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Missões Estrangeiras – e o dom de línguas sem aprender

Texto: "Se na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do
evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda a criatura que há debaixo do céu, e do qual eu,
Paulo, estou feito ministro" Cl 1:23.

INTRODUÇÃO: O dom de línguas das nações nunca existiu. Esta objeção apresentada por aqueles que
não acreditam na doutrina bíblica do batismo com o Espírito Santo, será refutada e esclarecida a verdade
a esse respeito. Dão eles, interpretação errônea a respeito do que aconteceu no memorável dia de
Pentecostes. Afirmam que os apóstolos e os crentes no dia do derramamento do Espírito Santo pregaram
aos presentes em Jerusalém em línguas estrangeiras, e mais ainda, os que receberam o Espírito Santo
naquela ocasião receberam o dom de línguas das nações para assim viajarem ao mundo todo e pregarem
em qualquer língua estrangeira e falarem com toda correção gramatical sem terem aprendido as
respectivas línguas. Alegam que sendo os apóstolos homens já bem idosos e não havendo mais tempo
para aprenderem as línguas. Deus assim, para dar cumprimento à grande tarefa da evangelização do
mundo, naquela geração, concedeu-lhes então, este dom especial. Estudemos o assunto.

1. Qual a finalidade da existência da Igreja no tempo do Antigo Testamento? Is 60:1-3; 56:7; Ez 5:5

A Igreja do Antigo Testamento tinha uma especial missão sobre a terra: — anunciar a existência do Deus
vivo e a primeira vinda do Seu Filho, para salvar o mundo. Ela foi posta como luzeiro no meio das densas
trevas do pecado e do grosseiro paganismo. O seu magnífico templo muito bem construído, foi chamado:
"Casa de Oração para todos os povos." Para melhor ligação e comunicação com as demais Deus colocou
o povo de Israel em uma posição geográfica de destaque, na encruzilhada das nações. Pode-se, então,
notar que havia facilidade na transmissão do Evangelho no tempo do Velho Testamento. Não havia
obstáculos ou barreiras de diversidades de línguas estrangeiras.

2. Que testemunho de fé deram os três jovens perante os representantes de todas as nações do


mundo, em Babilônia, e como a notícia se espalhou em toda a terra? Dn 3:7 e 20; cap. 4:1-4

Que expressivo testemunho de Deus deram os três hebreus diante de representantes de todas as nações, no
momento da consagração da estátua de ouro, mandada erigir por ordem do grande monarca,
Nabucodonosor! Merece igualmente, nossa meditação o seu decreto em favor do nome do Senhor e a
especial proteção aos escravos judeus. Todos os povos e línguas do seu domínio ouviram a mensagem.
Conclusão: no tempo do Antigo Testamento, não havia esse embaraço das diversidades de línguas, tão
propalado. A comunicação era fácil entre a Igreja e o mundo. O povo de Israel era a luz dos gentios desde
os tempos antigos.

3. Que profecia a respeito da vinda do Messias foi transmitida ao estrangeiro, com facilidade, e
quem veio a Jerusalém ver o menino Jesus? Sl 72:10; Mt 2:11

A vinda do Prometido Messias, foi profetizada nos seus mais destacados lances. Sua concepção,
nascimento, ministério, paixão, morte, ressurreição e ascensão, foram com muitos séculos de
antecedência vaticinados; e ainda mais o mundo todo foi avisado a esse respeito. O Salmo 72 refere-se a
alguns ilustres visitantes que segundo a profecia deviam fazer uma especial visita ao menino Jesus. No
capítulo 2 de Mateus é mencionado o cumprimento da visita dos sábios vindos de vários lugares como diz
o Salmo: Tarsis, das Ilhas, Sabá e Seba. Note o que mais interessa enfatizar era a facilidade de
comunicação entre os estrangeiros e Jerusalém, comunicando-se, indagando e visitando o Salvador
renascido. A barreira das línguas não existia.
4. Que providência tomou Deus para que as "Boas Novas" fossem transmitidas ao mundo no tempo
do Antigo Testamento? Rm 10:18

O reino de Israel, foi, por excelência, o canal através do qual Deus cumpriu o Seu propósito. As novas do
nascimento do novo Rei de Israel, percorreram toda a terra. Para este propósito Deus lançou mão de todos
os recursos:
a) a posição geográfica do reino e sua capital, Ez 5:5;
b) o comércio entre as demais nações, as guerras e alianças com outros povos;
c) a casa de oração — o templo à disposição de "todos os povos";
d) a separação do reino e a dispersão dos judeus anos depois.
Toda a terra foi avisada, a nova do Cristo chegou em todos os lugares. O apóstolo Paulo confirma em Rm.
10:18. Insistimos em afirmar que nunca existiram esses obstáculos das línguas das nações.

5. Durante o ministério de Jesus como Ele enfrentava o problema com os estrangeiros que O.
procuravam ? Mc 7:24-30

Durante o Seu ministério, Jesus entrou em contato com estrangeiros. O texto fala de uma mulher grega a
quem o Senhor atendeu o seu pedido. A língua grega era falada em toda parte, tanto Jesus como os
apóstolos fadavam o grego. A fama de Jesus percorria a terra. Ele iniciou a Sua obra de trabalho de
redenção primeiro entre os judeus, porque assim convinha ao plano do Evangelho. Era Seu propósito,
porém, que os gentios de todos os quadrantes do globo tivessem a oportunidade de ouvi-lo e vê-lo. Ele
mesmo declarou isto aos judeus incrédulos. "A rainha do meio dia se levantará no dia do juízo com esta
geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra, para ouvir a sabedoria de Salomão. Eis que está
aqui quem é mais do que Salomão" Mt 12:42. Tivesse o povo eleito aceito a Cristo, unindo-se a Sua obra
de salvação do mundo, Jesus teria, em pessoa, percorrido a terra e, certamente. não precisaria de o
"DOM" de falar as línguas das nações. Não houve esse obstáculo para Jesus e nem para os apóstolos.
Esse dom de línguas é imaginário, não é verdade.

