística, a fim de compreender os desafios promovidos por esse panorama.
A princípio, é importante ressaltar que os processos de infodemia,
desinfodemia, com conjunto com as fakes news, dificultam o alcance de informações viabilizadas por fontes e orientações idôneas, contribuindo, dessa forma, para o agravamento de cenários de emergência em pandemias. Sob esse viés, as causas desse impasse estão relacionadas às distorções de dados e de informações acerca de métodos preventivos e de tratamentos, geradas, em sua maioria, por interesses pessoais e políticos, indo de encontro com a concepção banconiana, a qual afirma que a tecnologia não serve apenas para aumentar o conhecimento, mas também para melhorar a vida do homem na Terra. Diante disso, os números de contágio e de mortes crescem exponencialmente, transformando vidas em estatísticas, demonstrando a inadvertência estatal em garantir o direito à vida, estabelecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Ademais, convém afirmar que a descredibilidade sobre fontes científicas e
jornalísticas é uma das principais consequências do problema aludido. É possível evidenciar que tal situação não é contemporânea ao compará-la com situações da Idade Média, visto que durante esse período cientistas foram perseguidos, censurados e condenados por defenderem ideias contrárias à doutrina cristã. Logo, com o aumento de informações falsas e manipuladoras, indivíduos que não possuem acesso a uma educação promotora de discernimento crítico tendem a validar informações de cunho subjetivo em detrimento de fatos científicos. Por conseguinte, a manipulação ideológica, como instrumento letal, colabora com os problemas enfretados durante a pandemia e desestimula sua liquidação.
Portanto, evidencia-se os efeitos prejudiciais promovidos pela infodemia e
desinfodemia diante de um frágil cenário na saúde mundial. Os meios de comunicações, embora sejam responsáveis por um maior conforto na contemporaneidade, tornam-se os principais contribuintes dessa problemática. Assim, a ciência subsiste não só com os desafios da era pós-verdade, mas também com a desaprovação de uma camada social que obteve contato com um sistema educacional deficiente. Dessarte, é mister que medidas sejam projetadas para evitar que famílias sejam vítimas dessas estatísticas.