6. Em quantas línguas foi colocado o cartaz sobre a cruz de Jesus? Lc 23:38

Quando Jesus foi crucificado, Pilatos, procurador romano na Judéia, sabendo que havia, na ocasião
intensa movimentação em Jerusalém. de visitantes judeus da dispersão, mandou então que fosse pregado
na cruz um cartaz escrito nas três línguas mais faladas de então: o hebraico. o grego e o latim: "Jesus
Nazareno. Rei dos judeus. "Toda aquela mista multidão que assistiu a tudo o que se relacionava com o
Dia de Pentecostes é a mesma que viu todos os acontecimentos relacionados com a morte de Jesus. Não
havia, portanto, esse imaginário obstáculo das línguas, a multidão e mesmo os apóstolos as conheciam.

7. Depois da Sua ressurreição que ordem deu Jesus à Igreja e que promessas foram feitas aos que
cressem na mensagem? Mc 16:15-20

A ordem de Jesus para a evangelização do mundo foi dada ao ministério e a Igreja de modo geral e não a
cada apóstolo individualmente. Todos os habitantes do mundo deviam ouvir a mensagem da verdade
presente, o que de fato aconteceu em prazo bem curto. O verso áureo afirma isto. Juntamente com a
ordem IDE ANUNCIAR, Jesus incluiu uma importante promessa para os pregadores e para os ouvintes
— a Sua constante presença operando 5 sinais ou milagres aonde a mensagem da salvação chegasse.
Porém, nada Ele falou a respeito da necessidade de aprender ou receber o Dom de Línguas das Nações,
porque esta barreira nunca existiu, nem no Pentecostes e nem depois. Entre os cinco sinais mencionados
por Marcos, está o dom de línguas, não estrangeiras, mas estranhas. Jesus se refere no texto, a respeito do
batismo com o Espírito Santo que acompanharia a mensagem, e o crente ao receber o Espírito Santo
falaria línguas como sinal do batismo. Isto não tem relação com pregação a estrangeiros. Então há
contraste no que geralmente se diz, em lugar do pregador falar em línguas das nações, os novos conversos
falavam línguas estranhas a Deus e não aos homens, 1 Co 14:2.
8. Em que ocasião representantes judeus de todas as nações vieram e ouviram a mensagem
completa em Jerusalém? At 2:5

Nesta pergunta chamamos a atenção do aluno para o importante fato de que naqueles dias em Jerusalém
havia representantes de todas as nações do mundo de então. Outro fato de destaque é o tal "problema das
línguas", isto não existiu. Houve facilidade de comunicação e todos ouviram a mensagem e presenciaram
o derramamento do Espírito Santo. Ao voltarem para os seus países de origem, levaram consigo as novas
de Cristo, ressuscitado e exaltado no céu.

9. Quantas línguas falavam judeus vindos de 16 lugares diferentes? At 2:9-11

Dados históricos nos garantem afirmar com segurança que no Pentecostes as 16 nacionalidades
mencionadas resumem-se em 7 línguas e dialetos; depois para três e finalmente para uma só língua
que é a grega. Vamos ao resumo:
1 - Partos, medos e elamitas, falavam o Persa;
2 - Mesopotâmia, o caldaico;
3 - Judéia, um dialeto aramaico;
4 - Egito, a língua cópta;
5 - Forasteiros romanos, o latim;
6 - Frigia, Panfilia, Líbia, Cirene, Creta, Capadócia, Ponto e Ásia, o grego;
7 - Árabes, o árabe;
8 - Em Jerusalém, o hebraico.
São, portanto, 17 lugares mencionados (com Jerusalém) mas, as línguas, vão para oito, três, e uma. Nunca
a pregação do Evangelho precisou desse tal dom de falar as línguas. É pura invenção humana.

10. Qual o balanço final da campanha evangelística daquele memorável dia? At 2:37-41

A grande campanha da evangelização daquele dia resultou na maravilhosa colheita de quase três mil
almas convertidas, para o Evangelho. Porém, o irmão deve observar que aquela multidão estava dividida
em duas classes de judeus, os residentes em Jerusalém e os que vieram daqueles 16 lugares diferentes,
onde residiam há muitos anos, como ficou dito na nota anterior. Outro importante fato foi que esses novos
convertidos se constituíram em uma grande equipe de missionários voluntários nos campos e missões
estrangeiras. Ao voltarem para seus países de origem levaram consigo a mensagem das Boas Novas de
Salvação. Mais tarde quando a sede da obra em Jerusalém enviou os pregadores e embaixadores para os
campos e missões no estrangeiro, eles encontraram a facilidade de comunicação, primeiro através das
colônias e sinagogas israelitas, segundo pelo caminho já aberto pêlos voluntários; terceiro, pela facilidade
da língua grega, o veículo de comunicação geral.
Resumo: O dom de línguas das Nações nunca existiu em parte alguma, nem na história das próprias
nações e nem na história da Igreja.

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